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    )ordismo e ps*)ordismo têm sido usados de 'ormar(gida e mecanicista O status  de tipo ideal dessesprocessos tem sido traduzido para dimens#es reais, as%uais 'acilmente descartam comparaç#es emp(ricas

     Al$m do %ue, concomitantemente, são geradascon'us#es no debate sobre globalização !este caso,

    re'iro*me aos argumentos sobre a glo*balização cultural eaos argumentos %ue destacam a emergência de um novopadrão socio*econ:mico 6n%uanto a maioria invo*ca odogma da globalização cultural como uma tendência -o*mogeneizante da nova era, os debates no campo socio*econ:*mico en'atizam a 'le"ibilidade e a -eterogeneidadeneste novo modelo O presente trabal-o 'ocaliza essesegundo aspecto

    O estudo começa com uma interpretação do)ordismo, ilustrando as dimens#es pol(tica, econ:mica ecultural da crise 9ontrariamente ;s análises

    estruturalistas a? 4ipietz, 1==@, asên'ases são colocadas sobre os grupos sociais %ueoperam tanto internacional como domesticamente, nosenti*do de alterar o padrão de acumulação vigentedesde o per(odo ps*guerra +osteriormente, o te"tointroduz o conceito de ps*)ordismo global , destacando o 'a*to de %ue os aspectossociais do ps*)ordismo são poss(veis em 'unção daemergência das relaç#es sociais globais Sob essaperspectiva, um erro 're%.ente da relação dial$tica entreo local e o global $ destacado, atrav$s do uso do conceito

    de -iper*mobilidade de capitais Diversas caracter(sticasdo ps*)or*dismo global são realçadas para analisar asrelaç#es entre a pol(*tica e a economia A'irma*se %ue adesarticulação da unidade anterior entre as duas es'erascriou problemas para o desen*volvimento econ:mico epara a democracia O estudo $ com*clu(do com uma

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    revisão das polêmicas sobre a transição do )ordismopara o ps*)ordismo e as conse%.ências %ue as inter*pretaç#es recentes deste 'en:meno tiveram sobre aSociologia da Agricultura e da Alimentação Atençãoparticular $ dada ;s construç#es estruturais sobre aemergência da globalização, des*tacando*se os

    argumentos %ue re'utam a doutrina do 'im do )or*dismo e as análises %ue prop#em atenção especial ;sdimens#es micro da globalização

    A CRISE DO FORDISMO E A EMERGÊNCIADO PÓS-FORDISMO GLOBAL

    O )OD7S5O

    !o mundo ocidental avançado, as estrat$gias do

    per(odo ps*guerra %ue se basearam na intervenção do6stado susten*taram um crescimento constante e umbalanceamento entre a produção e o consumo de massa,en%uanto as empresas geraram um n(vel elevado deprodutividade ao aper'eiçoarem ampla*mente asestrat$gias C2aloristasE institu(das Os administra*doresaumentaram substancialmente seus controles t$cnicos,atrav$s de uma centralização e racionalização adicionaldo pro*cesso de trabal-o 6n%uanto esta estrat$giaagudizava a dis*tinção entre os trabal-adores daprodução, da área t$cnica e da área gerencial, a 'orça de

    trabal-o 'oi paci'icada pelos 're*%.entes aumentos dossalários, pela segurança no emprego, pelasoportunidades de crescimento e pela e"pansão do bem*estar social

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    com sindica*tos nacionais e com uma substanciale"pansão do 6stado, al$m disso, usava*se a elevadaespecialização e mecanização da pro*dução, aburocratização das empresas, o plane&amento e"tensivoe o controle burocrático de Ccima para bai"oE C)ordismo

     AltoE $ o termo %ue de'ine o capitalismo do ps*guerra,

    ou do tipo maduro e -iperracionalizado de )ordismo 6le tin-a uma 'orça detrabal-o segmentada, uma ampla e comple"aorganização do corpo pro'issional, gerencial e t$cnico emeios de comunicação, in'ormação, transporte e com*trole e"tremamente so'isticados Apesar da e"istência dedi'e*renças signi'icativas entre os setores econ:micos eas regi#es geográ'icas, o processo centralizado nos altosn(veis de inter*venção do 6stado e na inclusão de gruposde trabal-o subor*dinados na administração dasociedade, 'oram as caracter(sticas principais deste

    per(odo O CAlto 6stado )ordistaE adotou pol(*ticasGenesianas avançadas no mbito do controle 'iscalmuito abrangentes e de regulação dos planossocioecon:micos, na saIde, na educação e na área dobem*estar social

