Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

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GIANCARLO DE MOURA SOUZA OS PROMOTORES DE CRESCIMENTO NA PRODUÇÃO DE AVES DE CORTE UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAMPO GRANDE – MS 2009

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Trabalho de Conclusão de Curso

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GIANCARLO DE MOURA SOUZA

OS PROMOTORES DE CRESCIMENTO NA PRODUÇÃO DE AVES DE CORTE

UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

CAMPO GRANDE – MS 2009

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GIANCARLO DE MOURA SOUZA

OS PROMOTORES DE CRESCIMENTO NA PRODUÇÃO DE AVES DE CORTE

Monografia apresentada à Universidade Católica Dom Bosco, no curso de Medicina Veterinária, sob a orientação do Professor Dr. Antônio Paulo Nunes de Abreu, como requisito parcial a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso.

CAMPO GRANDE – MS 2009

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Giancarlo de Moura Souza. Os promotores de crescimento na produção de aves de corte / Giancarlo de Moura Souza, orientador, Antônio Paulo Nunes de Abreu. 2009 50 páginas. Monografia (Medicina Veterinária) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2009. 1. Veterinária – Monografia 2. Promotores de crescimento 3. Produção de aves de corte - avicultura. I. Abreu, Antônio Paulo Nunes, II. Os promotores de crescimento na produção de aves de corte.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA COORDENAÇÃO DE CURSO DE MEDICINA VETERINARIA Coordenação de Estágio Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso

FOLHA DE APROVAÇÃO

Este documento corresponde à versão final da

monografia intitulada: Os promotores de

crescimento na produção de aves de corte, por

Giancarlo de Moura Souza, à Banca Examinadora

do curso de Medicina Veterinária da Universidade

Católica Dom Bosco, tendo sido considerado

aprovado.

Campo Grande – MS 24 de Novembro

2009

1. ___________________________________

Antônio Paulo Nunes de Abreu

2. ___________________________________ Ricardo Martins Santos

3. ___________________________________ Milena Wolff Ferreira

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V

Dedico à Deus, por toda a força e sabedoria proporcionada, aos meus pais pelo carinho, amor e incentivo, minha irmã pelo companheirismo durante os últimos anos dessa caminhada e meus amigos queridos pelo apoio e todos os momentos alegres que passamos.

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VI

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, por ter me dado força durante o curso e principalmente

agora nessa etapa final.

Aos meus pais, Neal Costa Souza e Ana Hercília que sempre me

apoiaram e me incentivaram para a conclusão do curso.

Á minha irmã, pelo incentivo em todos os momentos durante o curso e na

conclusão do meu trabalho.

Ao meu orientador Professor Dr. Antônio Paulo Nunes de Abreu a quem

admiro muito, pela oportunidade, confiança e apoio na conclusão desse trabalho.

Aos demais componentes da banca que se dispuseram a estar na

apresentação e avaliar o presente trabalho.

Ao Professor Dr. José Roberto Sartori por ceder material científico para a

finalização do trabalho, e aos demais funcionários da Universidade Estadual de São

Paulo pela recepção e atenção dada.

Á Coordenadora do CNA, Ana Paula Oliveira, pela ajuda nas traduções

em relação à língua inglesa.

Aos professores outros por todo o conhecimento proporcionado durante o

curso.

Aos meus colegas de estágio, Waleska, Ludimilla, Luis Gustavo,

Franciellen, Tamara e Marcelo.

Ao Dr. Gélson Luis Dias Feijó, pela orientação, paciência e credibilidade a

mim depositadas durante o estágio.

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VII

Aos meus amigos do curso, Silvio Gomes, Rafael Fagundes, Nilton

Gabriel, Luiz Antônio, Carolina Sant’Anna e Pedro Henrique.

Aos meus amigos, Jônatas Emanuel, Fernanda Arnas, Rafael Bezerra,

Misael Rainer, Ilza Bezerra e Jota que me ajudaram durante todos esses anos.

Aos meus amigos Luiz Carlos e Valdeir, que disponibilizaram um pouco

de tempo, para me ajudar a finalizar esse trabalho.

Aos meus tios, Naum e Maria de Fátima, que me receberam aqui em

Campo Grande - MS, e me apoiaram durante esses anos.

E aos demais amigos, parentes e colegas que de alguma forma

participaram para que meu sonho fosse realizado.

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VIII

“Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos”.

Albert Einstein

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IX

RESUMO

Um dos principais fatores que proporcionaram a obtenção da alta produtividade pela indústria avícola, nos últimos anos foi, sem dúvida, a utilização de aditivos como promotores de crescimento nas dietas. O termo aditivo engloba todas as substâncias as quais, quando acrescentadas às rações, são capazes de aumentar a absorção e melhorar as características físicas dos alimentos. O uso desses aditivos já foi motivo de polêmica, devido à utilização de antibióticos, que se sabe não ser uma boa opção, já que deixa resíduos nos produtos e que ainda pode proporcionar resistência a algumas bactérias patogênicas. Hoje é motivo de discussão polêmica, devido à crescente pressão do público consumidor por demanda de produtos naturais. Por isso, os países que atenderem melhor esta gama de exigências, tendo ainda, preço competitivo, terão melhores condições de produzir e exportar alimentos de uma maneira eficiente e competitiva. A avicultura brasileira vem sendo o setor da produção animal mais moderno e eficiente do país, além de ser um dos mais competitivos mundialmente. Certamente a abertura dos profissionais da nutrição para utilizarem esses aditivos, colabora para este cenário. O uso de promotores de crescimento, como antibióticos, probióticos, prebióticos e simbióticos vêm sendo, bastante enfatizado na alimentação animal, pois podem contribuir na melhoria do desempenho animal, e maior qualidade no produto final. Nesta revisão são abordados aspectos gerais da utilização destes promotores de crescimento na produção de frangos de corte. PALAVRAS CHAVE: 1- Avicultura, 2- Desempenho Animal, 3- Probióticos, 4- Prebióticos, 5- Antibióticos, 6 - Simbióticos.

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X

ABSTRACT

One of the main factors that provided the obtaining of the high productivity for the poultry industry in the last years was with no doubts, the use of addictive as growth promoters in the diets. The addictive term includes all the substances which, when added to the rations, they are capable to increase the absorption and to improve the physical characteristics of the foods. The use of those addictive was reason of controversy, due to the use of antibiotics, which today is known as not a good option since it leaves residues in the products and that can still provide resistance to some bacteria of pathology. Today it is reason for controversial discussion, due to the consuming public's growing pressure by demand of natural products. Therefore, the countries that assist this range of demands better, with competitive price, they will have better conditions to produce and to export foods in an efficient and competitive way. The Brazilian aviculture is becoming the section of the more modern and efficient animal production of the country, besides being one of the most competitive at globally. Certainly the nutritionists' opening for us to use those addictive collaborates for this scenery. The growth of promoters use, such as antibiotics, probiotics, prebiotics and symbiotics are being, quite emphasized in the animal feeding, because they can contribute in the improvement of the animal acting, and larger quality in the final product. In this revision general aspects of these growth promoters' use are approached in the production of cut birds. KEY WORDS: 1-Poultry, 2-Animal Performance, 3-Probiotics, 4-Prebiotics, 5-Antibiotics, 6-Synbiotics.

