Os Males e Perigos Da Falta de Discipulado

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OS MALES E PERIGOS DA FALTA DE DISCIPULADO. 1 - CRENTES ESPIRITUALMENTE DOENTES PELO RESTO DA VIDA - Tt 1.3 Devido o ensino misto, falsificado recebido na infância espiritual, há crentes espiritualmente doentes pelo resto da vida. A Palavra adverte: “leite não falsificado para que por ele vades crescendo” I Pd. 2.2. A planta da parábola do semeador secou-se por não haver raiz. Essa era vital á planta – Mt 13.6. Se a criança não for devidamente disciplinada e educada na fé, na sua infância espiritual, crescerá com seu caráter doente e deficiente para o resto da vida, pois depois que aprende uma série de vícios e manias ruins será muito mais difícil de corrigi-los quando estes já estiverem solidificados no seu caráter. 2 – ESCÂNDALOS E MAUS TESTEMUNHOS – MT 13.41 Hoje em dia os cristãos não carregam o mesmo bom testemunho e já não gozam da mesma credibilidade de outrora, pois a cada dia vemos mais e mais noticiários na imprensa testemunhando de nossas vergonhas e maus testemunhos. O nome que outrora era sinônimo de seriedade e honestidade, agora é sinônimo de mediocridade, vergonha, zombaria, e desrespeito, pelo péssimo testemunho que dá. A falta de adoção e formação de discípulos no seio da igreja evangélica tem gerado atuais marginais da fé e potenciais perseguidores da igreja no futuro, pois não têm recebido o devido tratamento espiritual que precisam, tornando-se na maior parte das vezes agentes de escândalos e maus testemunhos na sociedade. Os crentes deformados expressam á sociedade o tipo de gente que a igreja evangélica é capaz de gerar e demonstra a sua total irrelevância histórica e profética para a nossa geração. Pois ao invés de gerar agentes benéficos da história gera pesos mortos e vergonhosos para a sociedade por sua falta de visão, compromisso e disposição de formar genuínos discípulos de Cristo. A grande culpa, na verdade, dos maus testemunhos e escândalos não é daqueles que o dão, mas daqueles que apenas os gerou, mas não formou; trouxe á luz, mas não os conduziu nela, trouxe á vida, mas não ensinou a vive-la genuinamente. Se a educação dos pais se refletem na vida dos filhos, então podemos ver claramente a situação atual deplorável da igreja evangélica brasileira. Geralmente todo mundo gosta muito de crianças, mas quando vemos crianças mal educadas, que mexem em tudo que vê, e põem a casa dos outros de ponta-cabeça, preferimos evitá-las pois perdem a graça e ganham a nossa antipatia. As vezes temos até vontade de dar-lhes umas boas varadas pelos pais, mas na verdade quem precisaria mesmo apanhar, (e muito) eram os pais destas “crioncinhas” que não soube educa-las corretamente. Assim também quando o juízo de Deus se manifestar sobre a terra, (I Pd 4.17) os primeiros a apanhar e serem punidos serão os pais da igreja (pastores e líderes) que tem gerado potenciais

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Consecuencias de un mal discipulado

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OS MALES E PERIGOS DA FALTA DE DISCIPULADO.

1 - CRENTES ESPIRITUALMENTE DOENTES PELO RESTO DA VIDA - Tt 1.3

Devido o ensino misto, falsificado recebido na infância espiritual, há crentes espiritualmente doentes pelo resto da vida. A Palavra adverte: “leite não falsificado para que por ele vades crescendo” I Pd. 2.2. A planta da parábola do semeador secou-se por não haver raiz. Essa era vital á planta – Mt 13.6.

Se a criança não for devidamente disciplinada e educada na fé, na sua infância espiritual, crescerá com seu caráter doente e deficiente para o resto da vida, pois depois que aprende uma série de vícios e manias ruins será muito mais difícil de corrigi-los quando estes já estiverem solidificados no seu caráter.

2 – ESCÂNDALOS E MAUS TESTEMUNHOS – MT 13.41

Hoje em dia os cristãos não carregam o mesmo bom testemunho e já não gozam da mesma credibilidade de outrora, pois a cada dia vemos mais e mais noticiários na imprensa testemunhando de nossas vergonhas e maus testemunhos. O nome que outrora era sinônimo de seriedade e honestidade, agora é sinônimo de mediocridade, vergonha, zombaria, e desrespeito, pelo péssimo testemunho que dá.

