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    Lorien RJ Ane, Cherles, Et, Guilherme, Jadson, Natlia, Raphaela, Sammy, Wellington

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    Os Legados de Lorien Os Legados Cados

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    Capitulo Um

    s vezes eu gostaria de saber o que eles pensariam se soubessem que estamosaqui. Bem debaixo de seus narizes.

    Estou sentado com meu melhor amigo, Ivan, no gramado do lotado National Mall,com o monumento de Washington, um estpido obelisco, pairando sobre ns.Deixei meu exerccio de lado por um instante, e comecei a observar os turistasestudando seus mapas e os advogados e funcionrios descendo a IndependenceAvenue se preparando para suas prximas reunies. Estou quase me divertindocom a situao. Esto to preocupados discutindo sobre problemas bobos, comoraios UV, produtos qumicos em seus alimentos e os ''nveis de ameaa terrorista''e qualquer outra coisa que essas pessoas se preocupam, mas nunca lhes voocorrer que aqueles dois jovens estudando na grama so a sua verdadeira ameaa.

    Eles no tm ideia de que no h nada que eles possam fazer para se protegerem. Overdadeiro inimigo j est aqui.''Ei!'' - s vezes gostaria de gritar isso, agitando os braos. ''Sou o seu prximoditador! Tremam diante de mim, idiotas!'' claro que eu no poderia fazer isso. No agora. A hora vai chegar. No momento,todos eles podem me encarar como se eu fosse apenas uma pessoa diferente namultido. A verdade que eu sou tudo, menos normal, mesmo que eu faa meumelhor para parecer. Na Terra, em minha identidade diz que me chamo Adam,filho de Andrew e Susannah Sutton, nascido em Washington, DC. Mas no sou eu

    por um todo.Eu sou Adamus Sutekh, filho do grande general Andrakkus Sutekh.Eu sou um Mogadoriano. Eu sou quem eles deveriam temer. Infelizmente, agora,ser um extraterrestre conquistador no to excitante quanto deveria ser. Nomomento, ainda estou preso fazendo minha tarefa. Meu pai me prometeu que issono ir durar para sempre; que quando os Mogadorianos ascenderem ao poderdesse pequeno planeta de merda, eu vou poder controlar a capital dos EstadosUnidos. Acredite em mim, aps gastar meus ltimos quatro anos nesse lugar, jtenho uma boa ideia das mudanas que irei fazer. A primeira coisa que irei fazervai ser renomear todas as ruas. Nada de Independncia e Constituio, essepatriotismo estpido. Quando eu estiver no comando, ningum ser capaz delembrar o que uma Constituio. Quando eu estiver no comando, minhasavenidas levaro ttulos de ameaas apropriadas.- Sangue dos guerreiros Boulevard. - Murmuro para mim mesmo, tentando decidirse soa bem. Difcil dizer. - Talvez Caminho da Espada Quebrada...- Hein? - Ivan pergunta, olhando de onde est sentado at mim com uma expressoconfusa. Ele est deitado de bruos, passando um lpis entre seus dedos finoscomo um blaster improvisado. Enquanto eu sonho com o dia em que serei o lderde tudo que observo, Ivan se imagina como um franco-atirador, eliminando

    inimigos lorienos um por um medida que eles deixam o memorial Lincoln. - ''Oque voc disse?

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    - Nada. - Respondo.Ivanick Shu-Ra, filho do grande guerreiro Bolog Shu-Ra, d de ombros. Ivan nuncafoi muito f de fantasias que no incluem algum tipo de combate sangrento. Suafamlia afirma um parentesco distante com o nosso amado lder, Setrkus Ra, e se otamanho de Ivan for alguma indicao, estou certo de acreditar neles. Ivan

    apenas dois anos mais jovem que eu, porm j muito maior, com ombros grossose largos, enquanto sou flexvel e gil. Ele j parece um guerreiro, sempre mantmseu cabelo negro cortado rente, ansioso pelo dia que ir poder rasp-lo porcompleto e assumir as cerimoniais tatuagens mogadorianas.Ainda me lembro da noite da primeira grande expanso, quando meu povoconquistou Lorien. Eu tinha oito anos naquela noite, muito velho para estarchorando, mas de qualquer maneira eu chorei quando me disseram que ficaria emrbita acima de Lorien com as mulheres e crianas. Minhas lgrimas durarampoucos segundos, at que o General me deu um tapa. Ivan observava minha birra,

    estupidamente chupando seu dedo, talvez jovem demais para entender o queestava acontecendo.Ns assistimos a batalha da janela de nossa nave, junto de minha me e minha irmmais nova. Aplaudimos enquanto as chamas tomavam conta do planeta em baixode ns. Depois que ganhamos a batalha e os habitantes de Lorien serem destrudos,o General voltou a nossa nave com o rosto coberto de sangue. Apesar do triunfo,seu rosto era srio.Antes de dizer qualquer coisa para minha me ou para mim, ele se ajoelhou diantede Ivan e lhe explicou que seu pai havia morrido em prol de nossa raa. Uma morte

    gloriosa, condizente com um heri mogadoriano de verdade. Ele esfregou opolegar na testa de Ivan, deixando um fino rastro de sangue. A beno.Como uma reflexo tardia, o General fez o mesmo a mim.Depois disso, Ivan, cuja me morreu no parto, veio morar conosco e foi criadocomo meu irmo. Meus pais so considerados sortudos por terem trs filhos desangue.No estou sempre certo que meu pai se sinta sortudo por ter-me. As nota de meustestes ou avaliaes fsicas so sempre menos do que satisfatrias. O General fazpiada, de que deveria transferir minha herana para Ivan.

    Tenho quase certeza de que ele est brincando.Meu olhar segue uma famlia quando eles cruzam o gramado, cada um deles vendoum mundo atravs das cmeras. O pai faz uma pausa para tirar uma srie de fotosdo monumento, e eu brevemente penso em reconsiderar meus planos de demoli-la.Em vez disso, talvez eu devesse pensar em faz-lo mais alto, talvez instalar umacobertura para mim no piso superior. Ivan poderia ter o quarto abaixo a minha.A filha da famlia de turistas provavelmente tem cerca de 13 anos, como eu, e elatem uma forma graciosa, porm tmida. Eu a pego olhando para mim e encontrar-me, inconscientemente, mudando para uma posio mais apresentvel, sentando-se ereto, inclinando meu queixo para baixo para esconder o ngulo grave do meunariz grande demais. Quando a menina sorri para mim, eu desvio o olhar. Por queeu deveria me importar com o que algum ser humano pensa de mim?

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    Devemos sempre lembrar por que estamos aqui.- Isso nunca surpreende a voc, a facilidade com que eles nos aceitam como umdeles? - Pergunto a Ivan.- Nunca subestime a estupidez humana. - Diz ele, estendendo a mo para tocar apgina em branco do dever de casa em minhas mos. - Voc vai terminar esta

    merda ou o qu?A lio de casa que est em minhas mos no minha, do Ivan. Ele estesperando para que eu faa isso por ele. Trabalhos escritos sempre lhe causaramproblemas, enquanto que as respostas certas sempre chegam a minha menterapidamente.Eu olho para o exerccio, Ivan deveria escrever um pequeno ensaio sobre umacitao do Grande-livro de Mogadore, o livro que nosso povo deve aprender sobrea sabedoria e tica mogadoriana e interpretar o que a escrita de Setrakus Rsignifica para ele, propriamente.

    - Ns no invejamos a besta para a caa. - Leio em voz alta, embora eu, como amaioria do meu povo saiba essa passagem do texto de cor. - '' da natureza docaador caar, assim como da natureza de Mogadore se expandir. Aqueles queresistem expanso do Imprio Mogadoriano, portanto, esto em oposio com anatureza de si mesmos."Olho para Ivan. Ele tomou fim sobre a famlia que estava assistindo antes, fazendoos sons agudos do feixe de laser com os dentes cerrados. A menina comsuspensrios faz uma carranca para ele e se vira.- O que isso significa para voc? - Eu pergunto.

    - Eu no sei. - Ele resmunga. - Que nossa raa superior, e todos devem lidar comisso. Certo?Encolho os ombros, suspirando.- Perto o suficiente.Pego minha caneta e comeo a rabiscar algo, mas sou interrompido pelo toque domeu celular. Eu acho que uma mensagem de texto de minha me, pedindo-mepara pegar algo da loja a caminho de casa. Admito, a comida aqui na Terra fazparecer com que a nossa seja uma porcaria. O que eles consideram "processado"aqui seria valorizado no meu planeta natal, onde a comida, entre outras coisas,

    cultivada em tanques subterrneos.O texto no de minha me, no entanto. A mensagem do General.- Merda. - Resmungo, soltando minha caneta como se o general tivesse acabado deme pegar ajudando Ivan, o que considerado fraude.Meu pai nunca envia mensagens de texto. O ato abaixo dele. Se o General queralguma coisa, ns devemos nos antecipar ainda antes que ele tenha de perguntar.Algo muito importante deve ter acontecido.- O que isso? - Pergunta Ivan.A mensagem diz simplesmente: ''Em casa agora.''- Ns temos que ir.

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    pensamento racional, muitas vezes transparecem em raiva e sede de sangue. Mas adiferena mais importante entre os IVA's e os verdadeiros Mogadorianos, pelomenos aqui na Terra, o fato de que eles parecem diferentes do resto de ns.Enquanto os verdadeiramente nascidos so capazes de passar em meio a sereshumanos, os IVA's no so. Sua pele plida e fantasmagrica, devido vida

    subterrnea, e seus dentes so pequenos e afiados para o combate prximo em vezde comer. por isso que somos capazes de nos revelar e, a eles, so raramenteautorizados a mostrar suas caras luz do sol.Ento, quando vejo que os IVA's esto celebrando abertamente nos gramados deAshwood Estates ao lado de seus superiores Mogadorianos, eu sei que algo grandeest acontecendo.Ivan sabe disso tambm, e me d um olhar confuso. Todas as famlias do AshwoodEstates esto em frente de suas casas, misturando-se uns com os outros,levantando brindes a partir de garrafas de champanhe recm-abertos. Os IVA's,

    com sua pele plida, escondidos sob lenos e chapus, com um olhar tanto animadoe desorientado ao serem expostos ao cu aberto. O ar festivo incomum na culturaMogadoriana. Normalmente o meu povo no dado a abrir demonstraes dealegria, especialmente com o General por perto.- O que diabos est acontecendo? - Ivan pergunta, como sempre olhando para mimpedindo respostas. Desta vez eu apenas encolho os ombros de volta para ele.Minha me est sentada no espao em nossa frente, observando com um pequenosorriso Kelly, enquanto dana descontroladamente em todo o jardim da frente.Minha irm, girando loucamente, nem percebe quando Ivan e eu chegamos.

    Minha me parece aliviada ao ver-nos chegando. Embora eu no saiba o queestamos celebrando, eu sei por que ela no se juntou aos outros folies gramados afora. Ser a esposa do General a torna difcil de fazer amigos, mesmo com osverdadeiros Mogadorianos. O de meu pai se estende a minha me.- Meninos - Diz ela em tom serene enquanto Ivan e eu deitamos nossas bicicletasna grama. - Ele est procurando por vocs. Vocs sabem que ele no gosta deesperar.- Por que ele precisa nos ver? - Eu pergunto.Antes que minha me pudesse responder, o General aparece na porta atrs dela.

