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    A LUTA PELA

    CIDADE SOLAR

    Autor

    ERNST VLCEK

    Traduo

    RICHARD PAUL NETO

    Reviso

    ARLINDO_SAN(De acordo, dentro do possvel, com o Acordo Ortogrfico vlido desde 01/01/2009)

    (P-521)

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    Os calendrios do planeta Terra registram os meadosdo ms do janeiro do ano 3.442. Faz mais de um ano que acatstrofe desabou sobre quase todos os seres inteligentes daGalxia.

    Ainda no existe nenhuma chance de impedir o vo do

    misterioso Enxame atravs da Galxia ou reverter amanipulao da constante 5D por ele realizada, que provocauma regresso mental em quase todos os seres uivos.

    Mas Perry Rhodan e seus companheiros imunes, entreos quais esto Atlan, Gucky e muitos velhos conhecidos,

    fazem tudo que est ao seu alcance para desvendar o segredodo Enxame. Fora algumas incurses em outras reas, a

    Good Hope II permanece quase constantemente nasproximidades do Enxame para colher informaes e realizarpesquisas.

    E agora, depois da conferncia fracassada dos imunes,Perry Rhodan fez mais uma incurso numa rea diferente. Ajudado por Atlan, Geoffry Waringer, Fellmer Lloyd e os

    especialistas de Quinto-Center, o Administrador-Geralrecolheu oitenta mil cientistas no planeta-laboratrio Last

    Hope e os transportou ao mundo dos Cem Sis pertencentesaos pos-bi, ao qual no chegam os efeitos dos raios de

    deteriorao mental, por causa da posio galcticaafastada.

    Mas a frota dos terranos enfrenta dificuldades na

    chegada. O plasma central dos pos-bi, que at ento fora umgrande amigo e aliado dos terranos, no permite que pousem e assiste-se Luta Pela Cidade Solar...

    = = = = = = = Personagens Principais: = = = = = = =

    PerryRhodan O Administrador-Geral que realiza uma

    misso arriscada.Atlan, Fellmer Lloyd e Irmina Kotchistowa

    Companheiros de Perry Rhodan no avano paraSuntown.

    Jorston Um homem que se sacrifica.

    AborqVallain Um homem que sabe improvisar.

    CoronelTahikoAnaka Um homem que sonha com a famae o poder.

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    Foi horrvel.O acontecimento temporal e espacial era to realista e ao mesmo tempocompletamente estranho realidade. A realidade foi abstrada no sonho.

    L estava o sol Bolo. Brilhava em cima de mim e de Last Hope que nem um olhomalvado. De fato, era um olho gigantesco com uma expresso assassina. Seus raiosquentes ameaavam queimar-me, tomavam incandescente a rocha, derretiam o chumbo eo estanho.

    No havia mais ningum alm de mim, do sol impiedoso e da paisagemacidentada, escaldante, na qual havia lagos de chumbo e estanho. E calor e tempestade.Tudo me ameaava. Puxava-me e queria obrigar-me a ficar de joelho.

    Lutei uma luta sem esperana.O olho do sol Bolo fitava-me como se quisesse hipnotizar-me.De repente apareceram outros olhos. Os olhos dos imunes rebelados. Perseguiam-

    me, porque no queria participar de seus planos criminosos. Estavam atrs de mim ossedentos do poder, os amotinados.

    Meus inimigos estavam em toda parte. Tinham-me cercado.A apareceu meu aliado. O monstro de corpo triangular, com uma cauda de 640

    metros de altura que se estendia para o sol Bolo que nem uma antena. Era o Marcha-Muito. Usava a cauda-antena para retirar energias do sol, percorria a paisagem traioeiracom suas trinta e seis pernas em forma de coluna, ps em fuga os inimigos que me

    perseguiam. Encontrei refgio nas costas do Marcha-Muito, nas costas que eramacidentadas e rochosas que nem a paisagem de Last Hope.L fiquei em segurana durante alguns meses.Mas no demorei a perceber que estava perdida, j que a segurana que desfrutava

    era ilusria e relativa. Estava a salvo do sol e dos imunes. O calor e os gases da atmosferaeram mantidos longe de mim. Possua uma blindagem pressurizada supermoderna,alimentos, gua e oxignio em abundncia. Alm disso havia nas costas do Marcha-Muito depsitos de oxignio congelado, que aproveitei.

    Elaborei este raciocnio lgico como se estivesse passando mais uma vez por tudoisso. Percebi que daquele lado no corria mais nenhum perigo. Pouco importava que o

    Marcha-Muito caminhasse pela face diurna sufocante de Last Hope, trilhando o caminhopreviamente fixado, ou se endurecia na face noturna com seu frio de rachar.

    O perigo veio numa forma diferente.Meu esprito foi atacado.Subia e descia. As costas do Marcha-Muito se levantavam e baixavam, enquanto

    corria a oitenta quilmetros por hora. Para cima e para baixo. O olho do sol Boloadaptou-se ao ritmo. Para cima e para baixo. A paisagem rochosa ofuscante, quebradia,tambm se adaptou ao movimento. Para cima e para baixo. O cu incandescente, os gasesem rotao, todo um mundo subia e descia diante dos meus olhos.

    Tive medo. De repente o temor de que um dos movimentos descendentes no

    terminaria mais tomou conta de mim. Teria de cair.De repente ouvi um rudo de tambores. Era caracterstico do Marcha-Muito. Toda

    vez que colocava no cho uma das trinta e seis pernas em coluna havia um abalo que se

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    transmitia a todos os nervos de meu corpo. O rudo de tambor quase me deixou louco.Tentei distrair-me ouvindo as diversas frequncias de rdio. Mas de repente ouvi as vozesdos imunes. Amaldioaram-me, proferiram ameaas contra mim.

    Fui obrigada a fechar a mente a essas vozes, a ignorar o rudo de tambor produzidopelas batidas das pernas em coluna na rocha, e alm disso precisava cuidar-me para no

    cair. Sabia que bastaria um instante de desateno para que meu esprito sucumbisse auma das trs influncias. A consequncia seria a loucura.Tamborilar. Vozes. Para cima e para baixo.Tamborilar... Para cima e para baixo... Para baixo... Para baixo ca... Cada vez mais

    fundo... Ca numa profundeza infinita...Irmina Kotchistowa iniciara seu relato com uma voz calma e indiferente. Mas

    quando foi chegando ao fim sua fala era cada vez mais rpida, ofegante. Parou exausta.Depois de uma pequena pausa acrescentou em voz baixa:

    Durante a queda nas profundezas acordei.

    * * *

    Hum fez o Dr. Kayasho, deu as costas paciente que estava deitada no sof eolhou para um lugar distante. Eu diria que a permanncia de vrios meses nasuperfcie de Last Hope lhe rendeu uma fobia. Tem medo do movimento e de abismos.Mas no pode ser um medo muito forte, seno ele no apareceria nos sonhos, mas narealidade.

    Irmina Kotchistowa apoiou-se nos cotovelos, fitou o psicodinmico com os olhosgrandes e escuros e disse:

    Deduzo de suas palavras que no h nada de errado comigo. Acho que possoentrar em atividade.

    O Dr. Kayasho fez um movimento para acalm-la. Calma, senhorita. Acho que est em plena forma, mas gostaria de ocupar-me

    mais alguns minutos com a senhorita.O psicodinmico olhou nos olhos da bioqumica at que ela se esquivou de seu

    olhar. A moa era de estatura mediana, figura delicada e busto cheio. O Dr. Kayasho, queem Last Hope pertencera equipe de oitenta mil pessoas do Dr. Waringer, j conheciaIrmina Kotchistowa. Era uma bioqumica competente com grande fora de vontade e eracapaz de repelir as tentativas de aproximao dos colegas com charme e determinao.Seu sentimento lhe dizia que ela resistira aos meses passados nas costas do Marcha-Muito sem danos psquicos. Pelo que mostravam os exames, no restava nada alm de

    uma fobia pouco acentuada.Mas havia outra coisa em que estava interessado.Irmina Kotchistowa estava escondendo alguma coisa. O Dr. Kayasho no sabia por

    que fazia isso. Talvez no quisesse contar toda a verdade porque receava que PerryRhodan no permitiria que ela fosse com Atlan e o mutante Fellmer Lloyd ao mundo dosCem Sis.

    De qualquer maneira o Dr. Kayasho queria estudar o caso a fundo.Irmina Kotchistowa olhou para ele desconfiada.

    Se no h nada de errado comigo, por que no me deixa ir embora? O senhorsabe que o Administrador-Geral est minha espera na Gonozal. A moa suspirou.

    Se soubesse que haveria tantas complicaes no teria vindo espontaneamente paracontar meu sonho.

    O psicodinmico sorriu vagamente e disse:

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    Fez bem em vir. A causa de seus pesadelos poderia ser algo mais grave que umasimples fobia.

    Irmina ficou contrariada. Por que tenta convencer-me de que carrego nas profundezas da mente um medo

    contra abismos? Se fosse assim, deveria temer os poos dos elevadores

    antigravitacionais. Ou ser que no? Acontece que no hesito uma frao de segundo emusar um elevador destes.O Dr. Kayasho fez um gesto contemporizador.

    Est bem. No se fala mais na fobia. Ela no tem mesmo nenhuma importncia.Todos ns que permanecemos em Last Hope tivemos afetada a estabilidade psquica.Digo mais. Quase todos os seres humanos desta galxia, e at os no humanides, foramafetados por isso. Tudo por causa da deteriorao mental. claro que depende do grau deinteligncia de cada um a maior ou menor resistncia manipulao da constante 5D. Etambm depende muito do QI at onde um indivduo que j foi afetado pela deterioraomental capaz de enfrentar a nova situao depois de escapar aos efeitos dos raios de

    retardamento.O psicodinmico fez uma pausa. Vamos encarar o problema de meu ponto de vista prosseguiu. Eu mesmo

    era um dos oitenta mil dbeis que havia em Last Hope. Minhas recordaes dos mesesque passei nos centros de pesquisas subplanetrias so bastante incompletas. Parece fazermuito tempo. Mas lembro-me perfeitamente dos meus pensamentos e sentimentosdurante o vo pelo espao linear, ao ser transportado para c, quando voltei ao normal.Durante as etapas lineares recuperei a sanidade mental. Quer saber em que pensei nessesmomentos? A nica coisa em que conseguia pensar era que depois de cada etapatnhamos de voltar ao espao normal. Tive medo disso. Sabia que no universo

    einsteiniano voltaria a ser um dbil mental. Um medo selvagem do espao csmicotomou conta de mim. E este medo ainda no desapareceu completamente, apesar de noter motivo para temer os raios de deteriorao mental no lugar em que estamos, perto domundo dos Cem Sis. Estamos a quase duzentos mil anos-luz da Via Lctea, num lugarem que a manipulao da constante gravitacional da quinta dimenso no produz nenhumefeito. Digo-lhe isto para mostrar que quase todos aqueles que ficaram expostos aos raiosde deteriorao mental tiveram a mente afetada. Como v, tambm carrego minha fobia.

    O psicodinmico sorriu para animar Irmina e concluiu: A senhorita, que possui certa imunidade contra a deteriorao mental,

    naturalmente tem uma constituio psquica mais forte. Quer dizer que posso

    perfeitamente autorizar que participe da ao.Irmina respirou aliviada. Receara que o psicodinmico s tivesse recorrido

    explicao prolixa para convenc-la delicadamente de que no estava em condies deprestar qualquer servio.