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XI

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: TGI das aves e outros sistemas .............................................................22

FIGURA 2: Área gastrointestinal, perante desafio imune, em ambiente convencional

sem antibióticos (esquerda) e com o uso de antibióticos (direita) .........24

FIGURA 3: Reações dos ingredientes alimentares probióticos com a microbiota

intestinal, relativo a seus efeitos sobre a saúde.....................................39

FIGURA 4: Os probióticos como fatores bifidogênicos e os mecanismos de atuação

dos probióticos ...................................................................................... .40

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XII

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Respostas da utilização de aditivos na dieta sobre o consumo de ração,

ganho de peso e conversão alimentar de frangos de corte, de 1 a 7 dias

de idade..................................................................................................29

TABELA 2: Respostas da utilização de aditivos na dieta de frangos de corte, no

período de 1 a 21 dias de idade, sobre consumo de ração, ganho de

peso e conversão alimentar. ..................................................................30

TABELA 3: Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar

(CA) de frangos de corte de 1 a 45 dias de idade, alimentados com

dietas contendo antibiótico, prebiótico, probiótico e simbiótico. .............32

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XIII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FOS - Fruto oligossacarídeos

MOS - Mananoligossacarídeos

OLS - Oligossacarídeos

FDA - Food And Drug Administration

TGI - Trato gastrointestinal

ONDs - Oligossacarídeos não digestíveis

APC’s - Antibióticos promotores de crescimento

CR - Consumo de Ração

GP - Ganho de Peso

CA - Conversão Alimentar

E. coli - Escherichia Coli

SNC - Sistema Nervoso Central

Page 16: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA .......................................................................................................... V

AGRADECIMENTOS ................................................................................................ VI

EPÍGRAFE .............................................................................................................. VIII

RESUMO................................................................................................................... IX ABSTRACT................................................................................................................ X LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................... XI

LISTA DE TABELAS ............................................................................................... XII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................. XIII

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................16

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................18

1.1 CARACTERÍSTICAS DE MUCOSA E FLORA INTESTINAL ...........................20

1.2 ANTIBIÓTICOS ................................................................................................23

1.2.1 Legislação brasileira .............................................................................24

1.2.2 Formas de ação .....................................................................................26

1.2.2.1 Efeito metabólico .........................................................................26 1.2.2.2 Efeito nutricional ..........................................................................26

1.2.2.3 Efeito sobre o controle de doenças .............................................26

1.3 PREBIÓTICOS.................................................................................................27

1.3.1 Mananoligossacarídeos (MOS) ...........................................................27 1.3.2 Fruto oligossacarídeos (FOS) .............................................................30 1.3.3 Forma de ação .......................................................................................31 1.3.4 Formas de administração .....................................................................33 1.4 PROBIÓTICOS ................................................................................................33 1.4.1 Definição ................................................................................................33 1.4.2 Mecanismo de ação...............................................................................34 1.4.2.1 Competição por sítios de ligação.................................................35

1.4.2.2 Produção de enzimas e substâncias antibacterianas..................36

1.4.2.3 Competição por nutrientes...........................................................36

1.4.2.4 Sistema Imune.............................................................................37

1.4.3 Formas de administração .....................................................................37 1.5 SIMBIOTICOS..................................................................................................38

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1.6 PRINCIPAIS PATÓGENOS BACTERIANOS...................................................40 1.6.1 Bactérias gram - negativas ...................................................................41

1.6.1.1 Escherichia Coli...........................................................................41

1.6.1.2 Salmonella...................................................................................41

1.6.2 Bactérias gram - positivas ...................................................................42

1.6.2.1 Clostridium...................................................................................42

1.7 DESEMPENHO................................................................................................42

1.8 CARACTERISTICAS DAS CARCAÇAS...........................................................44

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................46

Page 18: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

INTRODUÇÃO

A avicultura destinada ao corte, possui uma enorme importância na

economia brasileira tendo em vista que é um dos setores de produção mais

modernos e eficientes. Entretanto a busca pela máxima eficiência alimentar na

avicultura tem sido um ponto crítico a ser considerado nas criações comerciais.

Essa busca constante pela alta produtividade, levando em consideração a

qualidade do produto, com vista ao baixo custo, levou à inclusão indiscriminada de

antibióticos como promotores de crescimento (APC’s) na produção animal,

principalmente nas criações comerciais de suínos e aves. Essa medida visava à

diminuição e controle de agentes prejudiciais ao trato gastrointestinal (TGI), obtendo

assim melhores índices zootécnicos e maximizando a produção.

Após muitos anos utilizando antibióticos como aditivos em rações, desde

a segunda metade do século passado, esses passaram a ser vistos como fatores de

risco para a saúde humana sofrendo contestações basicamente em duas linhas: a)

presença de resíduos na carne utilizada na alimentação humana que podem ser os

próprios aditivos ou seus metabólitos b) possibilidade do desenvolvimento de

resistência bacteriana em humanos (PELICANO & SOUZA, 2003).

A partir dessas contestações, começaram-se estudos em busca de

produtos que pudessem substituir os antibióticos, garantindo as mesmas

características benéficas à produção animal, com vista à produtividade e qualidade

do produto final.

Outros fatores que contribuíram, para a busca e adoção de novas

alternativas na utilização de promotores de crescimento, foram às inúmeras

mudanças na indústria de produção animal na última década. Os legisladores,

particularmente da União Européia, no que se diz respeito à utilização de APC’s,

baniram uma série de antibióticos. Foi proposta então uma variedade de produtos

para preencher a lacuna provocada pela retirada desses produtos, sendo esses

ingredientes de origem microbiana como probióticos e prebióticos, e tem merecido

reconhecimento por mostrar bons resultados em substituição aos antibióticos

tradicionais, através de experimentos realizados e publicados cientificamente

(CONNOLLY, 2001).

Mais recentemente tem-se utilizado os probióticos associados aos

prebióticos, designado assim de simbiótico, também mostrando-se como alternativa

Page 19: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

17

válida aos produtores, já que um potencializa o efeito do outro e vice-

versa, modulando eficientemente a microbiota intestinal, melhorando a resposta

imunológica do hospedeiro e aumentando os índices zootécnicos sem ultrapassar os

custos esperados na produção.

Sendo assim objetivou-se com esse trabalho realizar um estudo mais

amplo a respeito desses promotores de crescimento, mostrando a melhor

alternativa, bem como, os efeitos positivos na utilização desses aditivos na produção

de frangos de corte.

Page 20: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

18

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A história dos aditivos como promotores de absorção ou crescimento é

conhecida há centenas de anos, mas somente no início do século passado foi

estudada racionalmente e pesquisada com bases científicas (LODDI, 2001). De

acordo com Combs (1999) o primeiro trabalho que mostrou o efeito benéfico dos

antibióticos na alimentação animal foi realizado em 1946, quando utilizaram a

“Aureomicina” como promotor de crescimento. Em 1950, os promotores de

crescimento já estavam sendo suplementados com sucesso nas rações,

aumentando a taxa de crescimento, melhorando a conversão alimentar e reduzindo

a mortalidade e outras infecções clínicas e subclínicas.

Os antibióticos são capazes de combater o crescimento bacteriano,

possibilitando maior aproveitamento dos alimentos oferecidos às aves, tendo em

vista que estes são direcionados ao desenvolvimento da musculatura, e não para

manutenção do sistema imune. Mas a eficácia na utilização desses produtos está

diretamente relacionada a um bom manejo, ambiente e suporte nutricional correto.

A partir das décadas de 70 e 80, autoridades do órgão Norte-americano

de saúde, o FDA, passaram a se preocupar com as rações animais que continham

antibióticos (MENTEN, 2001). Isso porque seu uso abusivo e sem critérios

proporcionou o aparecimento de resistência microbiana, associado à habilidade das

bactérias de adquirirem resistência, por processo de seleção natural (NETO, 2002 e

2003).

Nos Estados Unidos, os produtores de animais utilizavam, em 1998,

aproximadamente 20 milhões de toneladas de antibióticos para aumentar o

desempenho das suas criações (CORNELI, 2004).

Loddi (2001) afirma que a preocupação resultou na interdição do uso de

algumas dessas substâncias alegando que a eficácia desses componentes poderia

ser diminuída quando utilizados em humanos, se administradas continuamente em

animais, sendo assim a União Européia em 1997, proibiu o uso de Avoparcina e, em

1998, de bacitracina de zinco, Espiramicina, Virginiamicina e Tilosina.

Em 1992, no Brasil, através da Portaria nº 159, o Ministério da Agricultura

proibiu o uso de antibióticos como aditivos sistêmicos, promotores de crescimento

ou conservantes como Tetracilinas, Penicilinas, Cloranfenicol e Sulfonamidas. Mas

Page 21: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

19

sendo posteriormente liberada através da portaria nº 193 a licença para utilização de

antimicrobianos.

Atualmente a tendência é que os probióticos e prebióticos sejam as

principais alternativas para os produtores de frangos no Brasil e no mundo.

Gedek (1986) relata que existe uma microflora natural no trato

gastrointestinal (TGI) de difícil definição e composta de aproximadamente 400

espécies em equilíbrio entre si e com o hospedeiro. A presença dessa flora intestinal

normal, em equilíbrio, é tão necessária quanto benéfica para o bem-estar do animal.