    Meu pai um homem grande, de perto, parece ter quase 3 metros de altura,musculoso, com uma postura que exige respeito. Seu rosto possui todos os ngulosdo rosto agudos, uma caracterstica que eu, infelizmente herdei dele. Desde quechegou Terra, ele deixou seu cabelo negro crescer para esconder as tatuagens emseu couro cabeludo, e que ele mantm cuidadosamente penteado para trs, comoalguns dos polticos que eu vi caminhando pela National Mall.- Adamus, - Diz ele em um tom que no tolera questionamentos. - venha comigo.Voc tambm, Ivanick.- Sim, senhor. - Ivan e eu respondemos em um tom unssono, trocando um olharnervoso um com o outro antes de entrar em casa. Quando meu pai usa esse tom devoz, isso significa que algo grave est acontecendo. Quando passo por minha me,ela aperta minha mo suavemente.

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    - Divirta-se na Malsia! - Grita Kelly bem atrs de ns, depois de ter finalmente nospercebido. - Destrua a Garde to forte como voc pode!

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    Capitulo Trs

    Poucas horas depois, Ivan e eu estamos indo para a Malsia a bordo de um frio edesconfortvel avio que foi comprado de uma companhia que no deve fazer

    muitas perguntas, afinal, eles venderam um avio para Mogadorianos. A rea depassageiros no parece muito diferente da de carga abaixo, com apenas algunsbancos de metal e cintos de segurana desgastados, onde Ivan e eu nos sentamos,amontoados entre os guerreiros, alguns deles normais e a maioria composta porIVA's. Nosso passeio no um dos melhores, mas estou muito nervoso para mepreocupar com o conforto. Esta a minha primeira misso, mesmo que o meuObjetivo seja apenas observar.Meu pai est como co-piloto. Sempre que o curso do avio torna-semomentaneamente inseguro, eu me pergunto se uma mudana nas condies

    climticas ou se apenas o meu pai fazendo o piloto ficar nervoso.Para muitos dos Mogadorianos no avio, esta a sua primeira misso desde aprimeira Grande Expanso. Alguns deles passam o vo relembrando a ltima vezque eles lutaram, se vangloriando de suas grandes matanas. Outros, os maisantigos, ficam quietos, completamente focados na misso, apenas olhando para oespao.- Voc acha que ns iremos disparar alguma arma? - Ivan me pergunta.- Eu duvido. - Respondo. Estamos a bordo nesta misso, simplesmente por que eusou o filho do General e Ivan seu criado. Ns somos jovens demais para ter algumautilidade real para a equipe de ataque, mas no muito jovens para assistirmos delonge a execuo destes lorienos insurgentes. Meu pai quer que aprendamos comeles. Como nossos instrutores sempre nos dizem, as simulaes de combate sservem para nos preparar para a batalha.- Isso pssimo. - Ivan reclama.- Seja l o que for. - Eu digo, mudando de posio e tentando esticar as pernas. Eusimplesmente no posso esperar para sair deste avio.Depois disso, tudo ao nosso redor acontece como um borro. Ns pousamos.Encontramos a Garde e sua Cpan. Como fomos orientados, Ivan e eu ficamos paratrs, olhando o General junto dos guerreiros Mogadorianos irem para a batalha.No uma coisa justa, no como as batalhas so descritas no Grande Livro. Duasdezenas de Mogadorianos contra uma mulher de meia idade e uma adolescente.Primeiramente, nosso objetivo simplesmente capturar e interrogar as duas. Hrumores desde que viemos para a Terra de algum tipo de encantamento Lrico queprotege a Garde, obrigando-nos a mat-los em ordem. Fala-se de uma batalha nosAlpes, onde um de nossos guerreiros teve um Garde encurralado, e quando aplicouseu golpe mortal, de alguma forma o golpe se voltou contra ele. O general notolera falarmos deste encanto Lrico, mas o meu povo ainda cauteloso.A Cpan mais resistente do que o esperado, ainda que ela seja rapidamente

    capturada. A Garde mais difcil ainda, ela tem poderes, o cho treme sob os psdos nossos guerreiros. Eu me pergunto que poder eu gostaria de ter. Mas se para

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    ter isso, tenho que fazer parte de uma raa em extino, forado a se esconder emcabanas de baixa qualidade, nas margens de um rio, eu passo.Sua estratgia para captur-los pode sofrer mudanas, uma vez que nossosguerreiros percebam que podem ferir a Garde. Ou os rumores do feitio Lrico soto falsos quanto meu pai acredita, ou esta a Nmero Um. O General podia ter

    levado a caa viva, mas quando os guerreiros entendem que eles podem mat-la,trazendo-nos mais perto de nosso objetivo, a sede de sangue supera as ordens.Termina quando um dos guerreiros atravessa sua espada nas costas da NmeroUm.- Isso foi incrvel! - Grita Ivan. At meu pai se permite um leve sorriso deaprovao.Eu sei que deveria compartilhar sua alegria, mas minhas mos no param detremer. Sinto-me grato que eu s tive que assistir de longe, que eu no era um dosMogadorianos agora reduzidos a cinzas em um rio da Malsia. Tambm sou grato

    por no ser um lorieno, para no ter que passar a vida fugindo com medo deprobabilidades impossveis, apenas para ser apunhalado pelas costas.Ocorre-me que eu estou sentindo algo prximo a uma empatia com a Garde. OGrande Livro adverte contra isso, ento eu logo retiro esse sentimento de minhamente. Eu preciso ir alm desses sentimentos infantis. A batalha foi menos gloriosado que eu esperava, mas ainda assim uma grande vitria para o progressoMogadoriano. Agora apenas oito membros da Garde soltos permanecem em nossocaminho de destruio da Terra. Nove Garde mortos so um preo pequeno apagar para a minha doce cobertura no topo do Monumento de Washington.

    Eles enfiam o corpo da Nmero Um em um saco e o despejam no avio com o restoda carga. A Arca Lrica que ela carregava com si tida como bem, embora mesmo omais forte dos nossos guerreiros no possa arrombar a fechadura. Seu pingente arrancado de seu corpo pelo meu pai, ainda que eu no saiba em que isso lhe podeajudar.O corpo de sua Cpan deixado para trs. Ela no tem nenhuma importncia parans agora.No avio na viagem de volta, os bancos so muito menos lotados. Eu fico quieto,mas Ivan importuna os guerreiros da linha de frente para detalhes sangrentos da

    batalha, at que o General o manda calar a boca. Se fossem um time de futebol, eutenho certeza de que os guerreiros sobreviventes estariam distribuindo uns aosoutros Gatorade, da mesma maneira que os atletas humanos fazem depois de umavitria. Mas ns no somos um time de futebol. Somos Mogadorianos. E meu paino deve nem saber o que Gatorade. Ns viajamos o resto do caminho emsilncio.

    Durante o vo, o General vem sentar-se ao meu lado.- Quando voltarmos para Ashwood Estates - Diz ele. - eu vou ter uma tarefaimportante para voc.Concordo com a cabea.- Sim. Claro, senhor.

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    Meu pai olha para as minhas mos, ainda tremendo, no importa o quanto eu tentefirm-las.- Pare com isso! - Ele rosna antes de voltar para a sala de comando.

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    Capitulo Quatro

    Embora eu a tenha visto na batalha, a menina sobre a mesa de metal no o que euestava esperando.

    Desde a primeira Grande Expanso, fomos ensinados que a Garde a ltimaameaa verdadeira para a nossa raa. Fomos ensinados que eles so guerreirosferozes, capazes de destruir o motor do progresso Mogadoriano. De alguma formaeu pensei que esta ameaa para o meu povo fosse mais temvel.Agora morta, a nmero um parece frgil. Ela possui a minha idade ou talvez umpouco mais velha, e sua pele, uma vez morena, agora est plida, a ponto de euconseguir enxergar suas veias. Seus lbios esto azuis. Finos traos de sangue secoesto marcados atravs de seu cabelo loiro. Seu corpo coberto com um lenolbranco, mas sob as luzes brilhantes do laboratrio eu posso ver a sombra terrvel

    da ferida que floresce em toda a sua barriga.Estamos debaixo do Ashwood Estates, no laboratrio subterrneo do Dr. LockamAnu. Nunca me foi permitido entrar aqui antes, ento assim que entro, ficomaravilhado com a quantidade de mquinas brilhantes e tecnolgicas, mas semparecer abobado. O General no gostaria de saber que eu estava distrado.Eu estou ao lado do meu pai, ambos em silncio, observando como Anusuavemente coloca a cabea da Nmero Um em um capacete estranho. Anu umhomem velho, sua coluna curvada, seu couro cabeludo enrugado e tatuado. Eleanda em volta da Um conectando fios soltos ao capacete.- Deve estar pronto. - Anu murmura, afastando-se.- Finalmente. - Grunhe meu pai.Anu para em frente ao tornozelo esquerdo nu da Nmero Um, passando seuslongos dedos na cicatriz da Nmero Um. As cicatrizes so umas das primeirascoisas que nos foram ensinadas, quando viemos Terra. Examinar cada tornozelopara mim tornou-se uma segunda natureza h muito tempo.- Quatro anos de busca por uma criana com este smbolo. - Pondera Anu. - Voccertamente perdeu o seu tempo, General.Eu posso praticamente sentir meu pai cerrando os punhos. como estar ao lado deuma tempestade que se aproxima. No entanto, ele no responde. Dr. Anu lidera aequipe de pesquisas cientificas no Ashwood Estates e tem direito a determinadosbenefcios, como fazer uma escavao no General sem ser imediatamenteespancado.Anu olha na minha direo, seu olho esquerdo est levemente cado.- O seu respeitvel pai lhe explicou por que voc est aqui, rapaz?Eu olho para o General. Ele balana a cabea, concedendo-me permisso para falar.- No, senhor.- Ah. Senhor. Que jovem educado que voc criou General. - Anu faz um gesto paraque eu venha me sentar em uma cadeira de metal, onde em cima paira uma

    imponente obra de tecnologia avanada. - Venha, sente-se.

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    Olho de novo para o meu pai, mas seu rosto no diz nada.- Voc vai fazer a nossa famlia orgulhosa hoje, Adamus. - Burburinha o General.Fico aliviado que minhas mos tenham finalmente parado de tremer.Eu me sento. Anu agacha-se diante de mim, com seus velhos ossos rangendo emprotesto. Ele prende meus pulsos e tornozelos em volta da cadeira por tiras de

    borracha. Eu sei que eu deveria confiar no meu pai. Eu sou muito importante paraele deixar algo de ruim acontecer comigo. Ainda assim, me sinto embaraado.- Confortvel? - Pergunta o Dr. Anu, sorrindo para mim.- O que isso? - Eu pergunto, esquecendo completamente da regra do Generalcontra perguntas.Meu pai olha para mim com uma pacincia surpreendente. Talvez esteja sesentindo como eu, desconfortvel, vendo seu filho preso em uma cadeira.- Dr. Anu acredita que esta mquina nos possibilitar acessar as memrias daLoriena. - Explica o meu pai.

    - Eu sei que a mquina funcionar. - Corrige Anu. Ele esfrega um lquido quente emminhas tmporas antes de ligar um par de eletrodos de borracha. Os fios deeletrodos correm para um monitor posicionado ao lado da Nmero Um, que derepente faz um zumbido.- Voc apostaria sua vida na sua criao, que ainda por cima no foi testada, Dr.Anu? - Rosna meu pai.- No testado? - Eu estremeo. E imediatamente me arrependo pela nota de pnicoem minha voz, que faz com que o General faa uma careta. Dr. Anu pisca-me comum sorriso apaziguador.

