Os salões do centro português
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Os salões do Centro Português
Erika Miranda da Costa
RA Nr.: 061447
Dossiê elaborado para a Disciplina Patrimônio Histórico e Cultural
Prof. Me. Maurício Nunes Lobo
“Todo ser humano tem consciência do passado (...). Ser
membro de uma comunidade humana é situar-se em relação
ao seu passado (ou da comunidade), ainda que apenas para
rejeitá-lo. O passado é, portanto, uma dimensão permanente
da consciência humana, um componente inevitável das
instituições, valores e outros padrões da sociedade
humana.O problema para os historiadores é analisar a
natureza desse „sentido‟ do passado na sociedade e localizar
suas mudanças e transformações.”
(HOBSBAWM, 1998,p.22 – trecho extraído do livro
“História, Ensino e Patrimônio” de Maria Ângela Borges Salvadori)
Resumo No interior do exótico e insinuante edifício do Centro Português
de Santos, localizado na Rua Amador Bueno com a Rua MartimAfonso, existe uma história viva da comunidade Luso-brasileirae da sociedade santista em seus salões. Esta história poderiase encontrar disponível com mais facilidade ao grande público, o que por mais boa vontade que a diretoria da Associaçãopossua, o número de visitações não é grande.
Possuindo atualmente um de seus salões alugados e questõespendentes junto ao CONDEPASA, este dossiê tem comoidealização a criação de um programa de mediação pedagógicae cultural em relação ao seu acervo, aumentando a visitação aoCentro Cultural Português de Santos possibilitando que acomunidade conheça um pouco mais sobre sua história.Estimulando assim, o turismo, a preservação , emprego e oconhecimento.
Uma Breve História do Centro
Português de Santos Em 1º de Dezembro de 1895, data que se comemora a
restauração da Independência de Portugal, foi fundado o Centro Português de Santos, sob o voto da maioria dos portugueses presentes neste dia no Teatro Guarani, idealizado pelos membros da colônia portuguesa: Luiz José Matos, Manuel Homem Bittencourt (primeiro presidente da associação), Joaquim da Fonseca Saraiva, José M. de Azevedo Magalhães e José Maria Soares.
Tendo sua principal função congregar o maior número de portugueses e lhes proporcionar recreação, cultura e assistência (no caso dos menos favorecidos). No dia 21 de janeiro de 1896, o Rei D. Carlos I de Portugal agraciou a instituição com o direito de usar a denominação ―Real‖ antes do nome, se transformando em Real Centro Português de Santos, por esse motivo, o rei foi homenageado como presidente-honorário da instituição.
Uma Breve História do Centro
Português de Santos Nesta época, o então Real Centro Português localizava-se
numa modesta casa na Praça da República número 28, sendo apenas em 08 de outubro de 1900, sua sede transferida para seu atual endereço na Rua Amador Bueno esquina com a Rua Martim Afonso, local que era perfeito para o luxuoso edifício em estilo neomanuelino que foi construído por Antonio Domingues Pinto.
Em 1946, uma crise ocasionou que o seu caráter de Associação exclusivista para estrangeiros fosse perdendo todo o seu conteúdo e finalidade, fazendo com que este viesse a se tornar anacrônico. Dois anos antes, destitui sua denominação ―Real‖, voltando a se classificar apenas como Centro Português de Santos, estando até hoje, numa tentativa incessante de se reerguer e vivenciar novamente seus tempos de glória.
Uma Breve História do Centro
Português de Santos
O Centro Cultural Português de Santos possui
quatro Salões no Centro histórico, porém apenas
dois se encontram dentro de sua sede: o Salão
Cerejeira e o Salão Nobre ou Camoniano
(Principal), além da Biblioteca. Os outros dois
salões ficam nos anexos ao lado do edifício
principal (sede): Salão-Teatro Julio Dantas e
Salão Alberto Ferreira dos Santos.
O edifício - sede faz parte juntamente com
outras duas edificações como exemplares
únicas do estilo neomanuelino no Brasil.
Centro Português de SantosCentro Português em 1920
Centro Português -
Hoje
Salão Cerejeira O Salão Cerejeira já ocupou diferentes serventias
antes de se transformar na sala de reuniões e galeria
dos presidentes como é utilizada atualmente.
Esta Sala já serviu de salão de jogos e de Sala das
Damas, onde ocorria conversas informais durantes os
bailes no Salão Camoniano.
