Os salões do centro português

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Os salões do Centro Português Erika Miranda da Costa RA Nr.: 061447 Dossiê elaborado para a Disciplina Patrimônio Histórico e Cultural Prof. Me. Maurício Nunes Lobo

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Os salões do Centro Português

Erika Miranda da Costa

RA Nr.: 061447

Dossiê elaborado para a Disciplina Patrimônio Histórico e Cultural

Prof. Me. Maurício Nunes Lobo

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“Todo ser humano tem consciência do passado (...). Ser

membro de uma comunidade humana é situar-se em relação

ao seu passado (ou da comunidade), ainda que apenas para

rejeitá-lo. O passado é, portanto, uma dimensão permanente

da consciência humana, um componente inevitável das

instituições, valores e outros padrões da sociedade

humana.O problema para os historiadores é analisar a

natureza desse „sentido‟ do passado na sociedade e localizar

suas mudanças e transformações.”

(HOBSBAWM, 1998,p.22 – trecho extraído do livro

“História, Ensino e Patrimônio” de Maria Ângela Borges Salvadori)

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Resumo No interior do exótico e insinuante edifício do Centro Português

de Santos, localizado na Rua Amador Bueno com a Rua MartimAfonso, existe uma história viva da comunidade Luso-brasileirae da sociedade santista em seus salões. Esta história poderiase encontrar disponível com mais facilidade ao grande público, o que por mais boa vontade que a diretoria da Associaçãopossua, o número de visitações não é grande.

Possuindo atualmente um de seus salões alugados e questõespendentes junto ao CONDEPASA, este dossiê tem comoidealização a criação de um programa de mediação pedagógicae cultural em relação ao seu acervo, aumentando a visitação aoCentro Cultural Português de Santos possibilitando que acomunidade conheça um pouco mais sobre sua história.Estimulando assim, o turismo, a preservação , emprego e oconhecimento.

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Uma Breve História do Centro

Português de Santos Em 1º de Dezembro de 1895, data que se comemora a

restauração da Independência de Portugal, foi fundado o Centro Português de Santos, sob o voto da maioria dos portugueses presentes neste dia no Teatro Guarani, idealizado pelos membros da colônia portuguesa: Luiz José Matos, Manuel Homem Bittencourt (primeiro presidente da associação), Joaquim da Fonseca Saraiva, José M. de Azevedo Magalhães e José Maria Soares.

Tendo sua principal função congregar o maior número de portugueses e lhes proporcionar recreação, cultura e assistência (no caso dos menos favorecidos). No dia 21 de janeiro de 1896, o Rei D. Carlos I de Portugal agraciou a instituição com o direito de usar a denominação ―Real‖ antes do nome, se transformando em Real Centro Português de Santos, por esse motivo, o rei foi homenageado como presidente-honorário da instituição.

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Uma Breve História do Centro

Português de Santos Nesta época, o então Real Centro Português localizava-se

numa modesta casa na Praça da República número 28, sendo apenas em 08 de outubro de 1900, sua sede transferida para seu atual endereço na Rua Amador Bueno esquina com a Rua Martim Afonso, local que era perfeito para o luxuoso edifício em estilo neomanuelino que foi construído por Antonio Domingues Pinto.

Em 1946, uma crise ocasionou que o seu caráter de Associação exclusivista para estrangeiros fosse perdendo todo o seu conteúdo e finalidade, fazendo com que este viesse a se tornar anacrônico. Dois anos antes, destitui sua denominação ―Real‖, voltando a se classificar apenas como Centro Português de Santos, estando até hoje, numa tentativa incessante de se reerguer e vivenciar novamente seus tempos de glória.

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Uma Breve História do Centro

Português de Santos

O Centro Cultural Português de Santos possui

quatro Salões no Centro histórico, porém apenas

dois se encontram dentro de sua sede: o Salão

Cerejeira e o Salão Nobre ou Camoniano

(Principal), além da Biblioteca. Os outros dois

salões ficam nos anexos ao lado do edifício

principal (sede): Salão-Teatro Julio Dantas e

Salão Alberto Ferreira dos Santos.