A falta de adoção e formação de discípulos no seio da igreja evangélica tem gerado atuais marginais da fé e potenciais perseguidores da igreja no futuro, pois não têm recebido o devido tratamento espiritual que precisam, tornando-se na maior parte das vezes agentes de escândalos e maus testemunhos na sociedade. Os crentes deformados expressam á sociedade o tipo de gente que a igreja evangélica é capaz de gerar e demonstra a sua total irrelevância histórica e profética para a nossa geração.  Pois ao invés de gerar agentes benéficos da história gera pesos mortos e vergonhosos para a sociedade por sua falta de visão, compromisso e disposição de formar genuínos discípulos de Cristo.  A grande culpa, na verdade, dos maus testemunhos e escândalos não é daqueles que o dão, mas daqueles que apenas os gerou, mas não formou; trouxe á luz, mas não os conduziu nela, trouxe á vida, mas não ensinou a vive-la genuinamente. Se a educação dos pais se refletem na vida dos filhos, então podemos ver claramente a situação atual deplorável da igreja evangélica brasileira.  Geralmente todo mundo gosta muito de crianças, mas quando vemos crianças mal educadas, que mexem em tudo que vê, e põem a casa dos outros de ponta-cabeça, preferimos evitá-las pois perdem a graça e ganham a nossa antipatia.  As vezes temos até vontade de dar-lhes umas boas varadas pelos pais, mas na verdade quem precisaria mesmo apanhar, (e muito) eram os pais destas “crioncinhas” que não soube educa-las corretamente. Assim também quando o juízo de Deus se manifestar sobre a terra, (I Pd 4.17) os primeiros a apanhar e serem punidos serão os pais da igreja (pastores e líderes) que tem gerado potenciais marginais da fé, gerando filhos e abandonando-os a própria sorte nos grandes eventos e reuniões da igreja, mas sem nenhuma formação, acompanhamento e discipulado pessoal.  Infelizmente, como diz Juan Carlos Ortiz, a igreja evangélica virou um grande orfanato e os pastores seus diretores, pois faltam pais que adotem, amem e eduquem estas crianças  espirituais  no caminho  do Senhor

para faze-las verdadeiros discípulos de Jesus que vão crescer, amadurecer e  se reproduzir em novos discípulos segundo a imagen de Cristo( Ef 4.12-13) refletindo sua glória no mundo – Mt 5.16.

Assim como filhos mal educados só produzem vergonha para seus pais( Pv.29.15B), a igreja evangélica também passa vergonha com seus filhos que apenas gerou e abandonou, mas não formou o caráter para ser a imagem de Cristo – Rm 8.29, pois se preocupou muito mais com  a quantidade do que com a qualidade de seus filhos espirituais e acabará colhendo o que plantou: nada.

3 – FALTA DE EVANGELISMO E MISSÕES – MT 9.37

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A medida em que vai diminuindo o número de crentes discipulando e de crentes sendo discipulados, também o ímpeto evangelistico da igreja vai diminuindo. A igreja recebe um número de novos convertidos bem inferior  do que poderia,  pela sua incapacidade de reprodução espiritual.  Conseqüentemente também não poderemos gerar genuínos discípulos que estejam prontos a deixar tudo para ir as demais nações atender o apelo dos perdidos, pois se não somos capazes de gerar pessoas para expandir o reino na localidade, muito menos em outras nações, cujas dificuldades e desafios são infinitamente maiores. 

4 – DESVIO DA FÉ CRISTÃ - HB 12.13

A falta de instrução bíblica e ajuda espiritual regulares e sistemática, por parte de um discípulo mais maduro para com outro novo, como acontece no discipulado, constituem a base da saída de muitos crentes das igrejas, pois se não encontram apoio e cuidados intensivos logo no inicio da fé, quando as lutas e perseguições são mais intensas, a tendência é que se desviem e morram na fé pelo abandono espiritual.

5 – FALTA DE FORMAÇÃO DE OBREIROS.

Se não discipulamos também não formamos obreiros, se não formamos obreiros, a igreja não terá colunas de sustentação. Sem colunas de sustentação a igreja não subsistirá. Obreiros verdadeiros não se geram em seminários, num ambiente artificial, mas no contexto de igreja com relacionamentos fortes e definidos, onde seu caráter seja testado e aprovado por seus líderes. A realidade é que ninguém poderá ser um legítimo obreiro se antes de tudo não for um verdadeiro discípulo de Cristo, pois antes dos carismas deve vir o caráter que deve ser formado num relacionamento de discipulado intensivo e profundo relacionamento com Deus.

