OSCOT Relatório Anual de · Crimes Sexuais Gráficos 3.7 ... Direito, entende o OSCOT ......

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OSCOT

Relatório Anual de

Segurança

Outubro de

2008

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Índice

1 – Nota Introdutória ……………………………………………….….….. 04 2 – Avaliação da Situação Externa em Matéria de Segurança .. 05 3 – Avaliação da Situação Interna em Matéria de Segurança .. 10 4 – Considerações Finais ………………….……………….…………….. 24 5 – Anexos ……………………………………………………….…………….. 29

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Índice de quadros e gráficos

Gráficos 3.1 .……………………………………………………..........................…..….……. pag. 11 Portugal é um país seguro? Gráficos 3.2 ….……………………………….........................………………………………… pag. 12 Terrorismo Gráficos 3.3 . ……………………..…………………………..........................……………….. pag. 12 Criminalidade Organizada Gráficos 3.4 . ……………………………………..……..........................…………………….. pag. 13 Crime de Colarinho Branco Gráficos 3.5. …………………………………….........................…..…………………………. pag. 13 Criminalidade Violenta Gráficos 3.6 ……………......………………………........................…………………………. pag. 14 Crimes Sexuais Gráficos 3.7 ……………………………………….........................……………………………. pag. 15 Crimes contra o Património Gráfico 3.8 ………..……………............................…………………………………………… pag. 15 Sentimento de segurança face a diversos tipos de Criminalidade Gráfico 3.9 ….............................………………………………………..……………………. pag. 16 Entidades a Contactar Conforme o Tipo de incidente Gráfico 3.10 ….............................……………………………………………………….…… pag. 17 Confiança nas Forças de Segurança Gráfico 3.11 ………….………….......................………………………………………….…… pag. 18 Como agir em Situação de crise Gráfico 3.12 ………….……………………………………........................……………….…… pag. 19 Confiança nos Tribunais Gráfico 3.13 …… ………………………………………….......................……………….…… pag. 20 Papel da Diplomacia Gráfico 3.14 ….………………………………………………..........................………….…… pag. 21 Ordenamento do Território Gráfico 3.15 … …………………………………………......................……………….....…… pag. 22 Importância da NATO e da UE.

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1 – Nota Introdutória

Num momento em que a sociedade civil se deve, mais do que nunca,

constituir como uma força dinâmica ao serviço dos valores do Estado Social de

Direito, entende o OSCOT (Observatório de Segurança, Criminalidade

Organizada e Terrorismo) ser seu dever potenciar as valências que possui,

contribuindo com o que possa fornecer de melhor para um debate sério e

profícuo sobre a optimização dos recursos, identificando os obstáculos e as

possíveis oportunidades para uma melhor rentabilização dos meios.

Este Relatório tem assim o objectivo de se constituir como um

contributo isento para o aperfeiçoamento de uma Estratégia Nacional de

Segurança, centrada num desenvolvimento integrado, partindo de um conceito

amplo e muito actual de Segurança.

Importa afirmar que não se trata de um documento crítico, antes um

contributo dado com espírito de missão e ao serviço da mais nobre de todas as

causas: Portugal e a sua população.

Lisboa, 29 de Outubro de 2008

O Conselho Directivo do OSCOT

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2 – Avaliação da Situação Externa em Matéria

de Segurança

Encontramo-nos face a um novo capítulo de ameaças, em que a uma

nova forma de terrorismo, estruturado em rede, se vêm associar outras

realidades como sejam o reforço das redes de Criminalidade Organizada, a

proliferação das armas de destruição em massa e a facilidade de as obter no

mercado negro, os atentados ao ecossistema, a agressão cibernética, etc.

Ao mesmo tempo caiu-se na denominada guerra assimétrica, na qual

apesar da disparidade de forças existentes as grandes potências são atacadas

em casa por agressores invisíveis, que recorrem a operacionais que aí residiam

como cidadãos insuspeitos, o que sucedeu de facto em Nova Iorque,

Washington, Bali, Ankara, Madrid e Londres. Por tudo isto esbateram-se

bastante as diferenças entre Segurança e Defesa, crime e guerra, bem como

entre ameaça interna e externa.

Os Estados em geral, incluindo a maioria dos países árabes, vêem-se

forçados a redefinir os seus Conceitos Estratégicos de Defesa e Segurança, os

quais se tornam ainda mais simbióticos. Têm muitas vezes ainda a necessidade

de rever e reforçar a sua política de alianças e, forçosamente de abdicar de

alguma soberania face às organizações a que pertençam, de forma a

intensificar a sua segurança interna.

Pela mesma ordem de motivos vêem-se os Estados também na

necessidade de reformar o seu Direito Interno, com natural destaque para o

Direito Penal, mas sem descurar outros ramos como sejam a regulamentação

da imigração ou das entidades financeiras, só para dar alguns exemplos.

