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25 Nos programas de seleção há necessidade de conhecer a correlação gené- tica, entre as duas mais importante características econômicas, a existência de uma correlação positiva significa que selecionando uma característica, estare- mos também selecionando a outra. Ao contrário, para uma correlação genética negativa, necessitaria selecionar simultaneamente as duas porque, o progresso obtido com uma não seria acompanhado pela regressão da outra. Nesse sentido, SHARMA & SINGH (1988) estudando as primeiras in- formações das atividades reprodutivas e produtivas de búfalas da raça Murrah verificaram os resultados constantes da TABELA 3. As correlações genéticas no geral foram altas embora com grandes desvios, isso talvez em decorrência do número de observações ter sido pequeno por se tratar das primeiras observa- ções de uma população, enquanto as correlações fenotípicas na sua maioria foram significativas, P<0,01. TABELA 3- Correlações genéticas e fenotípicas entre características produti- vas e reprodutivas de búfalas da raça Murrah

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Nos programas de seleção há necessidade de conhecer a correlação gené-tica, entre as duas mais importante características econômicas, a existência deuma correlação positiva significa que selecionando uma característica, estare-mos também selecionando a outra. Ao contrário, para uma correlação genéticanegativa, necessitaria selecionar simultaneamente as duas porque, o progressoobtido com uma não seria acompanhado pela regressão da outra.

Nesse sentido, SHARMA & SINGH (1988) estudando as primeiras in-formações das atividades reprodutivas e produtivas de búfalas da raça Murrahverificaram os resultados constantes da TABELA 3. As correlações genéticasno geral foram altas embora com grandes desvios, isso talvez em decorrênciado número de observações ter sido pequeno por se tratar das primeiras observa-ções de uma população, enquanto as correlações fenotípicas na sua maioriaforam significativas, P<0,01.

TABELA 3- Correlações genéticas e fenotípicas entre características produti-vas e reprodutivas de búfalas da raça Murrah

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Os valores das correlações, genéticas, fenotípicas e de ambiente, reque-rem um grande número de observações para serem precisos.

III - SELEÇÃO

O objetivo da maioria dos programas de criação é melhorar uma simplescaracterística. As três principais maneiras de fazer isso segundo HAZEL &LUSH (1942) é através dos seguintes métodos:

1- Seleção tandem - seleção de uma característica por vez;2- Nível de eliminação independente - seleção de vários caracteres ao

mesmo tempo, mas de forma independente, isto é, eliminando o animal que nãoatinge o padrão mínimo estabelecido para uma das características.

3- Índice de Seleção - seleção simultânea de várias características, cadauma delas sendo ajustada de acordo com a sua importância econômica,herdabilidade e, as correlações genotípicas e fenotípicas entre as característicasselecionadas.

Na prática, há várias maneiras de se utilizar o índice de seleção. Ele podeser aplicado para indivíduos, famílias, indivíduos dentro de famílias ou parauma combinação de dados dos indivíduos e famílias.

AVALIAÇÃO PELO PEDIGREE

Na maioria dos programas de criação de bubalinos leiteiros os reprodutoressão inicialmente selecionados pelo pedigree. Se os ancestrais possuírem dadosde desempenho das características de alta herdabilidade, esta informação podeser muito útil para seleção entre animais jovens que ainda não mostraram suaprodução própria ou através de suas progênies. Informações do pedigree podemtambém ser utilizados para caraterísticas que são medidas tarde na vida doanimal, como longevidade e resistência às doenças, ou ainda, na seleção decaracterísticas que são expressas no sexo oposto, como a habilidade materna,produção de leite, etc.. Informações obtidas do pedigree, contudo, são muitomenos confiáveis e devem ser desconsideradas assim, que a produção do indi-víduo e de sua progênie se tornarem disponíveis.

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Por outro lado, se o pedigree é simplesmente uma coleção de animais enão contém dados de produção, então seu valor informativo para a seleção énulo. Mesmo com registros de produção nos ancestrais, o valor de cada registrodecresce rapidamente à medida que o parentesco se torna mais distante. Cadageração no pedigree reduz pela metade a contribuição de cada ancestral.

Geralmente, a performance de ancestrais mais distantes do que os paismerecem pouca ou nenhuma consideração na seleção. Os registros de produçãodos pais, de progênie e de parentes colaterais (irmãos completos, meio-irmãos,etc.) são muito mais informativos no processo de avaliação do mérito genéticodo que a aparência de algum ancestral distante, por mais excepcional que esteseja.

TESTE DE PROGÊNIE

O teste de progênie consiste na seleção dos pais baseando-se no desempe-nho de seus descendentes, e constituí na medida direta mais precisa do valorgenético dos animais. A maior desvantagem do método é o tempo necessáriopara obter e avaliar eficientemente a progênie. Com o aumento da geração,ocorre uma redução na intensidade de seleção e poucos touros podem ser testa-dos quando comparados com o teste de desempenho. Embora o teste de progê-nie possa ser aplicado para ambos os sexos, ele é normalmente usado apenas naavaliação de touros, visto que o tempo necessário para obter número suficientede progênie das vacas torna o método impraticável. Com o advento da transfe-rência e partição de embriões, surge uma nova esperança de sua aplicabilidade.

Para características não mensuráveis no animal vivo, o teste de progênieé o único caminho para o melhoramento. O problema principal, é saber o núme-ro de touros a serem testados, e o número requerido de progênie para cada um,ou saber se o teste é a melhor solução para um grande número de descendentesde pequenas famílias ou um pequeno número proveniente de grandes famílias.

As idades aproximadas dos pais ao nascerem suas progênies nas grandespopulações sob teste de progênie foram: para pais dos touros 9,58 anos, pai dasvacas 5,18 a 8,45 anos, mães dos touros 8,42 anos e mães das vacas 5,44 anos.Os intervalos de gerações médios no teste de progênie através dos machos e

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fêmeas foram respectivamente 11.25 e 8.00 anos (BASU & MAHLA, 1980).Embora, o teste e progênie tenha sido largamente usado no melhoramen-

to da produção de leite, há poucas informações de sua eficiência no melhora-mento para produção de carne.

Utilizando-se o teste de progênie para avaliar a produção de leite da pri-meira lactação de 116 búfalas, filhas de touros pertencentes à duas estaçõesexperimentais na Índia, através de três métodos:

1) Produção média ajustada a 305 dias,2) Produção ajustada aos efeitos de fazenda, ano e estação de parição e,3) Método da comparação com as contemporâneas elaborado por JAIN

& MALHOTRA (1971), TIWANA et al. (1991), verificaram que a avaliaçãodos touros baseada nos três critérios foram semelhantes, permanecendo o rankingdos touros até a sexta posição idêntico, para um número de seis a quinze des-cendentes por reprodutor.

USO PARCIAIS DOS DADOS NO TESTE DE PROGÊNIE

Vários estudos de seleção de touros tendo como base os dados parciais desuas filhas, por exemplo, produção de leite em quatro semanas com o objetivode diminuir o intervalo de geração, tem sido realizados (SOSAMMA , 1979,BASAVAIAH et al. e BASAVAIAH & NAGARCENKAR, 1981). Nestes, cons-tatou-se que não só a precisão como os resultados foram semelhantes à aquelesonde se usa toda a lactação, tendo porém, necessidade de um maior número defilhas.

A eficiência relativa do teste de progênie baseado em dados parciais re-velou que a seleção com base na produção de leite acumulada em quatro oucinco meses de lactação das filhas pode ser mais eficiente do que a produção de305 dias, Tabela 4.

Estes achados permitem concluir que os resultados parciais da produçãode leite aos quatro meses de lactação apresentam uma herdabilidade de 0,37 euma alta correlação genética, 0,96, com a produção de 305 dias, sugerindoassim, que o critério de avaliação dos quatro meses de lactação deve ser usadopara o teste de progênie, tornando o processo produtivo mais econômico.

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TABELA 4- Eficiência relativa do teste de progênie com base na produçãomensal e acumulada de leite.

O ganho genético observado, (assumindo 20 % de intensidade de sele-ção) por ano, devido a seleção sobre a produção de leite mensal e acumulada naprimeira lactação, acha-se na TABELA 5. Os resultados mostraram que o testede progênie de reprodutores bubalinos tendo como base a produção de leite desuas filhas aos quatro meses proporcionaria um melhoramento genético anualda produção de leite de 1,36 a 2,28 %, dependendo do número de filhas usadasno teste, contra 1,08 a 2,17 % quando a seleção é baseada na produção aos 305dias.

TABELA 5- Ganhos genético por ano com base na produção de leite aos quatro e cinco meses,

e na produção acumulada e na produção aos 305 dias.

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Comparando a precisão do teste de progênie para a produção de leite daprimeira lactação e às várias medidas de produção verifica-se que para umcerto número de filhas, a precisão do teste baseada na produção de leite por diade idade na segunda parição foi sempre maior que a produção da primeira lactaçãoTABELA 6. A seleção para a produção por dia de idade na segunda pariçãoseria, entretanto, bem mais eficiente, mesmo quando o número de filhas porreprodutor é pequeno.

TABELA 6- Precisão do teste de progênie para diferentes características deprodução.

Uma outra forma de ver as vantagens destas características para o testede progênie seria conhecer o número de filhas (n) necessário para provar umreprodutor em diferentes medidas da eficiência da produção de leite, de modoque a prova conteria a mesma quantidade de informação sobre o valor genéticodo reprodutor para a produção por lactação como uma prova baseada na produ-ção por lactação de N filhas. Isso pode ser observado na TABELA 7, onde aprova de um reprodutor baseada em seis filhas para a produção de leite por diade idade na segunda parição seria equivalente à prova baseada em dez filhascom a produção de leite de uma lactação completa e, que para 31 filhas comseus dados para produção de leite por dia de idade na segunda parição seria

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equivalente a 50 filhas, para produção na primeira lactação. Isso, revela que aseleção para produção de leite por dia de idade na segunda lactação seria maisefetiva. Isso, eliminaria algum touro de idade tardia à primeira cria e de longointervalo de partos.

TABELA 7- Número necessário de filhas em provas de reprodutoresusando diferentes características comparado ao númeroexigido para a produção de leite da primeira lactação.

A avaliação e a seleção de reprodutores com base na produção de leitepor dia de idade na segunda parição e no primeiro intervalo entre partos não sóproporcionaria um aumento na produção de leite como uma melhora na ativida-de reprodutiva, daí a razão de se propor a produção de leite por dia de vida nasegunda parição, como critério para o teste de progênie de reprodutora.

ACHARYA (1991), reunindo os resultados de três centros de pesquisasda Índia (CIRB, NDRI e PAU), verificou que a seleção através do teste deprogênie proporcionou, em média, cerca de 20,64 % de superioridade das filhasquando comparadas às contemporâneas de rebanho, conforme revela a TABE-LA 8 . Em Pau - Ludhiana, a produção de leite da primeira lactação das filhaspara grupos de 6 a 8 touros foi de 1.810 a 2.349 kg ou seja, 12,1 a 44,2 %, maisalta que a média das contemporâneas, 1.400 a 1.957 kg de leite, para um núme-ro de 4 a 21 filhas por touro.

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TABELA 8-Teste de progênie para produção de leite com bubalinos da raçaMurrah .

. Em NDRI - Karnal, em 6 conjuntos de touros as progênies apresenta-

ram médias de 1.434 a 1.803 kg de leite e uma superioridade em relação àscontemporâneas de 10,3 a 20,8 %. Em CIRB - Hisar, com 8 conjuntos detouros (de 7 a 9 animais cada) com 4,4 a 18,0 filhas por touro, os índicesestiveram entre 1.434 a 1.803 kg de leite com superioridade de 10,3 a 20,8 %em relação às contemporâneas. Resultados semelhantes, foram obtidos emLPRI (OKARA) no Paquistão e, na Índia quando os dados da produção deleite, foram estudados em 10 rebanhos.

TESTE DE DESEMPENHO

No teste de desempenho ou provas de ganho de peso se utiliza as caracte-rísticas com base na taxa de crescimento, conversão de alimento e ou conforma-ção para a escolha de futuros reprodutores. Este, também pode ser aplicadopara avaliar a contribuição do crescimento e das características reprodutivasem fêmeas. No entanto, a maior parte do progresso genético vem da seleção dereprodutores.

A maior vantagem do teste de desempenho é que este permite a avaliaçãodo animal em idade mais precoce do que é possível no teste de progênie. Isto,reduz o intervalo de geração e facilita o uso do reprodutor em idade jovemenquanto, no teste de progênie, este inutiliza os reprodutores com menos de 3 -4 anos. Enquanto, o teste de desempenho é menos preciso do que o de progênie

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este proporciona uma maior intensidade de seleção. Se escolhemos 5 % dosreprodutores (50 em 1000), o diferencial de seleção seria de 2,06 (TABELA 1),o ganho genético igual a 2,06 x D.P. da característica em seleção. No teste deprogênie, tomando o mesmo número de reprodutores com 10 filhas cada, o testeseria efetuado em 50 % deles, desta forma o diferencial de seleção seria de 0,8e o ganho genético de 0,8. x D.P..

A desvantagem do teste de desempenho é a impossibilidade de uma ca-racterística ser medida no animal vivo (ex. característica de carcaça) ou quetenha baixa herdabilidade.

O teste de desempenho pode levar a um progresso quando este se achaligado a um programa de seleção. Não é suficiente identificar os animais supe-riores, eles devem ser usados intensivamente e os animais inferiores eliminados.A maior critica que se faz ao teste de desempenho é que, após identificar apa-rentemente o animal superior para o ganho de peso, eficiência de conversão,peso final ou peso por idade, menor será a sua utilização no processo de seleçãoatualmente praticado. Isto foi observado nos testes do Reino Unido onde, emtodas as provas, os reprodutores são submetidos a avaliação da conformação.Tal fato, não tem levado a identificar reprodutores melhoradores (tendo comobase o desempenho) sendo assim, lhe recusado o certificado de touro melhoradorpelos orgãos responsáveis. Isto se deve ao fato dos animais que se destacaram,inclusive com as melhores conformações terem produzido as piores progêniesem termos econômicos.