A igreja deve prover condições e oportunidades para que cada membro do corpo de Cristo se desenvolva espiritual e ministerialmente nos talentos e dons que Deus lhes têm dado, sem que este tenha que se isolar da vida da igreja para se isolar num seminário em que receba somente teorias isoladas da prática da vida cristã e ministerial.

6 – SURGIMENTO DE HERESIAS E DIVISÕES – II PD 3.16.

Também um outro problema grave que resulta da falta de um discipulado intensivo na vida do novo crente é a formação de pessoas heréticas e divisionistas no seio da igreja, pois por falta do ensino correto da Palavra de Deus as pessoas podem crescer deficientes teologicamente e reproduzir estas heresias e divisões, muitas vezes até mesmo formando pequenas denominações e conduzindo muitas pessoas ao engano e a perdição. As divisões que hoje dilaceram a igreja de Jesus surges de crentes infantis na fé que por causa da formação de seu caráter e de seus orgulhos e carnalidades preferem mais a  divisão do que o caminho do diálogo, perdão e reconciliação.

REQUISITOS BÁSICOS PARA DISCIPULOS E DISCIPULADORES

1 - REQUISITOS BÁSICOS PARA OS DISCIPULOS

Antes de assumirmos um compromisso de discipulado, devemos conhecer aquele(s) que vamos discipular. É um período de observação. Neste tempo determinado, porém não longo, devemos discernir no Senhor se um irmão realmente quer ser discipulado por nós, seja ele recém - convertido ou convertido a mais tempo. Como diz Jesus, não adianta começar uma construção (e até a vida) sem antes fazer um cálculo. Jesus antes de escolher seus discípulos, teve um tempo de observação.

Neste tempo, devemos observar algumas características que devem já fazer parte daqueles que querem ser discipulados. Dividiremos entre características que devem já fazer parte daqueles que querem ser discipulados. Dividiremos entre características fundamentais e essenciais:

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a) Características fundamentais

Aqueles que vamos discipular já devem ter passado pela "Porta": arrependimento; batismo nas águas; batismo no Espírito Santo. É o que Pedro diz no Pentecostes: Atos 2.38.

1) Arrependimento: é abandonar o pecado e voltar-se para Deus. Sem conversão não há discipulado.

2) Batismo nas águas: é assumir um compromisso com o Senhor Jesus, pois no batismo nos colocamos debaixo de seu Nome, seu Senhor. Rompemos com o pecado, com o mundo e com o diabo para vivermos a plenitude do Reino de Deus. Sem batismo não há discipulado. Jesus Disse: "Fazei discípulos, batizando-os" (Mt. 28.19).

3) Batismo no Espírito Santo: é o reconhecimento do poder do Espírito, para sermos dóceis às demandas do evangelho do Reino, para sermos "testemunhas" do Senhor Jesus (At. 1.5).

b)    Características essenciais.

Paulo diz a Timóteo quem ele deveria escolher para discipular e suas características: "homens fiéis e também idôneos". 2 Timóteo 2.2

1) Ele é comprometido. Realmente ele assumiu um compromisso com o Reino de Deus. Ele vive debaixo do Senhor de Cristo. Ele permanece na Palavra. Seu compromisso é inquestionável

2) Ele tem desejo. de conhecer a Deus. Ele tem sede de Deus e da sua Palavra. Ele quer conhecer a Deus de todo seu coração para amá-lo e servi-lo.

3) Ele é submisso e obediente. Ele não é relutante e orgulhoso ao ouvir a Palavra. Prontamente se submete aos irmãos mais velhos.

4) Ele deve ser apto para formar outros discípulos. O discipulado não visa também a reprodução de vidas. Pois temos que discipular irmãos que têm aptidão para reterem o ensino e transmiti-los a outros.

5) Ele é tratável. Ele está disposto em abrir sua vida para ser tratado nas suas áreas de conflito. Por ser tratável ele confia naquele que está discipulando-o.

2 -REQUISITOS BÁSICOS PARA OS DISCIPULADORES

SER PADRÃO DOS FIÉIS.

Nós, que discipulamos, devemos ser "padrão dos fiéis" (1 Tm. 4.12). A razão é que os discípulos seguem mais o que vêem do que o que ouvem. Padrão é algo a ser imitado.

