Osteologia Teorico

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Osteologia O Esqueleto A função mais importante do esqueleto é sustentar a totalidade do corpo e dar-lhe forma. Torna possível a locomoção ao fornecer ao organismo material duro e consistente, que sustenta os tecidos brandos contra a força da gravidade e onde estão inseridos os músculos, que lhe permitem erguer-se do chão e mover-se sobre sua superfície. O sistema ósseo também protege os órgãos internos (cérebro, pulmões, coração) dos traumatismos do exterior. O esqueleto é composto por ossos, ligamentos e tendões. O esqueleto humano é formado por 203 ou 204 ossos e se divide em cabeça, tronco e membros. Na face os ossos são: maxilares, zigomáticos, nasais, e a mandíbula, único osso móvel da cabeça que serve para a mastigação. Em continuação do crânio está a coluna vertebral, que é formada por vértebras. As vértebras são uma série de anéis colocados de maneira que o orifício central de cada uma corresponda com o do superior e o do inferior, de tal maneira que no centro da coluna vertebral existe uma espécie de conduto, pelo qual passa a medula espinal, órgão nervoso de fundamental importância. A articulação que se interpõe entre uma vértebra e a vértebra seguinte permite a mobilidade de toda a coluna vertebral, garantindo a esta a máxima resistência aos traumas. Entre uma vértebra e outra existem os discos cartilaginosos que servem para aumentar a elasticidade do conjunto e atenuar os efeitos de eventuais lições. As vértebras são 33 e não são todas iguais; as inferiores têm maior tamanho porque devem ser mais resistentes para realizar um trabalho maior. As primeiras 7 (sete) vértebras se denominam cervicais; a primeira se chama atlas e a segunda áxis. Em continuação das cervicais estão 12 vértebras dorsais que continuam através das costelas e se unem ao esterno, fechando a caixa torácica mediante as cartilagens costais, protegendo os órgãos contidos no tórax: coração, pulmões, brônquios, esôfago e grandes vasos. A coluna vertebral continua com as 5 vértebras lombares. A estas, seguem-se outras 5 vértebras soldadas entre si, que formam o osso sacro e, por último, as 4 ou 5 rudimentares, quase sempre soldadas entre si, que tomam o nome de cóccix ou osso caudal. Os ossos dos membros superiores começam com o ombro formado pela cintura escapular, de forma triangular, plana, e pela clavícula situada em frente da anterior, que é longa e curvada. A articulação do ombro é bastante móvel, o que permite mover o braço em todas as direções; esta articulação junto com a do quadril é uma das mais importantes no corpo humano. O osso do braço é o úmero, longo e robusto; o antebraço é formado pelos ossos: rádio e ulna (cúbito). O rádio termina no cotovelo com a articulação e a ulna (cúbito). Com os dois ossos do antebraço, se articula na sua parte inferior a mão, que é formada por uma série de 13 ossos pequenos; 8 são chamados ossos do carpo (são os que formam o punho); 5 denominados metacarpos e que correspondem à superfície dorso-palmar da mão. Os dedos da mão estão formados pela primeira, segunda e terceira falanges (o polegar tem só dois). Os membros inferiores estão unidos ao osso sacro por meio de um sistema de ossos que são denominados cintura pélvica ou pélvis, que é formada pela fusão de três ossos: íleo, ísquio e púbis. Com a pélvis se articula o fêmur, osso do quadril que é o mais longo e mais robusto de todo o corpo. Na sua parte inferior o fêmur se une à tíbia e à fíbula (perônio), que são os dois ossos da perna. Esta união tem lugar na articulação do joelho, do qual forma parte a patela (rótula) e os meniscos (dois discos cartilaginosos cuja ruptura é muito freqüente em alguns esportistas). Interpostos entre os côndilos femorais, a tíbia e a fíbula (perônio). Por último, aos ossos da perna se articulam com os do pé: o calcâneo, o astrágalo, os ossos metatarsos, os dos 23

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Osteologia

O Esqueleto

A função mais importante doesqueleto é sustentar a totalidade docorpo e dar-lhe forma.

Torna possível a locomoção aofornecer ao organismo material duro econsistente, que sustenta os tecidosbrandos contra a força da gravidade eonde estão inseridos os músculos, que lhepermitem erguer-se do chão e mover-sesobre sua superfície.

O sistema ósseo tambémprotege os órgãos internos (cérebro,pulmões, coração) dos traumatismos doexterior.

O esqueleto é composto porossos, ligamentos e tendões. O esqueletohumano é formado por 203 ou 204 ossose se divide em cabeça, tronco emembros.

Na face os ossos são: maxilares,zigomáticos, nasais, e a mandíbula, únicoosso móvel da cabeça que serve para amastigação. Em continuação do crânioestá a coluna vertebral, que é formadapor vértebras. As vértebras são uma sériede anéis colocados de maneira que oorifício central de cada uma correspondacom o do superior e o do inferior, de talmaneira que no centro da colunavertebral existe uma espécie de conduto,pelo qual passa a medula espinal, órgãonervoso de fundamental importância.

A articulação que se interpõeentre uma vértebra e a vértebra seguintepermite a mobilidade de toda a colunavertebral, garantindo a esta a máximaresistência aos traumas. Entre umavértebra e outra existem os discoscartilaginosos que servem para aumentara elasticidade do conjunto e atenuar osefeitos de eventuais lições.

As vértebras são 33 e não sãotodas iguais; as inferiores têm maiortamanho porque devem ser maisresistentes para realizar um trabalhomaior. As primeiras 7 (sete) vértebras se

denominam cervicais; a primeira sechama atlas e a segunda áxis.

Em continuação das cervicaisestão 12 vértebras dorsais que continuamatravés das costelas e se unem aoesterno, fechando a caixa torácicamediante as cartilagens costais,protegendo os órgãos contidos no tórax:coração, pulmões, brônquios, esôfago egrandes vasos.

A coluna vertebral continua comas 5 vértebras lombares. A estas,seguem-se outras 5 vértebras soldadasentre si, que formam o osso sacro e, porúltimo, as 4 ou 5 rudimentares, quasesempre soldadas entre si, que tomam onome de cóccix ou osso caudal.

Os ossos dos membrossuperiores começam com o ombroformado pela cintura escapular, de formatriangular, plana, e pela clavícula situadaem frente da anterior, que é longa ecurvada.