Já nos Estados Unidos, não há dificuldade oficial em aprovar umreprodutor, inclusive muitos pesquisadores adotam a avaliação do tipo comoum dos seus critérios de seleção.

No Brasil, os testes de desempenho com bubalinos com o objetivo deidentificar os animais superiores para a produção de carne, com perspectivas desolucionar o problema referente a produção de alimentos teve início comVILLARES & TUNDISI (1956). Dada a escassez de animais, os testes somen-te foram reiniciados por VILLARES & MARCHETTI (1972). Daí, os estudosprosseguiram com resultados promissores como os relatados por VILLARESet al. (1979) e VILLARES et al. (1981). Destes estudos, constatou-se que osanimais da raça Mediterrânea chegaram a ganhar em média 144,4 kg, os

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Jafarabadi 148,1 kg e os Murrah, 123,6 kg em 140 dias de prova, enquanto aconversão alimentar oscilou de 8,06 a 13,12 kg de ração para 1,0 kg de ganhode peso. Embora, não selecionados para ganho de peso, os búfalos apresenta-ram ganhos de até 1,457 kg por dia, o que corresponde ao ganho de 204 kg em140 dias de prova, superando em muito os zebuínos e mesmo várias raças euro-péias em testes de desempenho. Isso abre amplas perspectivas de participaçãodos búfalos no processo de produção de carne no Brasil.

ÍNDICE DE SELEÇÃO

Este é calculado para ponderar as várias características de acordo com assuas importâncias econômicas relativas, suas herdabilidades e suas correlaçõesgenéticas e fenotipicas. É o tipo de seleção mais efetivo entre os existentes.Contudo, o método possui alguns pontos fracos: é muito complexo e mais de-morado do que os métodos alternativos. À estas desvantagens se sobrepõem asvantagens em eficiência genética. Além disto, na prática do melhoramento, osdescartes devem ser feitos em diferentes estágios da vida do animal. Para umaseleção mais efetiva, através do simples emprego dos índices, toda uma safradeveria ser mantida inteira até completar a fase de pós-desmama. Na prática,algum nível de descarte será empregado antes do parto, logo após o parto, du-rante a fase de aleitamento e/ou lactação, logo após o desmame e após um anode idade.

Devido às dificuldades associadas com o cálculo do índice e à necessida-de de aplicar alguns descartes seqüenciais, o método dos níveis independentes erefugos é popularmente preferido e, na maioria das circunstâncias, é provavel-mente, tão efetivo quanto ao método dos índices.

Segundo CHAKRAVARTY et al. (1988) o índice de seleção combinandoidade a primeira parição, primeiro período de serviço, e produção de leite daprimeira lactação ajustada a 300 dias, foi o melhor índice de 11 outros determi-nados anteriormente. Também SHARMA & SINGH (1988), estudando 6 índi-ces envolvendo várias características em búfalos Murrah, verificaram que oíndice composto pela idade à primeira parição, a produção de leite da primeiralactação ajustada a 300 dias e a duração da respectiva lactação foi o mais

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efetivo deles; TABELA 9.O ganho genético dos seis índices foi cerca de 73 kg na produção de leite

da primeira lactação. O sexto índice de seleção combinando a idade à primeiraparição, produção por dia de intervalo de partos e o primeiro período seco pro-porcionou um ganho esperado de 84 kg de leite em 300 dias de lactação. Mas, oganho genético do valor agregado foi pobre, para o índice.

TABELA 9- Índices de seleção para búfalas Murrah.

Fonte : SHARMA & SINGH (1988) - II - World Buffalo Congress, 1988, p.128-133.

NAGARCENKAR (1988), avaliando o potencial leiteiro dos búfalos parao melhoramento genético reuniu diversos índices de seleção envolvendo carac-terísticas múltiplas e com restrições, apresentados por diversos autores, TA-BELA 9 e GOKHALE & NAGARCENKAR (1980 - 1981) concluíram que aseleção baseada em dados parciais (produção de leite até 120 dias) proporcionaum ganho genético esperado de até 7,0 % por geração.

SELEÇÃO DE MÃES DAS VACAS (IMV) E DE TOUROS (IMT).

KHAN & AHMAD (1991) estudando a produção de leite de 378 búfalase 499 filhas verificaram um intervalo de superioridade das mães de - 433,57 a +359,92 kg de leite ou - 22,97 a + 18,9 % da produção média de leite da primeira

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lactação. A superioridade genética média estimada das búfalas foi 11,34 kg ou0,598 da média do rebanho por geração. TABELA 10.

TABELA 10- Melhoramento genético na produção de leite através da seleçãodireta.

Dos machos nascidos, 21 foram transformados em reprodutores e eramfilhos de 17 búfalas. Estes produziram 363 filhas distribuídas de 3 a 110 porreprodutor ou 17 em média por touro. A superioridade dos reprodutores esteveentre - 149,24 a +252,66 kg de leite ou -7,87 a 13,22 % da média do rebanho. Asuperioridade das mães dos touros (Imt) foi 84,20 kg de leite ou 4,44 % damédia do rebanho por geração. Observa-se que a seleção das mães dos tourosproporcionou uma superioridade de 7,4 vezes à das mães das vacas.

Segundo os autores estes valores foram baixos em decorrência daherdabilidade (h2 = 0,14 ± 0,83) e do grande intervalo de gerações (7,38 anos).

ALEXIEV (1979), em búfalos bulgaros mostrou que os maiorescontribuidores foram os pais de touros (44,1%) seguidos pela mães dos touros(28,4%) e pais das mães (23,2%) enquanto a contribuição das mães das vacasfoi excepcionalmente baixa (4,3%). Por outro lado, a inseminação artificial sema transferência de embriões para pais e mães de touros pode contribuir com69,5 %.

EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS

O objetivo da seleção é concentrar nos animais o maior número de genes

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aditivos que afetam positivamente as caraterísticas de importância econômica.Com um programa persistente para uma determinada característica ou combi-nações destas, o melhoramento continua até que um nível pré-determinado éalcançado, ou se a seleção chegou a um equilíbrio estabelecido por forçasconflitantes ou então, a um limite ou platô de seleção. Tal fato, acontecerá quandohouver um esgotamento da variabilidade genética, quando os efeitos são contrá-rios aos da seleção natural e quando atingir o limite fisiológico dos animais dapopulação.

O ganho genético para a produção de leite por intervalo de geração temapresentado melhor resultado para o teste de progênie, entre os diversos méto-dos estudados por BASU & SINGH (1988) como revela a TABELA 11.

TABELA 11- Ganho genético total (kg) e intervalo de geração (ano) para dife-rentes métodos de seleção em população de três tamanhos.

∆G = Ganho genético por geração; IG = intervalo de geração.

Observa-se que quanto maior a população maior será o ganho genéticoanual no teste de progênie, enquanto, nas populações médias o teste de meio-irmãs é o mais eficiente, mas, cai com o tamanho da população.

Para o método do pedigree o ganho é baixo, aumenta com o tamanho dapopulação e com a intensidade de seleção para pais das mães, enquanto, o gan-ho para a seleção individual permanece constante.

Nenhum programa de seleção de búfalo foi economicamente viável empopulações pequenas, (BASU & SINGH, 1988), no entanto, nos rebanhos mé-dios com base na seleção de meio-irmãs, é o método mais eficiente, seguido pelopedigree e seleção individual. Já nas grandes populações o teste de progênie é o

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melhor dos métodos, inclusive economicamente.DAHIYA et al. (1988), estudando as características mais importantes do

ponto de vista produtivo e reprodutivo de búfalas leiteiras verificaram que sepoderia obter um progresso genético de : 26,45 kg, 0,96 dias, 0,95 dias, 27,76kg, 50,93 kg e 0,18 kg por geração, respectivamente, para a idade à primeiraparição, período de serviço, primeiro intervalo de parto, produção de leite daprimeira lactação, produção de leite da primeira lactação ajustada a 300 dias eprodução de leite, por dia de intervalo entre partos, através da seleção massal.

USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NOS PROCESSOS DE SELEÇÃO

A inseminação artificial teve um grande impacto no melhoramento gené-tico animal em todo o mundo pois, torna mais eficiente o teste de progênie, emdecorrência do maior número de indivíduos obtido por pai, pela distribuiçãodestes em maior número de rebanhos e pela diminuição dos custos do processo.Recentemente a tecnologia da transferência de embriões têm sido usada e comesta a manipulação genética com o uso do embrião fazendo sexagem dos mes-mos e até a sua partição ou clonagem, principalmente nos bovinos, aumentandoassim, a pressão de seleção na população. Esta dependerá, no entanto, da efici-ência da tecnologia: da competitividade com o sistema existente e de sua adap-tabilidade. Com ela, podemos obter irmãos completos, gêmeos idênticos, clones,etc..

Nos bubalinos, a transferência de embriões vem sendo usado desde 1983na Bulgária, 1985, nos Estados Unidos, 1987 na Índia em várias Estações Ex-perimentais e hoje, esta tecnologia se acha disseminado por todo o mundo inclu-sive no Brasil.

O ganho genético pode ser aumentado de uma taxa ótima, 1,5 % obtidaatravés da I.A. para 3,0 % pela técnica da transferência de embriões (BHAT &TANEJA, 1986) ou mais pela manipulação genética do embrião (SEIDEL, 1981).O ganho genético é obtido do aumento da intensidade de seleção, TABELA 12,a partir das mães dos futuros touros e da população de irmãos completos prove-nientes de mães superiores. (NAGARCENKAR & SETHI, 1988).

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TABELA 12- Ganho genético esperado na produção de leite pelo uso de novastecnologias nos testes de progênie em búfalos. (N = 1.000 ), mé-dia = 1.800 kg; sd = 600 kg; h2 = 0,20; rIGIA = 0,622, rIGTE =0,622 e o rIGTES = 0,708.

T.E.S.= transferência de embriões sexados; p = proporção selecionada; i = intensidade de seleção e 30 anos paraa soma do intervalo de geração para todos os caminhos.

IV - CRUZAMENTO

O cruzamento ou exogamia é o acasalamento de dois animais que sejamambos puros ou de raças diferentes. Este aumenta a heterozigose do indivíduo equando continuado serve para manter a heterozigose individual e a uniformida-de do híbrido criado. A sua aplicação consiste no uso do efeito dos genes domi-nantes sobre os não favoráveis. Esta dominância ou superioridade dos animaissobre a média dos país é denominada de heterose ou vigor híbrido. A máximautilidade prática do cruzamento está na produção de animais para mercado, enos casos dos búfalos, para aumentar a sua produção de leite, carne e capacida-de de trabalho.

O cruzamento, tende a abaixar o valor genético do indivíduo, fazendo-omais heterozigoto e menos eficiente à seleção dentre os indivíduos meio sangue,porém, melhora o mérito individual por causa da dominância geral dos grausfavoráveis para tamanho, vigor, fertilidade, produção de leite, etc. Quando osprodutos cruzados são usados para fins de reprodução, sua prole será maisvariável do que eles e, geralmente, terá média, mais de valor individual.

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Os efeitos da heterose são inversamente relacionados com aherdabilidade. A heterose é baixa para característica de alta herdabilidade,como as relativas à carcaça, e alta, em características de baixa herdabilidade,como a fertilidade, longevidade, etc.

O cruzamento é freqüentemente considerado como uma alternativa paraa seleção.

A seleção de uma população exogâmica é baseada num modelo simplesda ação aditiva das genes. Na prática, isto geralmente leva a ganho genético nalinhagem com espectativas teóricas.

O efeito de dominância não é acumulativo de uma geração à outra maispróxima, embora, ele possa ser engrandecido pela seleção apropriada. Tambémo efeito epistático, dado pela ação conjunta de dois ou mais genes e/ou até pordois ou mais loci, pode levar a um infinito número de respostas.

Na ausência da seleção, o esforço para aumentar ou decrescer o nível dehetero-zigoto na população não faz sozinho a mudança da freqüência gênica,ele simplesmente muda a proporção de hormozigotos e heterozigotos.

Raças Sintéticas

Uma população sintética pode ser formada pelo intercruzamento de gru-po cruzado ou destes com o retrocruzamento de uma raça superior - absorção.A proporção da heterose conserva nos sintéticos várias proporções de ambas asraças utilizadas, como segue:

Fonte: Adaptado de CUNNINGHAN, E.P. & SYRSTAD, O. - FAO - 68, 1987

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Assim, uma população de sintéticos pode ser formada pelointercruzamento de indivíduos com algum nível de proporções de genes de duasraças parentais. Para uma dada proporção de genes, os sintéticos são sempreinferiores aos cruzamentos originais dos quais foram formados.

Cruzamento Rotacional

O cruzamento rotacional entre duas raças é estabelecido pelo uso demachos puros de cada raça em gerações alternadas. A primeira geração é clara-mente um F1, mas, após poucas gerações a população tem dois terços de genesde uma raça parental e um terço de outra e assim, sucessivamente.

Já, o cruzamento rotacional entre três raças é realizado partindo-se deF1, proveniente de duas raças, com machos puros de uma terceira raça. Cadauma das raças é usada num turno, para formar uma população de trícross.Geralmente, parte-se de uma raça local com duas exóticas, formando umapopulação com 37,5 % de genes exóticos. Isto completa um ciclo de rotação.

Cruzamento entre Búfalos d’água e de pântano

Os cruzamentos têm sido praticados em todos os países que predominamos búfalos de pântano - carabao como na China, Burma, Tailândia, Filipinas,Malasia, Sri Lanka e outros, sempre com o objetivo de melhorar a produção deleite e o tamanho para trabalho no campo. A China começou os cruzamentosantes de 1960, sempre utilizando Nili - Ravi e Murrah e búfalo de Pântano. LIUet al. (1985) apresentou os resultados de diversos cruzamentos na China, tendoverificado resultados favoráveis principalmente, para a produção de carne eigualando-se aos exóticos, para as demais características avaliadas - Tabela -13.

Segundo BASU & SARMA, (1982), o cruzamento entre Murrah e Surtiproporcionou um significativo aumento na produção de leite e melhorou as ca-racterísticas reprodutivas, TABELA 14.