O edifício - sede faz parte juntamente com

outras duas edificações como exemplares

únicas do estilo neomanuelino no Brasil.

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Centro Português de SantosCentro Português em 1920

Centro Português -

Hoje

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Salão Cerejeira O Salão Cerejeira já ocupou diferentes serventias

antes de se transformar na sala de reuniões e galeria

dos presidentes como é utilizada atualmente.

Esta Sala já serviu de salão de jogos e de Sala das

Damas, onde ocorria conversas informais durantes os

bailes no Salão Camoniano.

Este salão recebeu o nome de Salão Cerejeira em

homenagem ao Cardeal Patriarca de Lisboa que

visitou o Centro Português em 1946.

Este salão é o primeiro local de recepção dos

visitantes ilustres a Associação.

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Acervo do Salão Cerejeira

Seu acervo em parte encontra-se guardado em armários e cristaleiras, estando exposto apenas algumas relíquias e a galeria de presidentes. Todo o acervo foi doado, as fotos dos presidentes foram tiradas a pedido do centro português, para um fotografo contratado.

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Acervo do Salão Cerejeira

As pupilas do Senhor Reitor de Julio Dinis

Os Lusíadas de Camões, a Bíblia dos argonautas portugueses .

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Obra de J. Carvalho

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Elementos do Acervo do Salão Cerejeira

Escrínio localizado na mesa de reuniões com terra extraída do Castelo de

Guimarães. Além das pedras do Promotório de Sagres de onde partiram as

primeiras caravelas.

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Detalhe do

Escrínio

Contém:

Terra retirada do castelo de Guimarães no dia 08-05-1947, pelo encarregado do mesmo castelo, Sargento Aposentado Sr. Ferreira, na presença de minha irmã Arminda e minha cunhada Maria da Graça Quaresma Herdade. A terra foi colhida logo à entrada principal, lado esquerdo, onde nasceu D. Afonso Henriques. Neste mesmo sítio estão colocadas as Catapultas (balas de Pedra).

(Carlos Herdade)

Texto escrito por Carlos

Herdade e colocado dentro

do escrínio junto com sua

doação.

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Salão Cerejeira e sua Galeria de

presidentes

A decoração de requinte que combina harmoniosamente com o edifício neomanuelista é o ambiente perfeito para expor o retrato dos presidentes que fizeram parte da história e evolução do Centro Cultural Português de Santos.

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Fica-me o coração aqui.

Dizeres da placa em homenagem ao Cardeal Cerejeira - Cardeal

Patriarca de Lisboa, datada de 05 de Setembro de 1946.

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Exemplos de retratos expostos no

Salão Cerejeira

Retrato do Rei

D. Carlos I

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Exemplos de retratos expostos no

Salão Cerejeira

Retrato do

Cardeal

Patriarca

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Uma relíquia que se

encontra no Salão

Cerejeira

O piano de cauda Steinway &

Sans de 1876, que fazia o

prelúdio musical no inicio das

festas realizadas no Centro

Português e que agradava

muito os convidados.

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Salão Camoniano O Salão Camoniano foi sem dúvida o motivo para a

tentativa mais audaciosa dos associados do Centro Português de Santos, na incursão em seu relacionamento com a Pátria – mãe.

Ele foi fundado em 1º de Dezembro, mas, ele iria ser inaugurado em 1911, tendo até sido convidado para esta inauguração o Rei D. Carlos I, que prontamente aceitou,porém, dois meses antes da inauguração, o rei foi assassinado e a inauguração adiada até 1913.

Em 3 de março de 1913, foi criado o Grêmio das Camélias que cuidou dos detalhes da inauguração do salão e promovia diversas atividades neste espaço.

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A decoração artística foi realizada pelos artistas

espanhóis internacionalmente reconhecidos Antonio

Fernandez e João Bernils e paga por Antonio

Pereira de Carvalho.