A articulação do ombro ébastante móvel, o que permite mover obraço em todas as direções; estaarticulação junto com a do quadril é umadas mais importantes no corpo humano.O osso do braço é o úmero, longo erobusto; o antebraço é formado pelosossos: rádio e ulna (cúbito). O rádiotermina no cotovelo com a articulação e aulna (cúbito).

Com os dois ossos do antebraço,se articula na sua parte inferior a mão,que é formada por uma série de 13 ossospequenos; 8 são chamados ossos docarpo (são os que formam o punho); 5denominados metacarpos e quecorrespondem à superfície dorso-palmarda mão.

Os dedos da mão estão formadospela primeira, segunda e terceira falanges(o polegar tem só dois).

Os membros inferiores estãounidos ao osso sacro por meio de umsistema de ossos que são denominadoscintura pélvica ou pélvis, que é formadapela fusão de três ossos: íleo, ísquio epúbis.

Com a pélvis se articula o fêmur,osso do quadril que é o mais longo e maisrobusto de todo o corpo. Na sua parteinferior o fêmur se une à tíbia e à fíbula(perônio), que são os dois ossos daperna.

Esta união tem lugar naarticulação do joelho, do qual forma partea patela (rótula) e os meniscos (doisdiscos cartilaginosos cuja ruptura é muitofreqüente em alguns esportistas).Interpostos entre os côndilos femorais, atíbia e a fíbula (perônio).

Por último, aos ossos da perna searticulam com os do pé: o calcâneo, oastrágalo, os ossos metatarsos, os dos

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Os ossos longos estão presentesnos membros (osso do braço: úmero;osso da coxa: fêmur). Os ossos curtossão aqueles nos quais nenhuma das trêsdimensões prevalece. Geralmente, osossos curtos são formados por tecidoesponjoso, revestido o mais das vezessuperficialmente por uma camada detecido compacto. Exemplos de ossoscurtos são os ossos do carpo e do tarso.

Os ossos chatos são aqueles emque predominam duas dimensões; têm,portanto, o aspecto de uma lâmina. Sãoformados por tecido compacto no meiodo qual, todavia, encontra-se umacamada de tecido esponjoso. Exemplos

de ossos chatos são os ossos da abóbadacraniana.

A forma aparente de um ossopode, por vezes, levar a engano: o ossoparece pertencer a certo tipo, quando seconsidera a forma, mas a sua estrutura éa de um tipo diverso. Por exemplo, ascostelas têm a forma alongada epareceriam, assim, ossos longos; são,porém, esponjosos internamente ecompactos na periferia, como todos osossos chatos.

Certos ossos estão atravessadosna periferia por furos: são os furos detransmissão, que servem de passagem aórgãos importantes como vasos e nervos.

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dedos que têm três falanges, exceto oprimeiro que tem duas.

Os ossos constituem a partepassiva do aparelho locomotor: o seumovimento é devido à contração e aorelaxamento dos músculos que neles seinserem. Sobre a forma dos ossos têm

influência a direção e a potência dosmúsculos.

Estrutura dos Óssos

Os ossos são formadosessencialmente pelo tecido ósseo (tecidoconjuntivo duro, com 1,87% de fosfato ecálcio) do qual o aspecto é compacto ouesponjoso: no osso compacto o tecidoósseo é constituído de delgadas lâminasósseas que se sobrepõem umas àsoutras, unindo-se intimamente em tornode um centro; no osso esponjoso, essasdelgadas lâminas se dispõem de modo aformar pequenas cavidades.

Há três espécies de ossos: osossos longos, os ossos curtos e os ossoschatos. O seu nome nos diz qual a suacaracterística.

A medula do osso desempenhauma função importantíssima: fabrica osglóbulos do sangue, sejam os vermelhosou brancos. As epífises são formadas portecido ósseo esponjoso, que, nasuperfície, é revestido por uma camadade tecido ósseo compacto.

No osso esponjoso, a medulaenche as cavidades formadas pelointerpenetrar-se das trabéculas. Até aidade adulta, a diáfise e as epífises sãoseparadas entre si, ou, melhor, estãounidas somente por um tecidocartilaginoso; é esta a cartilagem deconjugação ou diafisiária que permite odesenvolvimento do osso emcomprimento, e permanece até que oindivíduo complete o seu desenvolvimentoesquelético. Depois, constitui a chamadacomissura diafisiária.

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Todos os ossos têm furos que penetramno seu interior, os furos nutritivos, pelosquais penetram os vasos que devemnutri-lo.

Estão revestidos por umamembrana fibrosa: o periósteo, que tem a

função de nutrir o osso e de fazê-locrescer em espessura (enquanto o ossocresce em comprimento por meio dascartilagens de conjugação). Sem operiósteo o osso não pode viver:destacando-o, o osso morre.

Estrutura Microscópica dos Óssos

Observando-se ao microscópiouma delgada lâmina de osso, veremosque este é formado de numerosas célulasestreladas, os osteócitos, que estãounidos entre si por prolongamentos e quese acham imersos em uma substância,chamada substância fundamental.

No osso compacto, estas célulasestão dispostas em círculos concêntricosem torno de um canal, o canal de Havers,

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que contém um capilar sanguíneo e fibrasnervosas.

Quando o osso morre, as célulasdesaparecem e fica somente a substânciafundamental. Mesmo no vivo as célulasestreladas diminuem de volume e emnúmero com o progredir da idade.

A substância fundamental émuito dura porque é constituída de saisde cálcio, que estão impregnando umasubstância orgânica: a osseína. Esta éuma substância protéica, e constitui, empeso, a terça parte de um osso seco. Oosso velho se desfaz facilmente, nãosendo mais mantido num todo pelaosseína. Os sais de cálcio são constituídospor fosfato de cálcio (87%) e carbonatode cálcio (10%). São os sais de cálcioque conferem ao osso sua dureza.

Formação dos Óssos

Os ossos se formam, no embrião,de um esboço constituído por tecidocartilaginoso e por tecido membranosoque representam o osso primário esecundário. Com o tempo, tais esboçoscomeçam a se ossificar e o processo deossificação inicia-se em pontosparticulares, os centros de ossificação.Desses centros o processo se estende.