Na Bulgária, o cruzamento entre búfalas Búlgaros e machos Murrahcomeçou em 1962. Os Murrah eram superiores aos Búlgaros em peso e produ-

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ção de leite, no entanto, os Mestiços (M x B) foram semelhantes aos Murrahem peso às diferentes idades, TABELA 15.

TABELA 13- Características de búfalos cruzados na China.

TABELA 14- Desempenho de búfalos Murrah, Surti e seus cruzamentos.

CHANTALAKHANA (1978) relatou o desempenho de búfalos Murrah,Nili - Ravi e seus cruzamentos com búfalos de pântano - carabao nos países doSudeste da Ásia, onde os búfalos importados se adaptou bem ao ambiente local,alimentação e manejo, produzindo de 2 a 3 vezes mais leite que os búfalosnativos. Os mestiços foram superiores na habilidade de trabalho aos nativos eproduziram quase a mesma quantidade de leite dos Murrah.

Na China PEI-CHIEN (1978) mostrou que os búfalos Murrah importa-dos da Índia e Nili-Ravi, do Paquistão e seus cruzamentos com os búfalos

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Carabaos da China eram satisfatórios. Os mestiços eram mais pesados, preco-ces e produtores de leite. Os tricross, F1 (Murrah x Carabao) x Nili-Ravi erampesados chegando a 200 kg aos 6 meses de idade e 300 e 450 kg aos 1 e 2 anosde idade respectivamente, com ganhos diários em torno de 900 gr.

TABELA 15 - Desempenho de búfalos Murrah, Búlgaros e seus cruzamentos

No Brasil, MARQUES (1991), verificou que eram pequenas as diferen-ças entre os grupos genéticos provenientes do cruzamento de Murrah com Me-diterrâneo, tanto para as características produtivas como reprodutivas confor-me revela TABELA 16.

TABELA 16- Desempenho produtivo e reprodutivo de búfalas Murrah, Medi-terrâneo e seus cruzamentos.

V - CONCLUSÕES

Após estas considerações concluímos que há necessidade de avaliaçõesmais detalhadas sobre o desempenho dos búfalos de água e de pântano, quer nos

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seus ambientes de origem, quer sob condições de manejo e de alimentaçãouniforme nos diferentes ecótipos.

Os sistemas de avaliação e de seleção de reprodutores (as) são aindainsatisfatórios. Há necessidade de reunir os pequenos rebanhos de mesma raçapara se desenvolver os testes de progênie. Para isso, precisamos desenvolver umsistema uniforme de coleta de dados do animais. A escolha de reprodutoraspara mães de touros, a seleção dos touros, o uso da inseminação artificial e atéa tecnologia de ovulação múltipla de embriões precisam ser desenvolvidas paraa conservação dos recursos genéticos, evitando a perda de germoplasmas supe-riores e aumentando o ganho genético através de seleção e do uso do materialgenético disponível.

O emprego do mesmo germoplasma em raças puras ou cruzadas precisaser adotada para determinar as diferenças inter e intra raça dentro de linhagens,e ainda para melhorar as raças e o desenvolvimento dos sistemas de criação.

Os resultados revelam também que as raças dos búfalos de rio podem serusados para melhorar as raças para a produção de leite, carne e trabalho.

VI - CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

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EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DOS BUBALINOS

LEONARD C. KEARL*

1. INTRODUÇÃO

MANSON (1974) citando Bohlen (1958) mostrou que dentro da triboBovini a classificação geral distingue três grupos: Bovina, Bubalina (BúfalosAsiáticos) e Syncerina (Búfalos Africanos). Quanto ao acasalamento entre ostrês grupos tem-se observado, que nunca houve um caso de concepção ou denascimento de um produto. Aparentemente, o intercruzamento entre estes gru-pos é impossível.

Quanto aos Bubalus (Asiático) e os Syncerus (Búfalos Africanos) estestêm várias características físicas em comum, havendo também muitas diferen-ças. Algumas delas são: o tamanho, o contorno superior da cabeça, as orelhas ena formação dos ossos do crânio. Também, os chifres dos búfalos asiáticoscrescem na lateral da cabeça e são mais longos, sem uma inserção basal pesadacomo nos búfalos africanos.

Nessa discussão faremos referência aos búfalos Asiáticos (Bubalusbubalis) os quais são mais comunmente chamados de búfalos d’água. Escritosantigos e esculturas encontradas indicam que a domesticação do búfalo d’águaé bastante antiga. COCKRILL (1976) refere que os búfalos d’água estão aserviço do homem desde 2500 a 2100 A.C. e tem sido classificados em duasespécies distintas, os búfalos de pântano e os búfalos de rio.

Os búfalos de pântano são comunmente encontrados por toda a Ásia,porém raramente na Europa, África e América Latina. Seu habitat natural cons-titui nas áreas pântanosas e lodosas. Os búfalos de rios são usualmente encon-trados na Índia e Paquistão, preferindo as águas correntes dos rios e represas.Esses búfalos exibem superioridade na qualidade e quantidade de leite efreqüentemente se acasalam com os búfalos de pântanos para melhorar a produ-ção de leite desses últimos.

Nutrient Requeriment of Ruminants in Developing Countries - I.F.I, Utah State University, Logan, USA -Traduzido por Alcides de Amorim Ramos.

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Em algumas áreas os búfalos de pântano são conhecidos como o nomede Carabao. Este nome aparentemente teve origem na Malícia vindo da terrade Mali foneticamente pronunciado Kerbau. O espanhol pronuncia a palavrade Carabao a qual é usada nas Filipinas. Há diversas variedades de Kerbau.Os ingleses na Malásia usaram o termo Kerbau. Os búfalos de pântano foramchamados Kerbau (Sewah) e búfalos de rios Kerbau - (sapi) o que significabúfalo leiteiro. Assim, o termo Carabao foi originalmente usado para identificaros búfalos de pântano, correntemente isto aplica-se para ambos, os búfalos depântano e de rio.

Muitas das características físicas que distinguem os búfalos de pântanodos de rio, não serão abordados aqui. Assim, quem quiser pesquisar estes as-pectos mais profundamente deve consultar “The Husbandry and Health of theDomestic Buffalo” (COCKRILL, 1974).

A população mundial de búfalos tem sido estimada em cerca de: 152milhões de cabeças (FAO, 1985). Desses aproximadamente 97% são encontra-dos na Ásia.

Os búfalos são animais versáteis, usados para todos os tipos de cultivoda terra e cultura, como um meio de transporte (para tração e montaria) noseventos esportivos, cerimônias religiosas, produção de leite e finalmente, comouma fonte de produção de carne.

Os búfalos de pântanos e de rios variam ligeiramente na estrutura corpo-ral, tamanho e cor. Os búfalos de pântanos são reconhecidamente mais baixo,compacto, face curta com musculatura ampla, e pernas curtas. Estes búfalossão usualmente de cor cinza escura, no entanto, com variação que vai do pretoao albinóide, freqüentemente encontrado na população. O búfalo de pântanovaria no peso de 300 a 600 quilos. Geralmente, são utilizados como animais detração, mas, proporcionam pequena quantidade de leite para a família do seuproprietário. Os búfalos de pântano são comunmente encontrados em toda aÁsia, África, Oriente Médio, Europa e América Latina, geralmente habitandoos pântanos e terras lodosas onde eles podem esporjar-se na lama para banhar-se.

Os búfalos de rio da Índia e Paquistão são geralmente pretos. Ocasional-mente, eles têm marcas brancas na cabeça e nas pernas. Eles apresentam um

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corpo mais magro e comprido do que os búfalos de pântanos e pesam de 450 a800 kg. Geralmente, são explorados para leite. Em algumas regiões, no entanto,eles constituem na fonte básica da nação. A produção de leite varia de 1400 a3000 kg durante 300 dias de lactação, período não muito incomum.

MANSON (1974), citando ULBRICH & FISHER (1968) e ULBRICH eFISHER (1967) mencionou que os búfalos de pântanos da Tailândia e do oesteda Malásia têm número diplóide de cromossomos (N=48), no entanto, os daraça Murrah do oeste da Malásia, da Turquia e da Europa têm 50 cromossomos,mesmo existindo diferenças no número de cromossomos, estas duas raças semisturam, acasalam-se e produzem descendentes férteis sem dificuldades. Ge-ralmente, o produto resultante do acasalamento herdará a cor preta e terá carac-terísticas intermediárias na conformação e nos chifres. Segundo informações deRanjhan, as fêmeas F1, provenientes do cruzamento apresentam o desempenhosimilar aos seus pais na produção de leite.

Devido a fisiologia desses animais, a água e lama são essenciais para oseu bem estar. Quando expostos diretamente a ação dos raios solares por longoperíodo de tempo os búfalos mostram sinais de desconforto. A irritabilidade éum dos primeiros sintomas a ser manifestada. Outros sinais, são dados pelosmovimentos. Se o tempo de exposição continua, a ruminação cessa, aumenta osmovimentos respiratórios, começam a salivar através da boca, a escorrer mucopelas narinas e o lacrimejamento, sob condições semelhantes, os Bos indicus eBos taurus exibem apenas algum estresse calórico. Quando os búfalos apresen-tam esses sinais eles devem ser conduzidos às áreas inundadas ou devemos lhefacilitar os acesso à água, através de chuveiros ou banho, assim, eles retornamao normal dentro de curto espaço de tempo. Quando lhe é facultado o acesso aágua, eles permanecem de 5 a 6 horas por dia banhando-se durante os períodosde mais alta temperatura e umidade.

KARNAL & SEIF (1968), KAMAL & ABDELAAL (1968) e KAMAL& SEIF (1969) estudaram os efeitos climáticos sobre: a retenção do Ca e Pmetabolizado; a água total do corpo usando isótopos de água tritiada, o peso noperíodo seco, e o peso corpóreo total correlacionado com a idade usando bovi-nos e búfalos Egípcios. Eles constataram que os búfalos são mais tolerantes aoestresse calorico do que os bovinos frísios..

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2-ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE BUBALINOS

2.1- Crescimento e ganho de peso

O peso ao nascer dos bezerros búfalos variam entre as diferentes raças,mas, usualmente eles atingem 30 a 40 kg para machos e 25 a 35 kg para asfêmeas. Estes pesos são comparáveis ao peso ao nascer dos Bos indicus damesma região. Diversos pesquisadores têm comparado a taxa de crescimentoentre búfalos e bovinos e concluíram que, sob as mesmas condições ambientais,os búfalos apresentam taxa de crescimento superior ao zebu, RANJHAN &PATHAK, 1979. Nos bovinos, os machos são mais eficientes que as fêmeas nautilização dos alimentos.

OGNJANOVIC (1974), em revisão de vários experimentos comparandoo ganho diário médio de búfalos e raças regionais de bovinos, verificou que osbúfalos responderam aos altos níveis de nutrição com um ganho de peso médiocomparável ou excedendo aos bovinos. Em um ensaio, CUMBURIDZE &DALAKISVILLI (1959) apresentaram um ganho de peso médio diário de 1,123kg para os búfalos e apenas 0,680 kg para os bovinos. GHONEIM et al. (1959)comparando o peso vivo dos búfalos e de bovinos Egípcios aos 18 meses deidade, verificaram que os búfalos pesavam 359 kg e os bovinos apenas 263 kg. DZHAFAROV (1958) reportou que o ganho de peso médios dos búfalos jo-vens esteve entre 0,933 a 1,140 kg diários. OGNJANOVIC (1974) trabalhandocom 10 touros bubalinos recebendo uma ração com 1,25 kg de concentrado, 1,0kg feno/100 kg de peso vivo e cerca de 20 kg de forragem verde (ad libitum)ganharam 115,7 kg em 105 dias no experimento, sendo o ganho médio diário de1,097 kg.

Em experimentos comparando a conversão de alimento (kg de alimento /kg de ganho de peso), os búfalos se comportaram de modo similar aos bovinos.

Em ensaio efetuado por SALERMO (1948) e citado por OGNJANOVIC(1974) encontrou-se para bezerros búfalos a taxa de conversão de 1,0 kg deganho para 4,29 unidades Scandinavia de alimentos (USA). Já para, Simental eFrísios preto, vermelho e branco, Pardo Suíço e Holsteins precisaram de 4,64,4,71, 4,79 e 4,94 unidades Scandinavia, respectivamente.

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As informações disponíveis embora sejam limitadas indicam que os bú-falos são bons conversores de alimentos quando submetidos a confinamento.Todavia, pesquisas adicionais são necessárias para determinar as variações daraça e entre raças quanto a conversão e quanto aos tipos de sistemas de manejo(alimentação, instalações, tamanho de animal, etc) para produzir um kg de car-ne de búfalo de forma mais econômica.

O rendimento de carcaças em relação ao peso vivo variou de 48 a 60%,sendo maior para machos quando comparados às fêmeas. Estas porcentagenssão comparáveis às dos bovinos (50 a 63%).

A carne de búfalo é comparada a de bovinos, na sua composição, tenaci-dade, palatabilidade e valor nutritivo. A deposição de gordura no búfalo é limi-tada mais a cavidade do corpo e sob a superfície da pele. O lombo e toda amusculatura corpórea é desprovida de depósito de gordura no seu interior, dife-renciando assim dos bovinos (Bos taurus) mas é similar à carne dos zebuínos(Bos indicus). A carne de búfalo é ligeiramente mais escura do que a carne debovinos ou zebuínos.

Os búfalos quando alimentados adequadamente são abatidos em idadeprecoce e apresentam carne de excelente qualidade que, em teste de apetibilidadee degustação tem sido reportada como palatável, macia e competitiva com ascarnes produzidas por outras espécies de ruminantes. No passado, a disponibi-lidade da carne de búfalos era provenientes de animais que tinham sido impro-priamente manejados até o momento de abate, e submetido às condições indese-jáveis de sanidade até o momento de ser consumido. Sob essas condições decomercialização, não é de admirar que a carne de búfalo não tenha sido aceitaamplamente pelo público consumidor. Medidas devem ser tomadas para corri-gir os problemas do passado para produzir carnes de boa qualidades e magras.Isto aliviaria muito a presente subnutrição em muitas das nações em desenvol-vimento do mundo.

