Os Primeiros Passos de Uma Empresa Sustentável · 2013. 11. 4. · Não importa o tamanho ou o...

Os Primeiros Passos de Uma Empresa Sustentável

http://www.sebraesp.com.br

SEBRAE-SPConselho DeliberativoPresidente: Alencar Burti (ACSP)

ACSP - Associação Comercial de São PauloANPEI - Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas InovadorasBanco Nossa Caixa S.A.FAESP - Federação da Agricultura do Estado de São PauloFIESP - Federação das Indústrias do Estado de São PauloFECOMERCIO - Federação do Comercio do Estado de São PauloParqTec - Fundação Parque Alta Tecnologia de São CarlosIPT - Instituto de Pesquisas TecnológicasSecretaria de Estado de DesenvolvimentoSEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSINDIBANCOS - Sindicato dos Bancos do Estado de São PauloCEF - Superintendência Estadual da Caixa Econômica FederalBB - Superintendência Estadual do Banco do Brasil

Diretor - SuperintendenteBruno Caetano

Diretor Administrativo FinanceiroPedro Jehá

Diretor TécnicoIvan Hussni

Desenvolvimento de conteúdoUnidade de Desenvolvimento e InovaçãoGerente: Renato Fonseca

Equipe técnica responsávelDorli Terezinha MartinsLilian Teresinha Fusco RodriguesRodrigo Hisgail de Almeida Nogueira

EstágiarioEmerson Mendes da Silva

AutoresMelissa Szuster Wagman

Projeto gráficoCarlos Kazunari TakahashiMarcelo Costa BarrosPatrícia de Mattos Marcelino

Diagramaçãobr4.cgn

Impressão

Palavra da Diretoria

Caro empreendedor, por mais que lucro seja a palavra de ordem no mundo dos negócios, a atua-ção de uma empresa não se encerra na busca incondicional por resultados. Uma gestão moderna tem entre seus pilares a sustentabilidade, conceito muito falado, mas ainda pouco adotado. É perfeitamente possível que preservação do meio ambiente, responsabilidade social e ganhos fi-nanceiros convivam em harmonia.

Não importa o tamanho ou o setor do empreendimento, todos podem incorporar práticas susten-táveis no seu dia a dia.

Foi pensando em orientar e eliminar as dúvidas sobre o tema que o Sebrae-SP desenvolveu esta cartilha. É mais uma iniciativa com o objetivo de levar ao empresário informação para ajudá-lo a conduzir melhor seu negócio.

Este material reforça a atuação do Sebrae-SP, somando-se a treinamentos, consultorias e desen-volvimento de projetos voltados à indústria, comércio, serviços e agronegócios.

Conseguir orientações para sua empresa fica mais fácil quando você tem especialistas ao seu lado.

Para nós, o sonho de cada empreendedor também é nossa responsabilidade.

Um grande abraço,

Bruno Caetano Diretor-superintendente

Sumário

Sustentabilidade para o Sebrae-SP .................................................................................6A sustentabilidade como proposta de valor ...................................................................7Os primeiros passos de uma empresa sustentável .........................................................8

Gestão da Água

Dicas para melhorar a gestão do consumo de água na sua empresa .......................... 10Alguns benefícios obtidos com a gestão do uso da água ............................................. 11Auto-avaliação de desempenho ................................................................................... 12

Gestão de Resíduos

Tipos de resíduos no varejo e serviços ......................................................................... 16Tipos de resíduos na indústria ...................................................................................... 17Tipos de resíduos no setor agropecuário ..................................................................... 19Dicas para melhorar o manejo dos resíduos gerados na sua empresa ........................ 21Alguns benefícios obtidos com a gestão de resíduos .................................................. 22Auto-avaliação de desempenho ................................................................................... 23Marcos legais sobre a gestão de resíduos .................................................................... 26Logística reversa ........................................................................................................... 27

Gestão de Energia

Dicas para melhorar a gestão do consumo de energia na sua empresa ..................... 31Alguns benefícios obtidos com a gestão de energia .................................................... 31Auto-avaliação de desempenho ................................................................................... 32

6 SEBRAE-SP | Primeiros passos de uma empresa sustentável

Sustentabilidade para o Sebrae-SP

Para o SEBRAE-SP, sustentabilidade é um conceito de gestão empresarial que visa colaborar com o sucesso das Micro e Pequenas Empresas, através da adoção de práticas orientadas ao equilíbrio entre os pilares Eficiência Econômica, Proteção Ambiental e Responsabilidade Social.

Proteçåo Ambiental:Evitar desperdícios e reduzir impactos através de processos inovadores.

Viabilidade Econômica:Elevar a lucratividade por meio da gestão e economia de recursos.

Responsabilidade SocialMelhorar a relação com a comunidade e funcionários por meio de práticas socialmente justas.

O termo sustentabilidade é decorrente da expressão Desenvolvimento Sustentável, concebida em 1987 através do relatório Nosso Futuro Comum, ou Relatório Brundtland, e se tornou um referencial no dia a dia das pessoas e principalmente das empresas.

Segundo o Relatório Brundtland desenvolvimento sustentável é o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades”

Sumário

7SEBRAE-SP | Primeiros passos de uma empresa sustentável

A sustentabilidade como proposta de valor

Muitos empresários não conseguem identificar ainda, nem a abrangência, tampouco as oportu-nidades de negócio que têm surgindo com o tema. No entanto, a adoção de práticas sustentáveis pode ser uma grande alavanca para que empreendimentos se tornem mais competitivos.

Cada vez mais os consumidores se identificam com empresas que oferecem mais que preço justo e qualidade. Nos três pilares da sustentabilidade coexistem uma série de ações possíveis, todas com o objetivo comum de desenvolver negócios mais rentáveis, mais responsáveis, e ambientalmente justos.

Os consumidores estão em busca de soluções para satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado num mundo melhor.

As empresas precisam demonstrar, por sua vez, sua preocupação para com as comunidades a seu redor: comunidades de consumidores, empregados e parceiros de canal.

Philip Kotler, 2010

Sumário


Os primeiros passos de uma empresa sustentável

Recomendamos iniciar o exercício de práticas sustentáveis com tarefas que exigem menor inves-timento, menor nível de conhecimento técnico e que geralmente oferecem impactos ambiental e social positivos em curto espaço de tempo.

