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Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental Mestrado em Engenharia Ambiental OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO COM PARTIÇÃO EM BAIXA TEMPERATURA DE MICROCONTAMINANTES ORGÂNICOS EM AMOSTRAS DE ESGOTO E ANÁLISE POR CG-EM Bárbara Diniz Lima Ouro Preto, MG 2013

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Universidade Federal de Ouro Preto

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental

Mestrado em Engenharia Ambiental

OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO

COM PARTIÇÃO EM BAIXA TEMPERATURA DE

MICROCONTAMINANTES ORGÂNICOS EM AMOSTRAS DE

ESGOTO E ANÁLISE POR CG-EM

Bárbara Diniz Lima

Ouro Preto, MG

2013

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Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental

Mestrado em Engenharia Ambiental

Bárbara Diniz Lima

OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO

COM PARTIÇÃO EM BAIXA TEMPERATURA DE

MICROCONTAMINANTES ORGÂNICOS EM AMOSTRAS DE

ESGOTO E ANÁLISE POR CG-EM

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Ambiental,

Universidade Federal de Ouro Preto, como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do

título de Mestre em Engenharia Ambiental.

Área de Concentração: Meio Ambiente

Orientador: Prof. Dr. Robson José de Cássia

Franco Afonso

Ouro Preto, MG

Abril de 2013

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Catalogação: [email protected]

L732o Lima, Bárbara Diniz. Otimização e validação de extração líquido-líquido com partição em

baixa temperatura de microcontaminantes orgânicos em amostras de esgoto e análise por CG-EM [manuscrito] / Bárbara Diniz Lima. – 2013.

104 f. : il. color.; tabs. Orientador: Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco Afonso. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto

de Ciências Exatas e Biológicas. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.

Área de concentração: Meio Ambiente.

1. Microcontaminantes orgânicos - Teses. 2. Esgotos - Teses. 3. Extração (Química) - Teses. 4. Derivatização - Teses. 5. Cromatografia gasosa - Teses. 6. Espectrometria de massa - Teses. I. Afonso, Robson José de Cássia Franco. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título.

CDU: 628.35:66.061.35

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre me guiando e me propiciando

graças. Aos meus pais, Vera e José Geraldo e meu irmãos Gustavo e Caio, por terem abraçado

esse sonho comigo e me auxiliado em todos os momentos sendo sempre o meu porto seguro.

Amo vocês!

Ao meu orientador, Prof. Dr. Robson José de Cássia Franco Afonso, pela

oportunidade, profissionalismo e por ser um verdadeiro mestre. Foi uma honra trabalhar com

você e poder usufruir dos seus ensinamentos e experiências.

Aos professores da pós-graduação pela transmissão de conhecimentos e ao Prof. Dr.

Maurício Xavier Coutrim pela disposição em ajudar sempre que preciso e pela convivência.

Aos amigos do laboratório de Caracterização Molecular e Espectrometria de Massas e

dos laboratórios parceiros: Amanda, Keila, Regiane, Júlia, Bruno, Diego, Marina, André,

Cíntia, Francine, Luide, Ramon, Tereza, Cláudia, Daniela, Oscar, Rafaela, Débora, Jéssica e

Carlúcio, pelo companheirismo, ajuda e por tornarem os dias de trabalho mais agradáveis.

À Ananda Lima Sanson por ter me ajudado em todas as etapas deste trabalho, pela

paciência, por ter sido uma “co-orientadora”. Além de ter se tornado uma amiga querida.

Muito obrigada!

À Taynara, Wanda e Jéssica por estarem ao meu lado em todos os momentos de

alegria e tristeza. Amigas queridas, meus maiores presentes de Ouro Preto. Amo vocês!

À amada República Joselitas por ter sido meu lar nessa caminhada e a todas as “Sem

Noção”. Foram ensinamentos diários, momentos inigualáveis e amizades para a vida toda.

Obrigada por terem sido minha família em Ouro Preto!

Aos amigos de Viçosa e Sete Lagoas por estarem sempre na torcida mesmo de longe.

À Fapemig pela concessão da bolsa de estudos.

Enfim, agradeço a todos que fizeram parte desse capítulo da minha história.

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“Tudo posso Naquele que me fortalece”

Filipenses 4:13

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RESUMO

Os microcontaminantes emergentes são uma classe de contaminantes que vêm

chamando a atenção da sociedade científica quanto às consequências que estes podem trazer

para o meio ambiente mesmo em concentrações muito baixas (na faixa de ng/L e µg/L). São

várias as substâncias assim classificadas sendo: fármacos e produtos de higiene pessoal,

medicamentos veterinários, perturbadores endócrinos e nanomateriais. A rota de

contaminação ambiental passa, na maioria das vezes, pela ingestão, excreção e uso tópico por

humanos e animais destas substâncias, que atingem os esgotos e cursos d’água. As estações

de tratamento de esgotos (ETEs) podem não ser eficazes no tratamento e remoção destes

compostos. O presente trabalho apresenta a otimização do método de extração líquido-líquido

com partição em baixa temperatura (ELL-PBT) de microcontaminantes dentre eles fármacos

(ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, paracetamol, genfibrozila e diclofenaco), hormônios

naturais e sintéticos (estrona, estradiol, etinilestradiol e estriol) e fenóis (bisfenol A, 4-

nonilfenol e 4-octilfenol) em amostras de esgoto doméstico. Foram avaliadas condições de

extração como volume de solvente extrator, força iônica e pH da amostra através de um

planejamento fatorial completo com ponto central. Com essa abordagem foi possível

determinar como melhores condições para maior recuperação da maioria dos analitos o ajuste

do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de

acetonitrila como solvente extrator e resfriamento por 3 horas para cada extração. Os extratos

foram secos em N2 gasoso e submetidos a reação de derivatização com o reagente

BSTFA+1% TCMS seguido de análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de

massas (CG/EM). O método foi validado pelos parâmetros: linearidade com faixa de trabalho

de 0,1 a 200 µg/L (R2 > 0,98); limites de detecção e quantificação do método (inferiores a

0,21 e 0,96 µg/L, respectivamente); precisão com desvios padrão relativos de 0,578 a 8,00%;

exatidão e efeito matriz foram avaliados a partir da amostra e spike de extratos. Amostras

reais de esgoto bruto e efluentes UASB e FBP foram submetidas ao método proposto onde

foram encontrados ácido acetil salicílico, paracetamol, bisfenol A, estrona e estriol.

Palavras-chave: Microcontaminantes emergentes, extração líquido-líquido com partição em

baixa temperatura (ELL-PBT), cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

(CG-EM)

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ABSTRACT

Emergent microcontaminants are substances that have been drawing the attention of the

scientific society due to the consequences they may bring to the environment, even in very

low concentrations (in the range of ng/L to µg/L). There are several substances classified as

emerging organic pollutants such as: drugs and personal care products, veterinary products,

endocrine disruptors and nanomaterials. The environmental contamination route for these

substances are, in most cases, due to the ingestion, excretion, topic use on humans and

animals, leading to sewage and waterways. Sewage treatment plants (STPs) may not be

effective in the treatment and removal of these compounds. This work presents an analytical

optimized method using liquid-liquid extraction with low temperature partition (LLE-LTP)

for emerging microcontaminants in domestic sewage samples, among them drugs (aspirin,

ibuprofen, acetaminophen, diclofenac and gemfibrozil), natural and synthetic hormones

(estrone, estradiol, ethinylestradiol and estriol) and phenols (bisphenol A, 4-octylphenol and

4-nonylphenol). The extraction conditions were assessed varying extractor solvents, the

solvent volumes, ionic strength and sample pH, through a center point complete factorial

experimental design. With this approach it was possible to determine the conditions for the

best extraction recoveries for the majority of analytes. The optimized conditions where:

sample pH = 2, 4 ml sewage samples, multistage 3 x 3 mL of acetonitrile as solvent extractor,

3 hours freezing for each extraction. The extracts were dried under nitrogen subjected to

derivatization reaction with 70% BSTFA + 1% TCMS plus 30% pyridine, followed by gas

chromatography coupled to mass spectrometry (GC/MS) analysis. The method was validated

by the parameters: linearity, with working range from 0,1 to 200 µg/L (R2 > 0,98); method

detection and quantification limits (0,21 and 0,96 µg/L, respectively); precision relative

standard deviations in the range of 0,84 to 18,17%; accuracy and matrix effect was also

evaluated through sample and extract spikes. Real samples of raw sewage and effluents from

UASB and FBP treatment were analyzed by the proposed method, where acetyl salicylic acid,

acetaminophen, bisphenol A, estrone and estriol were found.

Keywords: emerging microcontaminantes, liquid-liquid extraction with low temperature

partition (LLE-LTP), gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC/MS)

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 16

2.1 Microcontaminantes Emergentes .................................................................................... 16

2.1.1 Fármacos ...................................................................................................................... 17

2.1.1.1 Anti-inflamatórios ................................................................................................. 18

2.1.1.2 Reguladores Lipídicos ........................................................................................... 19

2.1.1.3 Estimulantes .......................................................................................................... 20

2.1.2 Desreguladores Endócrinos ......................................................................................... 21

4-Nonilfenol (4NP) .................................................................................................... 26

4-Octilfenol (4OP) ..................................................................................................... 26

Bisfenol A (BPA) ........................................................................................................ 26

Estrona (E1) ............................................................................................................... 27

Estradiol (E2) ............................................................................................................ 27

Etinilestradiol (EE2) .................................................................................................. 28

Estriol (E3) ................................................................................................................ 30

2.2 Esgoto ............................................................................................................................. 30

2.3 Métodos Analíticos para Determinação de Microcontaminantes ................................... 31

2.3.2 Espectrometria de Massas (EM) .................................................................................. 40

2.3.3 Métodos de preparação de amostras ............................................................................ 42

2.3.3.1 Extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-PBT) .......... 43

2.3.4 Derivatização ............................................................................................................... 45

2.3.4.1 Reação de sililação ............................................................................................... 46

2.4 Validação ........................................................................................................................ 47

2.5 Planejamento Experimental e Tratamento de Dados ...................................................... 51

3 OBJETIVOS ................................................................................................. 53

3.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 53

4 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 54

4.1 Reagentes e vidrarias ...................................................................................................... 54

4.2 Filtração e armazenamento das amostras ........................................................................ 55

4.3 Preparo das soluções padrão ........................................................................................... 55

4.3- Múltipla extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-PBT) ..... 59

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4.4- Derivatização ................................................................................................................. 60

4.5- Condições Cromatográficas e de Detecção ................................................................... 61

4.5.1 Relação Massa / Carga dos microcontaminantes .................................................... 63

4.6 Validação do método de quantificação dos microcontaminantes ................................... 65

4.7 Análise de amostras reais ................................................................................................ 67

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 69

5.1 Otimização do método de extração ................................................................................. 69

5.2 Validação do método ...................................................................................................... 74

5.2.1 Seletividade .............................................................................................................. 74

5.2.2 Curva analítica e ajuste ........................................................................................... 77

5.2.3 Limite de detecção e de quantificação ..................................................................... 82

5.2.4 Precisão .................................................................................................................... 83

5.2.5 Exatidão e precisão do método ................................................................................ 85

5.2.6 Efeito Matriz ............................................................................................................. 87

5.3 Análise de amostras reais ................................................................................................ 88

6 CONCLUSÕES ............................................................................................ 91

7 TRABALHOS FUTUROS ........................................................................... 92

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 93

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1- Esquema das possíveis rotas de entrada dos microcontaminantes no meio

ambiente. Fonte: Adaptado de KUMAR et al (2012) .............................................................. 17

Figura 2.2- Ácido Acetilsalicílico ........................................................................................... 18

Figura 2.3- Ibuprofeno ............................................................................................................ 18

Figura 2.4- Naproxeno ............................................................................................................ 18

Figura 2.5- Diclofenaco Sódico ............................................................................................... 18

Figura 2.6- Acetaminofeno ...................................................................................................... 19

Figura 2.7- Genfibrozila .......................................................................................................... 20

Figura 2.8- Cafeína .................................................................................................................. 20

Figura 2.9- Disfunções endócrinas: a) resposta natural, b) efeito agonista, c) efeito

antagonista. Fonte: (GHISELLI e JARDIM, 2007). ................................................................ 22

Figura 2.10- Representação esquemática da principal via de entrada de disruptores

endócrinos hormonais em sistemas aquáticos. Adaptado de Filho et al., 2006 ....................... 24

Figura 2.11- Estrutura química do 4-nonilfenol ...................................................................... 26

Figura 2.12- Estrutura química do 4-octilfenol ....................................................................... 26

Figura 2.13- Estrutura química do bisfenol A ......................................................................... 27

Figura 2.14- Estrutura química da estrona .............................................................................. 27

Figura 2.15- Estrutura química do estradiol ............................................................................ 28

Figura 2.16- Estrutura química do etinilestradiol .................................................................... 29

Figura 2.17- Estrutura química do estriol ................................................................................ 30

Figura 2.18- Diagrama de um espectrômetro de massas ......................................................... 41

Figura 2.19- Mecanismo genérico da reação de sililação, onde X varia de acordo com os

diferentes derivatizantes. Fonte: (BECKER, 2012) ................................................................. 47

Figura 4.1- Esquema da extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura .......... 60

Figura 4.2 - Diagrama da seringa para reação de derivatização on line .................................. 61

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Figura 4.3- GCMS-QP2010 plus (Shimadzu®) ....................................................................... 62

Figura 4.4- Esquema dos pontos de coleta .............................................................................. 68

Figura 5.1- Procedimento de preparação de amostra .............................................................. 74

Figura 5.2- Cromatograma e espectro de massa dos íons monitorados do ibuprofeno ........... 75

Figura 5.3- Cromatograma e espectro de massa dos íons monitorados do 4-octilfenol .......... 76

Figura 5.4- Cromatograma e espectro de massa dos íons monitorados da estrona ................. 77

Figura 5.5- Curva analítica para o ácido acetil salicílico (0,1 a 200 µg/L) ............................. 79

Figura 5.6- Curva analítica para o ibuprofeno (2,5 a 175 µg/L) ............................................. 79

Figura 5.7- Curva analítica para o ácido paracetamol (2,5 a 200 µg/L) .................................. 79

Figura 5.8- Curva analítica para o 4-octilfenol (2,5 a 200 µg/L) ............................................ 79

Figura 5.9- Curva analítica para o 4-nonilfenol (2,5 a 200 µg/L) ........................................... 80

Figura 5.10- Curva analítica para a genfibrozila (2,5 a 200 µg/L) .......................................... 80

Figura 5.11- Curva analítica para o bisfenol A (0,1 a 200 µg/L) ............................................ 80

Figura 5.12- Curva analítica para o diclofenaco (2,5 a 200 µg/L) .......................................... 80

Figura 5.13- Curva analítica para a estrona (0,1 a 200 µg/L) ................................................. 81

Figura 5.14- Curva analítica para o estradiol (1 a 200 µg/L) .................................................. 81

Figura 5.15- Curva analítica para o etinilestradiol (0,1 a 175 µg/L) ....................................... 81

Figura 5.16- Curva analítica para o estriol (2,5 a 20 µg/L) ..................................................... 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1- Compostos desreguladores endócrinos, suas fontes e efeitos estudados em

laboratório. ................................................................................................................................ 23

Tabela 2.2- Substâncias químicas classificadas como DE ....................................................... 25

Tabela 2.3- Dados de monitoramento de microcontaminantes em amostras ambientais ......... 32

Tabela 4.1- Informações e características físico-químicas dos microcontaminantes em estudo

.................................................................................................................................................. 56

Tabela 4.2- Planejamento fatorial 23 com ponto central com os níveis codificados e

decodificados. ........................................................................................................................... 59

Tabela 4.3- Condições da reação de derivatização ................................................................... 61

Tabela 4.4- Parâmetros e valores utilizados na metodologia de determinação de

microcontaminantes por CG-EM.............................................................................................. 63

Tabela 4.5- Tempos de retenção e relação m/z dos analitos derivatizados .............................. 64

Tabela 5.1- Porcentagem de recuperação estimada pela razão das áreas para os tempos de 1, 3

e 12 horas de resfriamento. ....................................................................................................... 69