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Essa reforma do Direito Interno resulta do clima de insegurança que se

faz sentir actualmente um pouco por todo o Globo e da consequente

necessidade de prevenir e combater as “ameaças difusas” que têm como,

principal origem de preocupações a Al-Qaeda. Esse não é porém o único foco

de preocupações, também a Criminalidade Organizada tem vindo a conhecer

uma tremenda escalada, seja ao nível dos meios, seja ao nível da violência

imanada. As várias redes de tráfico, da Droga às Armas, conheceram na última

década novas variantes como o tráfico de pessoas (trabalhadores ilegais e

escravas sexuais) ou de órgãos, bem como uma proliferação das redes ligadas

à pedofilia.

Por fim, a Criminalidade Económico-Financeira atingiu dimensões

tremendas em sede de margem de lucros, e consequentemente de prejuízo

para a economia mundial. Dados do GAFI permitem apontar para um valor de

“economia paralela”, oriunda de todos estes ramos de actividade que equivalerá

a cerca de dez por cento do PIB Mundial. São valores que demonstram que a

actual economia de mercado tal como a conhecemos, nunca poderia subsistir

nos mesmos moldes sem os fluxos financeiros provenientes do branqueamento

de capitais dessas actividades ilícitas e que são injectadas na economia legal.

Em face destes elementos entendeu o OSCOT, na senda daqueles que

são os seus objectivos programáticos, cruzar a informação disponível em

matéria de segurança interna e auscultar a realidade nacional, tentando assim

perceber os resultados obtidos com a actual política criminal e de que forma

essa política corresponde às necessidades do país face a tais ameaças.

Não existe um conceito único de terrorismo. As dificuldades iniciam-se

com a ausência de consenso dos Estados no seio da Organização das Nações

Unidas sobre o que deverá ser considerado como movimento terrorista. Tal

dificuldade de definição jurídico-legal resulta da pretensa determinação política.

É de tal forma marcante o desentendimento no âmbito da ONU que mesmo na

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Resolução 1373, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em

28 de Setembro de 2001. A Decisão-Quadro 475/JAI/2002 do Conselho

Europeu, de 13 de Junho, veio definir infracção terrorista como “uma infracção

cometida intencionalmente por um indivíduo ou por um grupo contra um ou

mais países, as suas instituições ou a sua população, com o objectivo de os

intimidar e afectar gravemente ou destruir as suas estruturas políticas,

económicas ou sociais”.

Conforme o seu artigo 1º, nº 1: “Para efeitos da presente decisão-

quadro, entende-se por «grupo terrorista» a associação estruturada de duas ou

mais pessoas, que se mantém ao longo do tempo e actua de forma concertada,

com o objectivo de cometer infracções terroristas. O ordenamento jurídico

português por via da Lei 52/2004 de 22 de Agosto deu cumprimento à Decisão-

Quadro da UE, procedendo a alterações nos Códigos de Processo Penal e Penal,

sendo que este último contemplava até então no art. 300º o crime de

terrorismo, aí se considerando actos terroristas “os que visavam prejudicar os

interesses nacionais, alterar ou subverter o funcionamento das instituições do

Estado ou forçar a autoridade pública a praticar um acto, ou a abster-se de o

praticar, ou intimidar certas pessoas, grupo de pessoas ou a população em

geral”. Com a Lei 52/2004 adoptou-se o conceito da EU já enunciado. A estas

novas características devem acrescentar-se as de sempre: indiscriminação das

vítimas a atingir, generalização da violência, objectivo de liquidação,

desactivação ou retracção do inimigo predeterminado, ao mesmo tempo que se

procura paralisar a disponibilidade de reacção da população.

A criminalidade organizada é certamente a mais nefasta das formas de

crime e a mais prejudicial à sociedade no seu todo. Segundo o Grupo

Multidisciplinar sobre criminalidade organizada, da União Europeia, para que um

grupo de criminosos se enquadre no âmbito da criminalidade organizada deve

obedecer aos seguintes critérios:

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1. Colaboração entre mais de duas pessoas;

2. Em que são atribuídas tarefas específicas a cada um;

3. Durante um período de tempo suficientemente longo ou

indeterminado (este critério diz respeito à estabilidade e à duração (potencial)

da vida do grupo);

4. Com disciplina e controlo;

5. Suspeitos de cometerem infracções penais graves;

6. Agindo a nível internacional;

7. Recorrendo à violência ou a outros meios de intimidação;

8. Utilizando estruturas comerciais ou do tipo comercial;

9. Que se dediquem ao branqueamento de capitais;

10. Exercendo uma influência sobre o meio político, os media, a

administração pública, o poder judicial ou a economia;

11. Tendo como móbil o lucro e/ou o poder.

Está determinado que quatro (4) condições são obrigatórias (1, 3, 5 e

11) e que devem cumprir-se pelo menos mais duas (2).