Neste caso, foram definidos três temas principais, que são Água, Resíduos e Energia, interligados aos 3R’s, onde é possível iniciar um plano básico para adoção de práticas sustentáveis.

O conceito de 3 Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - é difundido como caminho inicial para a sustentabilidade e, por isso, é importante compreender sua importância.

Reduzir: Adotar hábitos de consumo conscientes. Adquirir o que é realmente necessário e evitar desperdícios (de produtos, de embalagem, de água, de energia, de tempo e etc.)

Reutilizar: Reaproveitar algo, utilizando para outras finalidades antes do descarte final. Este re-curso prolonga o ciclo de vida de produtos e recursos, além de minimizar custos de substituição.

Reciclar: o último “R”, não por acaso, deve ser a opção a ser praticada somente depois de Redu-zir e Reutilizar. O descarte correto garante que resíduos antes considerados inúteis, possam virar matéria prima, como veremos mais adiante.

• Reduzir• Reutilizar• Reciclar

Sumário


Gestão da Água

A água é um bem precioso cuja importância nem sempre é respeitada. Pequenos vazamentos, alguns exageros nas práticas cotidianas de limpeza e a escolha errada de equipamentos podem re-presentar milhares de litros de água desperdiçados no final do mês. Tais condutas, além de afetar o Planeta, também representam perda para o bolso dos empresários, que são percebidas através da alta conta de consumo no final do mês.

Usar mangueira como vassoura é uma prática errada, porém comum.

Torneiras com vazamentos podem causar grande desperdício de água

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de 3,3 m³/pessoa/mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene). No entanto, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia.

Fonte: FECOMERCIO e SABESP, 2010

FIQUE ATENTO!De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa ne-cessita de 3,3 m³ de água/mês (cerca de 110 litros por dia) para atender as necessidades de consumo e higiene. No entanto, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia.

Sumário


Na prática, conforme informações da Sabesp, medidas simples, com investimentos baixos, já podem proporcionar reduções superiores a 30% no consumo de água. Veja a seguir algumas dessas dicas:

• Utilize o hidrômetro para controlar o consumo de água e verificar vazamentos (visíveis e invisíveis).

• Evite dar descargas no vaso sanitário desnecessariamente. Lembre-se de jogar tecidos, insetos e outros dejetos na lixeira, e não no vaso sanitário. Isso evitará entupimentos.

• Ajuste, ou substitua, a válvula dos vasos sanitários que estiverem quebradas, ou na posi-ção de fluxo, para evitar que a água corra constantemente.

• Realize a manutenção adequada dos equipamentos de refrigeração (no controle da perda e aproveitamento da água utilizada no sistema), não necessitando de gastos com manu-tenção e investimentos em equipamentos extras.

• Elabore o seu Plano de Gestão da Água, que inclua reuso, captação e demais ações que objetivem a diminuição do seu consumo. Para isso o empresário também poderá contar com a consultoria SebraeTec.

• Não lave a calçada ou entrada do seu estabelecimento com mangueira. Isso leva ao des-perdício de centenas de galões de água. Invés disso use sempre uma vassoura para limpar as folhas e outras sujeiras, o que ainda gera uma boa economia nas despesas com água.

• Planeje a substituição dos equipamentos convencionais da sua empresa pelos chamados equipamentos economizadores, que geram redução de até 50% do consumo. Pesquise em sites de busca ou em lojas de equipamento hidráulicos e verifique qual a melhor solução para atender as necessidades da sua empresa. Na página a seguir você encontra uma pla-nilha comparativa de alguns equipamentos hidráulicos.

Dicas para melhorar a gestão do consumo de água na sua empresa

Para verificar vazamentos, feche todas as torneiras e registros, e leia o hidrômetro

antes e depois de um período de duas horas. Se ele não mostrar exatamente o

mesmo número, há vazamento.

m2 x 1000 litros

ENTENDA SEU HIDRÔMETRO

Metros cúbicos de água consumido

Centenas de litrosDezenas de litros

Unidade de Medida

Litros

Décimos de litros

Selo do INMETRO

Sumário


Fonte: FECOMERCIO e SABESP, 2010

Alguns benefícios obtidos com a gestão do uso da água

• A água é um bem vital e muito precioso. Por isso, o cuidado com sua utilização beneficia a todos os seres habitantes da Terra.

• A redução no valor de consumo de água, também diminui a cobrança de esgoto, impactando diretamente o fluxo financeiro da sua empresa.

EQUIPAMENTO CONVENCIONAL CONSUMO EQUIPAMENTO

ECONOMIZADOR CONSUMO ECONOMIA

Bacia com caixa acoplada

12 litros/ descarga Bacia VDR 6 litros/

descarga 50%

Bacia com válvula bem regulada

10 litros/ descarga Bacia VDR 6 litros/

descarga 40%

Ducha (água quente/fria) - até 6 MCA

0,19 litros / segundo

Restritor de vazão - 8 litros/ minuto

0,13 litros/ segundo 32%

Ducha (água quente/fria) - 15 A 20 MCA

0,34 litros/ segundo



Ducha (água quente/fria) - 15 A 20 MCA




Torneira de pia - até 6MCA

0,23/ segundo

Arejador vazão cte - 6 litros/ minuto


Torneira de pia - 15 a 20 MCA


Arejador vazão cte - 6 litros/ minuto


Torneira de uso geral/ tanque MCA

0,26 litros/ segundo Regulador de vazão 0,13 litros/

segundo 50%

Torneira de uso geral/ tanque - 15 a 20


segundo 50%

Torneira de uso geral/ tanque - até 6MCA

0,26 litros/ segundo Restritor de vazão 0,10 litros/

segundo 62%

Torneira de uso geral/ tanque - 15 a 20

0,42 litros/ segundo Restritor de vagão 0,10 litros/

segundo 76%

Torneira Jardim - 40 a 50 MCA


segundo 50%

Mictório 2 litros/ descarga Válvula automática 1 litro/

descarga 50%

Observações:1 - Torneira de pia - abertura 1 volta2 - Ducha - abertura total3 - O regulador de vazão permite ao usuário que a regulagem seja feita de acordo com a sua necessidade.4 - MCA (Metros de Coluna de Água)

Sumário


Autoavaliação de desempenhoIsso é básico!