    Obrigado, Dr. Kayasho disse. Posso retirar-me? S depois de revelar seu segredo disse o psicodinmico. Que segredo? A senhorita no contou tudo respondeu o Dr. Kayasho e enumerou: Como

    foi parar nas costas do Marcha-Muito que ficam cem metros acima do cho? No possuatraje de vo pressurizado. Mesmo que tenha escalado o corpo de noventa metros de

    altura, ainda falta explicar como fez para subir pelas pernas de dez metros, que alm detudo se movimentavam muito depressa.

    Irmina sentiu-se insegura.

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    Subi no Marcha-Muito na regio glacial, quando estava congelado.O Dr. Kayasho sacudiu a cabea.

    Seu sonho revela o contrrio. Meu sonho est mentindo. Quem mente a senhorita! O Dr. Kayasho apontou para suas mos e

    perguntou de supeto: Por que usa luvas?Irmina hesitou. No h nenhum motivo especial para isto.Irmina ficou plida.

    No! Tenho... tenho uma doena da pele e no quero que ningum veja. Deixe-me ver. Acho que o senhor no especializado nisso, Dr. Kayasho recusou Irmina.O psicodinmico encarou-a de frente.

    Talvez seja.Irmina baixou os olhos.

    O senhor tem razo. Quando acordei do pesadelo, estava com os braos cobertosde pstulas. Tem uma explicao para isso?Irmina acenou com a cabea.

    Tenho. Sou uma metbio-agrupadora.

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    As dez naves cargueiras de grande tamanho, chamadas Almana 1 a Almana 10, cadauma com 2.500 metros de dimetro, tinham entrado em rbita em torno do mundo dosCem Sis dos pos-bis, juntamente com o cruzador da USO Gonozal, mantendo umadistncia segura.

    J fazia dois dias que estavam em posio de espera. Dois dias durante os quais nosurgira nenhuma esperana, nem para os oitenta mil cientistas qualificados a bordo dasnaves cargueiras, nem para os chefes da misso.

    Perry Rhodan no sabia por que o plasma central no permitia o pouso das onzenaves terranas no mundo dos Cem Sis. Segundo os clculos de probabilidades, o plasmacentral agia sob presso; era obrigado direta ou indiretamente a agir daquela forma.

    Restava saber por quem.Ou ser que o plasma celular do mundo dos Cem Sis fora atingido pelos efeitos damodificao da constante gravitacional da quinta dimenso? Segundo os centros decomputao positrnica isso no tinha acontecido. Rhodan tambm no aceitava essa

    possibilidade. O mundo dos Cem Sis dos pos-bis ficava a 289.412 anos-luz da ViaLctea, no intercosmo.

    De qualquer maneira a confiana com que Rhodan trabalhara na realizao do planoficara abalada.

    Quando foi informado em Peregrino Beta pelo ser chamado Aquilo de que o mundodos Cem Sis no fora atingido pelos raios de deteriorao mental, Rhodan abandonara o

    plano de continuar a observar o Enxame. Preferiu preparar um gigantesco programa deevacuao, que depois de alguma demora comeou a ser executado.Rhodan, Atlan, Geoffry Abel Waringer, o mutante Fellmer Lloyd e 260 imunes

    partiram para Last Hope em dez naves cargueiras, alm da Gonozal. Segundo o ProfessorWaringer, devia haver 800.000 cientistas no planeta de pesquisas secreto. No havia amenor dvida de que essas capacidades nas mais diversas reas tcnicas e cientficas setinham transformado em dbeis mentais. Rhodan pretendia levar os oitenta milespecialistas de Last Hope para o mundo dos Cem Sis, onde estariam fora do alcancedos raios de deteriorao mental e recuperariam as faculdades mentais.

    Com essa equipe enorme de cientistas e tcnicos se poderia pensar em combater as

    influncias negativas do Enxame sobre as civilizaes da Galxia em geral, e damanipulao da constante 5D em especial.

    O mundo dos Cem Sis oferecia condies ideais para isto.H cerca de mil e trezentos anos havia nele algumas grandes bases terranas. Alm

    disso existiam seis gigantescos estaleiros espaciais, nos quais as naves terranas de todosos tipos, por maiores que fossem, podiam ser submetidas a uma reviso geral. Dois destesestaleiros contavam com um porto espacial.

    Alm dessas instalaes tcnicas havia um centro residencial para a guarnioterrana que permanecia constantemente no mundo dos Cem Sis. Eram cinco mil pessoasvivendo em grandes alojamentos, nos quais encontravam todas as formas possveis de

    luxo.Ao lado do centro residencial da guarnio bsica fora construda uma cidade-hotel

    na qual havia lugar para quinhentas mil pessoas. Era usada pelas tripulaes dos

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    contingentes da frota terrana e das frotas de abastecimento que faziam uma escala nomundo dos Cem Sis durante a viagem nebulosa de Andrmeda. A cidade, quegeralmente ficava vazia, reunia todos os tipos de casas imaginveis, desde o arranha-cuat o bangal.

    O conjunto era chamado de Suntown. Era ali, na Cidade Solar, que seriam alojados

    os oitenta mil tcnicos e cientistas vindos de Last Hope.Mas parecia que a longa viagem ao mundo dos Cem Sis fora em vo. Logo depoisda chegada das onze espaonaves ao mundo dos pos-bi, que era abastecido de luz e calor

    por duzentos sis artificiais, Rhodan fizera contato de rdio com o plasma central parasolicitar permisso de pouso. O pedido era uma simples formalidade, uma vez que o

    plasma era um aliado fiel do Imprio Solar. As instalaes terranas no mundo dos CemSis tinham sido construdas com a permisso expressa do plasma central. Por isso

    parecia no haver a menor dvida de que seria dada permisso para o pouso das deznaves cargueiras e do cruzador da USO.

    Por isso Rhodan s poderia ficar muito abalado quando recebeu a resposta negativa

    do plasma central, que avisou que seria obrigado a derrubar qualquer nave terrana quetentasse aproximar-se.A atitude do plasma central era muito estranha. Mas havia um fato ainda mais

    estranho. Nenhum dos membros da guarnio de cinco mil homens respondeu aoschamados pelo rdio. At parecia que a base terrana fora completamente abandonada.

    Rhodan chamou o General Merety Dala, chefe militar do mundo dos Cem Sis, e oProfessor Tochce Sarvonic, chefe das equipes cientficas, vrias vezes pelo nome. Masnem assim houve resposta.

    Diante disso Rhodan e Atlan resolveram investigar o segredo do mundo dos CemSis. Formaram um comando especial, que deveria realizar investigaes no prprio

    mundo dos Cem Sis. O comando era composto de quatro pessoas:Perry Rhodan, Atlan, Fellmer Lloyd e Irmina Kotchistowa.Ao amanhecer do dia 15 de janeiro de 3.442 todos os preparativos tinham sido

    concludos.

    * * *

    Onde est Irmina Kotchistowa? perguntou Rhodan. Fellmer Lloyd, que estavade p a seu lado, achou que a pergunta fora dirigida a ele.

    Parece que ela se encontra na Almana 4 respondeu o telepata e localizador. Trate de descobrir, Fellmer pediu Rhodan. Queria que usasse suas antenas

    parapsquicas e se orientasse pelos pensamentos da bioqumica. Partiremos dentro detrinta minutos.

    Desde que at l sejam concludos os testes finais objetou Geoffry AbelWaringer.

    Abel olhou para o jato de oito metros que levaria Rhodan e seus trs companheirosao mundo dos Cem Sis. Os tcnicos j tinham removido a cpula de plstico blindado,deixando descoberta a cabine de comando no centro do barco em forma de disco.

    Naquele momento estavam verificando as centrfugas energticas dos assentosanatmicos. Waringer dirigiu-se a Atlan.

    Ainda tenho minhas dvidas de que as providncias tomadas bastem para

    garantir seu pouso no mundo dos Cem Sis disse o hiperfsico.Atlan sorriu.

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    No precisamos de garantias. Basta uma chance e esta ns temos. quasecerto que quando fizermos a aproximao o plasma central nos alerte primeiro par atirardepois. Ser o sinal para abandonarmos o jato espacial.

    Rhodan concordou com um aceno de cabea. Podemos contar com um alerta do plasma central. Mas ainda no me entra na

    cabea que ele seja contra ns. No h dvida de que age assim contra sua vontade. Seja como for disse Rhodan. Nem poderia ter acontecido que alguma fora

    pudesse aparecer no mundo dos Cem Sis e obrigar o plasma central a fazer ou deixar defazer alguma coisa. Para que servem afinal os cinco mil homens que temos estacionadosl?

    Atlan suspirou. J discutimos isso muitas vezes. Provavelmente a guarnio bsica ficou

    sabendo qual era a situao na Via Lctea antes que comeasse o processo dedeteriorao mental e partiu para l a fim de prestar ajuda.

    Rhodan sacudiu a cabea. No acredito que um homem competente e perspicaz como o General MeretyDala no tenha deixado pelo menos parte da guarnio para fazer a vigilncia. Logo,devemos descobrir o que feito desses homens e mulheres.

    por isso que enviaremos o comando especial respondeu Atlanlaconicamente.

    Rhodan quis dar uma resposta, mas no teve oportunidade. Primeiro foi impedido por quatro rudos parecidos com exploses que chicotearam no hangar quando ostcnicos verificaram a centrfuga dos assentos anatmicos.

    Depois apareceu o intendente da Gonozal em companhia de dois robs que

    trouxeram os trajes blindados para Rhodan e seu grupo. Tratava-se de um modelosimplificado, mas bastante aperfeioado, do traje de combate terrano que j era usado hum milnio com o nome de escafandro de combate. Era bem verdade que os trajes decombate do presente e os escafandros de combate de outros tempos s tinham em comuma concepo bsica. O gerador do defletor, o projetar do campo defensivo, os geradoresde grande potncia, as instalaes de climatizao e renovao de ar, os aparelhos derastreamento, o sistema de jatopropulso, os projetores antigravitacionais e os outrosequipamentos tcnicos, tudo era do tipo mais moderno. Os armamentos podiam seradaptados a cada indivduo.

    Rhodan decidiu que cada membro do comando levaria uma faca vibratria, um

    desintegrador e uma arma paralisante. Localizei Irmina Kotchistowa informou Fellmer Lloyd. Acaba de consultar um psicodinmico. Dirige-se a um transmissor, para ir

    Gonozal. O que ela foi fazer num psicodinmico? perguntou Rhodan surpreso. O senhor deve fazer essa pergunta a ela respondeu Lloyd. Acho que no

    seria justo penetrar mais profundamente em seus pensamentos. Pelo que descobri foi porcausa de um sonho.

    Um sonho? Rhodan olhou para Atlan com uma expresso pensativa. Arcnida, voc tambm imagina com que ela estava sonhando.

    No consegue tirar da cabea os acontecimentos de Last Hope disse Atlan. Isso poder representar uma forte carga psicolgica para ela. Talvez no devssemoslev-la.

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    Rhodan hesitou. No h problema com Irmina disse Fellmer Lloyd. Quando viu Rhodan e

    Atlan olhando para ele com uma expresso de espanto, apressou-se em acrescentar: Oque quero dizer que suas faculdades podem ajudar-nos bastante na misso. Alm dissoficarei de olho nela.

    Tenho a impresso de que o senhor j est de olho nela disse Rhodan com umsorriso irnico enquanto colocava a mo no pescoo, onde Whisper estava enrolado quenem um pano.

