Os Lençóis Maranhenses, que ocupam área do tamanho · Um trabalho desenvolvido desde 1997 pelo...

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3Super Saudável

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■■■■■■■■■■■■■■■ÍndiceRI da Yakult é testadoem pacientes cominternação em casaProtocolo foi realizadodurante oito meses eenvolveu nove pessoas

Páginas 12 e 13

Pediatras começama se interessar maispelos probióticosEstudos demonstram quemicrorganismos ajudam nasaúde da microbiota infantil

Páginas 14 e 15

ICB-USP inauguralaboratório debiossegurança 3O NB3+ é voltado para oestudo de agentes infecciososperigosos e letais ao homem

Páginas 16 e 17

AACD desenvolvepróteses e órtesescom diversos materiais

Laboratório de Bioengenhariarealiza testes clínicos dejoelho infantil policêntrico

Páginas 22 e 23

Os Lençóis Maranhenses, que ocupam área do tamanhoda cidade de São Paulo, deslumbram os visitantes pelamagnitude e beleza natural, em meio a dunas e lagoas

Páginas 28 e 29

Turismo

Matéria de capaEspecialistas aindadiscutem sobre anecessidade desuplementaçãode vitaminas paraindivíduos saudáveis,mas concordam queidosos, crianças egestantes precisamcomplementar aalimentação com osmultivitamínicosPáginas 4 a 8

EspecialA fitomedicina começaa ganhar força agorano Brasil, embora jáseja realidade há maisde 20 anos na Europa

Páginas 18 a 21

MedicinaA dor crônica atinge 30% da população mundial e cerca de50 milhões de brasileiros sofrem com o problema, que deveser tratado de forma multiprofissional para ter bom resultado

Páginas 9 a 11

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4 Super Saudável

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Por Yannik D´Elboux

As vitaminas e os sais minerais sãosubstâncias essenciais para diversasfunções vitais do organismo e acarência desses micronutrientes causauma série de doenças, como raquitismo,nictalopia (cegueira noturna), pelagra,anemia e alterações na coagulação dosangue. Além disso, pode prejudicara atuação do sistema imunológico,provocar sensações de cansaço e diminuira capacidade cognitiva. Para suprir anecessidade de micronutrientes e evitardoenças na maior parte da população,os especialistas concordam que bastaseguir uma dieta balanceada. Mas,para crianças, idosos e mulheresgrávidas, é importante a suplementaçãode vitaminas, principalmente A, C,D e E, além de ácido fólico e selênio.

A carência de vitamina A acarretaa morte de 4 mil crianças por ano noBrasil e 15% das crianças com menosde seis anos têm deficiência subclínicadeste micronutriente, segundo estudodo Fundo das Nações Unidas para aInfância (Unicef) em parceria coma Iniciativa por Micronutrientes(www.micronutrient.org). A pesquisatambém demonstra a gravidade daanemia ferropriva no País, que acomete45% das crianças de até cinco anos.Problemas como estes, evidenciadospelo estudo, têm levado especialistas,órgãos públicos de saúde, associaçõese sociedades médicas a recomendarsuplementação de vitaminas e saisminerais para crianças durante aprimeira infância. “A vitamina A estárelacionada ao crescimento, reparaçãotecidual e ao sistema imunológico. Paracrianças com até um ano de idade, érecomendada a suplementação dessavitamina”, afirma o nutrólogo CelsoCukier, que integra a Sociedade Brasileirade Nutrição Parenteral e Enteral. Comrelação à deficiência de ferro, SilviaCozzolino, nutricionista da Faculdade deCiências Farmacêuticas da Universidadede São Paulo (FCF-USP), afirma quea complementação é necessária porqueexiste uma deficiência do mineral naalimentação infantil, principalmenteapós o desmame. “Na primeira infância

é comum surgir anemia, principalmentepor causa da supervalorização do leitede vaca, que normalmente é pobre emferro. Recomenda-se a suplementação,com acompanhamento médico, paracrianças e, também, para gestantes,como forma de se criar uma reservapara o recém-nascido”, explica.

Diversos estudos também têmdemonstrado a necessidade e osbenefícios de doses adicionais dediversos micronutrientes para gestantes,como o uso de ácido fólico antes doinício da gravidez e durante a gestação.O ácido fólico ajuda a prevenir asdoenças do tubo neural que, de acordocom dados do estudo do Unicef, atingemcerca de 5,2 mil recém-nascidos porano no Brasil. As recomendações daAcademia Nacional de Ciência dosEstados Unidos, também adotadaspela Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa), sugerem a ingestãodiária de 400mcg de ácido fólico paragestantes, o dobro da quantidadedeterminada para adultos. Estarecomendação pode ser atingida coma ingestão de alimentos ricos emácido fólico (folhas verde-escuras,leguminosas, frutas cítricas, fígado eleite) e com a suplementação de ácidofólico na mulher que planeja engravidar.“Pesquisas demonstraram que somente8% das mulheres norte-americanas

Suplementação é importante para asaúde de gestantes, idosos e crianças

Celso Cukier

Vitaminas

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consomem essa quantidade do nutrientediariamente”, descreve Maria Marlenede Souza Pires, nutróloga e professorada Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC).

A ingestão diária recomendada devitamina D para gestantes, segundoa Recommended Dietary Allowance(RDA), inclui um incremento de 5mcgcomo complemento. De acordo com anutróloga, a deficiência dessa vitaminadurante a gestação pode causaralterações no metabolismo do cálciomaterno e do recém-nascido, comohipocalcemia e tetania neonatal,hipoplasia do esmalte dentário do bebêe osteomalacia materna, que podem serprevenidas com a suplementação,

dieta rica em vitamina D e exposiçãosolar. A gastroenterologista eprofessora da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (FMUSP),Claudia Pinto Marques Souza deOliveira, alerta, ainda, para deficiênciasde micronutrientes em pacientes quepassam por cirurgias do estômago esão acometidos por uma redução naprodução de ácido e do fator intrínseco,que contribuíam para a absorção davitamina B12. “Além disso, todacirurgia que exclui o duodeno acarretamá-absorção de várias vitaminas, comoC, E, cálcio, zinco, B1, B6 e ácidofólico. Qualquer gastrectomia queexclua o duodeno pode comprometera absorção dessas vitaminas, seja em

Silvia Cozzolino

que a quantidade de micronutrientesnos idosos era menor”, relata o diretordo Centro, Luiz Roberto Ramos. Nasegunda etapa da pesquisa, os 90 idososforam divididos em dois grupos paraanálise da eficácia de uma suplementaçãofarmacológica com vitamina C e E,betacaroteno e selênio – metadesubmetida a placebo. “Os níveis devitaminas e minerais foram elevados nogrupo que recebeu a suplementação, oque não aconteceu com quem tomouplacebo”, revela o médico. Apesar derecomendar a complementação paraidosos, o especialista ressalta que éimportante que o médico analise o estilode vida do paciente, sua preocupaçãoem manter uma dieta equilibrada e aprática de exercícios físicos, antes deprescrever suplementos. O nutrólogoCelso Cukier é mais pragmáticoquanto ao uso de doses adicionais. “Asuplementação só é indicada em caso dedeficiência já instalada ou em caso deidentificação de deficiência nutricionalverificada em análise da dieta”, justifica.

A nutricionista Silvia Cozzolinotambém acredita na importância dasuplementação para idosos e pesquisaalimentos que possam inibir a deficiênciade alguns micronutrientes. Um estudorealizado em 2003 na instituição, comobjetivo de avaliar o aumento no nívelde selênio, envolveu um grupo de30 idosos, que durante três mesesrecebeu uma noz de castanha-do-parápor dia. O resultado demonstrou queos parâmetros bioquímicos de selênioforam melhorados com a ingestão dacastanha. “O selênio tem poderantioxidante e é importantepara a ação dos hormônios da glândulatireóide”, ressalta a nutricionista.Silvia Cozzolino destaca, ainda, queuma castanha por dia é suficiente parasuprir a necessidade de selênio, masalerta que este mineral em excessopode ser tóxico para o organismo.

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Já que em quantidades mínimasas vitaminas e os sais mineraisdesempenham funções importantespara manter o organismo saudávele evitar doenças, em doses maiorespoderiam promover ainda maisbenefícios e prevenir enfermidades.Seduzidos por esta hipótese há décadas,pesquisadores têm desenvolvidoinúmeros estudos que já produzirammuitas outras hipóteses, mas aindacom poucos resultados conclusivos aponto de gerar alterações na ingestãodiária recomendada. Por outro lado, oscientistas estão cada vez mais perto defazer novas revelações sobre o poderantioxidante de algumas vitaminas,que em doses mais altas poderiamretardar o envelhecimento e inibiruma série de doenças.

Uma das pesquisas mais recentes,divulgada no fim de 2003, associa o usoda vitamina C em forma de suplementoà prevenção de doenças cardiovascularesem mulheres. O estudo foi desenvolvidopor uma equipe de pesquisadores daUniversidade de Harvard, durante 16anos, com cerca de 85 mil enfermeirasde 11 estados norte-americanos. Asmulheres que utilizavam suplementode vitamina C apresentaram, de acordocom dados da pesquisa, 28% menosrisco de infarto e de morte por doençascardiovasculares. Os pesquisadorestambém verificaram um maior índicede proteção entre as que consumiam

Estudos testa

conseqüência de neoplasia, cirurgiabariátrica para redução de peso oucirurgia para úlcera”, acrescenta.

Envelhecimento – Os idososgeralmente apresentam menorcapacidade de absorção de vitaminas esais minerais, decorrente principalmentedo envelhecimento e agravada porproblemas na ingestão dessesmicronutrientes, como as dificuldadesde mastigação. “Nos idosos, em especiala partir dos 65 anos, existe uma atrofiada absorção dos micronutrientescausada pelo próprio envelhecimentoda mucosa intestinal”, afirma ClaudiaOliveira. Devido a esta condição,muitos especialistas defendem queapenas uma dieta balanceada não ésuficiente para suprir a necessidadede vitaminas e minerais nos idosos.

Um trabalho desenvolvido desde1997 pelo Centro de Estudos doEnvelhecimento da UniversidadeFederal de São Paulo-Escola Paulista deMedicina (Unifesp-EPM) demonstrouque a quantidade de vitaminas absorvidapor idosos e jovens que mantêm amesma dieta é diferente. “Verificamos

Claudia Oliveira

m benefícios de doses extras de vitamina Cpelo menos 400mg por dia de vitaminaC – mais de seis vezes a dose diáriarecomendada – e por período acima dedois anos. O estudo sugere, ainda, quecomo a vitamina C tem papel importantena regeneração da vitamina E, os doisantioxidantes poderiam agir em sinergia.

“As vitaminas saíram da ótica deapenas evitar deficiências para o estudodo efeito protetor que o excesso destassubstâncias pode promover”, afirma omédico Luiz Roberto Ramos. A açãoantioxidante da vitamina C tambémtem sido relacionada, em diversaspesquisas, a uma melhora do sistemaimunológico e à prevenção do câncer.Um estudo realizado pela disciplinade Gastroenterologia da Faculdade deMedicina da Universidade de SãoPaulo (FMUSP) e publicado no TheWorld Journal of Gastroenterology,coordenado pela professora ClaudiaOliveira, estudou a ação do ácidoascórbico no desenvolvimento detumores gástricos em ratos. Os animaispassaram por uma gastrectomia, queprovocou o refluxo biliar, o quegeralmente implica no surgimentode neoplasias.

“O uso de suplemento de vitaminaC na alimentação de metade do gruporeduziu a incidência de tumoresgástricos nos ratos operados”, relataa médica. Dos 12 ratos utilizados napesquisa, os seis que receberamsuplementação de vitamina C não

apresentaram sinais evidentes detumores gástricos, enquanto a outrametade, que manteve a dieta regular,desenvolveu o câncer. Apesar dosresultados promissores, a especialistaacredita que ainda são necessáriosmais estudos clínicos randomizados epadronizados com animais e humanosantes de se determinar novos padrõesde ingestão de vitaminas.