Você está fazendo o básico para um consumo consciente de água?

Preencha a sua auto avaliação e meça o desempenho da sua empresa em relação ao consumo de água:

a. 20 pontos - Parabéns, continue neste caminho. O controle mensal, tanto de consumo como de vazamentos, é um grande aliado na economia de água.

b. 10 a 15 pontos - O controle deve vir junto com atitudes, portanto, fique atento a qual-quer mudança brusca de um mês para o outro em sua conta de consumo. Isto pode repre-sentar vazamentos ou uso indevido da água.

c. 0 a 5 pontos - Está na hora de fazer o básico! Controlar o consumo pelo hidrômetro e contas de água é uma ótima maneira de começar. Existem muitas maneiras de realizar testes simples para identificar vazamentos, mesmo quando eles não são visíveis.

1- Você tem o hábito de avaliar o consumo de água do seu estabelecimento, por meio das contas ou da leitura do hidrômetro?

2- Já realizou testes para identificar vazamentos (visíveis ou não)?

( ) Sim, acompanho tanto pelo hidrômetro quanto pela contas mensalmente - 10 pts.

( ) Faço um controle do valor das contas, mas não investigo se há alguma diferença de um mês para outro - 5 pts.

( ) Não faço nenhum tipo de controle - 0 pt.

( ) Sim, faço isso sempre que identifico alteração significativa na conta ou na leitura do hidrômetro. - 10 pts

( ) Não. Nunca realizei teste para identificar vazamentos e nem sei como fazê-los. - 0 pt.

Perguntas Respostas

Total:

Sumário


a. 20 pontos - Parabéns! Você já compreendeu que grandes mudanças dependem muitas vezes de pequenas atitudes do dia-a-dia.

b. 10 a 15 pontos - Faça das ferramentas de controle e da sua equipe grandes aliados no consumo consciente de água. A comunicação constante e o acompanhamento dos resulta-dos podem ser um grande estimulo para continuar no caminho certo.

c. 0 a 5 pontos - Sustentabilidade é bem sucedida se feita em equipe, com todo mundo comprometido. Experimente trabalhar uma comunicação eficiente com seus funcionários e perceba o rápido resultado que isso pode gerar!

3 - Você utiliza o sistema de tele mediação da SABESP para leitura do hidrômetro (dispositivo wireless que emite relatórios de consumo de água on-line)?

4- Você orienta funcionários quanto ao uso correto de água?

( ) Sim - 10 pts

( ) Não - 0 pts.

( ) Sim. Há avisos sobre uso racional da água nos banheiros e nos demais equipamentos hidráulicos - 10 pts

( ) Sim. Peço para os funcionários controlarem o uso, quando percebo que o valor da conta sofreu grandes alterações - 5 pts.

( ) Não. Nunca foi realizado nenhum tipo de comunicação em relação ao consumo consciente de água - 0 pts

Perguntas Respostas

Alguns passos adiante

Além do básico, você pode ter algumas atitudes que trazem ainda mais benefícios ao seu dia a dia, sem a necessidade de grandes investimentos.

Total:

Sumário


a. 70 pontos - Parabéns! Você já está muito além do básico e provavelmente já sentiu no bolso o efeito positivo de alguns investimentos realizados. Continue inovando. Seu bolso e o Planeta agradecem!

b. 40 a 60 pontos - A manutenção de equipamentos hidráulicos é muito importante e você já está evitando grandes desperdícios. Vá além e continue inovando com peças hidráulicas mais eficientes e com melhor aproveitamento dos recursos hídricos.

c. 0 a 30 pontos - Atenção! O vazamento pode ser um grande vilão. De pouco adianta investir em sistemas de coleta de água de chuva e novos equipamentos sanitários econo-mizadores, se por outro lado milhares de litros de água podem estar sendo desperdiçados diariamente, sem você tomar atitude! Manutenção requer investimento e atenção, e por isto pode representar um esforço no seu dia, mas sem dúvida é um dos itens mais impor-tantes para o consumo consciente de água.

5- Há vazamentos visíveis em equipamentos hidráulicos, como torneiras, descargas, vasos sanitários, etc.?

6- Existe na sua empresa algum sistema de captação e tratamento de água de chuva que possa ser usado para limpeza de áreas externas e irrigação?

7- Sua empresa utiliza equipamentos economizadores de água (bacia sanitária com dual flush, torneira com fechamento automático, aeradores de torneiras, mictórios secos, entre outros).

( ) Não. A manutenção é constante e sempre que há um vazamento aparente ele é consertado o quanto antes. - 40 pts.

( ) Sim, mas os vazamentos parecem ser pequenos e a manutenção é sempre adiada. - 0 pt.

( ) Sim. Existe um sistema de captação e armazenagem de água da chuva que é utilizada para limpeza, manutenção e irrigação. - 10 pts.

( ) Não. No meu estabelecimento isso não é possível, pois o edifício onde se localiza a loja não é gerido por mim - 0 pt.

( ) Nunca pensei nisso e acho que pode ser muito caro. - 0 pts.

( ) Sim. Mais de 75% dos equipamentos hidráulicos, como torneiras, vasos sanitários e mictórios já são mais eficientes - 20 pts.

( ) Sim. Parte dos equipamentos já foi substituída, mas ainda falta grande parte, por conta dos custos altos de substituição - 10 pts.

( ) Não. Os equipamentos são antigos e nunca foi realizado um planejamento para sua substituição - 0 pt.

Perguntas Respostas

Esforços que trazem grandes recompensas

Práticas sustentáveis, quando bem planejadas, trazem grandes retornos, mesmo quando implicam em algum investimento.

Total:

Sumário


Gestão de Resíduos

Estamos jogando dinheiro no lixo, literalmente. Isto porque a maior parte das coisas que descar-tamos como lixo podem ser reaproveitadas. Para entender a importância deste tema, é preciso estabelecer uma premissa: resíduo não é o mesmo que rejeito ou lixo comum.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, rejeito é o que não é passível de reaproveitamento, ou seja, são substâncias que não servem para mais nada, não podendo ser reaproveitadas. Resíduo, por outro lado, é o que pode ser reaproveitado ou reciclado, sendo considerado matéria prima e insumo para produção de novos produtos, e por isso tem valor comercial.