Por seu turno, a criminalidade violenta engloba o conjunto de factos

ilícitos em que se atenta contra a vida e/ou a integridade física, e também

formas de subtracção com recurso à violência física e ou psíquica. Assim se

contemplam desde o homicídio às ofensas à integridade física, do rapto e

sequestro ao roubo e à extorsão, incluindo naturalmente o “carjaking”. Em

Portugal todos estes tipos de ilícitos estão tipificados no Código Penal. Trata-se

de um conjunto de ilícitos considerados como “delitos comuns”, ou seja que

não carecem de legislação autónoma para lhes dar resposta, contrariamente ao

que sucede por exemplo com a Droga ou o Terrorismo. O forte incremento

deste tipo de criminalidade no verão de 2008 levou o executivo a tomar

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medidas excepcionais de prevenção e combate ao fenómeno, nomeadamente

pela proposta de alteração do diploma que rege a utilização de armas de fogo e

pelo incremento de acções de polícia.

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3 – Avaliação da Situação Interna em Matéria

de Segurança

Neste capítulo caracteriza-se a realidade nacional, partindo dos

resultados obtidos nas sondagens encomendadas pelo OSCOT. O Observatório

procedeu a dois estudos de opinião, um em Março – mais abrangente – e um

segundo em Setembro, incidindo sobre as questões relacionadas com as

tipologias de crimes já focadas na primeira sondagem.

Portugal é um país Seguro?

Qual o nível de preocupação face às diversas realidades criminais?

A primeira conclusão a retirar dos resultados dos inquéritos de opinião é

que predomina no seio da população portuguesa um elevado sentimento de

segurança face às formas de criminalidade mais radical e/ou estruturada que

assolam o Mundo.

De facto, Portugal contínua a ser visto, como um país globalmente

seguro pela maioria dos portugueses. Atendendo à média das duas sondagens

realizadas temos que cerca de 44% dos inquiridos consideram-no

razoavelmente seguro, enquanto para cerca de 12% é mesmo muito seguro.

É a Norte que o item muito seguro atinge os seus valores máximos: 16%

na zona Norte na primeira sondagem – que caiu para 11,9% na segunda.

Curiosamente, no Centro onde se apresentam os valores mais baixos, ocorreu

uma ligeira subida do grau de confiança (não expressiva estatisticamente)

respectivamente 8% consideravam o país muito seguro na primeira e 10,2% na

segunda sondagem.

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Já no que respeita a ser razoavelmente seguro, o Sul com 50,7% da

primeira vez e 48,0% na segunda, destaca-se face às restantes áreas.

Destaque ainda para as Regiões Autónomas onde o sentimento de insegurança

é bem menor, com valores de 31,3% nos Açores e 26,7% na Madeira.

GRÁFICO 3.1 – PERCEPÇÃO DO GRAU DE SEGURANÇA

Resulta também das sondagens efectuadas que as grandes

preocupações dos portugueses se encontram focadas sobretudo com a

segurança física e patrimonial, passando de alguma forma ao lado das grandes

questões de Segurança e Defesa, como sejam as ameaças resultantes de

formas de criminalidade mais complexas. Em matéria de Terrorismo 92,2% na

primeira sondagem e 90% na segunda dos inquiridos consideram tratar-se de

um país seguro.

Muito Seguro 13%

Razoávelmente

Seguro

45%

Pouco Seguro

39%

NS/NR

3%

1ª sondagem Muito seguro 11

%

NS/NR 3%

Pouco seguro

43%

Razoavelmente seguro

43%

2ª sondagem

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GRÁFICO 3.2 – Novas Realidades Criminais - Terrorismo

Erro!

Em tipologias como a Criminalidade Organizada e Económico-Financeira

o aumento do sentimento de insegurança não é muito significativo da primeira

para a segunda sondagem, 88,3% e 85,8% respectivamente em matéria de

crime organizado e de criminalidade económica, continuavam a considerar

Portugal um País seguro, dos quais 77,0% no que respeita ao Crime

Organizado e 71,0% no que respeita à Criminalidade Económico-financeira,

consideram mesmo que Portugal é Muito seguro.

GRÁFICO 3.3 – Novas Realidades Criminais – Criminalidade Organizada

Muito Seguro 60%

Razoávelmente Seguro 20%

Pouco Seguro

16%

NS/NR 4%

2ª sondagem

Muito Seguro

75%

Razoávelmente

Seguro

15%

Pouco Seguro

6%

NS/NR

4% NS/NR 3%

Razoávelmente Seguro 12%

Pouco Seguro 5%

Muito Seguro 80%

1ª sondagem

Muito Seguro 77%

Razoávelmente Seguro 11%

Pouco Seguro 7%

NS/NR 5%

1ª sondagem

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Ainda no que respeita ao crime económico, verifica-se a existência de

pequenas variações negativas no índice de confiança entre as duas sondagens.