Doses de incerteza – Sem estudosconclusivos, é difícil precisar aquantidade extra de vitaminas e mineraisque seria benéfica para o organismo.Mesmo quanto aos benefícios ainda pairaa dúvida, já que não há comprovaçãocientífica dos efeitos preventivos douso de doses mais altas de algunsmicronutrientes na população saudável.Além disso, o excesso de vitaminas,sobretudo as lipossolúveis, tambémpode causar problemas. Algumaspesquisas associaram a hipervitaminoseE a sangramentos, e o excesso debetacaroteno ao aumento de câncer depulmão em fumantes. Já foi demonstrado,também, que a hipervitaminose A emgestantes causa teratogenia. Entre ashidrossolúveis, uma maior ocorrênciade cálculo renal atribuída, em algunsestudos, ao uso de suplementos devitamina C, é motivo de controvérsiaentre os médicos.

“Todos esses efeitos são hipóteses”,afirma o professor Luiz Roberto Ramos,

que defende o uso de doses extrasdesde que haja um equilíbrio entre osmicronutrientes. O médico acreditaque, para ter algum efeito antioxidantesignificativo em idosos, a vitamina C,por exemplo, é necessária em dosesdiárias de pelo menos dois gramas,que só podem ser alcançadas com ouso de suplementos. Já a professora egastroenterologista Claudia Oliveira,da FMUSP, diz que o corpo não é capazde absorver mais de 500mg por diade vitamina C. A nutricionista SilviaCozzolino também vê com cautelao uso de megadoses, principalmentedevido às interações entre nutrientesque podem ocorrer no organismo,mas afirma que a suplementaçãofarmacológica de micronutrientespode ser necessária em alguns casos.

Luiz Roberto Ramos

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Alimentação balanceada é idealPara adultos saudáveis, uma

dieta equilibrada com proteínas,carboidratos e pelo menos cincoporções de vegetais por dia é, naopinião da maioria dos médicos enutricionistas, o bastante para provero corpo com quantidade suficiente devitaminas e sais minerais. O cardápiotípico do brasileiro, composto dearroz, feijão, carne e salada, desdeque acompanhado de alimentos comofrutas e produtos lácteos, pode serconsiderado uma boa receita de saúde.“O segredo de uma ingestão adequadade vitaminas é uma dieta balanceada,variada com alimentos naturais quecontenham alta densidade denutrientes”, afirma Maria Marlenede Souza Pires, da UniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC).

Apesar da disseminação doconhecimento sobre a importânciadas vitaminas e sais minerais, asdeficiências de micronutrientes aindaocorrem e precisam ser diagnosticadasprecocemente. Os médicos devem ficaratentos a alguns sinais e sintomas quepodem identificar o problema, comoperturbações gastrintestinais, diarréias,alterações na pele e fâneros – comocabelos e unhas quebradiços –,envelhecimento precoce e fadigasem causa aparente. De acordo como nutrólogo Celso Cukier, existemexames que determinam a dosagem demicronutrientes no organismo, mas, alémde serem restritos a alguns laboratóriose localidades, nem sempre retratam areal condição do indivíduo porquegeralmente se restringem à análise da

quantidade dessas substâncias no plasma.“É difícil dosar de forma correta os váriosnutrientes que existem dentro da célula.A observação clínica é soberana nodiagnóstico”, explica o especialista.

Como forma de prevenção a algunstipos de hipovitaminose e deficiênciade minerais, causadas também pormaus hábitos alimentares estimuladospela cultura fast food, os especialistasdefendem a fortificação dos alimentos,como leite, sal e farinhas. A nutricionistada FCF-USP, Silvia Cozzolino,acredita que a iniciativa seja umaforma eficaz de reduzir as carênciasnutricionais na população e prevenirdoenças. “A melhor experiência noBrasil de fortificação de alimentos foio acréscimo de iodo ao sal, que diminuiumuito os casos de bócio”, relata.

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A vida agitada de homens e mulheresem idade produtiva compromete a

qualidade das refeições nodia-a-dia e, conseqüentemente,a saúde. Aliado a uma

alimentaçãonem semprecomposta defrutas, verdurase legumes vem

o estresse,que produzdesgastefísico, mentale psicológico.Para ajudaros adultossaudáveisa ter maisdisposição e

repor as perdas diárias de nutrientes, aYakult desenvolveu dois suplementosde vitaminas e minerais destinados aospúblicos masculino e feminino.

Primeiro alimento desenvolvidoespecialmente para mulheres noBrasil, o Hiline ganhou, em 2001, oprêmio de alimento inovador da FoodIngredients South America. O produtocontém vitaminas A, B6, C, E e ácidopantotênico, e é rico em minerais comoo ferro, necessário para reposição dasperdas durante o período menstruale fundamental para o transporte deoxigênio. Além disso, possui fibrassolúveis que ajudam na digestão ena eliminação de substâncias não-aproveitadas pelo organismo. AYakult é a primeira empresa no Brasila usar a polidextrose como fonte de

fibras solúveis – o ingrediente maisinovador do produto – que foiaprovada como aditivo alimentarem 46 países e é reconhecida pelaFAO/WHO Expert Committee onFood Aditivies e pelo EuropeanCommission Scientific Committeefor Foods como substância segurapara consumo humano.

O Taffman-E, dirigido aos homens,é um suplemento alimentar à base devitaminas cujo principal ingredienteé a vitamina E, um antioxidante quecontribui para o rejuvenescimento.O produto também é composto dasvitaminas C, B6, B2, B1, A e B12.O nome do alimento é uma derivaçãoda palavra Tough, de origem inglesa,que significa forte, robusto ou, maispopularmente, Duro-na-Queda.

Suplementos garantem mais energia para a rotina diária

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ MedicinaDor crônica atinge 30%da população mundial

Por volta do ano 380 antes de Cristo,o filósofo grego Platão classificou ador como uma experiência do corpoe da alma. Em parte, o filósofo estavacerto. Nos últimos anos, os cientistastêm comprovado que a dor crônicanão é disparada apenas por sensoresnervosos, mas depende das emoções,da memória e dos hormônios. Adescoberta evidenciou que a dorcrônica é uma doença que não podeser eliminada só com medicamentos,e isso tem mudado cada vez mais aorientação dos profissionais de saúde.Hoje, os médicos procuram conversarmuito com o paciente para investigara origem da doença, além de fazeremuso de um tratamento multidisciplinarpara amenizar o problema e garantirmais qualidade de vida. Entre as doresconsideradas crônicas estão cefaléias,dores lombares, artrites, hérnias dedisco, fibromialgia e dores neuropáticasque, juntas, atingem 30% da populaçãomundial, segundo estimativas daOrganização Mundial de Saúde (OMS).No Brasil, não há dados seguros querevelem a quantidade de pessoasatingidas pelas dores crônicas, masa tendência é seguir os númerosmundiais, o que equivaleria a maisde 50 milhões de pessoas.

Diferentemente da dor aguda, queé passageira e serve de alarme, a dorcrônica é de difícil tratamento e nãoapresenta finalidade biológica. A doençapode se manter por muito tempo, não

Por Martha Alves

acompanhar uma enfermidade jádiagnosticada, ter um componenteemocional importante ou aparecermeses após a cura de um problemainicial. Por isso, o diagnóstico e otratamento dependem, e muito, de umaboa conversa com o médico. SegundoJaime Olavo Marquez, presidente daSociedade Brasileira para Estudoda Dor (SBED) e professor doutoradjunto da Faculdade de Medicina do

Triângulo Mineiro (FMTM), muitasdas pessoas que têm dor crônicasofrem durante anos em silêncio – ouaté a vida inteira – sem saber que sãoportadoras de uma doença e que existetratamento. “O diagnóstico é clínicoe só com uma boa comunicação dopaciente com o médico, além deexame clínico, é possível diagnosticara doença, embora muitas vezes nãoseja possível definir a causa”, explica.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ MedicinaA preocupação da comunidade

médica com o tratamento dos portadoresde dor crônica começou a tomar força,em várias partes do mundo, somenteapós a Segunda Guerra Mundial,devido às dores persistentes relatadaspor ex-combatentes. Nesta época, osespecialistas perceberam que a dorcrônica precisava de um tratamentomais demorado, que envolvesse umconceito mais amplo e não só acausa do problema. A partir disso,começaram inúmeras pesquisas etratamentos. No Brasil, um grandeavanço nessa área foi a criação, hácerca de 20 anos, dos programas ecentros de dor, que possuem equipesmultidisciplinares – de médicos efisioterapeutas até psicólogos – quetêm a tarefa de indicar técnicas,medicamentos e terapias que seadaptem melhor a cada caso.

Na opinião de Jaime OlavoMarquez, da SBED, o médico precisater a sensibilidade para saber que opaciente precisa de abordagem que não

Médicos preApesar do diagnóstico nem semprefácil, algumas características pessoaispodem denunciar se o paciente éportador da dor crônica. SandraCordeiro Medina Coeli, professora doServiço de Dor Crônica do Grupo daDor da Santa Casa de Misericórdia deSão Paulo, afirma que os portadoresda doença, principalmente de origemnão-oncológica, costumam serestressados, metódicos, perfeccionistas,compulsivos nas suas atividades,assumem todos os problemas dafamília, são ansiosos, têm alteraçãodo sono e falam sempre as mesmasfrases e expressões. A doença também

é comum em idosos com idadeavançada, em mulheres – devido aostipos de doenças ligados ao biotipo –e em trabalhadores braçais, por causadas atividades repetitivas. “Na dorcrônica é preciso tratar a causa, e amelhora depende muito de mudançasde comportamento e da rotina”,enfatiza a especialista. Diversaspesquisas têm associado, ainda, a dorcrônica a interpretações alteradas darepresentação cerebral da dor durantea fase evolutiva do feto e da criança,e um dos trabalhos mais importantesnesta área é o da psicóloga canadensePatricia McGrath, que vem analisando,desde 1990, o comportamento decrianças prematuras e a possibilidadede desenvolverem dor crônica quandoatingirem a idade adulta. “Diversosestudos têm demonstrado que aspessoas que tiveram uma infânciaconturbada, comprovadamenteestressante e desestruturada do pontode vista familiar, podem ter dorcrônica”, afirma Sandra Cordeiro.

Outro fator importante é opsicológico, responsável pordesencadear crises e aumentar aintensidade da dor. Rioko KimikoSakata, responsável pelo setor de Dorda Disciplina de Anestesiologia daUniversidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), ressalta que a via da dor e aemoção têm conexões, explicandoas alterações psicológicas que osportadores de síndromes dolorosascostumam apresentar. “Os pacientescom dor crônica apresentam alteraçãode substâncias denominadasneurotransmissores e precisamsaber que não existem tratamentosmilagrosos e curáveis em um períodocurto, e que a síndrome dolorosacrônica, muitas vezes, exigetratamento durante a vida inteira”,enfatiza a médica.

Rioko Kimiko Sakata

Jaime Olavo Marquez

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cisam ter cumplicidade com pacientes

encontrar a que melhor se adapte aoquadro de cada paciente, o que podeincluir medicamentos (opióides,antiinflamatórios, antidepressivos eanticonvulsionantes), acupuntura efisioterapia. A especialista esclareceque existem síndromes dolorosas quepodem ser curadas e outras em quesó é possível reduzir os sintomas commedicamentos, atividade física emudanças no estilo de vida.