Este salão recebeu o nome de Salão Cerejeira em
homenagem ao Cardeal Patriarca de Lisboa que
visitou o Centro Português em 1946.
Este salão é o primeiro local de recepção dos
visitantes ilustres a Associação.
Acervo do Salão Cerejeira
Seu acervo em parte encontra-se guardado em armários e cristaleiras, estando exposto apenas algumas relíquias e a galeria de presidentes. Todo o acervo foi doado, as fotos dos presidentes foram tiradas a pedido do centro português, para um fotografo contratado.
Acervo do Salão Cerejeira
As pupilas do Senhor Reitor de Julio Dinis
Os Lusíadas de Camões, a Bíblia dos argonautas portugueses .
Obra de J. Carvalho
Elementos do Acervo do Salão Cerejeira
Escrínio localizado na mesa de reuniões com terra extraída do Castelo de
Guimarães. Além das pedras do Promotório de Sagres de onde partiram as
primeiras caravelas.
Detalhe do
Escrínio
Contém:
Terra retirada do castelo de Guimarães no dia 08-05-1947, pelo encarregado do mesmo castelo, Sargento Aposentado Sr. Ferreira, na presença de minha irmã Arminda e minha cunhada Maria da Graça Quaresma Herdade. A terra foi colhida logo à entrada principal, lado esquerdo, onde nasceu D. Afonso Henriques. Neste mesmo sítio estão colocadas as Catapultas (balas de Pedra).
(Carlos Herdade)
Texto escrito por Carlos
Herdade e colocado dentro
do escrínio junto com sua
doação.
Salão Cerejeira e sua Galeria de
presidentes
A decoração de requinte que combina harmoniosamente com o edifício neomanuelista é o ambiente perfeito para expor o retrato dos presidentes que fizeram parte da história e evolução do Centro Cultural Português de Santos.
Fica-me o coração aqui.
Dizeres da placa em homenagem ao Cardeal Cerejeira - Cardeal
Patriarca de Lisboa, datada de 05 de Setembro de 1946.
Exemplos de retratos expostos no
Salão Cerejeira
Retrato do Rei
D. Carlos I
Exemplos de retratos expostos no
Salão Cerejeira
Retrato do
Cardeal
Patriarca
Uma relíquia que se
encontra no Salão
Cerejeira
O piano de cauda Steinway &
Sans de 1876, que fazia o
prelúdio musical no inicio das
festas realizadas no Centro
Português e que agradava
muito os convidados.
Salão Camoniano O Salão Camoniano foi sem dúvida o motivo para a
tentativa mais audaciosa dos associados do Centro Português de Santos, na incursão em seu relacionamento com a Pátria – mãe.
Ele foi fundado em 1º de Dezembro, mas, ele iria ser inaugurado em 1911, tendo até sido convidado para esta inauguração o Rei D. Carlos I, que prontamente aceitou,porém, dois meses antes da inauguração, o rei foi assassinado e a inauguração adiada até 1913.
Em 3 de março de 1913, foi criado o Grêmio das Camélias que cuidou dos detalhes da inauguração do salão e promovia diversas atividades neste espaço.
A decoração artística foi realizada pelos artistas
espanhóis internacionalmente reconhecidos Antonio
Fernandez e João Bernils e paga por Antonio
Pereira de Carvalho.
Este salão é uma obra de arte que representa a
alma portuguesa, é a glória do Centro Cultural
Português de Santos e uma das poucas expressões
de arte sobrevivente em nossa cidade que simboliza
o trabalho de permanência e memória da colônia e
nacionalidade portuguesa.
O papel cultural e artístico do Salão
Camoniano na Cidade.
O Salão Camoniano já foi palco de diversos
momentos da sociedade santista e luso-brasileira em
diferentes épocas.Seu clima camoniano e poético era
propício para comemorações cívicas, saraus
literários, entre outras atividades socioculturais.
Podemos destacar como dois acontecimentos cívicos
que ocasionava grandes celebrações no Centro
Português de Santos, o dia de Camões, que tem
grande significado para a colônia portuguesa e, o Dia
da Restauração de Portugal e fundação da
Associação, que fundem o orgulho de ser luso-
brasileiro e de se sentir fazer parte da história.