    Refletiu um instante se devia usar o simbionte para filtrar os impulsos telepticos deLloyd vindos do planeta Khusal, mas resolveu que no. Havia coisa mais importante parafazer.

    O senhor tem razo, Fellmer disse. Irmina poder ajudar-nos bastante porcausa de suas faculdades. No acredito que sofra uma psicose grave; todos os testesforam negativos. E no tenho a menor dvida de que o senhor cuidar dela muito bem.

    Lloyd no respondeu. No lhe escapara a ponta de ironia na voz do Administrador-

    Geral.Rhodan resolveu interpelar Irmina. Gostava de estar informado quando algum quedevia participar de uma misso com ele estava numa crise.

    Dali a pouco Irmina entrou no hangar. Rhodan franziu a testa ao ver que usavaluvas.

    Imaginava o que isso podia significar. Mas nem por isso mudou de ideia. Lev-la-iaao mundo dos Cem Sis. Confiava em Fellmer Lloyd.

    O telepata cuidaria de Irmina.

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    Vamos aproveitar o tempo para cuidar dos problemas internos disse Rhodanpelo rdio. Irmina, a senhorita h de concordar comigo que para uma boa colaboraodevemos confiar uns nos outros. Para sobreviver e sermos bem-sucedidos devemos estarligados por laos de confiana.

    Irmina acenou com a cabea.

    Compreendi, senhor.O espao do intercosmo cercava-os de todos os lados. S bem ao longe via-se obrilho de um ponto luminoso o mundo dos Cem Sis. Tinha-se a impresso de que ojato espacial estava parado, mas na verdade ele atravessava o espao em velocidadeincrivelmente elevada.

    A gravitao artificial deu a Irmina a impresso de que sob seus ps era embaixo.Mas de repente teve a impresso de que a gravitao estava desaparecendo... parecia quecaa para cima!

    A iluso no durou mais de um segundo. Irmina voltou a sentir cho firme sob osps.

    Tem alguma coisa a dizer que possa ser importante para nossa misso, Irmina? penetrou a voz de Rhodan em seu esprito. No sei... Muito bem. Vou exprimir-me de forma mais concreta. Por que procurou um

    psicodinmico antes de viajar? Tive um sonho mau respondeu Irmina laconicamente. Falamos que devemos confiar uns nos outros, Irmina continuou insistindo

    Rhodan. Por que estava calando luvas quando entrou na Gonozal? Por vaidade respondeu Irmina com um sorriso nervoso e olhou para Fellmer

    Lloyd. Mas o rosto do mutante continuou indiferente.

    Por que ele no me ajuda?, pensou Irmina. Como telepata j deve conhecermeus pensamentos.

    Mas logo se deu conta de que Lloyd permanecia calado de propsito, para que elafalasse.

    O psicodinmico disse que sofro uma fobia, que carrego um medo das grandesalturas principiou Irmina. Mas no percebi nada disso, a no ser em sonho. O Dr.Kayasho obrigou-me a falar a respeito de meus dons parapsquicos. No desistiuenquanto no confessei qual a causa das pstulas que tenho nas mos e nos braos.

    A senhorita produziu-as de propsito? perguntou Rhodan.Irmina respondeu que sim.

    Foi durante o sonho. O Dr. Kayasho disse que quis defender-me contra as figurasque me apareceram e para isso mobilizei minhas energias parapsquicas. Mas como oinimigo estava dentro de mim, acabei ferindo-me a mim mesma. Cheguei a recear quetivesse perdido o controle de minha faculdade, mas o Dr. Kayasho me tranquilizou.Afirmou que s durante o sonho perco o controle de meu psi e que isso no podeacontecer nos perodos de viglia.

    Tomara que a senhorita no acabe ferindo-se gravemente em sonho disseRhodan.

    Isso nunca mais acontecer assegurou Irmina. O Dr. Kayasho curou minhafobia com o hipnotreinador.

    Mas nem mesmo ela estava completamente convencida de que o tratamento forabem-sucedido. No acreditara ainda h pouco que estava caindo no espao infinito por

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    causa da ausncia da gravidade? E como podia ter certeza absoluta de que no perderia ocontrole de sua capacidade extraordinria?

    Irmina era uma metbio-agrupadora. S ficara conhecendo o nome de seu dom hpoucos dias, depois que Rhodan chegara a Last Hope. Daquela vez voltara do inferno dasuperfcie ao centro de pesquisa subplanetrio e confiara-se ao Administrador-Geral. Dali

    em diante passara a ser considerada uma metbio-agrupadora.Mas j possua essa capacidade antes. Lembrava-se do dia em que ficara sabendoque possua a arma mental mortfera...

    * * *

    Irmina compreendera bem depressa que de repente passara a ser a nica pessoa queno perdera o controle das faculdades mentais entre 80.000 pessoas mentalmentedeterioradas. Alm disso teve a impresso de que sua mente sofrera uma mudana. Nosabia como, mas tornara-se mais inteligente. No incio atribuiu isso circunstncia de asoutras pessoas terem perdido a inteligncia.

    Mas chegou o dia em que compreendeu que realmente houvera uma mudana comela. Sempre se distanciara dos mentalmente deteriorados para no ser tragada pelo caosque se espalhava no centro de pesquisas. Mas por mais que se cuidasse no conseguiuevitar que casse nas mos de dois ertrusianos cujos instintos animalescos tinham sidodespertados pelo processo de deteriorao mental.

    Irmina viu as duas figuras atlticas claramente diante dos olhos da mente. Sentiuseus olhares voluptuosos e enfrentou uma angstia terrvel. Mas de repente viu osertrusianos de uma forma diferente. Era como se olhasse por um microscpio eletrnico.Em vez de duas figuras musculosas viu duas estruturas formadas por uma conjuno declulas. Enxergou um nmero infinito de clulas das mais diversas espcies, que se

    encadeavam para formar a pele, os msculos, ossos, tendes, o sangue e a massa cerebral.Irmina ficou fascinada. Mas depois viu de novo atravs das formaes celulares os

    olhos loucos que pareciam cobertos por uma nvoa. Como que para espantar a imagem,voltou a procurar as clulas com os olhos. Mas no conseguiu abrang-las com a vista,somente com o esprito. Foi o que percebeu em seguida. Enquanto via a imagem ticados ertrusianos se aproximando, tambm apareciam diante dela as mltiplas formaescelulares. De repente deu-se conta de que no tinha a percepo tica das clulas, massomente as percebia no esprito.

    L estava uma nica clula do crebro de um dos ertrusianos. No plasma celularhavia, alm do ncleo, inmeros corpsculos; eram os mitocndrios. Irmina j os

    examinara muitas vezes pelo microscpio, no laboratrio, mas desta vez era diferente.At chegava a penetrar o ncleo celular e abranger a srie complexa de cidosdesoxirribonuclicos, que eram os portadores dos gens. Pde observar os mitocndriosenquanto produziam o cido anenosinripfosfrico, que era uma espcie de usina deenergia no metabolismo celular.

    Fazendo os mitocndrios produzirem maior quantidade de cido ATP carregado deenergia do que era necessrio, a clula ficava supersaturada, inchava, estourava, entravaem mutao, multiplicava-se desordenadamente... Perturbando desta forma ometabolismo energtico da clula, ainda no se produzia nenhum dano. Irmina viu osmitocndrios serem estimulados para a superproduo de acordo com seu desejo, fazendo

    com que a clula se inflasse.Ficou estupefata.

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    Mas isto no esgotava suas potencialidades. Ela era capaz de retirar cidotimonuclico do ncleo celular, podia obrigar os vacolos a migrar para fora do plasmacelular, tinha a possibilidade de provocar a diviso das clulas, estender o citoplasmagranuloso at formar um fio e insuflar ergastoplasma no ncleo celular.

    Desta forma podia induzir mutaes fascinantes nas clulas.

    Mas estas eram somente os diversos micro agrupamentos. Alm disso ela era capazde promover o macro agrupamento. Podia transferir clulas, sries inteiras, ao infinito.Era capaz de provocar modificaes explosivas simultneas nas clulas. At lhe era

    possvel reagrupar bilhes de culturas de clulas ao mesmo tempo, provocando suaexploso.

    Era o metbio-agrupamento.Enquanto se entretinha com a capacidade recm-descoberta, ela esquecera

    completamente os ertrusianos. Mas agora teve de lembrar-se deles de uma forma bemenrgica.

    Uma coisa encostou no pescoo de Irmina e apertou-o. Irmina quis respirar, mas as

    vias respiratrias estavam estranguladas, estranguladas por um grupo de clulaspertencente mo musculosa de um ertrusiano.Irmina repeliu o ataque das clulas, obrigou-as a recuar, retirou as energias dos

    mitocndrios, desviou as energias para os ncleos celulares, reagrupou os ncleos, asclulas, culturas inteiras.

    A mo que apertava seu pescoo amoleceu e inchou, transformando-se numa massadisforme. O ertrusiano fugiu gritando.

    Irmina nunca mais esqueceria estes gritos. Nem os gritos do outro ertrusianomentalmente deteriorado, cujo pescoo inchou de repente, assumiu uma coloraovermelha e criou feridas cheias de pus. O ertrusiano morreu sufocado.

    Irmina no queria que isso acontecesse.Dali a pouco ficou sabendo que havia outros imunes em Last Hope. Mas isolou-sedeles quando descobriu que queriam assumir o poder.

    Acabou fugindo para a superfcie antes que algum pudesse provoc-la a usarnovamente seus dons parapsquicos e sacrificar mais vidas humanas. Foi assim queabandonou o centro de pesquisas onde estava em segurana para refugiar-se na superfcieinfernal.

    Tambm era fcil explicar como fora parar nas costas do Marcha-Muito. Reagrupouas clulas de um dos lados do corpo do monstro fazendo com que descessem at o cho,formando uma espcie de escada.

    Depois de passar alguns meses no exlio voluntrio, ficou sabendo atravs dasescutas de rdio que Perry Rhodan tinha chegado. Voltou ao centro de pesquisas e

    juntou-se ao grupo do Administrador-Geral.Irmina acreditava que j sabia tudo a respeito de seu dom parapsquico. Mas um

    novo aspecto aparecera. Durante o pesadelo lutara com o subconsciente e ferira a simesma usando sua faculdade. Durante o sonho reagrupara inconscientemente as clulasdos braos e podia dar-se por satisfeita por ter escapado com uma erupo cutnearelativamente inofensiva.

    Mas a surgira uma pergunta angustiante. Ser que da prxima vez poderia infligir-se ferimentos mais graves por causa do descontrole de sua faculdade?

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    O mundo dos Cem Sis contava com milhares de centros de rastreamento eposies de artilharia. Desde o incio Geoffry Abel Waringer e tambm Rhodan eAtlan, no tinham a menor dvida de que nem mesmo uma nave de apenas oito metrosde dimetro como o jato espacial em que viajariam poderia chegar ao mundo dos pos-bissem ser detectada.

    Apesar disso resolveram executar a misso arriscada, que praticamente equivalia auma tarefa suicida.

    Waringer sabia que dependia dele melhorar as chances da ao arriscada. Cabia aele distrair a ateno do plasma central e da fora desconhecida que o controlava.

    Depois que o jato espacial saiu pela eclusa, Geoffry Waringer dirigiu-se sala de

    rdio.Dois radioperadores tentavam fazer contato com o plasma central e a estaoterrana instalada na superfcie, usando todas as frequncias usuais e transmitindo emlinguagem clara, alm de usar os mais diversos cdigos. A nica coisa que tinham defazer era ficar atentos nos receptores, uma vez que as mensagens eram repetidas aoinfinito pelo sistema automtico previamente programado.