De acordo com Sandra Cordeiro,o grande problema enfrentado pelopaciente com dor crônica é a falta deum método generalista de atendimento,no qual o médico conheça a história devida da pessoa que atende. “A dor é umaárea delicada e, em muitos casos, estárelacionada a problemas emocionaistão graves que a pessoa não conseguefalar na primeira consulta”, explica.A médica garante, entretanto, que épossível melhorar as crises em até 90%com um tratamento multidisciplinar,mas é um procedimento longo,

envolva apenas a área médica. “Casonão seja possível esse atendimento,o profissional precisa ter uma visãomultidisciplinar para saber, por exemplo,se o paciente pode comprar certosmedicamentos”, enfatiza. Como formade tratamento para alguns casos de dorcrônica há a indicação de opióidesnaturais, sintéticos ou semi-sintéticos,por terem eficácia comprovada, e dosanticonvulsivantes e antidepressivos quenão são conhecidos classicamente comoanalgésicos, mas têm demonstradobons resultados. “É preciso acabarcom o preconceito com o uso dosopióides, porque estas drogas, quandobem indicadas, têm risco baixíssimode vício”, ressalta.

Outra alternativa que vem ganhandoforça entre a comunidade médica é oBiofeedback, terapia que existe desdeo fim da década de 60 nos EstadosUnidos, Canadá e Europa, e cujosprimeiros trabalhos no Brasilcomeçaram na década de 90. O métodoutiliza um programa de computadorque ajuda o paciente a reconheceralgumas das reações do organismo,como estímulos musculares, temperaturae freqüência cardíaca. Segundo apsicóloga Dirce Perissinotti, responsávelpelo serviço no Centro de Dor eNeurocirurgia Funcional do Hospital9 de Julho e que defende tese sobrea eficácia da terapia, as informaçõesfornecidas ajudam o paciente a aprendera condicionar as reações, aliviando ossintomas. “O cérebro se habitua a umestímulo freqüente quando fica muitotempo com a dor e, mesmo quando apessoa não tem crise, começa a respondera determinadas situações com dor”,explica. Para a médica Rioko Sakata,o segredo para o sucesso na terapia é

demorado e que depende da mudançade comportamento do paciente. “Osportadores de dor crônica ficam cansadosde ver o médico. Por isso, é fundamentala cumplicidade do profissional com opaciente, para mostrar que existe umavida além da dor”, enfatiza.

Sandra Cordeiro Medina Coeli

Dirce Perissinotti e o Biofeedback

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus

Na última década, as internaçõesdomiciliares passaram a fazer parte darotina de centenas de pacientes no Brasil,graças ao surgimento de empresas dehome care. Este tipo de atendimentovisa, principalmente, evitar infecçõeshospitalares e baratear o custo dotratamento, além de possibilitaruma internação mais humanizada e arecuperação ou melhora mais rápida,já que os doentes ficam perto dafamília. Os pacientes internados em

RI é utilizado em pac com internação domProtocolo envolveu sete adultos e duas crianças submetidpor sonda nasoenteral, que receberam o Regulador Intestinal

casa geralmente são portadores dedoenças crônicas ou foram vitimadospor problemas como Acidente VascularCerebral (AVC), alguns são submetidosà ventilação mecânica e, muitas vezes,alimentados por sonda nasoenteral.Apesar de estarem fora do ambientehospitalar, estes pacientes tambémrecebem antibioticoterapia e, por isso,costumam apresentar quadros dediarréia, um dos principais problemasrelacionados ao uso de antibióticos,

que pode levar à desidratação pelaperda de eletrólitos e, com isso,agravar ainda mais o quadro clínico.

Para avaliar o efeito do uso dosprobióticos sobre a diarréia causadapela medicação e possibilitar umamelhora dos sintomas, uma equipecomposta por médico e nutricionistasda Assistência Médica DomiciliarAssunção, localizada em São Bernardo,no ABC paulista, desenvolveu protocolocom a utilização do ReguladorIntestinal Yakult RI. O medicamento,desenvolvido no Japão, é composto dealta concentração de bactérias láticascomo o Streptococcus faecalis e oLactobacillus casei, encontradas namicrobiota de todos os indivíduossaudáveis. As bactérias probióticasproduzem ácido lático no intestino,o que impede a multiplicação demicrorganismos patogênicos sensíveisà diminuição de pH e, conseqüentemente,restabelece a microbiota intestinal.

Geralmente utilizado em hospitaiscom excelentes resultados, o RI tambémfoi considerado eficaz no combate àdiarréia dos pacientes submetidos aotratamento domiciliar, segundo anutricionista clínica Susana de BritoCamargo, uma das responsáveis peloprotocolo que reuniu sete adultos e

Por Adenilde Bringel

Débora Donice, Cibele Rose e Susana de Brito Camargo fizeram parte do estudo

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ientesiciliaros à alimentaçãodurante oito meses

duas crianças. “Temos vários pacientescom necessidade de cuidados intensivose uso contínuo de antibióticos, emuitos apresentam diarréia constante”,explica. Embora considere pequenaa amostragem no protocolo, SusanaCamargo afirma que os resultadosforam considerados excelentes, porquea diminuição da diarréia aconteceu nasprimeiras semanas de ingestão do RI.“Com um mês houve melhora daconsistência das fezes e apenas doispacientes continuaram apresentandofezes líquidas, mas com menosevacuações”, ressalta.

A maioria dos pacientes recebe umenvelope de RI por dia – somente doisportadores de esclerose lateral amiotrófica(ELA) recebem o medicamento maisvezes porque têm diarréia de difícilcontrole. Com o fim do protocolo,a nutricionista informa que algunspacientes já estão há dois meses sem oRI e não apresentaram novos quadrosde diarréia, mesmo com a continuaçãoda antibioticoterapia. “Isso é muitoimportante, porque significa que o RIrestabeleceu a saúde intestinal”, reforça.De acordo com Susana Camargo,pacientes com dieta oral, que nãoutilizam o RI, são orientados a tomar oleite fermentado Yakult 40 diariamente.

“Nos pacientes obstipados com dietasenterais também pedimos às famíliaspara introduzir o leite fermentado nasonda uma vez por dia”, revela.

Simbiose – Susana Camargo lembraque utilizou, em alguns pacientes, fibrasolúvel – considerada prebiótico – aliadaaos probióticos e, com isso, alcançoubons resultados. Entretanto, anutricionista ressalta que o RI isoladofuncionou bem e, por isso, não avaliou afunção da fibra solúvel no protocolo.“O RI melhorou muito a qualidade devida dos pacientes porque eliminamos a

diarréia”, garante. Para participardo protocolo, foram selecionadospacientes submetidos à dieta enteralou por gastrostomia, e os portadoresde doenças intestinais foram excluídospara não haver comprometimento doresultado. “Queríamos analisar a açãodo RI em nossos pacientes que fazemuso de antibióticos freqüentemente,e chegamos à conclusão esperada”,enfatiza. Por causa dos resultados, oRegulador Intestinal passou a fazerparte da rotina de assistência paratodos os pacientes com diarréia,desde que submetidos à dieta enteral.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Probióticos

Centenas de estudos relacionados àação dos probióticos para a manutençãoda microbiota intestinal começam adespertar o interesse de pediatrasbrasileiros para o tema, antes dirigidoexclusivamente ao público adulto.Alguns destes trabalhos científicos têmdemonstrado que os microrganismosprobióticos ajudam a combater algunstipos de diarréia, como a provocada porrotavírus – comum em bebês de seismeses a dois anos de idade, quandoacontece o pico de desmame. Nestaidade, a criança não está com aimunidade plenamente desenvolvidae, geralmente, é quando começa a tercontato com outras crianças em escolase creches. Mas, além desta funçãoimportante, os pesquisadores tambémtêm conseguido demonstrar queos probióticos são eficazes pararestabelecer a microbiota intestinalquando as crianças são submetidas

Microrganismos atua sobre microbiota infaPor Adenilde Bringel

à antibioticoterapia, uma vez que osmedicamentos prejudicam a microbiotaintestinal e, conseqüentemente,comprometem a imunidade.

O pediatra Alfredo Elias Gilio, diretorda Divisão de Clínica Pediátrica doHospital Universitário da Universidadede São Paulo (HU-USP), ressalta queo interesse dos pediatras pelos probióticosé antigo, mas foi renovado nos últimosanos porque estudos comprovaram quehá uma série de fatores que alteramo equilíbrio da microbiota intestinal,inclusive nas crianças. “O objetivo dosmédicos é reequilibrar a microbiota demaneira mais saudável, sem interferênciade medicamentos, em especial nos casosde diarréia por rotavírus”, reforça. Omédico enfatiza que, apesar de não estarcompletamente comprovado que osprobióticos desempenham um papel deproteção da ação do rotavírus, algunsestudos, a maioria em creches brasileiras,têm apontado para esta conclusão. “Ostrabalhos europeus estão mais voltados àprevenção e abordam o tema de maneiradiferente”, explica.

Uma das grandes vantagensapresentadas pelo diretor do HU-USPé que os probióticos induzem a umamicrobiota parecida, de alguma forma,à das crianças amamentadas com leitematerno, o que significa maior proteçãocontra enfermidades. “O leite maternoprotege a criança de uma série de doençase ajuda na formação do sistema imunee da microbiota. E esse é o raciocínio

em relação ao probiótico”, compara.A maior diferença, entretanto, é queo leite materno fornece os fatores queestimulam a formação da microbiota,enquanto os probióticos devem seringeridos diariamente para mantera flora mais saudável porque nãoconseguem se instalar no intestino.“Se pudessem se instalar seria muitomelhor”, acredita. Apesar disso, osresultados de estudos, inclusive daUSP (leia boxe), demonstram que aalteração na microbiota é menor quandoas crianças medicadas com antibióticostambém recebem probióticos. Segundoo especialista, uma das possibilidadesem estudo, nas crianças que necessitamreceber antibiótico por alguma razão –por exemplo por uma infecção – seriaa utilização simultânea de probióticos.“Pode haver benefício para a microbiotaintestinal”, confirma.

Prescrição – De acordo com AlfredoElias Gilio, o leite fermentado pode serfornecido à criança a partir de um ano deidade, mas é importante que os médicosfiquem atentos porque pode haverintolerância. O produto também podeser uma boa opção a partir de dois outrês anos, quando a criança não utilizamais a mamadeira e costuma rejeitar oleite. “É importante nunca dar o produtopara a criança em fase de amamentação,para não interferir, e tomar cuidado coma higiene dos dentes, porque o leitefermentado contém açúcar”, adverte.

Alfredo Elias Gilio

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mntil

Um estudo inédito realizado porpesquisadores da Faculdade de CiênciasFarmacêuticas da Universidade de SãoPaulo (FCF-USP), em parceria comprofissionais do Hospital Universitário,comprovou que o probiótico temefeito protetor sobre a microbiota decrianças submetidas a tratamentos comantibióticos. No estudo, randomizado eduplo-cego, os pesquisadores avaliaram63 crianças de baixa renda, com idadesentre dois e 15 anos, submetidas atratamentos com antibiótico no HU-USP

por motivos diversos. Os pesquisadoresanalisaram amostras fecais das crianças,colhidas com alguns critérios. “Oresultado era o que procurávamos”,explica o médico Alfredo Elias Gilio.

As crianças que ingeriram leitefermentado Yakult não registraramaumento de bactérias específicasnas fezes e não houve aumento daquantidade de patógenos, o quesignifica que o probiótico manteve oequilíbrio da microbiota do começo aofim do tratamento. Já nas crianças que

receberam placebo, os pesquisadoresidentificaram, na microbiota, aumentode P. aeruginosa e Clostridum, duasbactérias que, apesar de estarempresentes na microbiota intestinal, nãodevem estar em grandes concentraçõesna flora. Segundo o médico AlfredoGilio, este ano o estudo será publicadoem uma revista científica e a equipe jácomeça a pensar na próxima etapa dotrabalho. “O probiótico deve ter umpapel importante no futuro”, prevê oespecialista.