    - Ns nunca tivemos um dos Garde para experimentar antes, ento sim, nunca foitestado. - Ele d de ombro alegremente, animado para testar sua engenhoca. - Masa teoria por trs muito forte. Dos Mogadorianos originais aqui em Washington,voc o que est mais prximo da idade da menina, o que deve servir para atransio da memria ocorrer mais tranquila. Sua mente vai interpretar asmemrias da Garde como vises, em vez de atravs de seus olhos. Tenho certezaque seu pai no quer que seu nico filho homem entre de repente no corpo de umamenininha, hein?Meu pai se endireita. Dr. Anu olhar sobre o ombro.

    - Brincadeira, Geral. Voc tem um bom e forte filho aqui. Muito corajoso.No momento, eu no me sinto muito corajoso. Eu assisti a Nmero Um se ferir, malcapaz ela era de se defender enquanto vivia, ela ento certamente inofensivamorta. Eu, por est sendo ligado a ela, me renova a sensao de desconforto quesenti na viagem de avio de volta da Malsia. Eu quase comeo a oferecer Ivan paraser o porco de cobaia de Anu, mas escolho ficar quieto na hora certa.Ivan sentiu prazer ao ver a Nmero Um morrer, isso foi tudo o que ele foi capaz defalar. Para mim, s de pensar faz com que minhas mos comecem a tremernovamente. Eu me contive - pare de ser to covarde, Adamus, esta uma grandehonra, algo que deve ser motivo de orgulho.Eu tento no olhar para a menina morta, nem quando Anu a coloca na cadeira eabaixa o cilindro de metal do teto, coberto com circuitos parecidos com o de um

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    foguete. A grande maioria dos fios ligados a Nmero Um est conectada ao cilindro.Anu faz uma pausa antes de colocar o cilindro no local sobre a minha cabea eespreita para mim.- Voc vai sentir um pequeno choque. - Ele brinca. - Talvez v dormir por algunsminutos. Quando voc acordar, voc vai ser capaz de nos dizer o que esta Garde

    sabia sobre os outros Gardes.Eu percebo que a mo em meu ombro de Anu. Ele aperta com fora.H alguns dias, a minha maior preocupao era saber respostas dissertativassuficientes para os meus deveres, fora os de Ivan. Desde ento, tenho visto emprimeira mo o guerreiro Mogadoriano em que devo ser, e eu no tenho certeza seestou pronto para isto. Agora eu estou sendo obrigado a compartilhartemporariamente meu crebro com meu inimigo mortal. Eu sei que a vontade demeu pai, e que se a mquina funcionar, vai ajudar a nossa causa e honrar a minhafamlia. Ainda, eu no queria admitir isso, mas eu estou com medo.

    Anu coloca o cilindro sob a minha cabea at cobrir o meu rosto por completo. Elee meu pai desaparecem de vista.Eu ouo uma srie de barulhos no laboratrio. Os dedos de Anu passam atravs deuma srie de botes, e o cilindro comea a vibrar.- Aqui vamos ns. - Anuncia Anu.O interior do cilindro explode com luz clara que arde meus olhos, todo o caminhoat a parte de trs da minha cabea. Eu fecho meus olhos, mas de alguma forma aluz ainda penetra. Eu me sinto como se eu estivesse flutuando, com a luzpenetrando atravs de mim, me quebrando em minsculas partculas. Deve ser

    assim que uma pessoa morta se sente.Eu acho que eu grito.E ento tudo que eu vejo a escurido.

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    Capitulo Cinco

    como se eu estivesse caindo.Exploses de cores piscam em toda a minha viso. Haviam formas indistintas -

    rostos, paisagens embaadas - mas eu no posso fazer nada. como estar presodentro da minha TV, enquanto Kelly brinca com o controle remoto. Nada fazsentido, e eu comeo a ficar com sentimento de pnico, uma sobrecarga sensorial.Eu tento manter meus olhos fechados, mas isso intil; isso tudo est acontecendodentro da minha mente.S quando eu sinto que meu crebro est prestes a ser frito como uma batata pelobombardeio de cores, tudo entra em foco.De repente, eu estou de p em um salo de banquetes iluminado pelo sol. A luz sederrama para a sala por uma claraboia atravs da qual eu posso ver rvores

    diferentes de qualquer outra que eu j vira antes, trepadeiras floridas em vermelhoe laranja penduradas nos galhos emaranhados.Embora eu nunca estivesse l, - s olhei para ele a partir da rbita - de algumaforma eu soube que este Lorien. E ento eu percebo que eu sei onde estou porque Nmero Um sabe.Esta uma das suas memrias.No centro da sala h uma grande mesa coberta com comidas estranhas, mas queaparentam ser deliciosas. Os lorienos esto sentados ao redor da mesa, todos elescom vestidos extravagantes e ternos. Eu vacilo quando os vejo - estou em menornmero e meu primeiro instinto correr, mas eu estou preso a este lugar. Nopoderia me mover nem se tentasse, preso nesta memria.Os Lorienos esto todos sorrindo, cantando. Eles no parecem muito alarmadosporque um Mogadoriano acaba de aparecer em sua festa. Foi quando eu percebique eles no podiam me ver. Claro que no, eu sou apenas um turista na mente daNmero Um.E l est ela, sentada cabeceira da mesa. Ela to jovem, talvez cinco ou seis anos,o cabelo loiro puxado em duas tranas que balanam nas costas. Quando os adultosterminam de cantar, ela bate palmas de excitao, e eu percebo que esta a suafesta de aniversrio. No celebramos tais ocasies tolas em Mogadore, emboraalguns grandes guerreiros sejam conhecidos por marcar o aniversrio de suaprimeira morte com uma festa.Que memria intil. O general no vai ficar impressionado se tudo com o que euvoltasse fosse o conhecimento sobre festas de aniversrio Lorienas.Logo o mundo fica borrado de novo e eu estou caindo. O tempo passa em umacorrida e eu estou sendo arrastado, sentindo-me doentemente fora de controle.Outra lembrana toma forma.Nmero Um anda por um campo aberto, com as mos estendidas para que as ervasaltas toquem as palmas das mos. Ela tem talvez um ano a mais que na festa de

    aniversrio, ainda apenas uma criana, vagando feliz em seu planeta no destrudo.Chato.

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    Um se abaixa e pega algumas flores, entrelaando os talos juntos, envolvendo acadeia de flores em torno de seu pulso como um bracelete. Quanto disso que euvou ter que peneirar?Talvez se eu me concentrar eu possa ter algum controle dessas memrias. Eupreciso ver o outro Garde no esta garota, porcaria de Loriena feliz. Eu tento

    pensar sobre o que eu quero ver - as faces dos Gardes, seus Cpans - e ento amemria no campo pisca para longe e eu estou em outro lugar. noite, embora a escurido seja iluminada por dezenas de incndios prximos. Asduas luas Lorienas descansam em lados opostos da linha do horizonte. O chotreme debaixo dos meus ps, uma exploso nas proximidades. Nmero um e oitooutras crianas esto correndo em uma pista isolada, dirigindo-se para um navio.Seus Cpans apressam-nos, gritando ordens. Algumas das crianas esto chorandoenquanto seus ps batem contra a calada. Nmero Um no est, ela olha por cimado ombro enquanto um Lorieno em uma roupa elegante dispara um cone de

    energia de congelamento cor-de-cobalto para o rosto de um Pken rosnando. Osolhos de Nmero Um se arregalam de admirao e medo. isso. A primeira grande expanso. Exatamente a memria que eu precisava ver.- Corra! - O Lorieno de roupa elegante grita para o grupo de Gardes jovens quefogem. Seus Legados totalmente desenvolvidos e poderosos. Ainda assim, ele vaimorrer nesta noite, assim como todos os outros.Eu varro meus olhos sobre as crianas, tentando pegar tantos detalhes quanto eupuder. H um rapaz de aparncia feroz com cabelo preto longo e outra meninaloira, mais nova do que a Nmero Um, sendo carregada por seu Cpan. Nmero Um

    mais velha do que a maioria das outras crianas, um detalhe que eu sei que vaiajudar o meu pai a construir os perfis dos Gardes restantes. Eu conto quantos delesso meninos e quantas so meninas, e tento memorizar suas caractersticas maisdistintivas.- Quem diabos voc?A voz mais clara do que o som dos troves de guerra da memria, como seestivesse sendo canalizada direto em meu crebro.Viro a cabea e percebo que Nmero Um est de p ao meu lado. No a crianaNmero Um da memria, - no, esta a Nmero Um que eu vi pela ltima vez:

    cabelo loiro fluindo pelas costas, ombros prostrados desafiadoramente. Umfantasma. Ela est olhando para mim, esperando uma resposta.Ela no pode estar aqui, o que no faz sentido. Eu aceno minha mo na frente dorosto, imaginando que isso deve ser algum tipo de falha na mquina de Anu. No hnenhuma maneira de ela estar realmente me vendo.Nmero Um bate na minha mo. Estou surpreso que ela pode me tocar, mas depoiseu me lembro de que ns dois somos fantasmas aqui.- Bem. - Ela pede. - Quem voc? Voc no pertence aqui.- Voc est morta. - So as nicas palavras que eu posso reunir.Um olha para si mesma. Por um momento, a ferida enorme pisca no seu abdmen.To rapidamente, ela se foi.

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    - No aqui. - Ela encolhe os ombros. - Estas so as minhas memrias. Ento aqui euacho que voc est preso a mim.Eu balancei minha cabea.- impossvel. Voc no pode estar falando comigo.Um olha para mim, pensando.

    - Seu nome Adam, certo?- Como voc sabe disso?Ela sorri.- Estamos compartilhando um crebro, Garoto-Mog. Acho que isso significa que eusei uma coisa ou duas sobre voc, tambm.Em torno de ns, todos os Gardes que estavam fugindo tinham embarcado em seunavio, os motores agora roncando para a vida. Eu deveria estar escaneando o naviopara todos os detalhes teis, mas eu estou muito distrado com a menina mortazombando de mim.

    - Seu General assustador/burro vai ficar to decepcionado quando voc acordarcom nada suculento para dizer a ele. - Ela me agarra pelo cotovelo, e a sensao to real que eu tenho que me lembrar de que este basicamente apenas um sonho.Um sonho em que a Nmero Um est de repente no controle.- Voc quer as minhas memrias? - Ela pede. - Vamos l. Eu vou dar-lhe uma visitaguiada.Quando a cena muda novamente, eu comeo a entender o que aconteceu.Eu estou preso aqui com meu inimigo jurado. E ela parece estar no comando.

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    Capitulo Seis

    Desta vez a mudana da memria diferente. Antes eu estava caindo ao longo dotempo, caindo atravs da memria. Agora me sinto imvel, e de repente eu estou

    do lado de fora de uma fazenda em Coahuila, Mxico. Nesta memria, Um e suaCpan esto carregando caixas para a casa. dia de mudana. Este o primeirolugar onde Um e sua Cpan (Hilde, o nome de sua Cpan era Hilde) se instalaramdesde que aterrissaram na Terra e seguiram caminhos separados.- Espera. Como eu sei de tudo isso? estranho. Alm de encontrar-me existindo aqui, observando este momentoparticular na vida de Um, eu tambm tenho um sentimento geral de suaslembranas da poca. Eu sei de coisas que ela sabe e lembra, suas memrias. Asmemrias so to vivas, que como se fossem minhas. como se eu fosse ela.