O lixo é responsabilidade de cada um de nós. Temos que ser conscientes, pois o mundo não comporta mais o volume gerado.

A destinação correta reduz resíduos, gera empregos e renda à população.

Faça sua parte também

Sumário


Resíduo seco: inclui papel, metal, vidro, madeira tintas, vernizes, materiais de construção, lâmpadas e embalagens, entre outros. Esse tipo de resíduo é normalmente encontrado em consultórios médicos, clínicas de saúde, salões de cabeleireira, lojas de varejo, comércio de autopeças e serviços da constru-ção civil. Porém, cada negócio demanda uma gestão e um planejamento diferente, por isto é muito importante identificar a principal fonte de resíduo em cada segmento nos serviços e no comércio.

FIQUE ATENTO!• O descarte indiscriminado de resíduos tem sido uma prática comum

no Brasil. Com um volume tão grande de lixo gerado, em pouco tempo não haverá mais espaço em lixões e aterros sanitários.

• Em 2012, a geração de lixo por habitante chegou à casa dos 383 quilos anuais, o que representou quase 64 milhões de toneladas de resíduos gerados no país durante o ano passado (Abrelpe, 2013).

• Ao considerar apenas o lixo eletrônico, o país assume o primeiro lugar na geração de lixo por habitante, meio quilo por ano, segundo estudos da ONU.

Tipos de resíduos no Varejo e Serviços

Os empreendimentos do setor de serviços e comércio varejista geram dois principais tipos de resíduos, como pode ser observado abaixo:

Resíduo úmido: inclui restos de alimentos, vegetais e detritos biológicos. Geralmente, negócios no ramo de alimentação, como lanchonetes, cafés, restaurantes do tipo fast-food, mercados e padarias têm uma grande geração de resíduos úmidos.

O lixo é responsabilidade de cada um de nós. Temos que ser conscientes, pois o mundo

não comporta mais o volume gerado.

Sumário


Tipos de resíduos na Indústria

No setor da indústria de transformação e da construção civil, todo processo de transformação produtiva gera resíduos que podem estar em estado sólido ou semissólido, e alguns líquidos con-taminantes, que não podem ser lançados na rede pública de esgotos ou corpos d´água sem prévia análise de técnicos especializados.

Neste caso, os resíduos são classificados pelos riscos que representam para o meio ambiente e para a saúde pública. A Norma NBR 10004, da Associação Nacional de Normas Técnicas (ABNT), classifica esses resíduos conforme descrição a seguir:

Resíduos secos gerados por empresas de saúde, clinicas de estética, consultório médicos e odontológicos

Resíduo seco gerado na construção civil: inclui pequenos

empreiteiros, pintores e pedreiros.

• Classe I - Perigosos: são resíduos que apresentam riscos de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade, como efluentes líquidos, solventes, óleos lubrificantes e outros fluidos utilizados em processos industriais. Tais materiais devem ser destinados a aterros especiais ou queimados em incineradores específicos para esse fim.

Sumário


• Classe II - Não perigosos: são resíduos como madeira, materiais têxteis, entulho, sucata, papel, papelão, plástico, borracha, minerais não metálicos e areia de fundição.

• Classe II A - Não inertes: trata-se de materiais que assumem propriedades de biodegradabi-lidade e combustibilidade ou solubilidade em água, como materiais ferrosos e não perigosos com características do resíduo doméstico.

• Classe II B - Inertes: são materiais que não se decompõem ao serem dispostos no solo.

FIQUE ATENTO!É muito importante estar em dia com a lei e com todas as licenças de uso e funcionamento. Consulte os órgãos responsáveis antes de fazer a gestão dos resíduos produzidos na sua indústria ou construção, assim você pode-rá obter informações mais precisas e abrangentes sobre o tipo de resíduos específicos gerados no seu estabelecimento.

Resíduos gerados em uma pequena indústria de cerâmica estrutural

Sistema de tratamento de efluentes utilizado em uma

indústria de pequeno porte.

Sumário


O uso de biomassa residual de uma pequena agroindústria é uma opção viável para a substituição dos derivados de petróleo no Brasil, não apenas para geração de energia, mas também para a produção de plásticos e borrachas.

Tipos de Resíduos no setor Agropecuário

O setor agropecuário é caracterizado pela abundância de resíduos úmidos de origem animal, ve-getal e agroindustrial. Entre os oriundos de animais, destacam-se os estercos de aves, bovinos, suínos, ovinos, caprinos, entre outros; dos advindos dos vegetais temos os restos culturais como palhas, cascas, frutos, bagaços e os adubos verdes com destaque para as leguminosas; dos agroin-dustriais temos, por exemplo, tortas de amendoim e de soja, cascas, bagaços, vinhaças, restos de curtumes. Enfim, temos resíduos sobrando para serem reutilizados.

Antes de realizar o reuso desses resíduos é necessário fazer um levantamento das informações relacionadas às características de cada tipo de resíduos e, finalmente, proceder ao uso seguro desses materiais, de acordo com as normas da OMS (Organização Mundial de Saúde). Fazendo isto, não se corre o risco de que sejam gerados danos ao solo, a partir da introdução de metais pesados, substâncias tóxicas ou mesmo microrganismos patogênicos no meio agrícola. Muito pelo contrário, isso levará a uma estratégia de manejo de resíduos importante e em favor dos pequenos proprietários rurais.

Resíduos úmidos são excelentes fontes para geração de compostos orgânicos

para a agricultura familiar.

Sumário


FIQUE ATENTO!A reutilização de resíduos beneficia a agricultura, seja através da utilização de estercos animais, restos vegetais, ou do próprio lodo de esgoto devidamente tratado na forma de biossólido, melhorando as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e, ao mesmo tempo, aumentando as produtividades e ren-tabilidades agrícolas, reduzindo custos de produção e a poluição ambiental.

A modularidade em mobiliário: expositores e revestimentos podem ser um grande aliado das em-presas, além de reduzir resíduos de obras em reformas periódicas. Nos exemplos, pallets e caixas de madeira, tubos de papelão e materiais reciclados são utilizados como expositor de produtos e revestimento de parede.