    6ste sistema aumentou a inclusão das pessoasmargi*nalizadas, elevou substancialmente o salário e, emtermos das democracias sociais, ampliousigni'icativamente a participação do trabal-o 2anto nos6UA %uanto na 6uropa os sindicatos conseguiramenvolver porcentagens signi'icativas de trabal-a*dores,

    aumentando consideravelmente o con&unto de bene'(cios,incluindo*se os salários

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    gerando crescimento econ:*mico e uma abundncia semprecedentes O acordo tácito entre capital e trabal-otrans'eriu o controle da produção para a área gerencialmas, ao mesmo tempo, aumentou o papel do trabal-o nodiscurso pol(tico, nos plane&amentos e no mbito dalegisla*ção do trabal-o A classe m$dia teve um

    crescimento substan*cial, elevando tamb$m seu padrãode vida Sob o regime do CAlto )ordismoE os direitos civis,pol(ticos e sociais 'oram e"pandidos e a legislaçãoregulatria 'oi ampliada Opor*tunidades iguaisavançaram, embora os estratos in'eriores ten-am sidopouco bene'iciados Al$m disso, as desigualdadesacentuadas entre os trabal-adores dos setores primáriose secun*dários, entre a%ueles da produção e ospro'issionais, entre raças, grupos $tnicos e se"o 'oram osaspectos mais vis(veis do novo padrão de racionalizaçãoe de burocratização

    O )ordismo 'uncionou em n(veis pr"imos aotimo, da metade da d$cada de MF at$ o 'inal da d$cadade >F 6ntretanto, no começo dos anos JF &á estavaen'ra%uecendo e e"pondo s$*rias contradiç#es

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    ao capitalismo do ps*guerra uma 'ase de desace*leração A crise do petrleo, a severa recessão de 1=J,o 'im do acordo de Bretton Poods e a estag'laçãosigni'icaram uma de*composição poss(vel dos 6stadosUnidos en%uanto centro multinacional capitalistaHarrison e Bluestone

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    pol(ticas )ordistas %ue 'oram empregadas para e"pandir as oportunidades e os direitos, tiveram suas estrat$giasiniciais dirigidas para aumentar a liberdade dosproprietários, com desvantagens para os trabal-adoresassalariados e estratos subalternos, al$m de alocar poder e ri%ueza aos estratos superiores 2 Os aspectos maisdecisivos do ps*)ordismo têm sido o aumento da'le"ibilidade em escala global, a mobilidade de capital e aliberdade para colonizar e mercantilizar praticamentetodas as es'eras, destruindo*se as 'ronteiras sociais e

    espaciais relativamente 'i"as e gerando*se umadescentralização da pro*dução 6sta agora estádecomposta em subunidades e em sub*processosprodutivos, conduzidos pelas empresas %ue se disper*sam globalmente e apresentam elevadas divergênciasnas 'or*mas de organização do trabal-o, dogerenciamento e das 'inan*ças 6mpresas pIblicas sãoprivatizadas e, cada vez mais, a dis*ponibilidade dosserviços essenciais depende da capacidade depagamento e8ou do lucro geral O ps*)ordismo global $

    @

     +ara uma discussão mais detal-ada das caracter(sticas dos +s*)ordismo0lobal ve&a Bonanno e 9onstante, 1==> pg1>*11J A%ui $ importante notar %ue o conceito de )ordismo e de ps*'ordismo global são empregados comoCtipos ideaisE para ilustrar aspectos importantes dos ambientes scio*eco*n:mico e cultural %ue caracterizaram a evolução das relaç#es sociais noper(odo do ps*guerra 6u discordo 'rontalmente das posiç#es %ue reduzemo )ordismo e o ps*'ordismo global para a produção e com a%ueles %ueac-am %ue ambos são inade%uados por%ue suas caracter(sticas não apa*recem em todas as partes das sociedades

    !1

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    di'(cil de ser mapeado mas ele não $ aleatrio e nemtampouco desor*ganizado

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    global e de aç#es globais %ue opera em reação ;scondiç#es %ue se mani'estam nos terri*trios locais eregionais

    LOCALIDADE# GLOBALIDADEE $IPERMOBILIDADE DE CAPITAIS

     A relação entre o local e o global merece umabreve dis*cussão 9omo está indicado em váriostrabal-os sobre a globa*lização da economia e dasociedade

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    localidade

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    'acilidade, apesar da resistência dos atores locais Háapenas um pe%ueno desacordo entre os estudiosos daglobalização da economia e da sociedade sobre asorigens desse novo comportamento das corporaç#estransna*cionais% !a essência, argumenta*se %ue as

    ra(zes das aç#es das corporaç#es transnacionais sãosociais e econ:micas As corpo*raç#es mudam suasplantas e seus ativos ao redor do mundo com o ob&etivode obterem condiç#es de produção mais dese*&áveis5  eevitarem limitaç#es e restriç#es %ue são demandadas por outros atores sociais

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    dramaticamente, principalmente ao trans'ormar 'ormasvel-as de mobilidade em novas 'ormas com-ipermobilidade

     A -ipermobilidade $ global por%ue ela estábaseada no estabelecimento de relaç#es sociais %uetranscendem as es'eras nacional e multinacional +or 

    e"emplo, a -abilidade das corpo*raç#es transnacionaisna busca global por uma 'orça de trabal-o maisconveniente coloca em competição direta grupos detraba*l-adores anteriormente distantes e separadosBonanno e 9onstance apresentam um estudodetal-ado dessa di*mensão, ao analisarem a mobilidadedo trabal-o na indIstria de atum 6les argumentam %ue aemergência de tens#es sociais en*tre os ambientalistasnorte*americanos e os trabal-adores das Am$ricas9entral e 4atina tornou as condiç#es de produção me*nosideais para a corporação transnacional 6aster 2ropical