2.2-Consumo de matéria seca

O consumo de matéria seca pelos búfalos varia em relação ao teor de

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energia de sua dieta, que na maioria dos casos é controlada pelo conteúdo defibra. TAPARIA & SHARMA (1980a) acharam que o consumo diário de MSde novilhas búfalas pesando de 220 a 246 kg foi de 75,8, 62,1, 67,5 e 55,8 gMS/P kg0,75 quando os alimentos da dieta consistiam de milho e parte aérea demilho picada (Stover); palha de trigo e trevo egípcio; feno de leguminosa cura-do ao sol (Berseem) e, feno de soja perene curado ao sol respectivamente. Osconsumos diário de MS para os animais pesando de 246 a 269 kg foram 81,6,78, 84,1 e 56,3 MS/P kg0,75, para dietas contendo milho e silagem de milho;feno de gramíneas e feno curado ao sol de (Apluda mutica e Chloris bartata),sorgo e parte aérea de sorgo; milheto e parte aérea (Stover), respectivamente.Os búfalos pesando de 290 a 340 kg consumiram 68,7, 62,4 e 53,1 g MS/Pkg0,75/dia, quando alimentados com dietas de milho e parte aérea de milho;grãos de trigo e palha; feno de gramínea e feno curado ao sol de (Apluda aristatae Themeda spp) ou trevo; feno de trevo egípcio e feno curado ao sol de (Berseen);respectivamente. Estes autores resumiram no seguinte:

“ Deve-se concluir que o tipo de forragem fornecida, na forma picadaou peletizada às novilhas influencia o consumo voluntário e que a composiçãoquímica, digestibilidade, taxa de passagem e a apetibilidade contribuem paraas diferenças no consumo.”

KURAR & MUDGAL (1981), usando búfalas secas e não prenhes, compeso entre 392 e 520 Kg encontraram os seguintes consumo de matéria secapara nove dietas que variaram em função da relação do teor de energia-proteínaou sejam: 57,79; 67,11; 78,81; 57,41; 67,51; 76,62; 56,30; 66,65 e 79,56 g.MS/P Kg0,75 respectivamente, para baixa proteína (BP) sobre baixa energia(BE), média energia (ME) e alta energia (AE); média proteína (MP) sobre BE,ME e AE e, alta proteína (AP) sobre BE, ME e AE. O consumo de matéria secanão foi afetado por nenhum dos três níveis de proteína. A média diária paraestes grupos foram 67,67; 67,08 e 67,22 g MS/P kg0,75 para dietas de baixa,média e alta proteína, respectivamente. O consumo de MS, foi no entanto, sig-nificativamente influenciado pelos níveis de energia das dietas. A média diáriado consumo de MS, para níveis de baixo, médio e alta energia foram: 57,17;67,09 e 78,33 g MS/P kg0,75 respectivamente.

Os teores de energia e de proteína descritos acima foram de 80, 100 e

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120% das normas de manutenção recomendadas por SEN & RAY (1964). Osníveis médios de fibra bruta para baixa, média e alta energia na dieta foram:25,12; 18,13 e 2,60% respectivamente. O consumo de matéria seca como por-centagem do peso corporal foram: 1,24, 1,47 e 1,71 para as dietas de baixa,média e alta energia respectivamente. O trigo e a palha, fornecidos separada-mente e a casca de grãos na mistura de concentrados consistiram na fonte deenergia. O valor da quantidade de energia (Kcal EM/g) foram estimados em2,2; 2,37 e 2,86 para baixa, média e alta energia no concentrado respectivamen-te. Não há referência quanto a quantidade de concentrado e palha consumida,assim, a quantidade da energia da ração consumida não pode ser determinada.

TAPARIA & SHARMA (1980b) alimentando novilhas Murrah não pre-nhes pesando de 170 a 260 kg com dietas mistas por 84 dias constataram que oconsumo diário de MS/P kg0,75 variou de 62,2 a 88,5 g.

A parte aérea de milho (estolho), fenos de gramíneas, feno curado ao sol,palha de trigo e outras palhas foram fornecidas à vontade e a cada uma delas foisuplementada com cobertura de trevo egípcio, feno curado ao sol ou um misturade concentrado. Uma sétima dieta consistindo de cobertura como trevo egípcio,feno curado ao sol e concentrados. O consumo médio de matéria seca dos búfa-los com milho, parte aérea de milho, feno de gramíneas, feno curado ao sol oupalha de trigo, suplementadas com cobertura, feno de trevo egípcio e feno cura-do ao sol foi 69,6 g/P kg0,75. O consumo médio diário de MS dos búfalos commilho, parte aérea de milho, feno de gramíneas, feno curado ao sol e palhasuplementada com uma mistura de concentrado foi 84,6 g/P kg0,75 e, para osbúfalos recebendo a cobertura, feno de trevo egípcio e feno curado ao solsuplementado com concentrados, o consumo diário de matéria seca foi 75,2 g/Pkg0,75. Estes dados indicam um possível efeito da palatabilidade sobre o con-sumo de matéria seca pelos búfalos com várias dietas. Cada animal recebeu 1,0kg de concentrado por dia.

SHARMA & RAJORA (1971) citado por LOUCA et al. (1982) compa-rando o consumo voluntário de bovinos, búfalos, carneiros e cabras consumin-do um feno de gramínea de baixa qualidade, e um feno de leguminosa curado aosol (Apluda aristotata e Themada quadvivalvis) contendo 3,85% de proteínatotal, verificaram o consumo de MS (expresso como MS/Pkg0,75/dia) de 62,4,

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77,2, 50,9 e 41,1 para bovinos, búfalos, ovinos e cabras respectivamente. Oconsumo de MS de palha não tratada e palha embebida em água por cerca de 2horas e assim, fornecidos aos zebuínos e bubalinos foi 83 g MS/Pkg0,75 paraambos, e consumindo palha seca foi de 89 e 90 g MS/Pkg0,75 para bovinos ebubalinos respectivamente.

Quando novilhas búfalas foram alimentadas com feno de alfafa murchaou fresca, feno curado ao sol e feno de trevo egípcio e feno curado ao sol deleguminosa (Berseem), YOELAO et al. (1970) verificaram os consumos de MScomo sendo 102, 63 e 79 g para a alfafa, fresca (exp. 1 e 2) e trevo, feno detrevo egípcio e feno de leguminosa curado ao sol, respectivamente, o coeficientede digestibilidade foi mais alto para a forragem murcha em todos os experimen-tos. A mudança de peso vivo entre as espécies foi -4,25, 1,25, -0,75 e 0,44gramas por dia. YOELAO et al. (1970), citando dados não publicados deSHARMA, RAJORA e MURDIA, revelaram que o consumo de MS dos búfa-los alimentados com dieta de palha (4% de proteína total), foi de 6 g/P kg0,75

dia.O consumo de matéria seca na lactação de búfalas Murrah foi de 132 g/

P kg0,75 quando se forneceu diferentes concentrados SHUKLA, et al. (1972),tendo o consumo diário de MS variado de 98,9 a 148,5 g/P kg0,75/dia. Mas,quando a palha de trigo foi suplementada com 14,5 ou 27,7% de concentrado, oconsumo aumentou para 138,6 e 148,5 g/P kg0,75/dia, respectivamente.

MUDGAL & KURAR (1978) acharam que as búfalas Murrah, duranteo início de lactação, consumiram 11,34; 14,57 e 17,22 kg de matéria seca/diaquando alimentadas com dietas contendo 90, 100 e 130% das normas do NRC(1966b) recomendadas para as necessidades em energia. Nesses ensaios, a pro-teína requerida foi fornecida de acordo com as exigências do NRC. Quando onível de proteína foi elevado a 120% do NRC e o nível de energia foi de 90, 100e 130% das recomendações o consumo de MS tornou-se 15,0; 15,54 e 17,04 kg/dia respectivamente. Pelo aumento do nível de proteína, a média do consumo deMS dos três grupos permaneceu relativamente constante (14,28 vs. 14,89 kg/dia), indicando que o consumo de MS não foi afetado pelo nível de proteína dasdietas. O consumo médio diário de MS (MS/P kg0,75) foi 111,4; 133,8 e 157,7para os animais que estavam recebendo 90, 110 e 130% do NRC, respectiva-

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mente. A energia média das dietas utilizadas foram: 1,79; 1,87 e 1,86 Mcal EM/kg para os três tratamentos.

KURAR & MUDGAL (1980), estudaram as necessidades de proteínapara búfalas Murrah no estágio inicial da lactação e verificaram que seu consu-mo de matéria seca variou em relação ao nível de energia de suas dietas e dainteração entre a proteína e energia. O consumo médio de matéria seca para osdiferentes grupos esteve entre 109,79 e 164,57 g/P kg0,75 /dia para o baixonível de energia e alto respectivamente. SEBASTIAN et al. (1970), verificaramque o consumo de MS da lactação de Búfalas Murrah era significativamentemenor que dos bovinos Sahiwal: 2,54 e 2,95% do peso corporal respectivamen-te. Estas observações parecem de acordo com outros valores que têm sido dis-cutidos. Nos estudos de manutenção e reprodução de lactação de búfalas,KURAR e MUDGAL (1977) concluíram que:

“A utilização de MS foi significativamente (P < 0,05) afetada pelosníveis de energia na dieta e também pela interação entre energia e proteína.”

ARORA et al. (1978) constataram o consumo de MS diária de 87,2 g/Pkg0,75 para búfalos jovens da raça Murrah. Estes foram alimentados com umamistura de concentrado, palha de trigo e forragem verde “ad libitum” váriasvezes ao dia. Baseando-se em uma equação, foi calculada a ingestão de matériaseca (IMS) diária (expressa com g/P kg0,75), no intervalo de 81,40 a 93,84 poranimal com peso entre 70 e 220 kg. O consumo média diário de MS, baseadoem bezerros de 140 a 150 kg, foi 87,83 g/P kg0,75. Este valor está de acordocom aqueles previamente discutidos.

O consumo de MS (expresso em g MS/P kg0,75/dia) para búfalos emcrescimento tem sido determinado usando muitos tipos de alimentos na dieta.Trinta e cinco valores foram vistos e apresentados nos parágrafos acima paraintervalo de 53,1 a 126 g MS/P kg0,75/dia. Na maioria dos casos, o valor doconsumo de MS foi determinado usando alimentos de baixa qualidade como oprincipal ingrediente da dieta. Quando se utilizou os alimentos contendo altonível de energia, o consumo de MS aumentou concomitantemente. Entretanto,para o estabelecimento de uma base para cálculos do consumo de MS apresen-tados nas tabelas, foram usados os dez mais altos níveis de concentrados oualimentos forrageiros de alta qualidade.

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Para o ajustamento presumindo que o consumo de MS é influenciadapor muitos fatores incluindo forma física, níveis de proteína e fibra bruta,palatabilidade e densidade energética, os valores do consumo de MS mostradosna TABELA 1 para búfalos em crescimento têm sido calculados usando o valorde 97,4 g MS/P kg0,75. Este valor de consumo é considerado máximo (cálculoaté 2,5 Mcal EM/kg /MS ) e pode ser ajustado para baixo usando a equação:F = -0,666 + 1,333 ME - 0,2666 ME2. Pelo uso desta equação a ingestão deMS refletiria o máximo consumo diário para cada dieta específica ajustadapara sua densidade energética (Mcal EM/kg MS).

Os nove valores de ingestão de MS mencionados para animais no períodoseco tem média de 67,53 g MS/P kg0,75. Isto não é significativamente diferentede 69,58 g MS/P kg0,75 encontrado para crescimento dos animais. Isso porque,as dietas fornecidas no período seco são de baixa qualidade, o consumo de MSé baixo quando comparado com o que seria esperado quando se usa alimento dealta qualidade energética.

Entretanto, o valor da ingestão diária de MS usada para búfalas no perí-odo seco é a mesma (97,4 g MS/P kg0,75) que aquela usada para animais emcrescimento.

Os dez valores de ingestão de MS apresentados para búfalas em lactaçãovariam de 98,9 a 164,57 g MS/Pkg0,75/dia. Eles têm a média de 133,1 g MS/Pkg0,75. Como se viu anteriormente, as dietas para búfalas que atingiram estealto nível de consumo também continham forragem de boa qualidade e/ou fo-ram acrescidas de concentrados. Este valor (133 g MS/P kg0,75), ajustado paraa quantidade de energia, tem sido usado na previsão de consumo de MS para oinício da lactação de búfalas, valor este que está de acordo com a média de 132g MS/Pkg0,75/dia encontrada por SHUKLA et al. (1972) para dietas contendomisturas de forragens na alimentação de búfalas Murrah em lactação em váriasproporções.

Na ausência de informações referentes a ingestão de MS por búfalos emseu último trimestre de prenhes, assume-se que a consumação seja aproximada-mente a mesma dos animais em crescimentos (97,4 g MS/Pkg0,75/dia). Porqueas exigências em nutrientes aumentam durante este período, devendo à dietaconter nutrientes adicionais, especialmente energia, proteína e minerais.

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Para engorda de animais jovens devemos utilizar os valores de ingestão dematéria seca (DMI) determinados por ARORA et al. (1978).

2.3- Consumo de água

Em virtude do búfalo ser considerado um animal semi-aquático, a água éextremamente importante para a sua sobrevivência. No calor, os búfalos reque-rem freqüentemente acesso á água ou deve banhar-se para auxiliar a eliminaçãodo calor corpóreo. Não há estudos a respeito do estresse dos búfalos com longosperíodos desprovidos de água. No geral, nos ambientes em que estes animaissão encontrados a necessidade de banhar-se não parece ser um problema signi-ficativo.