Por ocasião do nascimento, osossos estão quase inteiramente no estadocartilaginoso. A ossificação se processadurante toda a infância e adolescência esó está completa depois do 24º ano deidade (então todo o esqueleto tornou-seósseo). Nos ossos longos forma-se umcentro de ossificação na diáfise e um emcada epífise; desses três pontos o tecidoósseo começa a estender-se até que otecido proveniente de um centro se fundecom aquele que provém dos outroscentros. Nos ossos chatos, o centro deossificação é na parte mediana e daqui oprocesso se irradia para a periferia.

A completa transformação dacartilagem em osso só tem lugar na idadeadulta; até os 20 ou 25 anos, fica sempreentre a diáfise e as epífises uma linha decartilagem que faz crescer o osso emcomprimento.

Os ossos se formam no embriãode um esboço constituído por tecidocartilaginoso e por tecido membranosoque representam o osso primário esecundário. Com o tempo, tais esboçoscomeçam a se ossificar e o processo deossificação inicia-se em pontosparticulares, os centros de ossificação.Desses centros o processo se estende.

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O osso Frontal acha-seanteriormente e contribui para formar acavidade orbitária. Tem a forma de umaconcha.

Posteriormente se encontra ooccipital que apresenta um grande buraco(buraco occipital) por onde passa amedula espinhal.

Também o occipital é um ossocurvo e concorre para formar a abóbadacraniana na sua porção posterior; aqui eleapresenta uma protuberância(protuberância occipital externa) e trêslinhas transversais que se podem sentirfacilmente tocando essa região, as quaisservem para a inserção dos músculosoccipitais.

O osso occipital, embaixo, de umlado e outro do buraco occipital,apresenta duas saliências, os côndilos,que se articulam com a primeira vértebra(Atlas) e permitem os movimentos dacabeça. Entre o osso Frontal, adiante, e oosso Occipital, posteriormente, há osossos Parietais. Têm a forma de umalâmina encurvada muito ligeiramente;encontram-se de um lado e de outro da

abóbada. Frontal, Occipital e Parietais nãofecham completamente a abóbada; osespaços deixados são ocupados pelasexpansões dos ossos da base do crânio;isto acontece dos lados da cabeça, emcorrespondência com as têmporas, ondese encaixa a escama do osso temporal, e,mais adiante, em correspondência com acavidade orbitária, onde se encaixa a asado esfenóide.

Deste modo, o crânio ficainteiramente fechado. Os ossos daabóbada craniana, como de todo o crânioe em parte da face, se unem uns aosoutros mediante articulações imóveis quese chamam suturas. Os dois parietais seunem entre si justamente no meio daabóbada craniana e a sutura se chamasutura sagital. A sutura que une os doisparietais com o osso occipital se chamalambdóide, porque os ossos, unindo-se,formam uma figura semelhante à letragrega lambda.

Adiante, ao contrário, a suturaque une o osso frontal com os parietaistem a forma de um arco de circunferênciae se chama sutura coronária. No homemadulto, os ossos estão solidamente unidosentre si e as suturas são linhas apenasperceptíveis.

Por ocasião do nascimento, aocontrario, não só os ossos estãonitidamente isolados uns dos outros, masalgumas regiões do crânio apresentamainda o tecido membranoso originário.

Isto tem lugar no encontro dasdiversas suturas entre si, isto é, nosângulos dos ossos. Tais pontosconstituem as fontanelas (popularmente,moleiras). Destas, as mais importantessão:

A ossificação se processa demodo diverso conforme o esboçooriginário é de natureza cartilaginosa oumembranosa. Nos ossos de origemcartilaginosa, o processo se inicia namembrana que reveste a cartilagem e quese chama pericôndrio. O pericôndrio setransforma pouco a pouco em periósteo,no qual se distinguem célulasparticulares, os osteoblastos, que estãoencarregadas de produzir o osso.

Esqueleto da Cabeça

Os ossos da cabeça são vinte edois, dos quais oito estreitamente ligadosentre si, encaixados uns com outros(fixos), formam o crânio ou calota cranialque protege o cérebro. Estes são: umfrontal, dois parietais (na parte superior-

lateral), dois temporais, e o occipital(nuca); o esfenóide (a base do crânio), eo etmóide (entre este último e o frontal).

Na face os ossos são: maxilares,zigomáticos, nasais e a mandíbula, queserve para a mastigação, e é o único ossomóvel da cabeça.

Ossos do Crânio

Podemos distinguir os ossos queconstituem a abóbada e os ossos queconstituem a base do crânio. Os ossos daabóbada formam o invólucro externo docrânio e dão à cabeça a sua rotundidade.São representados pelo osso Frontal, peloosso Occipital, pelos dois ossos Parietais.

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- a fontanela frontal, dita tambémbregmática, que se acha no encontro dasutura coronária com a sagital;

- a fontanela occipital, que se acha ondese encontram a sutura sagital e alambdóide;

- a fontanela esfenoidal ou ptérica que seacha dos lados do crânio, no ponto emque a escama do temporal se une com oparietal, com o frontal e com a grandeasa do esfenóide.

Ossos da Base

Enquanto a abóbada recobre amassa cerebral superiormente e doslados, a base serve para sustentá-la. Éconstituída essencialmente por doisossos: o esfenóide e o temporal.Concorrem para formar a base, nãoobstante, também o frontal e o occipital.O frontal, na sua base, dobra-se paradentro, e, constituindo o teto da cavidadeorbitária, dá lugar, por sua vez, aopavimento do crânio.

A mesma coisa faz o occipitalposteriormente; dobra-se para baixo,após ter formado o buraco occipital, efecha a base posteriormente. O esfenóidee o temporal estão compreendidos entreestas duas dobras.

O esfenóide constitui a partepreponderante da base do crânio eparticipa também do esqueleto do nariz.É formado por um corpo central e porprolongamentos laterais, dois de cadalado, que são as pequenas e as grandesasas. O corpo do esfenóide, na sua partesuperior, apresenta uma depressão

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colocado posteriormente, e da escama,uma lâmina óssea vertical, que formacom o corpo um ângulo e fecha aabóbada craniana ao nível da têmpora,acima da orelha.

Na espessura do corpo estácontido o aparelho da audição (ouvidomédio e interno).

Da face lateral, externa, daescama, parte um apêndice, dito apófisezigomática, formando aquele relevoósseo que se nota nos lados do rosto,adiante da orelha, em particular, éevidente, nos indivíduos muito magros.Posteriormente, também, se distingueuma protuberância, a apófise mastóide,que internamente contém numerosaspequenas cavidades (células) emcomunicação com o ouvido médio.