    +aci'ic

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    e de reorganização espacial As ligaç#es das váriaslocalidades ao redor do mundo rede'inem a noçãocorrente do espaço local A -ipermobilidade determina ae"istência de localidades onde as estrat$gias globais sematerializam +or e"emplo, no caso de uma realocaçãode plantas industriais, o local $ relevante por, pelo menos,

    duas raz#es A primeira re'ere*se ;s mudanças nascondiç#es dos locais %ue perdem as unidades deprodução A segunda re'ere*se ao local %ue recebe anova 'ábrica 6ssas duas posiç#es, en%uantoe"perimentam as di'erentes conse%.ências da-ipermobilidade, representam os aspectos concretos doprocesso de acumulação global

    9ontinuando com o mesmo e"emplo, torna*seevidente %ue o espaço local não $ simplesmente a parte'inal de um pro*cesso %ue se inicia no mbito global Aorigem desse processo tem suas ra(zes no prprio local,

    'azendo com %ue local e global se&am os dois lados deum processo uni'icado 9omo está ilus*trado em váriosdocumentos, a realocação de plantas e ativos de umlugar para outro, 're%.entemente busca posiç#esdi'erentes no mercado de trabal-o, na legislaçãoindustrial, na regulação ambiental, no acesso ao mercadoe em outras condiç#es locais %ue 'azem com %ue umalocalidade se&a mais atrativa %ue outra em termos dasestrat$gias de acumulação de capital !a es*sência, ascondiç#es %ue determinam a mobilidade global nãopodem transcender aos espaços locais Adicionalmente,

    esse processo 'az emergir posiç#es %ue estão 'ora, ouse&a, posiç#es %ue não são inclu(das no processo global6sta situação não in*dica, necessariamente, %ue esseslocais serão eventualmente envolvidos em relaç#esglobais Antes de tudo, isso indica %ue a globalização não$ um con&unto -omogêneo de processos %ue une os

    !7

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    atores locais aos globais de maneira uni'orme no tempo eno espaço

     A -eterogeneidade do processo de-ipermobilidade de capital $ evidente em pelo menosduas dimens#es A primeira dimensão da mobilidadeassume uma variedade de 'ormas 2rabal-os emp(ricos

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    caracter(sticas variam imensamente no conte"to daeconomia e da sociedade global O capital 'inan*ceiromove*se em um ritmo e"tremamente rápido, uma vez %ueas transaç#es eletr:nicas 'azem com %ue este tipo decapital se&a mobilizado instantaneamente e virtualmentesem controle O capital produtivo se move a uma

    velocidade relativamente bai"a e %ualitativamentedi'erente 9omo tem sido indicado pela lite*raturaespecializada ? SKngedoK, 1==J, en*%uanto a realocação de plantas $ uma estrat$gia're%.entemente empregada em termos globais, acapacidade de mudar estruturas produtivas $ limitada por uma s$rie de 'atores sociais, econ:*micos e pol(ticos taiscomo os custos dessa mudança, a idade dessas plantase a sua localização em relação aos mercados rele*vantes Tá o tema do trabal-o apresenta um con&unto decarac*ter(sticas espec('icas Apesar da importante

    abertura da econo*mia global para a circulação decapitais e de mercadorias, o trabal-o continua sendo umadas mercadorias com maior con*trole 7lustramos com ocaso dos pa(ses %ue adotaram pol(ticas neoliberais, ondese observa a 're%.ente manutenção de pos*turasprotecionistas radicais em relação ao trabal-o 6m umpe*r(odo em %ue a liberalização comercial domina apol(tica econ:*mica, medidas %ue restringem a imigraçãoaparecem 're%.en*temente na agenda legislativa dospa(ses desenvolvidos 9omo se constata, de acordo comalgumas análises , o 'lu"o migratrio

    contemporneo não e"cede a%uele registrado nas 'asesanteriores do desenvolvimento do sistema capitalista6ntretanto, outras pes%uisas demonstraram %uecomponentes importantes do aparato industrial têm suae"istência baseada no trabal-o imigrante dispon(vel 6ste

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    $ o caso da agricultura e do setor agroalimentar 

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    padr#es distintos de estruturas e processos socioculturais

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    9arno, 1=L? 5iliband, 1=>= 0eralmente, no entanto, aaliança entre o 6stado e as burguesias nacionais 'oicaracterizada, primeiramente, pela criação e cres*cimentodas economias nacionais e, posteriormente, pela e"pan*são dos interesses dessas burguesias ao redor do mundo? eic-, 1==1 6ste movimento atingiu umdos seus primeiros ob&etivos, ao ultrapassar aregulamentação e as e"igências do 6stado Atualmente,ao surgir um clima des*'avorável em algum pa(s ou se alegislação 'or impeditiva, as corporaç#es podem mover 

    suas bases operacionais para outros locais 9omo

    > * +ara ser mais preciso, o processo de mediação e de coordenação dasatividades socioecon:micas desenvolvido pelo 6stado sempre tem sido com*testado pelas aç#es de vários grupos sociais %ue procuravam avançar nosseus interesses 6ntretanto, por causa da 'orça desses grupos, o 6stado 'oicapaz, em larga medida e em várias naç#es, de 'avorecer a acumulação decapital e obter legitimação social