Este salão é uma obra de arte que representa a

alma portuguesa, é a glória do Centro Cultural

Português de Santos e uma das poucas expressões

de arte sobrevivente em nossa cidade que simboliza

o trabalho de permanência e memória da colônia e

nacionalidade portuguesa.

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O papel cultural e artístico do Salão

Camoniano na Cidade.

O Salão Camoniano já foi palco de diversos

momentos da sociedade santista e luso-brasileira em

diferentes épocas.Seu clima camoniano e poético era

propício para comemorações cívicas, saraus

literários, entre outras atividades socioculturais.

Podemos destacar como dois acontecimentos cívicos

que ocasionava grandes celebrações no Centro

Português de Santos, o dia de Camões, que tem

grande significado para a colônia portuguesa e, o Dia

da Restauração de Portugal e fundação da

Associação, que fundem o orgulho de ser luso-

brasileiro e de se sentir fazer parte da história.

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Grandes oradores já se pronunciaram neste salão como:

* Alberto Veiga

* Jaime Franco

* Dr. Raul Ribeiro Flórido

* Milton Teixeira

Quando um grande movimento literário e artístico formava-se em Santos, foi criado no Salão Camoniano a ―Hora Literária‖ e seus saraus, que contavam com presenças de ilustres poetas como:

* Rui Barbosa

* Martins Fontes

* Olavo Bilac e outros ilustres poetas santistas.

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Além dos saudosos bailes que agitaram a vida dos

jovens da cidade, como o Carnaval, o Baile Azul, a

Celebração da Eleição da Rainha e as Princesas do

Centro Português de Santos, bailes estes que iam

até o amanhecer.

Hoje, apenas ocorre as cerimônias tradicionais que

ainda foram preservadas pelos seus integrantes e

alguns jantares dançante, que mantém outra

tradição da associação: a de entrelaçamento das

famílias luso-brasileiras, para que seja mantido a

lusitanidade.

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O Acervo do Salão Camoniano

O Acervo do Salão Camoniano é rico em detalhes ecuriosidades, retratando épocas áureas e histórias da nossacidade. Todo o acervo foi doado por membros ou pela famíliadestes membros.

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Acervo do Salão Camoniano Cadeira em estilo imperial de

madeira araribá do norte, com acento de couro, onde está gravado em relevo o escudo de Portugal. Entalhada com detalhes delicados a cadeira ainda tem no encosto a coroa portuguesa e a esfera armilar. Esta cadeira foi encomendada para servir o Rei D. Carlos, em visita que faria ao Brasil.

Curiosidade: Ela foi destaque numa exposição em Portugal, em 1994, sobre os 500 anos dos descobrimentos.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela em óleo

(1,20x1,00) datada de

1887, retratando o Dr.

Manuel Homem

Bittencourt, sócio

fundador e presidente

perpétuo do Centro

Português.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela do pintor Comendador Rodrigues Soares (1,20x1,00), retratando o sócio benemérito Antonio dos Santos Coelho Germano.

Curiosidade: Esta tela percorreu o trajeto da Rua XV de Novembro acompanhada da Banda da Sociedade Colonial Portuguesa, com queima de fogos na sua chegada ao Centro Português, com vivas a Portugal e Brasil.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela do pintor

espanhol Antonio

Fernandez

(1,20x1,00), retratand

o Antonio

Domingues

Pinto, construtor que

terminou o edifício do

Centro Português de

Santos.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela do pintor Antonio

Fernandez

(1,20x1,00), retratand

o o sócio benemérito

Antonio Pereira de

Carvalho.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela do pintor

Charleaux, de

1953, retratando

Aristides Cabrera da

Cunha. Grande

benfeitor do Centro

Português de Santos

e da cidade. Recebeu

do Governo

Português a

Comenda da Ordem

do Cruzeiro do Sul.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela com o retrato de

Joaquim

Moreira, último

presidente do Real

Centro Português de

Santos. Curiosidade: Seu retrato foi

inaugurado no Centro

Português no 60º aniversário da

associação, seu quadro

encontrava-se envolto pela

antiga bandeira do Real Centro

Português de Santos.