Tabela 5.2- Valores dos efeitos e do parâmetro p (α = 0,05) para cada variável estudada no

planejamento fatorial completo 23 com quadruplicata no ponto central. Os valores em

destaque são os que se mostraram significativos de acordo com o valor de p (p < 0,05). ....... 70

Tabela 5.3- Porcentagem de extração dos analitos em cada ensaio do planejamento fatorial

completo 23. .............................................................................................................................. 73

Tabela 5.4- Faixa de trabalho de cada analito, média da razão da área do microcontaminante

pela área do padrão interno de 3 replicatas de injeção e coeficiente de variação dessa média 78

Tabela 5.5- Limites de detecção (LD) e limites de quantificação (LQ) do equipamento CG-

EM. ........................................................................................................................................... 82

Tabela 5.6- Limites de detecção (LDM) e limites de quantificação (LQM) do método. ......... 83

Tabela 5.7- Valores do coeficiente de variação de cinco replicatas em três níveis para cada

microcontaminante ................................................................................................................... 84

Tabela 5.8- Índice de recuperação da ELL-PBT para três níveis de concentração .................. 85

Tabela 5.9- Efeito de matriz para cada analito em três níveis de concentração ....................... 87

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Tabela 5.10- Concentrações dos analitos encontrados em amostras de esgoto bruto e efluentes

UASB e FBP ............................................................................................................................. 89

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LISTA DE NOTAÇÕES

4-NP: 4-nonilfenol

4-OP: 4-octilfenol

AAS: Ácido acetilsalicílico

AINH: Anti-inflamatórios não

hormonais

APCI: Atmospheric pressure

chemical ionization

BPA: Bisfenol-A

BSTFA: N,O-bis (trimetilsilil)

trifluoroacetamida

CAF: Cafeína

CAS: Chemical Abstracts Service

CePTS: Centro de Pesquisa e

Treinamento em Saneamento

CG: Cromatografia gasosa

CLAE: Cromatografia líquida de

alta eficiência

CV: Coeficiente de variação

DCF: Diclofenaco

DE: Desreguladores endócrinos

E1: Estrona

E2: Estradiol

EE2: Etinilestradiol

E3: Estriol

EFS: Extração em fase sólida

ELL: Extração líquido-líquido

EM: Espectrometria de massas

EPA: Environmental Protection

Agency

ESI: Electrospray Ionization

ETE: Estação de tratamento de

esgoto

FBP: Filtro biológico percolado

GEN: Genfibrozila

IBU: Ibuprofeno

IE: Ionização por impacto de

elétrons

IUPAC: International Union of

Pure and Applied Chemistry

LD: Limite de detecção

LQ: Limite de quantificação

MEFS: Microextração em fase

sólida

MM: Massa molecular

NPX: Naproxeno

PI: Padrão interno

SCAN: Scanning íon

SIM: Selected ion monitoring

PCT: Paracetamol

Kow: Coeficiente de partição

octanol/água

PE: Ponto de ebulição

POP: Poluentes Orgânicos

Persistentes

PPCP: Produtos de Higiene Pessoal

e Produtos Farmacêuticos

TCMS: Trimetilclorosilano

UASB: Upflow anaerobic sludge

blanket

UE: União Europeia

UV: Ultra violeta

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1 Introdução

Atualmente, um dos tópicos mais relevantes na química ambiental é a qualidade das

águas. A preocupação com micropoluentes (poluentes que estão presentes no meio ambiente

em concentrações da ordem de μg/L e ng/L) tem aumentado expressivamente nos últimos

anos. Fármacos, desreguladores endócrinos e poluentes orgânicos persistentes (POPs) são

classes de substâncias muito investigadas devido, principalmente, aos seus possíveis efeitos

no meio ambiente. Uma grande preocupação relacionada a essas classes de substâncias é que

podem produzir efeitos adversos aos organismos expostos em concentrações muito baixas

(BILA e DEZOTTI, 2007). Incluem não só as substâncias originais, mas também seus

subprodutos ou metabólitos, ou seja, produtos da degradação química e biológica dos

compostos originais. Os microcontaminantes representam uma mudança no conceito

tradicional sobre contaminação ambiental, pois muitos são produzidos industrialmente e estão

dispersos no ambiente pelo uso doméstico, comercial e industrial.

A classe de Produtos de Higiene Pessoal e Produtos Farmacêuticos (PPCPs) é a mais

diversa categoria de substâncias emergentes. Nesta classe de microcontaminantes, se

encontram as drogas de prescrição terapêutica, medicamentos veterinários, fragrâncias,

aditivos de cosméticos, protetores solares, agentes de diagnóstico, nutracêuticos (ex.

vitaminas) e drogas ilícitas (anfetaminas, cocaína, etc.). Muitos destes compostos são solúveis

em água e são expostos aos compartimentos ambientais através de águas residuárias

(industriais e municipais), fossas sépticas, drenagem do lodo de esgotos, estrume de animais,

chorume e lixiviado de aterros sanitários. A rota de contaminação passa, na maioria das vezes,

pela ingestão e uso tópico por humanos e animais, ou pela exposição involuntária nas águas e

nos alimentos. Devido às propriedades recalcitrantes e antibióticas destes compostos, as

estações de tratamento de esgotos (ETEs) podem não ser eficazes no seu tratamento e

remoção (KÜMMERER, 2010).

Os compostos classificados como desreguladores endócrinos são produtos químicos

hormonalmente ativos capazes de interferir no sistema endócrino de animais (KUMAR et al.,

2012). Além dos efeitos no desenvolvimento e na reprodução, há também uma crescente

preocupação de que os distúrbios metabólicos na biota podem estar ligados com os

desreguladores endócrinos. A taxa de obesidade global tem aumentado drasticamente ao

longo das últimas três décadas em adultos, crianças e adolescentes, especialmente em países

desenvolvidos. A obesidade é frequentemente associada a distúrbios metabólicos (incluindo

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diabetes tipo 2, síndrome metabólica, complicações pulmonares e cardiovasculares, além de

doenças do fígado), bem como outras questões de saúde, como problemas psicológicos e ou

sociais, problemas reprodutivos e algumas formas de câncer (HATCH et al., 2010; SAAL et

al., 2012).

Pesquisadores do mundo inteiro vêm se empenhando no desenvolvimento de métodos

analíticos suficientemente sensíveis, com limites de detecção na ordem de μg/L e ng/L para

detecção desses compostos em diversas matrizes ambientais. A preparação e concentração de

dos analitos das amostras são extremamente importantes quando se trata de análise de traços.

Dentre as técnicas mais utilizadas a extração em fase sólida (EFS), microextração em fase

sólida (MEFS) têm se destacado (BUENO et al., 2012; SHIN e OH, 2012; GOMES et al.,

2011). Os equipamentos utilizados nestas determinações, em geral, são bastante sofisticados e

apresentam elevada detectabilidade, enquanto que os procedimentos de extração e

concentração dos produtos farmacêuticos e de higiene pessoal e dos possíveis interferentes

endócrinos são bastante minuciosos. Dentre os métodos de análise, a cromatografia gasosa e

líquida acoplada a espectrometria de massas têm ganhado destaque.

O presente trabalho propõe o desenvolvimento de um método de extração simples,

eficaz e de baixo custo para análise de vários compostos presentes em amostras de esgoto. A

análise simultânea de microcontaminantes em amostras de esgoto doméstico foi realizada por

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas.

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16

2 Revisão Bibliográfica

2.1 Microcontaminantes Emergentes

Os microcontaminantes emergentes são uma classe de contaminantes que vêm

chamando a atenção da sociedade científica quanto às consequências que estes podem trazer

para o meio ambiente aquático mesmo em concentrações muito baixas (na faixa de ng/L e

µg/L). De acordo com a EPA, 2008 as substâncias classificadas como microcontaminantes

são:

Poluentes orgânicos persistentes (POP) tais como éteres difenílicos polibromados

utilizados em retardantes de chama, plastificantes, assim como ácidos orgânicos

perfluorados;

Fármacos e produtos de higiene pessoal incluindo os fármacos de uso humano com

prescrição ou venda livre, bactericidas, protetores solares e fragrâncias;

Medicamentos veterinários, como os antibióticos, antifúngicos e hormônios;

Perturbadores endócrinos que inclui hormônios naturais e sintéticos, pesticidas,

alquilfenois, etc; e

Nanomateriais: nanotubos de carbono, dióxido de titânio particulado em nano

escala, etc.

A figura 2.1 ilustra as várias rotas de entrada dos microcontaminantes no meio

ambiente.

Page 19: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

17

Figura 2.1- Esquema das possíveis rotas de entrada dos microcontaminantes no meio

ambiente. Fonte: Adaptado de KUMAR et al (2012)

Dentre os microcontaminantes citados, uma revisão bibliográfica acerca da ocorrência e

procedimentos analíticos para alguns fármacos e perturbadores endócrinos avaliados neste

trabalho é apresentada.

2.1.1 Fármacos

A indústria farmacêutica cresce a cada ano e está presente no cotidiano da população

mundial. Com isso, estes microcontaminantes vêm sendo cada vez mais detectados no meio

ambiente. No entanto, pouco se sabe sobre seu impacto ambiental. A ocorrência de

medicamentos humanos e veterinários no meio ambiente tem sido um assunto de

preocupação, pois muitos destes contaminantes emergentes têm demonstrado persistência no

solo e na água (CELIZ et al., 2009).

Os fármacos chegam ao meio ambiente via excreção, parte em sua forma ativa e parte

em forma de metabólitos, além de muitas vezes serem descartados de maneira inadequada no

vaso sanitário (KUMMERER, 2010). Efluentes de indústrias farmacêuticas e efluentes rurais

também contribuem, e muito, para a descarga desses contaminantes no meio ambiente. A

baixa volatilidade dos produtos farmacêuticos indica que a distribuição no ambiente ocorre,

principalmente, pelo transporte aquático e pelos alimentos na dispersão de cadeia (FENT,

2006).

Estudos recentes têm demonstrado que, apesar das concentrações relativamente baixas

de medicamentos no meio ambiente, há a preocupação quanto aos efeitos adversos causados

no longo prazo, em humanos e animais expostos a esses compostos. Assim, vários

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18

pesquisadores estão investigando as condições operacionais na eficiência de remoção de

produtos farmacêuticos em águas residuais de modo a minimizar a sua liberação para os

sistemas terrestres e aquáticos. Além disso, as avaliações de riscos e monitoramento

ambiental estão sendo realizados a fim de obter informações suficientes que permitam o

monitoramento e regulação de produtos farmacêuticos (CELIZ et al., 2009).

2.1.1.1 Anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios não hormonais (AINH) fazem parte de um grupo de

medicamentos dos mais comercializados em todo o mundo e estão entre os fármacos mais

encontrados no meio ambiente (SANTOS et al., 2010).

Os AINHs constituem um grupo heterogêneo de compostos de um ou mais anéis

aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. São ácidos orgânicos fracos que atuam,

principalmente, nos tecidos inflamados e ligam-se, significativamente, à albumina plasmática

(CHAHADE et al., 2008). As figuras 2.2 a 2.5 representam as estruturas químicas dos AINHs

estudados neste trabalho.

Figura 2.2- Ácido Acetilsalicílico

O

O

OCH3

OH

Figura 2.3- Ibuprofeno

O

CH3

CH3

OH

CH3

Figura 2.4- Naproxeno

O

OH

OCH3

Figura 2.5- Diclofenaco Sódico

NaO

NHCl

Cl

O

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19

O acetaminofeno (N-acetil-p-aminofenol, 4-acetamidofenol, paracetamol),

apresentado na figura 2.6, é um composto p-aminofenólico que apresenta atividades

analgésica e antipirética. Este fármaco não possui atividade anti-inflamatória, mesmo assim é,

provavelmente, o antipirético-analgésico de segunda escolha, principalmente aos pacientes

alérgicos ao ácido acetilsalicílico ou que sofram de úlceras pépticas (BECKER, 2012).

Figura 2.6- Acetaminofeno

O

OHNH

CH3

Gómez e colaboradores (2007) monitoraram uma estação de tratamento de esgoto

(ETE) no sul da Espanha por um ano para análise simultânea de 14 contaminantes orgânicos.

Dentre os estudados, encontraram ibuprofeno, acetaminofeno e diclofenaco nas concentrações

médias de 84, 134 e 1,5 µ/L respectivamente, antes do tratamento. No efluente encontraram

uma média de 7,1, 0,22 e 0,9 µ/L. As análises foram feitas por cromatografia gasosa acoplada

a espctrometria de massa (CG-EM).

Também na Espanha, Bueno e colaboradores (2012) monitoraram 100 compostos

orgânicos durante dois anos em cinco ETEs municipais. Dentre os compostos que

representaram a maior parte da poluição do efluente, não apenas pelas concentrações, mas

também pelo número de vezes em que foram detectados, estão os AINHs ibuprofeno,

diclofenaco, naproxeno; o regulador lipídico genfibrozila e o estimulante cafeína.

2.1.1.2 Reguladores Lipídicos

Reguladores lipídicos são medicamentos que reduzem o nível de colesterol total e de

triglicérides e utilizados para o tratamento de doenças coronarianas e infarto do miocárdio.

A figura 2.7 ilustra a estrutura química do regulador lipídico genfibrozila, que é um

ácido fenoxipentanóico não-halogenado, estudado neste trabalho.

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20

Figura 2.7- Genfibrozila

OCH3

CH3

CH3

CH3

O

OH

Bendz (2005) e colaboradores monitoraram vários compostos farmacêuticos ativos em

uma ETE na Suécia. Dentre esse compostos a genfibrozila foi encontrada na concentração de

0,71 µg/L e sendo obtida uma eficiência de remoção de 75% da planta em questão deste

composto.

2.1.1.3 Estimulantes

Cafeína

A cafeína é um alcalóide, identificado como 1,3,7-trimetilxantina, cuja estrutura

contém um esqueleto de purina (Figura 2.8). Este alcaloide é encontrado em grande

quantidade nas sementes de café e nas folhas de chá verde (Camilla sinensis). Também pode

ser achado em outros produtos vegetais, particularmente no cacau (Theobroma cocoa), no

guaraná (Paullinia cupana) e na erva-mate (Ilex paraguayensis). Embora uma parcela

pequena da população consuma cafeína na forma de fármacos, como, por exemplo,

antigripais, grande parte deste alcalóide é ingerida na forma de bebidas. Uma xícara de café

pode conter em média cerca de 80 mg de cafeína, enquanto uma lata de coca-cola em torno de

34-41 mg (MARIA e MOREIRA, 2007).

Figura 2.8- Cafeína

CH3

CH3

CH3

O

O N

NN

N

O consumo de quantidades moderadas de cafeína aumenta a disponibilidade de

energia, aumenta o gasto energético diário, diminui a fadiga, diminui a sensação de esforço

associado à atividade física, melhora o desempenho físico, aumenta a performance motora,

melhora o desempenho cognitivo, diminui a fadiga mental, aumenta a precisão de reações,

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21

aumenta a capacidade de concentração, aumenta a memória de curto prazo, aumenta a

capacidade de resolver problemas que exigem raciocínio, aumenta a capacidade de tomar

decisões corretas e aumenta a capacidade de funcionamento cognitivo e de coordenação

neuromuscular (GLADE, 2010).

A cafeína é considerada por muitos autores um marcador químico de contaminação

antropogênica (DANESHVAR et al., 2012; BUERGE et al., 2003). No entanto, tal função é

limitada a áreas em que não há relevantes fontes naturais e industriais de cafeína (BUERGE et

al., 2006).

2.1.2 Desreguladores Endócrinos

Há evidências de que uma ampla gama de produtos químicos presentes no meio

ambiente são capazes de interferir no sistema endócrino de animais selvagens, incluindo aves,

peixes, mamíferos, répteis e moluscos. Estes produtos químicos hormonalmente ativos,

conhecidos como desreguladores endócrinos (DE), podem atingir os sistemas ribeirinhos

através de uma variedade de entradas, incluindo fluxos de resíduos urbanos, rurais, industriais

e de atividades de agricultura intensiva (KUMAR et al., 2012).