    %2

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    tamb$m 'oi re'erido acima, a -ipermobilidade de capitais$ uma das principais caracter(sticas do ps*)ordismoglobal ? Harve, 1==F Aodescen*tralizar e reestruturar os processos produtivos, ascorporaç#es transnacionais tamb$m criaram umasituação em %ue seus pro*dutos, assim como a sua

    identidade, não podem ser associados precisamente aum determinado pa(s

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    9onstance, 1==>? Harve, 1==F? oss e 2rac-te, 1==F As empresas do ps*)ordismo global procuram cenárioscom um bom Cambiente de negciosE 6n%uanto issopossa signi'icar uma 'orça de trabal-o %uali'icada e in'ra*estru*turas altamente desenvolvidas e bem conservadas,'re%.en*temente tamb$m signi'ica bai"os salários,

    trabal-o disciplinável e desorganizado e negligência naregulamentação do ambiente de trabal-oCDesenvolvimento 6con:micoE signi'ica, %uase sempre, oencora&amento competitivo em todas essas áreas

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    no seu au"(lio ; acumulação de capital e na manutençãoda legitimação social

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    imperialismo impediu a e"*pansão das instituiç#esdemocráticas para um nImero signi*'icante de pa(ses emdesenvolvimento !esses pa(ses, o 6stado nacionaldependente 'oi incapaz de sustentar a democraciapol(tica, uma vez %ue as 'orças econ:micas e pol(ticase"ternas passaram a ditar as 'ormas de coordenação da

    economia e da pol(tica

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    morte

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    de estabilidade e de crescimento Ao contrário, ocapitalismo gera crises %ue re%uerem uma reestru*turação e o estabelecimento de novos mecanismos deestabilida*de De acordo com os regulacionistas, aestabilidade $ obtida atrav$s da criação de Cregimes deacumulaçãoE 6stes são pe*r(odos -istricos com

    condiç#es 'avoráveis %ue permitem a reprodução doprocesso de acumulação de capital e a manu*tenção den(veis aceitáveis da ordem socioecon:mica capitalis*ta

     Ao con&unto de normas e instituiç#es %ue dão suporte aoregime de acumulação denomina*se Cmodos deregulaçãoE 9ada per(odo -istrico $ de'inido por umregime de acumulação e por um modo de regulação a elerelacionado

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    nas de*mandas dos consumidores e evitar os problemasassociados aos distIrbios provocados pelostrabal-adores !essa visão, a espe*cialização 'le"(vel $uma solução dese&ável para as crises socio*econ:micasatuais por%ue ela combina a emergência de novastecnologias com o aumento da %ualidade de produção a

    partir das estrat$gias empresariais 9ontrariamente ;soutras vers#es do advento do ps*)ordismo

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    solidariedade po*l(tica e cultural 6ssa situação 'rustrou ae"pansão dos movi*mentos radicais e8ou de basesocialista e limitou a capacidade geral do mercado detrabal-o de conter a -egemonia capitalista

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    da economia e da so*ciedade Hirst e 2-ompson de'endem a id$ia de %ue a economia internacional temmudado signi'icativamente, tanto na estrutura %uanto na'orma de governança em relação ao per(odo de 1=MF a1=JF 6ntretanto, essas 'ormas de interna*cionalizaçãointensa da economia tamb$m ocorreram em outras 'ases

    do capitalismo 6les argumentam %ue o capitalismo eramuito mais aberto nos primeiros anos do s$culo vinte

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    e"ageradas 6ntretanto, os autores a'irmam tamb$m %ue,por causa dessas mudanças, o controle sobre asatividades econ:*micas e sobre os atores sociais diminuino mbito nacional e aumenta no espaço internacional,sobretudo na%uele represen*tado pelo !A)2A e pelaUnião 6urop$ia

    DEBATE NA SOCIOLOGIADA AGRICULTURA E DA ALIMENTAÇÃO

     A transição do )ordismo para o ps*)ordismoglobal tamb$m $ discutida no conte"to dos debates sobreas mudanças no setor agroalimentar !a essência, estedebate está caracteri*zado, ao menos, por três posiç#es

    distintas em vários graus da min-a análise sobre ops*)ordismo global A primeira dessas posiç#es $e"empli'icada pelos trabal-os de +-ilip 5c5ic-ael

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    econ:micos e estruturais %ue geraram o aparecimento ea evolução do sistema global e levaram ; tran*sição do)ordismo para o ps*)ordismo global Seguindo 0iovanni

     Arrig-i

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    representa um per(odo cr(tico no processo dereorganização da ordem socioecon:mica mundialDurante a%uele tempo, os pa(ses do 2erceiro 5undoaceleraram os pro*cessos de desenvolvimento esperandoalcançar os pa(ses do mundo desenvolvido Asestrat$gias de industrialização orien*tadas para as

    e"portaç#es 'oram 'inanciadas por bancos mun*diais %uegeraram um 'lu"o substancial de empr$stimos compoucas garantias Um dos primeiros resultados dessasatividades 'oi o est(mulo ao com$rcio entre naç#es e osubse%.ente aumen*to das ligaç#es econ:micas globais

