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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 370 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Setembro de 2020 | Preço 4,00 Euros * Ministra da Agricultura de a conhecer Agenda de Inovação para a Agricultura * Rota EN2 recebeu mais de 50.000 visitantes e gerou 20 milhões de euros * Confraria ‘Grãs Vasco’ apresentou o livro “Viseu à Prova” * Vinhos do Dão arrecadam 39 medalhas em concursos internacionais Agricultura tem “Agenda” para 10 anos

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Director: José Luís Araújo | N.º 370 | Periodicidade Quinzenal | 15 de Setembro de 2020 | Preço 4,00 Euros

• * Ministra da Agricultura de a conhecer Agenda de Inovação para a Agricultura

* Rota EN2 recebeu mais de 50.000 visitantes e gerou 20 milhões de euros

* Confraria ‘Grãs Vasco’ apresentou o livro “Viseu à Prova”

* Vinhos do Dão arrecadam 39 medalhas em concursos internacionais

Agricultura tem “Agenda” para 10 anos

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Ficha técnica

Ano XV | N.º 370Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515)E-mail: [email protected] | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, LdaSede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís PachecoOpinião: Luís Serpa | Jorge Farromba | Júlio Sá Rego

Departamento Comercial: Beatriz FonteSede de Redacção: Lourosa de Cima

3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400E-mail Geral: [email protected]

Web: www.gazetarural.comICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís AraújoSede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 EurosCRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo

Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Liliana Vaz | [email protected]

Impressão: Novelgráfica, LdaR. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

04 Em Terras de Trás-os-Montes eventos continuam suspensos até ao

final de Novembro

05 Rota EN2 recebeu mais de 50.000 visitantes e gerou 20 milhões de

euros

06 Fins de semana gastronómicos da Turismo do Porto e Norte estão de

regresso

07 Bacalhau em destaque nos fins de semana gastronómicos de Barcelos

08 Famalicão promove ‘Dias à Mesa’ dedicados à cozinha vegetariana

09 Município de Ponte de Lima prepara eventos equestres para 2021

10 Encontro Nacional de Tocadores de Concertina assinalado de forma

simbólica

12 Cultura e gastronomia na “Festa da Cataplana” em Castro Marim

13 ‘Tondela Futuro’ é o mote das evocações do Feriado Municipal de

Tondela

14 Confraria ‘Grãs Vasco’ apresentou o livro “Viseu à Prova”

16 Tradição e vindimas na Rota dos Vinhos do Dão

18 “Será uma colheita com bons vinhos do Dão”, diz Carlos Silva

20 Há ‘Fado & Vinho no Moinho’ na Mourisca

22 Vinho da terceira geração da Quintas de Sirlyn ‘emergiu’ em Nelas

24 Adega de Penalva Reserva 2016 recebe medalha de ouro em Bruxelas

25 Vinhos do Dão arrecadam 39 medalhas em concursos internacionais

27 Viseu lidera o ranking das cinco principais regiões não associadas a

viagens turísticas de Verão

28 Câmara de Trancoso projeta a criação do Museu da Cidade

30 Câmara de Aguiar da Beira vai requalificar ‘Dólmen I do Carapito - Re-

constituir a Mamoa’

31 Centro de Competências do Agroalimentar foi apresentado em Fama-

licão

36 Memórias Rurais II – Por Gabriel Costa

37 Governo mantém apoio a pequenos agricultores para valorização do

interior

38 Ministra da Agricultura de a conhecer Agenda de Inovação para a

Agricultura

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Os eventos estão cancelados nas terras de trás-os-Montes, pelo menos até ao final do mês de Novembro, como forma de mitigação da pandemia da COVID-19. A medida aplica-se aos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais e surge no seguimento da posição divulgada a 13 de Maio quando este Conselho Intermunicipal decidiu cancelar todos os eventos no território até ao final do mês de Setembro.

Tendo em conta o quadro atual, com os últimos dados conhecidos a me-recerem a preocupação acrescida dos autarcas e o reforço de medidas

preventivas a decisão de prorrogação do prazo de suspensão de eventos foi assumida unanimemente pelos nove Presidentes de Câmara que compõem o Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes.

A resolução foi tomada na última reunião deste Conselho e abrange feiras temáticas, festas populares, festivais e iniciativas análogas que impliquem ajuntamentos de pessoas. Esta é uma das respostas para evitar possíveis contágios e cadeias de contaminação potenciadas pela aglomeração de pessoas que estas iniciativas implicam.

A decisão de prorrogar o cancelamento dos eventos será revista em função da evolução da situação pandémica, tendo sempre presente a ne-cessidade de proteger a saúde pública.

A exceções a esta medida aplicam-se a iniciativas que, pelas suas ca-racterísticas, permitam a aplicação das normas de distanciamento e se-gurança em vigor.

Na ocasião, o Turismo de Portugal anunciou o lançamento de uma plataforma de e-commerce

com centenas de experiências em Portugal para fo-mentar o turismo interno, enquanto o Chef espanhol Ferràn Adrià, fundador da elBullifoundation, aconse-lhou os empresários da restauração a desenvolverem planos de negócio a cinco anos para dar resposta aos desafios colocados pelos efeitos prolongados da crise.

Ferràn Adrià defende que falta formação em adminis-tração e gestão dirigida às pequenas empresas de res-tauração, salientando que, em Espanha, “90% dos restau-rantes não fazem um orçamento anual”, pelo que poucos negócios estavam preparados para a atual crise de liquidez e solvência. O fundador da elBullifoundation participou num seminário, em formato de webinar, organizado pelo BPI sob o tema “Reinventar o turismo para a nova era”.

Ferràn Adrià considera que “gastronomia é economia” e que todas as escolas de turismo e cozinha deveriam “fomen-tar a formação em gestão”.

O Chef espanhol aconselhou os empresários a desenvolve-rem um plano de negócios a cinco anos, uma vez que a “crise vai ter um enfoque com esse horizonte temporal, no mínimo”. “O que faz falta é gerir bem e ter qualidade”, salientou Adrià, alertando também para a necessidade de ter “capacidade de transformação, e não necessariamente inovação”, para dar res-posta aos desafios e incertezas colocados pela pandemia.

Como forma de mitigação da pandemia

Em Terras de Trás-os-Montes eventos continuam suspensos até ao final de Novembro Revelado no seminário “Reinventar o turismo para a nova era” do BPI

Rota EN2 recebeu mais de 50.000 visitantes e gerou 20 milhões de euros

A Rota EN2 já recebeu mais de 50 mil visitantes em 2020, com os turistas a registarem gastos médios de cerca de 400 euros, o que representa um impacto económico de 20 milhões de euros para os 35 municípios associados. A revelqação foi feita pelo presidente

da Associação da Rota EN2 num seminário, em formato de webinar, organizado pelo BPI sob o tema “Reinventar o turismo para a nova era”

Pedro Barreto, administrador do BPI referiu que o setor do turismo “du-plicou o seu peso no PIB nacional entre 2009 e 2019”, e destacou que foi o setor “que mais contribui para a atividade exportadora do país” nesse perío-do. Pedro Barreto referiu ainda que os empresários “têm mostrado a atitude certa” no atual contexto, mas defendeu que o setor precisa de medidas especiais de apoio devido à pandemia.

Carlos Abade, administrador do Turismo de Portugal, também mani-festou a preocupação da instituição com a necessidade de “reforçar as competências de gestão” do setor, tendo para tal lançado o Programa BEST– Business Education for Smart Tourism, um programa nacional de capacitação que já apoiou mais de 50 mil empresários, empreendedores e gestores em temáticas como o digital, o marketing, os modelos de fi-nanciamento, a gestão financeira e operacional e os recursos humanos. Aquela responsável destacou que o Turismo de Portugal pretende “ge-rar confiança em todos os atores da cadeia de valor”, e tem promovido um trabalho de muita cooperação entre todas as entidades do setor no sentido de assegurar que “o próximo ano será marcado pelo reatar da atividade turística”. “A necessidade de atuar em rede e parceria tem ajudado o turismo a crescer”, concluiu.

Um exemplo do sucesso do trabalho em rede foi deixado por Luís Machado, presidente da Associação da Rota EN2. Uma parceria entre 35 municípios portugueses, a Rota EN2, demonstra que “o Poder Lo-cal é determinante para o desenvolvimento do território”, salientou Luís Machado. A Rota EN2 já recebeu mais de 50 mil visitantes em 2020, com os turistas a registarem gastos médios de cerca de 400 euros, o que representa um impacto económico de 20 milhões de euros para os municípios associados.

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Esta iniciativa, que se apresenta como uma oportunidade para dar a conhecer os produtos certificados e únicos da região do Porto e

Norte é, de acordo com o presidente da TPNP, Luís Pedro Martins, “um dos produtos turísticos que mais contribui para a coesão territorial e o combate à sazonalidade”.

Alijó e Castelo de Paiva iniciaram o ciclo no passado fim de semana. O Bacalhau Frito à Lavrador, a Massa à Lavrador, as Filhoses de Vindima, o Fumeiro Tradicional, o Bife à Romaria e a Sopa Seca fizeram parte da ementa.

No fim de semana de 18 a 20, o anfitrião da iniciativa é o concelho de Ponte da Barca, onde os visitantes terão a oportunidade de degustar pataniscas de bacalhau, posta barrosã e rabanadas de mel.

No último fim de semana deste mês de Setembro, de 25 a 27, a iniciativa desce até ao Grande Porto, para marcar presença nos con-celhos da Maia, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

Na Maia os apreciadores da boa gastronomia vão poder apreciar Bola de Cebola, Bacalhau à Lavrador e para rematar o tradicional Toucinho do Céu Maiato. Em Gaia a proposta passa pelos filetes de polvo com arroz do mesmo, as Tripas enfarinhadas com Broa de Avintes e Molho de Francesinha. Para a sobremesa chegam os Ve-lhotes com Compota de Vinho do Porto. Já em Matosinhos não custa adivinhar que o peixe e marisco vão ser a principal proposta, rematando a refeição com leite creme.

Os Fins de Semana Gastronómicos que, ainda nas palavras do presidente da TPNP, são “o maior projeto público-privado do país no que ao produto turístico de gastronomia e vinhos diz respei-

De 18 e 20 de Setembro, em 42 unidades de restauração

Bacalhau em destaque nos fins de semana gastronómicos de Barcelos

O Fim de Semana do Bacalhau está de volta a Barcelos para mais uma edição entre os dias 18 e 20 de Setembro. A edição de 2020 conta com a participação de 42 unidades de restauração do concelho, que possuem um posicionamento forte na região e algumas receitas diferenciadoras.

O bacalhau é uma das iguarias mais afamadas da Cozinha Tradicional Por-tuguesa, e serão dezenas as interpretações e receitas que vão preencher

as ementas das unidades de restauração local, desde o “bacalhau à lavrador”, passando pelo “bacalhau com broa”, na brasa, assado no forno, gratinado, na caçarola, com natas, até ao bacalhau recheado.

Com o Fim de Semana do Bacalhau, o Município de Barcelos retoma a dinâmi-ca promocional ligada às atividades gastronómicas com o intuito de atrair mais clientes aos nossos estabelecimentos.

to”, estão na sua décima segunda edição e envolvem 78 municípios, mil restaurantes, 500 empreendimentos turísticos, 350 quintas, adegas e espaços enoturísticos.

À mesa destes Fins de Semana estarão, ainda, mais de 100 receitas de doçaria tradicional e conventual, 210 receitas tradicionais 50 produtos qualificados e vinho pro-veniente de cinco denominações.

De referir que, por sugestão de cada Município partici-pante, os empreendimentos turísticos, assim como os res-taurantes aderentes à iniciativa, deverão aplicar uma per-centagem de desconto, no mínimo de 10 por cento, sobre o preço de balcão nas noites de sexta-feira e sábado.

Durante todo o mês de Setembro

Fins de semana gastronómicos da Turismo do Porto e Norte estão de regresso

Os Fins de Semana Gastronómicos, uma iniciativa do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) em articulação com os municípios, continuam a dinamizar os restaurantes da Região.