De facto em todas as áreas do país ocorreu um aumento dos valores do item

“pouco seguro” e descida do item “muito seguro” com 61,9% a considerar o

“país muito seguro”, quando na primeira sondagem eram 71%.

GRÁFICO 3.4 – Novas Realidades Criminais – Criminalidade Económico-

Financeira

A Criminalidade Violenta continua a não ter expressão, no que concerne

às preocupações dos portugueses. Efectivamente um universo de 90,8%

considerava, aquando da realização da primeira sondagem, o país seguro,

sendo que 93,5% dos entrevistados no Norte e 81,4% da Área Metropolitana

do Porto assim o defendiam.

GRÁFICO 3.5 – – Novas Realidades Criminais – Criminalidade Violenta

Erro!

Muito Seguro 70%

Razoávelmente Seguro 15%

Pouco Seguro 7%

NS/NR 8%

Muito Seguro

62%

Razoávelment

e Seguro

23%

Pouco Seguro

11%

NS/NR 4%

2ª sondagem

Razoávelmente

Seguro

9%

Pouco Seguro

7%

NS/NR

3%

Muito Seguro 81

%

1ª sondagem

Pouco Seguro

24%

NS/NR

4%

Muito Seguro

54%

Razoávelment

e Seguro 18%

2ª sondagem

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Já na sondagem realizada em Setembro os valores alteram-se com uma

expressiva quebra de confiança, apenas 71,7 consideram agora o país seguro,

sendo que apenas 53,7% o consideram muito seguro, quando eram 81,9% na

primeira sondagem. Provavelmente como consequência da vaga de crimes ali

ocorrida, é na AM Porto que se regista o valor mais elevado de insegurança,

com 17,1% dos inquiridos a considerar o país “pouco seguro” na primeira

sondagem e subindo aos 31,4% na segunda sondagem.

Relativamente aos Crimes Sexuais, 88,3% dos entrevistados na primeira

sondagem e 84,5% na segunda, consideram o país seguro, sendo que 77,7%

foram mesmo ao ponto de o considerar muito seguro na primeira sondagem.

Esse valor que caiu significativamente na segunda sondagem, para os 64,3%.

GRÁFICO 3.6 – – Novas Realidades Criminais – Crimes Sexuais

Por fim, os Crimes contra o Património, o tipo de crime que revela

maiores índices de insegurança na primeira sondagem efectuada, com 11,1%

dos inquiridos a considerarem o país pouco seguro. Ainda assim 83%

consideraram o país seguro na primeira sondagem, em que 61,6%

consideravam-no mesmo muito seguro. Na sondagem de Setembro os valores

alteram-se, com apenas 56,8% a considerarem o país muito seguro e 15,3% a

Razoávelmente Seguro 11%

Pouco Seguro 9%

NS/NR 3%

Muito Seguro 77%

1ª sondagem

2ª sondagem

Muito Seguro 65%

20%

Pouco Seguro 12%

NS/NR 3%

Razoavelmente Seguro

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considerarem-no pouco seguro. É na AM Lisboa que as pessoas se sentem mais

seguras, 70% dos inquiridos na primeira sondagem e 65,1% na segunda,

sendo na Região Norte que se sentem menos seguras, 17% e 22,9%

respectivamente, das respostas.

GRÁFICO 3.7 – – Novas Realidades Criminais – Crimes contra o Património

Resumindo, e conforme os quadros que seguem, o sentimento de

insegurança dos portugueses prende-se sobretudo com a criminalidade contra

as pessoas e o património, revelando menor preocupação com a criminalidade

mais estruturada.

GRÁFICO 3.8 – Sentimento de segurança face a diversos tipos de

Criminalidade

Pouco Seguro 11

%

NS/NR 6%

Razoávelmente Seguro 21%

Muito Seguro 62%

Muito Seguro 57

% Razoavelmente Seguro 23%

Pouco Seguro 15

%

NS/NR 5%

1ª Sondagem

Terrorismo

Cr. Organizado

Cr. Contra Patrimonio

Cr. Sexuais Cr. Violenta

Cr. Ecº Finac. 80,50% 77,00% 71,00%

81,90% 77,70%

61,60%

11,70% 11,30%

14,80%

8,90% 10,60%

21,40%

4,70% 6,90%

6,60% 6,70% 8,70%

11,10%

3,10% 4,80% 7,60% 2,50% 3,00% 5,90%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

%

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A sondagem realizada pelo OSCOT revela, em matéria de conhecimento

por parte da população sobre as entidades que zelam pela segurança nacional,

que o país se encontra dividido, 52% dos inquiridos afirma conhecer tais

entidades, porém 48% afirmam desconhecer quem elas sejam. É na região Sul

que se regista um maior conhecimento, 64,7%, sendo que nos Açores se

verifica o menor conhecimento, 56,2%. Já no que concerne ao conhecimento

das entidades a contactar em conformidade com o tipo de incidente que ocorra,

56,8% afirmam saber e 33,7% desconhecem.