    No possvel suspirou um dos dois operadores. No recebemos nem umpio do mundo dos Cem Sis.

    Continuem ordenou Waringer e foi para perto do terceiro radioperador, queacabara de assumir seu lugar junto ao radiofone. Waringer sentou a seu lado, perto do

    videofone. Tem a lista? perguntou. Tenho, sim senhor respondeu o operador e levantou uma pilha de folhas deplstico. Daqui constam cinco mil nomes que devo recitar. So os nomes das pessoasque guarnecem a estao terrana. Sabe quanto tempo levarei para completar a lista,senhor? Fiz o clculo...

    Se ficar com a boca seca, pea revezamento interrompeu Waringerlaconicamente.

    Em seguida fez uma ligao de intercomunicador com o centro de rastreamentopara pedir a posio do jato espacial.

    Est a pouco menos de cento e vinte milhes de quilmetros do mundo dos Cem

    Sis, senhor.Menos de uma unidade astronmica, pensou Waringer.Estava na hora de iniciar sua psicocampanha.

    Pode comear disse ao radioperador que fora incumbido de transmitir osnomes dos membros da guarnio terrana no mundo dos Cem Sis. E comece pelo de

    posio hierrquica mais elevada, e seguindo a ordem alfabtica dentro de cadagraduao.

    O radioperador comeou: Perry Rhodan, que se encontra na Gonozal, chama os terranos na cidade do Sol.

    Gonozal chamando General Merety Dala. Responda, por favor, General Merety Dala.

    Gonozal chamando Professor Dr. Tochce Sarvonic. Responda, por favor, Dr. TochceSarvonic...

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    Waringer colocou os fones de ouvidos conectados ao videofone e deu incio aoapelo dirigido ao plasma central. Depois da introduo de costume foi diretamente aoassunto.

    H mais de mil anos as relaes entre o plasma central e o Imprio Solar so de perfeita harmonia. Os portadores de partes coletivas do plasma central, os pos-bis,

    prestaram-nos muitos servios. Isto nos levou a concluir que gozamos da simpatia doplasma celular. Os terranos tambm j ajudaram o plasma celular a livrar-se de certosperigos. Estamos dispostos a ajudar o plasma central a qualquer momento em caso deperigo. Queremos que no futuro seja como foi no passado. Mas no momento somos nsque precisamos de ajuda.

    Por que o plasma central recusa a ajuda que pedimos? Estamos presos nointercosmo. Temos oitenta mil seres humanos e grande quantidade de mquinas valiosasa bordo de nossas onze naves. No podemos voltar nossa Galxia, porque l uminimigo invisvel nos espreita. So os raios de deteriorao mental. Mas tambm no

    podemos pousar no mundo dos Cem Sis, porque o plasma central probe. Apelo para a

    amizade forte que nos liga h mais de mil anos para fazer uma pergunta: por que oplasma central de repente contra ns?Por que no podemos descer com nossas naves nos lugares reservados para ns?

    Por que no permitem que entremos em contato com a guarnio bsica terrana nomundo dos Cem Sis?

    Waringer fez uma pausa para esperar a resposta. Esperou em vo. Olhou com umaexpresso indagadora para o radioperador que estava a seu lado. Este fez que no com acabea e voltou a ler com a voz montona os nomes constantes de sua lista.

    Coronel Grogan Aarlauch, Coronel Jeng Abigain, Coronel Tacharc Aragion...Waringer prosseguiu em seu apelo. Insistiu junto ao plasma central, voltou a

    invocar a amizade eterna dos terranos e pediu um sinal secreto caso alguma foraestranha impedisse o plasma de agir por iniciativa prpria. No teve resultado. O plasma central no respondeu. O mundo dos Cem Sis

    permaneceu em silncio.Waringer foi informado pelo centro de rastreamento de que o jato espacial com

    Rhodan e seus companheiros a bordo s estava a 30.000 quilmetros do mundo dos CemSis.

    A reao no deve demorar disse Waringer e deu ordem para que todosassumissem seus postos na Gonozal.

    Aconteceu o que o hiperfsico previra.

    A reao esperada no demorou.Durante a aproximao ao mundo dos Cem Sis Rhodan reduzira constantemente a

    velocidade do jato espacial. Quando se encontrava a 10.000 quilmetros, s percorriacerca de 300 km/s.

    Rhodan teve o cuidado de no se aproximar da regio do planeta em que ficavam asoitenta cpulas gigantes com o plasma central. A apenas cem quilmetros dali ficavamseis gigantescos estaleiros espaciais terranos com os trs portos espaciais e a metrpoleSuntown.

    Pousar nessa regio equivaleria a um suicdio. Quem ou aquilo que controlasse oplasma central teria mais fora para golpear nesse lugar. No era provvel que em outro

    lugar o jato espacial pudesse pousar sem problemas. Quanto a isso Rhodan no se iludia,pois conhecia os armamentos do mundo dos Cem Sis. Mas na face oposta do planeta os

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    quatro ocupantes do jato espacial pelo menos tinham esperana de chegar superfcievivos.

    Rhodan dera ordem para que todos desligassem os rdios. Ficaram em silncio. Senecessrio, os ocupantes do jato podiam comunicar-se por meio de sinais. Alm dissoainda poderiam recorrer a um mtodo j testado. Dois ou mais interlocutores encostavam

    os capacetes pressurizados uns aos outros, tornando possvel a propagao das ondasacsticas.Para Rhodan tomava-se mais fcil entrar em contato com Lloyd. Graas a seu

    simbionte Whisper, podia captar perfeitamente os impulsos telepticos do mutante. Irmina est enfrentando uma pequena crise sinalizou Lloyd. Tem medo do

    momento do salto. Quando chegar a hora vou ajud-la. No existe motivo parapreocupaes.

    Rhodan mal recebera a informao de seu simbionte, quando a luz de controle doradiofone do jato espacial se acendeu. Rhodan fez um sinal aos outros e ligou o rdioinstalado em seu capacete na recepo.

    ...o ltimo alerta. Detectei a nave pequena que se aproxima do planeta. Se nomudar imediatamente de direo e voltar, serei obrigado a derrub-la. Serei obrigado aderrubar a espaonave se...

    A voz parou abruptamente. Parecia que algum interrompera o contato.Rhodan percebera imediatamente que a voz que falava era do plasma central. Ali

    estava a prova de que contra sua vontade assumia uma posio hostil contra os terranos.Mas no momento saber isso no adiantava nada.

    A operao estava entrando na fase decisiva. Para trs! Dem o fora, seno darei ordem para que sejam todos mandados ao

    inferno.

    Rhodan estremeceu ao ouvir de repente a ameaa no receptor instalado em seucapacete. Desta vez no fora o plasma central que fizera o contato.Parecia que a voz pertencia a um terrano.

    * * *

    Waringer ouviu o alerta do plasma central. Serei obrigado a derrubar a espaonave se...Em seguida saiu do alto-falante uma voz que parecia pertencer a um terrano.

    Para trs! Dem o fora, seno darei ordem para que sejam todos mandados parao inferno.

    Waringer ficou intrigado, mas sua reao foi muito rpida. Deu ordem para que ooperador de rdio transferisse a ligao para a sala de comando e correu para l.

    A tripulao estava em seus lugares, conforme fora ordenado por Waringer.Estavam todos prontos para entrar em ao. S esperavam um sinal.

    Acelerar a toda ordenou Waringer. Vamos em direo ao mundo dos CemSis. Precisamos ajudar o jato espacial.

    A Gonozal comeou a deslocar-se. Logo atingiu setenta e cinco por cento davelocidade da luz.

    A voz triste do plasma central voltou a sair dos alto-falantes. Tive uma crena profunda na amizade dos terranos. Sempre fui de opinio que

    no havia nada que pudesse perturbar nossa colaborao. Mas agora encontro-me numdilema. De um lado os terranos se aproximando, de outro lado o comandante terranodando ordem...

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    Mais uma vez o plasma central foi interrompido por uma voz humana. Quem d ordens sou somente eu! disse o terrano com a voz se atropelando.

    Qualquer objeto voador que se aproxime do mundo dos Cem Sis sem minha permissoser derrubado. Destruirei qualquer um que tentar perturbar a nova ordem instaurada no

    planeta.

    Para Waringer o dilogo era uma prova de que acontecera o que ele mais temia. Oplasma central j no possua vontade prpria, no podia tomar decises. Sua ao eradeterminada pelo desconhecido.

    O hiperfsico resolveu fazer mais uma tentativa de resolver a questo por meiosdiplomticos.

    O plasma central no pode enfrentar nenhum dilema! transmitiu para omundo dos Cem Sis. Seja quem for a pessoa que exerce sua influncia sobre os pos-

    bis, esta pessoa um traidor. Os verdadeiros amigos do plasma central esto aqui. PerryRhodan est aqui!

    No posso! No posso... queixou-se o plasma central.

    Parecia que queria rebelar-se contra o desconhecido. Tinha-se a impresso de quequeria dar a entender que no podia fazer nada contra o poder que parecia ter assumidotodas as funes no mundo dos Cem Sis.

    Waringer compreendeu que seus apelos no fariam efeito.Uma risada de deboche saiu dos alto-falantes.

    Poupem suas palavras bonitas. No esperarei mais. Vocs perderam a chance desalvar a vida fugindo bem depressa. Darei ordem de abrir fogo ao sistemahiperinpotrnico.

    Isso uma loucura! tentou contemporizar Waringer.O plasma central soltou um grito de angstia.

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    Fogo! Fogo!A Gonozal j se aproximara a oitenta milhes de quilmetros do mundo dos CemSis. Waringer foi informado pelo centro de rastreamento de que o jato espacial seencontrava a apenas 106 quilmetros da superfcie.

    Neste momento viu-se o fogo sado das bocas das peas de artilharia do mundo dospos-bis.

    Waringer lanou um olhar nervoso para as telas de rastreamento que mostravam ojato espacial. Mas isto nem teria sido necessrio, pois neste instante o sistema de imagemtica mostrou uma exploso gigantesca, projetando-o sobre a galeria de telas de imagem.

    O jato espacial se desmanchara sob o fogo concentrado das baterias de superfcie.

    Para Waringer comeou o tempo da incerteza. Como no podia fazer contato pelordio com Perry Rhodan, no sabia se ele e seus trs companheiros tinham sado do jatoem tempo. S lhe restava fazer votos de que tudo sara de acordo com o plano. E baseou-se nessa hiptese para planejar suas aes dali em diante.

    A Gonozal foi envolvida de repente pelo campo hiperenergtico verde, enquanto anave corria em direo ao mundo dos Cem Sis sem reduzir a velocidade. Waringermandou que ela fosse reduzida no ltimo instante, quando a queda do cruzador da USOno mundo dos pos-bis j parecia inevitvel.

    Vocs querem assim disse o desconhecido que submetera o plasma central sua influncia.

    O fogo sado das bocas de inmeros canhes energticos voltou a brilhar no mundodos Cem Sis. Trilhas de luz ultra-azuis correram pelo espao, banhando a Gonozal emseu fogo infernal.

    Waringer deu ordem aos tripulantes para que enfrentassem o bombardeio enquantoo campo defensivo suportasse a carga.

    De repente o plasma central voltou a falar, desta vez pelo hipercomunicador. No me resta nenhuma alternativa. No tenho como contemporizar. Se o

    cruzador no sair imediatamente das imediaes do mundo dos Cem Sis, no podereievitar mais o uso dos canhes conversores.