Sumário


• Resíduos secos são gerados diariamente e pequenas ações podem reduzir consideravelmente as quantidades geradas. Discipline-se a aplicar, sempre que possível, a premissa dos 3 R´s (ver página 08). Através da venda de materiais usados, ou do reaproveitamento de materiais antes descartados, você economiza dinheiro e ainda cuida do meio ambiente em que vive.

• Faça coleta seletiva: Informe-se sobre os serviços de coleta seletiva e faça sua parte, separan-do seus resíduos por tipo: plástico, papel, metal, vidro.

• Resíduos secos podem ser destinados corretamente para pontos de coleta ou reciclagem. Pes-quise o ponto de coleta mais próximo do seu estabelecimento comercial e inicie um plano para destinação correta desses resíduos. Acesse: http://www.centraldareciclagem.org/

• Converse com seus fornecedores sobre alternativas para a redução, ou reutilização das emba-lagens de transporte e armazenamento dos produtos. As embalagens são grandes geradoras de resíduos e podem ser evitadas.

• A criatividade também é uma grande aliada das empresas: no caso dos Serviços e do Comércio Varejista, por exemplo, é possível reutilizar embalagens ou materiais antes considerados inú-teis, para compor vitrines temáticas ou outras aplicações de visual merchandising.

• Imprima somente o necessário: isto diminui o uso do papel, da tinta para impressão, e reduz custos de operação.

• Oriente seus funcionários sobre a importância de se reduzir a geração de resíduos. Isto deve acontecer desde a escolha e compra de produtos para seu negócio, até a correta destinação dos resíduos gerados.

• Embalagens são um dos grandes geradores de resíduos. Desenvolva o hábito de perguntar aos seus clientes se ele necessita de sacolas plásticas. Se necessário, utilize sacolas retornáveis.

• Diminua o uso dos utensílios descartáveis utilizados na sua empresa, como copos, talheres e pratos. Nossas cidades não têm mais espaço para acumular e tratar resíduo como lixo. Utilize copos e xícaras de materiais reutilizáveis, como vidro ou cerâmica.

• Lâmpadas fluorescentes (que contem mercúrio), pilhas, baterias e outros lixos eletrônicos de-vem, por lei, ser descartados corretamente, em pontos específicos de coleta. Procure o ponto de coleta mais próximo de você e contribua com o meio ambiente.

• Em relação aos resíduos úmidos, identifique a fonte de geração desses materiais. Em seguida, procure em sua comunidade as cooperativas ou produtores rurais que realizam projetos de reuso a partir dos resíduos gerados, como compostagem orgânica, produção de sabão, entre outros. Na agricultura, por exemplo, o uso de resíduos gera diversos benefícios, sendo o prin-cipal a reciclagem de nutrientes. Quanto aos óleos fluidos, por lei, este tipo de resíduo deve ser descartado corretamente.

• O planejamento da gestão dos resíduos úmidos deve sempre atender medidas legais, princi-palmente as estabelecidas no código da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Se informe sobre as leis locais antes de definir seu plano de ação.

• As empresas do setor de alimentação podem contar com o PAS (Programa Alimentos Seguros) do SEBRAE-SP, no qual são apresentadas técnicas para redução de desperdícios e manejo dos resíduos úmidos.

Dicas para melhorar o manejo dos resíduos gerados na sua empresa

Sumário

http://www.centraldareciclagem.org/


Alguns benefícios obtidos com o manejo correto de resíduos• Redução da taxa do lixo, quando cobrada pelas prefeituras.

• Possibilidade de comercialização de resíduos.

• Minimização de investimento em equipamentos e peças de comuni-cação, reaproveitando peças-chave.

• Redução em custos de produtos, ao ser desenvolvido um plano coe-rente de redução de embalagens com o fornecedor.

• Estímulo ao ambiente de negócios, através do envolvimento das cooperativas locais de reciclagem e geração de novos negócios, como por exemplo, na produção de sabão com base na reutilização de resíduos úmidos.

• Geração de maior valor percebido da marca, através do engajamen-to do corpo de colaboradores, auxiliando na difusão da causa, e dos clientes dispostos a contribuir.

Resíduos úmidos usados para produzir adubo, através de compostagem orgânica.

Sumário


Perguntas

1- A sua empresa separa corretamente resíduos úmidos, resíduos secos e lixo comum?

2- A sua empresa tem equipamentos de apoio para a coleta seletiva, como lixeiras seletivas?

( ) Sim. A separação é realizada diariamente. 10 pts.

( ) Não. Todo o lixo é destinado para a mesma lixeira, não havendo nenhum tipo de separação. 0 pt.

( ) Sim. A empresa possui local especifico para a separação dos resíduos. 10 pts.

( ) Não existe nenhum tipo de equipamento de apoio. 0 pt.

Respostas

a. 20 pontos - Parabéns, continue neste caminho. A compreensão de que lixo e resíduo são diferentes e devem ser tratados de modo separado é muito importante para iniciar uma boa gestão de resíduos e diminuir custos.

b. 10 pontos - A separação de resíduos deve fazer parte do dia a dia e é muito importante criar um sistema organizado para facilitar esta tarefa.

c. 0 pontos - Está na hora de fazer o básico! Separar tipos de resíduos e armazena-los cor-retamente é o passo inicial para qualquer evolução na Gestão de Resíduos.

Total:


Você está fazendo o básico para começar uma gestão de resíduos na sua empresa?

Preencha sua autoavaliação e entenda o desempenho da sua empresa em relação ao controle de resíduos úmidos e secos.

Sumário


Perguntas

3- Você controla a quantidade de resíduos (úmidos e secos) gerados no seu estabelecimento?

4- A sua empresa orienta funcionários sobre o controle de resíduos gerados (ações educativas e instruções, por exemplo)?

( ) Sim. A cada descarte o volume de resíduos é medido ou pesado. 10 pts.

( ) Não. Nenhum tipo de controle é feito. 0 pt.

( ) Sim. Há avisos e orientação oral sobre como separar os resíduos e sobre como evitar a sua geração. (ex. Evitar impressões desnecessárias) - 10 pts.

( ) Sim. Há avisos, mas não há controle do que está sendo gerado corretamente - 5 pts.