GRÁFICO 3.9 – Entidades a Contactar Conforme o Tipo de incidente

61,10% 61,90% 53,70%

64,30% 56,80%

19,80% 22,70%

18,00%

20,20%

23,20%

15,60% 11,30%

24,00%

12,40% 15,30%

3,50% 4,10% 4,30% 3,10%

4,70%

74,60%

15,40%

6,30% 3,70%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

P5 P5B P5C P5D P5E P5F

% 2ª Sondagem

SIM 56%

NÃO 34%

NS/NR 10%

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Confiança na eficácia das Forças de Segurança?

Conforme dados da sondagem, no que diz respeito à confiança na

eficácia das Forças de Segurança, 58,7% confiam nas nossas Forças de

Segurança enquanto 41,3 não confia. É na AM Porto que se verificam os

maiores índices de confiança, com valores de 71,4%. Por sua vez a região

centro, onde ocorre uma expressiva percentagem de crimes contra as pessoas

e/ou o património, apresenta os menores índices de confiança, 48,7% não

confiam.

GRÁFICO 3.10 – Confiança na Eficácia das Forças de Segurança

Os motivos que levam a não confiar, dentro do universo de 41,3% que

não confiam, oscilam entre o “sentimento generalizado”, 49,2% e “um

problema pessoal que nunca foi resolvido”, 26,5%. É na AM Porto que se

verifica a maior percentagem de justificação para a não confiança nas FS

“sentimento generalizado”, 68,3%. Sendo que é nos Açores que se verifica a

maior taxa de descontentamento, 40,0% teve “um problema pessoal que nunca

foi resolvido”.

Sim 59%

Não 41%

Outros 8%

Sentimento Generalizado 20%

NS/NR 2%

Problema não resolvido

11%

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Como agir em situação de crise?

As situações de crise podem ter causas naturais ou humanas, e podem

ser de género tão diversificado como uma catástrofe natural, um acidente

aéreo ou um atentado com armas químicas, mobilizando um conjunto de

entidades diversas que deverão actuar de forma concertada e integrada.

Relativamente à forma como deverão actuar face a uma situação de crise 52%

afirmam saber como actuar enquanto 39% desconhecem. É nas Regiões

Autónomas que se revelam as maiores percentagens de conhecimentos sobre a

forma de actuação nesse tipo de situação – o que se explicará pela maior

concentração dos meios de resposta bem como pela frequência com que

ocorrem situações de alarme ocasionados por causas naturais –

respectivamente com 70% e 68,8%, seguindo-se a AM Lisboa com 60,6%.

GRÁFICO 3.11 – Como Agir em Situação de Crise

Grau de confiança que atribui ao funcionamento dos Tribunais para a

garantia da Segurança Nacional?

No que respeita ao grau de confiança no funcionamento dos Tribunais

para a garantia da Segurança Nacional o universo dos entrevistados tende

Sim

52% Não

39%

NS/NR

9%

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esmagadoramente para atribuir o mínimo de confiança, efectivamente um

universo de 79,3% considera pouco ou nada fiável, respectivamente 58,8% e

20,5%, o resultado da actuação dos Tribunais para a garantia da Segurança

Nacional. Apenas 12,5% dos participantes consideram que contribui muito para

essa garantia, sendo que os maiores índices de confiança verificam-se nas

Regiões Autónomas, ambas na casa dos 30%.

GRÁFICO 3.12 – Grau de Confiança no Funcionamento dos Tribunais

Papel atribuído à diplomacia nacional na garantia da nossa

Segurança?

No que concerne ao papel atribuído pelos inquiridos à Diplomacia

nacional na garantia da Segurança apenas 23,5% consideram que tem um

papel relevante, sendo que 44% consideram o seu papel pouco relevante e

16,7% consideram mesmo que não tem nenhuma relevância. É na RA dos

Açores que se verifica o maior grau de confiança, 43,8%, o que seguramente

se justifica pela expressiva comunidade residente no estrangeiro. Já a AM Porto

concentra a maior percentagem de indivíduos que consideram esse papel pouco

Muita Confiança 13%

Pouca Confiança 58%

Nenhuma Confiaça

21%

NS/NR

8%

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relevante, 67,2%, existe mesmo uma percentagem de 23% de inquiridos na

Zona Norte que consideram não ter a mesma qualquer relevância.

GRÁFICO 3.13 – Papel atribuído à diplomacia nacional na garantia da nossa

Segurança?

O ordenamento do território contribui de alguma forma para a

Segurança de Portugal?