     A crise do dlar e a emer*gência do C6urodollarE,entretanto, praticamente eliminaram o poder do regimemonetário de Bretton Pood e inauguraram um per(odo deinstabilidade 'inanceira mundial 6ssas condiç#es'omentaram um crescimento adicional das atividades dascor*poraç#es globais e criaram uma nova casta de

    bancos globais 3!o 'inal da d$cada de JF, o decl(nio darentabilidade no +rimeiro 5undo e a subse%.ente adoçãode pol(ticas econ:*micas monetaristas puseram um 'imao 'lu"o de empr$stimos para o 2erceiro 5undo Ospa(ses em desenvolvimento e"peri*mentaram s$riascrises 'inanceiras %ue motivaram as institui*ç#es'inanceiras internacionais como )57 e o Banco 5un*dial a e"igirem a implementação de planos dereestruturação econ:mica durante as d$cadas de LF e=F As naç#es em desen*volvimento 'oram 'orçadas a

    reestruturarem seus programas sociais e abandonaremos pro&etos de desenvolvimento %ue estavam baseadosem aç#es e atores voltados para a economia dom$stica!este conte"to, as instituiç#es multinacionais, a classe'inanceira e os administradores do 6stado atuaram nosentido de reorientar a implementação de pol(ticas

    5%

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    neoliberais ;s economias em desenvolvimento Um dosresultados 'oi a consolidação da posição das corporaç#esglobais uma vez %ue as privatizaç#es dos ativosnacionais e a abertura dos mercados dom$sticos,contribu(ram para a redução dos salários e para oen'ra%uecimento do poder dos 6stados nacionais 3

    *M As similaridades das posiç#es de 5c5ic-ael comnossa interpretação sobre a emergência do ps*)ordismoglobal são bvias 6ntretanto, ressaltam*se a%ui algumasde nossas di'e*renças 6m primeiro lugar, 5c5ic-aeltende a diminuir a ên'a*se do papel social dos atores

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    negligenciados 6ste aspecto $ um ponto de diver*gênciainteressante nas teorias estabelecidas sobre a crise do)ordismo

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    contrários aos interesses das elites transnacionais e deseus alia*dos 5ais importante ainda, esses estudosdemonstraram %ue, ao buscarem desen'readamente aacumulação de capital, essas empresas transnacionaisl(deres ainda dependem da e"istência de mercadosnacionais e de entidades coordenadoras, como $ o caso

    do 6stado +or outro lado, as empresas transnacionaisl(de*res e"ibem determinadas 'ra%uezas %ue podem ser etêm sido e"ploradas pelos grupos alternativos como $o caso dos gru*pos ambientalistas, das organizaç#es deconsumidores e dos sindicatos provocando alteraç#essigni'icativas no seu com*portamento +ara os autorescitados, a economia global $ um terreno em disputa,cu&os resultados são -istoricamente determi*nados5c5ic-ael poderia at$ concordar com essa interpre*tação, por$m sua teoria não possui e"plicaç#es para asaç#es dos grupos alternativos

     A segunda posição %ue eu gostaria de discutir breve*mente neste cap(tulo $ a de Pillian H )riedland

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    setores e mercadorias Al$m disso, )riedland op#e*se ;visão dos autores %ue descrevem o atual sistema globalem termos do ps*)ordismo e da especialização 'le"(vel6ste talvez se&a o aspecto mais importante da sua teoriaDe acordo com )riedland, os autores %ue dão suporte ;teoria da especialização 'le"(vel, 'azendo a distinção

    entre )ordismo e ps*)ordismo, cometem dois erros'undamentais3 primeiro, en'atizam demasiadamente ae"tensão da di'usão da produção artesanal 'le"(vel e,segundo, argumentam e%uivocadamente em relação ao'im do )ordismo

    !o primeiro caso, )riedland concorda %ue ten-amocorrido tendências para a especialização e para aglobalização da produção +or$m, essas tendências nãosão caracterizadas pela produção artesanal 6mbora se&aposs(vel argumentar %ue -á uma presença signi'icativadesse tipo de produção, como no caso dos estudos sobre

    a 2erceira 7tália 6ntretanto, em outras situaç#es têm*seresultados totalmente di'erentes Utilizando o caso daprodução de 'rutas e vegetais in natura 

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    necessidades operacionais, eram muito onerosas eapresentavam bai"as respostas ;s novas e diversi'icadasdemandas dos mercados