Está no coração de Deus que seu conhecimento deve ser visto em nós, não apenas ouvido de nós. Disto seu Filho deu testemunho.

ESTAR CRESCENDO ESPIRITUALMENTE.

Nosso discípulo cresce à maturidade à medida em que ele vê Cristo sendo formado em nós. Jesus disse: "o discípulo não está acima do mestre" (Mt. 10.24). Isto significa que onde estamos espiritualmente, o nosso discípulo também estará. Que responsabilidade! O que o nosso discípulo é reflete o que somos e o que temos lhe oferecido. Seu progresso é o nosso progresso; seu fracasso é o nosso fracasso. Por isso Paulo dizia dos tessalonicenses: "Pois, quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sóis vós? (1 Ts. 2.19).

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PRATICAR O QUE ENSINA.

Devemos ser padrão daquilo que ensinamos. O ensino deve ser visto em nós.

Exemplo de Jesus: "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu voz fiz, façais vós também" (Jo. 13.15). Exemplo de Paulo: Ö que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco"(Fp. 4.9. Outros: 1 Co. 4.6; 11.1; Fp. 3.17; 2 Ts. 3.6,7; 1 Tm. 1.16; 2 Tm. 3.10-12). Exemplo de Timóteo: "Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amos, na fé, na pureza" (1 Tm. 4.12).

O procedimento de Paulo para ser "modelo" de vida cristã também deve ser o nosso, quando diz: "Mas esmurro o meu corpo; e o reduzo à escravidão, para que, tendo eu pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado" (1 Co. 9.27). Aqueles que procuram formar vidas à semelhança de Jesus devem ter suas vidas já formadas à semelhança de Jesus. Se assim não for, seu trabalho é vão.

RENDER-SE AO ESPIRITO SANTO.

A excelência do padrão de Cristo só é atingido quando deixamos o Espírito Santo formar Cristo em nós. E uma vez que deixamos Cristo ser formado em nós, naturalmente Cristo é formado naqueles que discipulamos. Quando deixamos a palavra de Cristo operar em nós pela ação do Espírito - a palavra rema - Cristo é formado em nós, isto é, sua vida é manifesta em nós (Jo 14.21).

SER MADURO ESPIRITUALMENTE.

Tudo o que queremos formar no nosso discípulo já deve estar formado em nós. Pais maduros formam filhos maduros. Aquilo que a igreja carece hoje é de homens e mulheres maduros. Enquanto os homens estão mais preocupados com seus carismas (o que fazem), o Senhor está acima de tudo preocupado com o nosso caráter (o que somos). Na verdade, carisma e caráter devem andar juntos para não sermos desqualificados.

O QUE É E O QUE NÃO É DISCIPULADO

1 - O QUE NÃO É DISCIPULADO

Muitas vezes fazemos uma série de atividades religiosas pensando que estamos fazendo a vontade de Deus e cumprindo com a ordem de Jesus, mas na realidade estamos apenas perdendo tempo e gastando nossas energias á toa, pois tudo isto não edifica e não forma ninguém:

1.1 – REUNIÃO DE ESTUDO BÍBLICO.

Discipular não é apenas tocar no intelecto do discípulo com bons estudos bíblicos, mas é tocar em toda sua vida levando-o a praticar a palavra de Deus. Jesus manda-nos ensinar a obedecer e não apenas a conhecer as escrituras(Mt 28.19). Portanto o nosso relacionamento de discipulado não pode se limitar apenas a bons estudos bíblicos, mas a ordens e desafios práticos e concretos que levem o discipulo a ordenar toda a sua vida segundo o propósito eterno de Deus, a fim de ser a cada dia mais semelhante a Jesus. Discipular não é apenas ensinar a conhecer a Bíblia, mas aplica-la em todas as áreas de nossas vidas.

1.2 – FAZER PASSEIOS E REFEIÇÕES JUNTOS.

Somente o fato de comermos juntos não trará formação nenhuma a ninguém, a não ser que usemos este tempo para nos conhecermos melhor e tocarmos na vida do discípulo. Nós podemos e devemos comer juntos com alegria e singeleza de coração, aproveitando este

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espaço de tempo e de informalidade para tocar na vida do discípulo, de maneira clara e objetiva, sem rodeios e indiretas. 

1.3 – ESTUDO DE APOSTILAS.