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Acervo do Salão Camoniano

Tela do pintor espanhol Antonio Fernandez, retratando o casal Antonio Marques Bento de Souza e sua esposa Elisa Chambers Marques, sócios beneméritos.

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Acervo do Salão Camoniano

Restauração de Portugal e Morte de Miguel Vasconcelos, tela de Antonio Fernandez

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Acervo do Salão Camoniano

Mesa com entalhe do Símbolo Real

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Acervo do Salão Camoniano

Entre gente remota

edificaram.

Novo reino que tanto

Sublimaram.

Detalhe da Mesa - Símbolo Real

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Acervo do Salão Camoniano

Fundação de Portugal e Aclamação do rei Dom

Afonso Henriques, tela de Antonio Fernandez

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Acervo do Salão Camoniano

A Canhoneira Pátria, pintado por Benedito Calixto em 1905

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Acervo do Salão Camoniano

Obra em tributo a Camões fica logo na entrada do Salão Camoniano.

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Acervo do Salão Camoniano

Pedro Álvares Cabral Descobre o Brasil em 3 maio de 1500, tela de Antonio Fernandez

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Acervo do Salão Camoniano

Homenagem pintada por João Bérnils ao Grande

Benfeitor Antonio Ferreira de Carvalho.

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Acervo do Salão Camoniano

Homenagem pintada por João Bérnils aos arquitetos

que construíram o edifício do Centro Português:

Dr. João E. Ribeiro da Silva e Dr. Ernesto de Maya.

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― A mandado de Venus, a Fama vai

apregar às ninfas, o nome português‖.

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― A mandado de Venus, a Fama vai

apregar às ninfas, o nome português‖.

Canto IX. Est. XLV

Vão-na buscar, e mandam-na diante,

Que celebrando vá, com tuba clara,

Os louvores da gente navegante,

Mais do que nunca as de outrem

celebrava.

Já, murmurando, a Fama penetrante

Pelas fundas cavernas se espalhara;

Fala verdade, havida por verdade,

Que junto a deusa traz Credulidade.

A transcrição das estâncias está de acordo

com a edição do poema: “Os Lusíadas”,

Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição

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― Quem te trouxe a

estoutro mundo, tão longe

da sua pátria lusitana?‖.

Canto VII. Est. XXV

Em vendo o mensageiro, com jocundo

Rosto, como quem sabe a língua Hispana,

Lhe disse: "Quem te trouxe a estoutro

mundo, Tão longe da tua pátria Lusitana?"

— "Abrindo, lhe responde, o mar profundo,

Por onde nunca veio gente humana,

Vimos buscar do Indo a grão corrente,

Por onde a Lei divina se acrescente."

A transcrição das estâncias está de acordo

com a edição do poema: “Os Lusíadas”,

Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição

Page 45: Os salões do centro português

― Encontro do Rei de

Melinde com o Gama‖.

Canto II. Est. CI

Já no batel entrou do Capitão

O Rei, que nos seus braços o levava;

Ele coa cortesia, que a razão

(Por ser Rei) requeria, lhe falava.

C'umas mostras de espanto e admiração,

O Mouro o gesto e o modo lhe notava,

Como quem em mui grande estima tinha

Gente que de tão longe à índia vinha.

A transcrição das estâncias está de acordo

com a edição do poema: “Os Lusíadas”,

Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição

Page 46: Os salões do centro português

― Venus Favorável aos

Portugueses‖.

Canto I. Est. XXXIII

Sustentava contra ele Vênus bela,

Afeiçoada à gente Lusitana,

Por quantas qualidades via nela

Da antiga tão amada sua Romana;

Nos fortes corações, na grande estrela,

Que mostraram na terra Tingitana,

E na língua, na qual quando imagina,

Com pouca corrupção crê que é a Latina.