Alguns efeitos citados na literatura, tais como diminuição na eclosão de ovos de

pássaros, peixes e tartarugas; feminização de peixes machos; problemas no sistema

reprodutivo em peixes, répteis, pássaros e mamíferos e, alterações no sistema imunológico de

mamíferos marinhos, têm sido associadas à exposição de espécies de animais aos

desreguladores endócrinos. Em alguns casos esses efeitos podem conduzir ao declínio da

população. Em seres humanos esses efeitos incluem a redução da quantidade de esperma, o

aumento da incidência de câncer de mama, de testículo e de próstata e a endometriose (BILA

e DEZOTTI, 2007).

Segundo a União Europeia (UE), os desreguladores endócrinos podem: danificar

diretamente um órgão endócrino; alterar diretamente a função de um órgão endócrino;

interagir com um receptor de hormônios ou, alterar o metabolismo de um hormônio em um

órgão endócrino. A USEPA (United States Environmental Protection Agency) propõe uma

definição mais detalhada que reflete a diversidade de mecanismos envolvidos na perturbação

do sistema endócrino. De acordo com a agência, um interferente endócrino é um agente

exógeno que interfere na síntese, secreção, transporte, ligação, ação ou eliminação de

hormônios naturais que são responsáveis pela manutenção da homeostase, reprodução,

desenvolvimento e/ou comportamento (U.S. EPA, 1997).

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22

Os estrogênios ambientais podem causar respostas antagônicas e agônicas, por

mecanismos de ação via receptores hormonais. A atividade agonista é a capacidade de uma

substância acoplar-se ao receptor de hormônios esteróides e elucidar uma resposta. Em

contrapartida, a atividade antagonista é a habilidade de uma substância acoplar-se ao receptor

de estrogênio e bloquear a ação do ligante natural e, assim, sua resposta não será elucidada

(BILA e DEZOTTI, 2007).

Figura 2.9- Disfunções endócrinas: a) resposta natural, b) efeito agonista, c) efeito

antagonista. Fonte: (GHISELLI e JARDIM, 2007).

A tabela 2.1 mostra alguns efeitos causados por vários compostos classificados como

desreguladores endócrinos.

Uma grande parte da evidência dos possíveis efeitos dessas substâncias em seres

humanos foi obtida a partir da experiência envolvendo mulheres grávidas que tomaram o

estrogênio sintético dietilestilbestrol, prescrito para evitar o aborto espontâneo e promover o

crescimento do feto, no período entre 1948 e 1971. Muitas filhas dessas mulheres são hoje

estéreis, enquanto uma minoria tem desenvolvido um tipo raro de câncer vaginal. Os homens

adultos mostram uma maior incidência de anormalidade em seus órgãos sexuais, apresentam

contagem média de espermatozoides diminuída e podem sofrer um risco maior de

desenvolver câncer nos testículos. (GHISELLI, 2006).

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23

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24

Os hormônios excretados através da urina e fezes seguem para a rede coletora,

adentrando depois ao ambiente. O lançamento de efluentes in natura ou mesmo processados

são as principais vias de contaminação do ambiente aquático, seja pelo déficit de

infraestrutura em saneamento, seja pela ineficiência (tecnológica e/ou operacional) das

estações de tratamento. Apesar de possuírem meia-vida relativamente curta quando

comparados a outros compostos orgânicos (como alguns pesticidas), os estrógenos naturais

são continuamente introduzidos no ambiente o que lhes concede um caráter de persistência.

Estudos relatam que até 40% das doses ministradas de estrógenos sintéticos podem ser

disponibilizadas para o ambiente. A Figura 2.10 exemplifica o modo de entrada destes

contaminantes para os ecossistemas (FILHO et al., 2006).

Figura 2.10- Representação esquemática da principal via de entrada de disruptores

endócrinos hormonais em sistemas aquáticos. Adaptado de Filho et al., 2006

A tabela 2.2 abaixo apresenta alguns compostos classificados como desreguladores

endócrinos e suas classes.

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25

Tabela 2.2- Substâncias químicas classificadas como DE

Ftalatos Pesticidas

dietil ftalato (DEP)

di-iso-butil ftalato (DIBP)

di-n-butil ftalato (DBP)

butilbenzil ftalato (BBP)

diciclohexilo ftalato (DCHP)

di-2-(2-etil-hexil) ftalato (DEHP)

di-n-octil ftalato (DOP)

di-isooctil ftalato (DIOP)

di-iso-nonil ftalato (DINP)

di-iso-decil ftalato (DIDP

Inseticida

DDT (2,2 bis-p-clorofenil-1,1,1-tricloroetano)

DDE (2,2 bis-p-clorofenil-1,1-dicloroetileno)

deltametrina

carbofurano

Herbicidas

atrazina

linuron

Fungicidas

vinclozolina tridemorfos

carbendazina procimidona

penconazol epoxiconazol

procloraz

Pesticidas organoclorados

Lindano (1,2,3,4,5,6-hexacloroexano)

Alquilfenóis

nonilfenol nonilfenol etoxilado

octilfenol octilfenol etoxilado

Organoclorados

dibenzo-p-dioxina

TCDD (2,3,7,8-tetraclorodibenzeno-p-dioxina)

TCDF (2,3,7,8-tetraclorodibenzofurano) Compostos orgânicos de estanho

Bisfenol Tributilestanho (TBT)

Trifenilestanho (TPT) Bisfenol A

Parabenos Policlorados de bifenilas

benzilparabeno isobutilparabeno

butilparabeno n-propilparabeno

etilparabeno metilparabeno

2,4,4’-triclorobifenil

2,2’,5,5’-tetraclorobifenol

2,2’,4,5,5’-pentaclorobifenil

2,3,4,4’,5-hexaclorobifenil

2,2’3,4,4’,5- hexaclorobifenil

2,2’,4,4’,5,5’-hexaclorobifenil

2,2’,3,4,4’,5,5’-heptaclorobifenil

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos

Naftalina

Acenaftileno

Fluoreno

Fenantreno

Antraceno

Fluoranteno

Pireno

Benzo[a]antraceno

Criseno

Benzo[b]fluoranteno

Benzo[k]fluoranteno

Benzo[a]pireno

Indeno[123-cd] pireno

Dibenzo[ah]antraceno

Benzo[ghi]perileno

Retardantes de chama bromado

Polibromobifenila( PPB)

polibromobifenila( PPB)

2,2’,4,4’-tetrabromodifenil éter 2,2’,4,4’,5-

pentabromodifenil éter 2,2’,4,4’,6-

pentabromodifenil éter

2,2’,4,4’,5,5’-hexabromodifenil éter

2,2’,4,4’,5,6-hexabromodifenil éter

2,2’,3,4,4’,5,6-heptabromodifenil éter

octabromodifenil éter (BDE octa)

decabromociclodifenil éter (BDE 209)

hexabromociclododecano (HBCD)

tetrabromobisfenol A (TBBA)

Metais pesados

Cádmio

Mercúrio

Chumbo

Zinco

Agentes terapêuticos e farmacêuticos

Dietilestilbestrol (DES)

17α-etinilestradiol (EE2) Fitoestrogênios

Estrogênios naturais

Isoflavona: daidzeína e genisteína

Lignanas: metaresinol e enterodiol Estrona (E1)

17β-estradiol (E2)

Estriol (E3)

Fonte: (BILA e DEZOTTI, 2007)

Dentre os compostos apresentados no quadro acima alguns foram estudados neste

trabalho.

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26

4-Nonilfenol (4NP)

A liberação do 4-nonilfenol para o meio ambiente pode ser resultante dos resíduos de

vários produtos uma vez que são utilizado na preparação de lubrificantes, aditivos de óleo,

resinas, plastificantes, agentes tenso ativos, antioxidantes para borrachas e plásticos, e como

material de partida para a produção de resinas fenólicas. O 4-nonilfenol foi identificado em

água potável, águas subterrâneas, rios e lagos, estação de tratamento de efluentes, e é um

contaminante de destaque no lodo de esgoto (“PUBCHEM, 2012”).

Figura 2.11- Estrutura química do 4-nonilfenol

OH

CH3

Liu e colaboradores (2012) confirmaram que desreguladores endócrinos, entre eles o

4-nonilfenol, se acumulam nos músculos de peixes quando estes são expostos a efluentes

contendo este microcontaminantes. Esta acumulação pode explicar vários efeitos biológicos

nas espécies em estudo.

4-Octilfenol (4OP)

O 4-octilfenol, junto com o 4-nonilfenol, são produtos da degradação do dos

alquilfenóis etoxilados, que são surfactantes usados em formulações de detergentes de uso

industrial e doméstico. Também são usados na produção de resinas fenólicas, como aditivos

plásticos, emulsificantes, agentes umificantes e em formulações de agrotóxicos. A principal

fonte desses compostos para o meio aquático é proveniente do uso doméstico de surfactantes

(RAIMUNDO, 2007).

Figura 2.12- Estrutura química do 4-octilfenol

OH

CH3

Bisfenol A (BPA)

Bisfenol A é utilizado principalmente na indústria como um intermediário importante

na produção das seguintes resinas e polímeros: policarbonato, epóxi, polisulfona, poliacrilato,

polieterimida, poliéster insaturado e fenólicos. Pode ser encontrado em uma grande variedade

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27

de materiais e produtos (por exemplo, garrafas, tubos, revestimentos, selantes dentários,

embalagens de alimentos, esmaltes e materiais retardadores de chama). Devido a sua ampla

utilização a população humana pode facilmente entrar em contato com o BPA no dia-a-dia

(ASIMAKOPOULOS et al., 2012).

Figura 2.13- Estrutura química do bisfenol A

CH3

CH3

OHOH

Uma grave consequência da exposição ao BPA foi relatada por Aldad e colaboradores

(2011) que expuseram fêmeas de macacos a este composto e comprovaram que o BPA,

indiretamente, aumenta a ação de estrogênios. Esse efeito pode explicar doenças como

endometriose, hiperplasia do endométrio, câncer, além de poder estar associado a abortos

espontâneos.

Estrona (E1)

A estrona é um estrogênio natural mais potente que o estriol e menos que o estradiol.

É o principal estrógeno circulante após a menopausa e a maior parte está conjugada sob a

forma de sulfato. É muito utilizada para avaliação do hipogonadismo, avaliação da puberdade

precoce (completa ou parcial), diagnóstico de tumores feminilizantes e acompanhamento de

reposição hormonal na menopausa, em alguns casos (NOBEL, 2012).

Figura 2.14- Estrutura química da estrona

O

OH

No trabalho de Salste et al (2007) a estrona foi o único estrogênio encontrado acima

do limite de quantificação indicando que ele é o principal contribuinte para a atividade

estrogênica do efluente de uma estação de tratamento da cidade de Turku, na Finlândia.

Estradiol (E2)

O 17β-estradiol é um estrógeno natural responsável pelas características sexuais

femininas secundárias e pela menstruação normal. Na menopausa seu nível cai

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28

consideravelmente. Além disso, também é responsável pela manutenção dos tecidos do

organismo, garantindo a elasticidade da pele e dos vasos sanguíneos e a reconstituição óssea,

entre outras funções (GOODMAN GILMAN, 2005). É metabolizado principalmente no

fígado, sendo os principais metabólitos a estrona e o estriol e seus conjugados, os quais são

consideravelmente menos potente do que o estradiol. A maior parte dos metabólitos são

excretados na urina como glucuronídeos e sulfatos (BALFOUR, J.A. e HEEL, R.C.,1990)

Figura 2.15- Estrutura química do estradiol

OH

OH

Estradiol e os seus ésteres semi-sintéticos (valerato de estradiol, especialmente), são os

principais estrogênios utilizados no tratamento de perturbações da menopausa. A sua

utilização também tem sido proposta para a prevenção de doenças cardiovasculares (IARC,

2012).

Devido ao uso do estradiol para tratamentos, além de ser um estrogênio natural, há a

preocupação quanto a sua ocorrência no meio ambiente. No trabalho de Svenson e

colaboradores (2003) foi relatado que, em efluentes de estações de tratamento de esgoto

doméstico da Suécia, havia compostos estrogênicos correspondentes ao estradiol nas

concentrações de 0,1-15 ng / L. Além disso, baixos níveis de atividade estrogênica também

foram encontrados em um rio que recebe efluentes municipais, tomada a cerca de 3,5-35 km a

jusante de uma estação de tratamento de esgoto. Já em esgoto não tratado, as concentrações de

estradiol estava em torno de 1-30 ng de estradiol / L.

Etinilestradiol (EE2)

O 17α- etinilestradiol é um estrogênio sintético amplamente utilizado em pílulas

contraceptivas (30–50 µg/pílula/dia). Possui maior potencial estrogênico quando comparado

com o estradiol e seus metabólitos, além de ser mais resistente ao metabolismo. Tais fatos

ocorrem devido a adição de um grupo etinil na sua estrutura (ANDREW et al., 2010;

TOMŠÍKOVÁ et al., 2012).

Page 31: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

29

Figura 2.16- Estrutura química do etinilestradiol

CHOH

OH

O uso de medicamentos contendo estrógenos sintéticos possuem muitos pontos

negativos e entre os mais graves, o desenvolvimento e evolução de câncer de mama. Tais

compostos possuem maior potencial endócrino e são excretados na urina de mulheres que

usam os contraceptivos (TOMŠÍKOVÁ et al., 2012).

Vários estudos já comprovaram que a exposição de animais aquáticos ao EE2, e outros

estrógenos, causam mudanças no fenótipo como falha nos órgão reprodutivos, feminização

(ou demasculinização) de machos, formação de hermafroditas e aumento na produção da

proteína vitelogenina (proteína sintetizada pelas fêmeas durante a maturação óocita)

(SUMPTER e JOHNSON, 2008).

Kidd e colaboradores (2007) expuseram peixes da espécie Pimephales promelas, em

uma lagoa experimental no Canadá, a baixas concentrações de EE2 (5-6 ng/L) durante sete

anos. Eles constaram a feminização de machos da espécie devido a produção da proteína

vitelogenina, alterações no desenvolvimento gonadal comprovada pela presença de peixes

hermafroditas e mudanças na oogênese de fêmeas. Por fim, houve uma diminuição

significativa da população dos peixes no lago.

Tompsett e colaboradores (2012) expuseram girinos da espécie Xenopus laevis a três

níveis de concentração de EE2 (0,09, 0,84, ou 8,81mg/L) e em todos eles foi observado

atrasos significativos no tempo de metamorfose. Houve um grande número de anfíbios com

genótipo masculino que exibia fenótipo dos dois sexo (hermafroditismo), além do aumento na

produção da proteína vitelogenina em ambos os sexos.

Devido a esses fatos há a grande preocupação em avaliar a remoção desse

contaminante nas estações de tratamento de esgoto uma vez que os efluentes vão para rios e

mananciais e podem chegar ao consumo humano.

Page 32: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

30

Estriol (E3)

O estriol é um estrógeno natural, altamente sintetizado durante a gravidez e pode ser

originado pelo metabolismo do estradiol e da estrona sendo menos ativo que estes

(RAIMUNDO, 2007). É amplamente utilizado na reposição hormonal na menopausa uma vez

que o estriol induz a normalização do epitélio vaginal, cervical e uretral, ajudando a restaurar

a microflora normal e o pH fisiológico da vagina. Além disso, aumenta a resistência das

células para inflamação e infecção (VOOJIS e GEURTS, 1995).

Figura 2.17- Estrutura química do estriol

Em amostras do rio Dourados, no estado do Mato Grosso do Sul, que devido a criação

extensiva de gado na região pode receber excrementos destes animais, foram feitas análises de

estrógenos naturais. O estriol foi o encontrado em maior quantidade, com concentrações na

faixa de 11 e 130 ng/L (ZOCOLO et al., 2010).

2.2 Esgoto

A palavra esgoto costuma ser usada para definir tanto a tubulação condutora das águas

servidas de uma comunidade, como também o próprio líquido que flui por estas canalizações.

Hoje este termo é usado quase que apenas para caracterizar os despejos provenientes das

diversas modalidades do uso e da origem das águas, tais como as de uso doméstico,

comercial, industrial, as de utilidades públicas, de áreas agrícolas, de superfície, de infiltração,

pluviais, e outros efluentes sanitários.

Os esgotos costumam ser classificados em dois grupos principais: os esgotos sanitários

e os industriais. Os primeiros são constituídos essencialmente de despejos domésticos, uma

parcela de águas pluviais, águas de infiltração, e eventualmente uma parcela não significativa

de despejos industriais, tendo características bem definidas.