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Entre 24 e 27 de Setembro em 10 restaurantes

Famalicão promove ‘Dias à Mesa’ dedicados à cozinha vegetariana

A cozinha vegetariana é uma forma de alimentação que está cada vez mais em voga a nível mundial, sendo que o número de entusiastas está em constante crescimento. Foi a pensar nisso que o município de Vila Nova de Famalicão decidiu promover no último fim-de-semana de Setembro, entre 24 e 27, a iniciativa Dias à Mesa dedicada à Cozinha Vegetariana propor-cionando uma experiência gastronómica repleta de cores e sabores.

Dez restaurantes do concelho responderam “sim” ao desafio, sugerin-do uma refeição equilibrada, variada e capaz de despertar os vários

sentidos, excluindo a carne e o peixe. Os restaurantes aderentes são o Alfa; o Attrevidu; o Bisconde; a Casa da Frangos de Baltar; Combinação de Sa-bores; Fusilli, Massa &Café; Moutados; Na Boca; Refresco e Vinha Nova.

Refira-se que depois de um interregno de vários meses devido à pan-demia da Covid 19, os Dias à Mesa regressaram no passado mês de Julho, atraindo muita gente aos restaurantes de Famalicão. Apesar da não rea-lização dos eventos culturais que acompanham habitualmente a iniciati-va, o regresso dos Dias à Mesa tem sido um sucesso.

Uma das novidades desta edição é o “Passaporte Gastronómico”, que oferece um desconto de 10% nos restaurantes aderentes. Para além disso, o passaporte dá a oportunidade de jantar ou almoçar gratuita-mente num restaurante à escolha.

Depois da cozinha Vegetariana, os Dias à Mesa promovem a casta-nha e as massas, em Novembro.

O cavalo, enquanto produto de excelência do mundo rural, é hoje uma alavanca fundamen-

tal para a promoção do concelho, numa ótica trans-versal à preservação da cultura e valorização do en-dógeno, do desporto, do turismo, do lazer, e ainda, da dinâmica económica que imprime ao concelho.

Apesar da atividade equestre, de larga escala, es-tar suspensa na Vila por consequência da Covid-19, a mesma não cessou, com o Município a trabalhar na re-programação da atividade que estava prevista, e com os agentes locais em processo de readaptação a uma nova realidade. Através da dinâmica equestre, a autarquia mi-nhota procura contribuir para a estabilização económica e social da região, com um sentido de compromisso e res-ponsabilidade para com os atores de um setor a valorizar.

Contextualizando e adaptando as medidas às especi-ficidades de cada evento, o Município de Ponte de Lima apresenta um calendário de cinco eventos, divididos entre os meses de Maio, Junho, Julho e Agosto de 2021:

Maio - CSI – Concurso de Saltos Internacional de Ponte de Lima

O CSI – Concurso de Saltos Internacional de Ponte de Lima é considerado um dos melhores eventos equestres interna-cionais em “outdoor” na disciplina de Saltos de Obstáculos.

A qualidade superior das infraestruturas, e a consistência da prova de alta competição, atraem largos números de cava-los e cavaleiros nacionais e internacionais, a este evento que prestigia a região e a alta competição.

Junho - Concurso de Ensino

Nos meses de Maio, Junho, Julho e Agosto

Município de Ponte de Lima prepara eventos equestres para 2021

Com uma tradição equestre de raízes bem vincadas, Ponte de Lima tem vindo a evidenciar o seu caráter enquanto “Destino Equestre Internacional”, no âmbito de uma estratégia que tem colocado a Vila Mais Antiga de Portugal na linha da frente do circuito mundial.

Este concurso promove a disciplina de Ensino a nível regional, nos Centros Hípicos, escolas ou outros centros de formação de cada Região.

Com um número de participantes em crescendo, este evento contribui, numa ótica de maior proximidade, para a dinamização e promoção do des-porto equestre.

Julho - Feira do Cavalo de Ponte de Lima A marca “Ponte de Lima Destino Equestre Internacional” tem como base

a Feira do Cavalo, um evento premiado pelo Turismo de Portugal, que mui-to tem contribuído para a dinamização da Vila e da região do Alto Minho.

Este evento âncora, atua como excelente via de promoção do turismo e dos produtos limianos no estrangeiro, fazendo rumar a Ponte de Lima importantes ganadarias e criadores.

Agosto - Jogos EquestresRealizados pela primeira vez em 2017, e anualmente desde então, os

Jogos Equestres juntam diferentes disciplinas num mesmo espaço, in-fraestruturado especificamente para o propósito, a Expolima. A cada disciplina correspondem um conjunto de provas, a decorrer por vezes em paralelo, sendo que os seus resultados pontuam para várias com-petições externas à decorrente.

Concurso Nacional de Saltos - O Concurso Nacional de Saltos é um evento “outdoor” que motiva de uma série de dinâmicas que se alar-gam do campo desportivo, ao cultural, e deste último, ao económico, dinamizando a região no contexto nacional.

A seu tempo, as datas destes eventos que procuram garantir a defesa e a prossecução dos interesses do setor, alavancando os re-cursos que a região dispõe, serão divulgados, e os mesmos reali-zados, de acordo com as indicações emanadas pelas autoridades de saúde.

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Barrenta propõe 10 horas de música ao longo de 105 km

Encontro Nacional de Tocadores de Concertina assinalado de forma simbólica

O XIX Encontro Nacional de Tocadores de Concertina da Barrenta vai de-correr este ano num formato diferente, em consequência da pandemia por Covid-19. Esta iniciativa, que habitualmente decorre no último sábado de Setembro, desde 2001, vai acontecer na internet e vai levar dois camiões palco vão percorrer as aldeias do Município de Porto de Mós, durante 10 horas de música, num total de 105 quilómetros em pleno coração da Serra de Aire e Candeeiros.

“Não podemos fazer o encontro no formato que sempre fizemos, mas não quisemos deixar de assinalar este dia, que é esperado

por muitos tocadores de concertina que se deslocam até à Barrenta ano após ano, mas também, para as populações das aldeias do Município de Porto de Mós, que nos apoiam incondicionalmente”, explica Ricardo Perei-ra, presidente do Centro Cultural da Barrenta.

Desta forma, e com o apoio de várias entidades locais, o Grupo de Con-certinas da Barrenta, num total de cerca de 20 músicos, vai percorrer as aldeias do Município de Porto de Mós, levando música em segurança, durante 10 horas, num total de 105 km, percorridos em plena Serra de Aire e Candeeiros.

“Só foi possível concretizar esta ideia, com o apoio do Município de Porto de Mós, e com todas as Juntas de Freguesia, para que pudésse-mos delinear um caminho que abrangesse o máximo de pessoas possí-vel, sem que houvesse necessidade de saírem de suas casas, mas mes-mo assim pudessem desfrutar um pouco da nossa música”, esclarece o responsável. “É um caminho exigente e ambicioso, porque é extenso, são muitas horas, mas pensamos que valerá a pena”, diz ainda Ricardo Pereira.

Em paralelo, Barrenta ComVIDA, XIX Encontro Nacional de Tocado-res de Concertina On-line, irá acontecer online a partir das 17 horas, na página oficial do Facebook do Grupo de Concertinas da Barrenta. Estão já confirmados mais de 30 grupos de tocadores de concertina oriundos de todo o país. Este momento irá não só divulgar os todos grupos que participam e a cultura que engloba a concertina, e que nestes tempos de pandemia não têm tido oportunidade de mos-trar o seu empenho e dedicação, mas também dar a conhecer a região e muito dos seus pontos atrativos sobretudo no que toca à Serra de Aire. Esta iniciativa promete assim ligar centenas de to-cadores e respetivos grupos através dos seus lugares à pequena

aldeia na Serra de Aire, com toda a segurança, evitando as habituais multidões que ali se deslocam.

Habitualmente, esta iniciativa realiza-se no último sábado de Setembro, desde 2001, e leva à pequena aldeia da Bar-renta, no concelho de Porto de Mós, centenas de tocadores de concertina de todo o país. Este ano, todos estes grupos foram convidados a participar num encontro que acontecerá online, e será transmitido nas redes sociais, assinalando assim este dia de forma especial.

Este pequeno lugar, na União das Freguesia de Alvados e Al-caria, conta com cerca de 38 habitantes, e em 2019 acolheu mais de 500 tocadores de concertina e milhares de visitantes.

O primeiro encontro foi em 2001 e envolveu cerca de 40 to-cadores, com o objetivo de poder dar “vida” a uma aldeia que só por si iria desaparecer com o passar dos anos se nada fosse feito para ter alguma visibilidade.

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Programa de comemorações cumpre das regras da DGS

‘Tondela Futuro’ é o mote das evocações do Feriado Municipal de Tondela

A Câmara de Tondela assinala este ano o Dia do Município sob o mote ‘Tondela Futuro’. Na apresentação do programa, o presidente José An-tónio Jesus lembrou que, em situação de normalidade, por estes dias estaria a ser concluída a preparação da FICTON, a maior montra do po-tencial económico, social, associativo e cultural, a par da dinâmica as-sociada à gastronomia, aos produtos locais, ao artesanato.

“Estaríamos de portas abertas para receber os milhares de pes-soas que nos visitam, que vivem e sentem a nossa identidade,

que partilham e constroem connosco esta vivência permanente, de ambição num futuro sempre mais promissor, referiu o presidente da Câmara de Tondela. José António Jesus acrescentou que “esta nova realidade não nos afasta do objetivo permanente de promover a cons-trução do concelho de Tondela e, por isso, move-nos o desafio diário de adaptação às circunstâncias indo sempre ao encontro daquilo que nos define: cimentar sempre mais e mais a construção de um territó-rio de bem-estar”, destacou.

O Feriado Municipal assinala-se este ano de forma diferente, no estreito respeito pelas normas da DGS, que vigorarão a partir do dia 15, no cenário de Estado de Contingência.

“Tondela é futuro, porque não se esgota no presente. Tondela é hoje um território onde impera o crescimento económico, reafir-mado nos próximos dias através da evidência dos elevados inves-timentos das nossas empresas que aqui encontram as melhores condições para perspetivar um futuro próspero”, salientou José António Jesus.

Refira-se que para 18 de Setembro está marcada uma Sessão

Pública, que terá lugar na Oficina de Artes Criati-vas, onde serão dados a conhecer os investimen-tos industriais e comerciais do domínio privado no concelho de Tondela que se encontram em curso, ou com calendário previsto para se concre-tizarem, e que no seu todo ultrapassam os 60 mi-lhões de euros de investimentos.

Programa para 16 de Setembro:08h30 - Hastear da Bandeira nos Paços do Conce-

lho de Tondela08h45 - Hastear da Bandeira no Quartel dos Bom-

beiros Voluntários de Tondela09h00 - Romagem ao Cemitério10h30 - Inauguração obras de ampliação dos Bom-

beiros Voluntários de Tondela11h00- Sessão Solene evocativa 97ª Aniversário dos

Bombeiros Voluntários de Tondela15h00 - Missa Solene (Parque Urbano de Tondela)17h30 - Lançamento Oficial da 2ª fase das obras de re-

qualificação da Escola Secundária de Tondela18h00- Sessão Solene Evocativa do Feriado Municipal

- Parque Urbano de Tondela (Dependendo da situação climatérica e da alteração das normas da DGS, o progra-ma do parque urbano poderá ter de ser deslocado para o Pavilhão Municipal)

• Reconhecimento dos alunos de Mérito, do ano letivo 2019/2020, das Escolas do 2º, 3º ciclo, Secundárias e Pro-fissional de Tondela.