Grandes oradores já se pronunciaram neste salão como:
* Alberto Veiga
* Jaime Franco
* Dr. Raul Ribeiro Flórido
* Milton Teixeira
Quando um grande movimento literário e artístico formava-se em Santos, foi criado no Salão Camoniano a ―Hora Literária‖ e seus saraus, que contavam com presenças de ilustres poetas como:
* Rui Barbosa
* Martins Fontes
* Olavo Bilac e outros ilustres poetas santistas.
Além dos saudosos bailes que agitaram a vida dos
jovens da cidade, como o Carnaval, o Baile Azul, a
Celebração da Eleição da Rainha e as Princesas do
Centro Português de Santos, bailes estes que iam
até o amanhecer.
Hoje, apenas ocorre as cerimônias tradicionais que
ainda foram preservadas pelos seus integrantes e
alguns jantares dançante, que mantém outra
tradição da associação: a de entrelaçamento das
famílias luso-brasileiras, para que seja mantido a
lusitanidade.
O Acervo do Salão Camoniano
O Acervo do Salão Camoniano é rico em detalhes ecuriosidades, retratando épocas áureas e histórias da nossacidade. Todo o acervo foi doado por membros ou pela famíliadestes membros.
Acervo do Salão Camoniano Cadeira em estilo imperial de
madeira araribá do norte, com acento de couro, onde está gravado em relevo o escudo de Portugal. Entalhada com detalhes delicados a cadeira ainda tem no encosto a coroa portuguesa e a esfera armilar. Esta cadeira foi encomendada para servir o Rei D. Carlos, em visita que faria ao Brasil.
Curiosidade: Ela foi destaque numa exposição em Portugal, em 1994, sobre os 500 anos dos descobrimentos.
Acervo do Salão Camoniano
Tela em óleo
(1,20x1,00) datada de
1887, retratando o Dr.
Manuel Homem
Bittencourt, sócio
fundador e presidente
perpétuo do Centro
Português.
Acervo do Salão Camoniano
Tela do pintor Comendador Rodrigues Soares (1,20x1,00), retratando o sócio benemérito Antonio dos Santos Coelho Germano.
Curiosidade: Esta tela percorreu o trajeto da Rua XV de Novembro acompanhada da Banda da Sociedade Colonial Portuguesa, com queima de fogos na sua chegada ao Centro Português, com vivas a Portugal e Brasil.
Acervo do Salão Camoniano
Tela do pintor
espanhol Antonio
Fernandez
(1,20x1,00), retratand
o Antonio
Domingues
Pinto, construtor que
terminou o edifício do
Centro Português de
Santos.
Acervo do Salão Camoniano
Tela do pintor Antonio
Fernandez
(1,20x1,00), retratand
o o sócio benemérito
Antonio Pereira de
Carvalho.
Acervo do Salão Camoniano
Tela do pintor
Charleaux, de
1953, retratando
Aristides Cabrera da
Cunha. Grande
benfeitor do Centro
Português de Santos
e da cidade. Recebeu
do Governo
Português a
Comenda da Ordem
do Cruzeiro do Sul.
Acervo do Salão Camoniano
Tela com o retrato de
Joaquim
Moreira, último
presidente do Real
Centro Português de
Santos. Curiosidade: Seu retrato foi
inaugurado no Centro
Português no 60º aniversário da
associação, seu quadro
encontrava-se envolto pela
antiga bandeira do Real Centro
Português de Santos.
Acervo do Salão Camoniano
Tela do pintor espanhol Antonio Fernandez, retratando o casal Antonio Marques Bento de Souza e sua esposa Elisa Chambers Marques, sócios beneméritos.
Acervo do Salão Camoniano
Restauração de Portugal e Morte de Miguel Vasconcelos, tela de Antonio Fernandez
Acervo do Salão Camoniano
Mesa com entalhe do Símbolo Real
Acervo do Salão Camoniano
Entre gente remota
edificaram.
Novo reino que tanto
Sublimaram.
Detalhe da Mesa - Símbolo Real
Acervo do Salão Camoniano
Fundação de Portugal e Aclamação do rei Dom
Afonso Henriques, tela de Antonio Fernandez
Acervo do Salão Camoniano
A Canhoneira Pátria, pintado por Benedito Calixto em 1905
Acervo do Salão Camoniano
Obra em tributo a Camões fica logo na entrada do Salão Camoniano.
Acervo do Salão Camoniano
Pedro Álvares Cabral Descobre o Brasil em 3 maio de 1500, tela de Antonio Fernandez
Acervo do Salão Camoniano
Homenagem pintada por João Bérnils ao Grande
Benfeitor Antonio Ferreira de Carvalho.