Os búfalos têm sido observados bebendo água varias vezes ao dia duran-te as estações quentes. Durante a seca onde eles são forçados a pastar longe dasfontes de água, a bebida é geralmente restringida a duas vezes (pela manhã e atarde). A perda diária de água do búfalo é estimada em: 6, 15, 16 e 18 kg,observadas durante as estações de inverno, outono, primavera e verão respecti-vamente, (MASON, 1974) . Também, o consumo de água pelos búfalos foimaior do que os bovinos. Estudos efetuados no Instituto de Pesquisas Veteriná-ria da Índia (IVRI), Izatnagar, Índia (GHOSH et al. 1980) não mostraram dife-renças entre o consumo de água por búfalos e zebuínos. Animais pesando emmédia 270 kg de peso vivo, consumiram aproximadamente 20 litros de águadurante o inverno e 36 litros durante o calor de verão. A perda através da eva-poração foi em média de 5 e 19 litros durante o inverno e verão, respectivamen-te. KAY (1974) mostrou que búfalas adultas em lactação bebem 45 litros deágua diariamente para manutenção e 45 litros para a produção de leite. Pesqui-sas complementares deverão determinar com maior precisão a necessidade diá-ria de consumo de água pelos búfalos.

2.4 - Hábitos alimentares

As informações existentes na literatura sobre este assunto é de natureza

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geral. Pesquisas adicionais são necessárias para definir os hábitos alimentaresdos búfalos.

O conhecimento científico referente aos hábitos alimentares e seletividadede plantas pelos búfalos é muito limitado. É conhecido, no entanto, que os búfa-los consomem maior quantidade de forragem de baixa qualidade e são capazesde ter boa performance. Os búfalos d’água são bons pastejadores e são assimconhecidos pela sua habilidade de submergir abaixo da superfície da água abusca de plantas aquáticas ou que são cobertas no período das inundações.

Os búfalos usualmente pastejam pela manhã das 6:00 às 10:00 horasretornando para a sombra ou um espojadouro, onde permanecem até cerca das15:00 horas. A partir daí, eles retornam ao pastejo e continuam a fazê-lo até às19:00 horas. Durante às estações secas os búfalos, começam o pastejo pelamanhã, continuam por várias horas, atravessam a tarde, e ocasionalmentepastejam à noite. Os búfalos comem uma grande variedade de gramíneas, ervase arbustos.

3 - EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS

O búfalo, igual a outras espécies de ruminantes pode converter alimentosvolumosos de baixa qualidade dentre as fontes de energia utilizadas, e de outrosnutrientes essenciais. Freqüentemente, no entanto, é difícil para os búfalos con-sumirem quantidade suficiente desses alimentos de baixa qualidade para extrairsuas necessidades de manutenção, crescimento, reprodução, produção e traba-lho. Estas são as causas do lento desenvolvimento do búfalo em muitas partesdo mundo e da idade (3,5 a 4,0 anos) para que a novilha venha parir seu primei-ro produto. É de conhecimento geral pela revisão da literatura, que com umanutrição adequada se abreviaria este período de tempo por vários meses.

Também, a produção média de leite por animal pode ser aumentada, pelofornecimento adicional de nutrientes durante o período crítico de estresse. Asnecessidades dos búfalos para energia, proteína, cálcio e fósforo serão discuti-das nos capítulos seguintes. Também as necessidades para cada nutriente comoabordada na literatura será apresentada, e o procedimento usado no desenvolvi-

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mento das equações usadas para prever os valores apresentados nas tabelasserá explicado.

Os valores apresentados foram estimados a partir das informações doautor e foram consideradas como adequadas par atender as necessidades míni-mas para manutenção, crescimento, prenhes e produção. Entretanto, a necessi-dade para cada nutriente não é precisamente conhecida, ném a variação indivi-dual na resposta a mesma dieta. As necessidades de nutrientes recomendadasnesta comunicação servirão de base para formulação de dietas que satisfaçamplenamente as necessidades requeridas pelos animais.

3.1 - Energia

Uma provável deficiência de energia limita o desempenho dos búfalosmais do que um outro simples fator nutricional. Isto é devido a limitação noconsumo ou porque o alimento é de baixa qualidade. Os alimentos de baixaqualidade são usualmente difíceis de serem digeridos e permanece longo tempono sistema digestivo.

Isto freqüentemente reduz a ingestão da matéria seca a qual é um proble-ma complicado. Quando a forragem consumida contém alta taxa de água aingestão de energia e de outros nutrientes é geralmente reduzida.

Muitos fatores afetam as necessidades de energia dos búfalos. Nestesincluem-se o tamanho, a idade, estágio de prenhez, a produção, o crescimento eos fatores de estresse ambiental.

Alguns dos fatores de estresse são: a temperatura, o vento, a necessidadede água e sombra. Também, as doenças e parasitas (internos e externos) influ-enciarão a ingestão e a utilização da matéria seca.

A necessidade de energia para as várias funções fisiológicas dos búfalossão dadas na TABELA 1, assim como as necessidades diárias de nutrientes. Naprática os programas de alimentação e a quantidade de alimento da dieta devevariar dos valores recomendados na tabela para compensar a resposta dos ani-mais, ao estresse ambiental, a idade e ao consumo de matéria seca pelos búfa-los.

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3.1.1 - Energia para manutenção

Os animais são geralmente mantidos nas fazendas com o objetivo de pro-duzirem leite, carne e trabalho. Os valores das necessidades de manutenção, noentanto, servem como uma linha básica para o cálculo da quantidade de energianecessária para satisfazer as várias funções fisiológicas e os níveis de produçãoesperados. As necessidades de manutenção de animais adultos podemfreqüentemente serem atendidas pelo uso de dietas contendo forragens e outrosalimentos de baixa qualidade acompanhadas de quantidade necessárias de mi-nerais.

A necessidade de energia contido na TABELA 1, foi calculada usando naequação 125 Kcal/P kg0,75/dia. Este valor foi determinado a partir de 6 refe-rências que aparecem na literatura. Infelizmente esta não é uma referência comonorma nutricional que representasse os búfalos nos países desenvolvidos, osdados que usamos aqui foram obtidos de pesquisas conduzidas na Índia. Espe-ramos que nas futuras edições desse trabalho e de outras publicações sobre asnecessidades de nutrientes dos búfalos conterão dados representativos da popu-lação mundial de búfalos.

KURAR & MUDGAL (1981) verificaram que o consumo de energiametabolizável pelas búfalas no período seco variou de 100 a 147 Kcal/P kg0,75.Esta variação estava associada à relação de energia e proteína da dieta. Quantomais alto o consumo de energia bruta maior será o consumo de energiametabolizável. A mudança do peso corporal não foi observada. Esses valores,entretanto, não puderam ser usados no cálculo das necessidades de energia.

KURAR e MUDGAL (1977) verificaram que as necessidades diárias deenergia metabolizável de búfalas no período seco era de 130,2 Kcal/P kg0,75.SIVAIAH e MUDGAL (1978) acharam que a manutenção da energiametabólizavel para búfalas em crescimento era de 188 Kcal/P kg0,75. ARORAet al. (1978) verificaram que os animais jovens, e bezerros em crescimentorecebendo uma dieta de mistura de concentrado, palha de trigo, e feno verde (àvontade) tinham uma necessidade diária de energia metabólizavel variando de186 ( para bezerros de 70 kg) a 206 ( garrotes de 220 kg) Kcal/P kg0,75 para

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manutenção e ganho diário de 465g.Estudos publicados na Índia onde as pesquisas com búfalos tem sido

conduzidas há muitos anos tem estabelecido plenamente as necessidades de ener-gia e proteína para manutenção, crescimento, gestação e lactação de búfalas.

Segundo comunicação pessoal de RANJAHAN & MUDGAL a necessi-dade de energia metabolizável que está em uso na Índia para os bubalinos ba-seia-se nos dados modificados de SEN et al (1978). A necessidade de energiametabolizável para manutenção foi basicamente estimada usando o valor de125 Kcal/P kg0,75 por dia para animais em crescimento e adultos no períodoseco.

RANJHAN e PATHAK (1979) usaram o valor de 122 kcal ME/P kg0,75

por dia como sendo a necessidade de manutenção para búfalos indianos e desen-volveram uma norma nutricional baseada nos trabalhos produzidos na Índiacom búfalos.

O valor de 125 kcal/P kg0,75 é ligeiramente mais alto do que as necessi-dades de manutenção média de energia metabolizável requerida pelos bovinos(118 kcal/P kg0,75) usadas na estimativa das necessidades de energiametabolizável apresentada na tabela para os bovinos.

3.1.2 - Energia para crescimento

Trabalhos feitos nas Filipinas (PCARR, 1978) sugerem que as necessi-dades de nutrientes dos búfalos são mais do que as dos bovinos. Quando osbúfalos da raça Murrah foram alimentados com rações balanceadas para pro-dução de carne utilizando a necessidade de energia do NRC para bovinos emcrescimento e produção não apresentaram resultados favoráveis. Quando asdietas foram formuladas com 10, 20 ou 40% das necessidades recomendadaspelo NRC, foi observado no entanto, uma resposta significativa no crescimentoe produção de leite.

As informações a seguir, indicam que quando os búfalos recebem umaalimentação adequada a média de ganho diário é comparável aos bovinos. RATHIe SINGH (1971), citado por ICHHPONANI et al. (1977) verificaram ganhosde 17,2 kg por mês durante os cinco primeiros meses de vida. SINGH et al.

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(1971), citado por ICHHPONANI et al. (1977) encontraram crescimento má-ximo de 0,820 kg por animal/dia da oitava a décima semana de idade.MAYMONE e BERGONZINI (1960) relataram que búfalos jovens consumi-ram menor quantidade de matéria seca (1,19 e 1,52 kg) e requeriram menorquantidade de alimento por quilo de ganho peso corporal (1,700 VS. 3,120 kg)do que os bovinos jovens com revelaram os dados de HAECKER (1929). Oganho médio diário foi 688 gramas e 485 gramas para búfalos e bovinos jovens,respectivamente. Vários trabalhos tem apresentado que os bezerros jovensrecebendo altas dietas de proteínas e energia apresentaram excelentes ganhosmédios diários.

SHARMA, (1974), mostrou que os bezerros búfalos recebendo dietascontendo 20% ou mais de NDT do que o recomendado pelo NRC (1968) supe-raram o grupo controle. SHARMA e TALAPATRA (1963) citado porICHHPONANI et al. (1977) relataram que garrotes alimentados com um altonível de nutrição, durante 285 dias apresentaram a média de ganho diário de634 gramas entretanto, sob nível médio ganharam apenas 399 gramas por dia.

RANJHAN (1980) sugeriu que para uma taxa de crescimento de 700gramas por dia esta poderia ser obtida com uma boa alimentação contendo fenode leguminosa sem adicionar concentrado na dieta. Geralmente, búfalos sendoalimentados para abate atingem o peso ideal entre 19 e 22 meses de idade.

SIVAIAH & MUDGAL (1978) calcularam somente o valor de energiametabolizável disponível, estimando a necessidade energética para ganho de umkg de peso como sendo 2,21 Kcal EM/g. Este valor não foi usado porque reve-lou-se extremamente baixo. Informação pessoal dada por RANJHAN &MUDGAL indica que a necessidade de energia metabolizável por grama deganho de peso pode variar de 10 a 15,6 Kcal/g para animais pesando de 200 a500 kg. Nos animais adultos as necessidades de EM aumentam para cada quilode ganho de peso vivo. Esta quantidade ou seja: 1 Kcal para cada 50 kg deganho de peso vivo acima do valor básico de 10 Kcal por grama de ganho. Ovalor de 10 Kcal por grama de ganho foi usado para animais pesando 100, 150,200 e 250 kg; 11 Kcal por grama de ganho para animais de 300 kg, 12 Kcal porgrama de ganho para animais de 350 kg, etc. Este procedimento foi usado nasdeterminações das estimativas que aparecem na TABELA 1. Por exemplo: ani-

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mais com 400 kg precisariam de 11,18 Mcal para manutenção, mais 13 Mcalpara 1 kg de ganho de peso. Estas estimativas são calculadas da seguinte ma-neira:

Necessidade de EM para manutenção (EMM):EMM = 4000,75 x 125 = 11.175 Kcal.

Necessidade de EM para ganho de peso (EMG):EMG = 13 Kcal x 1000 g = 13.000 Kcal

____________Necessidade diária de EM total(EMT) 24.175 Kcal

ou 24,2 Mcal

MATASSINO et al. (1978) revelaram que a composição muscular dosbovinos e bubalinos variam nas quantidades de água, proteína, matéria seca egordura. A carne de búfalo contém menor quantidade de matéria seca e gordurae mais água e proteína. Isto deve influenciar as necessidades de energia porunidade de ganho de peso vivo.