    A Um fantasma aparece ao meu lado, assistindo comigo a verso mais jovem de simesma e Hilde, enquanto arrumam os pratos na cozinha. assustador t-la aqui,me d uma sensao de vertigem. Tento ignor-la, mas ela segue falando.- Ns ficamos ali por um tempo. - Diz ela, soando quase melanclica. - Ento, Hildepensou ter visto alguns de sua espcie bisbilhotando a cidade, portanto, tivemosque sair.Os Gardes se mudam muito, de cidade a cidade, pas a pas; seus movimentos soimprevisveis. Meu pai vai querer saber disso. completamente o oposto damaneira como os Mogadorianos tm feito, consolidar nosso poder em bases detodo o mundo. por isso que eles so to difceis de rastrear.- Hilde, era uma droga algumas vezes. - Diz Um, observando sua Cpan. -Provavelmente, muito parecida com o idiota do seu pai. Exceto, que voc sabe sermalvaado.

    Um enfatiza o malvaaado, esfregando seus olhos.-Cale-se! - Eu cuspi, parecendo mais irritado do que eu mesmo percebi que estava.Voc no o conhece.Apesar de tudo, me encontro estudando Hilde. Ela est no final dos cinquenta, eseu rosto est enrugado, tanto com as linhas naturais da idade quanto do desgasteprematuro de estresse. Seu cabelo cinza fortemente vinculado em uma tranasevera. Seus olhos tm uma dureza, a voz dela de ao e medida, mesmo quandoapenas dizendo a Um (A Um de verdade) em que lugar vo os pratos. Na verdade,lembra mesmo o General.- E apesar de tudo, eu a amava como uma me. - Diz a Um fantasma, e noto umatristeza em sua voz.Minha mente voa para a velha morta que ns deixamos para apodrecer na Malsia,e eu sinto algo como culpa, mas rapidamente afasto. Ela est mexendo com a sua

    cabea, Adamus.- Eu gostaria que voc parasse de falar comigo. - Digo a ela.

    - Sim? Bem, eu desejaria que seu povo no tivesse me matado.

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    Depois de Mxico, Um e Hilde se mudam para Austin, Texas. Eu tento sair dessasmemrias, para voltar noite na pista de Lorien, onde eu possa realmenteencontrar algo de til, mas a Um no me deixa. De alguma forma, ela est mebloqueando. Eu posso ser um hspede no convidado em sua mente, mas ainda dela. Ela no pode me chutar para fora totalmente, mas ela tem algum controle

    sobre quais salas eu estou autorizado a visitar.Na maioria das vezes, quando eu tento forar o meu caminho atravs de suamemria, a Um me faz ver uma de suas sesses de treinamento dela e de Hilde.- Eu costumava odiar estes. -Um diz, sorrindo. - Espero que voc sinta o mesmo.Hilde uma especialista em artes marciais, um estilo de luta que nunca iriaintroduzir nos treinamento de Mogadorianos, onde a fora bruta valorizadaacima de tudo. Hilde utiliza uma arte marcial de defesa, que usa o prprio impulsode um atacante, com focos graves em centros nervosos que iro incapacitartemporariamente o inimigo.

    Preso nessas lembranas, quando o tdio total, encontro-me imitandomovimentos de Hilde, praticando ao lado da Um mais jovem. Eu sei que nada disso real, que tudo da minha mente. Ou a mente de Um. Eu no estou to certo deque h uma diferena.Meu corpo nunca serviu para os treinamentos de combate de Mogadore, para adecepo do meu pai e a diverso de Ivan. Mas, em suas memrias, eu nunca mecanso. Mesmo que este treinamento seja basicamente imaginrio, bomfinalmente poder me mover de uma maneira que me convm. Alm disso, eu tenhoque reunir informaes. Como os Gardes lutam uma informao essencial.

    Nas memrias de treinamento anteriores, Um uma aluna impaciente. Ela praticacom Hilde do amanhecer at o pr do sol, ouvindo extasiada como Hilde contahistrias dos heris Lorienos que ela ajudou a treinar. Hilde est cheia de contos deconcorrncia honrada, de batalhas nobres que se lutaram em Lorien. Elas tm oobjetivo de inspirar, para demonstrar a Um o esprito de perseverana Lorieno. Emcomparao com as histrias no Grande Livro, h uma surpreendente falta deviolncia sangrenta e dizimao neles.- Um dia - Diz Hilde. - Voc vai tomar o seu lugar entre eles como uma grandeherona para o nosso povo. Voc ser conhecida como aquela que protegeu os Oito.

    Eu posso sentir o orgulho crescer na Um com as palavras de Hilde, mas tambm advida. H uma parte dela que se pergunta como ela pode, eventualmente, ficarsozinha em oposio aos Mogadorianos que conquistaram seu planeta inteiro emuma nica noite.- Eu sempre me perguntei por que eu no poderia ter a sorte de ser o NmeroNove. - Diz Um, enquanto pratico posies com sua verso mais jovem. - Mas no,eu tinha que ser a primeira. Tambm conhecida como a mais condenada de noveidiotas condenados. Os ancies realmente me ferraram.Em Austin, Hilde permite que Um comece a frequentar a escola, para que eu meadaptasse. Arrastando-me sobre essas memrias de suas aulas. A escola parece tointil. O general nunca nos deixaria livremente para socializar com os humanos. Eainda assim, as memrias passam, eu me vejo sendo atrado para a vida de Um. Ela

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    faz alguns amigos, se dedica a andar de skate, e tudo comea a se parecer com umavida normal. Ao mesmo tempo, seu treinamento decaiu. Ela comea a faltar nassesses, mesmo depois de ter desenvolvido sua telecinese, que quando eladeveria estar treinando em dobro. Apesar de sua rigidez, Hilde no pode fazermuito pela Um, se ela sai de uma janela para sair com seus amigos. Como voc ser

    a ltima esperana de uma raa em extino? Eu realmente no me importo com avida social de Um. Esta menina o inimigo do meu povo. Sua morte inevitvel, jaconteceu. E ainda assim... ao mover-me em suas recordaes, no posso evitar suasituao.Mesmo quando ela viaja a Terra sob a constante ameaa de execuo, me diperceber que tenha chegado a ver mais deste planeta do que eu. O general nuncanos permitiu viajar para fora de Washington. Hilde pode ser uma Cpan difcil, masela ainda permite que Um v para escola, que faa amigos e que viva uma vida queno est dedicada somente Guerra.

    Eu me pergunto como isso. Pergunto-me como seria minha vida sem anecessidade de servir expanso Mogadoriana, sem instrues e treinos, e asleituras supervisionadas do Grande Livro de R.- Este algo assim, como um dos meus momentos favoritos de toda a minha vida. -Diz a Um fantasma, introduzindo a memria de quando d um soco numa lder detorcida. A lder que comeou, ela estava mexendo com Um desde que ela comeou air para escola em Austin. estranho, mas eu sinto um pouco de satisfao por Um. claro, com o soco ela fica expulsa da escola, que a razo para Hilde precisarmudar novamente. Elas deixam Austin, em uma caminhonete desmantelada, indo

    para a Califrnia. Um vai de mau humor no banco do passageiro o caminho todo,reclinando para trs e ignorando Hilde em favor das trs conchas do mar quemantm levitando sobre ela com sua telecinese.Ns Mogadorianos fomos avisados que a telecinese dos Gardes mortal. AssistindoUm equilibrar as conchas, amassando o nariz na concentrao, no parece tomortal, mas bem fascinante. E no s a telecinese, mas a maneira como o cabeloruivo dela est cado sobre os ombros...Eu me afasto. Estava apenas verificando a Garde morta, cujas memrias eu roubei!Eu digo a mim mesmo que era para fins de pesquisa, apesar de uma descrio

    sobre como o sol reflete os tufos arruivados do lindo cabelo de Um, no umainformao que meu pai espere.Quando elas chegam Califrnia, Hilde tenta inspirar Um com algum tipo de magiaLoriena para que ela comece a retomar seu treinamento mais a srio.- Voc vai querer ver isto. Diz a Um fantasma, aparecendo ao meu lado paraassistir.Hilde usa ao que parecer ser uma esfera de vidro e cria um mapa flutuante dagalxia de Lorien. O cosmo rotativo, o sol laranja brilhante, e o planeta Lorien,cinza e morto.- Voc v o que os Mogadorianos fizeram? - Hilde pergunta a Nmero Um maisjovem. Um balana a cabea, olhando para o planeta em runas. Hilde avana sobrea orbita flutuante de Lorien e suavemente sopra em toda a sua superfcie. Lorien

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    parece como deveria ser antes da Primeira Grande Expanso: rica e exuberante,prspera. A mudana desaparece rapidamente, o planeta volta cinza novamente.- por isso que ns lutamos. - Disse Hilde tranquilamente, com os olhoslacrimejantes. - No apenas para vingar o nosso planeta e nosso povo, e um diadevolver a vida de Lorien, mas para evitar que esse seja o destino da Terra

    tambm. Voc entende por que voc to importante?Eu no presto ateno resposta de Um. Estou muito distrado pela viso deLorien. Sua superfcie est negra, horrivelmente carbonizada, a atmosferaarruinada do planeta vazando para o espao ao redor. Vendo um planeta comoeste, a vitria maior do meu povo no parece algo do que se orgulhar.- isso que voc quer para todo o universo? Um fantasma me pergunta,apontando para sua casa destruda.- Eu nunca vi isso antes. - Eu respondo, tentando manter minha voz neutra. A visode Lorien me perturba. Pensar tais pensamentos uma traio, mas se a nossa

    vinda Terra significa a metade da destruio que chegou a Lorien, ainda seria umlugar em que vale a pena viver?- isso que o progresso Mogadoriano parece? Pressiona Um fantasma.- Por favor. - Eu disse, balanando a cabea. - Pare de falar comigo.Eu s quero que ela v embora. Eu no quero que ela veja a minha dvida.

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    Direito, juntar-me ao meu pai em sua firma. Plano de vida burgus. Isso s no foipara mim, sabe?- Eu entendo. - Respondeu Um, muito mais interessada nos msculos de Wade doque em tudo o que ele estava dizendo. Suponho que ela gostava dele ou pelo menosgostava de estar com ele, uma coisa que deixava Hilde chateada. Eu consegui ver a

    atrao.- Ento eu deixei toda aquela cena pra trs, subi na minha camionete e decidisurfar por toda a costa. No existe um plano. Eu s vou, digamos, viver por umtempo. - Wade fez uma pausa. - Ei, algum j lhe disse como seus olhos soassombrosos?Um se derreteu. Ah, vamos l, eu penso e o fantasma de Um aparece ao meu lado.- Me d uma folga. - Diz ela. - Ele sexy e eu era estpida. Quer dizer, eu no era toestpida. Eu sabia que ele era cheio de si, obviamente. Mas, olhe para ele. Ele sexy.

    - Eu no sei. - Digo conscientemente.Esta memria aconteceu meses antes de Um deslizar em seguida. Ainda estamos napraia e Um tira sua roupa de mergulho e se senta na areia ao lado de Wade. Ela foiaos poucos fugindo de seus treinamentos para vir surfar com Wade. Um e Hildemal se falavam, exceto quando Hilde tentava castig-la.Eu no podia apreciar as memrias com Wade. Elas so irrelevantes para a causaMogadoriana. Alm disso... Eu sinto que Um poderia estar fazendo muito melhor.- Eu estava me divertindo. - Diz Um, aparecendo para se defender de novo. - Eugostava de fingir que era normal.