Acervo do Salão Camoniano
Homenagem pintada por João Bérnils aos arquitetos
que construíram o edifício do Centro Português:
Dr. João E. Ribeiro da Silva e Dr. Ernesto de Maya.
― A mandado de Venus, a Fama vai
apregar às ninfas, o nome português‖.
― A mandado de Venus, a Fama vai
apregar às ninfas, o nome português‖.
Canto IX. Est. XLV
Vão-na buscar, e mandam-na diante,
Que celebrando vá, com tuba clara,
Os louvores da gente navegante,
Mais do que nunca as de outrem
celebrava.
Já, murmurando, a Fama penetrante
Pelas fundas cavernas se espalhara;
Fala verdade, havida por verdade,
Que junto a deusa traz Credulidade.
A transcrição das estâncias está de acordo
com a edição do poema: “Os Lusíadas”,
Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição
― Quem te trouxe a
estoutro mundo, tão longe
da sua pátria lusitana?‖.
Canto VII. Est. XXV
Em vendo o mensageiro, com jocundo
Rosto, como quem sabe a língua Hispana,
Lhe disse: "Quem te trouxe a estoutro
mundo, Tão longe da tua pátria Lusitana?"
— "Abrindo, lhe responde, o mar profundo,
Por onde nunca veio gente humana,
Vimos buscar do Indo a grão corrente,
Por onde a Lei divina se acrescente."
A transcrição das estâncias está de acordo
com a edição do poema: “Os Lusíadas”,
Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição
― Encontro do Rei de
Melinde com o Gama‖.
Canto II. Est. CI
Já no batel entrou do Capitão
O Rei, que nos seus braços o levava;
Ele coa cortesia, que a razão
(Por ser Rei) requeria, lhe falava.
C'umas mostras de espanto e admiração,
O Mouro o gesto e o modo lhe notava,
Como quem em mui grande estima tinha
Gente que de tão longe à índia vinha.
A transcrição das estâncias está de acordo
com a edição do poema: “Os Lusíadas”,
Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição
― Venus Favorável aos
Portugueses‖.
Canto I. Est. XXXIII
Sustentava contra ele Vênus bela,
Afeiçoada à gente Lusitana,
Por quantas qualidades via nela
Da antiga tão amada sua Romana;
Nos fortes corações, na grande estrela,
Que mostraram na terra Tingitana,
E na língua, na qual quando imagina,
Com pouca corrupção crê que é a Latina.
A transcrição das estâncias está de acordo
com a edição do poema: “Os Lusíadas”,
Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição
― Amores
desencontrados‖.Canto IX. Est. XXXIV
Destes tiros assim desordenados,
Que estes moços mal destros vão tirando,
Nascem amores mil desconcertados
Entre o povo ferido miserando;
E tamboril nos heróis de altos estados
Exemplos mil se vêem de amor nefando,
Qual o das moças Bíbli e Cinireia,
Um mancebo de Assíria, um de Judeia.
A transcrição das estâncias está de acordo
com a edição do poema: “Os Lusíadas”,
Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição
― Ficam retidos em terra
os dois feitores
Portugueses‖.
Canto IX. Est. I
Tiveram longamente na cidade,
Sem vender-se, a fazenda os dois feitores
Que os infiéis, por manha e falsidade,
Fazem que não lha comprem mercadores;
Que todo seu propósito e vontade
Era deter ali os descobridores
Da Índia tanto tempo, que viessem
De Meca as naus, que as suas
desfizessem.
A transcrição das estâncias está de acordo
com a edição do poema: “Os Lusíadas”,
Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição
Salão Teatro A História do Salão – teatro anda lado a lado com a
história de uma das Corporações Cênicas mais antigas do Estado de São Paulo, o Corpo Cênico do Centro Português de Santos, que perdurou por mais de meio século.
O Salão Teatro do Real Centro Português foi fundado em 12 de abril de 1908, período que o movimento teatral da associação estava em tal relevância que constava no projeto da sede social a construção de uma sala de espetáculos.
O Corpo Cênico Português teve o privilegio de encenar a peça ―Com amor não se brinca‖ do Dr. Epitácio Pessoa no Salão Teatro, além de obras de inúmeros autores renomados brasileiros e portugueses .