Os esgotos domésticos ou domiciliares provém principalmente de residências, edifícios

comerciais, instituições ou quaisquer edificações que contenham instalações de banheiros,

lavanderias, cozinhas, ou qualquer dispositivo de utilização da água para fins domésticos.

Page 33: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

31

Compõem-se essencialmente da água de banho, urina, fezes, papel, restos de comida, sabão,

detergentes, águas de lavagem.

Os esgotos industriais, extremamente diversos, provêm de qualquer utilização da água

para fins industriais, e adquirem característicos próprias em função do processo industrial

empregado. Assim sendo, cada indústria deverá ser considerada separadamente, uma vez que

seus efluentes diferem até mesmo em processos industriais similares (JORDÃO, 1995).

O esgoto doméstico é uma matriz bastante complexa do ponto de vista analítico. Ele

pode conter muitos compostos orgânicos tais como, ácidos húmicos e fúlvicos, proteínas,

lipídeos, além de detergentes do tipo alquilbenzeno-sulfonados de cadeia linear (LAS),

surfactantes aniônicos que são amplamente utilizados e estão no esgoto em altas

concentrações (cerca de 10mg/L). Devido sua abundância e atividade surfactante esses

compostos são interferentes importantes encontrados na matriz esgoto, que podem competir

com os analitos de interesse no sistema cromatográfico.

2.3 Métodos Analíticos para Determinação de Microcontaminantes

Os microcontaminantes entram no meio ambiente constantemente, porém em

concentrações muito baixas na ordem de µg/L e ng/L. As amostras ambientais (água

superficial, efluente de ETE, esgoto bruto), são amostras muito complexas fazendo necessário

o desenvolvimento de técnicas eficientes de preparação e concentração das mesmas

(KOSTOPOULOU e NIKOLAOU, 2008).

Técnicas cromatográficas, líquida e gasosa, são as mais utilizadas para análises desses

compostos. O acoplamento da espectrometria de massas a essas técnicas é o mais apropriado

devido a sua grande seletividade. A cromatografia gasosa ainda exige um passo a mais que é a

derivatização dos analitos para que seja possível a adição de grupamentos que levam a

diminuição do ponto ebulição, para que assim sejam passíveis a esse tipo de análise (GABET

et al., 2007). A Tabela 2.3 apresenta alguns dados de monitoramento de microcontaminantes

estudados neste trabalho em amostras ambientais encontrados na literatura.

Page 34: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

32

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07

Page 35: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

33

Tab

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Page 36: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

34

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35

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36

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37

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38

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39

2.3.1 Técnicas cromatográficas

Nos últimos anos, muitos métodos para a análise de contaminantes emergentes em

amostras de águas foram publicados. Dentre as técnicas instrumentais disponíveis para

quantificação de perturbadores endócrinos e fármacos em amostras ambientais a

cromatografia é sem dúvida a mais utilizada. A cromatografia é uma técnica físico-química de

separação. Ela está fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura,

que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase

estacionária. A grande variedade de combinações entre fases móveis e estacionárias a torna

uma técnica extremamente versátil e de grande aplicação (DEGANI et al, 1998).

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é o tipo mais versátil e mais

amplamente empregado de cromatografia por eluição. Essa técnica é utilizada para separar e

determinar espécies em uma grande variedade de materiais orgânicos, inorgânicos e

biológicos. Na cromatografia líquida, a fase móvel é um solvente líquido, o qual contém a

amostra na forma de uma mistura de solutos (SKOOG, 2005). Dentre os detectores para a

CLAE podemos destacar absorbância no UV/Vis, fluorescência e, o mais recentemente usado,

espectrômetros de massas.

As principais fontes de ionização empregadas em CLAE/EM são: ionização por

eletronebulização (electrospray ionization, ESI), ionização química à pressão atmosférica

(atmospheric pressure chemical ionization, APCI). No entanto, tais métodos de ionização são

suscetíveis a efeitos de matriz, principalmente quando se trata de matrizes complexas como as

ambientais, levando aos efeitos de supressão ou aumento do sinal analítico. Tem sido relatado

que a ionização por APCI é menos sensível a efeitos de matriz que a ionização por eletrospray

(WICK et al., 2010; BUCHBERGER, 2011).

Cromatografia Gasosa (CG)

Na cromatografia gasosa, os componentes de uma amostra vaporizada são separados

em consequência de sua partição entre uma fase móvel gasosa e uma fase estacionária líquida

ou sólida contida dentro da coluna. Ao realizar-se uma separação por cromatografia gasosa a

amostra é vaporizada e injetada na coluna cromatográfica. A eluição é feita por um fluxo de

fase móvel gasosa inerte que, em contraste com muitos outros tipos de cromatografia, não

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40

interage com as moléculas do analito; sendo sua única função transportar o analito através da

coluna (SKOOG, 2005).

Essa técnica é recomendada para amostras voláteis e termicamente estáveis. No

entanto, reações de derivatização podem ser feitas para compostos não voláteis. A

derivatização consiste em uma reação em que o peso molecular da amostra é aumentado pela

substituição de um grupo proveniente do reagente derivatizante e seu ponto de ebulição é

então diminuído pela redução na polaridade, tornando-se passível de análise por CG. Dentre

os vários reagentes derivatizantes podemos citar o pentafluorobenzil (PFBr), N,O-bis

(trimetilsilil) trifluoroacetamida (BSTFA) e o N-(tert-butildimetilsilil)-N-metil-

trifluoracetamida (MTBSTFA) que conduzem a formação de derivados contendo grupos

trimetilsilil (TMS) e tributilsilil (TBS).

Todavia, quando se deseja identificar e quantificar compostos, apenas a separação

deles pela coluna cromatográfica e comparação dos tempos de retenção não é suficiente,

tornando necessário o emprego de um detector. Vários são os detectores para a cromatografia

gasosa os quais podemos citar: ionização em chama, condutividade térmica, captura de

elétrons, espectrômetro de massas, termiônico, condutividade eletrolítica, fotoionização,

infravermelho com transformada de Fourier. Neste trabalho foi adotada a cromatografia

gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG/EM).

2.3.2 Espectrometria de Massas (EM)

Um dos detectores mais poderosos para a cromatografia gasosa é o espectrômetro de

massas. No caso de um CG, a amostra está na forma de vapor e a entrada deve ser

interfaceada entre a pressão atmosférica do sistema de CG e a baixa pressão (10–5

a 10–8

) do

sistema do espectrômetro de massas. Um sistema complexo de vácuo é necessário para

manter a pressão baixa. No espectrômetro de massas, as moléculas da amostra entram em uma

fonte de ionização para a consequente ionização da mesma. As fontes de ionização para a

espectrometria de massas são energéticas o suficiente para quebrar as ligações químicas das

moléculas da amostra, mas não suficientemente energéticas para decompor as moléculas da

amostra em seus átomos constituintes, assim como acontece em espectrometria atômica

(SKOOG, 2005).

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41

Figura 2.18- Diagrama de um espectrômetro de massas

As fontes de ionização em CG/EM produzem fragmentos, os quais podem também ser

ionizados. Portanto, os íons das moléculas da amostra, denominados íons moleculares, íons de

fragmentos e moléculas não-ionizadas, saem da fonte de ionização. As moléculas não-

carregadas e os fragmentos são normalmente extraídos da fonte de íons através de bombas de

vácuo empregadas para produzir o ambiente de baixa pressão. A próxima seção do

espectrômetro de massas é o estágio analisador. O analisador serve para selecionar os íons de

acordo com seus valores de massa carga (m/z). Os íons separados são então detectados e um

gráfico contendo a intensidade do sinal gerado pelo íon versus m/z é produzido pelo sistema

de dados (SKOOG, 2005).

A fonte de ionização do espectrômetro de massas utilizado neste trabalho é a ionização

por elétrons (IE). Nessa fonte, as moléculas são bombardeadas com um feixe de elétrons de

alta energia. Isso produz íons positivos (radicais cátions), íons negativos e espécies neutras.

Os íons positivos são dirigidos para o analisador por repulsão eletrostática. Em IE, o feixe de

elétrons é tão energético que muitos fragmentos são produzidos. Esses fragmentos, contudo,

são muito úteis na identificação das espécies moleculares (SKOOG, 2005).

O modo de varredura do espectrômetro de massas é um requisito instrumental

importante para que a análise seja realizada. O mais conveniente é a varredura em uma faixa

de massas completa. Nesse modo SCAN, o espectrômetro realiza uma varredura sobre uma

faixa de massas cobrindo todos os íons moleculares e fragmentos produzidos para uma

amostra complexa de múltiplos componentes. Massas menores (50 Da) são excluídas porque

podem fazer parte do background do ar e do gás de arraste. O limite superior é baseado na

volatilidade dos analitos. Muitos compostos acima da massa molecular de 600 Da, com a

exceção de derivados voláteis especificamente preparados, têm pressão de vapor insuficiente

para as análises. Por isso, para muitos espectrômetros isso representa o máximo da faixa de

massas ao usar uma coluna capilar, porque o uso de velocidades de varredura de 0,5 seg/scan

tornam-se mais difíceis acima dessa faixa (BECKER, 2012).

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42

Outro modo de varredura muito utilizado é o monitoramento seletivo de íon (SIM).

Nesse método o analisador de massas pode ser programado para amostrar um ou mais valor

de m/z no decorrer da separação cromatográfica. No monitoramento de apenas um valor de

m/z, a sensibilidade é aumentada em três ordens de magnitude, dependendo da faixa de

massas, assim o aparelho não gasta tempo no registro de razões m/z que não correspondem

aos compostos de interesse. Essa técnica é útil pata análise quantitativa de compostos alvos

onde o pico base do anlito é normalmente escolhido para o monitoramento de m/z. A análise

por SIM sintetiza a seletividade e sensibilidade do CG-EM (BECKER, 2012).

A espectrometria de massa acoplada à cromatografia gasosa e líquida são técnicas

ideais para a determinação de contaminantes orgânicos em águas residuais devido ao recurso

de separação do CG e CLAE atrelado a seletividade e sensibilidade do espectrômetro de

massas. Este acoplamento da cromatografia com detecção de massa seletiva permite a

determinação de muitos contaminantes em concentrações por partes por trilhão (ppt) ou

inferiores (KANDA e GLENDINNING, 2011).

2.3.3 Métodos de preparação de amostras

Embora o uso de EM permita aumentar a sensibilidade, um procedimento de pré-

concentração do analito é quase sempre necessário para atingir limites de detecção baixos o

suficiente para determinar os níveis residuais em que os contaminantes emergentes estão

presentes no ambiente (RODRIGUEZ-MOZAZ et al., 2007).

As técnicas mais utilizadas para extração ou pré-concentração de compostos são:

extração líquido-líquido (ELL) ou liquid-liquid extraction (LLE), extração em fase sólida

(EFS) ou solid phase extraction (SPE), microextração em fase sólida (MEFS) ou solid phase

microextraction (SPME) e extração com fluido supercrítico (EFS) ou supercritical fluid

extraction (SFE).

A EFS baseia-se principalmente na imobilização física ou adsorção de certos

compostos orgânicos na superfície de alguns sólidos orgânicos ou inorgânicos modificados ou

não que são os suportes que preenchem o cartucho de extração. A seleção dos suportes é

geralmente baseada nas propriedades dos analitos de interesse a serem extraídos (DAS et al.,

2012). O ajuste do pH da amostra muitas vezes é necessário para que haja protonação ou

desprotonação dos compostos tornando-os compatíveis com o recheio e, consequentemente,

aumentando a eficiência da extração (BUCHBERGER, 2011). Quando se trata de matrizes

complexas alguns componentes destas podem coeluir com os analitos de interesse durante a

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43

extraçao. Por isso, em alguns casos, é necessária a etapa de clean-up da amostra

(BIZKARGUENAGA et al., 2012).

A microextração em fase sólida (MEFS) é uma técnica recentemente usada para

análise de multirresíduos em amostras ambientais. O princípio da técnica é a extração de

compostos a partir da adsorção destes em uma fibra (polímero ou sólido adsorvente) que

recobre um tubo de fibra de vidro capilar. A quantidade do composto captada pela fibra é

proporcional à sua concentração na amostra à medida que o equilíbrio é atingido com auxílio

de agitação. Após a extração, a fibra de MEFS é transferida para a porta de injeção do CG,

onde os compostos são dessorvidos (FATTA-KASSINOS et al., 2011). Para compostos

voláteis é feita a extração indireta (headspace), já que a fibra não entra em contato direto com

a solução. A amostra é aquecida e os componentes voláteis são extraídos para a fibra pelo

processo de sorção ou partição (OLIVEIRA et al., 2008).

O princípio da extração líquido-líquido (ELL) de dois líquidos imiscíveis (fase aquosa

e fase orgânica) para a extração da substância de interesse se dá pelo coeficiente de partição

do analito entre as duas fases imiscíveis. A eficiência da extração, portanto, depende da

afinidade do soluto pelo solvente extrator e da razão entre as duas fases. No entanto, a ELL

tem várias limitações tais como baixa recuperação, necessidade de um grande volume de

amostra, baixa seletividade além da limitação para a extração de compostos hidrofílicos

(KOLE et al., 2011). Uma variação da ELL convencional foi desenvolvida utilizando baixas

temperaturas para facilitar a partição de fases com polaridades próximas.

2.3.3.1 Extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-PBT)

A partição em baixa temperatura foi primeiramente relatada por Anglin e McKinley

(1960) que extraíram cera utilizando acetona a -70 oC durante o clean up de extratos de

plantas para determinação de DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano). Em 1997, Juhler extraiu

organofosforados em matizes gordurosas da mesma forma, no entanto, a temperatura utilizada

foi de -10 oC.

Em 2008, Goulart desenvolveu uma metodologia simples e de baixo custo, para

análise de deltametrina e cipermetrina em leite. Este método denominado extração líquido-

líquido e purificação por precipitação a baixa temperatura, consiste em colocar a amostra

líquida ou sólida em contato com um solvente menos denso que a água e com ponto de fusão

abaixo de -20 oC. O sistema é agitado e levado ao freezer. Após um determinado período de

tempo a fase aquosa é congelada e o solvente orgânico ainda na fase líquida é separado e

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analisado por cromatografia. Esta técnica permitiu determinar piretróides em leite por

cromatografia gasosa, sem a necessidade de etapas de clean up. Segundo Goulart 2004, foram

avaliados alguns parâmetros relevantes na recuperação dos analitos. O solvente acetonitrila

proporcionou recuperação maior que 70% para cipermetrina e deltametrina. A proporção

amostra/solvente que obteve melhores resultados foi 1:2 (20 mL de leite para 40 mL de

acetonitrila). Segundo ele, outros solventes e mesmo as extrações múltiplas não melhoraram a

eficiência da extração. O tempo de contato do solvente com a amostra também foi avaliado

durante agitação em mesa agitadora. Os resultados indicaram melhores recuperações no

tempo de 20 minutos de agitação a 175 oscilações por minuto. Além disso, observou-se que

entre 6 h e 48 h de congelamento não houve diferença na recuperação dos analitos.

Posteriormente, Vieira et al., (2007) otimizou a técnica de ELL-PBT para a extração

simultânea de quatro piretróides: λ-cialotrina, permetrina, deltametrina e cipermetrina, em

amostra de água previamente contaminada com padrões dos piretróides. Na otimização foi

empregado um planejamento fatorial completo, 23, para avaliação do comportamento

simultâneo de três fatores: proporção entre o volume de água e acetonitrila (1:1 e 1:2), força

iônica pela adição de sal (0,020 mol/L e 0,100 mol/L de NaCl) e tempo de extração (15 min e

30 min). Pela análise cromatográfica, baseando em porcentagem de recuperação, o método

otimizado consistiu em proporção amostra/solvente de 1:2, adição de sal na concentração de

0,020 mol/L, uma vez que o aumento da força iônica dificultou a separação das fases. E por

último, os tempos de extração estudados não tiveram contribuição consideráveis para os

resultados, portanto optou-se pelo tempo de 15 minutos.

Os extratos obtidos do procedimento de purificação por precipitação a baixa

temperatura apresentam um aspecto limpo, o que pode ser observado por simples inspeção

visual. Outro ponto a ser considerado é o menor número de etapas necessárias para se obter

um extrato adequadamente limpo para análise cromatográfica. Isto permite reduzir os riscos

de contaminação e perdas de amostras, proporcionando um nível mais alto de recuperação e

de forma mais reprodutiva quando comparado com os procedimentos tradicionais

(GOULART, 2004).