    +ara )riedland, então, a descentralização daprodução $ um 'en:meno comple"o 'ormado por, pelomenos, dois aspec*tos básicos O primeiro aspecto

    re'ere*se ao sistema de controle da descentralização daprodução anteriormente citado O se*gundo aspecto estárelacionado ao 'ato de %ue a produção indi*vidualizadatamb$m $ altamente padronizada O resultado dessasituação $ uma produção em massa de mercadoriasespecia*lizadas Os estudos de )riedland no setor de'rutas e vegetais da Holanda e"empli'icam bem estacaracter(stica A produção arte*sanal $ realizada empe%uenas unidades, ao mesmo tempo em %ue $padronizada por um comple"o sistema de inspeçãobasea*do em re%uisitos e"pl(citamente detal-ados Os

    produtores aten*dem a esses re%uisitos %uando geramprodutos %ue são -omo*gêneos para os diversos tipos demercadorias Deste modo, as 'rutas e os vegetais sãopadronizados de acordo com o taman-o, cor, 'orma, eoutras variáveis, a 'im de %ue cada tipo de merca*doria,independente da sua origem, manten-a a uni'ormidadedese&ada Yuando as mercadorias são trazidas para osmercados leiloeiros centralizados, elas serão dirigidaspara o destino 'inal de acordo com as disponibilidades domercado +ara )riedland, isto $ uma produçãoindividualizada mas %ue $ gerada em mas*sa !este

    sentido, ele a'irma %ue Cas t$cnicas de produção emmassa têm sido desenvolvidas apesar da e"istência demuitas unidades individuais %ue, inclusive, podem ser artesanais, para %ue essas unidades se dedi%uem aproduç#es padronizadas, ou se&a, tanto os produtos como

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    os processos de produção são pa*dronizados econtrolados pelo pr"imo n(vel de integraçãoE

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    produção em massa limitada para um determinadonImero de produtos

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    dessas classes têm capacidade econ:mica e dese&osculturais para consumir produtos alimentares artesanaisbem mais caros, os %uais estão 'ora do alcance dagrande maioria da população 6ssa parte e"pressiva dapopulação ainda está con'inada aos itens alimentaresrelativamente baratos e produzidos em massa Deste

    modo, o 'ato de %ue segmentos ricos da sociedadepossam comprar e consumir produtos artesanais nãosigni'ica %ue este se&a o caso da maioria da popu*lação enem %ue se&a o 'im do )ordismo

    O argumento de )riedland $ consistente e 'az aligação e'etiva entre a evolução das estrat$gias deprodução com as estruturas de classe das sociedadescapitalistas desenvolvidas 6ntretanto, essaargumentação pode ser %uestionada pelo 'ato de %uesuas cr(ticas dizem respeito apenas a um determinadosegmento da literatura sobre 0lobalização e ps*

    )ordismo, o %ual apresenta um nImero relativamentelimitado dos aspectos relacionados aos dois 'atoresanteriormente citados 6m pri*meiro lugar, -á um enormenImero de trabal-os sobre a glo*balização da economiae da sociedade %ue não compartil-am do otimismo daescola da Cespecialização 'le"(velE De 'ato, a mai*oriados trabal-os recentes sobre as trans'ormaç#es daecono*mia e da sociedade realça a natureza contraditriadessas um*danças e as conse%.ências negativas %ueelas geram para uma s$rie de atores e de instituiç#es,destacando*se a( a classe traba*l-adora e a prpria

    democracia 6m segundo lugar, a análise de )riedlandestá %uase %ue e"clusivamente 'ocalizada sobre a pro*dução 6mbora isso se&a central, uma postura destanatureza negligencia o 'ato de %ue o )ordismo e o ps*)ordismo como a globalização não têm sido teorizadosapenas a partir da es'era da produção

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    O )ordismo representa, talvez, o mel-or e"emplodas limitaç#es da teoria de )riedland !a 'ormulaçãooriginal

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    comuns nos debates contemporneos1", elas realçamoriginalmente a 'alta de consideração dasmicrodimens#es dos processos e sua diversidade, %uecontribuem para desvendar uma s$rie de 'atos6mpregando uma dimensão 'enomeno*lgica, atores dãosentido ;s suas vidas diárias atrav$s da interpretação de

    situaç#es %ue eles empregam para apro*'undarem suase"istências +ortanto, a atual ordem mundial pre*cisa ser desconstru(da para %ue se possa entender o processobá*sico de interpretação e de ação As análises macronegligen*ciam esses aspectos e proporcionam umainterpretação limitada do processo global

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    'inem a globalização em termos dos processos locais %ueestão sendo a'etados por eventos bem distantes

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    a re'le"ão permitindo, conse%.entemente, aos indiv(duose comunidades uma nova 'orma de emancipação aoincorporarem algumas das vantagens %ue emergemglobalmente Uma maneira ressaltada pelo autor parailustrar este aspecto $ o caso do crescimento do setor de'rutas no 9-ile 6ste pa(s apresentou trans'ormaç#es

    rápidas e radicais no setor de 'rutas 'rescas 6m poucosanos a produção desse setor 'oi trans'ormada 'azendocom %ue o mês*mo, %ue antes era limitado e orientadopara o seu interior, se tornasse uma das maiores 'ontesmundiais de 'rutas 'rescas Arce realça, ao documentar a-istria de vida dos indiv(duos en*volvidos nessaprodução agr(cola, como o con-ecimento de eventosdistantes e atuais tem sido reinterpretado e incorporadoao cotidiano dos atores no sentido de se criarem ascondiç#es necessárias ; e"pansão e sucesso destesetor +ara decodi'icar o cotidiano das pessoas, Arce

    distanciou*se das interpretaç#es %ue dão prioridade aos'atores econ:micos básicos +ara ele, as di*mens#esculturais e est$ticas, tais como a moda e o gosto, são tãocruciais %uanto os 'atores econ:micos nas e"plicaç#esda emergência das relaç#es globais