Estima-se que noventa por cento da microbiota seja composta por bactérias

facultativas (Aeróbicas e Anaeróbicas) e produtoras de Ácido Láctico (Lactobacillus

spp, bifidobacterium spp), incluídas as bactérias exclusivamente aeróbicas como os

Bacterióides spp, Fusobacterium spp e Eubacterium spp. Os dez por cento restantes

desta flora são constituídos de bactérias consideradas nocivas ao hospedeiro, entre

estas a Escherichia coli (E.Coli), Clostridium spp e outras. O desequilíbrio, em favor

das bactérias indesejáveis, resulta em infecção intestinal severa que, em alguns

casos, podem ser fatais.

O uso de organismos probióticos surgiu no Oriente Médio, onde médicos

prescreviam iogurtes e outros leites fermentados como terapêutica para afecções do

TGI e também como estimulante do apetite. O marco do uso de probióticos em aves

foi dado por pesquisadores finlandeses Nurni e Rentala, 1973. Estes autores

observaram que o conteúdo intestinal de aves adultas normais, sendo estes

administrados oralmente às aves, desde um dia de idade, influenciava a

sensibilidade à infecção por Salmonella spp, prevenindo o estabelecimento desta no

intestino.

Este fato é explicado hoje através do termo “Exclusão Competitiva” devido

a sua característica de inibição no crescimento de microorganismos patogênicos,

através da seleção de grupos bacterianos, que se desenvolvem de forma superior

aos outros grupos patogênicos, dessa forma ocorre uma estabilização da flora,

melhorando o rendimento animal.

Os primeiros relatos do consumo de microrganismos, influenciando a

saúde, foram realizados por Metchnikoff em 1907, ao observar que camponeses

búlgaros apresentavam maior longevidade ao ingerir leite fermentado contendo

Lactobacillus bulgaricus (SILVA, 2000; MACARI E FURLAN, 2005).

Page 22: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

20

Embora o termo "prebiótico" tenha sido adotado somente em 1995 os

estudos sobre eles são mais antigos. Na década de 1950, a descoberta de que o

leite humano possui compostos que atuam como inibidores da adesão de bactérias

patogênicas na superfície epitelial e potencializam o crescimento das populações de

bifidobactérias e lactobacillus, aliviando os sintomas de encefalopatia hepática em

bebês incentivou outras explorações sobre o efeito do consumo de compostos não

digestíveis na microbiota intestinal (LIMA, 2008).

Os estudos de Silva & Nornberg (2003), constataram que, apesar de

existirem vários compostos resistentes à digestão por ácidos, sais e enzimas

produzidos pelo organismo animal, mas potencialmente fermentáveis (celulose,

hemiceluloses, amido resistente, oligossacarídeos, compostos fenólicos, etc), nem

todos agiam como estimuladores no desenvolvimento dos microrganismos benéficos

no TGI. Ou seja, o fato de serem indigestíveis, mas fermentáveis não significava que

iriam atuar como prebióticos. Neste contexto, os oligossacarídeos não digestíveis

(ONDs) têm sido preferencialmente usados como prebióticos devido a sua maior

seletividade fermentativa.

Para os mesmos autores a maioria dos ONDs estudados atualmente são

produtos comerciais obtidos por hidrólise parcial, ácida ou enzimática, de

polissacarídeos ou por reações de transglicosilação. Porém, eles também podem ser

obtidos diretamente de sua fonte natural (vegetais, leite, parede celular de

leveduras). Neste caso, os alimentos usados na formulação das dietas devem

fornecer níveis de ONDs suficientes para garantir a sua atuação como agentes

prebióticos. Esses prebióticos proporcionam efeito benéfico ao hospedeiro por

estimular seletivamente o crescimento e/ou metabolismo de um limitado grupo de

bactérias no cólon, como os probióticos (PELÍCIA et al., 2005).

Dessa maneira a adição de prebióticos na ração de frangos de corte está

ganhando destaque como aditivos biológicos, por apresentar como proposta, o lado

benéfico em relação aos antibióticos, sem provocar a resistência bacteriana.

1.1 CARACTERISTICAS DE MUCOSA E FLORA INTESTINAL

Page 23: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

21

O feto no ambiente uterino é estéril, mas a partir do momento em que

nasce e passa através da genitália feminina, ocorre contaminação por

microorganismos, adquirindo uma microflora intestinal que é característica de cada

espécie (LODDI, 2001). Já nas aves, sabemos que existe ausência de contato com

uma biota natural logo após o nascimento, dessa forma ocorre uma restrição e

seleção na colonização do TGI (Figura 1), afetando o equilíbrio adequado da biota e

o desenvolvimento intestinal e geral das aves (PADILHA et al,. 2006).

Assim, o pintainho recém eclodido adquire parcialmente sua microflora

através do ambiente incubatório, enquanto que as aves silvestres obtêm as

bactérias benéficas logo após o nascimento via bico, papo ou excremento das mães,

ao contrário dos pintainhos provenientes de incubadoras comerciais, que não têm

esta oportunidade e ficam susceptíveis a todo tipo de contaminação microbiana,

geralmente patogênica (LODDI, 2001).

Diante dessa situação, esses efeitos têm sido contornados em parte com

a utilização de substâncias antimicrobianas (antibióticos e/ou quimioterápicos) como

exemplo, promotores de crescimento na ração (PADILHA et al., 2006).

A flora intestinal contém entre 450 a 500 espécies de bactérias,

distribuídas em torno de 200 gêneros, mas somente 30 a 40 espécies são

responsáveis por 99% do total (PEREIRA, 2007). Segundo Loddi (2001) esta

microbiota é composta por bactérias facultativas (aeróbicas/anaeróbicas) e

produtoras de ácido láctico (Lactobacillus spp, Bifidobacterium spp), incluídas as

bactérias exclusivamente aeróbicas como os Bacterióides spp, Fusobacterium spp e

Eubacterium spp. Os restantes desta flora são constituídos de bactérias

consideradas nocivas ao hospedeiro, entre estas, a E. coli, Escherichia enterococci,

Clostridium spp, Staphylocuccus spp, Pseudomonas spp, Blastomyces spp, dessa

maneira o desequilíbrio, em favor das bactérias indesejáveis, resulta em infecção

intestinal severa que, muitas vezes, pode ser fatal.

A microbiota das aves pode apresentar mudanças com a idade, dieta,

administração oral de antibióticos e outros quimioterápicos, levando a diferentes

respostas imunológicas no organismo do hospedeiro, mas é fato que a imunidade

humoral, apresenta maior eficácia às infecções, do que o controle pela biota normal

(PADILHA et al., 2006).

Sabe-se que a microflora do TGI de aves pode ser influenciada pela

ingestão de microrganismos e o resultado disso pode ser substituição da microflora

Page 24: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

22

existente causando diminuição ou aumento do número de microrganismos já

presentes (LIMA et al., 2002).

Torna-se claro, então, que lactobacilos e outros microrganismos

(principalmente anaeróbicos) são muito importantes no estabelecimento de uma

microflora intestinal estável, capaz de prevenir a colonização de microrganismos

patogênicos (exclusão competitiva). Portanto, o uso de produtos probióticos

contendo esporos de Lactobacillus spp, Bacillus spp e leveduras podem exercer um

efeito positivo contra essa colonização (LIMA et al., 2002).

Page 25: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

23

Fonte: cursinhobiogenese.blogspot.com

Figura 1 – TGI das aves e outros sistemas. 1.2 ANTIBIÓTICOS

Segundo Bellaver (2000) os antibióticos são compostos produzidos por

bactérias e fungos que inibem o crescimento de outros microorganismos. A origem

do conhecimento do efeito dos antibacterianos sobre o desempenho em 1940,

quando do uso de resíduos de fermentação para produção de tetraciclinas, esta foi

usada em aves para suplementar vitamina B12. Logo se verificou que o efeito não

era da vitamina, mas do resíduo de tetraciclina existente no alimento.

Araújo et al., (2007) afirmam que os APC’s têm por finalidade controlar os

agentes prejudiciais ao TGI e proporcionar os efeitos benéficos na absorção de

nutriente.