Também não é desenvolver um ministério apostílico, que trás um certo conhecimento sistemático e acadêmico geral, mas que não entra, com profundidade, nos reais problemas e necessidades do discípulo. A finalidade das apostilas é apenas de reter as verdades que já temos aprendido, mas não podemos ficar dependentes delas como se fossem a fonte de todo o nosso aprendizado espiritual. A fonte inesgotável de vida e revelação do Senhor é o Espírito e a Palavra de Deus que se renovam e aprofundam a cada manhã.

1.4 – TROCA DE IDÉIAS ESPIRITUAIS.

Discipular não é trocar boas e espirituais idéias, mas é trazermos o ideal de Deus para a vida do discípulo em cada situação, quando Deus assim nos revelar. Pelo fato do discipulador ser mais maduro do que o discípulo é ele quem deve trazer o propósito de Deus para o discípulo, ensiná-lo nisto e cobrar dele a prática diária de tudo isto e não ficar somente trocando ideais vazias e sem objetivo, mas deve saber claramente qual o propósito de Deus para sua vida e ministério.

1.5 –IMPOSIÇÃO DA VONTADE DO DISCIPULADOR.

O discípulo não é propriedade do discipulador nem de pastor algum, mas de Deus. Portanto o discipulador nunca terá liberdade de impor sua vontade, gostos ou caprichos sobre ele, mas somente a vontade de Deus e seus propósitos.

1.6 – FAZER FALSAS BAJULAÇÕES.

O discipulador não deverá se especializar em desenvolver um ministério de acariciamento do ego e bajulação do discípulo, pois o seu chamado é para formar Cristo em sua vida com graça e amor, mas nunca com bajulação ao pecado e atitudes ruins. Todo e qualquer problema de caráter do discípulo  deverá ser tratado de maneira clara e objetiva, sem procrastinação e rodeios. Sabemos que é muito importante reconhecermos as boas qualidades de nossos discípulos e, ás vezes, elogiá-los, sobretudo quando lutaram para atingi-las, mas discipulado não é só isto. Nós não temos que bajular, mas com graça e verdade edificar e formar Cristo na sua vida. 

2- O QUE É DISCIPULADO

2.1- Definição.

1)  A palavra discípulo, no grego “Mathetes” significa aluno, aprendiz, aquele que segue a doutrina de alguém. A palavra discipulado significa: aprendizado. Ela provém das palavras bíblicas: Fazei discípulos, do grego “matheteusate” (Mt 28:19). Também em Efésios   4:20-21 quando diz: “Aprendestes”, literalmente é: “fostes feitos discípulos”. As palavras discípulo e fazer discípulo tem sua idéia original como a raiz no grego indica: na prática da Antigüidade de um aluno seguir seu mestre e seu ensino.

2)  O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno, baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo, que o aluno é capaz de treinar outros para ensinarem a outros- II Tm 2.2-3.

3)  É trazer o governo de Deus sobre a vida do homem que estava perdido e entregue a si mesmo na independência e ao governo das trevas – Cl 1.13.

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4)  É transmitir, não apenas conhecimento bíblico ou teológico, mas sim a vida de Deus.   I Co 2.1-2.

5)  É dar exemplo e não apenas estudos bíblicos – Jo 13.15.

6)  É formar vida e não apenas informar o intelecto – Gl 4.19.

2.2- Finalidade.

1)  A finalidade do discipulado é cooperar com Deus no seu propósito eterno: de ter uma grande família eterna de filhos semelhantes a Jesus para manifestação da Sua gloria - Gl. 4:5; Ef. 1:5; Hb. 2:10.

2)  O alvo da vida cristã é sermos “conforme a imagem de seu Filho”: Rm. 8:29; Gl. 4:19; Ef. 4:13; Cl. 1:28; I Jo. 2:6. O alvo supremo do discipulado é “Cristo sendo formado em nós.”

3)  Restaurar no homem a imagem e semelhança de Deus que foi perdido no Éden –    Gn 2.26.

4)  Levar os santos a atingirem a estatura de varão perfeito, a medida completa de Cristo, para o desempenho de seu ministério na edificação do reino de Deus e no alcance de todas as nações da terra – Ef 4.12-13, Mt 28.19.

O DESAFIO DA MULTIPLICAÇÃO DE DISCIPULOS COM QUALIDADE .

Normalmente nos polarizamos somente na quantidade ou na quantidade de discípulos, alegando que as duas coisas são incompatíveis, mas hoje o nosso grande desafio é a multiplicação de discípulos com qualidade, pois a obra de Deus é completa. Seu plano original sempre foi encher a terra de filhos segundo a sua imagem e semelhança –        Gn 1.26.