Temos assim considerado osossos da abóbada e da base. Os ossosda abóbada concorrem para formartambém a base (frontal e occipital) evice-versa (o esfenóide e o temporal,além de constituírem a base, contribuemtambém para fechar o crânioexteriormente).

A separação entre a abóbada e abase do crânio é, portanto, puramenteteórica, e segue uma linha imaginária queliga a protuberância occipital externa comaquela ligeira eminência que existe noosso frontal, acima da raiz do nariz, e quese chama glabela. Esta linha divide aabóbada, superior, da base, inferior.

Resumindo, a abóbada é formadapela escama do frontal, pelos parietais,pela escama do temporal e aquela dooccipital, e pela grande asa do esfenóide.

A superfície externa da abóbadado crânio está recoberta, anteriormente,pelo músculo frontal e, posteriormente,pelo músculo occipital, e estes doismúsculos estão unidos mediante aaponeurose epicraniana, membrana detecido conjuntivo. Músculos e membranaformam um todo único, acima do qual háo couro cabeludo com os cabelos.

Observemos agora a superfícieinterna da abóbada, aquela que ficavoltada para o cérebro. Ela não é lisacomo a externa, mas anfractuosa. Osvasos das meninges aí deixam a suaimpressão, bem como as circunvoluçõescerebrais e os grandes vasos.

A base craniana é formada pelaexpansão interna do osso frontal; peloetmóide (que pertence aos ossos da face,pequeno osso que está na parte superiordo nariz, entre as duas cavidadesorbitárias); pelo esfenóide e pelo corpodo temporal; por fim, pela parte maciçado occipital.

A superfície interna da base docrânio, no seu complexo, é muitoirregular, por causa das impressõesdeixadas pela massa cerebral e pelosnumerosos orifícios que aí se acham (dãopassagem aos nervos, artérias e veias). Abase segue fielmente a massa cerebral ese modela por ela, acompanhando todasas suas sinuosidades.

Podemos nela distinguir trêsfossas: anterior, média e posterior. Afossa anterior está colocada bem maisalta do que as duas outras e recebe oslobos anteriores do cérebro. A fossamédia pode dividir-se em duas partes,uma à direita e outra à esquerda, erecebe os lobos temporais do cérebro.

chamada sela túrcica, na qual estácontida a hipófise. Da sela túrcica parte arampa que liga o esfenóide com ooccipital. Aos lados da sela túrcica há doispequenos orifícios que servem para apassagem dos nervos ópticos. As grandesasas se unem, anteriormente com ofrontal e lateralmente com o temporal econcorrem para formar com o temporal oteto da cavidade orbitária. Apresentamvários orifícios por onde passam nervos.

A parte anterior do corpo doesfenóide participa da constituição das

fossas nasais e entra em relação com umpequeno osso, o etmóide. O esfenóide,na sua face inferior, apresenta umesporão, o rostro, que se articula com osepto nasal e concorre para separar umafossa nasal da outra.

O temporal contribui para formartanto a base como a abóbada. É, naverdade, um osso de forma complexa,constituído de um corpo, em forma depirâmide, que concorre para fechar abase do crânio entre o esfenóide,colocado anteriormente, e o occipital,

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Adiante, a fossa média comunica com ascavidades orbitárias, mediante uma fenda(fenda orbitária), pela qual passam osnervos motores do olho com as artérias.A fossa média apresenta orifícios para apassagem da carótida interna (orifíciodilacerado), do nervo maxilar superior(orifício redondo), do nervo maxilarinferior (orifício oval), da artériameníngea média (orifício espinhoso). Afossa posterior, a mais larga de todas, éformada pelos temporais e pelo occipital.O centro é ocupado pelo buraco occipitalpelo qual passa a medula espinhal; de umlado e de outro deste se acham os furosjugulares que dão passagem à veiajugular interna e a alguns nervosencefálicos. Na parte posterior da fossaestão contidos os lobos occipitais doencéfalo e o cerebelo.

Ossos da Face

Os ossos da face constituem, noseu complexo, três cavidades principais: acavidade da órbita, a cavidade das fossasnasais, a cavidade da boca.

Cavidade Orbitária

É formada, no seu contornoexterno, pelo osso frontal, em cima, epelo osso zigomático embaixo elateralmente. O osso zigomático é umtípico osso da face; apresenta umaintumescência que constitui, de um lado ede outro, os zigomas ou maçãs do rosto(donde outro nome do osso - ossomalar). É continuado atrás por umaapófise que se une a uma apófise análogado temporal. Adiante, o zigomático seune ao osso maxilar superior e ao nasal.

Para cima, emite uma outra apófise quese articula com o osso frontal.

O resto da órbita é formado pelagrande asa do esfenóide e por doispequenos ossos: o osso lacrimal, do ladodo nariz, e pelo osso palatino, quecolabora com o zigomático e o ossomaxilar superior para constituir opavimento da órbita.

O etmóide é um osso quepertence tanto à órbita como às fossasnasais. Está situado apenas para trás doosso frontal, em correspondência com onariz. É um pequeno osso de formacúbica: comas suas faces laterais constituia parte nasal da órbita; com a sua faceinferior contribui para formar o teto dasfossas nasais; com a sua face superior fazsaliência na base do crânio (fossacraniana anterior).

O etmóide apresenta no seuinterior numerosas cavidades (células)que se comunicam entre si, das quais oconjunto constitui o seio do etmóide, umdos seios paranasais. Além disso, estáatravessado por terminações nervosas donervo olfativo, que, do cérebro, chega àsfossas nasais: a tarefa desse nervo é derecolher as sensações olfativas, isto é, desentir os odores.

Cavidade Nasal

Está situada entre as duascavidades orbitárias e a cavidade daboca, abaixo da fossa craniana anterior.Abre-se adiante pela abertura piriforme(se observarmos a abertura do nariz noesqueleto veremos que ela tem,caracteristicamente, a forma de umapêra). Esta abertura é limitada pelos dois

maxilares superiores e pelos dois ossosnasais. Atrás, as fossas se abrem nafaringe pelas coanas. A cavidade nasalestá dividida em duas partes, a fossanasal direita e a fossa nasal esquerda,pelo septo nasal, constituído por umalâmina que desce inferiormente doetmóide, e por um pequeno osso tambémem forma de lâmina, o vômer.