Os mesmos autores ainda ressaltam que o surgimento de uma população

microbiana no TGI de todos os animais, logo após o nascimento é inevitável, dessa

forma os antibióticos diferem-se no que diz respeito a sua habilidade a influenciar

determinados estados da doença ou melhorar o crescimento e/ou a eficiência

alimentar. Devido à ausência no contato com a microbiota natural, os antibióticos

entram com o papel de minimizar os efeitos negativos providos deste fato, através

do uso contínuo nas rações, mas em doses subterapêuticas. Na ausência de

bactérias gastrintestinais, devido à presença de antibióticos na dieta, a necessidade

do recrutamento de células imunes para o intestino é reduzida e conseqüentemente,

o desempenho animal é melhorado (Figura 2).

Araújo et al., (2007) dizem que além da vacinação, nenhum outro avanço

em sanidade foi mais significativo que o desenvolvimento dos antibióticos, pois este

permitiu a prevenção às infecções virais e os antibióticos às infecções bacterianas,

proporcionando grande eficiência à produção animal.

A avilamicina é um dos antibióticos mais utilizados na avicultura brasileira.

No entanto, é fato crescente a restrição da utilização de antibióticos como aditivos

na nutrição animal, devido a possibilidade de desenvolvimento de resistência

bacteriana, além de existirem indícios crescentes de resistência aos antibióticos por

parte de bactérias patogênicas ao homem (SANTOS et al., 2009).

Page 26: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

24

Fonte: Adaptado de Araujo et al., (2007).

Figura 2 – Área gastrointestinal, perante desafio imune, em ambiente convencional

sem antibióticos (esquerda) e com o uso de antibióticos (direita).

Como o uso de antibióticos na avicultura tem sido polêmico, a grande

tendência e alternativa para esse problema, seria a utilização de probióticos e

prebióticos, por não haver riscos de causar resistência bacteriana e por não deixar

resíduos nos animais, que virão a ser comercializados, isso podendo ser observado

no experimento realizado por SANTOS et al.(2009) onde o objetivo era avaliar

aditivos em substituição aos antibióticos.

1.2.1 Legislação brasileira

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento/MAPA, como órgão

regulador vem acompanhando com bastante atenção os avanços tecnológicos da

indústria de alimentação animal e conseqüentemente o uso dos antimicrobianos

como melhorador de desempenho. Fazendo um breve histórico sobre o uso de

medicamentos veterinário na alimentação animal, observamos que:

Page 27: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

25

- O Decreto-lei nº 467, de 13/02/1969, que dispõe sobre a fiscalização de

produtos veterinário, dos estabelecimentos que os fabricam e dá outras

providências;

- Decreto 76.986, de 06/01/1976, no inciso IX, do art. 4º diz – ração

medicamentosa – é a ração animal adicionada de substâncias

medicamentosas e destinada exclusivamente ao tratamento de doenças,

e o art. 29 diz – As rações medicamentosas deverão conter nos rótulos, o

termo “medicamentosa”, em destaque, bem como as indicações e modo

de usar, e serão elaboradas sob a responsabilidade exclusiva de Médico

Veterinário;

- Portaria nº 193 de 12/05/1998, que aprova o Regulamento Técnico para

o licenciamento e a renovação de licença de antimicrobianos de uso

veterinário, revogando a Portaria nº 159, de 19/06/1992;

- Ofício Circular nº 06 de 01/09/2003, versa sobre procedimentos de uso

de substância medicamentosa;

- Decreto 5053, de 22/04/2004, em seu art. 25 e seus parágrafos 1º e 2º

define o uso de produto veterinário;

- Instrução Normativa nº 13, de 30/11/2004, que aprova o Regulamento

Técnico sobre aditivos para produtos destinados à alimentação animal,

segundo as boas práticas de fabricação, contendo os procedimentos

sobre avaliação da segurança de uso, registro e comercialização,

constante dos anexos desta IN; e

- Instrução Normativa nº 65, de 21/11/2006, que aprova o Regulamento

Técnico sobre os procedimentos para a fabricação e o emprego de

rações, suplementos, premixes, núcleos ou concentrados com

medicamentos para os animais de produção.

Page 28: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

26

1.2.2 Formas de ação

1.2.2.1 Efeito metabólico

O efeito metabólico implica que o agente antibacteriano melhora o

desempenho dos animais através de efeito direto sobre o metabolismo do animal.

Esse modo de ação parece não ser apropriado para aqueles agentes

antibacterianos que não são absorvidos e que permanecem na luz do TGI, a não ser

que a ação ocorra sobre as células do epitélio intestinal afetando a absorção de

nutrientes (BELLAVER, 2000).

1.2.2.2 Efeito nutricional

Certas bactérias que habitam no intestino sintetizam vitaminas e

aminoácidos essenciais para o hospedeiro, enquanto outras competem com os

animais por nutrientes. Alterações na população microbiana intestinal podem

promover maior disponibilidade de nutrientes para o hospedeiro. Por outro lado, tem

sido observado que agentes antimicrobianos podem reduzir a espessura do epitélio

intestinal favorecendo a absorção de nutrientes. Em adição, a massa intestinal de

animais alimentados com dietas com agentes antimicrobianos pode ser reduzida o

que implica na necessidade de menor quantidade de nutrientes e de energia para

manutenção desses tecidos corporais (BELLAVER, 2000).

1.2.2.3 Efeito sobre o controle de doenças

Agentes antibacterianos inibem o crescimento de bactérias intestinais que

se aderem e produzem toxinas junto ao enterócito, causando diarréias, doenças do

edema e subclínicas. A estimulação crônica do sistema imunológico para responder

a doenças pode promover redução no consumo de ração e demandam nutrientes

que poderiam ser direcionados para síntese de proteína. O controle dessas 66

doenças subclínicas permite que os animais expressem ao máximo o seu potencial

genético para crescimento e deposição de carne (BELLAVER, 2000).

Page 29: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

27

1.3 PREBIÓTICOS

Prebióticos são definidos como ingredientes nutricionais não digeríveis

que afetam beneficamente o hospedeiro (GIBSON & ROBERFROID, 1995). Esses

ingredientes alimentares que não são digeridos pelas enzimas digestíveis normais,

mas que atuam estimulando (alimentando) seletivamente o crescimento e/ou

atividade de bactérias benéficas no intestino que têm, por ação final, melhorar a

saúde do hospedeiro (JUNQUEIRA & DUARTE, 2005). Segundo o mesmo autor

alguns açúcares absorvíveis ou não, fibras, álcoois de açucares e oligossacarídeos

(OLS) estão dentro deste conceito de prebiótico.

Para uma substância ser classificada como prebiótico, ela não pode ser

hidrolisada ou absorvida na parte superior do TGI, e deve ser um substrato seletivo

para um limitado número de bactérias comensais benéficas ao cólon, as quais terão

crescimento e/ou metabolismo estimulados, sendo capaz de alterar a microflora

intestinal favorável induzindo efeitos benéficos intestinais ou sistêmicos ao

hospedeiro (DIONIZIO et al,, 2002).

Nos últimos anos, tem sido crescente o interesse pelo uso de prebióticos

como alternativa para o uso de antibióticos, pois este poderia eliminar problemas

como resistência bacteriana e resíduos de antibióticos nos produtos avícolas, além

de melhorar a imagem dos produtos avícolas perante o mercado consumidor

(ALBINO et al., 2006).

1.3.1 Mananoligossacarídeos (MOS)

Os OLS mananos fosforilados são uma fonte de carboidratos completos

para as dietas, utilizados para ajudar a manutenção da eficiência digestiva, a

integridade do epitélio intestinal e a modulação do sistema imunológico e que podem

atuar como prebiótico. Araújo et al. (2007) relatam que dos prebióticos como glicose,

frutose, galactose, manose, pentoses, ribose, xylose e arabinose, os mais

importantes são a frutose e manose, estes sendo componentes dos dois mais

importantes grupos de prebióticos utilizados atualmente: frutoligossacarídeos (FOS)

e MOS, respectivamente.