• Entrega de Galardões Municipais de Mérito a:Ricardo Loureiro – Campeão do Campeonato de Portugal

de Clássicos de Montanha.António Gouveia – Investigador, ex-diretor do Jardim Botâ-

nico e ex-diretor do Parque de Serralves.ALS/Controlvet – Projeto Nacional pioneiro para produção

de Kits COVID – 19.Gustavo Cunha – Campeão Nacional de escalada no escalão

de minis e infantis. Top 5 nacional de todos os escaladores.Galardão Municipal de Valor e Altruísmo a título póstumo ao

Padre António Rocha. • Atuação Musical da Sociedade Filarmónica de Tondela21h30 - Grupo Coral da Casa do Povo de Tondela

Até 17 de Outubro em 12 restaurantes do concelho

Cultura e gastronomia na “Festa da Cataplana” em Castro Marim

A iniciativa não é nova, mas assume agora uma importância maior do que nunca. A Festa da Cataplana, que geralmente acontecia em Junho, decorre este ano até 17 de Outubro, procurando contribuir para colmatar os devas-tadores efeitos económicos que o combate à pandemia da covid-19 tem gerado, bem como colmatar alguns efeitos de uma época já tipicamente baixa.

Os segredos da Cataplana, temperada com o “melhor sal do mundo”, regressam ao concelho de Castro Marim, nesta que é a sexta edição

da Festa da Cataplana, uma iniciativa da Câmara de Castro Marim que pre-tende dinamizar turística e economicamente o território.

À iniciativa aderiram 12 restaurantes do concelho, que irão apresentar, pelo menos, dois tipos de cataplana, com preços atrativos e diferenciado-res. Apesar da de marisco ser das cataplanas mais procuradas, os restau-rantes estão a preparar também cataplanas de polvo, bacalhau, tamboril, cabrito e lombinho de porco. Nesta edição, a autarquia integrou um ele-mento diferenciador, que é a animação musical. Todos os restaurantes aderentes serão, durante este período, animados por agentes culturais locais.

A Festa da Cataplana, que começou no passado dia 13 de Setembro, pretende promover e fomentar a cultura, a economia e a gastrono-mia locais, atraindo o público procura a qualidade e o diferencial gas-tronómico e assim impulsionando a dinâmica económica, este ano particularmente fragilizada, depois de um Verão vivido no contexto pandémico e cujas quebras no turismo foram responsáveis por tripli-car o desemprego no Algarve. “Num ano tão difícil em termos eco-nómicos e de saúde pública, existe a necessidade, em harmonia com as medidas vigentes de saúde pública, ter um estímulo integrado e equilibrado à economia local, interligado com a cultura e com os agentes locais culturais”, realçou a vice-presidente e vereadora da Cultura da Câmara de Castro Marim, Filomena Sintra.

A organização apela a que o público faça a sua reserva junto dos restaurantes aderentes, bem como ao respeito pelas medidas de prevenção da COVID-19 - a higienização das mãos, a etiqueta respiratória e o distanciamento físico.

Ainda não é desta que a feira não se realiza

Vila Pouca de Aguiar recebe

Feira das Cebolas a 25 de Setembro25 de Setembro é sempre o dia da Feira das Cebolas, em Vila Pouca de Aguiar. Por ser ano atípico, as ativi-

dades cingem-se apenas ao dia da feira e com medidas de prevenção asseguradas.

O principal objetivo está garantido que a compra e venda de produtos do campo (cebola, alho, tomate,

pimento, malagueta, mel, compotas, cogumelos e muitos outros). Além da feira, as atividades do dia, em especial da parte da manhã, são o concurso da cebola, a arruada com concertinas e o teatro de rua.

Meia centena de produtores vindos de diferentes zonas do concelho e da região estarão nas praças envolventes aos Paços do Concelho. De ano para ano há uma maior adesão de produtores aguiarenses. Este ano, a autarquia distribuiu perto de 170 mil pés de cebolo para incentivar à produção e à pre-sença de produtores locais na feira.

Tem 700 anos o mais antigo documento que refere a feira aguiarense (documentos mostram que em 1319 esta feira foi proibida por D. Fernando, por prejudicar a feira de Vila Real; a restituição da feira é rubricada em Setembro de 1417, por D. João I).

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Editado com o apoio do programa ‘Viseu Cultura’, da Câmara de Viseu, o livro é, segundo Jorge Sobrado “um estímulo à descoberta dos sabo-

res da Beira”. Com autoria de Joana Barros, o ‘Viseu à Prova’ contou com a colaboração de diversas personalidades ligadas ao vinho e à gastronomia, mas também às tradições populares da Beira Alta.

“É um livro especial, que tem a ver com a nossa gastronomia”, salien-tou o Almoxarife da Confraria Grão Vasco. José Ernesto Silva realçou o trabalho da autora, mas também de todos quantos colaboraram nesta publicação, numa “abordagem diferente à nossa gastronomia, às nossas receitas tradicionais e às nossas tradições”. O responsável da Confraria refere que “há páginas do livro onde as pessoas podem escrever as suas receitas ou tomar notas sobre um prato que comeram num restaurante e que lhes deixou água na boca. No futuro pode ter um livro de re-ceitas que ela própria ajudou a elaborar”. Para José Ernesto Silva “é importante esta divulgação, porque Viseu é o coração da gastronomia portuguesa”.

O Almoxarife adiantou que a Confraria ‘Grão Vasco’ irá em breve lançar uma nova publicação. O “Baú de Encantos - Saberes e Sabores da Literatura Oral” tem autoria Odete Madeira e Rui Figueiredo, “fala das nossas tradições populares e é um livro que tem muito trabalho de investigação na área da nossa cultura popular”.

Já a autora do ‘Viseu à Prova’ destacou os três elementos que estiveram na génese do livro, e que são “a gastronomia, o turismo e as emoções”, bem como “a experiência que se vive nos destinos que se visitam”. “Foi a junção destes três elementos que decidi avançar, com o indispensável apoio da Confraria”, referiu Joana Barros, que destacou as pessoas que colaboraram na sua criação.

A autora considera que este “não é um livro para se pegar e ler, mas sim para ser preenchido pelo utilizador, porque nos

leva para além do que estamos a ler e coloca-nos em contacto com as nossas emoções, com os sabores e as cores da comida, mas também de forma a vivenciarmos uma experiência gastronómica”.

Joana Barros adiantou que está a pensar já num novo livro. “Gostava de adaptar este conceito, de uma forma mais completa, a todas as áreas do turismo, nomeada-mente toda a envolvência de visitação de um destino”.

Esta obra “vem preencher uma lacuna na cidade de Viseu e mesmo na Beira Alta”

Na apresentação do livro o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara de Viseu começou por referir que “esta obra vem, de algum modo, preencher uma lacuna da cidade de Viseu, e mesmo na Beira Alta, relacionada com um estí-mulo à descoberta dos sabores da Beira, afirmou Jorge So-brado, salientando que este livro “não é um inventário, uma carta gastronómica ou um receituário, mas sim um guia de experiência, que, de certa forma, guia e orienta turistas e vi-sitantes, mas também os viseenses, que queiram ter uma des-coberta qualificada, orientada e assistida áquilo que é a nossa gastronomia e o nosso património à mesa”.

O livro está dividido por capítulos, que vão desde os queijos, aos vinhos, aos pratos principais e às sobremesas. Há uns pai-néis e referências que orientam o leitor, o visitante, o turista ou o viseense “para descobrir aquilo que constitui a paleta dominan-te dos sabores e das experiências dos produtos da terra”, acres-centou o vereador da Cultura, sustentando que é também “um

‘gancho’ para se continuar a falar da gastronomia de Viseu, que tem no país e no mundo pergaminhos muito conhecidos”.

Jorge Sobrado recordou que este trabalho “resulta também de um repto que lançamos em 2018, - na al-tura em que se assumiu e elegeu Viseu como Destino Nacional de Gastronomia, - a um conjunto de espe-cialista e atores culturais, para que se desenvolvesse conhecimento e promoção daquilo que é a identidade gastronómica de Viseu à Prova”. Nesse âmbito, acres-centou Jorge Sobrado, “está a ser concluída a Carta Gas-tronómica de Viseu, o tal inventário que será uma obra de referência que vai das origens até às práticas atuais gastronómicas de Viseu. Faz uma reconstituição históri-ca, das condições de solo e clima do concelho de Viseu e da sua envolvente, do nosso receituário tradicional, mas é também uma viagem histórica até aos nossos dias”. A Carta Gastronómica de Viseu abordará as sobremesas con-ventuais ou das origens mitológicas do Rancho à Moda de Viseu, até às práticas da comida vegetariana, mas com os produtos da terra beiraltinos, com a nossa identidade”.

O responsável pela área da Cultura na autarquia viseense adiantou que “há outros trabalhos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do Viseu Cultura, subordinados a esta área. É um conjunto de trabalhos que são um ‘ecrã’ para se falar da gastronomia de Viseu e de um património cultural imaterial que é muito importante e que permite também um acervo de ciência e conheci-mento”, sustentou Jorge Sobrado.

A terminar Garcia Mendes, presidente do Conselho Consultivo da Con-fraria Grão, realçou “o trabalho desenvolvido pelo Almoxarife José Ernesto Silva, para arranjar apoios e dinamizar as actividades da Confraria”, agra-decendo também à Câmara de Viseu, nas pessoas do presidente Almeida Henriques, e do vereador Jorge Sobrado, “o apoio dado às actividades da confraria, nomeadamente na edição de livros sobre a nossa cultura e tra-dições populares”.

De referir que a Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ tem confrarias-irmãs no Rio de Janeiro e Manaus, no Brasil; Zurique e Sierre, na Suíça, e Toronto, no Canadá, tendo em fase de organização no-vas confrarias na Flórida, nos Estados Unidos, e Marly le Roy, em França. Grande parte das publicações editadas pela Confraria são oferecidos às comunidades portuguesas onde está representada.

O livro ‘Viseu à Prova’ pode ser adquirido pelos interessados na Con-fraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’.

Uma obra que “vem preencher uma lacuna na cidade e na Beira Alta”

Confraria ‘Grão Vasco’ apresentou o livro “Viseu à Prova”

‘Viseu à Prova é o décimo sétimo livro editado pela Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. A apresentação esteve prevista para Abril, mas devido à situação que o mundo atravessa só este mês foi possível dar a conhecer esta obra, no âmbito do programa do “Cubo Mágico”, que decorre em Viseu até 21 de Setembro.

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A Quinta de São Francisco começou a campanha no início da terceira se-mana deste mês, com a Vindima no “berço” dos vinhos Chão da Quin-

ta. O programa consiste na apanha da uva manual, no acompanhamento da uva à adega, em conhecer o processo de seleção na mesa de escolha e a sua transformação subsequente. Por fim, haverá um piquenique com prova de vinhos Chão na Quinta. Este programa estará em vigor até 30 de Setembro e tem um custo de 30 euros por adulto e de 15 euros por criança entre os 6 e os 14 anos (preços sujeitos a confirmação com o produtor). Para os que gostam de aventura e da tradição, podem adicionar o momento de pisa a pé num dos lagares centenários que será utilizado na vinificação da casta da Touriga Nacional.

Já na Quinta dos Monteirinhos as boas-vindas aos visitantes serão da-das na tarde de 30 de Setembro, com a distribuição de um kit (composto por uma t-shirt de vindima, um boné e uma máscara social customiza-da). Após esta receção, realiza-se a Vindima do Encruzado, finalizando com um jantar vínico com animação. Por fim, é possível também partici-par na Vindima do Touriga Nacional no dia 5 de Outubro, em que estão incluídos uma merenda e um almoço popular. Estes programas têm o custo de 25 euros por adulto, 18 euros para adolescentes dos 13 aos 18 anos e gratuito para crianças até aos 12 anos. Para quem quiser ir em grupo, há também um pack grupo (mínimo quatro pessoas) dis-ponível por 20 euros por pessoa (preços sujeitos a confirmação com o produtor).