O Salão foi alugado para a Empresa
Cinematográfica Hawai e a Empresa Cinema de
Santos em 04 de dezembro de 1979. O aluguel foi a
solução encontrada para as dificuldades financeiras
da Associação, dando fim a uma era de cultura
intensa. Sendo reavido em 1994, após uma intensa
ação judicial iniciada em 1989.
Hoje o Teatro encontra-se em estágio de reforma e
restauração sob a fiscalização do
CONDEPASA, pois desde 1989 ele estava servindo
como depósito.
Salão Alberto Ferreira dos Santos Na Rua Amador Bueno nº190 ao lado do belo edifício
neomanuelino do Centro Cultural Português de Santos, hoje se localiza o Salão Alberto Ferreira dos Santos. Comprado por 54 contos de réis ( equivalente a 54 reais, hoje), para a ampliação da sede , na gestão de Joaquim Moreira, sendo espaço de suma importância para o futuro desenvolvimento social da associação.
Neste terreno foi construído um bar, mesas, cadeiras, cozinha funcional e ao ar livre um ―Jardim Grill‖, dando ao conjunto arquitetônico um ar romântico. Com canteiros circulares , no fundo do terreno um banco de pedra com uma parede com painel de azulejos portugueses representando o Castelo de Guimarães.
Nele eram realizados festas e até apresentações
teatrais, proporcionando momentos de
descontração. Dentre as festas, destacava –se a
―Festa da Cereja‖ realizada em junho com cerejas
importadas de Portugal, onde seus associados
tinham o orgulho de terem sido os pioneiros a
realiza-la no Brasil.
O Salão Alberto Ferreira dos Santos, foi inaugurado
em 1985, com o objetivo de se tornar um espaço
para acolher melhor o público e trazer grandes
apresentações luso-brasileiras .
Hoje, o espaço encontra-se alugado para uma igreja
evangélica. O aluguel do espaço se deu pelo
mesmo motivo que outrora alugaram o Salão- Teatro
Julio Dantas, dificuldades financeiras, porém possui
um outro agravante, o espaço não interessa a
associação devido não ser histórico, por ter sido
construído e inaugurado nos anos 80 e por eles não
saberem como aproveitar o espaço de 800 m² que
vinha antes sendo usado como depósito.
Problemas encontrados no
Acervo
Desde a maneira de guardar e preservar o acervo até a falta de mediadores instruídos para a visitação do público são alguns dos problemas que encontrados.
Acervo sendo estocado de
forma inadequada
Troféus, Medalhas, Pratos e
outras homenagens recebidas
pelo Centro Português ao
longo de sua história
, encontram-se trancafiados e
amontoados em
cristaleiras, armários .
Acervo sendo estocado de
forma inadequada
Os livros e outros documentos
doados e adquiridos também
encontram-se trancafiados e
amontoados em
cristaleiras, armários .
Imagem da Biblioteca
1895
Fundação do
Centro
Português de
SantosDocumento de 1895 referente a fundação, com o nome de todos os Sócios Iniciadores e Sócios Fundadores encontra-se no Salão Cerejeira, pendurado em um canto ao lado de um armário sem o devido destaque.
Há vários documentos importantes,expostos da mesma maneira,tornando–se imperceptíveis para o visitante.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Cerejeira
Este retrato é um ótimo
exemplo , já que sua
moldura original
despedaçando.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Cerejeira
O retrato do Rei D. Carlos
I sofre a falta de preparo
na conservação,
iniciando também sua
deterioração.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Cerejeira
Já este retrato encontra-se
desbotado.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Camoniano
Este retrato no Salão Camoniano, como os
Quadros do Salão Cerejeira também
necessita de restauro: sua moldura original
despedaçando.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Camoniano
E sua imagem está
apagando por causa do
tempo e a falta de estrutura
para sua preservação.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Camoniano
Este quadro pegou
umidade e está se
deteriorando.
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Camoniano
Este quadro de Benedito Calixto está necessitando de restauro, hoje o quadro não se encontra com as cores vivas como antigamente
Molduras e quadros necessitando de
restauro no Salão Camoniano
O retrato de
Manuel Homem
Bittencourt, o
presidente
perpétuo, do
Centro Português,
também sofre com
a pegou umidade e
começa a se
deteriorar.
O Salão Alberto Ferreira dos Santos
O espaço encontra-se em reforma para a instalação de a igreja
evangélica do Bispo Valdomiro.