( ) Não. Nunca foi realizado nenhum tipo de comunicação em relação ao controle de resíduos - 0 pt.

Respostas

a. 20 pontos - Parabéns! Você já compreendeu que grandes mudanças dependem muitas vezes de pequenas atitudes do dia-a-dia, que incluem a participação de todos.

b. 10 a 15 pontos - Faça das ferramentas de controle e da sua equipe grandes aliados no controle de resíduos. A comunicação constante e o acompanhamento dos resultados podem ser um grande estimulo para continuar no caminho certo.

c. 0 a 5 pontos - Sustentabilidade é bem sucedida se feita em equipe, com todo mundo comprometido. Experimente trabalhar uma comunicação eficiente com seus funcionários e perceba o rápido resultado que isso pode gerar!

Total:


Além do básico, você pode ter algumas atitudes que começam a trazer bons resultados, sem a necessidade de grandes investimentos.

Sumário


a. 70 pontos - Parabéns! Você já está muito além do básico e provavelmente já percebeu que uma boa Gestão de Resíduos envolve muitas pessoas. Com certeza a gestão correta de resíduos já está trazendo resultados positivos. Continue inovando. Seu bolso e o Planeta agradecem!

b. 40 a 60 pontos - Para ser eficiente e completa, a gestão de resíduos deve levar em consideração a destinação correta e a contribuição dos fornecedores. Se estas etapas não forem realizadas corretamente, vale uma revisão no Plano de Gestão de Resíduos.

c. 0 a 30 pontos - Se você está cumprindo o básico e pensando em dar novos passos para melhorar a gestão de resíduos da sua empresa, inclua em seu planejamento de negócios este item e coloque-o realmente em prática, engajando funcionários, fornecedores e estabelecen-do metas, para diminuição gradual e melhor controle dos resíduos gerados na sua empresa.

Perguntas

5- A sua empresa destina corretamente os resíduos separados (úmidos e secos) aos pontos de coletas existentes em sua cidade?

6- A sua empresa tem algum plano de ação em conjunto com os fornecedores, para redução de embalagens e resíduos.

7- A sua empresa já possui um plano de gestão de resíduos implementado?

( ) Sim. Me informei sobre os pontos e horários de coletas e realizo a destinação correta. 20 pts.

( ) Não. Com os resíduos separados ou não, ainda não há uma destinação específica. 0 pt.

( ) Sim. Solicito frequentemente a redução das embalagens para transporte das mercadorias. Isto é uma exigência da minha empresa para a compra dos produtos. 10 pts.

( ) Sim. Mas isso não é feito de uma forma planejada e controlada, ocorrendo eventualmente, por necessidade de redução de custos. 0 pt.

( ) Não. Isso nunca foi visto como uma necessidade para nossa empresa. 0 pt

( ) Sim. Isso faz parte da estratégia da empresa. 40 pontos.

( ) Não. Sinto que falta informações e tempo para poder colocar um Plano de Gestão de resíduos em prática. 0 pt.

Respostas

Total:


Práticas sustentáveis, quando bem planejadas, trazem grandes retornos, mesmo quando implicam em algum investimento ou tempo dedicado.

Sumário


Marcos legais sobre a gestão de resíduos

Visando estimular o comportamento sustentável e penalizar ações irresponsáveis em relação à Gestão de Resíduos, os governos Municipais, Estaduais e Federal estão implantando novas leis que atingem também as empresas, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. A seguir serão apresentados alguns marcos legais como referência a este tema.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

É um marco regulatório na área de resíduos sólidos, instituído pela Lei n.º 12.305, de agosto de 2010, que trata das diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos.

A lei traz o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre todos os integrantes da cadeia geradora de resíduos sólidos, abrangendo os fabricantes, importa-dores, distribuidores, comerciantes e consumidores.

PNRS na práticaA lei determina que até 2014, os lixões deverão ser extintos. Prefeitu-ras e Estados já estão sendo pressionados para redefinir o sistema de tratamento e coleta de resíduos, sendo exigido pelo governo federal o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos e a Logística Reversa.

Podem ser citados como principais objetivos da PNRS:

• A não geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos;

• Destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos;

• Aumento de ações de educação ambiental;

• Incentivo maior à reciclagem no país e;

• Promoção da geração de emprego e renda para catadores de ma-teriais recicláveis.

Sumário


Logística reversa no Estado de São PauloEm agosto de 2011 foi editada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo a Resolução SMA 38 (em conformidade com o a Lei Estadual n.º 12.300, de 16 de março de 2006, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos).

Caso a sua empresa já possua um programa de gestão de resíduos em funcionamento, ou proposta sobre a sua destinação, basta reproduzi--lo de acordo com os termos solicitados pela Resolução SMA 38/2011 (não se esquecendo de incluir as metas de evolução) e encaminhar à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Fonte: SMA, 2012

Logística reversa

A “logística reversa” refere-se à volta do produto das mãos do consumidor para o estabelecimento comercial e, em seguida, ao fabricante.

O objetivo é reutilizar e reciclar resíduos sólidos de forma correta e destinar aos aterros sanitários somente o que for rejeito, não mais tratando tudo como lixo.

A lei vai ao encontro das metas estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente, de alcançar 20% de reciclagem de resíduos sólidos até 2015.

Sumário


Gestão de Energia

Tanto quanto qualquer outro recurso natural, a energia deve ser utilizada com inteligência e mode-ração. A redução do consumo de energia traz grande economia, evitando gastos desnecessários à empresa. Por isso, um plano eficiente de gestão de energia é fundamental e leva em consideração cada tipo de material que consome energia dentro de uma empresa, como equipamentos elétri-cos, iluminação e ar condicionado.

Equipamentos

Grande parte dos processos industriais precisam de energia e as formas de produção variam de caldeiras e geradores de ar quente, a fornos e sistemas de co-geração. A utilização de equipamen-tos eficientes, corretamente dimensionados às necessidades da empresa, e sua manutenção, são fatores importantes na redução do consumo energético.

Antes de adquirir equipamentos novos para montar ou ampliar a operação de uma empresa, o ideal é estimar o consumo de energia a ser gerado e avaliar o custo mensal que implicará sobre o negócio. Somente com esta comparação é possível optar pelo equipamento mais eficiente.