    6n%uanto re&eita 'irmemente as interpretaç#esestrutu*ralistas da transição do )ordismo para o ps*)ordismo, Arce $ cuidadoso ao pontuar a importncia dasanálises macro De 'ato, ele e seus associados de'endem%ue estudos do setor agroali*mentar contemplem osn(veis micro e macro

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    processos globais diminui a importncia do papelrestritivo decorrente das aç#es dos atores globais +or causa de seu constante en'o%ue sobre os casos nos%uais os atores locais têm obtido sucessos ao utilizaremas vantagens das tendências globais, sua leitura torna*sedi'(cil de ser aplicada nas instncias em %ue os atores

    locais s se lamentam acerca das conse%.ên*ciasnegativas do processo de globalização Assim, en%uantoos produtores c-ilenos prosperam ao desenvolverem osetor de 'ru*tas 'rescas, os produtores argentinos so'remuma grave e não*solucionada crise Al$m disso, en%uanto

     Arce assinala %ue as pol(ticas das empresastransnacionais visam ; manutenção de altos n(veissalariais entre os trabal-adores c-ilenos %ue criam ascondiç#es para a estabilidade a partir das aç#es dosatores locais, sua análise não e"amina minuciosamente o'ato de %ue o trabal-o no 9-ile $ um dos mais baratos da

    região e os acordos entre 9apital e 2rabal-o,-istoricamente, têm adicionado novas condiç#es dedependência para o prprio trabal-o 6ste caso tamb$mpode servir para ilustrar os resultados das pretens#es de

     Arce %ue limita a de'inição dos processos globais emtermos das mudanças nos eventos locais a partir de'atores distantes De 'ato, ele recon-ece a importncia%ue as demandas dos mer*cados distantes têm emtermos das atividades dos produtores locais 6ntretanto,ele 'al-a por não recon-ecer o poder e as um*danças %ueestão associadas a essas 'orças %uando se estabele*cem

    e se mantêm tais demandas As interpretaç#es 'eitas por Arce do 'en:menocultural, tais como a moda e comportamentos coletivoscomo o consu*mo, são tamb$m problemáticos !a visãodele o comportamento do consumidor e a moda sãoadmitidos e considerados como e"ternos ;s relaç#es

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    sociais, o %ue caracteriza o 'en:meno global9onse%.entemente, os mercados de 'rutas e"ticas dassociedades ricas são vistos como eventos %ue emergemdos dese&os amplos dos grupos %ue caracterizam essemercado11 Atrav$s da popularização da literatura ps*moderna, a'irmaç#es sobre os e'eitos dos consumidores

    e da moda sobre o desenvol*vimento do setor agroalimentar dizem pouco a respeito da com*ple"idadedesses 'en:menos elevante, ainda, $ registrar %ueessa proposição de Arce não $ uma tentativa dedesconsiderar a in'luência %ue os atores globais, taiscomo as corporaç#es trans*nacionais, têm na criação depadr#es de consumo e da moda O 'racasso emconclamar ; desconsideração c-oca*se com a ên'a*sedecisiva de Arce em deci'rar os padr#es assimilados %ueca*racterizam a vida cotidiana

     Apesar das ob&eç#es levantadas por esse artigo,

    as con*tribuiç#es desses autores superam suaslimitaç#es De 'ato, a Sociologia da Agricultura $ uma dasáreas onde o debate sobre a globalização está bastanteavançado 6ste artigo 'oi escrito vi*sando a documentar este 'ato, bem como evidenciar os es'orços sociolgicos%ue estão sendo desenvolvidos no sentido de secompreenderem as mudanças %ue estão em curso nasociedade

    11

      +ara ser bem preciso, Arce descreve a estrat$gia empregada por váriosautores para estimular o consumo de tipos particulares de produtos agr(*colas 5as as implicaç#es desse processo para a criação de demandas dosconsumidores evaporam*se no seu tratamento dos mercados 6m trabal-osrecentes

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    CONCLUSES

    2rês pontos básicos podem sintetizar nossadiscussão sobre a globalização O primeiro deles $ %ue a

    globalização não signi'ica um processo claramentede'inido e 'inito Ao inv$s disso, $ um 'en:meno comple"o%ue apresenta uma variedade de situaç#es %ue a'etamos grupos sociais e as regi#es de di'e*rentes maneiras

     As a'irmaç#es %ue generalizam tal processo podemincorrer em erros e gerar teorias 'acilmente re&eitáveis,%ue, por sua vez, são de pouca valia para a%ueles %ue%ueiram trans'ormar essas teorias em práticas