HU-USP comprova efeito do leite fermentado

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ PesquisaLaboratório da USP est Por Rosângela Rosendo

A habilitação para trabalhar empesquisas com material biológicopotencialmente perigoso, como ohantavírus, que provoca insuficiênciarenal; o arbovírus, causador da febreamarela; entre outros agentesresponsáveis por diversos tipos defebre hemorrágica que podem levarà morte, já deixou de ser capacidadecomplexa e perigosa apenas para osmodernos laboratórios internacionais.Em novembro de 2003 foi inauguradoo Laboratório Klaus Eberhard Stewienno Instituto de Ciências Biomédicas daUniversidade de São Paulo (ICB-USP),classificado como de biossegurançanível 3 (NB3+). Considerado um dosúnicos desta categoria no País – naUniversidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) há um similar, porém menor –, olaboratório concentra área útil de 50m²à prova de fuga de microrganismosde alta periculosidade.

Com apoio financeiro da Fundaçãode Amparo à Pesquisa do Estado deSão Paulo (Fapesp) da ordem R$ 1,5milhão, a unidade – que recebeu onome do virologista alemão naturalizadobrasileiro que ajudou no controle daparalisia infantil no País – levou umano e meio para ser construída. Parainiciar as atividades, o laboratório aindafoi avaliado pelo Central Disease Control,organismo de controle de vigilânciasanitária do governo dos Estados Unidos,e por pesquisadores do Pasteur Institute,na França. Em princípio, o novolaboratório vai estudar o hantavírus,arbovírus e vírus do Oeste do Nilo,com base em amostras de sanguede roedores e aves já coletadas naAmazônia e na Mata Atlântica. Naopinião de Paolo Marinho de AndradeZanotto, professor de Microbiologiado ICB-USP e um dos pesquisadoresresponsáveis pelo NB3+, ao lado doprofessor e biomédico Edson Luiz

Durigon, também do instituto, todoesse trabalho e investimento vai darautonomia ao Brasil em pesquisasbásicas dessas e de outras doençasinfecciosas. “Além disso, vai ajudara aumentar a velocidade na geraçãode métodos de diagnóstico de doençasimportantes e de pesquisas quepossam conduzir à geração de vacinase medidas de controle”, destaca. Porconta disso, Paolo Zanotto consideraprovável o intercâmbio do laboratóriocom pesquisadores de outros institutosde saúde para futuros estudos. Mas,para isso, haverá avaliação prévia dostrabalhos.

Segundo o professor, os níveis debiossegurança de um laboratório sãodeterminados conforme a proteçãoque se deseja dentro e fora da unidade.Estudos em nível de biossegurança 1normalmente são realizados commaterial não-infeccioso; já em umNB2+ há manipulação de agentes

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udará patógenos letaisinfecciosos pouco contagiosos, comoalguns vírus respiratórios leves quepodem causar desconforto não tão sérioao organismo. Neste caso, o controlede segurança é maior e exige o uso debarreiras primárias e secundárias, comocabines de fluxo laminado, aventais,protetor facial e óculos. Mas, umaunidade NB3+ requer, além de tudo isso,o total isolamento da área de trabalho.“Seria como envolver um laboratóriode nível 2 numa ‘casca’, onde a entrada ea saída dos pesquisadores, do materialmanipulado durante os experimentose do próprio equipamento são maisrigorosas”, exemplifica o profissional,que já trabalhou em laboratórios denível 3 na Inglaterra, nos EstadosUnidos e na Alemanha, e consideraa unidade do ICB de igual excelência.

Paolo Zanotto destaca que a totalsegurança no interior de um NB3+é necessária devido ao processo debiomagnificação de agentes infecciososperigosos, durante a qual a quantidadede patógenos é exponencialmenteelevada e de forma rápida. “Para estudaresses microrganismos, precisamos dematerial suficiente para isolar as proteínase o ácido nucléico. Por isso, geramosbilhões e bilhões de partículas virais.É a hora mais perigosa da operação, jáque, devido à imensa carga viral gerada,um vírus não essencialmente letal podecausar a morte de alguém”, explica,ao lembrar de situação parecida vividapor pesquisadores, no ano passado,durante a manipulação do vírustransmissor da Síndrome RespiratóriaAguda Grave (Sars).

Para garantir a total integridade dospesquisadores, que trabalharão sempre

com roupas especiais, tecnologias paraos sistemas de acoplamento das cabinese de filtragem de ar foram desenvolvidasexclusivamente para o NB3+ da USP.No local ainda estão instalados freezers,estufas, centrífugas e outros equipamentossofisticados para a manipulação devírus e bactérias de maior risco. Comobjetivo de manter a pressão negativae, desta forma, evitar que algummicrorganismo escape, a entrada e asaída do laboratório são feitas por eclusas(portas duplas que se abrem uma decada vez). “Se, por algum motivo, ocorrera liberação de um aerossol com vírusinfeccioso em grande quantidade nolaboratório, o ar naturalmente seguiráem direção dos filtros”, explica PaoloZanotto. Por esta razão, toda a parteelétrica da unidade também foi embutidae as centrífugas estão estrategicamentedispostas embaixo de coifas. Além disso,todas as funções de pressão, filtro de are temperatura são monitoradas por umcomputador capaz de detectar qualquersituação de risco.

Com objetivo de facilitar a limpezado local, os cantos são arredondadose não há nenhum tipo de ranhura oudescontinuidade no chão revestidode epóxi. Após o trabalho, todos osinstrumentos de pesquisa, inclusiveobjetos pessoais dos pesquisadores,como óculos, macacão, máscaras,luvas e outros, são autoclavados ouesterilizados dentro da unidade. Pormeio de agentes descontaminantes, aágua utilizada também é tratada e, emseguida, elevada à temperatura de 120graus. “Temos capacidade de tratarmédia de 200 litros de água nolaboratório”, ressalta o professor, ao

acrescentar que todo material – líquidoou esterilizado – que sair do laboratório,é tratado como lixo hospitalar. Até ofim deste semestre, a unidade deveráestar em pleno funcionamento. Paraisso, quatro técnicos estudantes depós-graduação do ICB estão emtreinamento.

Referência – O laboratório serviráde referência para o Ministério da Saúdena construção de mais 14 unidades debiossegurança nível 3 no País – trêsno Estado de São Paulo. A construçãodesses espaços integra a Rede deDiversidade Genética Viral ou VGDN(Viral Genetic Diversity Network),criada em 2000 com financiamentoda Fapesp. Na USP de Ribeirão Pretoficará a coordenação das pesquisascom o hantavírus.

Paolo Marinho de Andrade Zanotto

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Plantas que curaPor Adenilde Bringel

Desde o começo da humanidade, asplantas são aliadas da saúde. Embora aMedicina Tradicional Chinesa utilize,há séculos, centenas de ervas e raízespara a cura dos males do corpo e damente, os ocidentais ainda resistemquando o assunto é a ação das plantasmedicinais como aliadas do organismosaudável. Para ampliar o conhecimentosobre o tema no Brasil foi criada, em2002, a Associação Médica Brasileirade Fitomedicina (Sobrafito). O presidenteda entidade, José Roberto LazzariniNeves, gastroenterologista com váriasespecializações e amplo conhecimentocientífico sobre fitomedicamentos, afirmaque é possível utilizar o poder das plantasmedicinais para a prevenção e promoçãoda saúde e para a cura de doençasneste novo século.

Como surgiu a fitomedicina?Primeiro é importante explicar que

a fitoterapia é a forma mais antiga dese tratar doenças através das plantasmedicinais. Mas era preciso demonstrarcientificamente o poder das plantas e,em 1976, o Ministério da Saúde daAlemanha resolveu desenvolver essetrabalho. Foi montada uma comissãoformada por farmacêuticos, botânicos,médicos, biólogos, farmacologistas,bioquímicos e outros experts emfitoterapia – chamada Comissão E –,que começou a redigir monografiassobre plantas medicinais com objetivode provar cientificamente seu efeito. Paraisso, eles pesquisaram toda literaturaexistente sobre determinadas plantas,com descrição, indicação, princípioativo, dose terapêutica, contra-indicações

e efeitos colaterais, e montaram umamonografia completa. A partir daí,tudo isso era validado por todos oscomponentes e a monografia eraoficializada. Eles trabalharam nissopor muitos anos.

As monografias eram trabalhoscientíficos?

Sim. Na verdade eram coletâneasde tudo que existia, o ‘estado da arte’sobre determinadas plantas, que eracompilado em um documento só. Quandoa monografia era oficializada, aindústria farmacêutica e os laboratóriospoderiam registrar a planta medicinalcomo medicamento, em uma categoriaespecial como medicamento fitoterápico.Os laboratórios começaram a investire registrar os medicamentos e, a partirdestes medicamentos registrados,passaram a fazer estudos clínicos.Porque o que diferencia a fitomedicinada fitoterapia são os estudos clínicos.Existem milhões de estudos pré-clínicosno mundo inteiro. Só no Brasil existemmais de 6 mil estudos pré-clínicos complantas, com o estudo ‘in vitro’, depois‘in vivo’. Mas os estudos param nafarmacologia e toxicologia e não passampara o estudo com o ser humano. NaAlemanha, os laboratórios começarama investir em pesquisa clínica paraverificar a eficácia dos produtos, quejá estavam registrados. E, por outrolado, também começou nessa época, naAlemanha, a padronização dos extratos,que é outro marco importantíssimo. Alicomeçou o que os alemães chamam de‘fitoterapia racional’, para diferenciarda fitoterapia tradicional. Mas, no

Brasil e em outros lugares do mundo,resolveu se chamar de fitomedicina,porque tem conhecimento médico, é algocientífico e de conhecimento exclusivodo médico. O médico é o único quepode prescrever o medicamento.

Até este período não haviapadronização?

Exatamente. Até então, as plantasmedicinais não tinham padronização.O Ginko Biloba, por exemplo, que nasceno Japão ou na Europa, não tinhapadronização e as plantas sofrem muitainfluência do solo, do clima etc. Portanto,a partir desse momento eles começarama padronizar, o que significa pegar oprincípio ativo – quando é possível –ou marcadores, que são substânciasque estão dentro da planta, e estipularuma determinada quantidade parapadronizar. Hoje, toda planta medicinal,para virar medicamento, tem de terum padrão.

Por que o senhor citou o GinkoBiloba?

Porque é o maior exemplo dafitomedicina. É a planta medicinal maisestudada e a mais vendida no mundointeiro.

Já é comercializado comofitomedicamento?

Em parte. Em alguns países sim,e isso tem a ver com a qualidade dapadronização.

Como se define a padronização?Por meio da fitoquímica, que é a

parte da fitoterapia que estuda os

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Entrevista do mês

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amcomponentes químicos da planta.E existem algumas categorias desubstâncias das famílias dos flavonóides,dos alcalóides etc, que são as moléculasresponsáveis pelo efeito terapêutico,pela ação farmacológica daquela planta.Portanto, para ser medicamento precisater essa padronização. Com isso, pode-se fazer estudo clínico e, quando secomprova que tem eficácia, é possívelvalidar no mundo inteiro, comhomogeneidade. O mesmo padrão deGinko Biloba que tem na China ou naAlemanha existe no Brasil, nos EstadosUnidos e no Japão.

E pode fazer efeito contrário senão estiver padronizado?

Sim, pode. As pessoas costumampensar que, se não fizer bem, mal nãovai fazer. Mas isso não é verdade.Existem várias plantas medicinaisque são tóxicas e podem causar efeitocolateral. Além disso, há interaçõesmedicamentosas. Se a pessoa estivertomando um medicamento sintético eingerir um fitomedicamento, podehaver uma interação e causar problemas.Alguns fitomedicamentos podem, porexemplo, prejudicar a cicatrização,potencializar um anestésico... Por isso,o médico deve acompanhar e, para isso,precisa conhecer para prescrever.

A Europa está muito adiantadanesta área. Existem muitosfitomedicamentos diferentes do Brasil?

Eles estão 20 anos na nossa frentee do resto do mundo neste sentido dafitomedicina, porque em matéria defitoterapia os indianos e chineses

estão centenas de anos na frente. Emtermos de variedade de medicamentos,não existe muita diferença. Nesses 20anos, eles estudaram muito bem umacentena de medicamentos, que naverdade não têm origem na Europa.A Alemanha tem 16 plantas nativas; aSuíça tem apenas uma planta nativa...