Em 2010, Goulart analisou três tipos de carbamato (aldicarbe, carbofuran e carbaril)

em água. Foi utilizado um planejamento fatorial completo 23 para definir as melhores

condições da técnica de extração. As variáveis estudadas foram tempo de extração em banho

ultrassônico (2 min e 10 min), força iônica (0% m/v e 1,5% m/v) e proporção de volume de

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amostra/solvente (1:1 e 1:2). Após análise cromatográfica (CLAE-UV) as condições que

tiveram melhores porcentagens de recuperação (> 90%) foram banho ultrassônico por 10

minutos, força iônica 1,5% m/v de NaCl e proporção de amostra/solvente 1:2 (2 ml de

amostra para 4 ml de acetonitrila). A técnica foi então validada e aplicada em amostras de

água mineral de diferentes marcas e amostras de água de rio da região da Zona da Mata.

A ELL-PBT foi utilizada por Magalhães e colaboradores (2012) para análise em LC-

MS de diazepínicos em urina de usuários destas drogas. O método foi otimizado levando em

conta três variáveis relevantes do método: (1) tipo de congelamento (1 h no freezer e 8 s em

nitrogênio líquido), (2) força iônica da solução (0 mol/L e 2,0 mol/L de NaCl) e (3) proporção

de volume amostra /solvente (1:1 e 2:1). Os resultados obtidos indicaram que para variável (1)

o tipo de congelamento mais lento obteve recuperação mais elevada. Para a variável (2) o

aumento da força iônica aumentou a recuperação para todos os analitos. Já para a variável (3)

foi concluído que a proporção 1:1 de amostra/solvente foi a otimizada uma vez que a

proporção 2:1 (1 mL de urina para 0,5 mL de acetonitrila) não proporcionou separação das

fases. O método otimizado foi então validado e aplicado em amostras de urina de usuários dos

diazepínicos. Os resultados demonstram claramente que a metodologia proposta é simples,

rápida e sensível o suficiente para ser usado como um procedimento de rotina para a

determinação de benzodiazepínicos na urina.

2.3.4 Derivatização

A análise de fármacos por CG muitas vezes é inviabilizada devido a algumas

características dessas moléculas como polaridade acentuada, baixa volatilidade e instabilidade

térmica, o que faz da CLAE a técnica de escolha. Entretanto a técnica de CG por ser mais

simples, possuir elevado poder de resolução, sensibilidade adequada, reprodutibilidade e

baixo custo se mostra como interessante alternativa para as análises de fármacos. Para que

isso seja possível é necessário converter moléculas polares ou não voláteis em suas formas

voláteis, sendo necessários processos de derivatização (XU, et al., 2009).

Compostos que contém grupos funcionais tais como carboxila (-COOH), hidroxila (-

OH), tiol (-SH), amino (-NH2) e imino (=NH) são de difícil análise por CG, pois não

apresentam volatilidade suficiente além da possibilidade de interações com os grupos silanóis

remanescentes da fase estacionária ou até mesmo com as impureza do sistema

cromatográfico, resultando em pior resolução bem como menor detecção (SCHUMMER et

al., 20b09).

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A derivatização é a substituição dos hidrogênios livres ativos das funções químicas

citadas por grupamentos mais apolares que não apresentam a característica de formação de

ligações de hidrogênio. Essa substituição resulta em modificações da estrutura química do

analito e também do perfil de fragmentação do mesmo, possibilitando assim análise por CG.

Com isso, a introdução de alguns elementos ou grupos através de derivatização química pode

aumentar a resposta do detector ou gerar espectros de massa úteis para a elucidação das

características estruturais dos analitos e também melhorar a detecção dos analitos em

amostras complexas (SEGURA et al., 1998).

Apesar dos processos de derivatização, em geral, serem demorados e onerosos,

técnicas de derivatização in situ ou online podem ser feitas sem consumo adicional de tempo,

visto que estas envolvem simplesmente a adição do reagente na amostra líquida ou a injeção

simultânea do derivatizante no cromatógrafo (FERNANDES et al., 2008; XU et al., 2010). A

derivatização é crucial para muitas aplicações em química analítica, por exemplo, para

assegurar que o analito seja convertido em sua forma adequada à análise, tornando possível ou

aumentando sua detectabilidade (XU et al., 2009).

A reação de derivatização pode ser realizada após o processo de extração

(derivatização pós-extração), isto é, converter os analitos em suas formas compatíveis com os

processos de separação e detecção subsequentes. Esse processo pode ser feito tanto fora do

cromatógrafo a gás (derivatização off-line) quanto dentro do sistema cromatográfico

(derivatização online). Nessa configuração a derivatização é feita, na maioria das vezes,

injetando simultaneamente o derivatizante e a amostra extraída, e pode ser chamado de

“Injection port derivatization” ou “on-column derivatization” (BASHEER e LEE, 2004;

ZHANG e LEE, 2006; MIKI et al., 2008; ZHANG e LEE, 2009).

A derivatização no injetor (online) tem como grande vantagem a redução significativa

do volume de reagente derivatizante que normalmente é entre 25 e 200 µL para reações off

line. Além disso, o tempo gasto para esta reação é eliminado (MIGOWSKA et al., 2012;

ZHANG et al., 2006; NIE et al., 2009). Os principais derivatizantes utilizados em processos

de derivatização no injetor são agentes de sililação como N,O-bis-(Trimetilsilil)

trifluoroacetamida (BSTFA) (DOCHERTY e ZIEMANN, 2001; BAI-JUAN et al., 2007; WU

et al., 2009; TZING e DING, 2010) e de trifluoroacetilação como o n-metil bis-

trifluoroacetamida (MBTFA) (HIDVÉGI et al., 2006; MIKI et al., 2008).

2.3.4.1 Reação de sililação

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A sililação é o método mais comumente utilizado na derivatização de compostos

orgânicos que possuem hidrogênio ativo, sendo que compostos de trimetilsilil (TMS) são os

mais utilizados. Essas reações caracterizam-se por serem simples, rápidas, reprodutíveis, em

única etapa e por apresentarem alto rendimento sob condições brandas. Ao realizar uma

sililação, bloqueia-se sítios próticos, havendo uma redução de interações do tipo dipolo-

dipolo, elevando a volatilidade dos compostos, resultando em picos estreitos e simétricos

(BECKER, 2012). A reação ocorre através de um ataque nucleofílico do tipo SN2. A figura

2.18 representa o mecanismo genérico da reação de sililação. Diferente da derivatização por

acilação, a sililação geralmente não exige o passo de purificação e os derivados podem ser

injetados diretamente no CG (SCHUMMER et al., 2009).

Figura 2.19- Mecanismo genérico da reação de sililação, onde X varia de acordo com os

diferentes derivatizantes. Fonte: (BECKER, 2012)

O reagente derivatizante BSTFA (N,O-bis-(Trimetilsilil) trifluoroacetamida) é

largamente utilizado uma vez que reage rapidamente com os compostos que possuem

hidrogênio ativo, tanto o BSTFA quanto seus subprodutos possuem elevada volatilidade

resultando em não-coeluição dos primeiros picos eluídos e baixa degradação térmica. Além

disso, é solúvel em solventes orgânicos comumente utilizados nas reações de derivatização

(HERNANDO et al., 2004).

2.4 Validação

O bom desempenho de qualquer técnica analítica depende crucialmente de dois

parâmetros: a qualidade das medidas instrumentais e a confiabilidade estatística dos cálculos

envolvidos no seu processamento. Uma forma de assegurar a aplicabilidade e o alcance de um

método durante as operações de rotina de um laboratório é estabelecendo os limites destes

parâmetros por meio da estimativa das figuras de mérito, numa etapa conhecida como

validação (RIBEIRO et al., 2008).

A validação de determinado procedimento analítico objetiva demonstrar que o mesmo

é adequado aos objetivos propostos, ou seja, que os parâmetros de desempenho avaliados

atendem aos critérios de aceitação preconizados. Trata-se de um estudo experimental e

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integralmente documentado. Além disso, visa garantir a qualidade metrológica dos resultados

analíticos, conferindo-lhes rastreabilidade, comparabilidade e confiabilidade para a tomada de

decisões (MAPA, 2011).

Segundo Ribani e colaboradores (2004) existem dois tipos de validação: a validação

no laboratório, que consiste das etapas de validação realizadas dentro de um laboratório; e a

validação completa, cujo estudo é realizado interlaboratorial. Para a validação no laboratório,

a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) confeccionou um guia

denominado Harmonized guidelines for single-laboratory validation of methods of analysis

(THOMPSON, M. et al., 2002), o qual foi selecionado para a validação do método proposto

neste trabalho, sendo tomadas as devidas adequações de acordo com o ambiente operacional.

Os parâmetros a serem utilizados no decorrente trabalho seguem abaixo:

Aplicabilidade

Um protocolo deve ser elaborado com identificação dos analitos, a faixa de

concentração utilizada durante a validação, bem como a matriz estudada. Deve estar descrito

todo o aparato experimental utilizado desde o armazenamento das amostras até a análise das

mesmas, deixando claro qualquer cuidado especial que se deve ter.

Seletividade

É a garantia de que o método analítico é capaz de quantificar com precisão os analitos

de interesse na presença de interferentes. No entanto, quando se utiliza o espectrômetro de

massas como detector, este garante a seletividade.

Curva analítica e linearidade

A linearidade corresponde à capacidade do método em fornecer resultados diretamente

proporcionais à concentração da substância em exame, dentro de uma determinada faixa de

aplicação. No entanto, apenas o coeficiente de correlação não indica a qualidade de ajuste.

Pode-se avaliar a linearidade também por meio da distribuição do ruído (que é o valor do erro

entre o valor estimado e o medido). Sendo a distribuição deste ruído homogênea, pode-se

afirmar que o método tem homocedasticidade, ou seja, que a distribuição dos seus erros é

homogênea. Caso a distribuição seja heterogênea, afirma-se que os dados de calibração são

heterocedásticos e, portanto, devem ser analisados por uma regressão ponderada para garantir

uma redução do erro na faixa baixa de concentração.

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Para a construções da curva analítica são necessários:

Seis ou mais níveis de calibração

Os níveis de calibração devem estar uniformemente espaçados na faixa de

concentração

A faixa de concentração deve ser de 0 a 150% ou de 50 a 150% do valor de

concentração esperado em amostras reais, e

Os níveis de calibração devem ser analisado em, no mínimo, duplicatas e

preferencialmente em triplicatas ou mais números de repetição.

A quantificação do composto de interesse em validação pode ser obtida através dos

métodos de padronização externa; padronização interna; superposição de matriz; adição

padrão. Neste trabalho foi utilizado o método de padronização interna que consiste na

preparação das soluções padrão de concentrações conhecidas da substância de interesse, às

quais se adiciona uma quantidade conhecida de um composto chamado padrão interno (PI).

Após análise dessas soluções, constrói-se um gráfico, relacionando a razão de áreas dos picos

cromatográficas (área da substância/área do padrão interno, que tem concentração constante)

com a concentração (variada) da substância. A amostra também é analisada após a adição da

mesma quantidade conhecida do padrão interno. Idealmente, a substância usada como padrão

interno deve ser similar à substância a ser quantificada, ter tempo de retenção próximo a esta

substância, não reagir com a substância ou outro componente da matriz, não fazer parte da

amostra e, quando cromatografada, ficar separada de todas as demais substâncias presentes na

amostra. Porém, quando se trata de uma análise de múltiplos compostos, o uso de um PI por

analito é muitas vezes inviável, ainda mais levando em consideração que o PI ideal para este

tipo de amostra é o padrão deuterado do analito em estudo e, este tipo de PI tem custo elevado

(RIBANI et al, 2004).

Efeito matriz

Adicionam-se os compostos de interesse em uma matriz, de preferência ausente destes

compostos, e analisa-a para verificar o comportamento das respostas dos analitos na mesma

em relação aos padrões em solvente.

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Exatidão

Para verificar se o método é capaz de quantificar a concentração real presente na

amostra, realiza-se a verificação da sua exatidão. Esta confirmação pode ser realizada de três

maneiras:

análise de material certificado, o qual contém uma concentração definida dos

analitos de interesse e se compara a resposta obtida pelo método em validação com

os valores naturais;

uma amostra pode ser analisada pelo método em processo de validação e seu

resultado comparado com a análise da mesma amostra por outro método de

referência; e

quando não há disponível um material certificado, nem um método de referência,

pode-se mensurar a exatidão realizando a adição de uma concentração conhecida

em uma amostra e verificando se o método é capaz de retornar o resultado com o

valor verdadeiro adicionado. Esta técnica de conferência também é denominada de

“adição e recuperação”.

Precisão

Esta característica confere a proximidade entre as medições realizadas pelo método. O

valor que indica uma maior ou menor precisão é o desvio padrão ou o desvio padrão relativo

(também conhecido como coeficiente de variação (C.V.)). A ratificação desta figura de mérito

deve ser calculada das seguintes maneiras: repetitividade ou precisão intra-dia: observa-se a

variação (C.V.) em replicatas de amostra analisada no mesmo dia.

Limite de detecção (LDM) e Limite de quantificação (LQM)

O limite de detecção do equipamento (LD) refere-se à menor concentração do analito

que pode ser distinguida do zero (ou do branco); enquanto o limite de quantificação (LQ) do

equipamento indica a menor concentração que pode ser analisada com uma precisão e

exatidão dentro dos limites aceitáveis.

Estes limites podem ser calculados por três maneiras:

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método visual: soluções padrão diluídas são injetadas e visualmente observa-se e

constata-se como LD a menor concentração que pode ser detectada e que se difere do

sinal analítico ruído, e o LQ como a menor concentração quantificável;

método da relação sinal-ruído: é aplicado para procedimentos que possuam ruído na

linha de base. Sua estimativa é feita analisando injeções de amostra branco, e admite-

se o LD como tendo uma relação sinal-ruído de 3:1 ou 2:1, e o LQ com relação de

10:1; e

método baseado em parâmetros da curva analítica: neste caso o LD será 3,3 vezes o

desvio padrão / coeficiente angular da curva analítica, enquanto o LQ será 10 vezes.

Para definir os limites de detecção (LDM) e quantificação (LQM) do método é

necessário considerar o fator de concentração do procedimento de extração e o índice de

recuperação da extração, o LD e LQ do equipamento e o efeito matriz.

2.5 Planejamento Experimental e Tratamento de Dados

Otimização e modelo experimental são ferramentas que são usadas para examinar,

sistematicamente, diferentes tipos de problemas que surgem no âmbito, por exemplo, da

investigação, do desenvolvimento e da produção. Quando experimentos são realizados

aleatoriamente os resultados obtidos também serão aleatórios. Portanto, é necessário planejar

os experimentos para que sejam obtidas informações estatisticamente consistentes. Quando as

variáveis a serem investigadas são definidas, um modelo experimental é escolhido de forma

que estime a influência das diferentes variáveis sobre os resultados (LUNDSTEDT, 1998). No

estudo de triagem, as interações entre as variáveis, interações principais e de segunda ordem,

podem ser obtidas, normalmente, pelos planejamentos fatoriais completos ou fracionários.

Esse tipo de planejamento experimental é de extrema importância para a compreensão do

comportamento de sistemas (TEÓFILO, 2006).

Em um planejamento fatorial são investigadas as influências de todas as variáveis

experimentais de interesse e os efeitos de interação na resposta ou respostas. Normalmente, os

níveis dos fatores quantitativos (i.e. concentrações de uma substância, valores de pH, etc.) são

nomeados pelos sinais – (menos) para o nível mais baixo e + (mais) para o nível mais alto,

porém o que importa é a relação inicial entre o sinal dado e o efeito obtido, não sendo um

critério definido a nomeação dos sinais (TEÓFILO, 2006).

Em muitos casos, a realização de repetições autênticas pode ser algo inconveniente por

diversas razões. Para contornar este infortúnio e obter uma boa estimativa dos erros, um

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experimento é normalmente incluído no centro do planejamento em que o valor médio dos

níveis de todas as variáveis é empregado. São os conhecidos experimentos no ponto central

(nível zero). O ponto central é recomendado, pois o risco de perder a relação não linear entre

os intervalos é minimizado e é possível estimar um modelo razoável e verificar se há falta de

ajuste. Logicamente não há como fugir das repetições, mas o número destas, na maioria dos

casos, é significativamente reduzido (TEÓFILO, 2006).