A importância desses salões para a
Cidade
Os Salões do Centro Cultural Português de Santos foram o palco de grandes acontecimentos em nossa cidade e inúmeras atividades ao longo dos anos. Hoje, suas principais atividades festivas são realizadas na sede que se localiza na Avenida Ana Costa, antiga sede da Sociedade União Portuguesa. Mas a importância dos salões ainda é visível em acontecimentos mais célebres documentados em jornais, revistas e na memória de associados ou pessoas que já frequentaram algum evento nessa Associação. Como os exemplos a seguir:
Sites que falam
sobre os
Salões e o
Centro Cultural
Português.
http://santosterraadorada.blogspot.com.br/2008/12/centro-portugus-de-santos.html
http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos.php?cod=10
http://www.santos.sp.gov.br/turismo/centro/portugues.php
http://www.centroculturalportugues.com.br
Um patrimônio tombado pelo
CONDEPASA
O Centro Cultural Português
de Santos é um bem
tombado pelo CONDEPASA
no Livro Tombo 1, Insc.
37, folha
7, Proc.81965/2005-
28, Resolução 04/2005 de
15/09/2005.
Possui um projeto de
restauração , criado em 2003
pela arquiteta Jaqueline
Fernández Alves e aprovado
pelo mesmo órgão municipal.
Sugestões de ampliação da atuação do
bem junto a comunidade
Espelhando nos projetos de
mediação de alguns museus e
memoriais foi criado sugestões
para a ampliação da atuação do
bem junto a comunidade.
Sugestões de ampliação da atuação do bem junto a
comunidade e exemplos que deram certo.
• Diagnóstico museológico, que tem como objetivo identificar
dentro do acervo referências patrimoniais em diferentes
categorias , apontar possíveis dificuldades analisando recursos
humanos disponíveis, adequação do tema à realidade e
potencialidades do patrimônio local, estado de conservação dos
acervos identificados, entre outros itens, elencando ações em
curto, médio e longo prazo necessárias para a implantação do
museu;
• Programa museológico com conceito gerador, missão e
proposta de estrutura inicial do museu;
• Ficha catalográfica e catalogação dos itens identificados para o
acervo do museu, com indicação de procedimento e/ou recursos
necessários para aquisição;
• Laudo de conservação do acervo e plano preliminar de
higienização e de conservação preventiva do acervo executado;
Sugestões de ampliação da atuação do bem junto a
comunidade e exemplos que deram certo.
• Projetos de restauração porventura necessários ao acervo
museológico;
• Projeto de adaptação arquitetônica da edificação indicada para
sediar o museu (ou de construção de uma nova edificação, se
for o caso) e projeto de ocupação da edificação com a
distribuição das áreas de trabalho do Museu, onde sugerimos o
Salão Alberto Ferreira dos Santos que hoje encontra-se alugado;
• Projeto de climatização da edificação-sede do museu, de
acordo com as necessidades e possibilidades específicas deste
caso;
• Pré-projeto expo gráfico para a exposição de longa duração;
• Resgatar antigas atividades do Centro Cultural Português como
os Saraus, a Hora Literária e o Corpo Cênico Português;
• Disponibilizar cursos de artesanato e danças folclóricas
portuguesas para o público, além de outras atividades.
Centro Cultural
Marta Watts
O Centro Cultural Marta Watts é um ótimo exemplo de um espaço histórico que deu certo.
Nele funciona duas exposições permanentes: O Memorial das escolas metodistas e O Memorial piracicabano.
O Espaço que antigamente funcionava o Colégio Piracicabano tem parceria com a Universidade Metodista de Piracicaba para a manutenção, preservação, mediação cultural e cursos promovidos no espaço.
Sugestões de ampliação da atuação do bem junto a
comunidade e exemplos que deram certo.
A Casa de Espanã de Sorocaba é outro excelente exemplo, com o apoio da prefeitura e instituições locais foi possível a restauração do prédio de 1922, é um prédio tombado. Tem controle de temperatura e umidade, para obras de arte . O museu está instalado em uma das salas do prédio onde fica a sede da Casa de Espanha, na Vila Hortênsia, com aproximadamente 180 metros quadrados de área construída.
A intenção é que o museu não seja apenas de coisas, mas também de pessoas, que terão suas histórias registradas em vídeo, chamados de Memorial da Família Espanhola.
Museu da Imigração
JaponesaO Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil foi inaugurado em 18 junho de 1978, idealizado como a grande realização do 70º aniversário da imigração japonesa no Brasil.