Page 30: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

28

Os mecanismos dos MOS são mais complexos, pois são derivados da

parede celular interna de leveduras e seu primeiro modo de atuação é ligando-se a

certas bactérias patogênicas na área gastrointestinal. Essas bactérias ligadas aos

OLS não podem aderir à infecção iniciada no intestino, mas algumas bactérias não

possuem em suas membranas celulares sítios de ligação para fixação dos OLS,

como, por exemplo, a bactéria da classe Clostridia que causa a enterite necrótica no

intestino (SCAPINELLO et al., 2001). No entanto, a concentração desta bactéria é

reduzida quando os MOS são administrados, o que demonstra seu segundo

mecanismo de atuação, a modulação ou preparação do sistema imune para uma

infecção (ARAUJO et al,, 2007).

Assim sendo, os MOS adicionados à dieta podem aderir às fímbrias

bacterianas, bloqueando adesão das bactérias à superfície intestinal. Muitos OLS,

quando administrados aos animais, alcançam o cólon sem sofrerem degradação,

fornecendo um substrato particularmente disponível para bactérias benéficas

(ARAUJO et al,, 2007). Os estudos de Hooge (2003) listam três modos de ação para

os MOS: a) adsorção de bactérias patogênicas contendo fímbria (mecanismo

receptor análogo ao do epitélio da parede intestinal), b) melhoria da saúde da

parede intestinal (integridade e altura dos vilos) e c) estimulo à modulação

imunogênica (atua como um antígeno não patogênico tendo um efeito adjuvante).

Em experimento realizado por Santos et al. (2009), com objetivo de testar

aditivos(MOS) em substituição aos antibióticos, foram utilizados 700 pintainhos de

corte, da linhagem comercial Cobb500, machos, de 1 a 21 dias de idade, sadios e

com pesos médios de 45g, oriundos de matrizes com 64 semanas de idade e

alojados em um galpão experimental com boxes de 2,03 m2 (1,4 x 1,45m).

Foram testados 5 tratamentos, com 7 repetições de 20 aves cada,

utilizando um delineamento inteiramente adequado ao acaso. As dietas foram

formuladas considerando níveis usualmente praticados pela indústria avícola

brasileira, com a utilização de ingredientes de origem vegetal e animal. Os

tratamentos avaliados foram: T1 – Controle Positivo (Avilamicina a 100g/t); T2 -

Controle Negativo; T3 – Óleo Essencial (100g/t); T4 – MOS (500g/t); T5 – Produto

comercial (MOS + Ácido Orgânico a 1.500g/t). As variáveis de desempenho

avaliadas foram consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar, aos 7 e

21 dias de idade, por meio de pesagens das sobras de ração e das aves. Os dados

Page 31: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

29

de desempenho foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias

foi realizada por meio da utilização do teste Tukey (5%).

Como resultado foi visto que, para o desempenho, de 1 a 7 dias de idade,

o consumo de ração (CR) e o ganho de peso (GP) não apresentaram diferenças

significativas (P>0,05). No entanto, para a conversão alimentar (CA), pode-se

verificar efeito significativo (P<0,05) causado pela utilização dos diferentes aditivos

(Tabela 1).

Tabela 1: Respostas da utilização de aditivos na dieta sobre o consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar de frangos de corte, de 1 a 7 dias de idade.

Tratamentos CR(g) GP(g) CA(g/g)

T1 117,58 116,76 1,0069b T2 120,5 113,39 1,0619a T3 113,66 114,07 0,9974b T4 118,63 117,2 1,0117ab T5 118,34 116,42 1,0165ab P 0,5513 0,7048 0,0096

CV(%) 6,44 5,34 3,24 Médias seguidas de letras minúsculas distintas, na mesma coluna, diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Fonte: Adaptado de Santos et al., (2009).

Os resultados para consumo de ração e ganho de peso não foram

significativos (P>0,05) no período de 1 a 21 dias de idade. No entanto, para a

conversão alimentar, pode-se verificar resposta significativa (P<0,05) quando da

utilização dos diferentes aditivos (Tabela 2).

As variáveis consumo de ração e ganho de peso não apresentaram

diferenças significativas, aos 21 dias de idade (P>0,05). Resultados similares para

consumo de ração foram observados por Albino et al. (2006), ao utilizar

mananoligossacarídeos (MOS) + ácidos orgânicos na ração de frangos de corte. No

entanto, contrariam os obtidos por Albino et al., (2006) , para ganho de peso com o

uso de aditivos. Foram observadas diferenças significativas (P<0,05) para conversão

alimentar entre os tratamentos nos dois períodos avaliados. Esses resultados

indicam a melhoria do desempenho quando da utilização de aditivos nas rações,

mas divergem dos encontrados por Albino et al., (2006), que não observou efeitos

dos aditivos nas rações sobre a conversão alimentar das aves.

Page 32: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

30

Tabela 2: Respostas da utilização de aditivos na dieta de frangos de corte, no

período de 1 a 21 dias de idade, sobre consumo de ração, ganho de peso e

conversão alimentar.

Tratamentos CR(g) GP(g) CA(g/g)

T1 1.134,10 797,41 1,4222ab

T2 1.131,00 776,97 1,4562a

T3 1.113,00 794,2 1,4016b

T4 1.139,00 802,88 1,4189ab

T5 1.115,10 804,42 1,3863b P 0,5529 0,2871 0,0005

CV(%) 3,13 3,19 1,87 Médias seguidas de letras minúsculas distintas, na mesma coluna, diferem significativamente entre si

pelo teste de Tukey (P<0,05). Fonte: Adaptado de Santos et al., (2009).

Dessa forma Santos et al., (2009) conclui, que os aditivos utilizados são

uma alternativa na substituição dos antibióticos usados nas rações de frangos, pois

estes não mostraram perdas no desempenho quando comparados aos antibióticos.

1.3.2 Fruto oligossacarídeos (FOS)

Os FOS estão sendo muito estudados por sua capacidade em melhorar a

saúde e o desempenho animal. Eles são indigestíveis em homens e animais tendo

sido relatados por serem utilizados em um pequeno número de bactérias intestinais

patogênicas e não-patogênicas em culturas puras (DIONÍZIO et al., 2002).

Tais FOS são formados por moléculas de sacarose nas quais de uma a

três unidades de frutose são adicionadas por ligações glicosídicas b-(2-1) à molécula

de frutose da sacarose; o grau de polimerização varia entre 2 a 10 unidades,

abreviadas, por exemplo por GF2 (a 1-kestose), GF3 (nistose) e GF4 (1F-b-

frutofuranosilnistose). Os FOS podem ser sintetizados enzimaticamente, por ação da

b-frutofuranosidase fúngica, a partir da sacarose; é a forma mais comumente

encontrada no Japão. A inulina (frutano), polissacarídeo encontrado no rizoma de

algumas plantas, principalmente a chicória, facilmente encontrada no mercado

Page 33: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

31

europeu, gera FOS se for hidrolisada enzimaticamente pela inulase (PEREIRA,

2007).

Os FOS adicionados às rações fornecem carboidratos fermentáveis para

as bactérias benéficas nativas que habitam o TGI, minimizando as populações de

bactérias patogênicas, como a E. coli e Salmonella, por exclusão competitiva

(SCAPINELLO et al., 2001).

Estas substâncias podem ser substitutas de níveis subterapêuticos de

antibióticos para aumentar o crescimento e eficiência de produção de frangos de

corte, eles resultam numa melhora no desempenho animal, redução do colesterol,

redução da incidência de diarréias e constipação, redução de tumores e aumento da

resposta imune em várias espécies (DIONÍZIO et al,, 2002). Trabalhos mostram que

o uso de FOS na dieta de aves resulta no aumento do ganho de peso e melhora da

eficiência alimentar, redução na mortalidade e redução da colonização intestinal por

Salmonella (DIONÍZIO et al, 2002).

1.3.3 Forma de ação

A principal forma de ação dos prebióticos é sobre a modulação benéfica

da microbiota nativa presente no hospedeiro. Os efeitos resultantes do uso de

prebióticos são evidenciados pelo crescimento das populações microbianas

benéficas, pela melhora nas condições luminais, aumentando seu valor osmótico

nas características anatômicas do TGI, promovendo o aumento da superfície de

absorção da mucosa intestinal, e no sistema imune e, em alguns casos, pela

melhora no desempenho animal (ARAÚJO et al., 2007).