Após a realização dos experimentos de triagem, os fatores significativos são

selecionados e uma metodologia para a otimização das condições experimentais pode ser

executada, por exemplo, análise de superfícies de respostas. Neste sentido, otimizar significa

encontrar os valores das variáveis que irão produzir a melhor resposta desejada, isto é,

encontrar a região ótima na superfície definida pelas influências dos fatores. A metodologia

de superfície de resposta baseia-se na construção de modelos matemáticos empíricos que

geralmente empregam funções polinomiais lineares ou quadráticas para descrever o sistema

estudado e, consequentemente, possibilitam condições de explorar (modelar e deslocar) o

sistema até sua otimização. Dentre os planejamentos de superfície de resposta o Composto

Central (CCD – Central Composite Design) e Doehlert são os mais utilizados para ajustar

modelos quadráticos (TEÓFILO, 2006).

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3 Objetivos

O presente trabalho teve como principal objetivo a análise simultânea de 14

microcontaminantes em amostras de esgoto doméstico extraídos utilizando a técnica de

extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-PBT) e analise por

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. Os analitos alvo foram fármacos

(ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, paracetamol, genfibrozila naproxeno e diclofenaco),

hormônios naturais e sintéticos (estrona, estradiol, etinilestradiol e estriol), fenóis (bisfenol A,

4-nonilfenol e 4-octilfenol) e cafeína.

3.1 Objetivos específicos

Otimizar, através de planejamento experimental, a técnica de extração ELL-PBT

Validar a técnica ELL-PBT utilizando as condições cromatográficas adequadas para

os analitos em questão,.

Aplicar a técnica validada em amostras reais de esgoto bruto e efluentes a fim de

avaliar a remoção dos microcontaminantes em várias etapas de um sistema de

tratamento de esgoto (ETE).

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4 Materiais e Métodos

Em todas as etapas do desenvolvimento analítico deste trabalho foram empregados

procedimentos fundamentados no uso de técnicas com baixo índice de contaminação, como o

manuseio dos materiais com luvas de látex. Todas as vidrarias foram previamente lavadas

com o detergente não iônico Extran® 12,5 % com o auxílio de uma escova, enxaguadas

exaustivamente com água corrente e, em seguida, enxaguadas com quantidade suficiente de

água ultrapura para retirar os vestígios de água de torneira. Após esta etapa, todas as vidrarias

foram mantidas imersas, durante 24 h, em solução de ácido nítrico 10 % e, em seguida,

enxaguadas exaustivamente com água ultrapura. As vidrarias não volumétricas foram levadas

à estufa para sua secagem e as vidrarias volumétricas secaram-se naturalmente em uma

bancada limpa.

4.1 Reagentes e vidrarias

Padrões: 4-nonilfenol, 4-octilfenol, bisfenol A, cafeína, diclofenaco, estradiol,

etinilestradiol, estriol, estrona, genfibrozila, ibuprofeno, naproxeno, ácido acetil salicílico e

paracetamol; todos Sigma® ou Fluka

®. Padrão interno: 4-nonilfenol deuterado (4-n-

nonylphenol-2,3,5,6-d 4 ,OD) CDN isotopes®.

Reagentes (grau HPLC): acetonitrila (J. T. Backer®), metanol (J. T. Backer

®),

hidróxido de amônio (Synth®

), ácido clorídrico (Proquimios®),

bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida com 1% de trimetilclorosilano (BSTFA: 1% TMCS,

Sigma®

), piridina (Merck®).

Frascos de vidro âmbar de 22 mL e 1.000 mL com tampa e batoque em teflon.

Sistema para filtração à vácuo (funil de vidro, base suporte em vidro esmerilhado,

conexão para vácuo, grampo em alumínio e erlenmeyer (2000 mL)), Phox®;

Filtros de membrana de celulose (25 µm e 8 µm), Unifil®;

Filtros de fibra de vidro (1,2 µm), Sartorius®;

Micropipetas de volumes variados (5,000 mL, 1,000 mL, 200,0 µL e 20,00 µL)

(Eppendorf®);

pHmetro digital (Tecnal®

);

Coluna cromatográfica ZB-5HT Inferno - (5 % fenil 95 % dimetil polisiloxano, 30 m

× 0,25 mm × 0,10 µm);

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Cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro de massas – CG/EM- Shimadzu

QP2010S – Plus (Shimadzu®), equipado com amostrador automático e controle eletrônico de

fluxo;

4.2 Filtração e armazenamento das amostras

As amostras de esgoto bruto coletadas na ETE da bacia do ribeirão Arrudas em Belo

Horizonte foram filtradas em um sistema a vácuo em papéis de filtro de celulose de 25 µm

seguidos dos de 8 µm para retirar os particulados de maior diâmetro. Depois disso, usou-se o

filtro de fibra de vidro de 1,2 µm. Foram adicionados 10 mL de metanol a cada 1 litro de

amostra filtrada a fim de evitar a degradação microbiológica dos analitos de interesse e

armazenadas na geladeira até o momento da extração.

4.3 Preparo das soluções padrão

Para realizar as análises e construir as curvas de calibração analítica foram preparadas

soluções dos padrões de microcontaminantes, listados na tabela 4.1, em metanol, sendo a

concentração da solução estoque de 1000 mg/L e, a partir desta, foram realizadas diluições

para soluções de trabalho.

O 4-nonilfenol deuterado, usado como padrão interno, foi preparado em piridina uma

vez que esse foi o solvente escolhido para ressuspender o extrato da amostra para posterior

derivatização e análise.

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Tab

ela 4.1

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58

Tab

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59

4.3- Múltipla extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-

PBT)

A técnica de extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura trata de uma

técnica simples, de fácil execução e de menor custo, quando comparada a técnicas comumente

usadas para extração de microcontaminantes. Além do mais, não é relatado na bibliografia o

uso da mesma para análise destes compostos em amostras de esgoto e efluentes.

A partir de testes preliminares alguns parâmetros puderam ser definidos. Entre eles a

escolha da acetonitrila como solvente extrator e a adaptação da técnica para múltipla extração

utilizando 3 extrações consecutivas sendo cada uma delas realizadas após 3 horas de

resfriamento.

Portanto, na etapa de triagem, foi realizado um planejamento fatorial completo 23 com

ponto central onde algumas variáveis consideradas importantes para que houvesse boa

recuperação puderam ser avaliadas, bem como suas interações. As variáveis estudadas foram:

V(1) volume do solvente extrator, V(2) força iônica e V(3) pH da amostra. A tabela 4.2 ilustra

o planejamento realizado.

Tabela 4.2- Planejamento fatorial 23 com ponto central com os níveis codificados e

decodificados.

Ensaio Volume do solvente

(mL)

Força iônica (Na2HPO4)

(mol/L) pH

1 - (3) - (0) - (2)

2 + (4) - (0) - (2)

3 - (3) + (0,02) - (2)

4 + (4) + (0,02) - (2)

5 - (3) - (0) + (10)

6 + (4) - (0) + (10)

7 - (3) + (0,02) + (10)

8 + (4) + (0,02) + (10)

9 0 (3,5) 0 (0,010 0 (6)

O ensaio 9, correspondente ao ponto central, foi realizado em quadruplicata. A figura

4.1 ilustra o esquema da extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura. O

solvente extrator, acetonitrila, é adicionado 3 vezes no intervalo de 3 horas de resfriamento e

após a extração da fase orgânica.

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60

A técnica de extração consistiu, então, no ajuste do pH de 4,0 mL de amostra em 2, 6

ou 10; adição de 0, 0,01 ou 0,02 mol/L de Na2HPO4 à amostra, e adição de acetonitrila no

volume de 3,0, 3,5 ou 4,0 mL. A mistura é agitada em vórtex por 30 segundos e levado ao

freezer por 3 horas. Após o tempo de resfriamento a fase orgânica é recolhida e mais uma

porção de acetonitrila no volume correspondente ao ensaio é adicionada à amostra, novamente

agitada e levada ao freezer. Essa etapa é realizada três vezes. Após o recolhimento total da

fase orgânica, aproximadamente 9 mL, a mesma é seca sob fluxo de nitrogênio. Ao frasco

seco é adicionando 1 mL de metanol e agitado por 1 minuto em vórtex afim de ressuspender o

extrato seco, concentrando os analitos. Essa solução é, então, transferida de 100 em 100 µL e

seca sob nitrogênio em um vial contendo um insert no volume de 200 µL. Essa etapa é

necessária para concentrar ainda mais os analitos e para realizar a reação derivatização. Após

secar todo o volume no insert adiciona-se os reagentes derivatizantes e o vial é levado à estufa

durante 30 minutos a 80 oC para posterior análise cromatográfica.

Figura 4.1- Esquema da extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura

4.4- Derivatização

O reagente derivatizante bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida (BSTFA), adicionado de

uma pequena quantidade (1%) do catalisador trimetilclorosilano (TCMS) para aumentar a

eficiência da reação, é um dos mais utilizados para análise de microcontaminantes em

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61

amostras ambientais (JIANG et al., 2005; HUANG et al., 2011; STANFORD e WEINBERG,

2007).

As condições de derivatização (tabela 4.3) para os analitos deste estudo foi a otimizada

em trabalho anterior no laboratório em que a pesquisa foi desenvolvida (SANSON, 2012).

Tabela 4.3- Condições da reação de derivatização

Volume do reagente derivatizante Volume do solvente Temperatura Tempo

75 µL BSTFA + 1% TCMS 25 µL Piridina 80 oC 30 min

A piridina foi selecionada como solvente por solubilizar bem todos os analitos

estudados e por ser usada em várias referências como Migowska et al., 2012, Zhang et al.,

2006 e Vallejo et al., 2010. O volume adicionado já continha o 4-nonilfenol deuterado,

utilizado como padrão interno, de modo que sua concentração final nos 100 µL fosse 50 µg/L.

Foram realizados testes utilizando derivatização on line e bons resultados foram

obtidos. Para isso o modo de injeção foi modificado para que amostra e reagente derivatizante

fossem injetados simultaneamente permitindo que a reação ocorresse no injetor. A figura 4.2

ilustra o diagrama da seringa para esse tipo de reação.

Figura 4.2 - Diagrama da seringa para reação de derivatização on line

No entanto, devido a contaminações na coluna cromatográfica provenientes da

análises de ácidos graxos na mesma, não foi possível continuar utilizando esse método de

derivatização e o procedimento off line foi retomado.

4.5- Condições Cromatográficas e de Detecção

Os microcontaminantes foram analisados por cromatografia gasosa acoplada a

espectrometria de massas (CG/EM) utilizando o equipamento GCMS-QP2010 plus,

(Shimadzu®). As condições cromatográficas (Tabela 4.4) utilizadas nesta pesquisa foram as

mesmas otimizadas no trabalho de Sanson (2011) para esses mesmos analitos.

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62

Figura 4.3- GCMS-QP2010 plus (Shimadzu®)

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63

Tabela 4.4- Parâmetros e valores utilizados na metodologia de determinação de

microcontaminantes por CG-EM

Parâmetro Valor

Cromatógrafo a gás

Injetor

Temperatura 280 oC

Modo de injeção Splitless

Tempo de

splitless

0,5 min

Forno da coluna

Coluna ZB-5HT (30 m × 0,25 mm × 0,10 µm)

Rampa de

Temperatura

40°C (1 min), aumento para 200 °C a 10 °C/min;

aumento para 260 °C a 15 °C/min; e aumento

para 280 °C a 3 °C/min (1 min)

Fase Móvel

Gás de arraste Hélio

Modo de

controle da vazão

Velocidade Linear

Pressão ~ 109,1 kPa

Vazão Total 55,3 mL/min

Vazão da coluna 1,46 mL/min

Velocidade

linear

45,0 cm/s

Razão de divisão 20

Espectrômetro de

massas

Fonte de

ionização

250 oC

Interface 280 oC

Tempo de corte

do solvente

10,5 min

Voltagem do

detector

1,07 kV

Tempo total de

análise

28,67 min

4.5.1 Relação Massa / Carga dos microcontaminantes

Para identificação e quantificação dos analitos em estudo foram selecionados os

valores da razão m/z de cada um, para a análise no modo de monitoramento de íons SIM, bem

como os tempos de retenção. Os íons monitorados foram selecionados através do software da

Shimadzu e a biblioteca do National Institute of Standards and Technology (NIST®). Os íons

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64

de maior intensidade foram escolhidos para a quantificação e outros dois monitorados para a

identificação (Tabela 4.5). A figura 4.4 ilustra o cromatograma completo dos íons de

quantificação.

Tabela 4.5- Tempos de retenção e relação m/z dos analitos derivatizados

Analito Tempo de retenção

(min)

m/z para

quantificação

m/z para

identificação

AAS 12,1 267 209; 249

IBU 13,3 160 263; 234

PCT 13,5 206 280; 116

4-OP 15,5 179 180; 278

4-NP

deuterado 16,5 183 281; 296

4-NP 16,5 179 292; 277

GEN 16,6 201 122; 194

BPA 19,1 357 372; 207

E1 19,2 342 257; 218

DCF 19,5 214 277; 242

E2 21,9 416 285; 326

EE2 22,7 425 300; 285

E3 23,5 504 311; 345

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65

Figura 4.4- Cromatograma dos íons de quantificação dos doze analitos estudados.

4.6 Validação do método de quantificação dos microcontaminantes

Seletividade: Como a espectrometria de massas garante a seletividade do método, a

mesma foi obtida a partir da comparação dos tempos de retenção e dos cromatogramas dos

três íons selecionados para monitoramento.

Curva analítica e ajuste: a curva analítica foi resultante de três injeções de padrões

derivatizados nas concentrações de 0,1 µg/L a 200 µg/L e o padrão interno na concentração

fixa de 50 µg/L. A linearidade foi obtida plotando-se a média das replicatas de cada ponto,

com a demonstração do coeficiente de variação (CV) das replicatas, bem como a verificação

do coeficiente de correlação.

Efeito matriz: o efeito matriz foi avaliado adicionando a 450 µL do extrato da amostra

um volume de 50 µL de padrão na concentração de 100 µg/L, que após ser seco sob

nitrogênio foi ressuspendido para o volume de 100 µL. Deste modo a concentração final

adicionada (spiked) foi de 50 µg/L. O efeito matriz sobre o analito foi calculado a partir do

fator de correção do efeito matriz (FEM). As equações 1 e 2 indicam como os cálculos foram

realizados.

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66

Onde,

Aspike = Área do pico do analito no extrato fortificado com 50 µg/L de padrão

Aamostra = Área do pico do analito no extrato da amostra

A padrão de 50 µg/L = Área do padrão na concentração de 50 µg/L em solvente, isento da

matriz

FEM = Fator de correção do efeito matriz

Exatidão: a exatidão do método foi verificada por adição e recuperação do método de

extração em três níveis de concentração sendo os níveis baixo (10 µg/L) e alto (100 µg/L) em

triplicata e o nível médio (50 µg/L) realizado em sete replicatas. Considerando a

indisponibilidade de um branco da matriz esgoto isenta dos analitos, o índice de recuperação

da extração foi obtido pela relação da área do pico no extrato da amostra adicionado de

padrão (Aamostra) descontada da área do pico do analito no extrato da amostra sem adição de

padrão (Abranco) comparada com a área da solução padrão (Asolução padrão) correspondente ao

nível corrigida do efeito matriz. A equação 3 expressa a fórmula utilizada.

Onde,

Aamostra = Área do pico do analito no extrato da amostra

Abranco = Área do pico do analito no extrato da amostra sem adição de padrão

Asolução padrão = Área da solução padrão correspondente ao nível em solvente, isenta de

matriz

FEM = Fator de correção do efeito matriz

Precisão: a precisão do aparelho foi verificada pelo coeficiente de variação de

triplicatas de injeção realizadas no mesmo dia, pelo mesmo analista e no mesmo aparelho, em

curto espaço de tempo.