Um correcto ordenamento do território é essencial para a segurança do

território nacional e das suas comunidades. Por um lado, há que proteger a

natureza e o ambiente, respeitando a geografia existente e intervindo de modo

inteligente e responsável, pois, de outro modo, podem ser cometidos erros

perigosos de consequências irreversíveis para o território e suas populações

(como maus exemplos existem as urbanizações sobre a costa nomeadamente,

a algarvia, a construção nas encostas das linhas de água, a falta de respeito

pelos cursos de água e zonas molhadas, o abater de árvores em encostas cuja

existência dava estabilidade aos terrenos evitando trágicas derrocadas, a

exploração indisciplinada das areias nos leitos dos cursos e água, etç); por

Pouco Relevante 44%

Nenhuma

Relevancia

17%

NS/NR 15% Muito Relevante

24%

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outro, o correcto ordenamento dos aglomerados urbanos também deve garantir

a Segurança pelo evitar da criação de guetos, possibilitando uma natural

integração das várias comunidades, ao mesmo tempo que tem de facilitar os

movimentos das diferentes Forças de Segurança e dos Bombeiros, em caso de

necessidade.

Este tipo de responsabilidade não pode ser deixado ao critério de 308

diferentes autarquias; têm de ser definidas regras gerais pelo Governo para

todo o País, que depois serão cumpridas de modo descentralizado por cada

autarquia. Alguns graves erros feitos até hoje parecem não admitir outro tipo

de procedimento.

Curiosamente, verifica-se que, no entender do público, o Ordenamento

do Território contribui de forma significativa para a Segurança Nacional. Os

resultados estão bastante divididos, sendo que 42,1% consideram que sim,

37,2% consideram que não e 20,7% não sabem ou não respondem. É na AM

Lisboa que existe a maior percentagem de respostas positivas, 48,9% e na AM

Porto que existe o maior número de respostas negativas, 51,9%. É no Sul, aliás

como em praticamente todas as questões, que existe o maior grau de ausência

de resposta, 28,3%.

GRÁFICO 3.14 – Ordenamento do Território

Sim

42%

Não 37%

NS/NR

21%

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Importância atribuída à Nato na Segurança de Portugal?

Relativamente à importância atribuída à NATO na Segurança de Portugal

30,3% dos entrevistados atribuem-lhe muita importância, 42,3% atribuem-lhe

pouca importância e 8,7% não lhe atribui qualquer importância.

Não deixa de ser significativo que 18,7% dos inquiridos não saiba ou não

responda a esta questão. São as RA que atribuem maior relevância ao papel da

NATO, 54,2% nos Açores e 50% na Madeira. Já a Região Sul atribui a menor

relevância, com 26,4%.

Importância atribuída à União Europeia na Segurança de Portugal?

Importa referir que, no que respeita ao papel da União Europeia para a

Segurança de Portugal 30,7% dos entrevistados considera-o muito relevante,

44,3% atribui-lhe pouca relevância e 10,8% não lhe atribui qualquer papel.

Também aqui a percentagem dos que não sabem ou não respondem é

expressiva, 14,2%. Mais uma vez são as RA que atribuem maior relevância ao

papel da UE, 52,1% nos Açores e 48,3% na Madeira, repetindo-se o cenário de

o Sul ser a Região que menor importância atribui, 19,9%.

GRÁFICO 3.15 – Importância atribuída à NATO e à U.E. na Segurança

Nacional

30,30%

42,30%

8,70%

18,70% 14,20%

30,70%

44,30%

10,80%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

NATO UE

%

Muito Importante

Pouco Importante

Nenhuma Importância

NS/NR

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Pelas respostas dadas, retira-se a conclusão que a população consultada

não diferencia a NATO (Aliança de Segurança e Defesa) da União Europeia

(Associação política, económica e cultural, a que se juntou nos últimos anos a

componente da Segurança).

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4 – Considerações Finais

Não existe paz, progresso e desenvolvimento sem Segurança. Nas

sociedades contemporâneas, globalizadas e de risco, a segurança não é um

dado adquirido: tem de ser trabalhada e construída diariamente. Uma alteração

contemporânea no paradigma da criminalidade e de alguns comportamentos de

risco tornam a necessidade desta construção inteligente e diária.

A globalização (com uma muito maior circulação de pessoas e uma

enorme assimetria demográfica e económica) e a integração europeia (com um

Espaço Schengen de difícil gestão), com tudo quanto trazem de bom e de mau,

não esquecendo o domínio avassalador da tecnologia e da sua divulgação são,

justamente, dois dos factores que explicam essa alteração de paradigma

securitário que tem como corolário uma criminalidade mais globalizada.

Por outro lado, o paradigma da Segurança e Defesa também se alterou,

existindo uma componente externa da Segurança Interna e uma componente

interna da Segurança Externa, o que significa que estas duas componentes

tradicionais se sobrepõem, não mais podendo ser tratadas separadamente.

Em consequência, quem quer que esteja encarregue de lidar com

questões de Segurança tem de conhecer o novo paradigma e actuar de acordo

com as novas regras, pois de outro modo será sempre ultrapassado pelos

acontecimentos e as suas medidas podem não ser as mais adequadas.