A Amazônia é o grande berço deplantas medicinais?

Sem dúvida. O Brasil tem 55 milespécies de plantas e acreditamos quepelo menos 30 mil tenham potencialterapêutico. Na verdade, o Brasil temcinco ecossistemas: a Amazônia,o Cerrado, a Mata Atlântica, aCaatinga e o Pantanal. E juntandotodos é que temos essa diversidade.Acredito que no Cerrado tenhamosaté mais variedade do que na Amazônia.Mas é a Alemanha que tem o maior

mercado do mundo nesta área. E parafazer esse caminho da padronizaçãoe da pesquisa clínica – que é afitomedicina – fundamos em 2002a Associação Médica Brasileira deFitomedicina.

Qual o grande objetivo daSobrafito?

Congregar os médicos e desenvolvere divulgar o conhecimento científicosobre as propriedades das plantasmedicinais, por meio de palestras ecursos. Quisemos fazer uma associaçãomédica para ganhar a credibilidadeda classe médica, que é nosso objetivo.Como parte de minha formação foina Europa, conheço a fitoterapia hámuitos anos. Já realizamos, em 2003, o1º Congresso Brasileiro de Fitomedicina,que foi muito procurado, e teremos osegundo em setembro deste ano.

Estamos bem adiantados em matériade cursos de aperfeiçoamento e teremosum curso de extensão na Unifesp(Universidade Federal de São Paulo)com a coordenação do professorElisaldo Carlini.

Esse interesse todo significa queos médicos começam a estar maisabertos às novidades?

Aos poucos. E talvez essa seja umadas principais tarefas da Sobrafito:tentar mostrar para o médico qual adiferença da fitomedicina. Temos, hoje,uma massa crítica de estudos muitobem conduzida no mundo inteiro, e jápodemos fazer medicina baseada emevidências com fitomedicamentos.Inclusive existem, na InstituiçãoCochrane, que é uma instituiçãomundial de medicina baseada emevidência, estudos de metanálise compelo menos nove fitomedicamentos.

Em que consiste a metanálise?Eles reúnem todos os estudos

disponíveis no mundo sobre GinkoBiloba, por exemplo; fazem uma

seleção de acordo com ametodologia desse estudo,

segundo classificação pré-definida –inclusive com estudo comparativo,randomizado, duplo-cego – pegam osmelhores, selecionam, e, destes melhores,estudam os resultados e chegam a umaconclusão. É o caso efetivo do GinkoBiloba. A conclusão da instituição éque o fitomedicamento realmente, porestudos clínicos, tem um risco-benefíciopositivo e está indicado para problemasvasculares periféricos, principalmentecerebrais, pode ser usado em problemasde vertigem e tinito de origem vascular.Isso é comprovação científica. Essainstituição coleta os estudos clínicosrealizados e faz uma seleção. No casodo Ginko Biloba, eles utilizaram 33estudos clínicos do mundo todo,aprovaram a metodologia, e o resultadodemonstra que o fitomedicamento éeficaz e seguro. Essa é a comprovaçãomáxima da ciência.

Existe legislação no País sobrefitomedicamentos?

O Brasil, felizmente, segue alegislação européia e os fitomedicamentossão registrados como medicamentos.Já nos Estados Unidos, são consideradossuplementos alimentares. Comosuplementos, não são fiscalizados

pelo FDA (Food and DrugAdministration), e como há

procura muito grandedestes produtos, todomundo começa a entrarneste mercado, muitossó com interessecomercial, e acabamcomprando os extratos

mais baratos. Depois de

um certo tempo, tanto médicos quantopopulação vão desacreditar os produtos,porque não vão funcionar. E outroproblema é a contaminação.

Isso é muito comum?Sim. Um estudo aqui no Brasil

apontou que 70% das plantas vendidasem feiras, em bancas, estão contaminadaspor fungos. E isso é muito sério porqueas pessoas podem ter infecçãogastrintestinal... E outro problema foia comprovação de que havia plantascontaminadas com metal pesado, naChina. Portanto, a qualidade da matéria-prima é fundamental. Por tudo isso,os médicos devem procurar sempreos grandes laboratórios, porque têmcultura de fazer pesquisa e trabalhamcom matéria-prima de qualidade.Aqui no Brasil já existem laboratóriosproduzindo fitomedicamentos.

Além do Ginko Biloba, quais osfitomedicamentos disponíveis noBrasil?

A isoflavona de soja – comomedicamento –, a valeriana, uma plantaque tem efeito ansiolítico e pode serusada como calmante ou em casosde insônia; o Saw palmetto, usado nahiperplasia benigna da próstata; oHypericum perforatum, que é umantidepressivo bem conhecido. Tudocom estudo científico.

A arnica e o guaco já sãoconsiderados fitomedicamentos?

A arnica pode ser homeopática oufitoterápica. Na fitoterapia, é usada sópara uso externo e produzida só com oextrato das flores. E na homeopatia

se faz um extrato da plantainteira e aí ela é dinamizada,porque se for usar muitoconcentrada, por via oral,pode fazer efeitos tóxicos.

Ela é cicatrizante, tem efeito

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antiinflamatório, principalmenteem traumas e contusões, e isso estácomprovado. Já o guaco é uma plantabrasileira e existem alguns estudos,mas ainda não há nada totalmentecomprovado, embora estejamcaminhando para isso. A planta temefeito broncodilatador e expectorantee é muito usada para xarope.

A Anvisa é muito rígida?Felizmente sim. Existia uma

legislação chamada Portaria 6, criadaem 1995, que era rígida demais. Em 2000veio a RDC 17, que permite registraros produtos como medicamentofitoterápico tradicional, e aí aconteceuum boom desse mercado no Brasil,porque os laboratórios começaram aregistrar. E agora está em consultapública uma melhoria da RDC 17, quedeverá ser publicada nos próximosdois meses. Há uma discussão com asociedade e com a indústria, que visamelhorar a legislação para proteger aqualidade do produto. Esse é o grandeobjetivo. A partir do embasamentocientífico, proteger a qualidade damatéria-prima para desenvolver afitomedicina.

O que difere o fitomedicamentodo sintético tradicional?

A droga sintética é uma moléculaúnica, pura, e no fitomedicamentosempre existem dezenas de moléculas.É o conjunto dessas substâncias –que chamamos de fitocomplexo –que leva a um sinergismo e ao efeitoterapêutico. Hoje, no mundo inteiro,de todos os medicamentos disponíveise comercializados, 39% têm origemvegetal. Destes, 6% são fitomedicamentos,9% são semi-sintéticos e 24% sãofitofármacos. Neste caso, o princípioativo da planta é isolado e sintetizado;às vezes, se pega a molécula e fazpequenas alterações na estrutura,

e ele passa a ser um semi-sintético.Outra informação é que 60% dosmedicamentos neoplásicos usados emoncologia têm origem vegetal, massão modificados, são semi-sintéticos.Por isso é que, hoje, todos oslaboratórios do mundo estudam abiodiversidade, porque ali pode estara resposta para muitas doenças.

Existem algumas especialidadesmédicas mais interessadas nosfitomedicamentos?

Sim. Primeiro o clínico generalista,porque tem um número maior deprofissionais e eles pegam as doençasnum estágio de leve a mediano.E é importante ressaltar que ofitomedicamento é indicado paradoenças leves a médias. Não servepara doença grave, hoje, mas pode serque sim no futuro. O ginecologistatambém costuma usar, porque sempreque existem doenças crônicas e em quehá limitação com o medicamentosintético, como na terapia de reposiçãohormonal, os médicos tentam encontraralternativas e, aí, o que é científicoacaba ocupando esse espaço. Ainda naginecologia, também são boas opçõespara doenças crônicas, infecções derepetição e tensão pré-menstrual. Napediatria, quando a utilização de umaterapêutica sintética em doençascrônicas acaba sendo muito agressiva –principalmente as doenças infecciosasde repetição – o médico começaa procurar outras opções. E napediatria existe uma resposta muitofavorável aos fitomedicamentos. Masé importante ressaltar que, na grandemaioria das vezes, o fitomedicamentoé complementar.

A aceitação é grande?Os fitomedicamentos propiciam

maior tolerabilidade e aderência aotratamento, porque provocam menos

efeitos colaterais. E os estudos naAlemanha comprovam isso, o quefavorece bastante o desenvolvimentoda fitomedicina. Quando eles fazempesquisas com a população, mesmoentre quem não toma fitomedicamento,60% responde que as pessoas quetomam se preocupam mais com asaúde, se alimentam melhor epraticam mais esporte, ou seja, têmuma vida mais saudável. E issopossibilita falar mais de promoçãoda saúde e de prevenção de doenças.

A Medicina hoje está mais voltadaà prevenção. Os fitomedicamentossão parceiros neste conceito?

Totalmente. Quando o médico faz umdiagnóstico precoce e começa a tratarcom fitomedicamento, muitas vezes estáprevenindo para que a doença nãoevolua e fique mais grave. Costumamosdizer que os fitomedicamentos promovemas forças de defesa do organismo esão parceiros dos probióticos para apromoção da saúde. A gente percebeque cada vez mais esse conceito ganhaforça no mundo inteiro, inclusive naindústria farmacêutica especializadaem sintético. Esse é um dos caminhosda Medicina.

E o caminho do médico?Também é abrir esse leque. Medicina

baseada em evidências também temlimitações. Primeiro que não se conseguefazer todos os estudos, para todas asdoenças; segundo que, muitas vezes, nãose chega a um consenso sobre qual amelhor forma de tratar. Não é umaciência exata. O médico, hoje, precisaconhecer acupuntura, fitomedicina eoutras áreas. É preciso ter uma visãoholística do doente, entender umpouquinho de psicologia médicae atender o paciente como um sercompleto. Isto, cada vez mais, estarápresente na formação médica.

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O conceito de homem biônico, queganhou popularidade com o seriadoamericano ‘O Homem de Seis Milhõesde Dólares’ nos anos 70, ainda está umpouco distante da realidade. Apesardisso, a simbiose entre homem e máquinaé cada vez mais presente nos processosde reabilitação de indivíduos queprecisam suplantar a falta de um membrodo corpo ou a perda de alguma funçãocausada por fatores externos e doençascongênitas. A tecnologia utilizada naspróteses e órteses evoluiu muito nosúltimos anos, sobretudo com os recursosda eletrônica e informática, e peladescoberta de novos materiais. Alémdisso, os anos que sucederam a SegundaGuerra Mundial também foram decisivospara o avanço da reabilitação, porque oexército de mutilados decorrente doscombates e as pessoas nascidas comdeformidades no período pós-bombaatômica motivaram o crescimento daspesquisas nesta área.

No Brasil, uma das principaisreferências na evolução de confecçãode próteses é o trabalho realizado há 53anos pela Associação de Assistênciaà Criança Deficiente (AACD), quepossui, na sede em São Paulo, umadas maiores oficinas ortopédicas daAmérica Latina – com mais de 1,5 milm2 e que só no ano passado produziu60 mil peças. Além da oficina, a AACDcriou, em 1996, um Laboratório de

Bioengenharia para desenvolver,principalmente, projetos depesquisa voltados à criação de

novos produtos que proporcionemmais qualidade de vida aos

pacientes. O maior desafio

Por Yannik D´Elboux

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Tecnologia

do laboratório é unir tecnologia ebaixo custo para atender o caráterassistencial da entidade, uma vez queos materiais considerados de melhoraplicação para a confecção de prótesesatualmente, como o titânio e a fibra decarbono, que oferecem mais leveza eresistência, ainda são importados. Eapesar de já empregar estes materiaisem alguns produtos – como nasprimeiras órteses fabricadas no Paísem fibra de carbono para pessoas comparalisia – a entidade busca alternativaspara aumentar o acesso às próteses eórteses.

