Outubro de 1846 – Junho de 1847 A Guerra Civil da Patuleia 1 2012 / 03 / 07.
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Outubro de 1846 – Junho de
1847
A Guerra Civil da Patuleia
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Almeida Garrett in “Viagens na Minha Terra” (publicado em1846)
“ Recordei-me com amargura e desconsolação dos
tremendos sacrifícios a que foi condenada esta
geração – Deus sabe para quê – Deus sabe se para
expiar as faltas dos nossos passados, se para comprar
a felicidade dos nossos vindouros”
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A Patuleia
Situação conjuntural
Pretexto para a deflagração
Guerra civil da Patuleia
• As condições do País, geradas ou agravadas ao longo do Verão de 1846
• A Emboscada (demissão do Governo Palmela)
• 6 de Outubro de 1846
• Outubro de 1846 • Junho de 1847 –
Convenção de Gramido
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♦ Redução do
poder de
compra;
♦ Alta de
preços
♦ Atrasos nos
pagamentos;
♦ Desemprego.Perda de apoio social
♦ Questão
eleitoral
♦ Dificuldades em:
♦ gerar
consensos;
♦ combater a
crise
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Os três eixos da
“fraqueza“palmelist
a”
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A Emboscada (6 de Outubro de 1846) e suas consequências
• Demissão de Palmela – por decisão da rainha;
• Novo governo dirigido por Saldanha
Emboscada
• Reaproximação ao Cabralismo
• Readmissão de funcionários civis e militares conotados com o cabralismo
Possibilita …
• Formação da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino
• Constitui-se no Porto como oposição ao governo de Lisboa
Resultado
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O desencadear da Guerra Civil da Patuleia
A notícia da Emboscada
chega rapidamente
ao Porto – Formação da
Junta revolucionária
A notícia da formação da Junta chega rapidamente a Lisboa – Enviado rapidamente ao Porto o Duque da Terceira
A notícia do envio do Duque chega rapidamente ao Porto. É imediatamente preso ao desembarcar Rapidamente a
Junta apela para o exército, que se divide: uma parte mantém-se fiel à rainha; outra apoia a Junta.
Reactivam-se guerrilhas miguelistas, em vastas regiões do país – aliança com a
Junta
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Origem da expressão “Patuleia”
Gara
nti
dam
en
te
É uma expressão
contemporânea dos
acontecimentos
Pro
posta
de
exp
licação
Significaria “patas ao léu”
– pés descalços.
O movimento teria assim uma raiz popular
Pro
posta
de
exp
licação
A palavra chegaria por
via do espanhol
“patuleo” - que a teria ido
buscar ao malaio.
Significaria “grupo
indisciplinado e desordeiro”
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A Guerra Civil da Patuleia
(Outubro de 1846 – Junho de 1847)
Regiões controladas pelo
governo na primavera de 1847
Cidades controladas por
Juntas Governativas dos
rebeldes dentro do território
controlado pelo governo
Ch
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Situação na Primavera de 1847 – in Oliveira Martins /Portugal Contemporâneo
Desde o princípio do ano que as cadeias estavam
cheias de setembristas e miguelistas; desde então as
emigrações ferviam. O Governo comunicara às
potências a decisão de bloquear o Douro, mas isso não
passava de uma fórmula, porque a marinha portuguesa
acabara de todo e os poucos vapores que havia tinham
caído em poder dos rebeldes, senhores do mar. Mas o
mais triste, o mais grave, era o caso das notas do
banco, infernal papelada que (…) levava a miséria a
toda a parte.
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Situação na Primavera de 1847 (continuação)
O Visconde de Algés, no Tesouro, achava-se perdido,
porque de fora não vinha dinheiro e em casa não o
havia antes quanto mais agora. Se nem para
Saldanha chegava! Em Madrid estava o embaixador, o
Conde de Tomar e para ele se voltavam os olhos, se
dirigiam as súplicas e os pedidos de conselhos. Não
seria possível arranjar em Madrid um empréstimo?
Com efeito o Conde de Tomar em Madrid conseguiu
alguma
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Situação na Primavera de 1847 (continuação)
coisa. Os banqueiros propunham-se dar três milhões
esterlinos, com a comissão de dois e meio. Mas …
davam só um milhão no primeiro ano, o resto depois.
Um milhão seja: tudo o que vier … Mas “queremos
três anos de juros adiantados”. O Governo,
desanimado, caiu em si. Um pouco mais, e os
banqueiros cobrando adiantados os juros, não dariam
nada, ficando credores de muito. O que prometiam
emprestar vinha a sair a 25,5 por cento.
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Situação na Primavera de 1847 (continuação)
O governo não teve coragem para tanto; o ministro
sumiu-se deixando o lugar a Tojal. E o rebate das
notas a crescer, e gemendo todos com fome, e a
bordo do Audaz os infelizes prisioneiros de Torres, à
espera do degredo! E uma rebeldia surda a sussurrar
por todos os cantos! … No Governo Civil o Marquês de
Fronteira, com seu irmão D. Carlos de Mascarenhas à
frente da Guarda Municipal, mantinham dificilmente a
ordem. Lisboa parecia um acampamento: tudo
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Situação na Primavera de 1847 (continuação)
estava armado em batalhões de cores e feitios
diversos: voluntários, fuzileiros, caçadores da rainha,
caçadores da Carta. Havia exercícios constantes, e
paradas, e revista, e o comandante-chefe, D.
Fernando, que não nascera para empresas belicosas,
via-se forçado a arrastar a sua indolência, correndo os
quartéis, vivendo num estado penoso de agitação, por
coisas que, bem no fundo, lhe eram, ou antipáticas,
ou indiferentes.
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Situação na Primavera de 1847 (continuação)
Aos empregados não se pagava desde Outubro, em
Lisboa que é uma cidade secretaria. A desordem, a
excitação, a fome, traziam à flor do charco social os
detritos humanos das cidades.
Positiva fome lavrava em Lisboa no 2º trimestre do
ano fúnebre de 47. Para lhe acudir distribuíam-se
diariamente 2500 pães (ver as listas e contas no
Diário)
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Situação na Primavera de 1847 (continuação)
Como sombras se tinham visto dissipar muitas forças
do Governo. A coluna que em Alcácer defendia Lisboa
da Patuleia do Alentejo, fora uma noite aprisionada
inteira. A tripulação do Porto, vapor mandado a Vigo e
a Viana, em serviço, prendeu em viagem os oficiais e
levou o barco ao Porto, a entregar-se à Junta. (…) Em
Lisboa havia constantes rusgas para arregimentar
voluntários, e Saldanha, imóvel por impotente, avisava
que resignaria à presidência do Conselho se não
viessem soldados de Espanha ou um acordo com o
inimigo.
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Actuação da Quádrupla Aliança nos termos do acordo de Maio de
1847
Regiões controladas pelo
governo na primavera de 1847
Cidades controladas por
Juntas
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Frota inglesa de bloqueio à barra do Douro
Tropas espanholas
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Condições estabelecidas pela Convenção de Gramido - 29 de Junho de 1847
Ocupação do Porto e fortes
das duas margens por
tropas espanholas
Entrega das armas da Junta
às forças aliadas
Honras militares e
segurança de pessoas e bens para as tropas
da Junta
Garantias de segurança de
pessoas e bens aos cidadãos
do Porto
Passaporte gratuito a
todos os que quiserem
deixar o Porto
Melhoria da condições dos
oficiais do antigo exército
realista
Os aliados marcarão a data da entrada das
tropas portuguesas no
Porto