De acordo com Menten (2001), os patógenos utilizam fímbrias para

adesão à mucosa intestinal, que ocorre através dos receptores constituídos de

mananos. E a ação dos prebióticos é exercida pela redução da capacidade de

fixação de algumas bactérias patogênicas na mucosa intestinal, além de estimular o

sistema imune (SANTOS et al., 2002). Com isso no hospedeiro, ocorre uma

estimulação seletiva no crescimento e/ou atividade de espécies bacterianas

naturalmente presentes ou introduzidas, propiciando melhoria na saúde do animal.

Em estudo desenvolvido por Maiorka et al. (2001), com o objetivo de

avaliar o efeito da adição de parede celular de Saccharomyces cerevisiae como

Page 34: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

32

prebiótico, do Bacillus subtilis como probiótico e da associação de ambos

(simbiótico) na dieta sobre o desempenho de frangos de corte, observou-se que o

pior ganho de peso foi obtido nas aves que não receberam qualquer tipo de aditivo

na dieta. A conversão alimentar, no período de 1 a 45 dias de idade, também foi

influenciado pelo tipo de aditivo (Tabela 3).

Tabela 3 – Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar

(CA) de frangos de corte de 1 a 45 dias de idade, alimentados com dietas contendo

antibiótico, prebiótico, probiótico e simbiótico.

Tratamentos CR (g) GP (g) CA (g/g)

Testemunha (T1) 812 233 3,503b

Antibiótico (T2) 785 295 2,71a

Prebiótico (T3) 792 282 2,834a

Probiótico (T4) 800 268 3,003ab

Simbiótico (T5) 798 267 3,014ab

CF (%) 5,41 13,6 13,36

a, bMédias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste de Tukey (P< 0,05). CV – Coeficiente de Variação.

Fonte: Adaptado de Maiorka et al. (2001).

As aves que não receberam suplementação apresentaram pior conversão

alimentar quando comparadas com as aves dos demais tratamentos. Os resultados

deste experimento permitem concluir que a substituição de antibióticos por

simbióticos na ração de frangas é uma alternativa viável, pois não compromete o

desempenho das aves, contudo a ausência de aditivos na dieta piora o desempenho

das mesmas (MAIORKA et al., 2001).

Lima (2008) afirma que os prebióticos são compostos biologicamente

seguros à saúde humana e animal, o que justifica seu uso alternativo em

substituição a certas drogas veterinárias usadas na prevenção de alterações do TGI

e/ou como promotoras do crescimento. Estes compostos podem ser obtidos na

forma natural em sementes e raízes de alguns vegetais como a chicória, cebola,

alho, alcachofra, aspargo, cevada, centeio, grãos de soja, grão-de-bico e tremoço.

Também, podem ser extraídos por cozimento ou através de ação enzimática ou

Page 35: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

33

alcoólica. Há também, os OLS sintéticos obtidos através da polimerização direta de

alguns dissacarídeos da parede celular de leveduras ou fermentação de

polissacarídeos. Os OLS sintéticos têm apresentado melhores resultados como

prebiótico e menos efeitos colaterais.

1.3.4 Formas de administração

Na literatura, existem relatos da administração de prebióticos, na forma de

ração, sendo esta a mais praticada devido sua praticidade. A administração em água

também é recomendada e usada em experimentos. Já através da cloaca e ovos

embrionados temos menos relatos quando comparados às formas descritas

anteriormente. De maneira não muito relatada, é feita a utilização por pulverização,

na cama, via ocular e intraesofagiana, sendo essa última feita somente de forma

experimental. Essas formas não são relatadas com freqüência, pois estas são

questionadas quanto a eficiência e a menor praticidade em relação às demais

comumente utilizadas.

1.4 PROBIÓTICOS

1.4.1 Definição

De acordo com Macari & Furlan (2005), o conceito moderno de probiótico

foi definido por Fuller, em 1998, como “um suplemento alimentar constituído de

microrganismos vivos capazes de beneficiar o hospedeiro através do equilíbrio da

microbiota intestinal”. Posteriormente, o mesmo autor ressaltou que, para serem

considerados probióticos, “os microorganismos deveriam ser produzidos em larga

escala, permanecerem estáveis e viáveis em condições de estocagem, devem

também ser capazes de sobreviver no ecossistema intestinal e possibilitar, ao

organismo, os benefícios da sua presença”.

Probióticos são microorganismos vivos, que geram benefícios quando

introduzidos no TGI, competindo com a flora patogênica por nutrientes, locais de

adesão no epitélio intestinal e sintetizando metabólitos (ácidos orgânicos) que criam

Page 36: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

34

resistência ao crescimento de organismos patogênicos (JUNQUEIRA & DUARTE,

2005). O efeito benéfico foi atribuído à ação colonizadora intestinal dos camponeses

búlgaros que consumiam leite fermentado, contendo esses microrganismos,

prevenindo o efeito maléfico de patógenos intestinais (SILVA, 2000). A

suplementação das dietas com agentes microbianos baseia-se no princípio da

simbiose, em que há associação de organismos superiores com a microbiota

bacteriana, proporcionando aos envolvidos, benefícios recíprocos (LORENÇON et

al., 2007).

Os probióticos promovem o equilíbrio da microbiota intestinal e melhoram

o ganho de peso e a eficiência alimentar das aves, justamente por competirem com

os patógenos no intestino e evitarem lesões nos vilos, permitindo a regeneração da

mucosa intestinal (SATO et al., 2002). Ainda o mesmo autor afirma que esta

competição em que os microorganismos benéficos são favorecidos é importante,

pois o desequilíbrio em favor de bactérias indesejáveis pode resultar em infecção

intestinal, e comprometer a digestibilidade da ração.

Os resultados de pesquisas com probióticos, até o momento, são

bastante contraditórios quanto à sua eficiência. Essa contradição observada entre os

trabalhos justifica-se mediante os dados obtidos em relação à idade do animal, tipo

de probiótico utilizado, viabilidade de microrganismos a serem agregados às rações

e as condições de armazenamento delas (ARAÚJO et al., 2000).

Sendo assim os probióticos, apresentam-se não como substitutos, mas

como alternativa aos antibióticos como promotores de crescimento (MACARI E

FURLAN, 2005), mesmo que os antibióticos em alguns experimentos se mostrem,

mais eficazes. Mas é importante salientar que a eficácia desse produto, só será

possível, desde que haja uma sanidade e biosseguridade satisfatória no aviário.

1.4.2 Mecanismo de ação

Bellaver (2000) através de estudos afirma que a ação desses

microrganismos é através da exclusão competitiva, principalmente de E. coli e

salmonelas, ou alteração do pH intestinal, através da formação de lactato,

favorecendo o desenvolvimento daqueles microrganismos que favorecem o

hospedeiro, promovendo aumento de ganho de peso e melhora da eficiência

Page 37: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

35

alimentar. Algumas das razões para o aparecimento ou não de efeitos positivos do

uso desses micro-ingredientes podem ser: baixa viabilidade de certas culturas

utilizadas, doses empregadas, diferenças entre cepas, interação dos

microorganismos com nutrientes e outros micro-ingredientes presentes na dieta e

falta de continuidade nas pesquisas com um determinado probiótico. Esporos e

células vivas de Bacilllus toyoi e subtilis, Lactobacillus acidophilus, Saccharomyces

cerevisae e Streptococcus faecium tem sido usados como probióticos e empregados

em concentrações indicadas por fabricantes. O mesmo autor ainda afirma que

existem algumas evidências de efeitos benéficos na promoção do crescimento com

o uso de probióticos, porém efeitos de idade do desmame, efeitos ambientais e a

concentração e qualidade do probiótico podem afetar os resultados.

A maneira de atuação não é completamente entendida, mas inferências

incluem: a) influência na atividade metabólica intestinal (produção de ácidos,

bactericinas, vitamina B12); b) promoção de competição exclusiva com bactérias

patogênicas; c) estimulação do sistema imune (BELLAVER, 2000).