    O segundo ponto está ancorado no 'ato de %ue umdos signi'icados primários da globalização $ areorganização espa*cial das relaç#es sociais, %ue por sua

    vez está baseada na crise dos 6stados nacionais A'orma -istrica do 6stado 'oi capaz de uni'icar as es'erasecon:mica e pol(tica e, portanto, propor*cionar oselementos necessários para o controle das conse%.ên*cias indese&áveis do capitalismo, en%uanto 'omentava aacumu*lação de capital 6mbora essa capacidade-istrica do 6stado ten-a variado signi'icativamente noespaço e no tempo, ela pro*porcionou ;s 'ormaç#essociais nacionais a capacidade de im*plementar estrat$gias de desenvolvimento, baseadas no pro*cessode acumulação centrado no capital nacional e nos inte*

    resses trabal-istas nacionais 9onte"tualmente, 'oiposs(vel de*senvolver e usar conceitos tais como o daprodução dom$stica, do crescimento interno e a noção dee"portação entendida como empresas dom$sticas %ueproduzem mercadorias voltadas para o mercadointernacional As condiç#es descritas nas páginas

    6

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    anteriores deste trabal-o colocam a necessidade umarevisão signi'icativa desses conceitos Hodiernamente,por$m, a noção de empresa dom$stica $ altamente%uestionada, uma vez %ue as corporaç#es transnacionaisoperam em pe%uena sintonia com os interesses einstituiç#es nacionais

    9om e'eito, o discurso das corporaç#estransnacionais tem como ob&etivo eliminar %ual%uer tipode restrição baseada no conceito de interesses nacionais6n%uanto estes p#em em risco os lucros dessascorporaç#es, as mesmas procuram locali*dadesalternativas onde possam conduzir seus negcios 4ogo,a con'iguração dos circuitos globais não tem sido nadamais do %ue uma reorganização da produção com baseem locais %ue o'erecem muito mais incentivos atraentespara a acumulação de capital do %ue outros Deste modo,pode*se a'irmar %ue a globalização $ a criação de

    cadeias globais respaldadas na asso*ciação convenientede 'atores de produção %ue transcendem os sistemas dos6stados nacionais 6sta situação e"plica por%ue as'rutas c-ilenas 'azem parte dos circuitos globais de 'ormamais e"tensiva %ue as 'rutas argentinas, assim comoe"plica por%ue a indIstria raç#es está crescentementemudando algumas de suas instalaç#es para a 9-ina aoinv$s de escol-er a N'rica ou a Am$rica 4atina

    O terceiro ponto $ %ue as caracter(sticasprodutivas da globalização geram um impacto 'ace aoutras es'eras da socie*dade civil 9omo 'oi ressaltado

    por vários autores citados ante*riormente, essa situação $particularmente relevante em termos do estabelecimento,do aumento e da manutenção da democra*cia !os6stados nacionais sob o sistema capitalista, a demo*cracia tornou*se poss(vel ao estabelecerem*se canaispara as de*mandas dos grupos, as %uais 'oram

    7"

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    classi'icadas atrav$s de procedimentos pol(ticos6ntretanto, o estabelecimento dos cir*cuitos globais deprodução e de consumo e a capacidade das corporaç#estransnacionais de transporem os limites nacionais,diminuem signi'icativamente a e'etividade desses canais!a es*sência, o estabelecimento dos circuitos globais

    possibilitou a emergência de processos %ue destru(ramas condiç#es da demo*cracia )ordista Alternativas estão surgindo, todavia +or um lado,

    as aç#es das corporaç#es transnacionais %ueconduziram a uma re*estruturação das pol(ticas tamb$mgeraram impulsos para um*danças nas decis#es pol(ticasde uma arena onde a participação estava garantida pelosdireitos &á estabelecidos para um espaço onde aparticipação $ baseada, %uase %ue e"clusivamente, nopoder econ:mico !este Iltimo caso, a inclusão noprocesso de decis#es está cada vez mais baseada na

    propriedade 6m outras palavras, as aç#es pol(ticas sãode'inidas pelos CstocQ-oldersE

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    isso está legitimado pelo poderoso discurso daneutralidade dos mercados

    +or outro lado, -á possibilidades de resistências%ue es*tão baseadas nas limitaç#es e contradiç#es dasaç#es prprias das corporaç#es transnacionais !aessência, essa tema diz res*peito ao 'ato de %ue essas

    corporaç#es precisam realizar suas produç#es, ou se&a,vender seus produtos atrav$s das cadeias globais 6ssasituação dá poder a di'erentes grupos sociais %ue,en%uanto atuam como produtores, tamb$m sãoconsumidores +or e"emplo, a promoção do consumoambientalmente amigá*vel tem sido um dos maioresobstáculos ; e"ploração dos recur*sos naturais e daspessoas por parte das corporaç#es transna*cionais 6ssacapacidade das comunidades e grupos sociais de alterar o 'uncionamento das cadeias globais abre a possibilidadede se controlar o processo de acumulação de capital,

    dirigindo*o a camin-os mais democráticos 6mbora di'(cilde implementar, este $ um camin-o %ue tem obtidoresultados importantes Seus resultados e suaslimitaç#es deveriam ser, talvez, o ob&eto de um e"ameadicional cuidadoso por parte da%ueles %ue não estãoconvencidos das promessas emancipatrias da0lobalização ps*)ordista

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