De 21 de Setembro a 5 de Outubro, o espírito das vindimas pro-mete contagiar todos na Soito Wines. Na Quinta do Soito, a partir das 9,30 horas, receba o seu Kit vindimas e acompanhe a equipa para as vinhas. A etapa seguinte irá levá-lo à adega, onde parti-cipará no processo de vinificação. Começa no tapete de escolha, selecionando as melhores uvas e pode acompanhar o técnico que lhe dará a conhecer as várias etapas que decorrem até à fermen-tação. Depois de umas horas extenuantes, mas bem passadas, é possível aproveitar para relaxar e deixar-se envolver nos encan-

Há eventos até ao início de Outubro

Tradição e vindimas na Rota dos Vinhos do DãoEsta é a época mais especial e agitada do ano no mundo vínico. Por isso, muitos produtores do Dão prepararam programas especiais

para aqueles que queiram viver a experiência única das vindimas. Junte-se à azáfama nas vinhas no Dão, seja estreante ou repetente nesta experiência única. Para viver esta tradição em pleno, os produtores da Rota dos Vinhos do Dão prepararam programas especiais que não vai querer perder.

tos da Quinta enquanto degusta alguns dos néctares ali produzidos bem harmonizados com produtos da região. Este programa tem um custo de 50 euros por pessoa, sendo que dos 12 aos 17 anos são 30 euros e dos 5 aos 11 anos, 10 euros.

Pode completar este programa criou-se a competi-ção “Pisa pé” que consiste numa atividade em família ou com amigos, em que é necessário atingir um obje-tivo. É necessária reserva antecipada obrigatória. Este complemento tem um custo adicional de 10 euros por pessoa, sendo que as crianças dos 5 aos 11 anos pagam mais 5 euros. (todos os preços estão sujeitos a confirma-ção com o produtor).

Na Quinta da Taboadella a experiência está disponível durante o mês de Setembro e é necessária a reserva ante-cipada. A quinta, projeto da família Amorim no Dão, dispo-nibilizará o material para vindima, que será realizada numa das parcelas da vinha, e o programa inclui ainda uma visita à vinha, à adega, a Barrel Top Walk, prova de vinhos Villae e piquenique. O valor é de 50 euros por pessoa, 25 euros para crianças dos 12 aos 17 anos e 14 euros para os menores de 12 anos. (todos os preços estão sujeitos a confirmação com o produtor).

O programa de vindimas da Lusovini (Pedra Cancela) come-ça com um brinde com espumante, seguindo-se um passeio pela vinha com explicação das diferentes castas e depois os vi-sitantes podem colocar as “mãos” ao trabalho. Após a vindima será servido o almoço na Taberna da Adega e haverá uma visita à adega e zona de vinificação e uma prova de mosto. O dia termi-na com um piquenique na Vinha da Fidalga. O valor da experiên-cia é de 65 euros por pessoa, as crianças dos 9 aos 12 anos usu-fruem de um desconto de 50% e para as crianças até aos 8 anos

a experiência é gratuita. (todos os preços e a data de realização deste programa estão sujeitos a confirmação com o produtor).

Na Quinta Madre de Água a experiência das vindimas está dis-ponível de 28 de Setembro a 2 de Outubro. O programa foi deli-neado para dois dias e inclui uma visita à quinta e degustação de produtos Madre de Água no primeiro dia. No segundo dia, após o pequeno-almoço, os visitantes começam a vindima, seguindo-se um almoço temático e visita à adega em Penalva do Castelo. Após o regresso ao hotel da quinta, os visitantes poderão degustar um jantar vínico. O preço da experiência é de 420 euros (2 noites para 2 pessoas). (todos os preços estão sujeitos a confirmação com o produtor).

De salientar que todos os produtores implementaram medidas de segurança, devido à COVID-19, como o uso de máscara obriga-tório; distanciamento de 1,5 a 2 metros entre pessoas em qual-quer momento; desinfeção dos equipamentos; disponibilização de gel desinfetante nos espaços a utilizar.

Para mais informações os interessados poderão contactar a Rota dos Vinhos do Dão através do telefone 232 410 060 ou do email [email protected].

Além disso, no âmbito do evento Cubo Mágico, promovido pela Câmara Municipal de Viseu, haverá um dia – 19 de Setembro - de-dicado à Festa das Vindimas e que conta com a participação de produtores da região. Para mais informações basta aceder ao site: https://cubomagicoviseu.pt/festa-das-vindimas

Rota dos Vinhos do Dão:

A Rota dos Vinhos do Dão, promovida pela Comissão Viti-vinícola Regional (CVR) do Dão, tem como objetivo promo-ver o Enoturismo na Região Demarcada dos Vinhos do Dão. A sede da Rota dos Vinhos do Dão situa-se no Solar do Vinho do Dão, em Viseu, num espaço designado “Welcome Center”, que acolhe o enoturista e proporciona-lhe uma experiência de prova de vinhos dos diferentes aderentes da Rota, a possi-bilidade de compra de vinhos, visionamento de filmes promo-cionais e exposições de arte.

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O vinho do produtor Amora Brava tem a ‘marca’ de Carlos Silva, um dos mais reputados enólogos da região do Dão e que, com este

prémio, vê reconhecido “o trabalho que tem desenvolvido em prol deste projecto”, referiu à Gazeta Rural.

Nesta entrevista, Carlos Silva olha para a vindima deste ano e diz que será “uma boa colheita”, da qual se esperam “bons vinhos do Dão”

Gazeta Rural (GR): O que representa o prémio do melhor vinho branco no Concurso de Nelas?

Carlos Silva (CS): Acima de tudo representa um reconhecimento do trabalho que se tem desenvolvido em prol deste projecto. Significa que estamos no caminho certo, no que respeita à qualidade dos vinhos pro-duzidos, e faz-nos aumentar a responsabilidade de fazer melhor ano após ano.

GR: O que distingue esse vinho?CS: É um vinho elaborado a partir da casta ‘Encruzado’, provenien-

te de um terroir singular. Pretende-se demonstrar todo o potencial da casta num vinho único. Efectivamente, a casta é extraordinária quando bem acompanhada em todos os passos da sua criação.

GR: Como se faz um grande vinho?CS: Um grande vinho é feito a partir de boas uvas, colhidas no

ponto exacto de maturação e vinificado com todos os cuidados possíveis, para além de termos sempre uma boa dose de em-penho e dedicação a todos os pormenores da sua vinificação e estágio. Respeitar o tempo e a nossa honestidade são também elementos essenciais para conseguir um grande vinho.

GR: Olhando para a vindima deste ano. Como a antevê?

CS: Será um ano com menor produção, onde se estima uma quebra de cerca de 30 %, segundo as in-dicações que correm. Para já as uvas apresentam boa maturidade, alguma falta de acidez resultado do tempo quente que assistimos. Para todos efeitos deposito boa esperança nesta colheita para obter bom vinhos

GR: Em termos de acompanhamento da vinha por par-te dos produtores, a pandemia teve ou tem algum efeito na campanha deste ano?

CS: Pelo que tenho assistido não tem havido problemas. As pessoas têm desenvolvido os trabalhos de campo com normalidade, assim como na adega. Contudo, paira sempre o receio de surgir algum foco de contaminação que possa parar uma vindima. Mas julgo que respeitando as normas vai todo decorrer bem.

GR: Que vinho poderemos esperar da colheita deste ano?CS: Até ao lavar dos cestos é vindima. Até ao momento,

como referir, estou a prever uma boa colheita. Espero que a chuva não venha a causar danos para aqueles que ainda têm uvas para vindimar. Contudo, julgo que será uma colheita com bons vinhos do Dão.

O enólogo Carlos Silva e a vindima que já decorre

“Será uma colheita com bons vinhos do Dão”O Branco Índio Rei Grande Reserva 2017 foi o vencedor, na categoria de vinhos brancos, do Concurso de Vinhos Eng.º. Augusto Vi-

lhena, que se realiza no âmbito da Feira do Vinho do Dão em Nelas.

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Uma iniciativa da Câmara de Setúbal, a 25 de Setembro

Há ‘Fado & Vinho no Moinho’ na Mourisca

Noites de fado com a participação de artistas de Setúbal, acompanhadas

de degustações gastronómicas, têm lugar o ‘Fado & Vinho no Moinho’, a realizar pela primeira vez, a 25 de Setembro, na Mourisca. As noites de fado serão sempre acompanhadas de degustações de caldo verde, vinhos e queijos da região.

O novo evento engloba diferentes concertos na noite de dia 25 pelos fa-distas Maria do Céu Caetano, Freud Mamede e Inês Pereira, acompa-

nhados pelos guitarristas Casalão Zorro e Carlos Pinto, na Sala Museológica das Mós do Moinho de Maré da Mourisca.

O Fado & Vinho no Moinho, organizado pela primeira vez pela Câmara de Setúbal, em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, é constituído por um programa com várias sessões, cada uma com fadistas convidados diferentes, sempre entre as 21,30 e as 24 horas.

O evento, com início a 25 de Setembro, tem outras sessões agendadas, nomeadamente a 30 de Outubro, com Nuno Rocha, Maria do Céu Freitas e Sara Margarida, acompanhados à guitarra por Eduardo Silva e Jorge Pimentel. Está agendada nova edição, a 27 de Novembro.

Anuncios-TDT_ANACOM_AF-11.pdf 1 28/07/20 15:26

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Este prémio é o reconhecimento das potencialidades dos vinhos do concelho de Tondela, em particular deste produtor de Santa Ovaia

de Cima – Canas de Santa Maria. As Quintas de Sirlyn são propriedade do casal Augusto Teixeira e Maria do Rosário Teixeira.

Augusto Teixeira considera que este prémio ‘mostra’ o vinho que pro-duz, as marcas que comercializa e a própria quinta. De autodidata, este produtor foi fazendo várias formações ligados ao vinho. “Comecei por ler livros, artigos sobre vinho e a fazer testes. O curso foi só mesmo para dizer que o tenho”, afirmou, enquanto Maria do Rosário Teixeira lembra o tempo em que o marido “andou a caminhar (um ano) para Vila Real para fazer o mestrado”.

O produtor diz que a Quintas de Sirlyn é hoje muito diferente daque-la que encontrou em 2002. O espaço agrícola da família era dos pais, que por sua vez já o tinham herdado do avô. A terceira geração foi iniciada nos anos 40. As primeiras vinhas, à entrada da quinta, foram plantadas pelo avô em 1950.

A atividade comercial da Quintas de Sirlyn foi iniciada em 2012, com o lançamento do primeiro vinho. Antes, Augusto Teixeira, enge-nheiro de formação, viajou pelo mundo e andou pela Austrália, Es-tados Unidos, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, etc. Entre 2002 e 2012 a relação com o vinho foi em part-time. Fazia vinho para dar aos amigos. Quando começou a sério, nunca mais parou. “Fui apren-dendo aos poucos, cometi muitos erros, deitei vinho fora, mas de há alguns anos a esta parte isto já não acontece”, lembra com um sorriso maroto.

Questionado sobre o que mudou nos últimos 20 anos no vinho

É um ano fantástico para os vinhos de Tondela

Vinho da Quintas de Sirlyn premiado em Nelas homegeia “Avô Videira”

O Quintas de Sirlyn - Grande Reserva 2016 (Avô Videira) foi o vencedor, na categoria de vinhos tintos, do concurso da XXIX Feira do Vinho do Dão, certame promocional de grande projeção da Região Demarcada do Dão, que homenageia Augusto Vilhena, o grande impulsionador do Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas.

do Dão, o produtor considera que não foi apenas nesta região demarcada que se verificaram alterações signi-ficativas. “Há três ou quatro décadas o vinho era feito por quem tinha alguns conhecimentos. Depois algumas escolas e faculdades criaram cursos na área de Enologia, nomeadamente em Lisboa, Porto e Vila Real), e a partir desse momento o ‘conhecimento’ chegou ao setor. Este foi um passo importante para que se tivesse dado um sal-to considerável em termos quantitativos e qualitativos”, referiu Augusto Teixeira. Contudo, lembra que não são os enólogos que fazem os grandes vinhos. Estes começam nas vinhas, com boas uvas, mas o território e o clima entram nessa avaliação. “De uvas más nunca sairá um vinho bom”, sustenta.

Empenho, determinação e dedicação fazem a diferença. “Tenho umas técnicas minhas, que não se ensinam na esco-la, segredos que se aprendem com muita prática”, salienta o produtor, mas “o caminho para fazer melhor vai continuar”. Porém, salienta, “há muitas marcas que fazem ótimos vinhos e nós somos apenas mais uma”, pelo que o caminho “é a diferen-ciação”. “Já se faz vinho há quatro mil anos e não há muito mais técnicas que se possam aplicar, para além de alguma tecnolo-gia”, sustenta Augusto Teixeira, que tem os seus segredos, mas sente-se desconfortável quando se fala de vinhos naturais. “Isso é enganar as pessoas”, atira de pronto.