    Waringer viu os olhares do pessoal convergirem sobre ele. Todos sabiam que se o

    plasma central usasse os canhes conversores estariam perdidos. Recuar! ordenou Waringer.Os homens respiraram aliviados. A nica coisa que Waringer ainda podia fazer era

    esperar que sua aproximao ao plasma central tivesse mantido ocupado o sistemahiperinpotrnico. S realizara a manobra para atrair a ateno e o fogo para si mesmo, afim de facilitar a descida de Rhodan e seus companheiros.

    Fogo! Fogo!Irmina ouviu o comando no alto-falante instalado em seu capacete. Estava com o

    dedo encostado ao boto do assento ejetor. Olhou para Rhodan, que erguia a modevagar.

    O jato espacial voava a 106 quilmetros de altura. Est quase na hora! observou Irmina. Como seu rdio estava ligado

    exclusivamente na recepo, ningum podia ouvi-la.

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    Rhodan baixou a mo. Em seguida deixou que o assento ejetor o catapultasse parafora da cabine. Atlan e Fellmer Lloyd seguiram seu exemplo numa frao de segundo.

    Irmina tambm no perdeu mais tempo. Fechou os olhos e apertou o boto doassento ejetor.

    Continuou com os olhos fechados e no viu o que estava acontecendo com ela. Mas

    sentiu. Por um instante sentiu uma presso forte sobre o corpo, mas esta desapareceudepois que o projetor antigravitacional comeou a funcionar com um pequeno atraso.Irmina abriu os olhos. Em cima dela havia uma claridade ofuscante eram os sis

    atmicos artificiais do mundo dos Cem Sis. Bem embaixo viu o planeta com seus marese continentes. No havia nenhum limite entre dia e noite, nenhuma zona de crepsculo,

    penumbra, nada de escurido. No mundo dos pos-bis brilhava sempre a luz do dia, porcausa dos duzentos sis artificiais que cercavam o planeta em forma de anel.

    De repente houve um lampejo bem mais frente. Eram os canhes energticos dosfortes da superfcie encontrando o alvo. Uma bola de fogo se formou, superando poralguns instantes a luminosidade dos sis artificiais. Mas voltou a empalidecer aos poucos.

    Era o jato espacial que continuara a entrar na atmosfera do planeta sem reduzir avelocidade e l acabara sendo destrudo. esquerda e direita de Irmina aproximavam-se trs figuras enfiadas em trajes

    blindados pressurizados disformes. Uma delas chegou bem perto, at estabelecer contatocom o capacete pressurizado de Irmina. Ela reconheceu Fellmer Lloyd.

    melhor no usarmos o rdio por enquanto comunicou ele. Sua voz soavaabafada e deformada, mas Irmina achava que provavelmente estava ficando rouco detanto gritar. Usaremos nossos dispositivos antigravitacionais para subir s camadassuperiores da atmosfera. Depois entraremos em mergulho. No se esquea de ligar o

    para-quedas, seno seu corpo se queimar com o atrito do ar.

    Obrigada pelos conselhos respondeu Irmina em tom petulante. J meenfiaram essas regras na cabea antes de partirmos.Lloyd hesitou.

    Tudo em ordem? Sinto-me to bem como um peixe na gua. Tomara que no se sinta como um peixe no vcuo disse Lloyd.Irmina no teve tempo de aborrecer-se com as atitudes do mutante. Lloyd mal

    acabara de falar quando os canhes energticos dos fortes de superfcie voltaram adisparar. Desta vez enviaram seus raios para um alvo que ficava a milhares dequilmetros.

    Dali a pouco Irmina ouviu em seus fones de ouvido o alerta final do plasma central. ...se o cruzador no sair imediatamente das imediaes do mundo dos Cem Sis

    no poderei evitar mais o uso dos canhes conversores.A Gonozal recuou. O fogo foi suspenso.Atlan, Rhodan e Lloyd, que ainda h pouco desciam ao lado de Irmina, desligaram

    de repente os projetores antigravitacionais e caram como pedras.Chegou a hora, pensou Irmina e tambm desativou seu dispositivo

    antigravitacional.Sofreu um golpe. Ainda h pouco se sentira segura; at parecia que seus ps

    pisavam em cho firme. Mas agora que despencava em direo ao planeta, contando

    somente com a proteo do campo de impacto e estando merc do sistema robotizadopreviamente programado, que devia interromper a queda no momento certo a entrouem pnico.

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    Deu-se conta de que estava caindo.Acontecera aquilo que temera tanto quando estivera nas costas do Marcha-Muito.

    Era como se ainda estivesse no pesadelo. Caa numa profundeza sem fim e no tinhaonde segurar-se.

    Nem sequer podia assistir prpria queda. No via para onde estava caindo, uma

    vez que de repente o ar se tornou incandescente em torno dela. Que velocidade deviaestar desenvolvendo se o ar era ionizado pelo simples atrito de seu campo de impacto?!Ao perceber isso quase ficou louca. Esperou o movimento ascendente que devia

    seguir-se queda. Isso acontecera em cima do Marcha-Muito. Fora um subir e descercontnuos.

    O sol Bolo dardejava impiedosamente seus raios. O calor, a claridade ofuscante,subindo e descendo, o tamborilar das trinta e seis pernas do Marcha-Muito sobre a rocha.

    Irmina gritou. Mas ningum podia ouvi-la em sua angstia porque seu transmissorestava desligado. Ningum jamais saberia que ela se encontrava de novo em Last Hope ese refugiara dos imunes rebelados subindo nas costas do Marcha-Muito.

    Tamborilar.Para cima e para baixo.A queda nas profundezas.

    No, Irmina disse um impulso vindo no se sabia de onde. No umaqueda. Voc est flutuando. O movimento de subida e descida no uma tortura, masum balano suave, o tamborilar no passa de uma melodia tranquilizadora...

    No, no, que coisa horrvel!Irmina quis entregar-se ao medo. Queria que o pavor agisse sobre ela, para

    finalmente pr fim ao seu martrio. No resistiria mesmo queda nas profundezas. Logo,poderia reagrupar imediatamente as clulas de seu corpo...

    Mas o impulso estranho no permitiu que ela fizesse isso. Irmina no conseguiuconcentrar-se no plasma celular, no lhe foi possvel retirar a energia dos mitocndrios. Voc est flutuando, Irmina. A claridade ofuscante desapareceu. O campo

    defensivo j no est incandescente. O sistema robotizado automtico ativou seuprojetar antigravitacional. Abra os olhos para certificar-se...

    Irmina finalmente cedeu voz silenciosa que soava em seu crebro. Abriu osolhos... e viu o milagre.

    No estava caindo mais. Seu corpo e o traje pressurizado estavam envoltos nocampo defensivo. E o campo defensivo no brilhava mais sob a luminosidade dos gasesionizados. Oferecia, de forma clara e transparente, uma viso da paisagem do mundo

    estranho.Aquilo no era Last Hope. Era um planeta parecido com a Terra. Um planeta com

    uma atmosfera de oxignio e coberto de uma vegetao verde. Irmina flutuava a poucascentenas de metros de altura, protegida pelo projetar antigravitacional, em direo a umgrande paredo de rocha. L havia um regato e uma densa mata verde-escura. E a seulado estavam os trs companheiros, que tambm usavam trajes pressurizados: PerryRhodan, Atlan e Fellmer Lloyd.

    Obrigado, Fellmer disse Irmina mal tinha acordado do horrvel pesadelo. Nunca esquecerei que me ajudou neste momento de pavor.

    Fico me recriminando por t-la trazido, Irmina disse Rhodan depois que

    tinham descido junto floresta e aberto os capacetes pressurizados para poder comunicar-se. Seus rdios continuavam ligados na recepo.

    Irmina falou sem levantar os olhos.

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    No d muita importncia ao incidente. Felizmente escapei bem, graas ajudaque recebi de Fellmer Lloyd.

    Antes que Rhodan pudesse dizer qualquer coisa, Atlan falou. No vale a pena falarmos sobre o que deveria e o que no deveria ter sido feito

    disse. Temos de aceitar a situao como ela . Cheguei concluso de que Irmina

    ainda poder ser-nos muito til. Quanto ao ataque de fraqueza que sofreu h pouco, melhor esquec-lo. Confio plenamente nela.O arcnida sorriu para a metbio-agrupadora. Ela ficou agradecida, apesar de saber

    que Atlan a elogiara para levantar seu moral.Perry Rhodan percebeu o lance psicolgico e adaptou-se imediatamente a ele.

    Comeou a falar sobre o problema que era de todos. Alm de termos a confirmao da suspeita de que o plasma central est sendo

    coagido, sabemos que ele controlado por um terrano que no sabemos quem . Dalisurge uma srie de outras perguntas. Como o desconhecido conseguiu subjugar o plasmacentral? Vimos no passado que esta possibilidade existe. Mas deixemos de lado o como.

    Ainda resta o por qu. Posso imaginar por que algum quer controlar o mundo dos Cem Sis disseAtlan. Aqui existe tudo de que uma pessoa precisa para viver. Alm disso um homemque anseia pelo poder pode usar os recursos tcnicos do mundo dos Cem Sis para umaguerra de conquista. Se domina o plasma central atravs do sistema hiperinpotrnico, oexrcito formado por bilhes de pos-bis obedece s suas ordens. Na situao em que nosencontramos o apoio dos pos-bis pode garantir-lhe o domnio da Galxia.

    Se no fossem os raios de deteriorao mental contestou Irmina. Isso mesmo.Atlan acenou com a cabea num gesto de elogio. Irmina sentiu que estava ficando

    vermelha. A senhora tem razo, Irmina disse Rhodan prontamente. Os pos-bis estoto sujeitos aos efeitos dos raios de deteriorao mental como os seres humanos. Mas odesconhecido nem precisa pensar na conquista da Galxia. Basta que consolide seu poderno mundo dos Cem Sis. Vamos pensar para ver se descobrimos quando o desconhecidoconseguiu submeter o mundo dos Cem Sis ao seu controle.

    Fellmer Lloyd pediu a palavra. No conhecemos o momento exato, mas provvel que o desconhecido no

    controla o plasma central h muito tempo. Das primeiras mensagens transmitidas pelordio deduz-se que o plasma central tentava resistir influncia estranha. Logo, o

    desconhecido est exercendo o poder h pouco tempo. Sua teoria tem fundamento, Fellmer reconheceu Rhodan. Praticamente

    podemos ter certeza de que o inimigo s conseguiu firmar sua posio depois quechegamos. De forma alguma pode ser considerado invulnervel; deve ter vrios pontosfracos que devemos descobrir para derrot-lo. Nesta altura s resta uma pergunta: Quem ele?

    Irmina pigarreou. A base terrana do mundo dos Cem Sis conta com uma guarnio fixa de cinco

    mil pessoas. No acha que entre estas cinco mil pessoas existe algum que queria tirarproveito da crise na Via Lctea para chegar ao poder?

    Naturalmente que num ponto a senhorita tem razo, Irmina concordouRhodan. Mesmo num grupo de elite pode haver ovelhas negras. Afinal, tambm tivedois espcimes do Homo superiorentre os tripulantes da Marco Polo. Mas no presente

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    caso existe um fator que contraria a suposio de que o inimigo faz parte da guarniobsica do mundo dos Cem Sis. que...