    Eu no digo nada.- Voc nunca quis ficar longe de tudo isso? - Pergunta um. Ela sabe que sim. Ela jvasculhou meus pensamentos tambm. - Voc e esse perdedor gastam muitotempo em DC, e voc nunca fala com outras crianas.- proibido.- Por qu?- Porque interagir diretamente poderia comprometer a integridade da operao. -Eu respondo, citando o Grande Livro.- Voc fala como um rob. - Diz ela. - Eles no querem que voc se envolva com os

    humanos, porque ento seria mais difcil para voc mat-los. Assim como eu.- O que quer dizer com como eu?.- Eu quero dizer que voc meio que gosta de mim. - Diz ela olhando para mim deuma forma que me faz sentir-me desconfortvel. - Eles no sabiam o que estavamfazendo quando enviaram voc aqui. Se voc soubesse tudo isso sobre mim antes,voc ainda iria querer me matar?Minha cabea di s de pensar nisso, eu e Um a uma onda de distncia. Eu noestou pronto para voltar para a memria da margem do rio, na Malsia. Ento, eume lembro de que a Malsia no futuro, no no passado.- No se sinta mal. - Diz ela. - Eu no sei se eu iria querer matar voc tambm.

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    Capitulo Oito

    Assim como meu pai a encontra. O General no me contou esses detalhes, masagora eu sei: Wade acredita em tomar uma posio contra o capitalismo, e aplica

    roubando lojas cada vez que tem uma oportunidade. Ele tambm fala, s vezes semparar, sobre a coleo de discos incrvel que foi forado a deixar para trs quandodeixou a manso de seus pais.Isso coloca uma ideia na cabea da Um. Ela vai para furtar alguns discos para ele daloja que est junto praia. Parte dela quer impressionar Wade, outra parte dela squer experimentar a emoo de que ele falou. Mas pegam a Um e arrastam parafora da loja com uma mochila cheia de mercadorias. O dono da loja um tipolevam-o-prisioneiro, assim que chama a polcia.- Como ouvir isso Wade? - Eu pergunto. - Ser que sua caminhonete tem um toca-

    discos?Um sorri observando seu antigo eu sendo algemada.- Eu nem sequer pensei nisso.Levam a Nmero Um para a delegacia de polcia. Sua av contatada. A polciaacaba deixando ela em liberdade, mas com um aviso. Um detetive observaparticularmente a marca do encanto lrico no tornozelo da Um, fazendo perguntasse ela faz parte de alguma gangue.-Sim. - Zomba Um. - Eu estou em um grupo chamado os invasores do espao. Nsfazemos surf ao invs de tiroteios. No h salva-vidas que possa nos parar.O detetive no parece encontrar muita graa na piada de Um, assim que tira umafoto da Um, e tambm uma da marca do encanto lrico, ele carrega duas imagenspara um banco de dados estadual. Assim que o flash da cmera se apaga, eu sei quefoi isso o que aconteceu.O meu povo tem equipes trabalhando o tempo todo patrulhando a internet, atmesmo os sites governamentais internos, para pistas como esta. Temosinteligncias artificiais criadas que no fazem nada, mas alimentam imagensdigitalizadas para qualquer coisa parecida com o encanto lrico.Depois de quatro anos de pesquisa, Um est no nosso radar.Hilde no d um sermo em Um enquanto a pega na delegacia. Ela no precisa depalavras para expressar sua decepo. Um sabe o que significa ter sua foto tiradapela polcia.Pela primeira vez, o lado rebelde de Um d lugar ao medo. Ela embala uma bolsacom as mos trmulas, antes mesmo de Hilde pedir. Lembro-me da forma comominhas mos tremiam depois que eu a vi morta. S a partir da que a guerra queestamos lutando comeou a me parecer real. Um deve estar se sentindo da mesmaforma agora.Desta vez, elas viajam com rapidez. Hilde acha que elas precisam sair da Amrica.Elas correm para o aeroporto e embarcam no primeiro vo internacional que

    podem. Seu destino a Malsia.

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    Um nota os dois homens plidos vestidos de terno no aeroporto, mas ela nopercebe quem so. Eu sim. Reconheo minha gente.Apesar de todas as suas precaues, todo o seu treinamento, todo o seuconhecimento de seus inimigos, o que to claro para mim completamentedespercebido por Hilde e Um. Uma equipe de explorao Mogadoriana esta atrs

    delas. Eu sei o protocolo em uma situao como esta. Quando o meu povo tem umapista sobre um Lorieno, os IVA exploradores so enviados para todos os lugares departida imaginveis. Cobrimos todos eles: aeroportos, trens e estaes de nibus,cabanas de aluguel de automveis. Seu objetivo no se envolver. Seu trabalho vigiar a Nmero Um.- Tem que despist-los. - Eu me encontro murmurando. - Voc precisa dar perdidonos exploradores antes de fugir.- Oh, obrigado por me dizer, amigo. - Disse a Um junto a mim. Ela tem um olhartriste em seu rosto ofuscado.

    Por alguma razo, me posiciono entre a Um e os exploradores. No faz sentido, eusou um fantasma aqui, eles veem atravs de mim. E, alm disso, isto j aconteceu.No posso fazer nada que pudesse mudar isso.Meu estmago cai ainda mais quando embarco no vo para a Malsia. Eu no possover os exploradores, eles desapareceram no meio da multido. Contudo, sei o queesto fazendo. Eles esto contatando por radio meu pai, ou algum outro superior,organizando para ter uma equipe de exploradores esperando do outro lado dooceano, esperando a aterrisagem do voo de Um. Minha equipe.Tenho pavor de ver o que vem a seguir.

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    Capitulo Nove

    Hilde e Um se escondem em uma casa abandonada em palafitas no Rio Rajang. Seusvizinhos mais prximos so os macacos que habitam a floresta e gritam sem parar.

    Hilde est planejando uma viagem a Kuala Lumpur, para obter algum dinheiro dasua conta corrente, o suficiente para financiar seu prximo movimento. tranquiloaqui, sem nenhuma das distraes dos Estados Unidos. Quando o rio est claro, Umpratica sua telecinese na praia.Quando a nossa equipa chega (depois de um vo interminvel que no sei dequantas horas foi), eu perdi completamente a noo de que dia hoje. Tudo o quesei que o sol comea a subir.Hilde ouviu a chegada da primeira onda. Nossos soldados no fazem nenhumesforo para esconder sua abordagem, tem a casa cercada. Hilde sacode a Nmero

    Um para despertar, quando os guerreiros destroem com um chute a porta.A Cpan move-se rapidamente mesmo sendo uma mulher velha. fcil v-la comouma grande professora de artes marciais, treinava jovens Gardes quando estavaem Lorien. Facilmente se esquiva do ataque de um punhal, enterrando seu punhona garganta de um guerreiro sem equilbrio. Antes da queda do Mogadoriano,Hilde envolve seus braos ao redor da cabea de um segundo mogadoriano,quebrando seu pescoo. Me pego incentivando-a, em seguida, eu paro.O Mogadoriano seguinte que passa atravs da porta se move na direo de Hilde,ele faz uma chave de brao na cabea dela; mas Hilde faz um movimento to sutilque mal pude ver, e consegue inverter o movimento, jogando-o sobre suas costas,embora ele tenha duas vezes o seu tamanho.E ento, quando um mogadoriano saca do seu blazer uma arma, e esquecendoordens, para no deixar passar sua humilhao sbita, dispara diretamente nopeito. Quando Hilde bate no cho, Um grita. A casa inteira balana, j que suasoscilaes vibram repentinamente. Gritando de dor e agonia, Um chuta o cho.Uma onda ssmica explode em seus ps, quebra o piso arremessando para longe osmogadorianos.Seu primeiro Legado... tarde demais.O pouco que resta da casa equilibrado sobre palafitas. Enquanto mogadorianos sereagrupam l fora, Um envolve Hilde em seus braos. A ferida fatal. Hilde cospeuma bolha de sangue quando tenta falar.- No muito tarde para voc. - Hilde diz. - Voc tem que fugir.Um est chorando, ela se sente responsvel, se sente impotente.- Eu falhei. Um diz entre soluos.- No, voc ainda no falhou. Contesta Hilde. - V. Agora.Eu estou de p ao lado dela, desejando que se mova, mas eu sei o que a estesperando na praia. A Um fantasma, a menina morta, que tem sido minhacompanheira atravs de todas essas lembranas, tem me abandonado nesta hora.

    No tem estado comigo desde o aeroporto.

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    Um hesita por um momento pelo pedido de Hilde, e depois, sabe que sua nicaopo ser lanada atravs de uma janela da casa, ento, caindo pesadamentesobre o rio. Os mogadorianos encontram-na na praia.O teto da casa caindo passa por mim, sem causar qualquer dano. Observo a Um quese prepara para outro estalo ssmico, experimentando seus novos poderes, e a

    costa do cho molhado se abre para engolir uma parte do avano mogadoriano.Eu me lembro disso. Eu olho cuidadosamente ao longo da borda, me perguntandose poderia ter visto de onde Ivan e eu assistimos com o meu pai. Mas no, eleestava longe, a sua ateno estava voltada para a batalha ao redor.Deveria me aproveitar disto, a chance de reviver esta grande vitria ao vivo edireto. No h nada que algum no seria capaz de dar para participar de novodisso como Ivan. um dos destaques da dominao mogadoriana. E ainda sim,quero afastar-me. Eu tinha vergonha de admitir pela primeira vez, mas no agora.Repulsa-me estar na batalha, contra uma adolescente desarmada que luta contra

    dezenas de mogadorianos altamente treinados. claro, Um no est completamente indefesa. O terreno ao seu redor continuaagitado, fazendo com que os mogadorianos tropecem e percam seu equilbrio.Recolhe algumas partes pontiagudas da casa com a sua telecinese e as lana paraos mogadorianos mais prximos. Os guerreiros em que ela atira se desintegramvirando cinzas que se perdem na gua lamacenta do rio.Eu no sinto nenhuma compaixo pelos soldados mortos. Nos ensinaram que asperdas so aceitveis. Estas equipes de ataque so dispensveis.Um est exigindo muito de si. Seu legado recentemente descoberto est apenas

    abaixo do controle, sua telecinese est descuidada por ter abandonado algunsmeses de treinamento. Est quase se esgotando, e os mogadorianos continuamchegando. Finalmente, um dos maiores guerreiros nascido em tanque consegueescapar da sua defensiva e ataca Um por trs, puxando-a fortemente por ambos osbraos, a imobilizando. Ao fazer isso, Um grita de dor, pouco antes conseguir sesoltar de suas mos.No foi um grito forte, provavelmente mais um grito de surpresa do que de dor,mas isso o suficiente para que os mogadorianos compreendam. Ela foi ferida. Elespodem feri-la.

    E ento as coisas mudam. Eu sei muito bem o treinamento dos Mogadorianos, paraver como muda instantaneamente a estratgia dos soldados. Eles sabem quem ela. Nmero Um. Eles podem mat-la. E cada um quer ser o que pode faz-lo.Um entra em pnico, to cegamente lutando contra o guerreiro que no nota qualmogadoriano atinge essa glria em particular. Eu no sei o nome do guerreiro;simplesmente outro soldado annimo sob as ordens de meu pai. Ele se aproximapor atrs, com a espada flamejante e preparado. Ele leva o seu tempo, traandoseus passos cuidadosamente pelo cho que vibra.Quando chega perto o suficiente, o guerreiro lana e enterra sua espada em Um, almina sai de seu abdmen. A partir de agora, ele vai ser um heri do meu povo.Talvez a nica coisa boa sobre a morte que voc nunca tem que reviver. Nuncatem que se lembrar da dor. Em exceo a Um. Embora tenha estado fora do

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    aeroporto, de repente, a Um fantasma surge do meu lado repentinamente. Encosta-se e solua, sua mente grita para mim atravs da lembrana que compartilhamos.Posso sentir que morreu.Sua mente lateja de dor e medo. Quando isso acontece, eu sinto que o bloqueiomental se desmancha e cai como se fosse as paredes da casa. Ela perdeu o controle

    das suas lembranas.Agora a minha chance de voltar pista de aterrissagem de Lorien, e ver o asidentidades dos outros Gardes.Enquanto o corpo de Um cai sem vida no cho, tudo comea a se perder outra vez,como aconteceu quando entrei pela primeira vez na memria da Um, exceto queagora eu tenho controle. Passo para trs em suas memrias, sabendo exatamente oque quero ver.