“A AACD tem procurado utilizarmateriais que existem no País, comoplástico, alumínio e espuma, parabaratear o custo, melhorar o manuseioe facilitar a aquisição”, explica oortopedista e diretor clínico daassociação, Antonio Carlos Fernandes.O médico informa que o Laboratóriode Bioengenharia, em parceria com oServiço Nacional de AprendizagemIndustrial (Senai) está, agora, na fasede testes clínicos de um joelho infantilpolicêntrico em duralumínio. “Este éum produto de alta qualidade e baixocusto, que vai permitir à criança andarnormalmente, correr, brincar e fazertodos os movimentos com segurançae conforto”, ressalta o engenheiroresponsável pelo laboratório, PauloMarcos Aguiar. O joelho, que namaioria das vezes é uma peça importada,será fabricado inteiramente comcomponentes nacionais na oficinaortopédica da entidade e já passou portodos os testes mecânicos em simulaçõesestáticas e dinâmicas.

A máquina a fA máquina a f

23Super Saudável

A prótese mecânica possui formatotubular e a similaridade com o joelho ea perna humana existe apenas quanto àfisiologia do movimento. “A prótesedo membro inferior é apenas funcional,para fazer com que o paciente andemelhor, conservando energia. Nãohá necessidade de dedos artificiais eunhas”, destaca Antonio Fernandes.

Palmilha eletrônica – Cada vezmais, a eletrônica e a informáticaentram em cena para tornar as prótesese órteses mais inteligentes e eficazes.Seguindo esta tendência mundial, oLaboratório de Bioengenharia daAACD lançou, há pouco mais dedois anos, uma palmilha eletrônicachamada Dorsi-Flex, que funcionaatravés de impulsos elétricos. Oaparelho é uma órtese capaz decontrolar a dorsiflexão do pé por meioda estimulação muscular durante acaminhada. A palmilha é indicada paraadultos e crianças com casos de paresiamuscular, decorrentes principalmente de

acidente vascular cerebral,traumatismo cranioencefálico,anoxia cerebral, lesão medularincompleta, tumores cerebrais e paralisiacerebral. “A palmilha é colocada deforma imperceptível no calçado esensores identificam o movimento doinício da caminhada. Por meio deeletrodos, os músculos são estimuladose fazem com que o pé levante para quea pessoa ande normalmente”, explicao engenheiro Paulo Aguiar. O Dorsi-Flex pode substituir a goteira rígida,mas primeiro é preciso que o pacienteseja avaliado por uma equipe médicapara verificar se o caso faz parte dasindicações do aparelho, que estimulaos músculos tibial anterior e fibular.A palmilha eletrônica também possuicontrole de intensidade do movimentoe, segundo o engenheiro, é uma dasmenores já produzidas no mundo comestas características.

O próximo projeto doLaboratório de Biongenhariaé desenvolver pesquisas parapróteses dos membros superiores,que por serem mais complexas ecaras ainda oferecem poucas opçõesaos pacientes. “A prótese do membrosuperior é muito complexa para serutilizada e muitos acabam optandopor uma prótese mais cosmética, sempraticamente nenhuma função”, afirmao diretor clínico da AACD. Aspesquisas e produtos criados peloLaboratório de Engenharia da entidaderepresentam uma evolução importantepara toda a sociedade. Dados estatísticosde 2003 da AACD apontam que 43%das lesões medulares traumáticas dospacientes atendidos na instituição sãoprovocadas por armas de fogo, 33%por acidentes de trânsito e 17% porquedas de altura e mergulhos emáguas rasas.

favor do homemavor do homem

Paulo Marcos Aguiar

Antonio Carlos Fernandes

24Super Saudável

Basta citar a palavra meditação paraque as pessoas imediatamente imaginemum homem sentado, com as pernascruzadas e os olhos fechados. Por trásdesta imagem tão serena, reina umaprática oriental que tem ajudado milharesde ocidentais a encontrar a paz deespírito e o equilíbrio corporal. Técnicaque reúne exercícios de relaxamento,atenção e concentração, a meditaçãoé capaz de transformar até o maisimpaciente e nervoso dos indivíduos emuma pessoa mais centrada e tranqüila.Vivendo em um tempo em que a cargade informações e as exigências nãoparam de crescer e de sobrecarregar aspessoas, a frustração ligada ao estresseacaba se transformando em uma bombarelógio. É neste momento que a meditaçãopode ser usada como válvula de escape,ensinando as pessoas a deixarem deser tão imediatistas e a trabalharemmelhor com as emoções.

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Vida saudável

Por Françoise Terzian

Nascida há cerca de 10 mil anos, apartir da proposta de diferentes religiõese tradições que visavam ensinar oindivíduo a expandir seus horizontese a encontrar uma resposta para suaexistência, a meditação se difundiu pelomundo e, hoje, é oferecida por váriasfrentes, o que inclui Yoga, Taoísta, Cristã,Sufista, Afro-brasileira, Hinduísta eBudista. Apesar de cada uma se basearem diferentes preceitos religiosos,especialistas no assunto ressaltam quetodas oferecem inúmeros benefícios,sem obrigar o praticante a seguir algumacrença em particular. É por isso que,apesar de ter nascido com o intuito deajudar o indivíduo a viver em harmoniaconsigo e com os outros, a meditaçãovem sendo recomendada por médicos eespecialistas como um ‘remédio natural’capaz de combater desde o estressecrônico até as doenças cardíacas, alémde fortalecer o sistema imunológico

e melhorar a respiração. O interesseda ciência ocidental pela meditaçãointensificou-se a partir dos anos 70,quando pesquisadores de várias partesdo mundo começaram a comprovarsua eficácia no controle do estresse.

O cardiologista Dirceu Calió Rolino,adepto e estudioso da meditação, contaque inúmeras experiências comprovamque a prática correta e constante datécnica contribui significativamentepara a melhora no tratamento dediversos sintomas físicos e psicológicos.“A meditação pode diminuir a pressãosangüínea e a freqüência dos batimentoscardíacos irregulares, aumentar ascélulas de defesa do organismo contradoenças infecciosas, inibir a secreçãogástrica e produzir muitos outrosbenefícios”, informa. Entre alguns dosmédicos que comprovaram a eficáciada meditação está Jon Kabat-Zinn,diretor da Clínica de Redução do

Meditação para a conquistade harmonia e bem-estar

Lia Diskin

25Super Saudável

Estresse da Faculdade de Medicina daUniversidade de Massachussets, queobteve significativa melhora notratamento de dor, hipertensão arterial,fobias e doença do pânico em pacientesque seguiram a prática em um programade oito semanas. Dirceu Rolino cita,ainda, Dean Ornish, professor-assistentede Medicina e clínico no CalifórniaPacific Medical Center, em SãoFrancisco, que apresentou estudoscientíficos revelando a reversão de gravesdoenças cardíacas mediante umacombinação de meditação, terapia degrupo, caminhadas e dieta vegetariana.“A reversão das doenças foi demonstradaatravés de cinecoronariografia, em quese constatou a diminuição do nível deobstrução das artérias”, explica.

Se hoje a Medicina encara ameditação como uma ferramentapoderosa na busca pela saúde, nemsempre foi assim. “O sucesso obtidocom o uso da técnica de meditaçãoera uma constatação, mas sabia-semuito pouco sobre quais as alteraçõesorgânicas que ocorriam durante oestado meditativo”, lembra DirceuRolino. Só recentemente, com o adventoda ressonância magnética funcionalpor imagem – um dos mais avançados

equipamentos de análise do cérebro –é que se mostrou claramente o fluxoe o refluxo da atividade em diferentespartes do cérebro em meditação.

Um desses estudos foi realizadopelo médico Richard Davidson, daUniversidade de Wisconsin, com ummonge tibetano em diferentes tipos demeditação. Em pesquisa com quase 200pessoas, Richard Davidson identificouo local das emoções positivas (córtexpré-frontal esquerdo), que gera sensaçõescomo felicidade, entusiasmo e alegria.Por outro lado, a área pré-frontal direitaproduz emoções aflitivas. Resultado:a maior atividade nesta última áreaé sinônimo de maior propensão àdepressão ou distúrbios de ansiedade.Nos exames realizados com o monge,durante uma das formas de meditaçãofoi apresentada uma alta atividade naregião pré-frontal esquerda. A descobertaofereceu apoio científico à sensação debem-estar, alegria, força e sentimentode compaixão vivenciado pelas pessoasque praticam meditação. Esse mesmomonge, em estado de meditação, fechadopara estímulos externos, conseguiudiminuir significativamente a sensaçãode susto (quanto maior a sensação desusto, mais a pessoa tem predisposiçãopara sentir emoções perturbadoras),sugerindo um grande nível de serenidade.

Embora os ocidentais vejam ameditação como uma ferramenta nocombate às doenças, Lia Diskin, co-fundadora da Associação Palas Athenae coordenadora de cursos sobre práticasmeditativas, explica que a técnica nasceupara ajudar o indivíduo a buscar novossaberes. “A espécie humana existehá 140 mil anos e foi a busca pelasobrevivência que ajudou o homem adesenvolver a atenção e uma série dehabilidades ligadas à concentração”,afirma. Lia Diskin explica que adecisão de sair em busca de novossaberes resultou na criação da cultura,

arte e religião. E é aí que a meditaçãose faz imprescindível. “A técnica abreespaço na consciência, ajudando oindivíduo a pensar mais longe e emmaior profundidade. As pessoasaprendem a não agir de formaimediatista ou infantil e a trabalhar comemoções como a raiva e a inveja”, diz.

Prática – Lia Diskin afirma que épreciso dominar as técnicas antes deiniciar a meditação e que o ideal é quea prática seja diária e, se possível, atéduas vezes por dia. Com duraçãomédia de 30 minutos, a meditação podeser realizada com o indivíduo não sósentado, mas também caminhando,processo que exige mais concentração.Quando o assunto é meditação emmovimento, o Tai Chi Chuané uma técnica que temganhado cada vez maisadeptos no País.Diferentementede uma simplessessão derelaxamento, o TaiChi coloca o aluno emestado de concentraçãoabsoluta, precedida pelaatenção. “O Tai Chi éuma prática que leva aoesvaziamento da mente ea uma série de benefícioscomo, por exemplo,a mudança do estadoemocional”, explica aprofessora Jeanne Kuk.A especialista diz quea técnica oferece umabase tão importante que,a partir de sua práticaconstante, fica mais fácilagir diante dos conflitos.“A pessoa passa a agir deforma coerente, analisandoa situação com mais atençãoe equilíbrio”, explica.

Dirceu Calió Rolino

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O clima da capital do Paraná nuncaatrapalhou os negócios de ÂngelaRegina Colociuc e não assusta estaparanaense que nasceu em Arapongas,mas mora na capital há 17 anos. AComerciante Autônoma (CA) maisantiga do Departamento do BairroRebouças nunca imaginou quedeixaria de ser apenas dona-de-casapara se transformar em uma negociantede sucesso. Há 11 anos, ainda umpouco insegura a respeito da opção,Ângela decidiu somar a atividade

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ DestaqueFrio despanA atividade como cÂngela Regina Colo

A atividade como ComercianteAutônoma já rendeu muitas conquistasa Ângela Colociuc, que mantém amédia de vendas de 8 mil frascos deleite fermentado por mês. Além devisitar todos os clientes três vezes porsemana, a CA fornece seu número detelefone e é comum encontrar pedidosna secretária eletrônica. “Já ganheimuito com os produtos da Yakult.

Minha casa inteira é montada comeletrodomésticos e outros prêmios querecebi da empresa”, conta. Não é sódentro de casa que a CA acumulaprêmios. Na garagem fica o veículoCelta que Ângela ganhou em um sorteio,em dezembro de 2002. “Fui sorteada naconvenção que aconteceu no Ibirapuerae fiquei muito contente. Isso foi muitobom para mim, porque tinha apenas

um carro velho e agora tenho umautomóvel novinho”, comemora.