A transcrição das estâncias está de acordo

com a edição do poema: “Os Lusíadas”,

Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição

Page 47: Os salões do centro português

― Amores

desencontrados‖.Canto IX. Est. XXXIV

Destes tiros assim desordenados,

Que estes moços mal destros vão tirando,

Nascem amores mil desconcertados

Entre o povo ferido miserando;

E tamboril nos heróis de altos estados

Exemplos mil se vêem de amor nefando,

Qual o das moças Bíbli e Cinireia,

Um mancebo de Assíria, um de Judeia.

A transcrição das estâncias está de acordo

com a edição do poema: “Os Lusíadas”,

Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição

Page 48: Os salões do centro português

― Ficam retidos em terra

os dois feitores

Portugueses‖.

Canto IX. Est. I

Tiveram longamente na cidade,

Sem vender-se, a fazenda os dois feitores

Que os infiéis, por manha e falsidade,

Fazem que não lha comprem mercadores;

Que todo seu propósito e vontade

Era deter ali os descobridores

Da Índia tanto tempo, que viessem

De Meca as naus, que as suas

desfizessem.

A transcrição das estâncias está de acordo

com a edição do poema: “Os Lusíadas”,

Camões - Porto –Porto Editora – 5ª Edição

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Salão Teatro A História do Salão – teatro anda lado a lado com a

história de uma das Corporações Cênicas mais antigas do Estado de São Paulo, o Corpo Cênico do Centro Português de Santos, que perdurou por mais de meio século.

O Salão Teatro do Real Centro Português foi fundado em 12 de abril de 1908, período que o movimento teatral da associação estava em tal relevância que constava no projeto da sede social a construção de uma sala de espetáculos.

O Corpo Cênico Português teve o privilegio de encenar a peça ―Com amor não se brinca‖ do Dr. Epitácio Pessoa no Salão Teatro, além de obras de inúmeros autores renomados brasileiros e portugueses .

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O Salão foi alugado para a Empresa

Cinematográfica Hawai e a Empresa Cinema de

Santos em 04 de dezembro de 1979. O aluguel foi a

solução encontrada para as dificuldades financeiras

da Associação, dando fim a uma era de cultura

intensa. Sendo reavido em 1994, após uma intensa

ação judicial iniciada em 1989.

Hoje o Teatro encontra-se em estágio de reforma e

restauração sob a fiscalização do

CONDEPASA, pois desde 1989 ele estava servindo

como depósito.

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Salão Alberto Ferreira dos Santos Na Rua Amador Bueno nº190 ao lado do belo edifício

neomanuelino do Centro Cultural Português de Santos, hoje se localiza o Salão Alberto Ferreira dos Santos. Comprado por 54 contos de réis ( equivalente a 54 reais, hoje), para a ampliação da sede , na gestão de Joaquim Moreira, sendo espaço de suma importância para o futuro desenvolvimento social da associação.

Neste terreno foi construído um bar, mesas, cadeiras, cozinha funcional e ao ar livre um ―Jardim Grill‖, dando ao conjunto arquitetônico um ar romântico. Com canteiros circulares , no fundo do terreno um banco de pedra com uma parede com painel de azulejos portugueses representando o Castelo de Guimarães.

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Nele eram realizados festas e até apresentações

teatrais, proporcionando momentos de

descontração. Dentre as festas, destacava –se a

―Festa da Cereja‖ realizada em junho com cerejas

importadas de Portugal, onde seus associados

tinham o orgulho de terem sido os pioneiros a

realiza-la no Brasil.

O Salão Alberto Ferreira dos Santos, foi inaugurado

em 1985, com o objetivo de se tornar um espaço

para acolher melhor o público e trazer grandes

apresentações luso-brasileiras .

Page 54: Os salões do centro português

Hoje, o espaço encontra-se alugado para uma igreja

evangélica. O aluguel do espaço se deu pelo

mesmo motivo que outrora alugaram o Salão- Teatro

Julio Dantas, dificuldades financeiras, porém possui

um outro agravante, o espaço não interessa a

associação devido não ser histórico, por ter sido

construído e inaugurado nos anos 80 e por eles não

saberem como aproveitar o espaço de 800 m² que

vinha antes sendo usado como depósito.