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    Capitulo Onze

    Eu acordo em meu quarto. Meu quarto, de volta em Ashwood Estates. Eu no estoumais na vida da Um.

    de manh, e meus olhos se ajustam lentamente luz. Di para abri-los.Sinto que meu corpo inteiro est dolorido e fraco. No consigo me sentar, masrespiro profundamente algumas vezes e foco em tentar sentir meus dedos dos ps.Eu estou coberto por duas camadas de cobertores. Um dos meus braos plidos -mais plidos do que de costume - descansa em cima dos cobertores, ligado a umtubo plstico que contm nutrientes. Estranho.Por quanto tempo eu estive fora para que eles tivessem que me ligar a essesaparelhos?Eu escuto um barulho ao meu lado e lentamente, dolorosamente viro minha

    cabea. Tem uma garota ajoelhada no cho ao lado da minha cama, de costas paramim. Ela magra e desajeitada como um pr-adolescente. H algo estranhamentefamiliar nela, e eu me esforo para tentar reconhec-la como algum da vizinhana.O que ela est fazendo no meu quarto?A garota tem um faa o seu piken espalhado pelo cho sua frente. semelhantea um dos jogos de qumica da Terra, um dos poucos jogos permitidos para nsmogadorianos. Eu estou muito fraco para falar, ainda lutando para a umidadevoltar para a minha boca desrtica, ento eu assisto em silncio a garota arrastarum bisturi para baixo do corpo de uma minhoca se contorcendo. Em seguida elaenche um conta-gotas com uma soluo clara e goteja na ferida aberta do bicho.A minhoca s se contorce no inicio, mas depois o seu corpo comea a se contorcer emudar. Pedaos de carne flexvel comeam a sair da ferida onde foi derramada asoluo. A garota pega um par de pinas e com cuidado estende a carne, ajudando-o a se formar em seis partes finas, como pernas de aranha. Hesitantemente ominsculo piken consegue colocar as pernas debaixo dele, levantando a toro quecontinua sendo parte da minhoca. Ele arrasta alguns passos pelo cho, em seguidaentra em colapso.A garota assiste com sua cabea inclinada como a minhoca-piken tenta recuperarseus ps. Ele no pode, derrubado sobre o que seriam suas costas, suas pernaschutando impotentes no ar. Depois de um tempo de luta intil, as pernas do pikenparam de se mover e se desintegram em cinzas. A menina limpa as cinzas com umpano mido e pega uma nova minhoca de uma caixa prxima.Alguma coisa sobre isso me faz sentir-me incrivelmente triste. No pela minhoca,mas mais pela garota. perturbador ver como ela altera e mata a minhoca tocasualmente. Isso me deixa desconfortvel, pensar como o valor da vida pequenopara o meu povo. Assim que eu tenho esse pensamento, eu sinto um estranhodesconforto no estmago. Vai contra tudo escrito no livro; na crena do meu povo.Uma imagem da Um empalada pela lmina mogadoriana me vem mente. Eu a

    afasto.

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    Eu tento me ajeitar um pouco melhor na cama, e fao um barulho. A menina vira acabea bruscamente, ela arregala os olhos quando me v a olhando.- Voc est acordado! - Ela grita animada.Kelly. A menina minha irm. Mas... Ela cresceu. Quando ela se levanta, fica claroque ela est quase uns trinta centmetros mais alta do que da ltima vez que a vi, o

    que deve ter sido ontem de tarde, embora parea mais tempo. Muito mais tempoaparentemente.- Quanto... - Eu tossi, minha garganta doendo. - Quanto tempo? - Eu consigo dizer.Kelly j tinha atravessado a porta, gritando no andar de baixo para nossa me. Elacorre de volta ao meu encontro.- Trs anos. - Ela diz. - Por R, voc esteve dormindo por trs anos!

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    Capitulo Doze

    Eu olho para mim mesmo no espelho do meu quarto. Eu estou mais alto do que euera. Estou mais magro, tambm. Mesmo achando que isso no fosse possvel.

    Qualquer que seja a coisa a que meus pais tenham me ligado durante o coma, comcerteza no fez crescer nenhum musculo. Eu sugo ar em uma respirao profundae vejo minha caixa torxica se projetando na pele muito plida do meu peito.At mesmo estar em frente ao espelho, examinando meu corpo trs anos maisvelho, tem um preo fsico. Eu devo parecer trmulo, porque minha me me agarrapelo cotovelo e me leva de volta para a cama. Ela est quieta desde que enxotouKelly e seu disparo rpido de questes para fora da sala, dando-me tempo paraachar eu mesmo. Sou grato por isso. Minha me sempre foi a gentil da famlia, parao desgosto do General.

    Posso dizer pelo jeito que ela me olha que ela no esperava que eu acordasse. Elaacaricia meu cabelo.- Como se sente? - Ela pergunta.- Estranho. - Eu respondo. verdade, sinto meu corpo fraco e estranho, como se eletivesse crescido sem mim. Mas mais do que isso. Me sinto estranho estando devolta com meu prprio povo, sabendo o que eu sei agora. At a minha me, aquiacariciando meu cabelo, uma guerreira brutal de corao, com a inteno dematar a Garde.Eu lembro da imagem dos Mogadorianos atacando a Um, sentindo seu medo e suaraiva de novo. Eu no posso ajudar, mas vejo o rosto da minha me em um dossoldados. Enquanto suavemente ela pega minha mo na dela, eu estou imaginandominha me mergulhando uma espada nas costas da Um.De repente, eu no confio na minha prpria famlia.- Eu no me lembro de nada, - Eu digo, mesmo sem ela ter perguntado. - a mquinano funcionou.Minha me concorda.- Seu pai vai ficar desapontado.Eu decidi mentir enquanto ainda estava vivendo nas memrias da Um, quandoestvamos sentados juntos na praia. Eu no irei contar nada que vi ao meu povo.No que alguma coisa que eu aprendi iria ajudar Mogadore a vencer esta guerra dequalquer jeito. O que eu poderia ao menos dizer? Que ao contrrio dosMogadorianos, os Lorienos podem desenvolver individualidade? Que a liberdadede doutrinas deles como no grande livro, simultaneamente sua maior fora e seuponto fraco? Que eu vi o que nosso povo fez para Lorien e que uma merda?Sim, isso seria demais.Sou grato por poder testar essa mentira com minha me. Quando chegar a hora dedizer ao General, ele no vai ser to gentil.- Dr. Anu ter de voltar prancheta de desenho, eu acho. - Digo, sondando um

    pouco para ver se ela acreditou em tudo.- Isso no ir acontecer, - Responde minha me. - quando voc no acordou...

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    Ela hesita, mas eu no preciso que ela termine de me dizer. Eu posso imaginar oGeneral furioso, invadindo o laboratrio de Annu e sacando sua espada.- Seu pai nunca gostou de Anu. Honestamente, do jeito que aquele velho homemfalava, eu estou surpresa que isso no tenha acontecido antes.H passos pesados na escada, vindo para o meu quarto. Ento ai vem o General

    finalmente. Aqui para interrogar o seu nico filho de sangue, provavelmente pararepreender-me por no acordar mais cedo.- E ai magrelo?Ivan se inclina na porta, sorrindo. Quantos anos ele deve ter agora? Quatorze? Eleparece como o zagueiro de um time de futebol americano de alguma escola. Comoeu, Ivan ficou mais alto nesses ltimos trs anos, mas ele est maior em todos osaspectos possveis. Eu imagino todo treinamento de fora e combate que ele vemfazendo sem mim, provavelmente treinado pelo prprio General. Eu imagino comosuas notas de teoria Mogadoriana tm se sado sem mim por perto para ensin-lo.

    - Voc teve um bom cochilo? - Ele pergunta.- Sim, - Eu murmuro. - obrigado.- timo. - Ele diz. - De qualquer forma, o pai quer te ver l em baixo.Eu sinto minha me ficar tensa ao meu lado.Desde quando Ivan comeou a chamar o General de pai?- Adamus precisa descansar. - Diz minha me.Ivan bufa.- Tudo o que ele vem fazendo descansar, - Ele diz, ento se vira para mim. -Vamos l, se vista.

    H um tom familiar de autoridade em sua voz. Ele soa muito com o General.

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    Capitulo Treze

    Eu estava esperando que Ivan me levasse ao escritrio do meu pai, mas em vezdisso descemos de elevador indo para os tuneis abaixo de Ashwood Estates.

    - Voc acordou em tempo para alguma ao. - Ele diz.- timo. Respondo, lutando para no soar indiferente. - O que est acontecendo?- Voc vai ver. - Ele diz. - Uma grande confuso rolando l em baixo.Quando as portas do elevador rangem se abrindo, Ivan me da um tapa nas costas.No meu estado de fraqueza, eu tropeo alguns passos para frente. Eu teriaprovavelmente cado no cho se Ivan no tivesse me segurado. Ele me puxa paraum abrao fraternal, mas alm de uma fora intimidante, eu sinto um tipo deameaa na maneira que Ivan bate rude em minhas costas. Minhas mos comeam asuar.

    - Srio. - Ele sussurra. - bom que voc acordou. Nosso pai vai ficar satisfeito queseu filho favorito est finalmente bom.Ivan me leva sala de reunio. L, duas dzias de mogadorianos guerreiros estosentados em um semicrculo diante ao General. Meu pai est to grande comosempre, sua presena imponente comanda a ateno de todos reunidos, nenhumdeles ao menos notou quando Ivan e eu deslizamos para a sala.Projetado na parede atrs do meu pai est a imagem de um homem ruivo em seusquarenta e poucos anos. A imagem granulada; parece ter sido retirada deimagens de vigilncia.- Este homem, - Meu pai entoa, com a respirao entrecortada. - chama-se ConradHoyle. Acreditamos, com base em dicas de vrias fontes como vigilncia extensiva,que ele um membro da insurgncia Lrica. Um Cpan.Meu pai aperta um boto no controle remoto em sua mo. O rosto de Conrad Hoyle substitudo pela imagem de uma casa incendiada em uma rea rural.- Uma de nossas equipes teve um confronto com Conrad nessa localizao nasmontanhas escocesas. Ns tivemos grandes perdas. Hoyle conseguiu escapar.Aparece outra imagem. Conrad Hoyle est sentado em um trem, sua ateno focadana tela de um laptop. Quem seja que tirou essa foto claramente o fez com a cmerade um celular escondido algumas fileiras frente de Hoyle.- Uma segunda equipe conseguiu pegar a trilha de Conrad e veem seguindo-odesde ento. Ns acreditamos que ele e seu companheiro, um alvo prioritrio daGarde que sabemos ter cerca de treze anos e do sexo feminino, se separaram.Logicamente Conrad e seu Garde tm uma casa segura onde planejam se reunir.Uma cidade aparece atrs do meu pai, e eu a reconheo dos meus estudos sobre osprincipais alvos urbanos da Terra.Londres.- Conrad Hoyle se dirigi Londres. - Continua o General. - L, acreditamos que eleir se reunir com o seu Garde e tentar desaparecer.