Pelo meio, a esposa, Maria do Rosário Teixeira, destaca alguns

fatores preponderantes sobre o trabalho feito pelo marido na Quintas de Sirlyn. “Tem uma característica muito importante, é perfeccionista e nunca desiste. Nas várias áreas em que tem trabalhado, quando quer atingir um objectivo não descansa enquanto não chegar lá”, salienta.

Augusto Teixeira ‘correu mundo’ e não tem dúvidas em afirmar que Portugal “tem dos melhores vinhos do mundo”. “Os france-ses têm vinhos tão bons quantos os nossos, mas são quatro vezes mais caros”. Maria do Rosário Teixeira reforçou as palavras do mari-do, destacando um pormenor importante: “Há bons vinhos em todo o mundo, quase todos de castas francesas, enquanto nós temos castas nossas, autótones, que dão vinhos completa-mente diferentes”. E este é um fator que Rosário Teixeira considera “pode trazer-nos dificuldades nos mercados internacionais”, mas “são uma mais valia, porque são vinhos completamente diferen-tes e de alta qualidade”.

Augusto Teixeira lembra que em mercados como Estados Unidos, Brasil ou noutros países da Amé-rica do Sul o consumidor não compra marcas de vinho, mas sim castas. “Nos rótulos, em destaque, aparece a casta, como por exemplo o “Pinot Noire”,

e só depois o nome do produtor”. Maria Rosário Teixeira lembra que Portugal “é um país que se destaca pelos ‘blend’ (vinhos de lote), enquanto lá fora dão impor-tância à variedade de uva”, mas lembra que “as castas portuguesas fazem vinhos completamente diferentes”.

Os produtores finalizam dizendo que este prémio “é bom para o nosso con-celho e põe Tondela no mapa dos vinhos da região”, embora, fique pelo meio um lamento. “Provavelmente precisamos de mais apoio de certas entidades. Acho que é muito bom para Tondela e é uma forma de promover o concelho e trazer mais gente, mas infelizmente não temos tido o apoio que gostaríamos das entidades competentes, que nos poderiam ajudar mais”.

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Touriga Nacional 2017 e o Tinta Roriz 2015 obtiveram a de Prata

Adega de Penalva Reserva 2016 recebe medalha de ouro em Bruxelas

A Adega de Penalva do Castelo conquistou três medalhas no Concurso Mundial de Bruxelas, com destaque para o Adega de Penalva tinto Reserva 2016, que recebeu a medalha de Ouro. O Touriga Nacional 2017 e o Tinta Roriz 2015 obtiveram a de Prata. O concurso decorreu na cidade de Brno, na República Checa, onde estiveram em prova 8500 vinhos de todo o mun-do.

Os prémios obtidos pela Adega Cooperativa de Penalva do Castelo são muito relevantes, pois tratam-se de grandes produções. Virgílio

Loureiro, numa publicação no Facebook sob o título “A Adega de Penalva a sair-se das cascas”, explica o que atrás dissemos. “Sabe-se que hoje em dia, dada a importância das medalhas para o sucesso comercial (dos vi-nhos e das marcas), se fazem vinhos especialmente para os concursos. São pequeníssimas produções, tratadas com todo o desvelo, para que os vinhos saiam ‘perfeitos’. Acontece que no caso dos vinhos premiados não aconteceu nada disso, pois a Tinta Roriz e o Reserva representavam uma produção de cerca de 100 000 litros e a Touriga Nacional de 150 000 litros”, refere o enólogo, acrescentando que “só uma fração desses vinhos foi para barricas de carvalho francês - pois caso contrário não ganhariam medalha nenhuma - mas se houvesse mercado para eles poderiam ter sido feitas quase meio milhão de garrafas exatamente iguais!”.

O consultor e enólogo fez questão de salientar que “o sucesso é de todos”, mas “é, acima de tudo, da maioria dos associados da Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, que cultivam as vinhas com todo o cuidado e preocupam-se em entregar boas uvas na adega. Já não é novidade para ninguém que os bons vinhos se fazem com boas uvas e os enólogos, que não fazem milagres, estão lá para evitar que se deem pontapés na Enologia”.

“Importa recordar que a Adega de Penalva recebe uvas de quase mil associados, é a maior cooperativa do Dão, produz vinhos ao nível dos melhores e é um bom exemplo do excelente trabalho que todo o setor cooperativo do Dão tem realizado nos últimos anos”, finalizou o consultor. Refira-se que Virgílio Loureiro, que é professor do Instituto Superior de Agronomia, divide a respon-sabilidade da enologia na Adega de Penalva com António Pina.

No Concours Mondial de Bruxelles

Adega de Silgueiros

conquistou duas medalhas de ouroA Adega Cooperativa de Silgueiros esteve em desta-

que no Concours Mondial de Bruxelles, onde conquistou duas Medalhas de Ouro com os vinhos Morgado de Sil-gueiros Reserva Tinto 2017 e Morgado de Silgueiros Tou-riga Nacional 2017.

O setor cooperativo do Dão prova, assim, que há quali-dade dos néctares que produz na região. Prova disso

são as medalhas que os vinhos do setor vão conquistando nos diversos concursos em que participam. São também, no caso de Silgueiros, resultado do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, não só na modernização da adega, mas, e prin-cipalmente, nos produtores, que, anos após ano, entregam na adega uvas de excelente qualidade, que permitem fazer gran-des vinhos.

Para além das 2 medalhas no Concours Mondial de Bruxelles, a Adega de Silgueiros conquistou também uma medalha de prata no Challenge International du Vin com o Morgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017

A qualidade dos do Dão vinhos não passa despercebida internacionalmente. A provar isso mesmo estão as 39 medalhas arrecadadas pelos néctares da

região em três concursos internacionais. No Challenge International du Vin foi atribuída uma medalha de ouro ao Casa da Passarella Abanico Reserva Branco 2018, uma medalha de prata ao Morgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017 e uma medalha de bronze ao Pedra do Gato Premium Tinto 2016.

No Concours Mondial de Bruxelles a lista de distinguidos provenientes do Dão é longa e com destaque para o Prémio Revelação atribuído ao Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010 e a medalha Grande Ouro ao Picos do Couto Reserva 2016. Neste concurso foram ainda atribuídas aos vinhos do Dão 16 medalhas de ouro e 11 medalhas de prata.

Já no IWSC - Wine Spirits Competition os vinhos do Dão foram distinguidos com seis medalhas de bronze. Por outro lado, os vinhos Cova do Frade Re-serva Tinto 2017 e Vinha Maria Premium tinto 2017 alcançaram 91 pontos e o Casa de Santar Reserva Tinto 2014 90 pontos.

A LISTA COMPLETA DOS PREMIADOS EM CADA CONCuRSO:

ChALLENGE INTERNATIONAL Du VIN MEDALhA DE OuROCasa da Passarella Abanico Reserva Branco 2018MEDALhA DE PRATAMorgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017MEDALhA DE BRONzEPedra do Gato Premium Tinto 2016

CONCOuRS MONDIAL DE BRuXELLES PRéMIO REVELAçãOQuinta de Lemos Touriga Nacional 2010MEDALhA GRANDE OuROPicos do Couto Reserva 2016MEDALhAS DE OuROCabriz Edição Especial Tinto 2015 Cabriz Reserva Tinto 2016Casa de Santar Vinha dos Amores Encruzado 2016Fonte do Ouro Tinto 2018Fonte do Ouro Touriga Nacional Reserva Especial 2016Morgado de Silgueiros Reserva Tinto 2017Morgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017

Dona Georgina Tinto 2013Quinta de Lemos Touriga Nacional 2013Dona Georgina Tinto 2010Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010Quinta da Ponte Pedrinha Reserva Tinto 2016Adega de Penalva Reserva Tinto 2016Casa da Passarella Abanico Reserva Tinto 2016Pedra do Gato Premium Tinto 2016Quinta da Ponte Pedrinha Touriga Nacional 2016MEDALhAS DE PRATATitular Reserva Tinto 2017Casa de Santar Vinha dos Amores Touriga Nacional 2014Quinta da Ponte Pedrinha Tinto 2016Adega de Penalva Touriga Nacional 2017Adega de Penalva Tinta Roriz 2017Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2017Catedral Reserva Tinto 2018Pingo Doce Reserva Tinto 2017Borges Touriga Nacional Tinto 2016Lagar de Darei - Rodeio Reserva Tinto 2015Lagar de Darei - Rodeio Reserva Tinto 2016

IWSC - WINE SPIRITS COMPETITION MEDALhAS DE BRONzE

Cabriz Colheita Selecionada Rosé 2019 Cabriz Edição Especial Tinto 2015 Cabriz Reserva Encruzado 2019Carvalhais Mélange à 3 Tinto 2018Quinta de Lemos Dona Santana 2011Vinha Maria Tinto 2017 91 PontosCova do Frade Reserva Tinto 2017Vinha Maria Premium tinto 201790 PontosCasa de Santar Reserva Tinto 2014 

A região continua em destaque além-fronteiras

Vinhos do Dão arrecadam 39 medalhas em concursos internacionais

A região continua a merecer destaque além-fronteiras. Os vinhos do Dão foram premiados em três concur-sos: Challenge International du Vin, Concours Mondial de Bruxelles e IWSC - Wine Spirits Competition. Entre as distinções, destaca-se o Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010, que arrecadou o prémio Revelação no Concours Mondial de Bruxelles.

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Os últimos dois meses ficaram conhecidos como o Verão da pande-mia, mas foi também o período em que muitos portugueses des-

cobriram que têm muito para desfrutar perto de casa. As viagens de pro-ximidade na Airbnb em Portugal – de hóspedes que vivem a menos de 500 km – aumentaram os ganhos, permitindo o acolhimento em todas as regiões, mas especialmente em destinos de Verão menos tradicionais.

As receitas do acolhimento provenientes de reservas feitas por via-jantes próximos (durante Julho e Agosto) cresceram cerca de 30% em Portugal, em comparação com o mesmo período do ano passado. Re-giões normalmente não associadas a viagens de Verão, como Viseu, Vila Real, Castelo Branco e Santarém, foram tendência neste Verão. Por outro lado, e apesar das restrições às viagens internacionais, os anfitriões em destinos insulares, como os Açores e a Madeira, ganha-ram mais com os viajantes de proximidade, o que mostra a força dos corredores internos e das viagens domésticas portuguesas nas ilhas.

As 5 principais regiões tendência no Verão (medida pelo cresci-mento dos ganhos dos anfitriões dos hóspedes de viagens de proxi-midade) foram Viseu: 248%; Açores: 190%; Vila Real: 180%; Cas-telo Branco: 164% e Santarém: 156%.

As tendências das viagens de proximidade começaram a mani-festar-se logo nas primeiras fases do desconfinamento na Europa, quando a percentagem de reservas feitas em Portugal por hóspe-des que vivem num raio inferior a 500 km (ou 300 milhas) passou de 6% em Fevereiro para 46% em Maio.

Durante a pandemia de COVID-19, uma vez que o confinamen-

Turistas portugueses na Airbnb escolheram destinos próximos

Viseu lidera o ranking das cinco regiões não associadas a viagens turísticas de Verão

As regiões de Viseu, Açores, Vila Real, Castelo Branco e Santarém lideram o ranking dos destinos normalmente não associadas a viagens de Verão. Nos meses de Julho e Agosto deste ano, os turistas portugueses na Airbnb escolheram destinos próximos, a menos de 500 km da sua residência principal, o que permitiu aos anfitriões aumentarem neste período o seu rendimento em 30% em relação ao ano passado.

to levou ao isolamento e a dificuldades económicas para tantas pessoas em todo o mundo, mais de 200.000 no-vos anfitriões abriram as suas casas aos primeiros hóspe-des na Airbnb.