1.4.2.1 Competição por sítios de Ligação

Este conceito ficou também conhecido como o nome de “Exclusão

Competitiva”, pois as bactérias probióticas ocupam sítios de ligação (receptores ou

pontos de ligação) na mucosa intestinal formando uma barreira física às bactérias

patogênicas. O bloqueio dos sítios de ligação na mucosa entérica pelas bactérias

intestinais podem reduzir a área de interação nos cecos pelas bactérias patogênicas.

São necessárias aproximadamente 40 bactérias para recobrir a superfície de uma

célula intestinal. Assim, as bactérias patogênicas seriam excluídas por competição

(LODDI, 2001).

As fimbrias são os elementos de aderência bacteriana mais conhecidos e

estudados. São estruturas compostas por fosfoglicoproteínas que se projetam no

corpo bacteriano. Seus receptores são específicos e diferem entre espécies e os

diferentes locais ao longo do trato intestinal: Algumas bactérias somente se aderem

à superfície superior (glicocalix) dos enterócitos, enquanto que outras residem

somente nas criptas onde são produzidas as novas células epiteliais que migram até

as vilosidades. Algumas destas fimbrias podem ser bloqueadas pela manose. Assim,

Page 38: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

36

o uso de MOS pode bloquear a aderência das bactérias patogênicas com este tipo

de fimbria (LODDI, 2001).

1.4.2.2 Produção de Substâncias antibacterianas e enzimas

As bactérias da microbiota intestinal e/ou componentes dos probióticos

podem produzir e liberar compostos como as bacteriocinas, ácidos orgânicos e

peróxidos de hidrogênio, que têm ação bacteriana especialmente em relação às

bactérias patogênicas. As bacteriocinas são substâncias antibióticas de ação local,

que inibem o crescimento de patógenos intestinais. As bactérias ácido lácticas

produzem nisina, diplococcina, lactocidina, bulgaricina e reuterina. Estas substâncias

apresentam atividade inibitória tanto para bactérias gram-negativas quanto para

gram-positivas, como a Salmonella spp., E. coli e Staphylcoccus spp (LOODI, 2001).

As bactérias intestinais, utilizando-se de ingredientes alimentares não

absorvidos integralmente pelo hospedeiro (Prebióticos) produzem alguns ácidos

orgânicos, como o propiônico, o acético, o butírico e o láctico, além do peróxido de

hidrogênio, cujos espectros de ação incluem também a inibição do crescimento de

bactérias patogênicas. Aparentemente, a ação bacteriostática dos ácido graxos é

dependente do pH, pois quanto maior a redução deste, maior a quantidade de ácido

e efeito antibacteriano mais intenso. Não deve ser descartada a idéia de que todas

estas substâncias antibacterianas podem atuar em associação, não só entre si como

fatores desencadeantes e processantes, mas também como bloqueio físico (LODDI,

2001).

1.4.2.3 Competição por nutrientes

Competição por nutrientes não ocorre entre o animal e a bactéria. Ela ocorre

entre as bactérias intestinais por seus componentes nutritivos disponíveis na luz

intestinal, aqueles que possam ser metabolizados pelas bactérias patogênicas. Este

processo é fator limitante de manutenção das mesmas neste ambiente. As bactérias

dos probióticos se nutrem de ingredientes que foram parcialmente degradados pelas

Page 39: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

37

enzimas digestivas normais, ou que foram intencionalmente adicionados à dieta

como prebióticos (LODDI, 2001).

1.4.2.4 Sistema Imune

As bactérias probióticas têm a capacidade de modulação de respostas

imunes sistêmicas aumentando o número e a atividade de células fagocíticas do

hospedeiro. Um animal simplesmente não consegue sobreviver se não desenvolver

uma microbiota intestinal normal (LODDI, 2001).

Loddi (2001) ainda afirma que alguns gêneros de bactérias intestinais, como o

Lactobacillus e o Bifidobacterium estão diretamente relacionados com o estímulo da

resposta imune por aumento da produção de anticorpos, ativação de macrófagos,

proliferação de células T e produção de interferom, entre outros. Entretanto, o

verdadeiro mecanismo, pelo qual essas bactérias estimulam o sistema imune, ainda,

permanece com muitos pontos a serem esclarecidos.

O trato intestinal das aves é o órgão de maior responsabilidade no

desenvolvimento da imunidade geral inespecífica. Diferentemente de todas as outras

espécies animais, as aves não apresentam linfonodos. Seus órgãos linfóides,

espelhados ao longo do trato intestinal, são as placas de Peyer, tonsilas cecais,

inclusive a Bolsa de Fabricius que é uma invaginação da parte final do trato

digestivo. Estes tecido captam antígenos disponibilizados no trato digestivo que

estimulam as células B, precursoras de IgA e células T, colaboradoras das placas de

Peyer, para o desenvolvimento de imunidade geral e inespecífica. Através do

estímulo imunológico da mucosa, há produção de anticorpos tipo IgA que bloqueiam

os receptores e reduzem o número de bactérias patogênicas na luz intestinal

(LODDI, 2001).

1.4.3 Formas de administração

Os probióticos podem ser administrados através da ração, água,

pulverizando os pintainhos, sobre a cama e experimentalmente (PEREIRA, 2007).

Mas os melhores resultados são obtidos com a inoculação via cloaca ou em ovos

Page 40: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

38

embrionados e com o uso de capsulas gelatinosas em administração intraesofagiana

(Revista Alimentação Animal, 2000).

De acordo ainda com a matéria publicada na revista, é importante

salientar que as aves devem receber probióticos o mais precocemente possível, pois

assim as bactérias presentes no produto podem colonizar o TGI do hospedeiro e se

multiplicarem, iniciando suas atividades benéficas antes de ocorrer à contaminação

por algum microrganismo patogênico.

1.5 SIMBIÓTICOS

Mais recentemente deu-se início ao uso do termo simbióticos que é a

combinação de probiótico e prebiótico em um só produto. Este constitui um novo

conceito na utilização de aditivos em dietas para aves (JUNQUEIRA & DUARTE,

2005). O produto pode melhorar a sobrevivência da flora, pela disponibilidade do seu

substrato que leva a uma fermentação, bem como pela complementação da flora

benéfica (ARAUJO et al,, 2007). Dessa forma essa associação possibilita a

potencialização de ambos os componentes, sendo estes considerados como aditivos

alimentares, que atuam como alimentos funcionais nos processos fisiológicos e

bioquímicos no organismo (Figura 3).

Dietas suplementadas com MOS ou combinação de MOS com acidificante

e probiótico propiciam ganho de peso, conversão alimentar e altura de vilosidades

ao nível de duodeno semelhantes a dietas suplementadas com antibióticos

(BELLAVER, 2005).

Page 41: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

39

Fonte: Adaptado de Araujo et al, (2007).

Figura 3 – Reações dos ingredientes alimentares probióticos com a microbiota

intestinal, relativo a seus efeitos sobre a saúde.

A figura 4 mostra o destino dos probióticos e dos prebióticos no

organismo, os prebióticos como fatores bifidogênicos e os principais mecanismos de

atuação dos probióticos.

A interação entre o probiótico e o prebiótico in vivo pode ser favorecida

por uma adaptação do probiótico ao substrato prebiótico anterior ao consumo. Isto

pode, em alguns casos, resultar em uma vantagem competitiva para o probiótico, se

ele for consumido juntamente com o prebiótico. Alternativamente, esse efeito

simbiótico pode ser direcionado às diferentes regiões-alvo do TGI, os intestinos

delgado e grosso (ARAUJO et al,, 2007).

De acordo com o mesmo autor, o consumo de probióticos e de prebióticos

selecionados apropriadamente pode aumentar os efeitos benéficos de cada um

Page 42: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

40

deles, uma vez que o estímulo de cepas probióticas conhecidas leva à escolha dos

pares simbióticos substrato-microrganismo ideais.

Fonte: Adaptado de Araujo et al, (2007).

Figura 4 – Os probióticos como fatores bifidogênicos e os mecanismos de atuação

dos probióticos.

1.6 PRINCIPAIS PATÓGENOS BACTERIANOS

As infecções bacterianas primárias ou secundárias são comuns nas aves.

As bactérias isoladas podem ser da flora normal, patógenos primários, patógenos

oportunistas ou secundários, ou transitórios (RUPLEY, 1999).