Além disso, saber qual o índice de consumo específico dos equipamentos e/ou do processo pro-dutivo é um caminho adequado para otimizar o desempenho energético. Este índice pode ser um indicador de quando for preciso trocar a máquina ou reformular a produção.

Lâmpadas incandescentes: apesar de reproduzir 100% das cores dos objetos, elas podem ser facilmente substituídas por lâmpadas fluorescentes ou de LED.

Sumário


PROCEL

No caso de equipamentos, o Selo Procel tem por objetivo orientar o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, proporcionando, assim, economia na sua conta de energia elétrica. A sua existência também estimula a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecno-lógico e a preservação do meio ambiente.

O Selo Procel de Economia de Energia, ou simplesmente Selo Procel, foi instituído por Decreto Presidencial em 8 de dezembro de 1993. É um produto desen-volvido e concedido pelo Progra-ma Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), coorde-nado pelo Ministério de Minas e Energia, com sua Secretaria-Exe-cutiva mantida pela Eletrobrás.

Para ser contemplado com o Selo Procel, o produto deve ser submetido a ensaios específicos em laboratório idôneo, indicado pelo Procel.

Sumário


Iluminação

Antes de decidir pela troca de lâmpadas, como por exemplo, de lâmpadas incandescentes pelas fluo-rescentes, é necessário uma avaliação do conjunto todo, ou seja: lâmpada, luminária e, se for o caso, reator, pois é a otimização destes três componentes que levará à eficiência luminosa do equipamento.

Muitas vezes ignorada, uma outra questão importante é a tonalidade da luz, também conhecida como “temperatura de cor”. As lâmpadas amareladas e brancas de mesma potência consomem a mesma energia e iluminam igual; porém, como a luz fria reflete melhor o branco, há a falsa impres-são de que ela ilumina mais.

Temperatura de corA luz amarelada também é chamada de cor quente e tem uma temperatura de cor mais baixa (entre 2.300 e 3.000 Kelvin). Este tipo de lâmpada deve ser usada em ambientes em que se deseja mais conforto como restaurantes e frentes de loja. A luz branca é conhecida como luz fria e tem uma temperatura de cor maior (entre 4.000 e 6.000 Kelvin), e é mais indicada para ambientes agitados, como cozinhas, áreas de serviço e lanchonetes do tipo fast-food.

Ar Condicionado

Uma climatização agradável é um parâmetro de conforto nos locais de trabalho e pode represen-tar um valor significativo na conta de luz. Caso o ambiente de trabalho da empresa não disponha de ventilação natural adequada, é preciso escolher aparelhos de ar condicionado com a potência adequada para o tamanho do ambiente a ser instalado. Se for possível, vale a pena consultar um especialista para validar o modelo ideal.

Para uma climatização uniforme do ambiente, o aparelho deve ser instalado na parte superior, a pelo menos 1,50m do chão. Além disso também é importante realizar a limpeza dos filtros regularmente. Se o aparelho for ligado todos os dias, recomenda-se a limpeza do filtro duas vezes por semana.

Sumário


Alguns benefícios obtidos com a gestão eficiente de energia• Redução no valor de consumo de energia, impactando diretamente o

fluxo financeiro da empresa.

• Sobrevida dos materiais e equipamentos elétricos adquiridos.

• Engajamento do corpo de colaboradores, auxiliando na difusão da causa.

• Estímulo para o engajamento do consumidor, interessado em consu-mir de maneira responsável.

• Dê preferência para equipamentos com selo PROCEL, isto pode garantir uma grande diferença na conta no final do mês.

• Estimule os funcionários a apagarem as lâmpadas ao saírem de um recinto por mais de 15 minutos ou, se achar mais adequado, instale sensores de presença em locais que não sejam utilizados com frequência. A instalação de sensores e dimmers em ambientes que não sejam de vendas, como banheiros, estoques, administração etc., podem gerar redução de custos superiores a 40%.

• Dê preferência por novas tecnologias, como o LED (light-emitting diode), que já estão mais acessíveis. Fornecedores renomados, com o objetivo de viabilizar a tecnologia, desenvolve-ram equipamentos mais simples e lâmpadas que podem ser substituídas, sem se trocar todo o equipamento de iluminação. Vale a pena por na ponta do lápis a relação custo-benefício.

• Substitua, sempre que possível, lâmpadas incandescentes por fluorescentes, mas só as mante-nha ligadas quando necessário. Contudo, em locais muito amplos e altos (galpões e estaciona-mentos) é melhor usar as lâmpadas do tipo vapor de sódio ou vapor metálico.

• As luminárias com uma superfície reflexiva conseguem iluminar mais o ambiente. O seu uso pode permitir uma redução de até 70% no número de lâmpadas, gerando uma grande econo-mia de energia. Neste caso, dê preferência pelas lâmpadas fluorescentes T5 e T8, que geram melhor eficiência luminosa, com menor consumo e com maior vida útil do que a T12.

• Nos casos em que seja necessário usar a lâmpada incandescente, como pontos focais em lojas, dê preferência às halógenas, pois elas têm maior durabilidade e são mais eficientes que as incandescentes comuns.

• Procure sempre dividir o sistema de iluminação em vários circuitos elétricos (interruptores). Assim, será possível desligar parte da iluminação nos locais que não estão sendo usados. Além disso, todo ambiente deve possuir pelo menos um interruptor. Isso economiza muita energia!

• Mantenha os ambientes com ar-condicionado sempre fechados e desligue-os uma hora antes do término do expediente. Isso pode levar a uma queda de até 10% da redução da energia elétrica por dia.

• Troque os difusores amarelados e/ou opacos. Dê preferência aos difusores de acrílico, que reduzem somente 10% do fluxo luminoso. Em um difusor opaco, esta redução é de até 50%.

Dicas para melhorar a gestão do consumo de energia na sua empresa

Sumário


Perguntas

1- Você tem o hábito de medir o consumo de energia gerada no seu estabelecimento?

2- Você orienta os seus funcionários quanto ao controle de energia?

( ) Sim, acompanho pela conta mensalmente para identificar mudanças bruscas - 10 pts.

( ) Faço um controle do valor das contas, mas não investigo se há alguma diferença de um mês para outro - 5 pts.