    Mas claro interrompeu Irmina. Nem sei como no me lembrei dissoantes. Se o desconhecido fosse um membro da guarnio, ele teria conquistado o podermuito antes, provavelmente logo depois do incio do processo de deteriorao mental.

    Vejo que consegue acompanhar muito bem meu raciocnio elogiou Rhodan. Nosso inimigo deve ser algum que chegou ao mundo dos Cem Sis h pouco tempo,compreendeu a situao num instante e agiu sem perda de tempo.

    Sua teoria s tem um ponto fraco disse Lloyd. Um desconhecido quetivesse chegado ao mundo dos Cem Sis teria sido recebido com desconfiana tanto pelo

    plasma central como pela guarnio. Talvez tenha conquistado sua confiana por meios astuciosos disse Atlan em

    defesa da teoria de Rhodan. Mas acho que voc nem est muito interessado emesclarecer este ponto, Perry prosseguiu. J vi aonde quer chegar. Sejam quaisforem os meios que o desconhecido usou para conquistar o poder, ele teve de lutar para

    firmar sua posio. Logo, enfrenta inimigos que esto bem perto dele. E estes inimigosso nossos aliados. Vamos partir dessa hiptese disse Rhodan. Resumindo: Nosso amigo um

    terrano, domina o plasma central e muito provavelmente deve ter-se alojado em Suntown.Pouco importa quem seja ele e que faculdades possua, sejam quais forem os meios queusou para conquistar o poder alguns membros da guarnio devem ser contra ele. Seconseguirmos entrar em Suntown, teremos de procurar estas pessoas para aliar-nos a elas.

    Mas antes disso temos de chegar a Suntown ponderou Irmina. verdade. Atlan fitou Rhodan com uma expresso ligeiramente irnica.

    Antes de quebrarmos a cabea sobre o que vamos fazer daqui em diante, bom sairmos

    daqui. Temos de chegar outra face do planeta e no caminho existem inmeros fortese portos espaciais dos pos-bis dos quais temos de desviar-nos.

    * * *

    Irmina j no compreendia que alguma vez chegara a ter medo das profundezas.Voava ao lado de Rhodan, Atlan e Lloyd em cima da paisagem do mundo dos Cem Sis,sem que sentisse qualquer espcie de tontura, sem falar de pnico ou medo das alturas.

    Rhodan escolheu uma rota que passava por cima de reas sem construes. A maiorparte do tempo seguiam os rios ou os desfiladeiros. Toda vez que os acidentes do terrenono serviam aos seus propsitos ou quando tinham de atravessar plancies ou mares

    desciam a vinte metros de altura.No incio avanaram bem depressa. Como mantinham fechados os trajes blindados

    pressurizados e podiam seguir em linha reta, era possvel tirar a velocidade mxima deseus jatopropulsores.

    J tinham percorrido dois mil quilmetros quando detectaram a primeira povoaodos pos-bi. Tratava-se de um conjunto de instalaes industriais que ocupava uma reagigantesca, com um porto espacial anexo. Havia dez naves fragmentrias estacionadas no

    porto espacial.Rhodan chegara concluso de que nas regies desabitadas podiam comunicar-se

    pelo rdio sem correr maiores riscos. Mas ao ver a povoao deu ordem para que dali em

    diante se abstivessem completamente do uso do rdio, at que a rea industrial e o portode espaonaves tivessem ficado para trs. Mas o hiper-rdio devia ficar na recepo.

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    Passaram pelas instalaes dos pos-bis sem incidentes. Depois que voltaram acomunicar-se pelo rdio, Fellmer Lloyd disse:

    Parece que apesar de tudo o dia-a-dia dos pos-bi prossegue normalmente. Vi queas instalaes industriais esto funcionando e as naves fragmentrias esto sendocarregadas com os respectivos produtos. Captei os pensamentos de alguns Willys das

    esteiras. Parece que nem desconfiam de que houve qualquer mudana em seu mundo. Por que haveriam de desconfiar? perguntou Rhodan. As modificaesatingiram somente o plasma central e as j partes do sistema hiperinpotrnico que cuidamda defesa. Por enquanto as instalaes industriais no foram atingidas. Mas podero s-lo, se o desconhecido resolver mandar produzir robs com uma programao especial.

    Ele no precisa disso afirmou Atlan. Como o sistema hiperinpotrnicoobedece s suas ordens, todos os pos-bis esto submetidos a ele.

    Infelizmente isso mesmo suspirou Rhodan. Ainda bem que no podeexercer sua influncia sobre os Willys das Esteiras.

    Irmina aproveitou a oportunidade para completar seus conhecimentos.

    O que vm a ser mesmo esses Willys das Esteiras? perguntou. J ouvi falarneles, mas no consigo formar uma imagem. So seres parecidos com medusas disse Fellmer Lloyd. Tm cerca de dois

    metros de dimetro e podem fazer sair tentculos e olhos salientes vontade. Paralocomover-se costumam soltar um crculo de pernas pequenas com que se impulsionam

    para sair rolando. a funo que exercem nas naves fragmentrias, que no estoequipadas com neutralizadores de presso. Quando por exemplo pedaos do plasmacentral so transportados numa nave fragmentria, os Willys forram a cabine com seuscorpos, formando um suporte macio para a massa orgnica. Por isso so chamados deWillys das Esteiras. Trata-se de criaturas extremamente pacatas, muito afeioadas ao

    plasma central e a todos os seres inteligentes que amam a paz. Nunca conheci um Willyque tivesse um carter malvado. Certa vez ouvi algum se referir a esses seres como crianas de peito irms

    disse Irmina.Fellmer Lloyd riu.

    Este nome foi inventado por uma tradutora, numa traduo no muito correta,mas que reproduz perfeitamente o sentido da palavra. No fundo os Willys so mesmocrianas de peito irms. Cuidam do plasma do mundo dos Cem Sis e o alimentam na

    parte em que as instalaes robotizadas no so suficientes. Como j disse, os Willys dasesteiras formam uma espcie de almofada durante o transporte do plasma. So criaturas

    encantadoras, com as quais a gente se afeioa logo, depois de acostumar-se com seuaspecto.

    No tenho preconceitos disse Irmina.Depois de terem voado ininterruptamente durante seis horas, fizeram a primeira

    pausa. Teoricamente existiria a possibilidade de dormirem durante o vo, deixando adireo por conta do piloto automtico robotizado. Mas esta possibilidade envolvia umrisco. Uma eventual mudana de rota que se tomasse necessria, por exemplo, quandode repente aparecesse um centro industrial ou um forte no poderia ser executada coma necessria rapidez por meio dos controles manuais.

    Por isso Rhodan resolveu que descansariam quatro horas.

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    J tinham passado dezesseis horas h duas horas os calendrios registravam o dia16 de janeiro no houvera nenhuma mudana. Por isso Rhodan tinha razo para suporque o pouso do grupo no fora notado. Isso o deixou mais tranquilo.

    Mas de outro lado no estava satisfeito com o curso que estavam tomando osacontecimentos. Esperara que o inimigo mantivesse o contato estabelecido com as onzenaves. Mas apesar de Waringer continuar a bombardear o mundo dos Cem Sis demensagens, no houve nenhuma reao. Dali s se podia concluir que o desconhecidoenfrentava outros problemas, ou que evitava o contato para no ser identificado.

    Se realmente estava interessado em permanecer no anonimato, s podia esperar quea revelao de identidade lhe causaria alguma desvantagem. Rhodan chegou a pensar na

    possibilidade de se tratar de algum que conhecesse pelo nome ou at pessoalmente. OAdministrador-Geral transmitiu sua opinio aos outros e foi apoiado por Atlan e Lloyd.No houve incidentes. Tiveram de desviar-se algumas vezes de um forte ou de um

    centro industrial, mas isto no lhes causou nenhum prejuzo alm da perda de tempo.As observaes feitas nos portos espaciais pelos quais tinham passado provavam

    que o inimigo ainda no pensara em mobilizar os exrcitos pos-bis. Fora mais umahiptese que Rhodan temera, mas que felizmente no se confirmara.

    Depois de quatro pausas curtas e quase vinte e quatro horas de vo os quatroavistaram na primeira hora do dia 16 de janeiro os edifcios de Suntown no horizonte.

    Dali a pouco alcanaram os arrabaldes da cidade-jardim muito bem projetada.

    Abrigaram-se na primeira casa que encontraram pelo caminho para sondar a situao.Tratava-se de um bangal para uma famlia que dispunha dos equipamentos maissofisticados. Alm disso na cozinha havia reservas de todos os alimentos bsicos.

    primeira vista parece que a Cidade Solar est abandonada disse Rhodan. As aparncias enganam respondeu Fellmer Lloyd. Captei muitas

    emanaes individuais. Diria que a confuso de pensamentos corresponde capacidadede mais de quinhentos crebros. Quer dizer que h pelo menos quinhentas pessoas emSuntown.

    No so cinco mil? perguntou Rhodan em tom de espanto.Lloyd sacudiu a cabea.

    Tenho certeza de que no chegam a cinco mil. So mais ou menos quinhentos,como j disse. No mximo seiscentos.

    O que feito dos noventa por cento restantes da guarnio? perguntouRhodan.

    Antes que algum pudesse dar uma resposta, os receptores instalados nos capacetestransmitiram um estalo seguido de uma voz entrecortada e aflita. Rhodan percebeuimediatamente, antes mesmo de captar o contedo da mensagem, que no se tratava davoz do desconhecido que os ameaara durante o vo de aproximao do jato espacial.Rhodan percebeu mais uma coisa. O homem ao qual pertencia a voz estava em agonia, oucorria perigo de vida iminente.

    Rhodan esperara h muito tempo que uma coisa dessas pudesse acontecer, mas no pensara que as circunstncias fossem to dramticas. Era chocante ouvir o tom deangstia e pavor naquela voz.

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    Quero alertar Perry Rhodan como amigo. Ouvi todas as mensagens, mas sagora posso transmitir. No tenho muito tempo. que ele j vem para c. um coronelda USO e chama-se Tahiko Anaka. Trata-se de um mutante, de um assassino, que matouseu comandante, o Almirante Cadro Tai Hun, que estava no comando da Zamorra Thety.Assumiu o poder e me matar...

    Enquanto ouvia a mensagem, Rhodan fez algumas reflexes apressadas. A imagemcomeava a completar-se. Teve a impresso de j ter ouvido antes o nome do CoronelTahiko Anaka. Associava-o em sua mente com um oficial capaz e de confiana, quenunca mostrara possuir faculdades parapsquicas. A nica explicao para o surgimentorepentino da capacidade de mutante s podia ser, como de tantas outras vezes, amodificao da constante 5D.

    De repente a resposta pergunta de onde tinha vindo o conquistador do mundo dosCem Sis estava na palma da mo. Era um dos arautos do paraso que j tinham criado ocaos em Quinto Center.

    Rhodan voltou a concentrar-se na voz estridente que saa do receptor instalado em

    seu capacete.

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    Termine logo com isso, Jorston gritou Aborq Vallain para dentro da sala deradiocomunicaes.Mas Jorston no o ouviu. Sabia que Tahiko vinha com dois dos seus homens. Mas

    nem por isso deixou de completar seu relatrio sobre a situao no mundo dos Cem Sis.Jorston era um homem velho, mas tinha vontade de viver como os outros. Por isso

    Aborq achava ainda mais difcil de compreender que continuasse junto ao videofone emvez de fugir.