Atualmente o MHIJB soma 1.592 m² de área expositiva, dividida em 3 andares: 7º, 8º e 9º andares, localizados no Edifício Bunkyo, dois andares foram construídos em 1978 e reúnem documentos e objetos que abrangem desde a assinatura do Tratado de Amizade Brasil/Japão (1895), a chegada dos primeiros imigrantes (1908), os núcleos coloniais (a partir de 1913), até a policultura.
O 9º andar, inaugurado em novembro de 2000, enfoca os 50 anos pós-guerra. Nele estão retratadas as mudanças da comunidade nikkei, a vinda das empresas japonesas, bem como a contribuição dos nipo-brasileiros para a sociedade brasileira.
Em outro andar (3º andar) estão localizados a biblioteca e o acervo, que somam mais de 5 mil objetos, 28 mil documentos escritos (entre diários, livros, jornais, revistas) e cerca de 10 mil fotos relacionadas aos imigrantes japoneses.
Porque eles deram certo?Ambos os exemplos citados estão em conformidade com
a Política Nacional de Museus no que diz respeito a:
Democratização e acesso aos bens culturais;
Aprofundamento das relações entre o patrimônio cultural
preservado e a sociedade contemporânea;
Criação de uma política municipal de pesquisa, aquisição,
documentação, conservação e extroversão do patrimônio;
Enfoque na ação educativa e na relação com a
comunidade, compreendendo que as pessoas são os
principais ‗recursos‘ ( banco de saberes);
Os Salões do Centro Cultural Português estão longe de voltar aostempos áureos que um dia tiveram, é complicado entender se omotivo do edifício estar sendo reformado apenas em pontos que aCONDEPASA fez algum tipo de crítica, tendo projetos de restauroaprovados pelo mesmo órgão público e que estão sendo utilizadoscomo a diretoria acha correto.
Será uma questão de Lusitanidade?
O fato é que o acervo dos seus salões estão se deteriorando a cadadia, infiltrações e umidade destruindo painéis, pinturas de paredes, tetos de mais de 100 anos, salões sendo alugados e, acervosdocumentais e literários sendo perdidos para as traças.
A Associação hoje insiste em ser considerada um centro de culturaapenas pelos ranchos folclóricos que possui e lançamentos delivros luso-brasileiros restritos a colônia portuguesa local.
Considerações Finais
Sendo que a definição de Centro Cultural se estende amuito mais que simples quadrilhas, festas e roupastípicas. Além que a cultura e a História dessaAssociação e seus Salões se estende a toda acomunidade santista .
Mudanças na atuação destes salões e dessaassociação junto a comunidade,beneficiam ambos atodos - a Cidade que ganha mais cultura e mais umponto turístico com mediação e acesso ao grandepúblico e a colônia/associação que manterá sualusitanidade - basta tomar a iniciativa de buscarincentivos públicos, privados e da própria colônia luso-brasileira desta Cidade.
Considerações Finais
Bibliografia
•Santos, Francisco Martins dos , “História de Santos”, Empresa Gráfica da ―Revista dos tribunais‖, São Paulo, 1937.
•Paul, Clotilde, “ Associação Portuguesa da Baixada Santista”, Coopag, CRL, Porto, 1986.
•Rodrigues, Olao, “ Cartilha da História de Santos”, Gráfica A tribuna – Jornal e Editora Ltda, Santos, 1980.
•Centro Cultural Português de Santos, “ Centro Português de Santos e seu centenário”, Santos, 1995.
•Salvadori, Maria Ângela Borges – “ A preservação do patrimônio histórico”, In: História, Ensino e Patrimônio,Junqueira & Marin, 2008.
•Choay, Françoise – “Monumento & Monumento Histórico”, In: A alegoria do patrimônio, Estação Liberdade : UNESP, 2006
•Funari, Pedro Paulo , “Patrimônio Histórico e Cultural”, Jorge Zahar
Jornais:
•―A Tribuna” - Jornal e Editora Ltda
•“Jornal do Centro Cultural Português de Santos” – Centro Cultural Português de Santos
Sites visitados:
http://www.santos.sp.gov.br/turismo/centro/portugues.php
http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos.php?cod=10
http://santosterraadorada.blogspot.com.br/2008/12/centro-portugus-de-santos.html
http://www.centroculturalportugues.com.br
http://www.atribuna.com.br
http://www.novomilenio.inf.br
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