    Meu olhar passa pelos guerreiros na sala. Todos esto prestando ateno estritaem meu pai. Mas alguma coisa est fora de ordem.

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    - Vamos seguir Hoyle Londres e esperar que ele nos leve garota. E vamosexterminar ou apreender os dois. De preferncia exterminar.Assim que o general faz esse pronunciamento, eu a noto. Ela est sentada naprimeira fila.Seu cabelo loiro se destaca no meio desse encontro de corpulentos mogadorianos

    de cabelos escuros. Mas ningum a nota.Ningum mais pode ao menos v-la.Lentamente, Um vira em seu assento. Ela olha diretamente para mim.- Voc tem que det-los! - Diz Um.

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    Capitulo Quatorze

    H uma sala de conferncias que est vazia, exceto pelo General e Ivan. Estousentado em uma das mesas que anteriormente ocupavam um guerreiro

    mogadoriano. Minha cabea est nadando, assim como foi primeira vez que euacordei. Meu pai est pendurado em cima de mim, me estudando. Deixando umcopo de gua em cima da mesa, eu o bebo com avidez.- O que aconteceu? - Eu pergunto.- Voc desmaiou. Diz Ivan rindo.Meu pai vira para Ivan.- Menino. Grunhe - Saia.Enquanto Ivan sai da sala de mau humor, volto a pensar nas informaes, naapario da Um. Estava alucinando? Sinto que foi real, como todos esses momentos

    em que falamos dentro das suas recordaes, mas tudo isso foi um sonho, umacriao da minha mente. No seria capaz de ter aparecido agora. No faz sentido.De alguma forma, sei que no era uma alucinao. De alguma maneira, Um estavadentro da minha mente.Eu percebo que estou tremendo. Coloco minha cabea em minhas mos, tento meconcentrar, para ficar equilibrado. O General no vai tolerar esse tipo de fraqueza.A grande mo de meu pai se senta no meu ombro. Eu olho para cima, surpreso porencontra-lo olhando para mim com algo parecido com preocupao.- Voc est bem? - Ele pergunta.Concordo com a cabea e tento me concentrar nas mentiras que viro a seguir.- Eu no comi. - Digo.Meu pai balana a cabea.- Ivanick. - Grunhe. - Ele deveria ter a certeza que estava pronto antes traz-lo paramim.O general levanta a mo do meu ombro, o breve momento de carinho esquecido.Posso dizer pela volta de sua coluna rgida, simplesmente assim, tudo negciosnovamente. O Progresso Mogadoriano antes de tudo. No importa o custo.- O que voc aprendeu com as memrias da Um? - Ele pergunta.- Nada. - Respondo, encontrando seus olhos duros. - No funcionou. Eu me lembrode estar amarrado, ento a escurido, e agora isso. Senhor. - Adiciono rapidamente.Meu pai faz uma reflexo sobre isso, avaliando-me. Ento, concorda.- Como eu temia. - Afirma.Me di lembrar que eu nunca pensei que a mquina do Dr. Anu funcionaria.Acreditara na minha mentira porque j esperava o fracasso. Claramente, no seimporta com o que aconteceu comigo no processo.Lembro-me do Dr. Anu fazendo piada com o meu pai, apostando sua vida suatecnologia sem provar que certamente funcionaria. Sim funcionou e ainda sim,havia assassinado Anu. A forma Mogadoriana.

    - Trs anos perdidos. Medita meu pai. - Trs anos em que te debilitaste mais emais, e te deixaste atrs dos seus companheiros. Por qu?

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    Minhas bochechas queimaram com a humilhao, a frustrao, a raiva, mas o quediria meu pai, se eu lhe dissesse que a mquina do Dr. Anu funcionou, que me deuas memrias de Um e com eles, as dvidas?Obviamente, me contento em segurar minha lngua.- Esta loucura reflete negativamente em nossa linhagem. Em mim. Continua meu

    pai. - Mas no tarde demais para remediar esta situao.- Como, senhor? - Pergunto, sabendo que ele deve responder com entusiasmo porqualquer oportunidade para aumentar a minha honra.- Venha conosco para Londres. - diz ele. - E caar esta Garde.

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    Capitulo Quinze

    As prximas 12 horas foram um borro. Meu pai me fez colocar um uniforme novo;minha me me deu grandes refeies, como aquelas refeies que os atletas devem

    comer antes de grandes jogos, se esses atletas tiverem o apetite de um Pkenadulto. Permitiram-me dormir algumas horas na minha prpria cama, e, mais tardeo vo atravs do Atlntico. Estou quase grato por esta confuso na atividade, poisno me deixa tempo para pensar sobre a Loriena clandestina no meu crebro, ousobre o que meu pai esperava fazer.Chegamos a Londres na manh seguinte. O General trouxe Ivan, assim como duasdzias de guerreiros escolhidos a dedo, a maioria deles nascidos realmente. Comoobjetivo principal, Londres j est em casa com a presena mogadoriana. OsMogadorianos com sede em Londres operam cinco andares no centro para servir

    como base de operaes. Trabalho organizado e eficientemente, mas nunca foramvisitados por nascidos de verdade de nvel to alto como meu pai. Prestam atenoquando o General passa atravs dos corredores, inclusive olham a Ivan e a mimcom respeito, enquanto o seguimos de perto. Nenhum desses guerreiros leaisdetecta a incerteza que eu estou sentindo por dentro. Para eles, eu sou um deles.Meu pai assume o principal centro de Londres. Uma parede de monitores servidapor um par de exploradores, constantemente fornecendo imagens em tempo realda rede de cmeras de Londres. Outro conjunto rastreia pela internet atividadessuspeitas e palavras-chave especficas lorienas relacionadas. Antes de sair paraprocurar Conrado Hoyle, o meu pai quer se assegurar do terreno. Ordena a vriosexploradores que revisem vdeos e monitores; o General faz a avaliao de vrioslugares ao redor da cidade para conseguir a vantagem estratgica.- Nossa unidade de rastreio informa que Hoyle est em um nibus perto do centroda cidade, senhor. - Disse um dos exploradores retransmitindo a informao quelhe do pelo aparelho.- Bem. - Disse meu pai. - Ento hora de sair.Enquanto meu pai estava estudando os vdeos e traando o derramamento desangue, desabo em uma cadeira prxima, ainda sentindo tonturas. Ivan est aomeu lado, com os braos cruzados sobre o peito severamente, mais como umaverso jovem do General. Quando meu pai se volta para ns, Ivan me lana umolhar torto.- Perdoe-me por falar fora de hora, senhor, - Comea Ivan. - mas eu no sei se o seufilho est pronto para isso.Meu pai cerra os punhos. Seu primeiro instinto atacar Ivan por sua insolncia,mas ento olha para mim com uma sobrancelha levantada.- Isso verdade? - Ele pergunta.Eu sei o que Ivan est fazendo. Ele passou os ltimos trs anos, abrindo caminhopara conagrar-se com o General, chamando-o de "pai", tomando o lugar que

    corresponde ao seu filho. Pensando que eu j no voltaria mais, a nicapreocupao de Ivan tem sido o seu prprio avano. Antes, eu nunca aceitaria a

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    oportunidade de me fazer ficar mal. Antes, eu nem sei se eu tentei. So coisas queeu no sei se me interessa tanto defender. Durante todo o tempo que passei nasmemrias da Nmero Um, inclusive agora que j estou acordado, no tenhofantasiado uma vez sequer minha herana prometida em Washington DC. Comopoderia fazer, agora que eu sei o preo que se paga?

    Ivan pode fazer.- Talvez tenha razo. - Digo, mantendo o olhar de ao do meu pai. - Em meu estadoenfraquecido, pode ser uma desvantagem para a vitria mogadoriana.Desvantagem para a vitria mogadoriana. Eu sei as palavras certas que eu deveriausar com o meu pai, o que no mudou. Ele me d um ltimo olhar com sugesto dedesgosto em seu rosto, antes de virar para Ivan.- Vem, Ivanick. Disse, saindo da sala.Eu fui deixado sozinho com os dois tcnicos. Ignorando-me, colados sua paredede monitores, observando o nibus de Conrad Hoyle que vagueia pela cidade.

    Compreendo que este o primeiro momento de paz que eu tive desde que euacordei do coma. Fecho os meus olhos e coloco minha cabea em minhas mos,tentando manter minha mente em branco, fora os sentimentos que eu tive sobre omeu povo. Estou aliviado por saber que eu no tenho que estar nesta operao.No sei o que eu faria se enfrentasse e tivesse a tarefa de matar na realidade umGarde, mas ento, quem sou eu? Fui criado como um caador implacvel.- Assim que funciona? Esse o seu plano? - Pergunta uma voz familiar. - Sentar-seaqui e no fazer nada?Olho para encontrar Um sentada ao meu lado. Inclinei-me para trs na cadeira,

    com os olhos bem abertos e quase cai.- Bla bla bl. - Diz, apontando o dedo para mim. - Srio amigo. Tire sua bunda dapara fazer alguma coisa.- Fazer o qu? - Pergunto. - Voc acha que eles no hesitariam em matar-metambm?Um tcnico me olha por cima do ombro, franzindo a testa.- Voc disse alguma coisa? - Ele pergunta. Mostro-lhe um olhar vazio, entolentamente balano minha cabea. Ele se vira para seus monitores. Quando eu olhopara onde Um estava sentada, a cadeira est vazia.

    Perfeito, agora eu sou louco.- Olhe. - Disse um dos tcnicos. - Algo est acontecendo.Dirijo minha ateno para a tela, onde o nibus de Hoyle faz uma parada repentina.As portas se abrem e os passageiros comeam a sair apavorados. Uma das janelastraseiras explode e um homem sai voando por ela. Antes que pudesse tocar nocho, seu corpo se desintegra em cinzas.- sobre ns. - Aponta o outro tcnico, os dois se inclinam para ver a ao. Elesveem todos os flashes de tiros atravs da tela, e em seguida a parte traseira donibus pega fogo, e ento eu vejo Conrad Hoyle sair pelas portas da frente. muitomaior do que indicava sua fotografia. Hoyle tem uma metralhadora em cada mo.- Por R. Diz um dos tcnicos. - Esse vai ser difcil.- Deveramos estar l! - Reclama o outro.

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    A maioria dos pedestres esto fugindo da cena do nibus em chamas, como algumem s conscincia, exceto que h outros que se deslocam para o acidente: homenscom casacos escuros, empurrando a multido assustada que est em seu caminho.A equipe de ataque de Mogadore j est chegando. So recebidas por umabarragem de tiros de Hoyle, e no perderam tempo tambm, eles comearam a

    atirar. Se meu pai e Ivan no esto l ainda, suportando o fogo de Hoyle, logoestaro. Ele deve estar satisfeito com esta nobre luta, como os tcnicos, mas eu noestou. No quero ver como vo assassinar Hoyle, um inimigo lorieno que nuncaconheci. No entanto, apesar de meus sentimentos em conflito sobre a misso, euno quero ver meu pai virando um monte de cinzas.Minha nica opo dar a volta.Os tcnicos esto to preocupados com a ao, que no ouvem quando a estao demonitoramento solta um bip, mostrando atividade na Internet. Movo minhacadeira e me inclino para tela, olhando para uma mensagem em um blog

    caracterizado com uma bandeira vermelha.Diz: Nove, agora oito. O resto de vocs est l fora?