Nas duas fossas nasais podemosdistinguir uma base e duas paredes. Abase é constituída pelo palato (umalâmina que deriva do osso maxilarsuperior), o qual representa, ao mesmotempo, o teto da cavidade bucal e opavimento das fossas nasais. O teto dasfossas nasais é constituído primeiramentepelos ossos nasais e pelo frontal; depoispelo etmóide e por uma parte doesfenóide.

Das paredes, uma é representadapelo septo nasal, a outra, a paredelateral, é constituída, em parte, pelo ossomaxilar superior, em parte pelo etmóide.Esta parede é tornada anfractuosa pelapresença de protuberâncias laminares, oscornetos (superior, médio e inferior), quese destacam do etmóide (os doisprimeiros) e do maxilar (o último). Oscornetos se enrolam sobre si mesmoscomo fazendo um cartucho e delimitamtrês espaços ou meatos. Temos assim omeato superior, o meato médio e o meatoinferior.

Entre as fossas nasais e asórbitas existe uma comunicação: o canalnaso-lacrimal. Graças a estacomunicação, as lágrimas podem passardos olhos para as fossas nasais, semtransbordar para fora. Nas fossas nasaisse encontram cavidades paranasais; sãocavidades escavadas no osso frontal (seio

frontal), no osso maxilar superior (seiomaxilar), no esfenóide (seio esfenoidal) eno etmóide (células etmoidais).

Cavidade Bucal

A cavidade da boca é formadaessencialmente por dois ossos: o maxilarsuperior e o maxilar inferior oumandíbula. O maxilar superior é formadopor dois ossos que se unem, um ao outro,na linha mediana, e, com o tempo, dasutura fica só o vestígio. Somente emcasos excepcionais os dois ossos não sesoldam.

Os ossos maxilares superiores,anteriormente, se articulam com os ossoszigomáticos, enquanto, com uma apófisedirigida para cima (apófise frontal) seunem com os ossos nasais e constituemuma boa parte da abóbada do nariz. Naparte interna do osso maxilar se destacauma lâmina óssea que avança, paradentro, no sentido horizontal; é a apófisepalatina, que, unindo-se com aquela dooutro lado, constitui a abóbada da boca,isto é, o palato, e, ao mesmo tempo, opavimento das fossas nasais. O bordoinferior do osso maxilar superior constituia arcada dentária superior e apresentaescavações, ou alvéolos, que recebem asraízes dos dentes superiores.

O maxilar inferior é o único ossomóvel da cabeça. Apresenta um corpo edois prolongamentos ascendentes, um decada lado, os ramos, que partem daextremidade do corpo.

O corpo do maxilar inferior tem aforma de uma ferradura de cavalo abertapara trás e a sua borda superior constituia arcada dentária inferior. Os ramos S do

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convergem para dentro, e, reunindo-se,formam um anel. Da superposição dessesanéis resulta um canal no qual estácontida a medula espinhal. Os anéisapresentam, dos lados e posteriormente,apêndices ósseos, chamados apófises; aslaterais se chamam apófises transversais;a posterior se chama apófise espinhal.

As apófises dão inserção amúsculos e ligamentos. Toda vértebra searticula com a vértebra que está acima e

maxilar inferior destacam-se do corpoformando com este um ângulo mais oumenos obtuso e terminam por um côndiloque se articula com a fosseta articular dotemporal e permite os movimentos damastigação.

Poucas queixas são mais comunsque a cefaléia e a dor facial. Estes termossão usados para descrever sensaçõesdolorosas difusas na cabeça, enquanto asdores localizadas recebem nomes

específicos como otalgia (dor no ouvido)e odontalgia (dor no dente).

A Coluna Vertebral

É constituída por 33 ou 34 ossos,ditos vértebras. Toda vértebra é formadapor um corpo em forma de disco, deespessura variável conforme a região. Docorpo partem as lâminas vertebrais que

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com aquela que está abaixo medianteapófises articulares. Todas as vértebrastêm particularidades próprias, de acordocom o lugar que ocupam na colunavertebral. As vértebras se classificam emcervicais, torácicas ou dorsais, lombares,sacras e coccigianas.

Vértebras Cervicais

São sete. A sua apófisetransversa tem a característica de serescavada por um orifício (orifíciotransversal) pelo qual passam os vasosvertebrais. A primeira vértebra cervical sechama atlas; articula-se, em cima, com ocrânio, e, embaixo, com a segundavértebra cervical chamada áxis.

Estas duas vértebras são muitodiversas de todas as outras porque têm o

fim de permitir os movimentos da cabeça.O atlas não tem corpo e recebe, no seuanel, uma apófise do áxis, o dente doáxis. A sétima vértebra cervical se chamaproeminente porque se destaca de modosensível e determina, principalmente nosindivíduos magros, uma saliência visível.

Vértebras Torácicas

São 12, têm um corpo reforçadoe se articulam com as respectivascostelas.

Vértebras Lombares

São 5 e têm um corpo maior doque as precedentes.

Vértebras Sacras

São 5 e têm um tamanhodecrescente. No feto e na criança atécerca de 8 anos são independentes umasdas outras, enquanto no adulto se soldamentre si; da sua reunião se forma umúnico osso, que é chamado osso sacro.

Vértebras Coccigianas

São 4 ou 5 e têm um tamanhobem reduzido.

Curvaturas Normais da ColunaVertebral

Na coluna vertebral articulada eem várias imagens usadas clinicamente,por exemplo, IRM (imagem deressonância magnética), quatrocurvaturas são normalmente visíveis noadulto.

As curvaturas torácica e sacralsão côncavas anteriormente, enquanto ascurvaturas cervical e lombar são côncavasposteriormente.

As curvaturas torácica e sacralsão denominadas curvaturas primáriasporque se desenvolvem durante o períodofetal.

As curvaturas cervical e lombarcomeçam a aparecer nas regiões cervicale lombar antes do nascimento, mas sósão mais evidentes após o nascimento,sendo denominadas curvaturassecundárias. A curvatura cervical éacentuada quando um lactente começa amanter sua cabeça ereta, e a curvaturalombar torna-se evidente quando acriança começa a andar. A curvaturacervical pode desaparecer através daflexão do pescoço. A curvatura torácica,permanente, é formada pelos 12 corposvertebrais torácicos articulados. Acurvatura lombar, geralmente maisacentuada em mulheres, termina noângulo lombo-sacral.