Limite de detecção do método (LDM) e limite de quantificação do método (LQM)

Para estabelecer os limites de detecção (LD) e limites de quantificação (LQ) do

equipamento CG-EM foram injetadas concentrações decrescentes dos padrões. Para a

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67

determinação do LD utilizou-se o método da relação sinal-ruído pelo software CG-EM

solutions em que se considerou os valores de concentração cujo sinal analítico fosse três vezes

o ruído. O LQ foi definido como a menor concentração cujo sinal analítico fosse 10 vezes o

ruído.

Para determinar os limites de detecção do método (LDM) e limites de quantificação do

método (LQM) foi considerado o fator de concentração e índice de recuperação do

procedimento de extração, e o efeito matriz. Os LD e LQ foram tomados como valores de

referência assim como os índices de recuperação do menor nível de concentração (10 µg/L)

estudado. Como descrito na equação 3, para o cálculo do índice de recuperação foi considerado

o efeito matriz na resposta dos analitos. Tais considerações foram feitas de acordo com a

equação 4.

Onde,

L = Limite de detecção ou limite de quantificação do equipamento

FC = Fator de concentração do procedimento de extração (neste caso FC = 40)

%R = Índice de recuperação do menor nível de concentração estudado

4.7 Análise de amostras reais

As amostras de esgoto foram coletadas do Centro de Pesquisa e Treinamento em

Saneamento (CePTS) da UFMG, contígua à estação de tratamento de esgotos (ETE) da bacia

do ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte. Foram analisadas amostras de esgoto bruto (P1) e de

efluentes UASB (P2) seguido de filtro biológico percolado (P3) com rotosponge como

material de suporte (Figura 4.4). Foi feita apenas uma coleta para verificar a eficiência do

método validado bem como avaliar a eficiência de remoção dos microcontaminantes nos

tratamentos citados.

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68

Figura 4.5- Esquema dos pontos de coleta

As amostras coletadas foram filtradas como descrito no item 4.2, extraídas pelo

método validado, derivatizadas e analisadas por CG/EM.

Page 71: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

69

5 Resultados e Discussão

5.1 Otimização do método de extração

Na literatura, o método de extração de microcontaminantes em matrizes ambientais

mais comumente usado é a extração em fase sólida (EFS). Buscando o desenvolvimento de

um método simples, de fácil execução e de menor custo, foram feitos testes preliminares para

a execução do método de extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-

PBT).

Na maioria dos trabalhos em que foi utilizada a técnica ELL-PBT, o solvente extrator

que obteve melhores recuperações foi a acetonitrila (GOULART, 2004; VIEIRA et al, 2007,

GOULART et al, 2010; MAGALHÃES et al, 2012). Em 2010, Pinho e colaboradores

extraíram pesticidas (clorpirifós, cialotrina, cipermetrina e deltametrina) em amostras de mel

utilizando a ELL-PBT. No entanto, o melhor solvente extrator foi a misturas de 4,33 : 1 de

acetonitrila e acetato de etila. O acetato de etila é um excelente solvente extrator e, por ser

menos polar (log Kow = 0,73) que a acetonitrila (log Kow = -0,34), a mistura de ambos é uma

boa opção. Neste trabalho optou-se por não utilizar o acetato de etila por se tratar de amostras

de esgoto e, portanto, muito complexas, podendo ser extraídos interferentes dos analitos de

interesse e componentes da amostra que poderiam comprometer a corrida cromatográfica.

Foi avaliado previamente o tempo de resfriamento da extração. Foram testados os

tempos de 1, 3 e 12 horas no freezer para extração dos analitos na concentração de 12,5 µg/L

em 4 mL de amostra e 8 mL de acetonitrila. Os extratos foram derivatizados como descrito no

item 4.4 e analisados por CG-EM. Os resultados da porcentagem de recuperação para os três

tempos estão apresentados na tabela 5.1.

Tabela 5.1- Porcentagem de recuperação estimada pela razão das áreas para os tempos de 1, 3

e 12 horas de resfriamento.

Analito 1 h 3 h 12 h

AAS 36,2 32,2 31,9

IBU 33,9 31,4 32,0

PCT 50,1 39,3 39,1

4-OP 42,0 44,8 47,4

CAF 40,9 43,1 32,2

NPX 33,8 29,4 31,6

4-NP 72,5 62,7 64,8

GEN -4,7 30,3 31,5

Page 72: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

70

Tabela 5.1- Porcentagem de recuperação estimada pela razão das áreas para os tempos de 1, 3

e 12 horas de resfriamento (continuação)

Analito 1 h 3 h 12 h

BPA 61,2 55,6 63,3

DCF 72,6 66,7 66,6

E1 62,7 59,7 55,2

E2 61,6 56,3 56,9

EE2 54,2 51,6 50,2

É possível observar que não houve grande diferença na recuperação dos analitos para

os três tempos de resfriamento estudado, exceto para a genfibrozila que não foi extraída no

tempo de 1 hora. Porém, para esse mesmo tempo, houve dificuldade na extração da fase

orgânica cujo volume foi bem menor do que dos outros dois tempos. A partir disso, com o

objetivo de obter uma melhor recuperação de todos os analitos, foi decidido utilizar o método

de extração múltipla. Foi posto que seriam realizadas três extrações e cada uma delas com

tempo de resfriamento de 3 horas.

Foi realizado o planejamento fatorial completo 23 com ponto central para o estudo

mais completo de variáveis que poderiam influenciar na extração dos analitos. O volume de

amostra de esgoto utilizado foi fixo em 4 mL e contaminado com padrão de todos os analitos

obtendo uma concentração de 10 µg/L. A tabela 5.2 apresenta quais varáveis são

significativas para cada analito.

Tabela 5.2- Valores dos efeitos e do parâmetro p (α = 0,05) para cada variável estudada no

planejamento fatorial completo 23 com quadruplicata no ponto central. Os valores em

destaque são os que se mostraram significativos de acordo com o valor de p (p < 0,05).

Analito Média p

V1

(volume de

solvente)

p V2 (força

iônica) p

V3 (pH da

amostra) p

AAS 2,748 0,0008 0,5394 0,5107 -0,7236 0,3882 1,232 0,1749

IBU 1,085 8E-05 0,1978 0,2864 -0,2077 0,2664 0,08622 0,6206

4-OF 2,842 1E-06 -0,3803 0,0619 0,6306 0,01300 -0,4494 0,0384

CAF 1,013 3E-06 0,2768 0,0123 0,04561 0,5147 0,09025 0,2306

4-NF 4,307 1E-06 -1,915 0,0012 0,1194 0,6363 -0,7902 0,0278

GEN 2,020 8E-06 -0,05535 0,7564 -0,1593 0,3930 -0,2155 0,2654

NPX 1,736 2E-05 0,1860 0,3853 -0,2923 0,2008 -0,2322 0,2910

Page 73: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

71

Tabela 5.2- Valores dos efeitos e do parâmetro p (α = 0,05) para cada variável estudada no

planejamento fatorial completo 23 com quadruplicata no ponto central. Os valores em

destaque são os que se mostraram significativos de acordo com o valor de p (p < 0,05)

(continuação).

Analito Média p

V1

(volume de

solvente)

p V2 (força

iônica) p

V3 (pH da

amostra) p

BPA 8,188 1E-06 -0,1185 0,7919 -0,3154 0,4947 -1,131 0,05460

DCF 0,8338 0,0001 -0,2746 0,1077 -0,3680 0,05040 -0,6058 0,01040

E1 1,852 1E-05 -0,09351 0,6148 -0,2073 0,2937 -0,1556 0,4157

E2 1,851 6E-07 -0,1513 0,1301 -0,2035 0,06290 -0,1815 0,08470

E3 0,6540 2E-06 0,01620 0,6947 -0,1451 0,01940 -0,09111 0,07650

EE2 1,362 4E-07 -0,08897 0,1622 -0,2556 0,00790 -0,1950 0,01990

Para que uma extração líquido-líquido seja eficiente a proporção amostra/volume do

solvente é um fator de grande importância. Espera-se que quanto maior o volume de solvente

extrator usado maior será a quantidade de analito extraído. No entanto, é possível observar

pela tabela acima que a variável 1 volume de solvente se mostrou significativa para apenas

dois analitos, sendo para a cafeína significativa no nível positivo (maior volume de solvente) e

para o 4-nonilfenol no nível negativo (menor volume de solvente).

A força iônica é uma variável interessante de ser estudada uma vez que a presença de

sal diminuiria a solubilidade do solvente em água devido o efeito de solvatação das moléculas

de água pelos íons de sal. Com isso, os analitos de interesse seriam extraídos com maior

eficiência devido a maior disponibilidade de solvente extrator. No entanto, esta variável se

mostrou significativa para apenas três analitos, sendo que para dois deles foi significativa no

nível negativo (sem adição de sal). Por fim, o pH teve influência para quatro analitos e para

todos eles no nível negativo (pH baixo).

Para definir quais seriam as condições ótimas de extração bem como analisar se

haveria necessidade de realizar um planejamento mais aprofundado, como uma superfície de

resposta, por exemplo, também foi calculada a porcentagem de extração dos analitos em cada

ensaio realizado no planejamento. Esse cálculo foi realizado comparando as áreas dos analitos

extraídos com as áreas de um padrão na concentração de 400 µg/L considerando o fator de

concentração do método de extração de 40 vezes. Um branco de cada ensaio foi feito para que

pudesse ser descontado nos valores das áreas antes de realizar o cálculo. A tabela 5.3 mostra

Page 74: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

72

as porcentagens encontradas. Cabe ressaltar que os valores de índice de recuperação são

relativos, pois, não consideraram o efeito da matriz na resposta dos analitos nos extratos de

esgoto quando comparados com soluções em solvente. O paracetamol não está representado

na tabela abaixo devido ao fato de que o mesmo não obteve resposta cromatográfica quando

as análises foram realizadas. Mais tarde, no entanto, foi possível analisá-lo.

Page 75: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

73

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70

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74

Segundo a tabela acima é possível observar que o ensaio 1 obteve maiores

recuperações para a maioria dos analitos. Tal ensaio foi realizado com todas as variáveis no

nível negativo, ou seja, menor volume de solvente extrator estudado, sem adição de sal e

amostra com pH ácido. Este resultado é coerente com a análise da influência das variáveis,

que na maioria das vezes, se apresentaram significativas no nível mais baixo. Portanto, não se

fez necessário um estudo mais detalhado das variáveis e considerou-se como condições

ótimas para o método de múltipla extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura

em amostras de esgoto: 4 mL de amostra com pH 2, três porções de 3 mL de acetonitrila e

sem adição de sal, cujo procedimento está exposto na figura 5.1.

Figura 5.1- Procedimento de preparação de amostra

5.2 Validação do método

Para que o método de extração de microcontaminantes em amostras de esgoto

apresente confiabilidade foi realizada a validação do mesmo. Abaixo seguem os parâmetros

avaliados.

5.2.1 Seletividade

O trabalho foi desenvolvido utilizando espectrometria de massas que, por si só,

garante a seletividade do método levando em conta os tempos de retenção dos analitos e a

relação entre os íons selecionados para monitoramento como descritos na tabela 4.5.

Page 77: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

75

As figuras 5.2, 5.3 e 5.4 indicam os cromatogramas e os espectros de massa dos íons

monitorados para p ibuprofeno, 4-octilfenol e estrona, respectivamente.

Figura 5.2- Cromatograma e espectro de massa dos íons monitorados do ibuprofeno

Page 78: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

76

Figura 5.3- Cromatograma e espectro de massa dos íons monitorados do 4-octilfenol

Page 79: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

77

Figura 5.4- Cromatograma e espectro de massa dos íons monitorados da estrona

5.2.2 Curva analítica e ajuste

As curvas analíticas e ajuste foram obtidas através da injeção de padrões derivatizados

em faixas de concentrações específicas para cada analito. Foi adicionada a cada padrão a

concentração de 50 µg/L do 4-nonilfenol deuterado usado como padrão interno. As curvas

foram construídas relacionando a média da razão da área do analito pela área do PI pela

concentração dos analitos em µg/L.

A tabela 5.4 mostra a faixa de concentração usada para cada analito bem como as

médias das razões áreas e o coeficiente de variação destas.

Page 80: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

78

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3,0

Page 81: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

79

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Fig

ura

5.6

- Curv

a analítica p

ara o ib

upro

feno (2

,5 a 1

75 µ

g/L

)

Fig

ura

5.7

- Curv

a analítica p

ara o ácid

o p

aracetamol (2

,5 a 2

00

µg/L

)

Fig

ura

5.8

- Curv

a analítica p

ara o 4

-octilfen

ol (2

,5 a 2

00 µ

g/L

)

y = -33

.63

8x

2 + 18

5.5

4x - 1

2.7

89

R

² = 0.9

92

1

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

0.5

1

1

.5

2

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = 16

9.3

x + 2.3

25

9

R² = 0

.99

74

0

50

10

0

15

0

20

0

0

0.5

1

1

.5

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = -32

.56

x2 + 1

85

.28

x + 4.8

89

7

R² = 0

.99

83

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

0.5

1

1

.5

Concetração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = 44

.92

x + 3.9

93

R

² = 0.9

96

2

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

1

2

3

4

5

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

Page 82: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

80

Fig

ura

5.9

- Curv

a analítica p

ara o 4

-nonilfen

ol (2

,5 a 2

00 µ

g/L

)

Fig

ura

5.1

0- C

urv

a analítica p

ara a gen

fibro

zila (2,5

a 200 µ

g/L

)

Fig

ura

5.1

1- C

urv

a analítica p

ara o b

isfenol A

(0,1

a 200 µ

g/L

)

Fig

ura

5.1

2- C

urv

a analítica p

ara o d

iclofen

aco (2

,5 a 2

00 µ

g/L

)

y = 38

.32

7x + 2

.35

59

R

² = 0.9

93

8

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

1

2

3

4

5

6

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = 13

6.9

8x + 5

.64

23

R

² = 0.9

94

2

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

0.5

1

1

.5

2

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = 26

.92

2x - 0

.67

42

R

² = 0.9

95

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

2

4

6

8

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = 41

8.1

7x + 8

.52

6

R² = 0

.99

37

0

50

10

0

15

0

20

0

0

0.1

0

.2

0.3

0

.4

0.5

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

Page 83: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

81

Fig

ura

5.1

3- C

urv

a analítica p

ara a estron

a (0,1

a 200 µ

g/L

)

Fig

ura

5.1

4- C

urv

a analítica p

ara o estrad

iol (1

a 200 µ

g/L

)

Fig

ura

5.1

5-

Curv

a an

alítica para

o

etinilestrad

iol

(0,1

a

175

µg/L

)

Fig

ura

5.1

6- C

urv

a analítica p

ara o estrio

l (2,5

a 20 µ

g/L

)

y = 1.9

87

3x

2 + 11

.70

6x - 2

8.5

29

R

² = 0.9

82

7

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

1

3

5

7

9

Concentração (µg/L)

Árae

/Áre

a PI

y = 14

9.6

9x + 1

.92

64

R

² = 0.9

94

2

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

0.5

1

1

.5

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = -36

7.3

8x

2 + 56

8.9

8x - 1

.50

91

R

² = 0.9

96

7

0

50

10

0

15

0

20

0

0

0.1

0

.2

0.3

0

.4

0.5

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

y = 60

3.8

8x + 5

.98

11

R

² = 0.9

91

1

0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

0

0.1

0

.2

0.3

0

.4

Concentração (µg/L)

Áre

a/Áre

a PI

Page 84: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

82

Foram obtidas regressões lineares ou quadráticas dependendo do analito em questão.

Os coeficientes de correlação (R2) encontrados foram sempre maiores que 0,98 para todos os

analitos, o que atende ao critério de linearidade do INMETRO que aceita um valor maior que

0,90.

5.2.3 Limite de detecção e de quantificação

Para verificar os limites de detecção e de quantificação do equipamento CG-EM foram

injetadas soluções padrão na faixa entre 0,1 e 10 µg/L. O limite detecção estimada foi

estabelecido pelo calculo da relação sinal/ruído. A confirmação do LD e LQ do equipamento

foi feita pela diluição dos padrões até a concentração estimada, sendo considerada para LD a

menor concentração em que o sinal observado do analito fosse três vezes maior que o ruído da

linha de base. Já o limite de quantificação foi estabelecido como sendo a menor concentração

cujo sinal analítico fosse dez vezes maior que o ruído. A tabela 5.5 aponta os limites de

detecção e de quantificação do equipamento.

