Os saposEnfunando os papos,Saem da penumbra,Aos pulos, os sapos.A luz os delumbra.—Em ronco que a terra,Berra o sapo-boi:– “Meu pai foi à guerra!”– “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi”_O sapo-tanoeiroParnasiano aguado,Diz: — ” Meu cancioneiroÉ bem martelado

Os sapos Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte!  E nunca rimo Os termos cognatos. – O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de apoio. — Vai por cinquenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A formas a forma.

Os saposClame a sapariaEm críticas céticas:Não há mais poesia,Mas há artes poéticas…”–Urra o sapo-boi:– “Meu pai foi rei” — “Foi!”– “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”–Brada em um assomoO sapo-tanoeiro:– “A grande arte é comoLavor de joalheiro.

Os saposOu bem de estatutário.Tudo quanto é belo,Tudo quanto é vário,Canta no martelo.”–Outros, sapos-pipas (Um mal em si cabe),Falam pelas tripas:–”Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”–Longe dessa grita,Lá onde mais densaA noite infinitaVerte a sombra imensa;

Os saposLá, fugido ao mundo,Sem glória, sem fé,No perau profundoE solitário, é–Que soluças tu,Transido de frio,Sapo-cururuDa beira do rio…

Análise os saposSapo boi = RomânticoSapo tanoeiro = parnasianoSapo cururu = modernoSapos pipas = realismo

História da literatura brasileiraEm uma linha do tempo simplificada a

literatura brasileira pode ser resumida em:1°:Romantismo 2°:Realismo/ Naturalismo/ Parnasianismo3°:ModernismoEssa linha do tempo é resumida pelo poema e

demonstrada por meio dos saposDeixando um tom de curiosidade ao

modernismo, como promessa de um futuro literário promissor.

Sapo boiÉ a representação dos ideais românticos .Cria situações fantásticas e enfáticas (guerra

e o rei)E simboliza a loucura proveniente do choque

entre o mundo ideal romântico e o mundo real

Sapo tanoeiroO parnasianismo representado com rigidezA atenção a forma muito acima que ao

conteúdo

Sapo pipaDemonstra a preocupação do realismo em

analisar o caráter do homem.

Sapo cururuModernismo que é mostrado excluído aos

outros.Sem a ênfase românticaSem a rigidez da formaA diferença entre a exaltação parnasiana/

romântica e a simplicidade moderna

IntegrantesBruna LoboBruno pedrosaElisa GrossiJuliana Marcos BertoniRogério Ghiraldeli