Além dos prêmios, a renda obtidapor meio da comercialização dosprodutos já possibilitou a concretizaçãode muitos sonhos, e o mais recente foia aquisição de um outro apartamento,que a CA aluga para ter um ganhoextra por mês. Sempre pensando nofuturo, Ângela também aplica parte da

Pedidos são deixados até na secretária ele

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e Curitiba nãota bons negócios

como CA ao papel de mãe e esposa.O conselho partiu de uma amiga,que percebeu sua preocupação emaumentar a renda da família. Hoje, oque começou apenas como forma deelevar a renda familiar transformou avida de Ângela em vários sentidos.

“Minha vida mudou completamentee melhorou bastante. Antes, era apenasuma dona-de-casa; hoje, não consigoficar sem minha atividade”, revela.Ângela credita à atividade profissionala melhora de seu estado de saúde e diz

omerciante autônoma transformou a vida da paranaenseciuc, que conquistou sonhos e melhorou o padrão familiar

que é mais disposta do que muitasmulheres mais jovens. Por encarar odia-a-dia de visita aos clientes – que vêinvariavelmente três vezes por semana –como um divertimento, a CA asseguraque vive muito mais satisfeita. “Façodo meu negócio uma brincadeira. Meusclientes são amigos, e se por algumproblema não apareço, todos perguntampor mim e querem saber se estoudoente”, ressalta.

Até mesmo durante as férias, quecostuma tirar no fim de cada ano, a CA

sente falta do relacionamento com opúblico. “No Japão, existem senhoras demais de 70 anos que ainda comercializamos produtos e quero seguir o mesmocaminho”, avisa. Para alcançar amesma longevidade, Ângela apostanas propriedades da soja e tomaTonyu todos os dias. A CA tambémrepassa para os clientes e para afamília os conhecimentos que adquirenas palestras promovidas pela empresa,e procura abordar com freqüência osbenefícios dos produtos para a saúde.

renda e faz economia para poder viajartodo fim de ano com a família. Mas omelhor é que todas as conquistas nãose limitam ao aspecto econômico.“Desde que comecei como CA, arelação com as minhas filhas melhoroubastante. Elas perceberam que a mãetambém é responsável pelas despesasda casa e me vêem com mais respeitoe admiração”, reforça, orgulhosa.

A CA também gosta muito dasviagens que faz com as outras colegaspara conhecer as fábricas da Yakult ediz que os passeios são uma forma deaprender mais sobre os produtos e sedivertir. Entre as viagens, Ângeladestaca a visita à fábrica de Lorena,interior de São Paulo. “Fiqueiadmirada com a tecnologia e aorganização na produção da Yakult”,

trônicarelembra. Todos os benefícios jáalcançados com os negócios motivamÂngela a continuar desenvolvendoa atividade com dedicação. “Meutrabalho é muito importante; nemchuva ou frio me desanimam”, garante.Apesar de todas as conquistas, o maiorsonho da CA é conhecer o Japão. “SeDeus quiser vou ser sorteada em 2005para fazer esta viagem”, planeja.

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Dunas extremamente brancas, deaté 20 metros, se movem o tempointeiro formando desenhos e sãodivididas por manguezais e lagoas deágua doce e cristalina, tudo entrecortadopelo rio Preguiças e cercado peloOceano Atlântico. Este é o cenárioparadisíaco que o turista vai encontrarao visitar o Parque Nacional dosLençóis Maranhenses, no Estado doMaranhão. Do tamanho da cidadede São Paulo – 155 mil hectares – oparaíso ecológico foi formado ao longodos anos e se assemelha a um deserto,mas com características distintas. Nolocal chove 300 vezes mais que nodeserto do Saara, especialmente entreos meses de janeiro a junho, e as águasformam lagoas de água doce entre asdunas, que servem para abastecer ospovoados e também são aquáriosnaturais com peixes, crustáceos etartaruguinhas verdes. A quantidadede peixes nesta época do ano é tãogrande que é possível pegar com asmãos, como fazem as crianças nativasque costumam brincar nas lagoas.Em outubro, a maioria das lagoas dosLençóis Maranhenses desaparece porcausa da estiagem e somente a LagoaAzul permanece como o maior oásisdo deserto brasileiro.

Os passeios têm como ponto departida a cidade de Barreirinhas, a trêshoras de São Luís, capital do Maranhão,

de onde partem ônibus diariamentedo terminal rodoviário. Quem preferirpode optar pela viagem de avião bimotorou monomotor, também a partir deSão Luís, que demora em média 50minutos e permite ao turista ter a noçãoexata da beleza do local e entenderporque tem esse nome: a área realmentese assemelha a um grande lençolestendido. Em Barreirinhas, o turistapode aproveitar para comprar peças deartesanato feitas da palha da palmeirade buriti. Outra dica é descer o rioPreguiças – que margeia o Parque dosLençóis até desembocar no OceanoAtlântico – em barco de linha ouem lanchas. O trajeto tem paradasobrigatórias nas dunas e lagoas, nasbelíssimas paisagens e nas comunidadesde Caburé e Atins, que oferecem chaléspara quem deseja se hospedar. EmMandacaru, quem tiver fôlego podepedir autorização para subir os 172

degraus que levam ao topo do farol dacidade, responsável pela sinalizaçãodos navios. O aventureiro que chegar aotopo será recompensado por uma vistapanorâmica que inclui a vila, o encontrodo rio com o mar, a mata e as dunas.

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Turismo

Nos Lençóis Maranhenses, que ocupam área de 155 milhectares no Estado do Maranhão, águas cristalinas semisturam às dunas e formam um espetáculo deslumbrante

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Paraíso de areiaPor Martha Alves

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Para conhecer o parque é precisoter muito fôlego e paciência. O sol emLençóis atinge 40ºC e, de cada cincopassos, dois são para trás, tamanho éo esforço da subida em algumas dunas.Outra dificuldade que os turistas

encontram é o de saber lidar com a areiatrazida pelo vento, que deixa roupas,óculos e bolsas sujas e, muitas vezes,obriga o visitante a fechar os olhos.Os mais ousados podem subir as dunascaminhando e descer rolando até chegarnas águas límpidas de uma das lagoas,ou imitar os nativos, que utilizam umaespécie de tábua para descer nos grandesescorregadores de areia. Para evitartranstornos, é importante contratar umguia, porque as dunas se movem a todoinstante devido à força do vento e aajuda de pessoas experientes é essencialpara identificar os pontos de areia

movediça, que já engoliu jipes, e algunscaminhos que acabam em precipícios.Outra maneira de conhecer os Lençóisé fazer o trajeto com a ajuda de umjipe alugado, mas é aconselhável andarem comboio de pelo menos três veículos,para cruzar a região com segurança.

Privilegiada – Os LençóisMaranhenses são um raro fenômenogeológico formado ao longo demilhares de anos pela ação danatureza. As dunas vistas de longeparecem formar uma casca lisa euniforme, mas basta chegar pertopara perceber a textura irregular e‘penteada’ o tempo todo pelos fortesventos. A paisagem das dunas éredesenhada pelo vento que sopraconstantemente do mar e faz comque ninguém veja a mesma imagemduas vezes. A vegetação também éinfluenciada pela ação dos ventos edas correntes marinhas, e é compostade mangues, carrapicho de roseta,buritizeiros, juçarais, entre outros, quedependem das vazantes dos pequenoslagos para proliferar.

“Os LençóisMaranhenses sãobelíssimos e o que maisme impressionou foramas dunas superbrancas ea água azul das lagoas, que étransparente e permite ver váriasespécies de peixes coloridos. O passeioa pé pelas dunas é um pouco cansativoporque são muito altas, mas é uma delíciadescer rolando pela areia. O únicoincômodo é a grande quantidade de areiatrazida pelo vento. Apesar disso, apaisagem supera tudo; é uma naturezamuito crua, viva e virgem”Mônica Lina Batista Cardoso é servidorapública federal em São Paulo.

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Estive lá e adorei!

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Beleza

O hábito de fumar começou por voltado ano 1000 a.C com os índios, queutilizavam a planta Nicotiana tabacumapenas em cerimônias e rituais. Adifusão do tabaco pelo mundo começousomente no século 16, logo após osdescobrimentos, com os espanhóis eportugueses que carregavam a plantano navio de volta para casa. Ainda noséculo 16, o embaixador francês emLisboa, Jean Nicot, levou a Nicotianatabacum para a França, onde foi‘apreciadíssima’ pela rainha Catarinade Medicis, espalhando o hábito defumar pelo ‘velho continente’. Mas aindustrialização do cigarro surgiu mesmono século XIX e, em meados do séculoXX, a publicidade começou a utilizaranúncios cada vez mais sedutores, querelacionavam uma imagem de sucesso

Cigarro envelhPor Martha Alves

Ana Lúcia Recio

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está associado aoecimento da pele

aos fumantes e se valiam do charmedas estrelas de Hollywood para ilustraros anúncios. Na segunda metade doséculo passado, pesquisadorescomeçaram a comprovar os danos edoenças causados pelo hábito de fumar,e, há menos de uma década, váriaspesquisas têm associado o cigarro aoenvelhecimento precoce da pele e aproblemas de cicatrização.

Um estudo feito pela VanderbiltUniversity, de Nashville, nos EstadosUnidos, comprovou que aconteceudescolamento da pele espessa e aumentoda elastose entre os fumantes, emcomparação aos não-fumantes. Outrosestudos, como o realizado pelaUniversidade de Ouiu, na Finlândia,e o publicado em 2002 no SouthemMedical Journal, indicam que o hábitode fumar afeta a síntese de colágeno

1 e 3 e a renovação celular, uma dassubstâncias responsáveis por mantera pele jovem. A dermatologista emembro da Sociedade Americana deDermatologia, Ana Lúcia Recio, ressaltaque o hábito de fumar pode destruir asfibras que sustentam a pele do rosto,provocando flacidez e sulcos em voltados olhos e na região da boca, que sãoprovocados pelo movimento repetitivoque o fumante faz para puxar a fumaça.“O cigarro também ativa os genesresponsáveis pela criação de umaenzima que faz a quebra das moléculasde colágeno da pele”, enfatiza.

Bogdana Victoria Kadunc, presidenteda Sociedade Brasileira de Dermatologia-Regional São Paulo, reforça que ohábito de fumar resulta em uma pelemais fina e seca, que é facilmentedanificada e não cicatriza bem. Alémdisso, o cigarro diminui a oxigenaçãoda pele e rouba as vitaminas A e C doorganismo, ajudando na formação dosradicais livres, também responsáveispelo envelhecimento. “Este processoresultará em alguns problemas,principalmente de envelhecimento,e a um prejuízo no processo decicatrização”, acrescenta. De acordocom Mirian Marques de Moraes,médica dermatologista do Instituto doCoração da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (Incor-FMUSP), a nicotina também diminuiduas substâncias importantes para oorganismo – a prostaciclina e a

prostaglandina – que interferemdiretamente no processo de formaçãodo colágeno e da elastina da dermesubcutânea. “A falta dessas substânciasna pele leva a uma diminuição do brilho,uma palidez amarelada e, em algunsfumantes, a um tom acinzentado”,explica a médica.

Explosivo – No último CongressoAmericano de Dermatologia – oAnnual Meeting of American Academyof Dermatology – o cigarro tambémfoi comparado ao sol em periculosidadepara o envelhecimento, e a combinaçãodos dois fatores foi denominada de‘explosiva’ pelos participantes. MiriamMarques lembra que a exposição solardetermina a elastose e, quando umindivíduo fuma e toma sol, existe um

Bogdana Victoria Kadunc

Mirian Marques de Moraes

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ BelezaAs especialistas em dermatologia

afirmam que a melhor maneira de deterou amenizar alguns dos efeitos nocivosdo cigarro sobre a pele é deixando defumar, mas se o indivíduo insiste nohábito é necessário adotar medidas parareduzir os malefícios. Para a cosmiatraDenise Steiner, membro do ComitêCientífico do Colégio Ibero Latino-Americano de Dermatologia, é muitoimportante que o fumante utilize umaterapia local, além de fazer reeducaçãoalimentar que inclua os alimentosantioxidantes e a reposição das vitaminasC, E, selênio e os precursores davitamina A, indispensáveis para ocrescimento, renovação e manutençãoda epiderme. “A pele do fumantemerece uma atenção mais especial,devido aos elementos muito agressivospresentes no cigarro que agravam oprocesso de oxidação”, enfatiza.