A curvatura sacral também épermanente e difere em homens emulheres. O sacro geralmente é menoscurvo em mulheres, o que aumenta otamanho da abertura inferior da pelve ousaída da pelve. O centro de gravidade docorpo está localizado logo na frente dopromontório sacral.

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A coluna vertebral, vista pelafrente, parece direita, exceto umapequena curvatura aberta para aesquerda, presente em quase todos osindivíduos. Essa curvatura faz com que oombro esquerdo seja ligeiramente maisalto do que o direito. O fenômeno não éfacilmente explicável. Foi atribuída aculpa à maior atividade dos músculos daparte direita, mas a mesma curvaturaexiste nos canhotos. Segundo outros é aposição assumida pela maior parte dosindivíduos nos bancos da escola.

Curvaturas Anormais da Coluna

As curvas da coluna vertebralpodem ser acentuadas por motivospatológicos. Quando são acentuadas ascurvas abertas para trás, tem-se alordose; quando, ao contrário, sãoexageradas as curvas abertas para afrente tem-se a cifose. Quando a colunavertebral apresenta uma curvatura para adireita ou para a esquerda, tem-se aescoliose.

O dorso ou face posterior dotronco é a parte principal do corpo à qualestão fixadas a cabeça, pescoço emembros. Consiste de pele, fásciasuperficial contendo tecido adiposo, fásciaprofunda, músculos, vértebras, discosintervertebrais, costelas (na regiãotorácica), vasos e nervos. A dor lombar éuma queixa comum.

Para compreender a baseanatômica dos problemas do dorso quecausam dor incapacitante, é necessárioconhecer a estrutura e função destaregião. Os locais comuns de dores são asregiões cervical (pescoço) e lombar,

principalmente porque são as partes demaior mobilidade da coluna vertebral.

Nem todas as pessoas têm 33vértebras, mas o número de vértebrascervicais é constante. Até mesmo a girafasó possui sete vértebras cervicais.Entretanto, ocorrem variações no númerode vértebras torácicas lombares e sacraisem aproximadamente 5% das pessoasnormais sob outros aspectos.

As diferenças no número podemser uma alteração numa região, semalteração em outras regiões, ou umaalteração numa região à custa de outra(Bergman et al, 1988). Embora variaçõesnuméricas das vértebras possam serclinicamente importantes, a maioria delasé detectada em dessecações, necropsiasou em radiografias de pessoas semhistória de problemas no dorso.

O feixe de filamentos radicularesno espaço subaracnóideo abaixo damedula espinhal é denominado caudaeqüina. Está situada distalmente àvértebra L2 no canal vertebral do adulto.

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A extremidade inferior da medulaespinhal afila-se abruptamente no conemedular. A partir de sua extremidadeinferior, um filamento fibroso delgado,denominado filamento terminal, desceentre as raízes nervosas que constituem acauda eqüina. Deixa a extremidadeinferior do saco dural e atravessa o hiatosacral. Aqui funde-se com a extremidadesuperior do ligamento anococcígeo etermina com ele através da inserção nodorso do osso coccígeo.

O filamento terminal não possuisignificado funcional. É o remanescentevestigial da medula espinhal que estavasituada na cauda do embrião (Moore,1988). Sua extremidade proximal consisteem vestígios de tecido neural, tecidoconjuntivo, pia-máter e tecido daneuroglia.

Vascularização da Medula Espinhal

Os vasos que suprem a medulaespinhal são derivados de ramos dasartérias vertebrais, cervicais profundas,intercostais e lombares. É suprida por trêsartérias longitudinais, uma artériaespinhal anterior e duas artérias espinhaisposteriores. Essa vascularização éreforçada por sangue de vasossegmentares denominados artériasradiculares.

Artérias Espinhais.

A artéria espinhal anterior éformada pela união de dois pequenosramos das artérias vertebrais. Percorre aextensão da medula espinhal na fissuramediana anterior e supre os dois terços

anteriores da medula espinhal. O calibredessa artéria varia de acordo com suaproximidade de uma artéria radicularmagna. Geralmente é menor na região deT4 a T8 da medula.

As artérias espinhais posterioresoriginam-se como pequenos ramos dasartérias vertebrais ou das artériascerebelares inferiores posteriores.Freqüentemente apresentamanastomoses entre si e com a artériaespinhal anterior.

Esqueleto do Tórax

O tórax é formado por ossos que,no seu conjunto, constituem a caixatorácica. Para formar a caixa torácicaconcorrem: posteriormente as vértebrastorácicas ou dorsais; adiante um ossoímpar, o esterno; enfim, entre o esterno eas vértebras, encontram-se as costelas.

Esterno

É um osso mediano, chato, quese parece de modo geral com uma adagaromana. Nele distinguem-se três partes:uma superior, dita manúbrio; umaintermediária, dita corpo; e uma inferior,pequena, chamada apófise xifóide ouapêndice xifóide.

O manúbrio forma com o restodo osso um ângulo (dito ângulo de Luys)que se torna muito acentuado e evidentequando o desenvolvimento do tórax édeficiente ou no caso de pessoa deconstituição delicada. Nos bordos domanúbrio e do corpo há as incisuras nasquais se inserem a clavícula e as

primeiras sete costelas. O bordo superiorapresenta uma fosseta, muito evidentenos indivíduos magros: a fosseta jugular.

Costelas

As costelas são em número dedoze pares e ligam o esterno à colunavertebral onde se inserem nas vértebrasdorsais (essas também em número dedoze); têm uma forma curva, com umarco, e a sua direção não é horizontal;partindo da vértebra torácica, a costela sedirige para baixo. A sua extremidadeanterior (esternal) é mais baixa do queaquela posterior (vertebral). Asarticulações das costelas com asvértebras torácicas são duas: há umaarticulação com o corpo e outra com aapófise transversa. A extremidadeanterior das costelas se insere no esternocom a interposição de um segmentocartilaginoso ou cartilagem costal.

Os primeiros sete pares decostelas se chamam costelas verdadeiras;nelas, a cartilagem costal se inserediretamente no esterno. A oitava, a nonae a décima costela não terminam,diferentemente, no esterno, mas nobordo inferior da costela que se achaacima. A undécima e a duodécima costelanão estão ligadas ao esterno, mas ficamlivres e por isso são chamadas costelasflutuantes.

Em todo o bordo inferior dascostelas caminham os vasos e os nervosintercostais. Entre uma costela e outra,isto é, nos espaços intercostais, hámúsculos. A primeira costela tem umaforma particular.