O texto de Romanos 8.29 declara que o propósito eterno de Deus é ter uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus para a glória de Deus Pai.  Entendemos então que quando o texto nos fala de muitos, está falando da quantidade de filhos que Deus quer ter e isto pressupõe que temos que evangelizar. Mas também quando o texto fala de filhos semelhantes a Jesus, pressupõe que temos que discipular, pois Deus não quer ter uma família de muitos filhos que vivam de qualquer jeito, mas debaixo de seu governo, refletindo a sua glória.

Na grande comissão que Jesus nos deu não podemos desatrelar o “ Ide e pregai”(Mc 16.16) do “Ide e fazei discipulos”(Mt 28.19), pois os dois aspectos da evangelização tem que andar juntos para que tenhamos equilíbrio entre quantidade e qualidade de discípulos. Na verdade, a qualidade deve gerar quantidade que contribua e fortaleça a qualidade. Este é o nosso maior desafio que devemos desenvolver na força, na graça e na dependência do Espírito Santo.  

1) Uma vez que formamos nosso discípulo, levando-o à maturidade, embora ainda haja imperfeições, mas ele tem crescido, tem uma vida de submissão, atende seu lar, é responsável, vive em santificação, agora ele deve fazer com os outros o que foi feito com ele: discípulos. Ele deve formar Cristo na vida daqueles que ele tem evangelizado. Atendendo ao tempo decorrido ele tem que ser agora um mestre: ganhando e cuidando de vidas que com o tempo irá gerar outras vidas e assim sucessivamente-Hb. 5.12.

2)  Uma vez que formamos um discípulo, agora ele também tem que formar discípulos. Foi o que Paulo disse a Timóteo: "E o que da minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruirem a outros?" (2 Tm. 2.2).

Esta é a verdadeira multiplicação de discípulos: Paulo discipulou Timóteo (1ª e 2ª geração). Timóteo devia discipular "homens fiéis e idôneos", que também deviam discipular "a outros" (4ª geração) e assim sucessivamente.

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3) Uma pergunta: Nosso(s) discípulo(s) já tem discípulo(s)? Até que geração tem chegado nosso discipulado com fidelidade? Se ainda nosso(s) discípulo(s), que está conosco há uns 2 ou 3 anos, não reproduziu, então nosso discipulado não está sendo produtivo. Falta-nos frutos permanentes que são a reprodução espiritual do nosso ministério. Se ainda, no nosso ministério, não temos uma quarta geração de discípulos, sendo que 3 a 5 anos já decorreram, estamos interrompendo a cadeia de discipulado, e deixando de alcançar o mundo.

Não estamos vivendo plenamente dentro do princípio de Jesus na Grande Comissão.

4) Se aqueles que discipulamos já estão capacitados para formarem discípulos, então devemos incentivá-los.

Lembramos que todos devem evangelizar, independentes de tempo de conversão, mas para discipular, formar vidas, os discipuladores devem ser maduros. Pais maduros formam filhos maduros. beb espirituais não cuidam de si mesmos, nem de outros, ainda dão problemas. Débeis só formam débeis como eles. Entretanto, para formarmos vidas, um princípio é importante observar: não devemos ter muitos discípulos. Jesus mesmo teve só doze. Se temos muitos discípulos, pouco tempo teremos com eles, se temos um bom número de discípulos (5 a 12), mais tempo podemos empregar com eles.

Aqueles que vamos evangelizando, não devemos cuidá-los, mesmo que já tenhamos um bom número de discípulos? Afinal somos pais deles. A resposta é que mesmo que tenhamos muitos convertidos, só alguns vamos discipular (5 a 12). Os demais irmãos do Corpo ajudarão a cuidar destes que evangelizamos, sejam até nossos discípulos. Assim Jesus agiu: Pregou para milhares, mas investiu tempo só em doze homens. Podemos também ter centenas de convertidos, mas devemos investir tempo e ministério só em alguns, em vidas formadas que vão formando outras vidas, e assim sucessivamente, o mundo ao nosso derredor é atingido. Assim o número de discípulos vai se multiplicando ano a ano. Esta é a obra: Formar Cristo nos nossos discípulos para que eles formem discípulos.                      

São Paulo 27/03/07 – JOSÉ PEREIRA BARBOSA.