A cosmiatra afirma que, dos cremesexistentes no mercado, os mais indicadospara os fumantes são os que possuemácido retinóico na formulação, porquea substância promove a angiogenese.“O ácido retinóico não desobstrui osvasos que foram comprometidos como hábito de fumar, mas ajuda a formar

Cosméticos podem amenizaruma rede de circulação lateral”, afirmaa médica. Outro grande aliado dosfumantes para bloquear a ação oxidantedos radicais livres é o dimetilaminoetanol(DMAE), que atua nas fibras muscularese diminui a aparência enrugada e flácidada pele. Nas pessoas que fumam muito,também podem ser utilizados tratamentosmais agressivos, como peelings,associados ao uso de um cremeantienvelhecimento. “O fumante tem àdisposição vários recursos prontos quepodem ser utilizados, mas mandar fazerum creme especial com a orientaçãode um médico garante um efeito melhor”,orienta Denise Steiner.

aumento grande da elastose e osdois fatores interferem para oenvelhecimento. “O cigarro ageno mesmo lugar que o sol e é eleque determina o tom amarelado ea pele grossa com rugas”, explica.

As especialistas afirmam que,apesar de contribuir para oenvelhecimento precoce, um dosefeitos mais negativos do cigarrosobre a pele é no processo devasoconstrição, que leva à diminuiçãoda oxigenação do sangue e impedeque os nutrientes cheguem à superfícieda pele. Esta ação compromete muitoas cicatrizações decorrentes demachucados e de cirurgias, alémde ser responsável pela grandequantidade de necroses entrefumantes. “Quando um fumantedá uma tragada acontece umavasoconstrição de 90 minutos”, alertaMirian Marques. Segundo BogdanaVictoria, o período de cicatrizaçãono fumante é mais prolongado porquenão existe a revascularização normaldos tecidos, que não respondem aoprocesso de regeneração das células.“Nos Estados Unidos, os médicos nãofazem cirurgia plástica em fumantesdevido à má circulação, porque a peledescolada durante a cirurgia nãocicatriza, o que pode levar a uma necrosedo tecido”, enfatiza Ana Lúcia Recio.

A Yakult Cosmetics procuradesenvolver fórmulas que ajudem

as pessoas a prevenir osefeitos nocivos do tempoe dos hábitos pouco

saudáveis. As linhas deprodutos da empresapossuem matérias-primas exclusivas quecontribuem para o

Yakult Cosmetics tem linhas especiais contra o envelhecimentocombate à formação de radicais livres,como o Complexo S.E., e auxiliam nareorganização do metabolismo celularnormalizando o ritmo para 28 dias,como o DMB, presente na linhaRevecy-N de tratamento facial.

Antioxidantes como a vitamina E eC, que também ajudam no combate aosradicais livres, são presença constantena linha Revecy-N e Gold S. E. Lotion,

respectivamente. A vitamina C em suaforma estável auxilia, ainda, na formaçãodas fibras de sustentação da pele. Alémdisso, estão presentes nas formulaçõesdos cosméticos da empresa as substânciascom ações antiinflamatórias. O cuidadodiário com a pele e hábitos sadioslevam a peles joviais, transparentes eluminosas, e refletem a saúde integraldo indivíduo.

Denise Steiner

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“Herdei do meu pai a habilidademanual e o gosto por fazer pequenaspeças e reparos, e isso era muito clarona minha infância. Quando muito jovem,resolvi ser engenheiro mecânico, mascedo soube que eles trabalham empranchetas e não fazem trabalhosmanuais. Como tinha um irmão médico,percebi que os trabalhos manuais eramfeitos por cirurgiões e foi assim queencontrei o meu caminho – ser médicocirurgião. Mas me encontrei, realmente,na endoscopia, na qual a habilidadee a criatividade podem ser exercidasamplamente, em parte por ser umaatividade nova no campo médico.

Já a pesca é atávica em nós, japoneses.Essa é uma atividade contemplativa,em que se pode imaginar e criar muitascoisas, a começar pela própria pesca.Assim, surgem grandes variedades deanzóis, de iscas, de giradores e outrascoisas. Quando comecei a pescar commais freqüência é que passei a refletirsobre os problemas médicos e as soluçõesque poderiam ser dadas por pequenaspeças feitas com material facilmenteencontrado na atividade de pescaartesanal, como plástico, metal e fio.Foi aí que começaram minhas pequenasinvenções e reparos que, provavelmentepela minha origem, são comparadasao origami, uma criação japonesa quemuito me atrai, mas que não tenhotempo para desenvolver.

Como faço endoscopia desde 1968e pesco mais intensivamente desde 1973,há muito pensava em um dispositivointragástrico. Já em 1987 usei uma bucha

Hábil na pesca ecriativo na Medicina

vegetal como modo de dar saciedadepor redução do espaço no estômago.Nunca gostei da idéia de colocar balões,pois sempre avaliei que causariadistensão, o que traria mal-estar aopaciente. Só em 1998 é que comecei atrabalhar num dispositivo de plástico,depois de atender a dois pacientes quetinham engolido plástico – um na formade saco plástico congelado e outro na detiras. Foi quando comecei a desenvolveruma tira longa, que ficasse dentro doestômago e pudesse ser facilmentecolocada e retirada.

Surgiu então o Butterfly, o primeiroestudo clínico brasileiro com sereshumanos com um dispositivo que éuma tira plástica dupla de polietileno,com três centímetros de largura e 42metros de comprimento. A principalvantagem prevista no Butterfly emrelação ao balão – que é o únicodispositivo com a mesma finalidade –é poder usar um grande volume dastiras para ocupação da cavidade internado estômago, já que se amolda à formado órgão, não causa distensão localizadae não se desloca. Apesar dos testes comanimais de laboratório (porcos, quepermitem uma endoscopia semelhanteàquele realizada em pacientes), aindanão temos resultados quanto à partede redução de peso, devido aosestudos focarem apenas a verificaçãoda fisibilidade. Mas houve nítidaredução do desenvolvimento dascobaias, o que nos leva a preverinteressantes resultados em humanos.

As idéias que tenho concebido com

os hobbies também têm sido úteis paramim e para os pacientes. Aplicadas emreparos caseiros e em tratamentosmédicos por endoscopia, têm beneficiadomuitos doentes e diminuído o custode vários tratamentos. Foi assim quedesenvolvi, em 1983, para a minha tesede docência livre na Universidade deSão Paulo, uma técnica original de fazergastrostomia. Hoje, as gastrostomiassão o segundo procedimento maissolicitado na endoscopia digestivaalta nos Estados Unidos.

A grande vantagem é que ostratamentos endoscópicos são menosonerosos, menos invasivos, dispensamcortes e geralmente têm pós-operatóriomais simples, com menor índice decomplicações. Infelizmente, no Brasilnão há estruturas de apoio para quem cria,os órgãos públicos são burocráticosdemais e os privados têm pouco interesseem investir em tecnologia. Por essemotivo é que só nos Estados Unidosencontrei interesse pelos projetos e láestou desenvolvendo dois dispositivospara aplicação por endoscopia. Um delesé o Butterfly e o outro é uma suturaendoscópica no estômago, com a qualtambém se tem a expectativa de tratardoenças, inclusive a obesidade.”

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Artigo

Kiyoshi Hashiba é professor livre-docente da Faculdade de Medicina

da USP e médico endoscopistado Hospital Sírio Libanês.

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“Fiquei conhecendo a revistaSuper Saudável e adorei asreportagens. Sou consumidorade Yakult 40 e Sofyl e estouescrevendo para parabenizá-lospela revista, que traz muitainformação.” – Adriana GoulardR. Jarobini – Mairiporã – SP.

“Gostaria de parabenizá-lospela excelente qualidade gráficadeste periódico e, principalmente,pelo conteúdo de suas publicações,sempre compostas por professoresde renome, que contribuem demaneira efetiva para a promoçãoda saúde, difundindo hábitosalimentares mais saudáveis,proporcionando à nossapopulação a oportunidade deuma melhor qualidade de vida.”José João P. Beschizza Pini –Pediatra – Ribeirão Preto – SP.

“Sou enfermeira da rede públicade saúde no município deBatatais. Gostaria de parabenizá-los pela excelente qualidade darevista Super Saudável, que traztemas bastante informativos e defácil entendimento, contribuindopara o meu desempenho notrabalho. Sou grata por ter sido

Rua Álvares de Azevedo, 210 - Sala 61 - Centro - Santo André - SPCEP 09020-140 - Telefone: (11) 4432-4000 - Fax: (11) 4990-8308e-mail: [email protected]

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Cartas

Em função do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Super Saudável agradece

a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação.

selecionada para receber arevista, pois esta é para mim degrande valor.” – Maria SilviaMarques Silva – Batatais – SP.

“Dias atrás, ao estar na sala deespera de um consultóriomédico, tive o prazer de, entremuitas revistas que ali estavam,pegar exatamente a Super Saudável.Achei sensacional.” – EliseuPires de Morais – Canoas – RS.

“Sou enfermeira e trabalho noInstituto do Coração (InCor)do Hospital das Clínicas daFMUSP. Recebi um exemplarda revista Super Saudável emum Congresso em outubro de2003 em Belo Horizonte. Acheia revista muito boa e comexcelentes matérias. Coloqueio exemplar disponível a todosos funcionários de minha unidadede trabalho.” – Flávia CristinaG. Alves – São Paulo.

“Sou nutricionista e conheci arevista Super Saudável em umconsultório médico. Gostei muitoda qualidade dos assuntosapresentados.” – RoselaineTavares da Silva – São Paulo.

“Sou estudante de Medicina econsumidora desde pequenados produtos da Yakult. Estouimpressionada com as matériasabordadas, que considero muitoproveitosas, e acho a qualidadegráfica da revista muito boa.”Amabile Giannotti da CunhaMogi das Cruzes – SP.

“Quero agradecer pelosexemplares da revista, queforam muito importantes para oconteúdo de minha monografiacom o tema Probiótico, que foihomenageada pela FaculdadeUnifev.” – Luciana ZambronNutricionista – São Paulo.

“Recentemente, li um exemplarda revista Super Saudável egostei muito dos artigosinseridos nesta revista. Tenhoconsultório de fisioterapia, e nomesmo conjunto em que trabalhoexiste mais uma profissionalde fonoaudiologia e outra depsicoterapia. Parabenizamospela revista Super Saudável.”Márcia Silva – São Paulo.

“Tive contato com arevista produzida pela Yakult

e gostei muito do exemplarque li. Sou estudante deenfermagem e, para mim,as informações sobre saúdesão de grande importância.”Tatiana Amorim FontesLeme – SP.

“Gostaria de parabenizá-lospela revista Super Saudável.Sou estudante de Nutrição egostei muito das matérias!!!Gostei tanto da revista quepedi emprestada do consultóriomédico onde a conheci.”Celia Negami – São Paulo.

"É com imenso prazer quegostaria de parabenizar a redaçãodesta revista pela qualidade dasmatérias publicadas ligadas àsaúde, que tive a oportunidadede conhecer recentemente atravésde um amigo que as recebe comregularidade." – Carlos A. R.Lupianhes – Itu – SP.

"Venho agradecer as revistasque recebo. As informaçõescontidas na revista têm sido degrande valia para a minha vida.”Regina Paula MartinezCampinas – SP.

�Cartas para a Redação A resolução nº 1.701/2003 doConselho Federal de Medicinaestabelece que as publicações

editoriais não devem conteros telefones e endereços dosprofissionais entrevistados.Os interessados em obter

esses telefones e endereçosdevem entrar em contato pelo

telefone 0800 13 12 60.