Na verdade, enquanto as outrastêm uma face externa e uma interna, aprimeira costela está achatada de altopara baixo e apresenta, portanto, umaface superior e uma face inferior.

A caixa torácica tem a forma deum tronco de cone, com a base menorvoltada para cima. A superfície externa dacaixa torácica apresenta, posteriormente,uma saliência que corre de alto a baixo eé devida à série das apófises espinhosasvertebrais. Do lado correm duas goteirasvertebrais, nas quais se contêm osmúsculos que servem para mover acoluna vertebral.

A caixa torácica está aberta emcima, para o pescoço, a fim de darpassagem ao esôfago, à traquéia e agrandes vasos; embaixo é, ao contrário,fechada por um músculo em forma decúpula: o diafragma.

O interior da caixa torácicaconstitui a cavidade torácica, ocupada,lateralmente, pelos pulmões, e, aocentro, pelo coração, com a aorta, que,depois de ter descrito um arco, descepara o abdome, atravessando odiafragma, A cavidade torácica épercorrida, anteriormente, pela traquéia,que se divide nos dois brônquios, os quaisse dirigem aos respectivos pulmões.

Posteriormente, a cavidade épercorrida pelo esôfago que penetra,também ele, no abdome depois deatravessar o diafragma. Na cavidadetorácica, enfim, estão contidas, em parte,as duas veias cavas e o ducto torácico.

A forma da caixa torácica semodifica com a idade e as condiçõesfisiológicas do indivíduo, e é diversa deacordo com o sexo. No homem tem uma

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forma cônica, enquanto na mulher éarredondada na sua parte mediana,recordando a forma de um tonel. Adiferença depende do diverso tipo derespiração: a mulher, na verdade, respirapelo tórax, enquanto no homem arespiração é abdominal. Também essadiversidade tem a sua razão e a suautilidade: na mulher a respiraçãoabdominal seria muito prejudicada porocasião da gravidez.

Os movimentos da caixa torácicadurante a respiração são os seguintes: nainspiração, quando o tórax se dilata, ascostelas se elevam e se alargam (mais namulher que no homem). Na expiração,quando o tórax se restringe, as costelasse abaixam e se reúnem. Deste modo ostrês diâmetros da caixa torácicaaumentam e diminuem alternadamente,de modo que os pulmões, que seguempassivamente os movimentos da caixatorácica, em um primeiro momento sedilatam, enchendo-se de ar, mas logo emseguida se contraem, deixando sair partedo ar neles encerrado.

Esqueleto dos Membros

O esqueleto dos membrossuperiores e o dos inferiores apresentamcaracterísticas análogas. Em ambospodemos distinguir três segmentos: oprimeiro formado por um osso único; osegundo, por dois ossos, e o terceiro poruma série de pequenos ossos; vêm depoisos ossos das falanges.

O membro superior é dotado demaior amplitude de movimentos; de outrolado, os ossos do membro inferior sãomais fortes. Isto é evidente levando emconsideração as funções: o membro

superior desenvolve determinadasatividades de trabalho, enquanto omembro inferior tem de sustentar o pesodo corpo.

Os membros estão unidos aocorpo mediante um sistema ósseo quetoma o nome de cintura ou de cinta. Acintura superior se chama cintura torácicaou escapular; a inferior se chama cinturapélvica. A primeira sustenta o úmero ecom ele todo o braço; a segunda dá apoioao fêmur e a toda a perna.

Membro Superior

A cintura torácica é formada dedois ossos: a clavícula e o omoplata ouescápula. Este complexo está unido aotórax somente mediante a articulação quea clavícula tem com o esterno. Oomoplata, por sua vez, está unidasomente com a clavícula e uma vez que oosso do braço (úmero) se une àomoplata, e somente a esta, entende-secomo a espádua e o braço sejam dotadosde movimentos muito amplos.

Clavícula

A face superior deste osso é lisae suas extremidades diferem: a medial,que se articula com o esterno é globosa,enquanto que a lateral é achatada, e searticula com o Omoplata (ou Escápula).Os dois terços mediais mostramconvexidade anterior, pois a clavículadeve adaptar-se à curvatura anterior dacavidade torácica.

Omoplata

É um osso chato, cujo tecidoesponjoso quase desapareceu, de modoque as duas lâminas de tecido compactoestão praticamente em contacto. Tem aforma de um triângulo e encontra-se naparte posterior do tórax, contra as seteprimeiras costelas.

Da face posterior da omoplatadestaca-se uma apófise de seçãotriangular, a espinha da omoplata, quetermina com uma saliência: o acrômio. Aespinha divide a face posterior da

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omoplata em duas fossas: uma superior(fossa supra-espinhal) e outra inferior(fossa infra-espinhal) que são ocupadaspor músculos que têm o mesmo nome.

O bordo superior da omoplatacontinua lateralmente por uma saliênciaóssea, dita apófise coracóide, que searticula com a clavícula. Dos três ângulos,o lateral se alarga para formar a cavidadeglenóidea, na qual se move o úmero.

Úmero

O úmero é o osso do braço.Articula-se, superiormente, com aomoplata, e, inferiormente, com os ossosdo antebraço (rádio e cúbito). Sendo umtípico osso longo, o úmero apresenta umadiáfise e duas epífises. A epífise superior,chamada cabeça do úmero, está reunida

à diáfise por um estrangulamento ditocolo cirúrgico (neste nível são muitofreqüentes as fraturas).

A cabeça do úmero tem a formade um hemisfério e se destaca docomplexo da epífise por um outroestrangulamento: o colo anatômico.Nesta epífise se pode notar o sulco emque passa o tendão do músculo bíceps, edois tubérculos para as inserçõesmusculares. A epífise inferior do úmeroapresenta duas saliências: uma lateralchamada côndilo, que se articula com orádio, e uma interna, que se chamatróclea, e se articula com o cúbito.

O corpo do úmero apresenta umagoteira, dita de torsão, que o percorre dealto a baixo e de trás para diante,representando que o osso foi torcido de180°.

Rádio

A extremidade proximal do rádioestá constituída por um disco espesso, acabeça do rádio, cuja face superior é

côncava para articular-se com o úmero. Aparte inferior da cabeça do rádio émenos espessa que a superior, dandomais estabilidade à juntura. Juntamentecom a ulna, gira nos movimentos desupinação e pronação.