3.1.3 - Energia para prenhez

O autor foi incapaz de achar alguma referência sobre a energia requeridapara búfalas durante a gestação. Na ausência desta informação, sugere-se queos valores estabelecidos para ganho nos animais jovens deve ser acrescido dasexigências requeridas durante os últimos meses da gestação. Isto, devido aomais longo período de gestação do búfalo (312 vs 284 dias) e menor peso aonascer dos bezerros quando comparado ao do Zebu, talvez a necessidade de EMdurante a gestação seria reduzida de uma pequena percentagem. Para conveni-ência disso usa-se os valores padrão onde, a EM requerida para búfalas nosúltimos três meses de gestação tem sido ligeiramente modificada para proporci-onar 400 gramas de ganho de peso /dia, nos produtos da concepção (TABELA1). Esta estimativa foi calculada usando as necessidades requeridas de 125 Kcal/P kg0,75 com a adição das necessidades estimadas de 10 Kcal por grama deganho de peso vivo. Considerando um animal de 500 kg, as necessidades seri-

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am:

Necessidade de EM para manutenção (EMM):

EMM = 5000,75 x 125 = 13.212 Kcal

Necessidade de EM para crescimento do produto (EMC):

EMC = 10 Kcal x 400 g = 4.000 Kcal____________

Total diário de energia requerida (EMT) = 17.212 Kcal ou 17,2 Mcal

3.1.4 - Energia para lactação

Os dados das pesquisas realizadas indicam que a necessidade de energiadurante a lactação é mais alta no búfalo do que para os bovinos. MUDGAL eKURAR (1978) verificaram que a necessidade de EM para manutenção duran-te os primeiros estágios de lactação foi 158,54 Kcal ME/P kg0,75 enquanto osbovinos durante este período necessitaram de 129,53 Kcal EM/P kg0,75. Isto é,aproximadamente 18% a menos do que o valor encontrado para os bubalinos,em outras palavras, os búfalos necessitaram de 23% a mais de EM do que osbovinos durante o estágio inicial da lactação. As necessidades de EM requeridapara manutenção dos búfalos decresceu para 119,57 Kcal EM/P kg0,75

(SIVAIAH & MUDGAL, 1978) durante a metade da lactação.SEBASTIAN et al. (1970) sugeriram que as necessidades para manuten-

ção de búfalas em lactação é cerca de 38% mais alta do que para as vacas emlactação quando de mesmo tamanho. Estes autores revelaram que as necessida-des de manutenção das búfalas era de 3,76 kg de NDT (13,6 Mcal de EM)comparada a 2,10 kg de NDT (7,6 Mcal de EM) para os bovinos. O consumode energia expresso como sólidos de leite corrigido (SLC) por unidade de ener-gia, no entanto, foi semelhante para ambas as espécies. Também revelou-se queos búfalos foram mais eficientes na obtenção de proteína e minerais dos alimen-

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tos de baixa qualidade do que os bovinos e que a digestibilidade de fibra brutafoi significativamente mais alta para búfalos. Isto, tem sido um dado conflitantesobre a quantidade de energia requerida pela lactação do búfalo. MUDGAL eKURAR (1978) verificaram que as necessidades de lactação de bovinos mesti-ços e búfalas, determinadas do balanço de energia foi de 130,66 e 158,54 KcalEM/P kg0,75, respectivamente. Eles concluíram dizendo:

“É claro que a eficiência da utilização da energia metabolizável (EM)para produção de leite foi maior nos búfalos do que nos bovinos, assim, estesdevem requerer mais energia metabolizável para produção de leite.”

RANJHAN (comunicação pessoal) revelou que a necessidade de energiametabolizável para búfalo em lactação é próxima da dos bovinos (132 Kcal/Pkg0,75) como indica a informação acima. SIVAIAH e MUDGAL (1978) reve-laram que a necessidade de energia metabolizável para manutenção no meio dalactação é de 120 Kcal/P kg0,75.

A média dos três valores apresentados (159, 120 e 132) é 137 Kcal/Pkg0,75/dia. Este valor foi usado no cálculo das necessidades requeridas paramanutenção de búfalas em lactação.

O conceito geral aplicado no estabelecimento da energia metabolizávelrequerida, nos animais em lactação é proporcionar uma nutrição adequada parasuportar as necessidades em nutrientes da produção de leite e manutenção semprovocar mudança apreciável na composição corpórea (perda ou ganho de peso).Quando a quantidade requerida de nutrientes para atender estes resultados, foideterminada a necessidade de manutenção estabelecida em experimentos de ali-mentação de búfala vazia e seca ou em animais de características, similares notamanho ou outra característica é subtraída e assume-se ser o balanço de ener-gia metabolizável necessária para a produção de leite.

A necessidade de nutrientes para búfalas em lactação dependerá da quan-tidade de leite produzida e do seu conteúdo de nutrientes. A quantidade de leiteproduzida dependerá da raça e das características individuais da búfala, e dotipo da dieta que está sendo fornecida. O conteúdo médio de gordura do leite debúfala, independente da raça, é de 6 a 8%. Isto é consideravelmente mais altoque o nível de gordura dos bovinos (Bos spp, 3,6%), cabras (4,5%) e compará-vel ao do leite de ovelhas (7,4%) e suínos (8,5%).

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Além disso, a energia metabolizável necessária para produzir leite de-penderá de outros constituintes como a proteína, sólidos não gordurosos, etc..MUDGAL e KURAR (1978) verificaram que as necessidades de energiametabolizável por kg de leite ajustado a 4% de gordura é de 1.603 Kcal comuma eficiência de utilização de 46,7%. SHUKLA et al. (1972) encontraramuma eficiência de conversão da energia metabólica acima da manutenção e den-tro da energia para produção de leite estando entre 51,75 e 78,6% com búfalasem lactação alimentadas com diferentes níveis de concentrado.

Comunicação pessoal de RANJHAN citado por SRIVASTAVA (1970)revelou o valor de 1.171 Kcal EM/kg de leite a 4% de gordura. RANJHAN ePATHAK (1979) recomendaram o valor de 1.188 Kcal EM/kg de leite a 4% emsuas publicações (MANEJO E ALIMENTACÃO DE BÚFALOS). SEN et al.(1978), em sua norma de alimentação para uso na Índia também recomendaram1.188 Kcal EM/kg de leite a 4%de gordura. SIVAIAH e MUDGAL, no entanto,apontaram o valor de 1.003 Kcal EM/kg de leite a 4% a partir da metade dalactação.

As necessidades de EM sugeridas por kg de leite a 4% usada na TABE-LA 2 foram calculadas usando o valor de 1.230 Kcal. Isto é, a média dos cincovalores previamente selecionados e é comparável aos valores usados para bovi-nos 1.144; ovinos 1.250; e cabras 1.203 Kcal/kg de leite corrigido a 4%.

A utilização de energia para produção de leite às vezes variou em relaçãoa quantidade de energia da dieta que usualmente é baixa em energia. Algunstrabalhos indicam também que dietas com excesso de 3 Mcal EM/kg na matériaseca deve diminuir a eficiência da sua utilização. A razão energia-proteína tam-bém afeta a maximização da utilização de EM durante a produção de leite.Obviamente, a dieta deve conter proteína suficiente para satisfazer a quantidadede leite secretada. Por outro lado, a proteína teria que sair dos tecidos corporais.

TYRRELL e REID (1965) sugere a seguinte fórmula para a estimaçãoda quantidade de energia (Kcal/kg) contida no leite dos bovinos:

Energia Kcal/kg de leite = 92,25 G + 49,15 SNG - 56,40onde,

G = porcentagem de gordura (±8,0%) e

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SNG = porcentagem de sólidos não gordurosos.(±10,35%)

Pelo uso desta fórmula um estimador da necessidade de energia podeser determinada pela variação da gordura do leite e pelo conteúdo de sólidosnão gordurosos.

GAINES (1928) sugere a seguinte fórmula quando o conteúdo de gordu-ra do leite é o único constituinte conhecido:

Energia Kcal/kg de leite = 748 (0,4 + 0,15 %G)onde,

%G = porcentagem de gordura.

Isto, deve se ficar claro que este valor de energia refere-se somente aaquela contida no leite. Dietas energéticas devem propiciar quantidades sufici-entes para cobrir o que é perdido na conversão a partir de uma dieta para produ-zir leite. Assim, assumindo uma deficiência de 60%, seria requerido um consu-mo de EM de 1247 Kcal/kg de leite a 4%.

3.1.5 - Energia para trabalho

A necessidade energética para trabalho é influenciada por vários fatores.Entre estes está a intensidade e duração do trabalho, as condições ambientais efísicas na qual, o trabalho está sendo efetuado, a saúde e as condições do ani-mal.

Algumas pesquisas tem sido realizadas com cavalos nos Estados Unidosassociadas com vários níveis de atividades físicas. Sugestões destas fontes (NRC,1978b) indicam as seguintes necessidades em Kcal de EM/kg de peso corporal(PC)/h:

Andando = 0,41 Kcal/kg de Peso CorporalTrote devagar = 4,10 Kcal/kg de Peso CorporalTrote ligeiro = 10,25 Kcal/kg de Peso CorporalGalopando = 18,86 Kcal/kg de Peso CorporalAtividade extrema = 31,98 Kcal/kg de Peso Corporal

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Pode-se ver dessas estimativas que a necessidade energética não é ex-cessiva mas aumenta rapidamente quando a atividade física extrema é atingi-da.

Muitos trabalhos como drenagem, aração e cultivo em geral feitos pelosbúfalos levam a sua performance ser feita a passos lentos e não requerem gran-de quantidade de energia. RANJHAN e PATAK (1969) publicaram recomenda-ções de exigências para trabalho em seu livro (MANEJO E ALIMENTAÇÃODE BÚFALOS). Seus valores são similares a àqueles apresentados na TABE-LA 1 os quais foram estimados usando as necessidades de manutenção (125Kcal/P kg0,75) mais a energia requerida para trabalho (calculada como 2,4Kcal, EM/kg peso vivo/h). Por exemplo, um búfalo pesando 300 kg trabalhan-do 4 horas necessitaria:

Exigência de EM para manutenção (EMM):EMM = 3000,75 x 125 = 9.010 Kcal

Exigência de EM para trabalho (EMT): EMT = 300 x 2,4 x 4 = 2.880 Kcal

__________Necessidade de EMT por dia = 11.890 Kcal

ou 11,9 Mcal

Este valor (11,9 Mcal) é comparável a 11,4 Mcal de EM como sugeriuRANJHAN & PATHAK (1979) para um búfalo de 300 kg numa performancenormal de trabalho. Suas necessidades para trabalho pesado (búfalo de 300 kg)foi de 14,4 Mcal de EM, comparada à 13,9 Mcal de EM usando este método.

Sob as condições descritas acima a necessidade de EM de um búfalotrabalhando em serviço leve e pesado pode envolver nestas várias atividadesfísicas por um período de cerca de quatro horas, ou em trabalho pesado por oitohoras por dia.

Assim, a energia necessária para o trabalho é medida com maior preci-são, ou seja, sugere-se que a quantidade de alimento seja de acordo com as

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necessidades exigidas pelo búfalo em boas condições de trabalho.

3.2 - Proteína

A proteína como é vista na discussão refere-se às necessidades do animalpara alimentos nitrogenados. Estas substâncias (aminoácidos) constituem nomaterial que os animais necessitam para construir seus tecidos (musculatura,tendões, etc.) e fazer a reposição de células. Há muitas informações sobre asnecessidades de aminoácidos de animais ruminantes, onde o valor protéico seráusado como estimador dessa necessidade.

As exigências de proteína para crescimento, produção, reprodução e/outrabalho incluem a quantidade necessária para a manutenção dos animais. Anecessidade para manutenção aumenta com o tamanho do corpo, mas decrescecom a aproximação do animal da maturidade devido o diminuição da necessida-de de proteína nos tecidos corporais. Não há relação constante entre as exigên-cias de um animal jovem e adulto. Por isso, as necessidades são estabelecidaspara diferentes estágios de crescimento e atividades fisiológicas dos animais,sempre atendendo a demanda para produção, reprodução e trabalho. Todavia,algumas evidências indicam que a interação entre energia e proteína, influênciaa utilização da energia pelo animal. Assim, as dietas contendo proteína em ex-cesso, permite utilizar plenamente a energia disponível, reduzindo o custo porunidade de produção.

A manutenção do balanço de nitrogênio nos búfalos, deve ser proporcio-nada na quantidade suficiente que permita o processo metabólico, a perda pelasfezes, além de proporcionar o crescimento, a produção e a reprodução. Cadauma destas funções será tratada separadamente.

3.2.1- Proteína para manuteção

Todos os animais desatento na sua dieta ou função fisiológica durante oseu desempenho, terá perda de nitrogênio na urina. Esta perda é constante porunidade de peso (Pkg0,75) A perda através das fezes no entanto, estará varian-do com a composição da dieta de manutenção e do nitrogênio fecal. A poção

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perdida nas fezes contém substâncias que se originam dentro do corpo do ani-mal como resíduos provenientes das bactérias, células das paredes do trato gastrointestinal e resíduos do suco digestivo e outras secreções. A perda de nitrogê-nio fecal deve ser relativamente constante em termos do tamanho do corpo,este varia com a porção do nitrogênio fecal total.

O nitrogênio total depende da digestibilidade da dieta de proteína proces-sada pelo animal. KURAR & MUDGAL (1981) alimentaram búfalas vaziascom dietas de palha de trigo, e concentrado, representando 80, 100 e 120% dasnecessidades estabelecidas por SEN & RAY (1964) para digestibilidade da pro-teína (DP) e nutrientes digestivos totais (NDT). Eles encontraram que o consu-mo da dieta de alta energia aumenta a perda de nitrogênio fecal significativa-mente (P < 0,01), e que a perda através da urina não foi significativamenteafetada (P< 0,05), pelo nível de proteína ou energia na dieta. O balanço protéico(Pkg0,75/dia), no entanto, foi significativamente afetado (P < 0,05), pelos ní-veis de proteína e energia da dieta. Esses autores sugerem que as necessidadesde proteína dos búfalos são menores que as recomendadas para os bovinos peloNRC (1976) e outros trabalhos anteriores (WOODMAN, 1957; LANDER, 1949;citado por KURAR e MUDGAL, (1981).

Quando o consumo de proteína digestiva como g/Pkg0,75/dia foi coloca-do contra o balanço nitrogênio, KURAR e MUDGAL (1981), acharam que asnecessidades de proteína digestiva para manutenção foi de 2.355 g/Pkg0,75/dia, confirmando assim, os dados de SINGH (1965), 2.089 e de GUPTA et al.(1966) 2.846g e o valor de 2.440 g/Pkg0,75/dia obtido por KURAR & MUDGAL(1981). Já, RANJHAN & PATAK (1979) recomendam o valor de 2.840 g/Pkg0,75/dia equivalente ao de SEN et al. (1978).

SIVAIAH e MUDGAL (1978) verificaram que as necessidades de prote-ína digestiva de novilhas búfalas em crescimento era de 3.396 g/Pkg0,75/dia.Isto é, consideravelmente mais alto que o valor de 2.375 sugerido por KURARe MUDGAL (1981) para manutenção de búfalas adultas não prenhez.

NEGI et al. (1968) relataram que as necessidades de energia digestivapara búfalas adultas 365 kg foi de 890 g/454 kg de peso vivo (PV) assumindoque a proteína tenha um valor biológico de 50%. Convertendo esses valorespara proteína digestiva teremos 178 g PD/454 kg de PV ou 1.810 g/Pkg0,75/

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dia. Este valor é ligeiramente mais alto que os usados na determinação dasnecessidades de proteína digestiva, mas parece justificar as considerações che-gando próximo do valor médio utilizado para a estimação da proteína digestiva.