    ...assumiu o poder e me matar gritou Jorston coma voz estridente. Agarrou-se com tanta fora na borda do videofone que as juntas dos dedos ficaram brancas.Prosseguiu com a voz ofegante:

    S ramos quinhentos quando a Zamorra Thety pousou. O General Merety Dalae o Professor Tochce Sarvonic fugiram pouco depois do incio da catstrofe com o restodo pessoal. Pegaram um couraado e seguiram em direo galxia. No tivemos maisnotcias deles.

    Aborq Vallain estremeceu ao ouvir passos que se aproximavam rapidamente pelohall do hotel.

    Anaka est chegando! gritou.Jorston nem levantou os olhos.

    Anaka est chegando! repetiu e prosseguiu: O senhor deve prevenir PerryRhodan, Professor Waringer. Quase todo o mundo dos Cem Sis est em poder dele. Ele

    domina a maior parte dos membros da guarnio que continuam aqui. Somente oitenta edois se recusam a obedecer s suas ordens. Estamos presos num hotel da Cidade Solar. Qual o nome do hotel? perguntou o Professor Waringer. Transuniverso respondeu Jorston. o edifcio mais alto da cidade. Mas

    no o que importa no momento. No corremos um perigo iminente. O importante quePerry Rhodan no se arrisque demais. Anaka astucioso e alm disso possui umafaculdade hipntica pouco desenvolvida. Vai... No tenho mais tempo!

    Jorston! gritou Aborq Vallain.Mas Jorston no o ouviu.

    Tahiko Anaka destruiu os condutores semi-orgnicos biopon e o bloco biopon

    que estabelece o contato entre o plasma central e o sistema hiperinpotrnico. Desta formapde influenciar o plasma e o sistema hiperinpotrnico, at chega a domin-los...

    Neste momento o Coronel Tahiko Anaka entrou na sala de radiocomunicaes dohotel acompanhado por dois guardas. Era de estatura baixa e tinha um rosto de traosmongolides. Continuava a usar o uniforme da USO com o distintivo de coronel.

    Quando viu Jorston, soltou um grito gutural. Ergueu a arma energtica e atirou numacesso de raiva cega.

    Aborq Vallain viu de seu esconderijo Jorston estender os braos num gesto dedefesa antes de ser envolvido pelo fogo dos raios energticos. Vallain gritou. Sentiu oWilly pux-lo pelas pernas para dentro do poo e viu que a porta da sada de emergncia

    se fechou. Ficou escuro. Deixe-me. Preciso ajudar Jorston indignou-se e bateu com os braos. Mas o

    Willy puxava-o inexoravelmente mais para o fundo do poo.

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    Quando foi arrastado para o corredor mais prximo, Vallain viu a porta da sada deemergncia abrir-se bem sua frente. Encolheu a cabea rpido como um relmpago eno mesmo instante um feixe de raios passou chiando por cima de sua cabea e penetrouna parede.

    O Willy formou uma estrutura parecida com uma sela em cima do corpo, agarrou

    Vallain com dois robustos pseudobraos e colocou-o no assento. Em seguida saiu em altavelocidade pelo corredor deslocando-se sobre quatro pseudopernas. Um dos membros daguarda de Anaka postado no fim do corredor foi derrubado. O Willy atravessou o hall dohotel com Vallain nas costas, desviou-se de alguns tiros energticos simplesmentemudando a forma do corpo e saiu pela porta principal.

    Mas antes que os dois guardas que Anaka postara l soubessem o que estavaacontecendo, o Willy com Vallain nas costas desapareceu atrs das rvores e arbustos do

    parque do hotel.Dali a pouco alcanaram um edifcio que ficava pelo menos a um quilmetro do

    Hotel Transuniverso. Uma vez l, o Willy ps no cho a carga humana.

    Por que fez isso, Willy? perguntou Vallain exausto. Por que no permitiuque casse sobre Anaka e vingasse Jorston? Fiz isto para proteger a verdadeira vida respondera o Willy. A verdadeira

    vida voc. Acha que deveria ter permitido que voc se suicidasse?Nem mesmo Vallain pde subtrair-se lgica que havia nestas palavras, embora a

    dor causada pela perda do amigo fiel ainda turvasse seu pensamento.

    * * *

    Jorston era ezialista. Entregara-se de corpo e alma integrao extracerebral e erade opinio que a humanidade s caminharia a passos gigantes para um futuro com

    segurana se alm do exrcito de especialistas contasse em suas fileiras com homensversados em todas as reas tcnicas e cientficas.

    Jorston dera um exemplo; era ezialista por excelncia. No fora por nada que emUmtar, a sede da integrao extracerebral, lhe fora conferido o ttulo de professorverdadeiro. E no fora por nada que a Faculdade Ezialista o enviara para Andrmedacomo missionrio da nica cincia que pretendia integrar todo o patrimnio espiritual deuma civilizao.

    Infelizmente isso nunca chegara a ser feito, porque durante uma escala no mundodos Cem Sis o caos desabou sobre a Via Lctea. Jorston desistiu de sua misso emAndrmeda e ofereceu sua ajuda ao General Merety Dala. Tambm foi o Professor

    Jorston que preveniu o general contra um vo para a Via Lctea. Mas nem o general nemo chefe cientfico do mundo dos Cem Sis, Professor Dr. Tochce Sarvonic, quiseramouvi-lo.

    Agora eram considerados desaparecidos e no se sabia se um dia ainda chegariamnoticias deles.

    Depois que a expedio partiu em direo Via Lctea, o Professor Jorston assumiua direo cientfica do mundo dos

    Cem Sis. O comando militar foi confiado ao Coronel Styl Manjila. Este no seinteressava muito pelas atividades ligadas cincia e era um inimigo declarado daintegrao extracerebral, que rejeitava como charlatanice. Havia divergncias constantes

    entre ele e o Professor Jorston, embora este fugisse ao conflito sempre que possvel. Maso Coronel Manjila vivia provocando-o e fazia tudo para desacredit-lo no somente entreos soldados, mas tambm junto aos cientistas que eram seus colegas.

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    Desta forma o Professor Jorston, apesar de ser um gnio, teve o destino da maiorparte dos ezialistas o escrnio e o desprezo.

    Por isso ningum quis ouvir sua advertncia quando o Coronel Tahiko Anakapousou com a Zamorra Thety e exigiu que lhe fosse entregue o comando do mundo dosCem Sis, alegando que fora enviado por Perry Rhodan. S oitenta homens e mulheres

    pertencentes guarnio desconfiaram do Coronel Anaka, que era agressivo demais, masno se atreveram a desobedecer s ordens do Coronel Styl Manjila.Foi somente depois que o Coronel Manjila um dia foi encontrado morto em seu

    quarto que eles se passaram para o lado do Professor Jorston e passaram a combaterTahiko Anaka. Houve uma revolta declarada, mas esta foi abafada por meios drsticos

    por Tahiko Anaka e seus arautos do paraso. O Professor Jorston, Aborq Vallain e seusoitenta adeptos foram confinados no Hotel Transuniverso.

    Os quatrocentos membros da guarnio continuavam a depositar sua confiana noCoronel Anaka e em seus arautos do paraso. Afirmavam que os que cercavam o

    professor eram um grupo de traidores. De seu ponto de vista at podiam ter razo, pois

    baseavam-se na suposio de que o Coronel Anaka dizia a verdade. E o coronel afirmava: Fui enviado por Perry Rhodan. O Administrador-Geral incumbiu-me de ocupar omundo dos Cem Sis com meus homens. Devemos criar uma base aqui, o chamadomundo paradisaco, para o qual podero ser transferidos aos poucos imunes e outras

    pessoas selecionadas da Galxia.No havia como conferir a veracidade de suas palavras, uma vez que o coronel

    controlava as comunicaes pelo rdio. Os mais de cem arautos do paraso que tinhamvindo na Zamorra Thety ficavam nas estaes de rdio e mantinham ocupadas todas as

    posies-chave.O Coronel Anaka consolidou sua posio. Mas apesar disso de vez em quando um

    membro da guarnio ficava desconfiado.Bastava, porm, uma visita a Anaka para que ele voltasse a mostrar-se submisso.Depois que soube disso, o Professor Jorston no teve mais nenhuma dvida de que

    Anaka era um hipno. O ezialista passou a investigar a morte do Coronel Manjila edescobriu provas evidentes de que ele no se suicidara. Sua morte fora devida a umainfluncia estranha. As oitenta e duas pessoas mantidas presas no Hotel Transuniverso jno tiveram a menor dvida de que o Coronel Anaka conquistara sua posio no mundodos Cem Sis usando alegaes falsas e meios criminosos. Mas no lhes era possvelcomunicar isto aos companheiros que confiavam no Coronel Anaka, porque eramrigorosamente vigiados pelos arautos do paraso.

    De repente apareceram as onze espaonaves. O Coronel Tahiko Anaka no teveescolha; foi obrigado a usar a fora bruta. Naturalmente no disse a seus adeptos que ocomandante dessas naves era Perry Rhodan. Afirmou que se tratava de rebeldes ecriminosos que tinham aproveitado o caos na Via Lctea para fugir.

    Com esta mentira conseguiu conquistar a confiana do plasma central. Alm dissoconseguiu engan-lo, no que foi ajudado por alguns arautos do paraso altamentequalificados.

    Em seguida separou o crebro gigante, o chamado sistema hiperinpotrnico, doplasma, cortando todas as ligaes entre os dois. O plasma no pde mais dar ordens aosistema hiperinpotrnico. O Coronel Tahiko Anaka mandou reprogramar o sistema

    hiperinpotrnico segundo seus desejos e alcanou o domnio completo do gigantescocrebro mecnico. Com isso passou a controlar os pos-bi e todos os centros de defesa domundo dos Cem Sis.

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    Pelo menos j sabemos qual o jogo afirmou Atlan depois que a mensagemde rdio fora interrompida em circunstncias to dramticas. Conheo Tahiko Anakadesde o tempo em que era tenente prosseguiu em tom pensativo. Sabia queencontraria um meio de subir na vida, pois era um homem inteligente no qual se podiaconfiar. Quem imaginaria que pudesse mudar tanto? A modificao da constante 5D deveter alterado seu carter, alm de despertar a faculdade de mutante latente. Atlansuspirou e repetiu: Pelo menos j sabemos qual o jogo.

    E aquele que nos deu a informao teve de morrer observou Perry Rhodan. Se no dermos um jeito no Coronel Tahiko Anaka, ainda haver muitas mortes

    disse Irmina Kotchistowa, que estava saindo da cozinha automtica com uma bandeja

    de alimentos frios.Os trs homens olharam para ela. Rhodan dera ordem para que no tirassem ostrajes blindados pressurizados, mas apenas abrissem os capacetes. Fellmer Lloydestendera seus tentculos telepticos pelos arredores e chegara concluso de que nohavia nenhum ser humano num raio de quinhentos metros, mas deviam estar preparados

    para qualquer surpresa. claro que a senhorita tem razo disse Lloyd, concordando com a observao

    da metbio-agrupadora. No devemos lamentar os mortos e deixar os vivos entreguesa seu destino. Que devemos fazer daqui em diante?

    Faremos uma visita ao Hotel Transuniverso disse Rhodan. Sem dvida

    encontraremos entre os oitenta prisioneiros alguns aliados que podero ajudar-nos. Noprecisamos temer o Coronel Anaka, pois ele certamente instalou seu quartel-general emoutro lugar. Sem dvida poderemos enfrentar os guardas isto se no for possvel

    passar longe deles. Que foi, Atlan? Estou preocupado com Geoffry respondeu o arcnida. Se ele acha que

    morremos no jato espacial, certamente agir por conta prpria. Talvez seria melhor dar osinal de vida.