Page 55: Os salões do centro português

Problemas encontrados no

Acervo

Desde a maneira de guardar e preservar o acervo até a falta de mediadores instruídos para a visitação do público são alguns dos problemas que encontrados.

Page 56: Os salões do centro português

Acervo sendo estocado de

forma inadequada

Troféus, Medalhas, Pratos e

outras homenagens recebidas

pelo Centro Português ao

longo de sua história

, encontram-se trancafiados e

amontoados em

cristaleiras, armários .

Page 57: Os salões do centro português

Acervo sendo estocado de

forma inadequada

Os livros e outros documentos

doados e adquiridos também

encontram-se trancafiados e

amontoados em

cristaleiras, armários .

Imagem da Biblioteca

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1895

Fundação do

Centro

Português de

SantosDocumento de 1895 referente a fundação, com o nome de todos os Sócios Iniciadores e Sócios Fundadores encontra-se no Salão Cerejeira, pendurado em um canto ao lado de um armário sem o devido destaque.

Há vários documentos importantes,expostos da mesma maneira,tornando–se imperceptíveis para o visitante.

Page 59: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Cerejeira

Este retrato é um ótimo

exemplo , já que sua

moldura original

despedaçando.

Page 60: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Cerejeira

O retrato do Rei D. Carlos

I sofre a falta de preparo

na conservação,

iniciando também sua

deterioração.

Page 61: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Cerejeira

Já este retrato encontra-se

desbotado.

Page 62: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Camoniano

Este retrato no Salão Camoniano, como os

Quadros do Salão Cerejeira também

necessita de restauro: sua moldura original

despedaçando.

Page 63: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Camoniano

E sua imagem está

apagando por causa do

tempo e a falta de estrutura

para sua preservação.

Page 64: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Camoniano

Este quadro pegou

umidade e está se

deteriorando.

Page 65: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Camoniano

Este quadro de Benedito Calixto está necessitando de restauro, hoje o quadro não se encontra com as cores vivas como antigamente

Page 66: Os salões do centro português

Molduras e quadros necessitando de

restauro no Salão Camoniano

O retrato de

Manuel Homem

Bittencourt, o

presidente

perpétuo, do

Centro Português,

também sofre com

a pegou umidade e

começa a se

deteriorar.

Page 67: Os salões do centro português

O Salão Alberto Ferreira dos Santos

O espaço encontra-se em reforma para a instalação de a igreja

evangélica do Bispo Valdomiro.

Page 68: Os salões do centro português

A importância desses salões para a

Cidade

Os Salões do Centro Cultural Português de Santos foram o palco de grandes acontecimentos em nossa cidade e inúmeras atividades ao longo dos anos. Hoje, suas principais atividades festivas são realizadas na sede que se localiza na Avenida Ana Costa, antiga sede da Sociedade União Portuguesa. Mas a importância dos salões ainda é visível em acontecimentos mais célebres documentados em jornais, revistas e na memória de associados ou pessoas que já frequentaram algum evento nessa Associação. Como os exemplos a seguir:

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Sites que falam

sobre os

Salões e o

Centro Cultural

Português.

http://santosterraadorada.blogspot.com.br/2008/12/centro-portugus-de-santos.html

http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos.php?cod=10

http://www.santos.sp.gov.br/turismo/centro/portugues.php

http://www.centroculturalportugues.com.br

Page 74: Os salões do centro português

Um patrimônio tombado pelo

CONDEPASA

O Centro Cultural Português

de Santos é um bem

tombado pelo CONDEPASA

no Livro Tombo 1, Insc.

37, folha

7, Proc.81965/2005-

28, Resolução 04/2005 de

15/09/2005.

Possui um projeto de

restauração , criado em 2003

pela arquiteta Jaqueline

Fernández Alves e aprovado

pelo mesmo órgão municipal.