ICHHPONANI et al. (1977) revisando as informações sobre a nutriçãode búfalos verificaram que o trabalho de RATHEE e YADAV (1971) indicavaque bezerros Murrah com idades entre 7 e 13,5 meses cresciam satisfatoriamen-te com uma dieta contendo 20 a 40% menos proteína do que era sugerido porMORRISON’S (1956), quando se proporcionava um nível de energia adequa-do. Também, MALIK et al. (1978) utilizando três níveis de proteína digestívelpara as novilhas búfalas de 2 anos durante 15 meses, concluíram que, até aidade de puberdade, esses animais cresceram normalmente sobre dieta contendo16% menos proteína do que a quantidade sugerida pelo NRC. Muitas vezes, aenergia e outros nutrientes foram suficientes.

Estas informações parecem indicar que os búfalos são capazes de utilizara proteína mais eficientemente do que os bovinos tornando sua necessidade deproteína digestível para a manutenção menor.

A média dos sete valores acima é de 2,54 g/Pkg0,75/dia. Esse valor écerca de 11% mais abaixo do que 2,86 g/Pkg0,75/dia usado para estimar asnecessidades dos bovinos e parece estar de acordo que os búfalos são maiseficientes na utilização de proteína para manutenção do corpo. Assim, o valorde 2,54 g/Pkg0,75/dia foi usado para estimar as necessidades de manutençãoque se acham na TABELA 1.

3.2.2 - Proteína para crescimento

E muito difícil estimar a proteína digestível requerida para crescimentoporque a deposição do nitrogênio varia com a espécie e idade do animal.

Com o esforço usado para estimar a troca na necessidade de proteína emdecorrência da mudança do peso vivo (PV) e da idade do animal a equaçãoelaborada por GENTSCH et al. (1975) foi melhorada com o objetivo de incor-porar os valores de proteína digestível requeridos para manutenção e cresci-mento de acordo com as informações encontradas na literatura e nas informa-ções de pesquisadores dos países em desenvolvimento. Usando o valor de 0,238

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g/Pkg0,75/g de ganho do peso vivo, como sugeriu SIVAIAH e MUDGAL (1978),obtém-se pela equação os seguintes valores:

Necessidade de PD (g/dia) = NDP/g/dia

NDP = 2,54 Pkg0,75 + 0,238g GPV + 0,6631kg PV - 0,001142kg PV2

onde,Pkg0,75 = Kg de Peso metabólicoGPV = Ganho de peso vivoPV = Peso vivo

É essencial que a informação adicional seja generalizada para subesti-mar as necessidades de proteína nos búfalos. Somente assim, poderemos acharo grau de precisão e credibilidade desejada.

Os valores estimados a partir da equação são dados na TABELA 1. Estessão necessários na dieta para atender a necessidade de proteína digestiva debúfalas em crescimento, búfalas vazias e prenhez durante os primeiros 7 mesesde gestação.

3.2.3- Proteína para prenhez (últimos 3 meses)

O crescimento do feto é acompanhado pelo aumento da placenta e flui-dos. O crescimento do feto e de outros produtos da concepção ocorrem lenta-mente durante a fase inicial da gestação. Cerca de um terço do total do produtoda concepção é produzido durante os sete primeiros meses da gestação. Isto,requer naturalmente uma rápida aceleração do desenvolvimento do feto duranteos últimos três meses da gestação. As necessidades são semelhantes as dos bo-vinos (Figura 1).

Durante a fase inicial, nenhum nutriente adicional é requerido para amanutenção, assumindo que a búfala seja adulta e esteja em boas condições.

Quando os animais são jovens, ainda em crescimento ou mesmo os ani-mais adultos que se acham em más condições se tornam prenhes eles precisamser alimentados com proteína digestiva adicional e outros nutrientes para aten-

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der as necessidades de crescimento e de ganho de peso.Sob estas circunstâncias, seria necessário adicionar 20 e 10% nas neces-

sidades de nutrientes requeridos no 1º e 2º parto das novilhas, respectivamente.Aumentando o consumo de nutriente dos animais adultos sob más condiçõesestaremos preparando-os para lactação seguinte. Geralmente, isto resultará numaumento da produção de leite especialmente, durante o estágio incial da lactação.

O peso médio dos búfalos ao nascer se acha entre 28 e 45 kg dependendodo tamanho, raça da mãe e do plano de alimentação que ela recebeu. Assim,cerca de 18 a 28 kg aumenta durante os 90 dias que antecedem o parto. Adici-onado a este aumento no peso do feto se acham as membranas, os anexos embri-onários, etc.. Para estabelecer um valor da estimação das necessidades de proteinadigestível assume-se que o ganho de peso médio diário atribuído ao produtoconcebido durante os últimos 90 dias de gestação é cerca de 400 a 500 g.

Figura 1- Necessidades de nitrogênio do feto em vacas gerando bezerros compeso aproximado de 45 kg (adaptação de CUTHBERTSON, 1969).

Na adição das necessidades de manutenção para proteína digestível (2,54g PD/P kg0,75/dia), a búfala deve proporcionar nutrientes em quantidade sufi-ciente para permitir o ganho de 400 a 500 g que está sendo depositado no pro-

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duto da concepção. É difícil estimar este valor porque o peso do bezerro recémnascido (ou do feto) contém uma alta porcentagem de água do que quandocomparado ao animal em crescimento. Assumindo, no entanto, que o valor écomparável as necessidades de proteína digestível para crescimento, 95 g seránecessário diariamente. (Este valor foi determinado usando a equação apresen-tada anteriormente).

3.2.4 - Proteína para lactação

A proteína deve ser oferecida ao animal em lactação na quantidade sufi-ciente da necessidade requerida para manter as exigências de seu corpo, daquantidade necessária para a secreção do leite e freqüentemente, para permitir odesenvolvimento de um embrião. Durante o estágio inicial da lactação, especi-almente com animais de alta produção, é difícil atender esse objetivo. Sob essascircunstâncias o animal retirará das reservas corporais as suas necessidades.Isto é crítico uma vez que a necessidade de nutrientes (incluindo proteína deveser fornecida ao animal durante este período).

KURAR e MUDGAL (1980) forneceram dietas à búfalas contendo 6variações da relação energia/proteína e encontraram a necessidade de proteínadigestiva de 3,2 g/Pkg0,75/dia. Este valor é ligeiramente mais alta do que 2,54g/Pkg0,75/dia, usado na estimação das exigências para animais que não estãoem produção. A necessidade de proteína digestiva para produção de leite foi126,03 g/100 g de proteína secretada no leite.

SIVAIAH e MUDGAL (1978) estudaram os efeitos de um plano de nu-trição para búfalas durante a metade da lactação e encontraram que as necessi-dades diárias de proteína digestível era de 3,65 g/Pkg0,75/dia, enquanto a ne-cessidade de proteína digestível para 100 g de proteína secretada no leite era de166,34 g. A respeito da grande variação entre esses dois conjuntos de valores, ena ausência de informações adicionais, uma média desses valores (3,42 g/Pkg0,75/dia) foi usada para estimar as necessidades de proteína digestível du-rante o início e meio da lactação.

É evidente que pesquisas adicionais são necessárias para encontrar ovalor real para o uso da estimação das necessidades de proteína e energia para

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búfalos durante cada função fisiológica. Esperamos, que estas estimativas se-jam encontradas em futuro próximo.

3.2.5- Proteína para trabalho

Não há nenhuma evidência que o trabalho aumente as necessidades dosníveis de proteína acima. Há pequena perda de proteína pela superfície corpo-ral, mas a magnitude é desconhecida, e assume-se que ocorre um aumento noconsumo de matéria seca (ou um aumento na quantidade de energia da dieta)para encontrar a necessidade da energia para trabalho deveremos suplementar adieta em proteína para repor as perdas. PCARR (1978), entretanto, sugere asseguintes exigências diárias:

Trabalho leve.......................90 g de proteina digestível (PD).Trabalho moderado............110 g de proteina digestível (PD).Trabalho pesado................130 g de proteina digestível (PD).

Não foi fornecido o peso dos animais, assim, assume-se que eles sejamadultos e tenham peso superior a 275 kg.

3.3- Minerais

Os minerais estão constantemente sendo excretados através do corpo doanimal. Assim, é necessária uma constante suplementação dos nutrientes perdi-dos. Os minerais são requeridos por muitas enzimas e outros sistemas metabó-licos do animal. Sabe-se que alguns dos elementos minerais “perdidos” sãoreciclados, outros são excretados através da urina, fezes e pele e, que em virtudede todas essas perdas endógenas, o animal requer uma suplementação relativa-mente constante destes para sua manutenção. Também, são requeridos mineraispara crescimento, produção e reprodução.

As necessidades de minerais em búfalos incluem, sódio, cálcio, fósforo,enxofre, cloro, cobalto, potássio, magnésio, iôdo, ferro, manganês, zinco, selênioe cobre. Outros, como o fluor, molibidênio, selênio e etc., devem também ser

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necessários, mas, até agora não há evidências suficientes para garantir suasuplementação na dieta dos búfalos.

Quando calculamos as necessidades de minerais dos animais, devemoslevar em consideração as quantidades requeridas de cada elemento para o ani-mal. Minerais como o cálcio e fósforo, devem ter uma necessidade de apenas 40a 50%. Entretanto, a perda de cálcio e/ou fósforo e a quantidade retida no cres-cimento (incluindo o feto) e/ou produção deve ser determinada e assim divididapelo coeficiente de aproveitamento (muitas vezes assume-se o coeficiente de70%). Esta quantidade torna-se então a necessidade diária.

A exigência diária de cálcio e fósforo tende a declinar com o avanço daidade dos animais. Isto porque a habilidade de absorção de cálcio e fósforo dosintestinos dos animais mais velhos tende a diminuir. Assim, as necessidades demanutenção para esses dois minerais permanece relativamente constante.

O sódio e o cloro são elementos essenciais na nutrição de búfalos e po-dem ser economicamente utilizados pela simples adição do sal comum na dieta,assim, eles não serão aqui discutidos.

Embora, vários outros minerais são essenciais na manutenção e produ-ção dos ruminantes, somente, as estimativas para cálcio e fósforo aparecem naTABELA.1 Uma boa mistura mineral ou traços de sais minerais proporcionamuma quantidade adequada de outros minerais encontrados nas exigências dadieta na maioria da regiões do mundo e particularmente no Brasil. Todavia,problemas especiais existem e outros minerais podem ser requisitados.

3.3.1-Cálcio

A necessidade líquida dos animais para o cálcio é calculada a partir doconsumo e das varias perdas endógenas e da quantidade retida no corpo ousecretada com o leite.

AGARWALA et al. (1971) relataram que a necessidade de cálcio paramanutenção de búfalas adultas como sendo aproximadamente de 23 a 25 g/dia.Isto é somente a quantidade estimada pelos autores para búfalas adultas. Este éum valor similar ao sugerido por RANJHAN ( comunicação pessoal), que foiusado para estimar a necessidade de cálcio listada nas tabelas para manutenção

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e todas as funções fisiológicas.O cálcio contido no leite produzido deve ser adicionado nas necessidades

de manutenção. Também as jovens novilhas necessitam de cálcio adicionalpara garantir o seu crescimento durante sua primeira e segunda lactações. Anecessidade estimada usada na TABELA 2 varia de 2,9 g/kg de leite contendo5% de gordura à 4,1 g/kg de leite com 11% de gordura.

3.3.2- Fósforo

O fósforo é, talvez, o mais deficiente mineral da dieta dos bovinos emtodo o mundo. A maioria das forragens naturais contém baixo nível de fósforo.Estes alimentos sendo os mais utilizados na nutrição dos ruminantes, muitocuidado se deve tomar para garantir que a dieta contenha quantidade suficientepara satisfazer todas as necessidades de manutenção, crescimento, gestação elactação.

AGARWALA et al. (1971) estudaram, as necessidades de fósforo dosbúfalos para manutenção usando três fontes (fosfato bihidrogenado de sódio,fosfato bicálcio e fósforo contido no farelo de trigo). Deste estudo, eles indica-ram as necessidades de fósforo como estando entre 12 e 17 g/dia. Estes valoressão úteis apenas para os autores. A média destes valores (14,5 g/dia) é seme-lhante àquela sugerida por RANJHAN (comunicação pessoal), que é usada naTABELA 1.

A necessidade para a gestação, produção de leite e crescimento, foi deter-minada por RANJHAN (1980), além disto, quando aplicada, deve-se adicionara necessidade para a manutenção e a necessidade de fósforo para cada funçãofisiológica que se acha apresentada na TABELA 1.

Tem-se tomado cuidado para que a relação de Ca:P não se exceda arelação de 3:1. Sabe-se que isto pode ser mais alto sem provocar efeitos deleté-rios e, em muitas situações praticas de alimentação onde as forragens são so-mente fontes de alimentos, isto pode ocorrer. Sob condições iguais a essa noentanto o fósforo seria fornecido em quantidade suficiente para atender o míni-mo necessário como mostra a TABELA 1.

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TABELA 1- Necessidades diárias de nutrientes de búfalos

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a - A proteína total foi calculada da proteína digestível.b - Os pequenos animais não terão ganhos maior que 1 a 1,25% do peso vivo exceto quando as

dietas têm grande quantidade de gordura, isto é, leite ou leite recondicionado.c - A energia deve ser suplementada somente para crescimento da glândula mamária, etc., primeiro nas novi-

lhas.d -Aumentando todas as necessidades nutricionais, exceto de 20% a Vitamina A, durante a primeira lactação e

10% durante a segunda para permitir o crescimento.e - A energia foi calculada usando o valor de 2,40 kcal EM/h de trabalho/kg de peso vivo mais a EM necessária

para manutenção e trabalho.f - Um fator seguro de 10% tem sido acrescido para as necessidades de PD para crescimento e manutenção de

búfalos em trabalho moderado e 20% par trabalho pesado.