Page 43: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

41

1.6.1 Bactérias gram-negativas

1.6.1.1 Escherichia Coli

Esta bactéria possui variação de virulência, podendo ser não patogênica à

altamente patogênica. Cada sorotipo contém cepas virulentas e avirulentas, e todas

as cepas lisina descarboxilase – negativas são virulentas nas aves. As cepas que

acometem as aves produzem poucas exotoxinas, além das enterotoxinas, que são

responsáveis pela diarréia. Os sinais clínicos associados com a E. coli dependem da

porta de entrada, eles podem apresentar de forma septicêmica, tendo em vista sinas

de letargia, anorexia, eriçamento nas penas, diarréia e poliúria. Podem ocorrer sinas

de alteração em sistema nervoso central (SNC), lesões oculares e granulomatosas,

e artrite serofibrinosa (RUPLEY, 1999).

1.6.1.2 Salmonella

Os mecanismos de contaminação mais comuns são a interação com

outras aves, roedores, moscas e outros vetores. A ingestão oral constitui a via de

infecção mais comum, mas a transmissão pelo ar, a partir de poeira contaminada

originada de fezes, penas e do próprio ovo, são de grande importância e devem ser

considerados seriamente. A salmonella é zoonótica e de importância na saúde

pública, mas de acordo com trabalhos, as cepas aviárias raramente afetam os

humanos. As aves acometidas apresentam alterações em vários sistemas de

órgãos, sendo que os sinais clínicos mais comuns são letargia, anorexia, polidipsia e

diarréia (RUPLEY, 1999).

Page 44: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

42

1.6.2 Bactérias gram-positivas

1.6.2.1 Clostridium

O clostridium pode causar enterite necrótica, dermatite gangrenosa e

botulismo, mas a colonização no trato intestinal parece depender de uma diminuição

da motilidade gastrointestinal. Na enterite os sinais associados incluem diarréia,

polidipsia e morte, sendo o diagnóstico confirmado a partir da identificação das

lesões. O botulismo resulta geralmente de uma ingestão das neurotoxinas

produzidas pelo Clostridium botulinum no alimento, tal como através da ingestão de

material orgânico em decomposição. Os sinais clínicos mais comuns são paralisia

flácida ascendente, sendo que a paresia das pernas constitui, na maioria das vezes,

o primeiro sinal clínico, caracterizado pela ave sentando sobre seu esterno com as

patas estendidas caudalmente. Este sinal clínico posteriormente é seguido de perda

de controle das asas, pescoço e da cabeça, até que a ave venha a óbito (RUPLEY,

1999).

1.7 DESEMPENHO

Na década de 40, um frango de corte demorava 15 semanas para atingir

1,5 kg e consumia mais do que 5 kg de ração. A partir de 1945 iniciou-se a busca

por uma ave unicamente destinada ao corte, que, através de um intenso processo

de seleção e cruzamentos, descaracterizou as raças e originou linhagens

específicas, com características próprias (GOMIDE et. al, 2006).

Mesmo assim, ainda se buscam alternativas para melhorar cada vez mais

o desempenho desses animais, tendo por foco os promotores de crescimento em

questão, podemos dizer que estes permitem o melhor funcionamento do TGI,

refletindo assim no desempenho destes animais.

Silva & Nornberg (2003) afirmam que em experimentos realizados com

leitões recém desmamados, foi observado que o ganho de peso dos animais

mantidos em creches limpas, recebendo dieta suplementada com FOS, foi 9%

superior ao tratamento controle e, quando em creches sujas, os que receberam FOS

Page 45: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

43

tiveram uma eficiência alimentar 14% superior aos tratamentos controle e com

antibiótico. Verificou-se também depressão temporária no consumo e no ganho

diário de peso de leitões (peso inicial de 20 kg) recebendo dois níveis de

suplementação de FOS (7,5 e 15g/kg) e transgalacto-OLS (10 e 20g/kg). Porém, o

desempenho médio de crescimento durante todo o período experimental (6

semanas) não foi afetado. De acordo com os autores, esta depressão pode ter

ocorrido devido a mudanças na microbiota intestinal, o que resultou em uma

resposta imune não específica e conseqüente redução do consumo de dieta.

Os mesmos autores acima também relatam que o fornecimento de 0,5 a

3% de MOS melhorou a conversão alimentar de frangos de corte (1 a 10%) em

relação a tratamento controle. Em outros estudos verificaram maior ganho de peso

em frangos suplementados com 0,2% de MOS quando comparados àqueles que

receberam o tratamento controle, porém, estes resultados não se estenderam às

respectivas conversões alimentares. Foi observado maior conteúdo em músculo e

menores níveis de colesterol e gordura no peito e fígado, respectivamente, quando

fornecido 0,05% de MOS (Bio-MOS®) em dietas para frangos de corte.

A adição de um composto "estranho" à microbiota intestinal também pode

provocar efeitos indesejáveis por um determinado período de tempo, assim com o

excesso no consumo de um determinado composto de reconhecida ação prebiótica

pode causar desequilíbrio nas populações microbianas prejudicando a saúde e o

desempenho animal (SILVA & NORNBERG, 2003).

Quando temos ausência de efeitos benéficos, mesmo quando utilizados

promotores de crescimento, pode-se relacionar esta questão com o tipo de

ingredientes que compõem a dieta, com a adaptação da microbiota ao composto

adicionado.

O nível de estresse do animal também pode influenciar sobre a resposta

biológica obtida pela adição de promotores à dieta, pois se os animais estão em

condições não estressantes, supõe-se que a microbiota esteja em condição de

equilíbrio, ou seja, com ou sem o fornecimento de prebióticos as respostas obtidas

serão muito semelhantes. Em relação à prebióticos, outro fator a ser considerado é

que os compostos mais usados atualmente não são tão seletivos, isto é, eles não

são fermentados somente por bifidobactérias e/ou lactobacillus, mas também por

Page 46: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

44

populações potencialmente patogênicas, o que diminui o desempenho (SILVA &

NORNBERG, 2003).

1.8 CARACTERÍSTICAS E RENDIMENTO DE CARCAÇA

O rendimento comercial da carcaça tem um destacado valor econômico

para a indústria de carnes, principalmente para as empresas que trabalham no

sistema integrado de criação de frangos (GOMIDE et al., 2006).

Consagrados em função de seus resultados no desenvolvimento animal e

não pelo seu mecanismo de ação, os promotores de crescimento já foram

confundidos, no passado, com hormônios e hoje esses promotores de crescimento

são os principais aditivos de uso na alimentação animal, em particular na dieta de

aves (Revista Alimentação Animal, 2000).

Na produção avícola, o principal objetivo é a obtenção de alta

produtividade aliada à qualidade dos produtos finais, por isso as características de

carcaça também são importantes para avaliar o efeito de determinada tecnologia

dentro de um sistema de produção.

Pelicano et al. (2003) avaliando o efeito de diferentes probióticos nas

características de carcaça e na qualidade da carne de frangos de corte, utilizando

três diferentes probióticos na dieta (B. subtilis; B. subtilis e B. licheniformis;

Saccharomyces cerevisiae) e duas formas de inclusão na água (com ou sem

probiótico), observaram que o grupo controle (sem probióticos) apresentou maior

rendimento de carcaça e dorso, quando comparado aos outros grupos; no entanto,

as aves alimentadas com probióticos apresentaram maior rendimento das pernas.

Aves suplementadas com probióticos na ração e na água apresentaram aumento da

coloração da carne do peito; diminuição do pH 5 horas depois do abate; diferenças

significativas na análise sensorial da carne e no aspecto geral.

Page 47: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A substituição de antibiótico por promotores biológicos de crescimento,

como os probióticos, vêm se mostrando uma alternativa viável, já que as aves têm

apresentado na maioria dos trabalhos um desempenho similar, ou até mesmo

superior.

Os probióticos e simbióticos são mais viáveis aos primeiros dias dos

pintainhos, pois estes não desenvolveram sua flora intestinal.

Os diferentes probióticos disponíveis no mercado, não apresentam

diferenças entre si no desempenho de frangos de corte de acordo com os estudos.

A dosagem adequada de probiótico e prebiótico fornecida às aves está

estreitamente relacionada com o sucesso na utilização do produto.

Page 48: Os promotores de crescimento na produção de aves de corte

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