    Rhodan no concordou. O risco de sermos descobertos seria muito grande. Alm disso Geoffry nem

    pensar em aproximar-se do mundo dos Cem Sis depois do ltimo alerta. No se

    preocupe. Geoffry no cometer o erro de subestimar o Coronel Anaka. No querem comer alguma coisa? perguntou Irmina aos homens.Atlan pegou um pozinho e serviu-se de caf. Rhodan deixou que Irmina o servisse.

    E o senhor, Fellmer? perguntou Irmina ao telepata e localizador.No houve resposta. Fellmer Lloyd estava de p, imvel, com os olhos fechados. De

    repente comeou a abri-los devagar. O telepata comeou a mexer com os lbios e disse: Algum se aproxima num traje voador. Ainda est a cinquenta metros daqui. No

    momento revista o bangal ao lado. Pelo tipo de sua emanao mental poderia ser... istomesmo, um sigans. Faz parte da tripulao da Zamorra Thety e um adepto fanticodo Coronel Anaka. Para ele os fins justificam os meios... Est pensando num homem

    chamado Aborq Vallain, que fugiu com um Willy das esteiras. Est procura de Vallain,porque este foi um homem de confiana do Professor Jorston... Jorston o homem que

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    transmitiu a mensagem para a Gonozal e depois foi... Agora o sigans vem diretamentepara c.

    Vamos preparar-lhe a recepo que merece assegurou Rhodan e conferenciouligeiramente com os outros. No fique nervosa, Irmina prosseguiu. Dependemosda senhora. Ficaremos quietos e faremos de conta que fomos surpreendidos.

    Lloyd voltou a transmitir as impresses telepticas que recebia do sigans que seaproximava. Est contornando o bangal, procurando pistas no cho... De repente fica

    sobressaltado. Descobriu as marcas de nossos ps na grama frente da entrada e estadmirado porque pelo menos trs pessoas levando cargas pesadas entraram na casa.

    Lloyd passou a falar cochichando. Tem certeza de que algum entrou na casa e no saiu mais. Voa para os fundos...

    est entrando por uma janela da cozinha...Irmina virou-se devagar para a cozinha. Rhodan e Atlan ficaram em silncio.

    Depois que Lloyd se calou, Irmina viu uma sombra voando da cozinha para a sala. A

    sombra no tinha mais de um palmo de comprimento. Ora vejam o que peguei! soou de repente uma voz sada do ar, reforada porum alto-falante. No faam nenhum movimento, seno vero que um sigans sabe dartrs tiros muito depressa! Se no me engano tenho minha frente os ocupantes do jatoespacial derrubado. E em dois dos senhores vejo os homens mais importantes daGalxia...

    Irmina no suportava mais a tenso. Receava que o sigans pudesse usar a arma semaviso. Por isso agiu sem perda de tempo. Concentrou o esprito na arma que ohomenzinho segurava e reagrupou as clulas dos tendes.

    O sigans soltou um grito, largou a arma minscula e ficou agitando os braos que

    nem um louco. Parecia que era atacado por espritos maus vindos de todas as direes,contra os quais tentava defender-se.Rhodan pegou o sigans e destruiu o pequeno equipamento de vo que trazia nas

    costas. O sigans continuava a debater-se que nem um louco. O que fez com ele? perguntou Rhodan a Irmina. S queria que o

    desarmasse. No queria que fugisse. Por isso reagrupei as clulas de sua pele para provocar

    uma comicho insuportvel.

    * * *

    Enquanto Rhodan segurava o sigans com dois dedos na mochila, Atlan lhe faziaperguntas. Naturalmente ele se recusava a dar informaes, ou dava informaes falsas.Mas isto no fazia mal, pois a nica coisa que Atlan queria ao fazer as perguntas era fazercom que o sigans pensasse no que ele queria. Por mais mentiras que sassem de seuslbios, seus pensamentos ocupavam-se com a verdade.

    Fellmer Lloyd cuidou do resto. Como telepata tirava as informaes diretamente docrebro do sigans. Depois que Atlan concluiu o interrogatrio, Rhodan defrontou-secom outro problema. O que fazer com o sigans?

    Irmina soube a resposta. Sugeriu que fosse trancado em uma das dispensas. L elepodia respirar e tinha alimentos de sobra e, mais tarde, depois que tudo tivesse passado,

    podia ser libertado. Foi o que fizeram.Fellmer Lloyd informou o que conseguira tirar dos pensamentos do sigans. Rhodan

    e Atlan souberam dos acontecimentos que se tinham verificado no mundo dos Cem Sis

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    antes que eles chegassem. Alm disso Fellmer Lloyd disse como o Coronel TahikoAnaka conseguira subjugar o Almirante Cadro Tai Hun e assumir o comando da ZamorraThety. Usara seu dom hipntico para submeter o esprito do almirante ao seu controle elhe sugerira imagens falsas. O almirante sara da nave em pleno espao, crente de quecolocara um traje pressurizado.

    J sabemos que o quartel-general de Anaka fica no edifcio principal doespaoporto sul, mas nossa ttica no muda resumiu Rhodan. Tentaremos entrar nohotel para fazer contato com os prisioneiros. Conheo o hotel e acho que ser fcil entrar

    pelo sistema de abastecimento robotizado que fica no subsolo. Qual sua opinio, Atlan? Os Willys no me saem da cabea disse o arcnida. Sabemos que estas

    criaturas so leais ao plasma central. Podemos entrar em contato com eles e pedir seuapoio. Tenho certeza de que nos ajudaro se explicarmos a situao.

    Sem dvida reconheceu Rhodan. Mas ainda tenho minhas dvidas. Se osWillys das esteiras ainda no reconheceram a situao, talvez no seria conveniente

    procur-los. No sabemos que medidas tomaram se souberem que Tahiko Anaka

    inimigo do plasma central e portanto da verdadeira vida. No se esquea de que os Willys no fundo so criaturas pacatas lembrouAtlan. Nem so capazes de tornar-se violentos.

    verdade disse Rhodan. Mas de acordo com sua mentalidade eles seempenhariam para eliminar qualquer perigo que ameaasse a vida do plasma central. melhor que os Willys das esteiras no sejam informados a respeito da situao. Talvez

    possamos us-los sem dar maiores esclarecimentos.Rhodan, Atlan, Lloyd e Irmina saram. Deixaram os capacetes pressurizados abertos

    e ficaram com os receptores ligados, mas tiveram o cuidado de no usar os outrosequipamentos tcnicos. No queriam arriscar-se a ser detectados to perto do destino. Se

    surgisse um perigo em forma de seres pensantes nos quais se incluam os robs positrnico-biolgicos do mundo dos Cem Sis Fellmer Lloyd perceberia suapresena em tempo.

    Para maior segurana, Rhodan, Atlan e Lloyd seguravam as armas paralisantes emposio de tiro. Irmina dispensou qualquer arma de fogo, pois podia defender-se usandoseus dons parapsquicos.

    Lloyd guiou o pequeno grupo. O Hotel Transuniverso fica a cerca de seis quilmetros informou. Alm

    dos pensamentos dos prisioneiros amedrontados recebo os de cerca de vinte pessoas queparecem montar guarda.

    Algum sinal de pos-bis? quis saber Atlan. Nenhum garantiu Lloyd. S recebo os impulsos tpicos do plasma da

    direo em que fica o quartel-general de Anaka, onde tambm ficam as oitenta cpulasdo plasma central. Em Suntown no h nenhum pos-bi.

    Talvez Anaka ainda no controle o sistema hiperimpotrnico a ponto demanipular os pos-bis conjeturou Atlan.

    Tomara disse Rhodan e dirigiu-se a Lloyd. E os Willys das Esteiras? Halguns na cidade?

    H, sim confirmou o telepata e localizador. Esto espalhados por toda aSuntown. Tm um comportamento estranho. A maioria fica vagando pela cidade, sem

    destino, indo das povoaes terranas para as cpulas do plasma central e vice-versa. Masmuitos deles foram ao Hotel Transuniverso. Tento constantemente descobrir seus

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    pensamentos, mas toda vez que consigo fazer contato eles se protegem instintivamente. Anica coisa que consigo deduzir de seus pensamentos que esto muito confusos.

    Provavelmente no sabem o que fazer disse Rhodan. Acho que nunca seviram numa situao parecida. Enfrentam um dilema. De um lado os terranos quecontrolam o sistema hiperinpotrnico e do outro lado o plasma central com o qual no

    tm mais contato. Ainda bem que no explicamos aos Willys o que est acontecendo.Estavam a apenas um quilmetro e meio do Hotel Transuniverso e viam o edifciode seiscentos metros de altura entre as rvores-mamute do parque quando houve umincidente que no esperavam.

    At Fellmer Lloyd teve uma surpresa ao ver os Willys das esteiras se aproximaremcorrendo. Concentrara-se demais no hotel

    e por isso no notara que um grupo de seis Willys se aproximava do outro lado.Quando Lloyd os detectou e alertou os companheiros j era tarde.

    Os Willys vieram correndo pelo parque que nem um furaco. Tinham assumido aforma de esferas e solto centenas de pseudo-perninhas em cujas pontas ficavam os

    cristais duros como diamantes com os quais at podiam perfurar a rocha macia. Usavamas pernas para imprimir um movimento de rotao ao corpo, deslocando-se a umavelocidade incrvel.

    Ao que tudo indicava o grupo de seis dirigia-se ao hotel para juntar-se procissoque se reunira l. Mas quando chegaram perto de Rhodan e seus companheiros reduzirama velocidade e acabaram parando.

    Esto cada vez mais confusos exclamou Lloyd em tom de alarme. Pareceque nossos trajes de combate os assustaram...

    Lloyd mal acabara de falar, quando os corpos dos Willys comearam a pulsar eassumiram uma colorao avermelhada. Era um sinal claro de que estavam com medo.

    Dali a um instante encolheram os olhos que vibravam e movimentaram as pseudo-perninhas.Lloyd levantou a arma paralisante com a rapidez de um relmpago e gritou

    alarmado: Querem prevenir os outros de que estamos aqui!No mesmo instante apertou o gatilho da arma paralisante e atingiu dois Willys antes

    que pudessem abrigar-se. Para Irmina o alerta de Lloyd foi o sinal de que devia entrar emao. Conseguiu reagrupar a estrutura celular de alguns dos pseudpodes de dois Willys,fazendo com que no funcionassem mais. Um dos Willys colidiu com uma rvore e ficoudeitado meio atordoado. O outro adernou, caiu de lado, deixou que seus pseudpodes

    rodassem e penetrou no cho macio do parque que nem uma frese.Antes que Lloyd e Irmina pudessem atacar os outros dois Willys, Atlan e Rhodan

    entraram em ao. Isso uma loucura! gritou Rhodan e investiu com tanta fora contra Irmina

    que ela perdeu o equilbrio e caiu no cho.Enquanto isso Atlan tirou o paralisador das mos de Lloyd.

    Desgraa pouca bobagem disse Rhodan fungando. Ainda conseguimoscolocar os Willys contra ns. O que lhe deu na cabea que resolveu paralisar estes seres,Fellmer?

    Tive medo e s quis impedir que revelassem nossa presena aos arautos do

    paraso defendeu-se Lloyd.

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    Est bem Rhodan fez um gesto de pouco-caso e ajudou Irmina a levantar. Teremos de ir antes da hora s instalaes subplanetrias, o que representa uma perda detempo.

    Deveramos