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    Capitulo Dezesseis

    preciso digitar apenas algumas coisas para descobrir o endereo de IP. , estaqui em Londres. Os tcnicos no me do ateno, principalmente agora que esto

    entrando nas chamadas para suporte tcnico. Hoyle est provando ser uma grandedistrao.Um pouco mais e eu encontro o endereo que fica a poucas quadras da baseMogadoriana.Encontrei a localizao de um Garde fugitivo. No foi o General, ou Ivan. Fui eu. Porum momento, sinto-me cheio de orgulho. Tome isso, Ivan. Suponho que ser grandee forte no contaria muito depois disso.Agora, o que eu fao com esta informao? Deveria dar a localizao dos Gardesaos tcnicos, fazer com que chamem meu Pai de volta da batalha. Isto significaria a

    maior glria para mim e minha famlia, e mais um passo do Grande ProgressoMogadoriano. Para isso fui criado. Mas, logo passa a emoo da descoberta, eu medou conta que no quero nada disso. Quero ajudar esta Garde, talvez possa evitaroutra cena como na Malsia.Espere, isso o que eu quero, ou uma sugesto da Um, um pensamento comoresultado de viajar em suas memrias? Se eu estou tendo alucinaes, h aindauma diferena entre os pensamentos de Um e os meus?- Coisa profunda. Diz Um. Olhando para a tela do computador acima do meuombro. - Talvez possamos resolver suas questes filosficas depois que salvarmosa vida deste Garde, n?Est resolvido. Minimizo a informao antes dos tcnicos terem a chance de v-la esaio da sala. Corro pelos corredores j vazios de pessoas, todos eles foram para aemboscada de Hoyle. Ao meu modo de entender, tenho tempo at Hoyle podercontinuar lutando. Depois disso, o tcnico, sem dvida, descobrir o blog etransmitir os dados para a equipe de ataque.Estou sem flego quando chego rua. Tenho que exercitar-me. Os msculos dasminhas pernas se sentem como se fossem explodir depois de anos adormecidos,meus pulmes esto em chamas, e manchas cinzentas flutuam dentro e fora daminha viso.Ainda assim, eu levo meu casaco que me marca como um Mogadoriano, e comeo acorrer. As sirenes soaram distncia, as autoridades locais esto a caminho para olocal da batalha.Levo 10 minutos para chegar rua tranquila, onde o edifcio est. Eu no possoacreditar que a casa segura da Garde era bem debaixo de nossos narizes. Setivssemos esperado, Conrad Hoyle viria para ns, e todo o caos na rua poderia tersido evitado.Claro, uma sorte para mim que as coisas funcionem assim.Estou ofegante, na entrada da porta do edifcio. uma casa de tijolo velho

    avermelhado, agora a casa de trs apartamentos, de acordo com as campainhasexternas. Por sorte, uma mulher velha sai para passear com o co branco e

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    inchado, e agarro aporta antes que se feche. Corro para o apartamento no segundoandar, o nico que no tem um rtulo com a campainha. Golpeio a porta,provavelmente achando que ela se abriria com minha fora. Se eu fosse um Gardefugitivo, esse tipo de golpe forte me enviaria correndo para a escada de incndio.Eu ouo o movimento dentro do apartamento, uma TV que fica muda, e depois o

    silncio.Ataco novamente, desta vez mais suave, e pressiono meu ouvido contra a porta.Passos abafados se aproximam do outro lado da porta, mas ela no diz nada.- Abra a porta. - Sussurro, tentando manter minha voz suave e urgente. - Voc estem perigo.Nenhuma resposta.- Seu Cpan me enviou. Tento. - Tem que sair da.H uma longa pausa, em seguida, uma voz respondeu.- Como eu posso saber que voc est dizendo a verdade?

    Boa pergunta, mas eu no tenho tempo para isso. A esta hora, Conrad Hoyleprovavelmente foi superado pela equipe de ataque Mogadoriana. Eu poderia dizera esta menina que seu Cpan est morto, que meu povo vai estar aqui em breve. Eupoderia tentar quebrar a porta, mas eu duvido que tenha fora.De repente, Um est de p ao meu lado no corredor. Seu rosto sombrio e distante.- Diga a ela sobre a noite em que chegaram. - Diz Um. - A noite em que chegou suagente.Volto memria de Um na pista de vo, os rostos assustados ao redor, a correriapara a nave.

    - Lembro-me da noite em que chegaram. Comeo, inseguro no principio, masganho a confiana e continuo. - Foram nove de ns e nossos Cpans, todos corriamem pnico. Vimos um Garde lutar contra um Pken. No acho que tenhasobrevivido. Ento, nos empurraram para a nave e...Perco a noo, contar a noite de Lorien me faz sentir estranhamente triste. Olhopara o lugar onde a Um estava de p, mas desapareceu outra vez da minha cabea.A menina meche em meia dzia de fechaduras e abre a porta do apartamento.

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    Capitulo Dezessete

    Seu nome Maggie Hoyle.Pelo pouco que vi de Conrad Hoyle, eu estou esperando Maggie ser uma militante

    mirimem treinamento. Em vez disso, ela o oposto de seu Cpan. Maggie no podeter mais de doze anos. E baixa para sua idade, tmida, com uma juba marrom-avermelhada em cachos caindo de cada lado de um par de culos de lentes grossas.O nico sinal da influncia de Hoyle a pequena arma que est segurando quandoentro, o tipo de arma com aparncia educada que voc veria uma senhora ricacarregando com ela em uma vizinhana ruim. Maggie parece aliviada ao pr a armapara baixo assim que fecho a porta atrs de mim.- O Conrad est bem? - Ela me pergunta.A televiso no canto do pequeno apartamento est em um noticirio, um

    helicptero filmando os restos queimados do nibus de Conrad. Parece que a lutaacabou. Temos que nos mover rpido.- Eu no sei. - Digo a ela, no querendo dizer que eu duvidava que seu Cpantivesse sobrevivido. Ns precisamos agir, e eu no quero chate-la. No h tempopara luto no momento.Ela no s menor do que eu esperava, Maggie no tem a bravura que eu penseique vinha pr-embalada com a Garde, depois de passar anos nas memrias da Um.Ela est inquieta e nervosa, no legal e confiante, e muito menos pronta para lutar.Ento, isso faz dois de ns.Olho pelo apartamento. No parece que algum mora aqui. Maggie provavelmentese mudou na ltima semana. Uma camada de poeira ainda cobre a lareira vazia ebancadas. H uma pequena mala aberta perto de um colcho de ar meio vazio, compilhas de roupas cadas em volta, e uma mesa com uma tigela de cereais sobre ela,um pouco de marshmallows flutuam no leite tingido de rosa. Eu examino todo oquarto, procura da arca que aprendemos todo Garde ter, mas no a vejo em lugaralgum. Ou ela no tem, ou achou um bom lugar para escond-la.Ao lado da tigela de cereal est o laptop que me trouxe aqui. O computadorcontinua aberto na pgina do post no blog, rolado para baixo na parte inferior ondeestariam os comentrios. A pobre criana estava sentada aqui minutos atrs espera que algum a respondesse, e eu sou o nico que apareceu.- Voc no deveria ter feito isso. - Eu digo, acenando com a cabea para o laptop.Maggie parece culpada, correndo para o laptop para fech-lo.- Eu sei, Conrad ficaria bravo, - Ela diz, olhando para a cena na televiso. - eu sestava preocupada que ele no voltasse...Maggie para, parecendo embaraada. Ela no tem que continuar, eu sei o que elairia dizer. Que ela estava com medo de ter ficado sozinha.Medo. Solido. Era uma mistura de sentimentos que foram a causa de Um comeara sair com surfistas sem crebro e comear a furtar. Eu no queria realmente

    admitir, mas esses so os mesmos sentimentos que tenho tido desde que acordei.- Que nmero voc ? - Ela diz.

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    - Isso no importa agora. - Eu digo. Lembro-me do meu curso de preparao paralegados. Nossos instrutores nos alertaram sobre tantos poderes diferentes que aGarde pode possuir, e eu tento pensar em um que possa ser til agora. - esperarmuito que voc possa se teleportar?- O qu? - Ela pergunta, no entendendo.

    - Seus legados. - Eu explico.- Oh, - Ela balana a cabea. - no. Conrad disse que faltam alguns anos para eudesenvolv-los.Maggie me estuda enquanto ando pelo quarto, me ajoelhando na frente de suamala.- Por qu? - Ela pergunta. - O que voc pode fazer?Eu no respondo. Perto da mala h uma mochila que eu abri para ach-la cheia delivros, novelas de escritores humanos que nunca ouvi falar. Eu a esvazio e comeoa encher com minhas mos cheias de roupas da Maggie. Ns precisaremos viajar

    discretamente. No presto ateno no que jogo dentro da mochila, apenaspensando que isso no ser o bastante para atras-la se precisarmos correr.- O que voc est fazendo? - Ela pergunta, ainda presa no cho perto do laptop.- Arrumando sua mala. - Eu respondo. - Pegue s o que voc precisa.Definitivamente deixe o computador.Maggie no faz nenhum movimento para ajudar. Eu posso sentir ela me olhando,tentando adivinhar o que est acontecendo.- Eu quero esperar pelo Conrad. - Ela diz, sua voz baixa, mas firme.- Ele no vai vir. - Eu respondo, tentando no gritar com ela. Ela precisa comear a

    se mover, agora. Eu fecho o zper da mochila e me levanto. - Voc tem que acreditarem mim.- Winston acreditou em Julia e olhe como isso acabou.Winston? Julia? Tento lembrar-me do pouco que sei sobre a cultura Lrica,pensando que pode ser algum ditado popular que no estou familiarizado, outalvez eles sejam outros membros da Garde que eu deveria conhecer, mas nocheguei a lugar algum. Decidi adivinhar.- Eu no vejo eles desde que aterrissamos na Terra. - Eu digo.- Um, eles so da Terra, - Maggie diz. - e tambm, no so reais.

    Eu olho para ela, confuso.- 1984, - Maggie diz, vendo minha confuso. - George Orwell?Um dos livros em sua mochila. Balano minha cabea.- Nunca li.- De quem voc pensou que eu estava falando?- Uh...- Voc no de Lorien! - Ela diz, examinando meu rosto magro, minha pele plida.- No. - Eu respondo.- E voc tambm no humano. - Isso soa mais como uma acusao.Quando eu balano a cabea, Meggie vira para onde deixou sua pequena arma. Euno fao nenhum movimento para impedi-la. Ela perspicaz. Posso ver as

  • 8/13/2019 Os Legados Caidos

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    Os Legados de Lorien Os Legados Cados

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    engrenagens movendo em sua cabea, analisando sua situao. Ela sabe que hproblemas, mas no tem certeza se ele est a caminho ou se j est aqui.- Se voc um deles, porque no tentou me matar ainda? - Ela pergunta. Ela melembra de mim mesmo um pouco mais: pequeno, inteligente e mantendo suacrena de que pode achar um jeito para fora de seus problemas.

    - Eu no sei o que eu sou, - Eu consigo dizer, percebendo enquanto digo que averdade. - mas eu no estou aqui para te machucar.Eu jogo-lhe a mochila.- Voc precisa correr. No importa se for comigo ou de mim. S corra.De repente, h um som agudo, de algo quebrando, a porta da frente doapartamento estilhaada em pedaos como se tivesse sido arrancada de suasdobradias.T