Page 75: Os salões do centro português

Sugestões de ampliação da atuação do

bem junto a comunidade

Espelhando nos projetos de

mediação de alguns museus e

memoriais foi criado sugestões

para a ampliação da atuação do

bem junto a comunidade.

Page 76: Os salões do centro português

Sugestões de ampliação da atuação do bem junto a

comunidade e exemplos que deram certo.

• Diagnóstico museológico, que tem como objetivo identificar

dentro do acervo referências patrimoniais em diferentes

categorias , apontar possíveis dificuldades analisando recursos

humanos disponíveis, adequação do tema à realidade e

potencialidades do patrimônio local, estado de conservação dos

acervos identificados, entre outros itens, elencando ações em

curto, médio e longo prazo necessárias para a implantação do

museu;

• Programa museológico com conceito gerador, missão e

proposta de estrutura inicial do museu;

• Ficha catalográfica e catalogação dos itens identificados para o

acervo do museu, com indicação de procedimento e/ou recursos

necessários para aquisição;

• Laudo de conservação do acervo e plano preliminar de

higienização e de conservação preventiva do acervo executado;

Page 77: Os salões do centro português

Sugestões de ampliação da atuação do bem junto a

comunidade e exemplos que deram certo.

• Projetos de restauração porventura necessários ao acervo

museológico;

• Projeto de adaptação arquitetônica da edificação indicada para

sediar o museu (ou de construção de uma nova edificação, se

for o caso) e projeto de ocupação da edificação com a

distribuição das áreas de trabalho do Museu, onde sugerimos o

Salão Alberto Ferreira dos Santos que hoje encontra-se alugado;

• Projeto de climatização da edificação-sede do museu, de

acordo com as necessidades e possibilidades específicas deste

caso;

• Pré-projeto expo gráfico para a exposição de longa duração;

• Resgatar antigas atividades do Centro Cultural Português como

os Saraus, a Hora Literária e o Corpo Cênico Português;

• Disponibilizar cursos de artesanato e danças folclóricas

portuguesas para o público, além de outras atividades.

Page 78: Os salões do centro português

Centro Cultural

Marta Watts

O Centro Cultural Marta Watts é um ótimo exemplo de um espaço histórico que deu certo.

Nele funciona duas exposições permanentes: O Memorial das escolas metodistas e O Memorial piracicabano.

O Espaço que antigamente funcionava o Colégio Piracicabano tem parceria com a Universidade Metodista de Piracicaba para a manutenção, preservação, mediação cultural e cursos promovidos no espaço.

Sugestões de ampliação da atuação do bem junto a

comunidade e exemplos que deram certo.

Page 79: Os salões do centro português

A Casa de Espanã de Sorocaba é outro excelente exemplo, com o apoio da prefeitura e instituições locais foi possível a restauração do prédio de 1922, é um prédio tombado. Tem controle de temperatura e umidade, para obras de arte . O museu está instalado em uma das salas do prédio onde fica a sede da Casa de Espanha, na Vila Hortênsia, com aproximadamente 180 metros quadrados de área construída.

A intenção é que o museu não seja apenas de coisas, mas também de pessoas, que terão suas histórias registradas em vídeo, chamados de Memorial da Família Espanhola.

Page 80: Os salões do centro português

Museu da Imigração

JaponesaO Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil foi inaugurado em 18 junho de 1978, idealizado como a grande realização do 70º aniversário da imigração japonesa no Brasil.

Atualmente o MHIJB soma 1.592 m² de área expositiva, dividida em 3 andares: 7º, 8º e 9º andares, localizados no Edifício Bunkyo, dois andares foram construídos em 1978 e reúnem documentos e objetos que abrangem desde a assinatura do Tratado de Amizade Brasil/Japão (1895), a chegada dos primeiros imigrantes (1908), os núcleos coloniais (a partir de 1913), até a policultura.