( ) Não faço nenhum tipo de controle - 0 pt.

( ) Sim. Há avisos sobre uso racional de energia, junto a interruptores e equipamentos - 10 pts.

( ) Sim. Peço para os funcionários controlarem o uso quando percebo que o valor da conta sofreu grandes alterações - 5 pts.

( ) Não. Nunca foi realizado nenhum tipo de comunicação em relação ao consumo consciente de energia - 0 pt.

Respostas

a. 20 pontos - Parabéns, continue neste caminho. O controle mensal e a orientação aos funcionários são grandes aliados na economia de energia.

b. 10 a 15 pontos - O Controle deve vir junto com atitudes, portanto, fique atento a qual-quer mudança brusca de um mês para o outro em sua conta de consumo. Contar com a colaboração dos funcionários também é fundamental para a economia de energia.

c. 0 a 5 pontos - Está na hora de fazer o básico! Controlar o consumo pelas contas de ener-gia é uma ótima maneira de começar. Fique atento às mudanças de um mês para o outro e faça um plano de comunicação eficiente com seus funcionários.

Total:


Você está fazendo o básico para um consumo consciente de energia?

Preencha sua autoavaliação e entenda o desempenho da sua empresa em relação a Gestão de Energia:

Sumário


Perguntas

3- Você utiliza sensores de presença nas áreas internas da sua empresa, como estoque, depósito e banheiros?

4-As lâmpadas usadas nas áreas internas da loja são do tipo “econômicas” (LED, Fluorescente)?

( ) Sim. As áreas que não têm acesso constante possuem sensores. 10 pts.

( ) Não. Não vejo esta necessidade ou acho caro a instalação destes aparelhos. 0 pt.

( ) Sim. Nas áreas internas, as lâmpadas incandescentes já foram substituídas, com atenção especial à eficiência e durabilidade das novas lâmpadas. 10 pts.

( ) Sim, parte das lâmpadas foram substituídas, no entanto, a troca priorizou lâmpadas com melhor preço e não necessariamente com melhor durabilidade. 5 pts.

( ) Não. Ainda se utiliza lâmpadas incandescentes nesses setores. 0 pt.

Respostas

a. 20 pontos - Parabéns! Você já compreendeu a importância de equipamentos economi-zadores de energia e já deve ter sentido a diferença na sua conta mensal de energia.

b. 5 a 10 pontos - Sempre que substituir lâmpadas ou instalar equipamentos economiza-dores, priorize a qualidade e durabilidade. Utilize marcas confiáveis e evite equipamentos que não tenham garantia. Isto pode evitar que o barato saia caro.

c. 0 a 5 pontos - A vantagem da substituição de lâmpadas é muito relevante e representa grande economia em curto prazo. Faça um planejamento para substituição de lâmpadas, de acordo com as suas possibilidades financeiras, e sinta a diferença.

Total:


Além do básico, você pode ter algumas atitudes que trazem ainda mais benefícios ao seu dia a dia, e podem representar grande economia de energia, com investimentos relativamente bai-xos, e de rápido retorno.

Sumário


a. 30 pontos - Parabéns! Você já está muito além do básico e provavelmente já sentiu no bolso o efeito positivo de alguns investimentos realizados. Continue inovando. Seu bolso e o Planeta agradecem!

b. 10 a 25 pontos - A manutenção de equipamentos de ar condicionado, uso de equipa-mento com selo PROCEL e INMETRO e projeto de iluminação são aspectos que podem gerar grande economia de energia. Vá além e inclua estes itens como prioridade na gestão dos seus negócios.

c. 0 a 5 pontos - Atenção! Ar-condicionado sem manutenção pode gerar problemas mais graves do que o consumo de energia excessivo, como problemas respiratórios, por exem-plo. Do mesmo modo, equipamentos antigos apresentam riscos de curto circuito. Verifi-que a condição de seus equipamentos e planeje a sua correta manutenção ou substituição.


Práticas sustentáveis, quando bem planejadas, trazem grandes retornos, mesmo quando implicam em investimentos mais significativos.

Perguntas

5- Os sistemas de ar-condicionado são regulados para a temperatura que atende o conforto do ambiente, e passam por limpeza constante?

6-Existe iluminação direcionada para os produtos, possibilitando reduzir a iluminação geral do estabelecimento?

7- A sua empresa possui equipamentos eletroeletrônicos com selo Procel ou etiqueta Inmetro A no seu estabelecimento?

( ) Sim. A temperatura fica regulada de modo a evitar exageros e desperdício de energia. Além disso, a manutenção é constante e segue a recomendação do fabricante. 10 pts.

( ) Sim. Há certo controle, porém esporádico, tanto da temperatura, como da manutenção do sistema de ar condicionado. 5 pts.

( ) Não. O termostato é ajustado de acordo com a percepção de cada funcionário e a manutenção não é prioridade. 0 pt.

( ) Sim. Foi feito um projeto de iluminação pensado para a área de vendas. 10 pts.

( ) Sim. Existem pontos focados, mas a iluminação geral continua com lâmpadas convencionais incandescentes. 5 pts.

( ) Não. A iluminação é homogênea e não há pontos específicos de iluminação, muito menos alternativas para novos circuitos de iluminação. 0 pt.

( ) Sim. Mais de 75% dos equipamentos eletroeletrônicos possuem o selo ou etiqueta - 10 pts.

( ) Sim. Parte dos equipamentos possui, mas ainda falta grande parte, por conta dos custos altos de substituição - 5 pts.

( ) Não. Os equipamentos são antigos e nunca foi realizado um planejamento para sua substituição, com foco no selo Procel ou Inmetro - 0 pt.

Respostas

Total:

Sumário

Bibliografia

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil - 2012. São Paulo: ABRELPE, 2013.

FECOMERCIO (Federação do Comércio do Estado de São Paulo); SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O uso racional da água no comércio. São Paulo: Fecomercio, 2010.

KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan & SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SMA (Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo). Resolução SMA nº 38. São Paulo: on line, 2012. Também disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucao-sma-no-38/. Acesso em 02/07/2013.

http://www.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucao-sma-no-38/

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Anotações

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Os Primeiros Passos de Uma Empresa Sustentável · 2013. 11. 4. · Não importa o tamanho ou o...

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