Vem a propósito lembrar que a ONU, a NATO e a UE são unânimes ao

considerar que as maiores ameaças que se põem aos Estados e às sociedades

são as armas de destruição em massa, o terrorismo transnacional e a

criminalidade organizada. O Conceito Estratégico de Defesa Nacional português

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de Janeiro de 2003 também está nesta linha. Destas ameaças, aquela que está

mais perto e visível é a criminalidade organizada e a violenta.

O OSCOT trabalhou este Relatório e encomendou as sondagens que lhe

servem de apoio dado que, como a questão da Segurança é muito alargada não

se resumindo às actividades das Forças de Segurança dependentes do MAI,

resolveu o OSCOT realizar duas sondagens em que foram incluídas perguntas

desde a cooperação internacional até ao ordenamento territorial. Este tópico é

uma das maiores fragilidades deste país, como se constata durante as épocas

de grandes incêndios e também de grandes chuvadas. Nele também se pode

incluir uma política de realojamento inadequada, criando verdadeiras “bolsas”

de Insegurança e cujos resultados estão à vista.

Nas respostas às perguntas das duas sondagens é de salientar o

sentimento de segurança existente na maioria dos cidadãos, a confiança

existente nas Forças de Segurança (FS), a falta de confiança nos Tribunais, o

desconhecimento da importância da cooperação internacional para a

segurança, e o valor que é dado por uma elevada percentagem de respostas a

um bom ordenamento territorial.

É claro que no fim da linha, a jusante de tudo, estão as FS e são elas

que têm de actuar quando tudo o resto falhou.

No ano corrente, o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2007

apresentou resultados estatísticos positivos comparados com anos anteriores,

mas esta abordagem, se bem que indispensável, deve ser apenas um apoio e

não um fim em si mesmo. O MAI, avisadamente em nossa opinião, tem por via

de regra sempre insistido na definição de medidas de médio e longo prazo, bem

como na actuação por antecipação. Mas mesmo com uma boa Direcção Política

e com bons Comandos e Direcções nas FS, por vezes ainda são os factos que

dominam.

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Nesta linha, consideramos positivo que o MAI tenha anunciado, em

Março, um conjunto de 15 Medidas Estratégicas, que darão o enquadramento

às acções que entretanto estão a ser tomadas, além de terem sido

desencadeadas operações de antecipação em zonas problemáticas e iniciado

um processo de protocolos com as Autarquias interessadas num trabalho

orientado para as questões locais mais preocupantes. Recorda-se, a este

propósito, que o envolvimento das Autarquias – designadamente através da

assinatura dos Contratos Locais de Segurança – é uma dimensão fundamental

para uma política de segurança integrada e eficaz, próxima das verdadeiras

preocupações das nossas Comunidades.

O presente Relatório inclui aspectos positivos e outros negativos, mas

crê-se ser possível inverter a tendência crescente da violência desde que sejam

tomadas as medidas necessárias. Mesmo os Tribunais que aparecem mal

tratados nesta sondagem, independentemente dos seus problemas próprios,

têm de julgar com as leis que existem. Tal significa que os legisladores não

podem ficar de fora deste processo que é nacional.

Crê-se que um dos maiores problemas que afecta toda a nossa

Administração Pública e vida social tem uma origem histórica, ainda não

ultrapassada: o pecado do trabalho em compartimentos separados, aquilo que

alguém já chamou o sindroma dos “cilindros estanques”. Ora, no mundo de

hoje e na área da Grande Segurança, não se pode trabalhar assim.

Definitivamente, é algo que é urgente corrigir.

Importa ter presente que Portugal está na fronteira da UE com a África e

com a América do Sul de onde provêm muitas actividades de crime organizado,

como o tráfico de drogas, de armas, de pessoas (imigração e prostituição), de

lavagem de dinheiro. Esta circunstância geográfica deve, em nosso entender,

ter como consequência natural que todo a nossa estrutura de luta contra o

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crime seja reorganizada de modo célere e eficaz, sem pôr em causa os direitos,

liberdades e garantias outorgados pela nossa Constituição. Por outro lado,

importa referir que situações graves de recessão económica potenciam o

aumento da criminalidade, incluindo a criminalidade violenta.

Considera o OSCOT que é possível fazer melhor para ultrapassar sinais

mais graves de criminalidade e de violência, desde que se verifiquem seis

pressupostos:

1- A actuação do legislador seja adequada à realidade e não se fique

apenas pelas Leis de Bases. Estas têm de ser regulamentadas em tempo

útil e a arquitectura estratégica, estrutural e operacional da Segurança e

Defesa têm de ser pensadas como um todo, com uma coordenação

eficaz.

2- As informações fluam naturalmente entre aqueles que dela precisam,

sendo premente ultrapassar bloqueios institucionais e,

concomitantemente, criar incentivos para essa partilha de informação. O

mesmo se aplica no respeitante a Bases de Dados integradas, de modo a

poderem ser utilizadas por qualquer das entidades com

responsabilidades nos diferentes processos.