Estes novos anfitriões vivem em todos os continentes – exceto na Antártida -, em mais de 200 países e regiões, e estimamos que 57 por cento deles são mulheres. E porque a facilidade da listagem torna possível à Airbnb oferecer alojamento em locais onde os hotéis não têm meios para os ter, muitos destes novos anfitriões encontram-se em cida-des mais pequenas, vilas e áreas mais remotas, em posição de beneficiar economicamente do turismo local à medida que as pessoas saem de casa e fazem uma pausa.

Os 10 principais destinos que registaram o maior aumen-to nas receitas do acolhimento das viagens de proximidade, ganharam entre 5 a 6 vezes mais do que no ano passado (em Julho e Agosto) com o mesmo grupo de hóspedes foram Santa Bárbara de Nexe (Faro); Boliqueime (Faro); Pombal (Leiria); São João das Lampas (Lisboa); Gondomar (Porto); Monsanto (Cas-telo Branco); Póvoa de Lanhoso (Braga); Moreira (Porto); Lagoa (Faro) e Vilela (Vila Real).

Ao deslocarem-se para estes destinos, os viajantes optaram por ficar em casas com piscina e espaço suficiente para desfrutar com a sua família. Por essa razão, os alojamentos marcados como ‘Casa’, ‘Villa’ ou ‘Chalet’ foram os mais procurados em Portugal. A

piscina foi a comodidade mais procurada nas buscas na plataforma, ao mesmo tempo que poder viajar com o animal de estimação e ter wifi foram algumas das ou-tras principais exigências para os viajantes portugueses neste Verão.

A AirbnbA Airbnb é um dos maiores mercados do mun-

do de espaços únicos e autênticos para ficar e coisas para fazer, oferecendo mais de 7 milhões de alojamentos e 40 000 atividades criadas a dedo, todas desenvolvidas por anfitriões locais.

A Airbnb é um motor de fortalecimento econó-mico que já ajudou milhões de empreendedores de hospitalidade a rentabilizar os seus espaços e paixões, mantendo os benefícios financeiros do tu-rismo nas suas próprias comunidades.

Com mais de 500 milhões de chegadas de hóspe-des até à data e disponível em 62 idiomas em 220 países e regiões, a Airbnb promove a ligação interpes-soal, a comunidade e a confiança em todo o mundo.

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Vai ocupar o antigo Palácio Ducal

Câmara de Trancoso projeta a criação do Museu da Cidade

A Câmara de Trancoso está a requalificar a maior necrópole rupestre da pe-nínsula ibérica e o castelo e está também a projetar o futuro Museu da Cida-de, que vai ocupar o antigo Palácio Ducal. A autarquia, presidida por Amílcar Salvador, apresentou os três projetos à secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, durante uma visita da governante ao concelho de Trancoso.

A intervenção em curso na aldeia de Moreira de Rei, com um investimen-to superior a 329 mil euros, contempla a requalificação da igreja de

Santa Marinha e largo envolvente, e a criação de um centro interpretativo da necrópole rupestre, que é considerada como sendo a maior necrópole de sepulturas antropomórficas da Península Ibérica.

Segundo a autarquia, os arqueólogos encontraram no local mais de 600 sepulturas de adultos e de crianças escavadas na rocha, em redor da igreja de Santa Marinha, datada do século XII, que está classificada como Monu-mento Nacional desde 1932. Durante a visita, o arqueólogo João Lobão, disse que a intervenção em curso permite “a correta salvaguarda das se-pulturas”. O local “é um sítio patrimonial único” e “constitui um recurso turístico único”, garantiu.

Amílcar Salvador anunciou que a intervenção em Moreira de Rei deve estar concluída “na Primavera/Verão de 2021”, tal como a intervenção que está em curso no castelo de Trancoso, com um custo global de 331 mil euros. O projeto do castelo, denominado “Do monumento construí-do ao monumento interpretado”, é “muito pouco intrusivo e minimalis-ta”, como referiu a arqueóloga municipal Maria do Céu.

Estão contempladas ações nas áreas da segurança, acessibilidades, criação de novas condições de visitação, colocação de painéis de “lei-tura da paisagem” e criação de núcleos expositivos, entre outras ini-ciativas, indicou.

O município de Trancoso apresentou também hoje o estudo prévio de arquitetura para a criação do futuro Museu da Cidade, no edifício do Solar dos Costas, Lopes e Tavares, conhecido localmente por Palá-cio Ducal, datado de finais do século XVIII. No projeto, que está a ser elaborado pela Universidade da Beira Interior (Covilhã), o município prevê investir “entre 1,5 e dois milhões de euros”, de acordo com Amílcar Salvador.

O responsável considera tratar-se de um projeto “âncora” e “estruturante” para “Trancoso e para toda a região”. “Queremos avançar com ele nos próximos tempos”, referiu, indicando que ainda falta conseguir financiamento para a execução da obra.

No final da visita a Trancoso, a secretária de Estado do Turis-

mo, Rita Marques, disse aos jornalistas que conheceu “boas ideias” por parte do município de Trancoso. A governante re-feriu ainda que os territórios do interior “têm imensos tesou-ros, muitos deles escondidos”, que precisam de ser “trabalha-dos e animados”.

O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, que integrou a comitiva, reconheceu que os projetos de Tran-coso “são apostas certeiras” para captar novos visitantes para a região.

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O Dólmen I do Carapito está classificado como Monumento Nacio-nal, sendo o maior da região Centro de Portugal e um dos dól-

mens mais conhecidos internacionalmente. Intervencionado primeiro em 1966, por Vera Leisner e Leonel Ribeiro, e mais tarde, em 1989, por Domingos Cruz e Raquel Vilaça, foi um dos primeiros monumen-tos megalíticos portugueses profundamente estudado.

O projeto foi adjudicado e elaborado pela empresa Eon, Indústrias Criativas, e contou com a colaboração de vários especialistas nas áreas de arqueologia, conservação e restauro, engenharia e arqui-tetura.

O orçamento da obra ascende a 399 579,27 euros, sendo finan-ciada no âmbito do Centro 2020. A qualificação do monumento contempla a recolocação da tampa e dos esteios tombado, assim como a reconstrução da mamoa que cobria originalmente o mo-numento; a intervenção inclui ainda a definição de uma área de estacionamentos e a valorização paisagística do conjunto.

A intervenção de valorização deste património megalítico,

O novo centro tecnológico - o único no país foca-do na investigação, desenvolvimento e promo-

ção da indústria das carnes - conta receber os primeiros investigadores já a partir do próximo mês de Outubro. Instalado no CIIES - Centro de Investigação, Inovação e Ensino Superior de Vila Nova de Famalicão, nas antigas instalações da Didáxis de Vale São Cosme, o TECMEAT surge para “transformar conhecimento em valor”, con-forme explica o seu presidente, Amândio Santos. “O que está aqui a nascer em Vila Nova de Famalicão é algo que é muito importante para o setor das carnes. Surge como uma resposta às necessidades desta indústria que, traba-lhando em rede, vai poder tirar partido da transversalidade de conhecimento que este Centro Competências vai permi-tir”, acrescentou.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão fala numa “ferramenta decisiva para a projeção futura do setor”. Paulo Cunha teve oportunidade de conhecer os espaços e recursos associados a este centro tecnológico impulsionado pela autarquia famalicense, nomeadamente o já equipado la-boratório de microbiologia e o local onde ficará instalada uma

unidade piloto para simulação industrial que deverá estar concluída ainda no final deste ano.

O autarca enalteceu a cooperação existente entre as várias entidades associadas ao Centro de Competências do Agroali-

para além da valorização do monumento, define-se como exemplo singular, seja nos aspetos construtivos e estru-turais que permitirão a sua reconstrução, seja em termos científicos e didáticos com a reconstituição da mamoa, cuja significativa dimensão implicará um elemento de especial im-pacto na paisagem.

A implicação deste dólmen numa pequena rota local, que envolve a passagem por outros três dólmens com diferentes características e em diversos estados de conservação, e a sua inclusão na futura Rota do Megalitismo da Região Viseu Dão Lafões e Sever do Vouga concretizam a integração deste monu-mento nacional em diversas escalas de percursos devidamente definidos que caraterizam o património pré-histórico da região Centro.

Um sonho de 40 anos tornado realidade

Câmara de Aguiar da Beira vai requalificar ‘Dólmen I do Carapito - Reconstituir a Mamoa’

A Câmara de Aguiar da Beira assinou o auto de consignação da obra de requalificação do Dólmen I do Carapito - Reconstituir a Ma-moa, um sonho de 40 anos tornado realidade. Este foi um momento extremamente relevante não apenas para o concelho de Aguiar da Beira mas para toda a região Centro de Portugal, pois com este ato dá-se início a uma obra aguardada há mais de 40 anos e que só o especial esforço do município permitiu que fosse concretizada a empreitada que agora irá ser iniciada.

O futuro do setor começou a ser construído

Centro de Competências do Agroalimentar foi apresentado em Famalicão

é no recém-criado Centro de Competências do Agroalimentar, instalado em Vila Nova de Famalicão, que o setor nacional das car-nes vai encontrar as respostas para os desafios do futuro.

mentar, que considerou essencial para que o projeto atingisse o seu ponto de maturidade. “Dentro de pouco tempo vamos ver este espaço a trabalhar, com investigadores, formação, experimentação e desenvolvimento para que as nossas empresas possam produzir e exportar mais e para que os nossos trabalhadores possam adquirir mais competências e ser melhor remunera-dos”, acrescentou.

Refira-se que a criação do Centro de Competências do Agroalimentar implicou um investimento de cerca de um milhão de euros, contando com uma comparticipação FEDER de 812 mil euros. O setor do agroalimentar é, de resto, identificado como prioritário na agenda do plano estratégi-co concelhio. É no concelho famalicense que estão sediadas inúmeras empresas altamente competitivas e tecnologicamente avançadas que fazem já de Famalicão um dos mais relevantes municípios neste setor.

O Tecmeat tem como entidades sócio fundadoras a AMECAP - Asso-ciação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal, a Associa-ção Integralar - Intervenção de Excelência no Sector Agroalimentar; a CESPU - Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, o CENTITVC - Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes, o CITEVE - Centro Tecnológico das Industrias Têxteis e de Vestuário de Portugal, a CONFAGRI - Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas e de Crédito Agrícola; a FPAS - Federação Por-tuguesa de Associações de Suinicultores, a Universidade Lusíada; o IPVC - Instituto Politécnico de Viana do Castelo; a Universidade Cató-lica Portuguesa, a Universidade do Minho e a UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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Diários De BorDo

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TERMAS DE ALMEIDA

SEJA RESPONSÁVEL,BEBA COM MODERAÇÃO

Os lugares que deixamosPor: Luís Serpa

Pensamos muitas vezes nas cidades que já visitámos, nos países onde estivemos, naqueles aonde gostaríamos de ir. Mas quantas vezes nos

lembramos dos lugares que tivemos de abandonar, voluntária ou involuntaria-mente? (Sim, há «ter de» voluntário: uma vez estava na Horta, na Pousada. Era o meu aniversário, tinha ido jantar com uma senhora fotógrafa e bailarina – isto é uma combinação que não se inventa – americana de ascendência açoriana, o que explica a sua presença no Faial. Não seria justo dizer que era minha namorada – tínhamos iniciado uma relação afectiva uns dias an-tes, uma semana, talvez duas – mas tão-pouco era aventura de passagem. Depois do jantar - num dos restaurantes chiques da Horta, não me lembro o nome - fomos para a Pousada. Como provavelmente sabem dá directa-mente para a marina. A senhora era muito bonita, morena e musculada, inteligente e culta. Às duas da manhã eu ainda não tinha adormecido, ela sim. Dormia ao meu lado, solta e feliz, os longos cabelos negros es-palhados pela almofada, o ventre e as pernas musculadas da bailarina à vista, a dizerem-me: «Não me deixes.» Às duas e meia da manhã decidi que tinha de me ir embora. Vesti-me, ela acordou, expliquei-lhe que ia para Lisboa e se ela quisesse vir era bem-vinda a bordo porque ia fazer a viagem sozinho. Hesitou um pouco, disse «Não vou», combinámos encontrar-nos em Lisboa e vim-me embora. Creio que este é o melhor exemplo, se bem não seja o único, de uma pessoa querer ir-se embora porque tem de ir-se embora. «Os teus cabelos, o teu amor, o teu ven-tre, as tuas pernas de bailarina são um repto demasiado forte para a minha fraqueza. Vou-me embora e quando nos reencontrarmos em Lisboa estaremos em igualdade.»)