O 9º andar, inaugurado em novembro de 2000, enfoca os 50 anos pós-guerra. Nele estão retratadas as mudanças da comunidade nikkei, a vinda das empresas japonesas, bem como a contribuição dos nipo-brasileiros para a sociedade brasileira.

Em outro andar (3º andar) estão localizados a biblioteca e o acervo, que somam mais de 5 mil objetos, 28 mil documentos escritos (entre diários, livros, jornais, revistas) e cerca de 10 mil fotos relacionadas aos imigrantes japoneses.

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Porque eles deram certo?Ambos os exemplos citados estão em conformidade com

a Política Nacional de Museus no que diz respeito a:

Democratização e acesso aos bens culturais;

Aprofundamento das relações entre o patrimônio cultural

preservado e a sociedade contemporânea;

Criação de uma política municipal de pesquisa, aquisição,

documentação, conservação e extroversão do patrimônio;

Enfoque na ação educativa e na relação com a

comunidade, compreendendo que as pessoas são os

principais ‗recursos‘ ( banco de saberes);

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Os Salões do Centro Cultural Português estão longe de voltar aostempos áureos que um dia tiveram, é complicado entender se omotivo do edifício estar sendo reformado apenas em pontos que aCONDEPASA fez algum tipo de crítica, tendo projetos de restauroaprovados pelo mesmo órgão público e que estão sendo utilizadoscomo a diretoria acha correto.

Será uma questão de Lusitanidade?

O fato é que o acervo dos seus salões estão se deteriorando a cadadia, infiltrações e umidade destruindo painéis, pinturas de paredes, tetos de mais de 100 anos, salões sendo alugados e, acervosdocumentais e literários sendo perdidos para as traças.

A Associação hoje insiste em ser considerada um centro de culturaapenas pelos ranchos folclóricos que possui e lançamentos delivros luso-brasileiros restritos a colônia portuguesa local.

Considerações Finais

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Sendo que a definição de Centro Cultural se estende amuito mais que simples quadrilhas, festas e roupastípicas. Além que a cultura e a História dessaAssociação e seus Salões se estende a toda acomunidade santista .

Mudanças na atuação destes salões e dessaassociação junto a comunidade,beneficiam ambos atodos - a Cidade que ganha mais cultura e mais umponto turístico com mediação e acesso ao grandepúblico e a colônia/associação que manterá sualusitanidade - basta tomar a iniciativa de buscarincentivos públicos, privados e da própria colônia luso-brasileira desta Cidade.

Considerações Finais

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Bibliografia

•Santos, Francisco Martins dos , “História de Santos”, Empresa Gráfica da ―Revista dos tribunais‖, São Paulo, 1937.

•Paul, Clotilde, “ Associação Portuguesa da Baixada Santista”, Coopag, CRL, Porto, 1986.

•Rodrigues, Olao, “ Cartilha da História de Santos”, Gráfica A tribuna – Jornal e Editora Ltda, Santos, 1980.

•Centro Cultural Português de Santos, “ Centro Português de Santos e seu centenário”, Santos, 1995.

•Salvadori, Maria Ângela Borges – “ A preservação do patrimônio histórico”, In: História, Ensino e Patrimônio,Junqueira & Marin, 2008.

•Choay, Françoise – “Monumento & Monumento Histórico”, In: A alegoria do patrimônio, Estação Liberdade : UNESP, 2006

•Funari, Pedro Paulo , “Patrimônio Histórico e Cultural”, Jorge Zahar

Jornais:

•―A Tribuna” - Jornal e Editora Ltda

•“Jornal do Centro Cultural Português de Santos” – Centro Cultural Português de Santos

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Sites visitados:

http://www.santos.sp.gov.br/turismo/centro/portugues.php

http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos.php?cod=10

http://santosterraadorada.blogspot.com.br/2008/12/centro-portugus-de-santos.html

http://www.centroculturalportugues.com.br

http://www.atribuna.com.br

http://www.novomilenio.inf.br

http://www.bunkyo.bunkyonet.org.br/

http://www.unimep.br/ccmw/

http://www.casadeespana.org.br/