Ulna

A extremidade proximal da Ulnaassemelha-se a uma chave inglesa. Suaspartes principais são mais bemexaminadas pela sua face lateral, onde seidentifica o olécrano em continuação aoprocesso coronóide, que se projeta parafrente (formam a incisura troclear, que seamolda à tróclea do úmero). Aextremidade distal apresenta a cabeça daulna e o processo estilóide.

Mão

A descrição feita a seguir é umapanhado do esqueleto da mão como umtodo e pressupõe que o estudante aacompanhe, que ele tenha a suadisposição um esqueleto articulado destesegmento ou, pelo menos uma figuraclara. Os ossos da mão podem serdivididos em três partes:

a. oito ossos dispostos em duas fileiras,proximal e distal que constituem o carpo;

b. o esqueleto da mão propriamente dito,que constitui o metacarpo;

c. o esqueleto dos dedos, representadopelas falanges.

Os oito ossos do carpo são:escafóide, semilunar, piramidal e

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pisiforme (na primeira fileira); trapézio,trapezóide, grande osso e unciforme (nafileira distal).

Os ossos do metacarpo sãonumerados de I a V, a partir do ladoradial e são representados por uma base,um corpo e uma cabeça, que se articulacom a falange proximal.

Cada dedo apresenta trêsfalanges, proximal, média e distal, comexceção do polegar, no qual falta afalange média. Também são constituídasde base, corpo e cabeça.

Membro Inferior

Assim como no membro superior,os membros inferiores estão ligados aoresto do corpo pelas chamadas cinturas.No caso do membro inferior, temos acintura pélvica. Se é possível descreveranalogias morfológicas nos membrossuperior e inferior, deve-se destacar assuas diferenças funcionais, ocasionadasprincipalmente pela postura eretaadquirida pelo homem.

Assim, se a principal função domembro superior é orientar a mão noespaço, permitindo-lhe os movimentosdelicados e especializados que é capaz deexecutar, as principais funções domembro inferior são a locomoção e asustentação do peso.

É costume descrever, com omembro inferior, as regiões de transição,como a região glútea (das nádegas), alémdos segmentos que o compõe: coxa,perna e pé. Por razões didáticas, inclui-seo osso do quadril.

Os ossos do quadril unem-seanteriormente na sínfise púbica eposteriormente articulam-se com a partesuperior do osso sacro. O fêmur é o ossoda coxa, articulando-se superiormentecom o osso do quadril e inferiormentecom a tíbia. Esta e a fíbula constituem oesqueleto da perna. A tíbia une-se aoesqueleto do pé.

Osso do Quadril

É um osso plano e suas funçõesincluem as de movimento (participa dasarticulações com o sacro e o fêmur), e desustentação (transmite aos membrosinferiores o peso de todos os segmentosdo corpo situados acima dele). Em razãodestas múltiplas funções o osso doquadril tem uma estrutura complexa, esua formação envolve três ossos isolados:o ílio, o ísquio e o púbis.

Essas três peças ósseas se unemna região onde mais se faz sentir o pesosuportado pelo osso do quadril, isto é, ocentro do acetábulo, fossa articular querecebe a cabeça do fêmur. Até apuberdade, esses ósseos se ligamcartilaginosamente, depois se fundem econstituem peça única. De interesse,existe a crista ilíaca, facilmente palpávelno vivente e a sínfise púbica.

Articulados entre si, através dasínfise púbica anteriormente e do sacro,posteriormente, os ossos do quadrilconstituem a pelve óssea. O estreitosuperior da pelve divide a pelve em duaspartes, uma superior, a pelve maior (oufalsa) e outra inferior, a pelve menor (ouverdadeira). A pelve maior abriga órgãosabdominais, enquanto a pelve menorabriga órgãos do sistema genital e partesterminais do aparelho digestivo.

Fêmur

O maior osso do esqueleto éclassificado como um osso longo,apresentando, portanto, duas epífises,proximal e distal, e um corpo, ou diáfise.A cabeça do fêmur se encaixa noacetábulo do osso do quadril e se liga aofêmur pelo colo do fêmur (este, naverdade, é um prolongamento do corpodo osso).

A epífise distal se expande emduas massas volumosas, os côndilosmedial e lateral do fêmur. Os côndilos seunem anteriormente e constituem a fossapatelar (que recebe a patela).

Tibia

A tíbia é medial e mais robustaque a fíbula, articulando-se com o fêmurpela extremidade proximal. Distalmente,tanto a tíbia quanto a fíbula articulam-secom o tálus, embora a tíbia seja aresponsável direta pela transmissão dopeso àquele osso.

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Fíbula

É um osso longo, muito menosvolumoso que a tíbia com a qual searticula proximal e distalmente. O corpo ébastante delgado e está unido àextremidade proximal por uma zonaestreita, o colo, de limites imprecisos. Aextremidade distal tem forma triangular eé subcutânea, facilmente palpável nonível do tornozelo (maléolo lateral).

Patela (Rótula)

È classificada como um ossosesamóide, por estar inclusa no tendão deinserção do músculo quadriceps da coxa

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Fontes de textos e figuras:

1. Online Biology Book© The Online Biology Book is hosted by Estrella Mountain

Community College, in sunny Avondale, Arizona. Text ©1992,

1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, M.J. Farabee, allrights reserved. Use for educational purposes is encouraged.

2. O Corpo Humano© 2000 jPauloN.RochaJr Corporation, All rights reserved

(www.corpohumano.hpg.ig.com.br)

3. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana.2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

O esqueleto do pé, como o damão, constitui-se de ossos irregularesarticulados entre si, o tarso, com o qualse articulam cinco ossos longos, emconjunto denominados metatarso; comos ossos do metatarso, por sua vez,articulam-se as falanges dos dedos.Como no caso da mão, devem serestudados tendo-se à mão um esqueletoou uma figura detalhada. Os ossos queconstituem o tarso são o tálus, ocalcâneo, o navicular, o cubóide e ostrês cuneiformes (medial, lateral,intermédio). Os ossos do metatarso sãonumerados de I a V, se articulando comas falanges. Apresentam uma base

(extremidade proximal), um corpo e umacabeça (extremidade distal). Ometatarsiano I é o mais volumoso doscinco, o que denuncia de imediato suaparticipação direta como suporte dopeso do corpo. Quanto às falanges, ohalux apresenta apenas duas, o quetambém pode ocorrer, ocasionalmente,no V dedo.

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