De que sítios saí, ao longo da minha vida? Saí de Quelimane e de Lourenço Marques, sem querer. De Nakhodka, idem. De Caracas, querendo. Detestei aquele país, hoje vejo que injustamente. De Lis-boa. La Chaux-de-Fonds, duas ou três vezes. Aveiro, onde acabara de passar um ano. Zurique... Que horror!

Ainda não estou em metade da minha vida e já deixei metade de meio mundo. Passei a vida a deixar lugares, pessoas, vidas. Viajar, muito mais do que chegar a qualquer lado é largar desse lugar, seja ao fim de quatro meses seja depois de mil sonhos. Como quando larguei dos Açores pela última vez, desta vez de avião,

parecia que deixava para trás uma tonelada de ba-salto que trazia agarrada às costas. O meu barco chegou depois, chamava-se Don Vivo e ficou arres-tado na marina de Vilamoura por causa de um polícia marítimo maldoso. Havia muitos, nesses longínquos anos oitenta.

De onde é que já saí? De Maputo, mas ainda é cedo para pensar nisso. De Bocas del Toro – larguei, voltei a entrar, voltei a largar e ainda hoje penso no Palmar Tent Lodge onde ia todos os dias ao fim da tarde beber um rum punch e ver o mar numa das praias mais bo-nitas que me foi dado ver. (Não sou grande apreciador de praia, por isso dizer que aquela praia está ao nível da de Salines, na Martinique ou das do Parque Nacional Manuel António, na Costa Rica, ou daquela onde ia nas Filipinas, não recordo o nome, é dizer muito.)

Deixei Genebra aos bocadinhos, levei quase dois anos a mudar-me para Cascais – daqui a dias estarei ali de novo, o que me leva a pensar no que é «deixar um sítio», partir. Al-guma vez partimos, verdadeiramente? Onde é que ia, antes deste desvio todo?

Zurique. Nunca mais ali voltei. Morava na Niederdorf, no centro do centro. O apartamento ficava por cima de uma boutique da moda, que não tinha cabines para as senhoras mudarem de roupa. Quando saía para ir trabalhar – traba-lhava nas limpezas, para um refugiado político checoslovaco que só não me surpreendeu porque já tinha estado na Rússia Soviética. O homem conhecia o conceito de exploração até ao fundo e levava-o a sério - via as senhoras na boutique a mudar de roupa no meio da loja, visão abençoada naquele tempo em que ninguém usava soutien. Limpava bancos (literal, não meta-foricamente). Um dos que limpava tinha uma quantidade que me parecia ilimitada de obras do Christo e ali me familiarizei com as obras deste artista.

Outra cidade que deixei várias vezes e nunca deixei foi S. Luís

do Maranhão, onde ainda hoje um bocadinho de mim se passeia pelas ruas e ao fim da tarde vai beber uma cerveja ao Mercado do Peixe, ver o decote da Jeny e trocar com ela sorrisos de enten-dido: «Este decote serve para vender cervejas», diz-me. «Eu sei, Jeny». Falávamos sem trocar uma só palavra. (Não sei de onde vem este gosto pelo entendimento tácito. Suponho que seja a no-ção de pertença a um grupo. Esta grande fraternidade de pessoas que não se conhecem, mas conhecem as mesmas coisas, viveram as mesmas situações, passaram pelo mesmo e sabem que hoje sou eu e amanhã és tu e depois de amanhã será outro e é para isso que estamos cá.)

Deixei Antigua, aonde espero nunca mais voltar; Bequia, onde quero voltar para morrer. Deixei St. Martin, ilha mágica porque mistura tudo o que as outras são. Deixei Jost van Dyke vezes de mais, porque ali se bebe o melhor cocktail do mundo – chama-se Painkiller e é o único cocktail que conheço cujo nome correspon-de à realidade. Deixei Bitter End, fim amargo de tudo o que de bom aquelas ilhas têm. Deixei o Burundi, vencedor vencido e o Zaire, vencido mas revoltado. Deixei Kindu, uma evacuação como aquelas que se vêem nos filmes, soldados armados por todo o lado, o avião a parar para me deixar entrar, uma mãe a ter de escolher qual dos filhos a acompanharia na fuga.

As partidas marcam mais do que as chegadas, com a possível exceção de Bequia (pronuncia-se Béqüei) porque ali mal cheguei e pela segunda vez na vida vi o lugar onde quero morrer (o pri-meiro é praticamente inacessível. Chama-se península de Burton e fica na margem oeste do lago Tanganica. Não se pode querer morrer num lugar ao qual não se pode voltar). A Bequia quero voltar, todos os marinheiros querem. Richard Dey escreveu as coi-sas mais bonitas que há sobre esta ilha. Não tenho o livro comigo, mas é de lá que vem aquele verso que não me deixa: «I know them. I am one of them.»

Já deixei mais sítios do que aqueles a que cheguei: a matemáti-ca das viagens não é algébrica, é alquímica.

(Para o R. A., com um abraço.)

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Um dos aspectos salientados neste encontro pelo vice-presidente da ANACOM, João Miguel Coelho, foi o calendário de migração dos

emissores que servem os concelhos desta CIM, bem como a linha telefó-nica de apoio gratuita (800 102 002) disponibilizada pela ANACOM, que funciona todos os dias entre as 9h00 e as 22h00, para o qual as pessoas poderão ligar para esclarecer dúvidas e obter apoio na sintonia da sua televisão ou do descodificador TDT. Caso não consigam fazer a sintonia dos equipamentos por si ou com a ajuda prestada através desta linha gratuita, a ANACOM agendará uma visita a casa da pessoa para proce-der à sintonia, com técnicos seus e de forma gratuita.

A ANACOM informou ainda sobre a distribuição de uma carta com um folheto explicativo em todas as residências e estabelecimentos comerciais, assim como outras iniciativas de comunicação que estão planeadas.

Os emissores de TDT que servem os municípios que integram a CIM de Viseu Dão Lafões serão alterados entre 10 de Setembro e 6 de Outubro de 2020 e começou pelo emissor do Caramulo.

A CIM de Viseu Dão Lafões integra os municípios de Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela.

O vice-presidente da ANACOM enfatizou a preocupação em evi-tar que as pessoas fiquem sem televisão gratuita e daí a importân-cia de apoiar a população neste processo. Os problemas sentidos no passado no sector postal, em que alguns concelhos correram o risco de ficar sem estação de correios, e as medidas que visa- Tlf.: 232 411 299

Tlm.: 918 797 202Email: [email protected]

O FSC Friday será celebrado no dia 25 de Setembro, através da realização de um

Business Fórum, e pretende dar a conhecer alternativas sustentáveis no sector da constru-ção e do mobiliário e alertar para a urgência de encontrar um equilíbrio entre a necessidade de consumo e um futuro sustentável.

Sustentabilidade e Competitividade, Green Deal, Inovação & Design na aplicação de materiais florestais e Certificação de Projecto FSC, são os temas chave do evento, que culminará com uma mesa redonda onde grandes players nacionais e internacionais serão convidados a partilhar o po-sicionamento das suas Organizações sobre opções sustentáveis para o sector da construção e do mobi-liário, e o seu compromisso com o FSC.

Os produtos de origem florestal, como a madeira e a cortiça, têm ganho grande expressão neste sector, uma vez que se tratam de materiais naturais, renová-veis e recicláveis, com impacto na redução das emis-sões de carbono, mas carecem de uma responsabili-dade acrescida em assegurar que a gestão dos espaços florestais de origem desses produtos é feita de forma apropriada.

No tempo em que vivemos, deixou de haver espaço para o “business a usual”, e abrem-se portas a uma nova era de consciencialização, onde a relevância da floresta na conservação da biodiversidade e na mitigação das alte-rações climáticas, ganha cada vez mais destaque - “Forest For All Together”!

Esta iniciativa do FSC Portugal, conta com o apoio de vá-rias organizações certificadas, como a 2BForest, Fibromade, Finieco, Intervenner, Sonae Arauco e Unimadeiras, eviden-ciando a importância da certificação florestal e o seu contri-

ram evitá-lo, foram temas abordados na reunião, bem como o calendário de implementação do 5G e o teor do projeto de regulamento do leilão submetido a consulta pública.

Na reunião, os autarcas exprimiram a sua preocupação com a fraude no processo de migração da TDT, enalte-cendo a atuação da ANACOM para divulgar o processo de modo a preveni-la e manifestaram a disponibilidade para colaborar neste processo. Outras preocupações prendem--se com a deficiente cobertura de banda larga, tanto mó-vel como fixa, numa altura em que ela se afigura essencial devido à situação de pandemia (COVID-19), para além de ser primordial para o desenvolvimento económico e social e para promover a coesão territorial.

A ANACOM referiu o roaming nacional e a partilha de in-fraestruturas como forma de ajudar a melhorar a cobertura das zonas do país em que ela é mais deficiente, com um me-nor esforço de investimento. Recordou ainda as obrigações de cobertura de banda larga móvel impostas por ocasião do Leilão Multifaixa e da renovação dos direitos de utilização de frequên-cias dos 2100 MHz, assim como a recomendação de redução de preços da Fibroglobal como formas de melhorar as comunica-ções em Portugal.

Emissores de TDT na região alterados até 6 de Outubro

ANACOM explica migração da TDT à CIM de Viseu Dão Lafões

A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) realizou uma reunião na Comunidade Intermunicipal (CIM) de Viseu Dão Lafões com o objetivo de divulgar informação sobre a migração dos emissores da rede de televisão digital terrestre (TDT) e as medidas ado-tadas pela ANACOM para minimizar o impacto deste processo junto da população.

Para o sector da construção e mobiliário

FSC® organiza Business Fórum sobre opções sustentáveis

“Forest For All Together” é o mote de mais um FSC Friday, uma data assinalada em todo o mundo e que pretende realçar a impor-tância da gestão florestal responsável e o papel que o FSC® desempenha neste âmbito.

buto para uma gestão florestal responsável. Inscrição obrigatória através do link: https://zoom.us/webinar/register/WN_

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PROGRAMA DE 25 DE SETEMBRO:

9.30h – Recepção dos participantes online 10.00h - Sessão de Abertura Anabela Isidoro – Diretora Regional dos Recursos Florestais da Região Autóno-ma dos Açores Pedro Silveira – Presidente do FSC Portugal 10.20h – “Contruindo Vida” com o FSC® Joana Faria - FSC Portugal 10.30h – Sustentabilidade, Inovação e Competitividade no sector da constru-ção Vítor Ferreira - Cluster Habitat Sustentável 10.40h – Green Deal: Construir e Renovar Eduardo Maldonado - Agência Nacional de Inovação 10.50h – O papel da certificação FSC no sector da construção Ana Cabral – Caldeira Cabral Arquitectos 11.00h - A importância da certificação FSC na cadeia de valor do mobiliário Ana Barbosa – IKEA Portugal 11.10h - Inovação & Design: aplicações de materiais florestais no sector da construção e mobiliário Abel Barbosa e Daniel Barbosa - ICFM Indústria e Comércio de Folhas de Madeira Lda. (Interveneer®) Michelle Quintão - Sonae Arauco Rafael Rocha – Corticeira Amorim 11.50h – 2B_Office” 1ª Certificação de Projecto FSC na Ibéria Susana Brígido - 2BForest 12.00h - Mesa Redonda: Opções sustentáveis para o sector da constru-ção e mobiliário” Moderador Luís Ribeiro – Revista Visão 13.00h - Encerramento

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Segundo a proposta de lei das Grandes Opções do Plano para 2021

Governo mantém apoio a pequenos agricultores

para valorização do interiorO Governo vai continuar a desenvolver medidas para apoiar pequenos agricultores no

interior no âmbito da política de valorização daquele território, segundo a proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021. “Será dada continuidade a medidas de apoio à ocupação do território, associada à atividade agrícola, através da viabilização das explorações associadas à pequena agricultura, em zonas com condições naturais desfavorá-veis e outras condicionantes que constituem desvantagens à prática da atividade agrícola”, lê-se no documento.