3- As Forças de Segurança possam actuar também por antecipação, de

acordo com as informações disponíveis e existam Regras de

Empenhamento claras para os seus Agentes, a fim de que conheçam

bem o quadro legal e de actuação em que se movem. Isto exige a

responsabilização do Poder Político e dos seus Comandos e Direcções,

que terá de ser assumida com naturalidade e sentido de dever.

4- Apesar da previsão constante do artigo 35º da Lei de Segurança Interna,

exista um quadro legal que permita em situações de grande gravidade e

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devidamente tipificadas, a actuação das Forças Armadas em reforço das

Forças de Segurança. Face à legislação existente, terá de ser revista a

Lei 29/82 (Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas) o que no

paradigma actual da Segurança e Defesa tem grande urgência. Estas

situações estão previstas nos países da UE e o Professor Freitas do

Amaral, Relator daquela Lei, já, há cerca de cinco anos, reconheceu que

estava desactualizada.

5- A Investigação Criminal, o Ministério Público e os Tribunais disponham

dos meios, materiais, humanos e processuais necessários para actuar

com eficácia e em tempo útil.

6- As regras processuais, no estrito cumprimento do quadro fundamental

do estado de Direito, permitam que os Tribunais tenham uma acção

mais eficaz, tomando decisões que punam os culpados, ajudando à

dissuasão e evitando o “sentimento de impunidade” que provoca o efeito

de mimetismo para os eventuais criminosos, com consequências nocivas

para o sentimento de insegurança subjectiva das populações e

comunidades.

Embora esta seja uma abordagem simples e linear, reconhecemos que a

sua completa concretização não é simples, nem rápida. Por isso, sublinhando e

respeitando todo o esforço reformista que tem vindo a ser desenvolvido pelo

actual Governo, consideramos que é necessário ir mais longe e com energias

renovadas, qualquer que seja o Governo que esteja em funções.

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5 - Anexos

Apresentam-se de seguida as Fichas Técnicas das 2 Sondagens de

Opinião realizadas em Março e Setembro. Os universos são diferentes, pelo que

eventuais comparações entre dados devem ter em esse aspecto consideração.

FICHA TÉCNICA 1

Estudo de Opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A., de 28 de Fevereiro a 06 de Março

de 2008.

Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores seleccionados e supervisionados,

entre as 19 horas e as 22 horas.

O Universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental, e nas

Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, e habitando em lares com telefone da rede fixa.

A amostra foi estratificada por Região (Norte – 19,7%; A.M. do Porto – 13,8%; Centro –

27,0%; A.M. de Lisboa – 23,6%; Sul – 8,9%; R.A. dos Açores – 3,1%; R.A. da Madeira –

3,9%), num total de 1.525 entrevistas validadas.

Foram efectuadas 1.948 tentativas de entrevista e, destas, 423 (21,7%) não aceitaram

colaborar no Estudo de Opinião. Foram validadas 1.525 entrevistas, correspondendo a

78,3% das tentativas realizadas.

A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado

familiar, o elemento que fez anos há menos tempo.

Desta forma aleatória resultou, em termos de sexo, (Feminino – 49,0%; Masculino –

51,0%) e, no que concerne à faixa etária, (dos 18 aos 25 anos – 15,1%; dos 26 aos 35 –

19,9%; dos 36 aos 45 – 19,0%; dos 46 aos 59 – 21,8%; com 60 anos ou mais – 24,2%).

O erro máximo da Amostra é de 2,51%, para um grau de probabilidade de 95,0%.

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FICHA TÉCNICA 2

Estudo de Opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A., 29 de Agosto, 01 e 02 de Setembro

de 2008.

Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores seleccionados e supervisionados,

entre as 19 horas e as 22 horas.

O Universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental, e

habitando em lares com telefone da rede fixa.

A amostra foi estratificada por Região (Norte – 20,8%; A.M. do Porto – 14,7%; Centro –

28,0%; A.M. de Lisboa – 26,6%; Sul – 9,9%, num total de 1.010 entrevistas validadas.

Foram efectuadas 1.233 tentativas de entrevista e, destas, 223 (18,1%) não aceitaram

colaborar no Estudo de Opinião. Foram validadas 1.010 entrevistas, correspondendo a

81,9% das tentativas realizadas.

A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado

familiar, o elemento que fez anos há menos tempo.

Desta forma aleatória resultou, em termos de sexo, (Feminino – 52,0%; Masculino –

48,0%) e, no que concerne à faixa etária, (dos 18 aos 25 anos – 15,8%; dos 26 aos 35 –

18,9%; dos 36 aos 45 – 18,7%; dos 46 aos 59 – 22,0%; com 60 anos ou mais – 24,6%).

O erro máximo da Amostra é de 3,08%, para um grau de probabilidade de 95,0%.