Tabela 5.5- Limites de detecção (LD) e limites de quantificação (LQ) do equipamento CG-

EM.

Analito LD (µg/L) LQ (µg/L)

AAS 0,036 0,12

IBU 0,21 0,70

PCT 1,02 3,4

4-OP 0,18 0,60

4-NP 0,41 1,4

GEN 0,49 1,6

BPA 0,074 0,25

DCF 0,33 1,1

E1 0,0020 0,0066

E2 0,031 0,10

EE2 0,024 0,078

E3 0,1 0,33

Para os limites de detecção e quantificação do método foi levado em consideração o

fator de concentração de 40 vezes da ELL-PBT, o índice de recuperação e o efeito matriz. Os

valores de LD e LQ do aparelho foram usados como referência para o cálculo, bem como os

valores de recuperação e efeito matriz encontrados para o menor nível de concentração

estudado (10 µg/L). A tabela 5.6 mostra os valores encontrados para limites de detecção e

quantificação do método.

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83

Tabela 5.6- Limites de detecção (LDM) e limites de quantificação (LQM) do método.

Analito LDM (µg/L) LQM (µg/L)

AAS 0,00060 0,0020

IBU 0,0064 0,021

PCT 0,0031 0,011

4-OP 0,0038 0,013

4-NP 0,0038 0,013

GEN 0,0021 0,0070

BPA 0,0013 0,0046

DCF 0,00053 0,0018

E1 0,000089 0,00030

E2 0,00095 0,0032

EE2 0,00041 0,0014

E3 0,0045 0,015

Os resultados obtidos de LDM e LQM são satisfatórios quando comparados com

algumas literaturas. Gomes e colaboradores (2011) obtiveram para o ibuprofeno, estrona e

estradiol em amostras de esgoto e efluentes analisados em CG/EM valores de limites de

detecção de 0,105, 0,16 e 0,0952 µg/L, respectivamente e limite de quantificação de 0,5 µg/L

para todos eles. Os hormônios estrona, estradiol, etinilestradiol e estriol, também analisados

por CG/EM, foram estudados por Migowska e colaboradores 2012 que encontraram limites

de detecção, em µg/L, de: 0,0085 (E1), 0,010 (E2), 0,0081 (EE2) e 0,0068 (E3).

5.2.4 Precisão

Para avaliar a precisão do equipamento foi calculado o coeficiente de variação de

cinco replicatas de injeção de padrão dos microcontaminantes em três níveis de concentração

de acordo com a faixa de trabalho utilizada para cada analito. Os padrões foram preparados e

injetados pelo mesmo analista, no mesmo dia, no mesmo equipamento e em curto espaço de

tempo. Os resultados obtidos estão apresentados na tabela 5.7.

Page 86: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

84

Tabela 5.7- Valores do coeficiente de variação de cinco replicatas em três níveis para cada

microcontaminante

Analito Concentrações

(µg/L)

Média

(área/área PI) C.V. (%)

AAS

200 1,60 2,59

75 0,52 0,94

2,5 0,082 2,65

IBU

175 0,98 0,57

75 0,41 4,81

2,5 0,0095 2,14

PCT

200 1,38 8,00

75 0,38 4,58

2,5 0,0069 0,84

4-OP

200 4,53 1,23

75 1,53 0,466

2,5 0,021 2,95

4-NP

200 5,36 0,35

75 1,89 0,88

2,5 0,049 4,66

GEN

200 1,48 0,559

75 0,493 0,982

2,5 0,0079 5,98

BPA

200 7,57 2,07

75 2,76 1,61

2,5 0,119 3,19

DCF

175 0,389 2,01

75 0,141 4,83

2,5 0,0012 2,29

E1

200 8,24 4,99

75 4,34 2,64

2,5 2,08 7,19

E2

200 1,34 2,14

75 0,46 2,87

2,5 0,0098 6,36

EE2

175 0,409 3,44

75 0,14 3,16

2,5 0,0099 7,71

E3

200 0,34 2,96

75 0,10 1,61

2,5 0,0032 1,86

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85

Para todos os analitos foi obtido C.V. variando de 0,578 a 8,00 e, portanto, menor que

20% para os três níveis estudados o que está de acordo com o critério de precisão do

INMETRO.

5.2.5 Exatidão e precisão do método

Quando não há disponível um material de referência certificado, nem um método de

referência, pode-se mensurar a exatidão realizando a adição de uma concentração conhecida

em uma amostra e verificando se o método é capaz de retornar o resultado com o valor

verdadeiro adicionado. Esta técnica de conferência também é denominada de “adição e

recuperação (THOMPSON et al., 2002).

Para tanto foram avaliadas as recuperações do método de extração em três níveis

sendo os níveis baixo e alto realizados em triplicata e o nível médio em sete replicatas. A

recuperação média, calculada de acordo com a equação 3, e o coeficiente de variação das

replicatas do método para cada analito nos níveis de 10, 50 e 100 µg/L estão apresentados na

tabela 5.8.

Tabela 5.8- Índice de recuperação da ELL-PBT para três níveis de concentração

Analito Concentração

(µg/L)

Recuperação

média (%) C.V. (%) n

AAS

10 148,70 3,09 3

50 121,04 9,18 7

100 103,11 3,08 3

IBU

10 82,45 2,99 3

50 45,24 18,17 7

100 64,78 7,37 3

PCT

10 811,86 7,22 3

50 109,68 13,20 7

100 40,00 7,60 3

4-OP

10 115,96 1,24 3

50 29,34 14,83 7

100 29,95 2,17 3

4-NP

10 263,64 0,84 3

50 47,38 17,01 7

100 38,67 5,73 3

GEN

10 582,20 2,795 3

50 70,41 12,92 7

100 61,42 13,71 3

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86

Tabela 5.8 – Índice de recuperação da ELL-PBT para três níveis de concentração

(Continuação).

Analito Concentração

(µg/L)

Recuperação

média (%) C.V. (%) n

BPA

10 135,87 2,41 3

50 26,96 14,28 7

100 34,06 6,97 3

DCF

10 1536,08 0,872 3

50 146,82 7,11 7

100 299,34 5,68 3

E1

10 55,37 5,27 3

50 18,79 12,23 7

100 45,65 5,70 3

E2

10 82,46 16,71 3

50 18,37 15,81 7

100 21,97 14,24 3

EE2

10 141,08 9,51 3

50 63,50 16,17 7

100 81,62 8,70 3

E3

10 55,52 9,29 3

50 21,17 15,40 7

100 29,67 11,16 3

Os valores de C.V. encontrados estão variando entre 0,84 até 18,17sendo todos abaixo

de 20% descrito como ideal pelos guias de validação. É possível observar que para a maioria

dos analitos foi obtida uma recuperação satisfatória uma vez que se trata de extração

simultânea de compostos com características físico-químicas distintas. Além disso, trata de

uma amostra muito complexa em que pode haver preferência por interferentes pelo solvente

extrator.

Índices de recuperação maiores que 100 % podem ser atribuídos ao efeito da matriz na

transferência de massa do liner do injetor para a coluna cromatográfica. No trabalho de Erney

e colaboradores (1993), em que analisaram pesticidas organoclorados em matrizes

gordurosas, foi observado um aumento nas respostas dos analitos no extrato da matriz em

relação às respostas em solvente puro. Isso pode ser explicado pelo fato de que quando os

analitos estão no extrato da matriz a adsorção no liner é afetada pela competição com co-

extrativos matriciais. Com isso, quantidades maiores de analitos são transferidos para a coluna

cromatográfica resultando em maior resposta pelo detector.

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87

O mesmo fato foi observado por Pinho e colaboradores (2012) que estudaram o a

resposta de dois pesticidas, clorpirifós e deltametrina. Eles relataram que, na presença da

deltametrina, a resposta do clorpirifós é aumentada. Apesar da deltametrina ser a menos polar

dos dois pesticidas ela tem maior peso molecular e temperatura de ebulição, fazendo com que

ela seja adsorvida preferencialmente nos componentes do injetor (liner, lã de vidro e início da

coluna). Desta forma, levando a menor interação do clorpirifós com os componentes do

injetor.

5.2.6 Efeito Matriz

O efeito de supressão ou aumento do sinal cromatográfico conhecido como efeito

matriz é muito discutido na análise de traços em amostras complexas. Em cromatografia

gasosa componentes da matriz tendem a bloquear locais ativos, principalmente grupos

silanóis livres, na coluna cromatográfica e na entrada do CG ocasionando um aumento na

resposta (MASTOVSKA et al., 2005).

Para determinar o efeito de matriz e seu fator de correção (FEM) foi realizado um spike

no extrato da amostra, ou seja, foi adicionada uma concentração de 50 µg/L de padrão aos

extratos das amostras que foram inicialmente fortificadas para obterem as concentrações

finais dos níveis utilizados na etapa de exatidão.

Quando o efeito matriz é maior que 1 indica um efeito aumentativo e se menor que 1

um efeito supressivo. A tabela 5.9 indica os valores do fator de correção de efeito de matriz e

o efeito para cada analito em três níveis de concentração.

Tabela 5.9- Efeito de matriz para cada analito em três níveis de concentração

Analito Concentração

(µg/L) FEM

Supressão ou

aumento do sinal

AAS

10 1,61 Aumento de 61%

50 1,99 Aumento de 99%

100 2,04 Aumento de 104%

IBU

10 1,29 Aumento de 29%

50 1,34 Aumento de 34%

100 1,76 Aumento de 76%

PCT

10 1,97 Aumento de 97%

50 1,13 Aumento de 13%

100 0,79 Supressão de 21%

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88

Tabela 5.9– Efeito de matriz para cada analito em três níveis de concentração (Continuação)

Analito Concentração

(µg/L) EM

Supressão ou

aumento do sinal

4-OP

10 1,03 Aumento de 3%

50 1,07 Aumento de 7%

100 1,20 Aumento de 20%

4-NP

10 1,06 Aumento de 6%

50 1,05 Aumento de 5%

100 1,14 Aumento de 14%

GEN

10 0,98 Supressão de 2%

50 0,99 Supressão de 1%

100 1,36 Aumento de 36%

BPA

10 1,18 Aumento de 18%

50 1,05 Aumento de 5%

100 1,43 Aumento de 43%

DCF

10 1,68 Aumento de 68%

50 1,92 Aumento de 92%

100 2,78 Aumento de 178%

E1

10 0,97 Supressão de 3%

50 0,71 Supressão de 29%

100 1,26 Aumento de 26%

E2

10 0,89 Supressão de 11%

50 0,72 Supressão de 18%

100 1,03 Aumento de 3%

EE2

10 1,49 Aumento de 49%

50 1,25 Aumento de 25%

100 1,95 Aumento de 95%

E3

10 0,99 Supressão de 1%

50 0,86 Supressão de 14%

100 1,33 Aumento de 33%

Para a maioria dos analitos, nos três níveis de concentração estudados, foi observado

um aumento do sinal cromatográfico devido a matriz. O esgoto doméstico é uma matriz

bastante complexa constituída de muitos componentes que competem com os analitos de

interesse no sistema cromatográfico causando tais resultados.

5.3 Análise de amostras reais

As amostras de esgoto foram coletadas do Centro de Pesquisa e Treinamento em

Saneamento (CePTS) da UFMG, contígua à estação de tratamento de esgotos (ETE) da bacia

Page 91: OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE EXTRAÇà O LÍQUIDO …‡ÃO... · do pH da amostra para 2, 4 mL de amostra de esgoto, adicionar a ela 3 porções de 3 mL de acetonitrila como solvente

89

do ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte. Foram analisadas amostras de esgoto bruto (P1) e de

efluentes UASB (P2) seguido de filtro biológico percolado (P3) com rotosponge como

material de suporte.

Os filtros biológicos percoladores são sistemas aeróbios de tratamento de esgotos,

podendo ser aplicados como etapa de pós-tratamento de efluentes de reatores UASB.

Assumindo a etapa de pós-tratamento, o efluente do reator UASB é distribuído na parte

superior do Filtro Biológico Percolador (FBP), onde o fluxo de esgoto passa a ter uma

trajetória descendente através de um material de enchimento. A biomassa presente no volume

reacional de filtros biológicos percoladores se desenvolve caracteristicamente aderida ao meio

suporte e assume importante papel na conversão de constituintes presentes nos esgotos. O

FBP aberto não possui compartimento de decantação, sendo que o biofilme desprendido do

meio suporte sai junto com o efluente tratado. Não há também paredes laterais e laje de fundo

falso, proporcionando economias adicionais de concreto. Uma das grandes vantagens de

utilização dos filtros percoladores reside no fato de que a transferência de oxigênio ocorre

naturalmente, a partir da circulação do ar atmosférico pelo material de enchimento, sem a

necessidade de equipamentos mecânicos. No FBP aberto, a circulação de ar é maior devido à

inexistência de paredes (CEPTs, 2012). A tabela 5.10 mostra as concentrações dos analitos

encontrados em cada amostra.

Tabela 5.10- Concentrações dos analitos encontrados em amostras de esgoto bruto e efluentes

UASB e FBP

Analito Esgoto bruto (µg/L) UASB (µg/L) FBP (µg/L)

AAS 72,64 14,23 6,74

PCT 237,49 - -

BPA 10,71 9,02 5,00

E1 436,46 55,30 54,16

E3 8,10 7,62 7,01

Foi possível detectar nas amostras de esgoto bruto os fármacos ácido acetilsalicílico

(AAS) e paracetamol (PCT) que são medicamentos largamente utilizados sem prescrição; o

plastificante bisfenol A (BPA) que está presente em embalagens plásticas em geral; e os

hormônios naturais estrona (E1) e estriol que é metabólito da estrona e do estradiol (E3). No

primeiro tratamento (UASB) houve redução significativa do AAS e da E1, além de não ter

sido encontrado o PCT. No entanto, se mostrou pouco eficiente para o BPA e E3. O segundo

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tratamento (FBP), que ocorre depois do UASB, se mostrou pouco eficiente para a remoção

destes compostos uma vez que foram encontrados nesse efluente em concentrações próximas

às do efluente anterior.

Os demais microcontaminantes não foram encontrados em nenhuma amostra

analisada.

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6 Conclusões

Os microcontaminantes têm despertado a atenção da sociedade científica quanto a

ocorrência destes em amostras ambientais e os efeitos causados à saúde da biota. A entrada

destes compostos no meio ambiente é recorrente de várias rotas humanas e pouco se sabe

sobre a remoção nos sistemas de tratamento de esgoto doméstico. O fato de estarem em

concentrações muito baixas e se tratarem de compostos com variadas características físico-

químicas é importante obter um método de concentração e extração eficiente para a análise

simultânea.

Neste trabalho foi desenvolvido o método de múltipla extração líquido-líquido com

partição em baixa temperatura (ELL-PBT) para análise simultânea em CG-EM de doze

microcontaminantes (AAS, IBU, PCT, 4-OP, 4-NP, GEN, DCF, BPA, E1, E2, EE2 e E3) em

amostra de esgoto doméstico. O método consiste em ajuste do pH da amostra para 2, 3

porções de 3 mL de acetonitrila como solvente extrator e resfriamento por 3 horas para cada

extração. O extrato é então seco em N2, ressuspenso em 1 mL de metanol e seco novamente

em vial com insert de 100 µL. A esse vial adiciona-se 25 µL de piridina e 75 µL de BSTFA +

1% TCMS e a mistura é levada para a estufa a 80 oC durante 30 minutos para a reação de

derivatização necessária para tornar os analitos passíveis de análise em CG. O extrato foi

então analisado e os microcontaminantes identificados e quantificados por CG-EM nas

condições previamente otimizadas.

O método foi validado e aplicado em amostras reais de esgoto bruto e efluentes

tornando possível a avaliação da remoção de alguns microcontaminantes encontrados durante

o tratamento.

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7 Trabalhos Futuros

A partir deste trabalho temos como sugestões para trabalhos futuros

Testar outros solventes e misturas destes como solvente extrator;

Analisar outras classes de microcontaminantes que sejam passíveis de derivatização;

Utilizar a derivatização on line a fim de consumir o mínimo de reagente derivatizante

possível bem como diminuir o tempo do preparo de amostra;

Usar o método de extração para análise em CLAE-EM.

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