Na proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021, já aprovada pelo Conselho de Ministros, o Governo refere que foram apoiados cerca de 55 mil pequenos agricultores no ano passado e apoiados 2,7 milhões de hectares de área desfavorecida.

Num capítulo dedicado à “Valorização do Interior”, o executivo indica também que o Projeto de Revitalização do Pinhal Interior vai ser alvo de uma reavaliação até ao final de 2020. O objetivo é fazer “uma reorientação estratégica com base na diversificação económica e produtiva de base territorial, com ancoragem nas cidades médias capaz de gerar impacto na fixação de recursos humanos qualificados e na renovação e moderni-zação dos setores mais competitivos”.

Era o caminho da perdição da ganapada! Um caminho longo e fresco que a miuda-

gem, afogueada pela canícula do Verão, conhe-cia como ninguém. No Terreiro, junto à saudo-sa escola velha das meninas, o fim do almoço marcava a hora do encontro. Os preparos para a viajem eram simples: “Vamos?”… e lá íamos! Um bando de pardais vagabundos peregrinado à Nossa Senhora de Lurdes, guardiã da Mata e do recato do Rio.

Na centenária Fonte do Oiteiro, de paragem obrigatória, matava-se a sede que ainda não se sen-tia, num ritual vicioso. Depois, era subir até à Moi-ta deixando para trás os Portões da Meia-Laranja, guardados para as noites da barba de milho incan-descente e da tosse áspera e azeda da fumarada. A estrada asfaltada, sempre a descer, era feita a trote com o olho nas castanhas ainda leitosas da Casa da Ínsua, que haveriam de estar boas de roer lá para o tempo da escola. O pior era o Maneto, de sacho debai-xo do braço e balde na mão, que não largava o poiso e a sombra dos castanheiros. Nas noites frescas do Outono seria enganado e as pedradas certeiras nos ouriços de boca arreganhada, fariam uma razia nos ramos e os bol-sos abonados de castanha.

À entrada do caminho de terra que nos levava ao des-tino, a casa do castelo, austera e autoritária, de torre re-donda, era o quartel do sr. Ismael, o guarda da Mata da Senhora de Lurdes. Dali, não vinha mal ao mundo, mas lá ia dizendo “ó meninos, cuidadinho, hem! cuidadinho!”. Mais depressa do que as palavras do cuidador do arvoredo, voavam as nossas pernas até ao primeiro dos muitos atalhos que nos encurtavam o caminho. Estreitos, escorregadios da caruma dos pinheiros e do folhelho das árvores que nos acoi-tavam do sol, descendo a uma velocidade louca, as pontas das mimosas iam refreando o desejo de chegar ao rio. Chei-rava a eucalipto! Aquele cheirinho verde e fresco que limpa o ranho. Cheirava a liberdade! A liberdade de tudo o que pode-ria impedir um puto de 12 ou 13 anos, de mandar na sua vida por breves instantes. Por vezes, as calças rasgadas numa raiz ou nas pedras do bordejo ao trilho, eram as marcas dessa sensação de pássaros voando entre os troncos da floresta.

MeMórias rurais

Na curva grande da fonte “pauca sed bona” - “pouca mas boa” diziam os romanos - o fio de água, sempre igual, continuava a rasgar a boca do tubo de ferro como se es-tivesse ali desde o princípio do mundo. Mais um atalho, mais uma corte na estrada… e o rio de água cintilante à nossa espera lá ao fundo.

A cavalgada acabava, invariavelmente, no Poço das Canas logo ali no topo da leva-da que manda a água pelo canal de pedra que, nos antanhos, levava para à turbina nova, junto à Ponte de Porcas, onde mandava o sr. Cardoso, rosto trigueiro e adega aberta.

À beirinha rio, os montinhos de roupa - deposta sabiamente sobre os sapatos, não fosse sujar-se e denunciar a fuga, para a folia das águas do Coja - iriam dormir ali uma par de horas. A friura das águas não tinha cabidela no termómetro dos piratas do Coja. Saltos mortais, piruetas aéreas, voos de frente, de costas e dolo-rosas chapas na água faziam as horas passar como a brisa fresca, sem dar conta que o tempo, esse ladrão, dava ordens de recolher. A praia – um saudoso naco de areia no interior da curva do rio, em frente à mesinha de baixo - servia para amulatar a cor e dar o tom bronzeado à pele. O chuveiro na cascata da barra-gem era obrigatório e o último cerimonial antes da retirada. A sede, matava-se na limpidez das águas correntes ou no moleiro, o “Pintinha”, coração largo e puro e abrigo dos sequiosos.

O regresso, por via do íngreme dos atalhos, era falseado e a xanatas via-javam num lento rame-rame pela estrada de saibro e piso macio. As costas doíam menos e o descanso - p’ra dar sossego aos pulmões secos do pó - era sagrado no Miradouro do Diabo, varandim de ferro no topo de um enorme penedo encastrado na encosta. Havia que dar trabalho ao eco, que sempre atento, respondia com a voz vinda das Regadias. Gritávamos: “filho da” e a resposta vinha “uta, uta, uta!”.

Uma paragem era obrigatória: na Quinta do Retiro, em casa da minha avó Ana, Mãe do meu Pai, que nos cheirava á distância de uma pedrada e nos esperava com a lata redonda dos biscoitos na mão, uma caneca de água e um ralhete: “então estes malandros vêm para o Rio sozinhos? se os vossos pais sabem vão ficar ralados!”. E, para mim, que neto mais vizinho não tinha, bichanava, “ai menino, se a tua Mãe sabe?”. E saíamos dali com os bolsos abarrotados de cerejas.

Ainda hoje me sabem bem!

Gabriel Costa

O caminho do rio

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Maria do Céu Antunes afirmou que a Agenda de Inovação para a Agricultura tem como propósito “fazer crescer o setor, inovando-

-o e entregando-o à próxima geração, sem deixar ninguém para trás. Esta agenda procura tornar o cidadão mais consciente do impacto da sua alimentação, da urgência da proteção do planeta e da conservação dos recursos naturais. Pretende ainda reforçar uma cadeia de valor inova-dora e competitiva e um Estado focado em apoiar os agricultores e em simplificar a relação com a Administração Pública”.

Ao apresentar publicamente estas linhas de ação para o futuro, a titular da pasta da agricultura sublinhou tratar-se de “uma agenda ambiciosa, que visa proporcionar mais rendimento, mais futuro, mais saúde, mais inclusão e, para tudo isto, mais inovação.

Esta ambição é evidente nas metas traçadas para estes objetivos estratégicos: Mais Saúde (aumentar em 20% o nível de adesão à Dieta Mediterrânica), Mais Inclusão (instalar 80% dos novos jovens agricultores em territórios de baixa densidade), Mais Rendimentos (aumentar o valor da produção agroalimentar em 15%), Mais Futuro (mais de metade da área agrícola em regimes de produção susten-tável reconhecidos), Mais Inovação (aumentar em 60% o investi-mento em investigação e desenvolvimento).

Esta Agenda de Inovação para a Agricultura | 20 | 30 surge as-sente em quatro pilares - Sociedade, Território, Cadeia de Valor e Estado - e integra 15 iniciativas emblemáticas: Alimentação sau-dável, Uma só saúde, Mitigação das alterações climáticas, Adap-tação às alterações climáticas, Agricultura circular, Territórios

sustentáveis, Revitalização das zonas rurais, Agricultura 4.0, Programa dos produtos agroalimentares, Excelência da organização da produção, Transição agro energética, Promoção da investigação, Inovação e capacitação, Rede de Inovação, Portal Único da Agricultura e Reorganiza.

Esta agenda foi construída tendo por base o programa de Governo e após a auscultação de vários agentes ligados à gestão do território, à investigação e com intervenção nos setores agrícola e agroalimentar, designadamente pro-dutores, empresários, autarcas, investigadores, parceiros e organismos.

Maria do Céu Antunes, que destacou ainda a aposta na inovação e conhecimento e o incentivo às novas gerações de agricultores e produtores, referiu que está a ser desenvolvida uma plataforma que permitirá monitorizar a aplicação destas medidas e assim avaliar a sua execução. A construção da Agen-da da Inovação para a Agricultura | 20 | 30 foi construída de uma forma participativa e será implantada com a participação de todos, sem deixar ninguém para trás, sobretudo com os ho-mens e as mulheres que sempre trabalharam a terra e com os jovens que acabam de chegar.

Alterações climáticas e demografia

As alterações climáticas e o “desafio demográfico” são preocu-

pações para a próxima década. “Ao construirmos uma estratégia de médio prazo, tivemos em consideração aquilo que são as condições de base que influenciam fortemente a vida dos cidadãos”, disse a ministra.

A agricultura, referiu, é “particularmente sensível” às alterações climá-ticas sentidas no dia a dia por todos os cidadãos. Por outro lado, o cená-rio demográfico aponta para uma diminuição da população em Portugal, mas de aumento a nível mundial e de concentração nas cidades: “Isso leva a que, inevitavelmente, continuemos a assistir a uma mudança dos padrões de consumo”. Os recursos são “cada vez mais escassos”, subli-nhou a ministra, referindo-se à água, aos problemas associados ao solo e à biodiversidade.

Maria do Céu Antunes recordou as declarações do secretário-geral da ONU, António Guterres, que advertiu que as alterações climáticas são um perigo maior do que a atual pandemia de covid-19. “Se os portugueses se uniram no processo de contenção da covid-19, tam-bém vamos ter de estar juntos para podermos mitigar os efeitos do aquecimento global e precisamos todos sentir que precisamos de respostas alternativas e que cada um tem de fazer a sua parte, em concreto”, disse a ministra.

Para Maria do Céu Antunes, é necessária uma transição justa e rápida. “Isto é um desafio que é para ontem, não é para daqui a 10 anos”. A ministra indicou que serão retirados contributos do re-latório da WWW (World Wid Fund for Nature) e do Novo Acordo para a Natureza, no âmbito da estratégia que o governo prepara. “O que queremos verdadeiramente é que isto seja um plano em

que os cidadãos, os produtores, os agentes do território e o Estado, encontrem forma de atingir os objetivos a que nos propomos”, que passam por “garantir qualidade de vida às pessoas”, indicou.

O objetivo da agenda é ter um documento que ajude a fazer uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, com “maior respeito pela natureza e pela preservação da biodiversidade”, combatendo a degradação dos solos e o desperdício em todo o processo produtivo. Pretende-se um modelo agrícola sustentável, que assegure uma alimen-tação de qualidade e em quantidade, “muito assente em produtos frescos, da época, locais”, em cadeias curtas, por forma a reduzir a pegada ecológica, avançou a governante.

O Governo tenciona também alcançar uma melhor gestão da energia. “Queremos reforçar muito a energia verde e o consumo sustentável neste setor, mas também sabemos que para isso precisamos de fazer mais investimento em investiga-ção”, afirmou a ministra.

A agenda foi pensada a uma década e será ajustada em fun-ção de novas realidades e oportunidades. “Queremos começar a ter dados que nos permitam afinar a todo o tempo a nossa estratégia”, declarou.

De acordo com a ministra, no que respeita a gases com efeito de estufa, a agricultura e a pecuária são responsáveis por cerca de 10% das emissões atualmente, valor que há 10 anos era de 14%.

Um plano estratégico para o setor a 10 anos

Ministra da Agricultura apresentou Agenda de Inovação para a Agricultura

A ministra da Agricultura apresentou na Agroglobal a Agenda da Inovação para a Agricultura | 20 | 30, um plano estratégico para o setor a 10 anos, na qual esteve presente, também, o primeiro ministro António Costa.

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