NOTA: Os ajustes para produção de leite seriam feitos de acordo com as informações contida na TABELA 2.Os nutrientes necessários para a produção de leite devem ser acrescidos nas necessidades de manuten-ção para atingir a necessidade total de manutenção e produção.

TABELA 2. Necessidades nutricionais de búfalas em lactação para diferentesníveis de gordura (Nutrientes/kg de leite).

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5. ANEXOS:

Composição Média, valores energéticos e protéicos dos principais volumo-sos e concentrados.

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TABELA 3. Valores Energéticos e Protéicos de Algumas Plantas Forageiras,nas Bases de Matéria Seca (MS) e Matéria Natural (MN)*

TABELA 4 - Valores Protéicos de Alguns Alimentos para Bovinos.*

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MANEJO ALIMENTAR DE VACAS BUBALINAS NOSTRÓPICOS

ALCIDES DE AMORIM RAMOS*

I - INTRODUÇÃO

Dos 149 milhões de búfalos do mundo, cerca de 144 milhões se acha naÁsia, correspondente a 97% da população mundial (FAO, 1994). Na regiãosudeste da Ásia, (Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal) há hoje 102milhões de cabeças. Somente a Índia tem uma população ativa de aproximada-mente 79 milhões ou 53% da população mundial.

Noventa e nove por cento dos búfalos pertencem a pequenas proprieda-des o que representa a maioria da população Asiática. Estes búfalos estão inte-grados ao sistema produtivo quando um de cada três animais é usado para aprodução de leite, trabalho e para abate. Geralmente, são alimentados de restosde culturas, uma vez que na Índia e Paquistão, são poucas as áreas destinadasas pastagens, às vezes são suplementados com gramíneas e subprodutos prove-nientes de grãos. É muito pequena a atenção dada ao balanço da alimentaçãoexceto para os animais produtores de leite como os de tipo Murrah (Murrah,Nili-Ravi, Surti etc..). Dada a importância destes animais como produtores deleite para a Índia, Paquistão e Bangladesh é até um paradoxo a pequena ounenhuma atenção dada ao manejo nutricional, reprodutivo e mesmo do controlehigiênico sanitário dos animais nas fazendas.

Os bubalinos são referidos como animais de triplo propósito porque con-tribuem para a economia humana na produção de leite, na tração, constituindopara grande parte da Ásia o “trator do oriente” e, para a produção de carne. Noentanto, seria mais apropriado chama-lo de animal de múltiplo - propósito, por-que além do leite, carne e trabalho ele proporciona a adubação orgânica do soloatravés do esterco e da urina, fornece ainda o couro, os cascos, chifres, seboetc... para uso industrial e até mesmo para a nutrição de aves e suínos.

Prof. de Bovinocultura de Leite do Depto. de Prod. e Exploração Animal da FMVZ/UNESP Campus deBotucatu, SP. 18618-000.

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Na Índia e Paquistão os búfalos são mais explorados para a produção deleite, atingindo as quantidades de 31.211 e 12.021 milhões de toneladas, repre-sentando respectivamente, 51,0 % e 74,57 % do total de leite produzido.

A importância da produção de leite dos bubalinos nestes países e a qua-lidade do produto despertou o interesse pela espécie em vários países do mundocomo Itália, Bulgária, Brasil, Venezuela, etc... Além disso estes animais têm-sedestacado, pela sua longevidade, rusticidade, pela habilidade de digerir os ali-mentos volumosos e pela sua alta capacidade de sobrevivência às mais adversascondições de ambiente.

II - CONSUMO DE MATÉRIA SECA

O consumo de matéria seca pelos búfalos varia em relação ao teor deenergia de sua dieta, que na maioria dos casos é controlada pelo conteúdo defibra, no entanto é uma medida importante na avaliação do potencial genéticodos animais no uso da energia. Assim, as diferenças no consumo individual dosalimentos refletem as variações na capacidade de uso desses alimentos. A ener-gia bruta contida nas pastagens tropicais é relativamente constante variandoentre 17,2 e 18,7 MJ/kg de matéria seca (MINSON & MILFORD, 1966), sen-do o consumo de matéria seca usualmente utilizado como consumo de energiabruta.

Neste sentido KURAR & MUDGAL (1981), usando búfalas secas e nãoprenhes, com peso entre 392 e 520 Kg encontraram os seguintes consumo dematéria seca para nove dietas que variaram em função da relação do teor deenergia-proteína ou sejam: 57,79; 67,11; 78,81; 57,41; 67,51; 76,62; 56,30;66,65 e 79,56 g. MS/P Kg0,75 respectivamente, para baixa proteína (BP) sobrebaixa energia (BE), média energia (ME) e alta energia (AE); média proteína(MP) sobre BE, ME e AE e, alta proteína (AP) sobre BE, ME e AE. O consumode matéria seca não foi afetado por nenhum dos três níveis de proteína. A médiadiária para estes grupos foram 67,67; 67,08 e 67,22 g MS/P Kg0,75 para dietasde baixa, média e alta proteína, respectivamente. O consumo de MS, foi noentanto, significativamente influenciado pelos níveis de energia das dietas. A

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média diária do consumo de MS, para níveis de baixo, médio e alta energiaforam: 57,17; 67,09 e 78,33 g MS/P kg0,75 respectivamente.

Os teores de energia e de proteína descritos acima foram de 80, 100 e120% das normas de manutenção recomendadas por SEN & RAY (1964). Osníveis médios de fibra bruta para baixa, média e alta energia na dieta foram:25,12; 18,13 e 2,60% respectivamente. O consumo de matéria seca como por-centagem do peso corporal foram: 1,24, 1,47 e 1,71 para as dietas de baixa,média e alta energia respectivamente. O trigo e a palha, fornecidos separada-mente e a casca de grãos na mistura de concentrados consistiram na fonte deenergia. O valor da quantidade de energia (Kcal EM/g) foram estimados em2,2; 2,37 e 2,86 para baixa, média e alta energia no concentrado respectivamen-te. Não há referência quanto a quantidade de concentrado e palha consumida,assim, a quantidade da energia da ração consumida não pode ser determinada.

O consumo de matéria seca na lactação de búfalas Murrah foi de 132 g/P kg0,75 quando se forneceu diferentes concentrados SHUKLA, et al. (1972),tendo o consumo diário de MS variado de 98,9 a 148,5 g/P kg0,75/dia. Mas,quando a palha de trigo foi suplementada com 14,5 ou 27,7% de concentrado, oconsumo aumentou para 138,6 e 148,5 g/P kg0,75/dia, respectivamente.

MUDGAL & KURAR (1978) acharam que as búfalas Murrah, duranteo início de lactação, consumiram 11,34; 14,57 e 17,22 kg de matéria seca/diaquando alimentadas com dietas contendo 90, 100 e 130% das normas do NRC(1966) recomendadas para as necessidades em energia. Nesses ensaios, a prote-ína requerida foi fornecida de acordo com as exigências do NRC. Quando onível de proteína foi elevado a 120% do NRC e o nível de energia foi de 90, 100e 130% das recomendações o consumo de MS tornou-se 15,0; 15,54 e 17,04 kg/dia respectivamente. Pelo aumento do nível de proteína, a média do consumo deMS dos três grupos permaneceu relativamente constante (14,28 vs. 14,89 kg/dia), indicando que o consumo de MS não foi afetado pelo nível de proteína dasdietas. O consumo médio diário de MS (MS/P kg0,75) foi 111,4; 133,8 e 157,7para os animais que estavam recebendo 90, 110 e 130% do NRC, respectiva-mente. A energia média das dietas utilizadas foram: 1,79; 1,87 e 1,86 Mcal EM/kg para os três tratamentos.

KURAR & MUDGAL (1980), estudaram as necessidades de proteína

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para búfalas Murrah no estágio inicial da lactação, verificaram que seu consu-mo de matéria seca variou em relação ao nível de energia de suas dietas e dainteração entre a proteína e energia. O consumo médio de matéria seca para osdiferentes grupos esteve entre 109,79 e 164,57 g/P kg0,75 /dia para o baixo nívelde energia e alto respectivamente. SEBASTIAN et al. (1970), verificaram que oconsumo de MS da lactação de Búfalas Murrah era significativamente menorque dos bovinos Sahiwal: 2,54 e 2,95% do peso corporal respectivamente. Es-tas observações parecem de acordo com outros valores que têm sido discutidos.Nos estudos de manutenção e reprodução de lactação de búfalas, KURAR eMUDGAL (1977) concluíram que:

“A utilização de MS foi significativamente (P<0,05) afetada pelos ní-veis de energia na dieta e também pela interação entre energia e proteína.”

Para o ajustamento presumindo que o consumo de MS é influenciada pormuitos fatores incluindo forma física, níveis de proteína e fibra bruta,palatabilidade e densidade energética, os valores do consumo de MS mostradosna TABELA 1 têm sido calculados usando o valor de 97,4 g MS/P kg0,75. Estevalor de consumo é considerado máximo (cálculo até 2,5 Mcal EM/kg /MS ) epode ser ajustado para baixo usando a equação: F = -0,666 + 1,333 ME -0,2666 ME2. Pelo uso desta equação a ingestão de MS refletiria o máximoconsumo diário para cada dieta específica ajustada para sua densidade energética(Mcal EM/kg MS).

Os valores de ingestão de MS mencionados para animais no período secotem média de 67,53 g MS/P kg0,75. Isto não é significativamente diferente de69,58 g MS/P kg0,75 encontrado para crescimento dos animais. Isso porque, asdietas fornecidas no período seco são de baixa qualidade, o consumo de MS ébaixo quando comparado com o que seria esperado quando se usa alimento dealta qualidade energética.

Entretanto, o valor da ingestão diária de MS usada para búfalas no perí-odo seco é a mesma (97,4 g MS/P kg0,75) que aquela usada para animais emcrescimento.

Os valores de ingestão de MS apresentados para búfalas em lactaçãovariam de 98,9 a 164,57 g MS/Pkg0,75/dia. Eles têm a média de 133,1 g MS/Pkg0,75. Como se viu anteriormente, as dietas para búfalas que atingiram este

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alto nível de consumo também continham forragem de boa qualidade e/ou fo-ram acrescidas de concentrados. Este valor (133 g MS/P kg0,75), ajustado paraa quantidade de energia, tem sido usado na previsão de consumo de MS para oinício da lactação de búfalas, valor este que está de acordo com a média de 132g MS/Pkg0,75/dia encontrada por SHUKLA et al. (1972) para dietas contendomisturas de forragens na alimentação de búfalas Murrah em lactação em váriasproporções.

Na ausência de informações referentes a ingestão de MS por búfalos emseu último trimestre de prenhes, assume-se que a consumação seja aproximada-mente a mesma dos animais em crescimentos (97,4 g MS/Pkg0,75/dia). Porqueas exigências em nutrientes aumentam durante este período, devendo à dietaconter nutrientes adicionais, especialmente energia, proteína e minerais.

III - CONSUMO DE ÁGUA

Em virtude do búfalo ser considerado um animal semi-aquático, a água éextremamente importante para a sua sobrevivência. No calor, os búfalos reque-rem freqüentemente acesso á água ou deve banhar-se para auxiliar a eliminaçãodo calor corpóreo. Não há estudos a respeito do estresse dos búfalos com longosperíodos desprovidos de água. No geral, nos ambientes em que estes animaissão encontrados a necessidade de banhar-se não parece ser um problema signi-ficativo.

Os búfalos têm sido observados bebendo água várias vezes ao dia duran-te as estações quentes. Durante a seca onde eles são forçados a pastar longe dasfontes de água, a bebida é geralmente restringida a duas vezes (pela manhã e atarde). A perda diária de água do búfalo é estimada em: 6, 15, 16 e 18 kg,observada durante as estações de inverno, outono, primavera e verão respecti-vamente, (MASON, 1974) . Também, o consumo de água pelos búfalos foimaior do que os bovinos. Estudos efetuados no Instituto de Pesquisas Veteriná-ria da Índia (IVRI), Izatnagar, Índia (GHOSH et al. 1980) não mostraram dife-renças entre o consumo de água por búfalos e zebuínos.

Animais pesando em média 270 kg de peso vivo, consumiram aproxima-

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damente 20 litros de água durante o inverno e 36 litros durante o calor de verão.A perda através da evaporação foi em média de 5 e 19 litros durante o invernoe verão, respectivamente. KAY (1974) mostrou que búfalas adultas em lactaçãobebem 45 litros de água diariamente para manutenção e 45 litros para a produ-ção de leite. Pesquisas complementares deverão determinar com maior precisãoa necessidade diária de consumo de água pelos búfalos.

IV - EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS

Na Índia, a alimentação padrão recomendada aos bubalinos por SEN etal (1978) está sendo a mesma dos bovinos. As necessidades de energia e aproteína para os búfalos na Índia foram revidas por RANJHAN (1977, 1980,1983) e têm sido estimadas e publicadas por muitos autores (RANJHAN, 1977RANJHAN & PATHAK, 1979; KEARL, 1982, RANJAN, 1983), principal-mente para animais em crescimento.

1- NECESSIDADES ENERGÉTICAS E PROTEÍCAS PARA MANU-TENÇÃO

1.1- ENERGIA PARA MANUTENÇÃO

Os animais são geralmente mantidos nas fazendas com o objetivo de pro-duzirem leite, carne e trabalho. Os valores das necessidades de manutenção, noentanto, servem como uma linha básica para o cálculo da quantidade de energianecessária para satisfazer as várias funções fisiológicas e os níveis de produçãoesperados. As necessidades de manutenção de animais adultos podemfreqüentemente serem atendidas pelo uso de dietas contendo forragens e outrosalimentos de baixa qualidade acompanhadas de quantidade necessárias de mi-nerais.

A necessidade de energia contido na TABELA 1, foi calculada usandona equação 125 Kcal/P kg0,75/dia. Este valor foi determinado a partir de 6

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referências que aparecem na literatura. Infelizmente esta não é uma referên-cia como norma nutricional que representasse os búfalos nos países desenvol-vidos, os dados que usamos aqui foram obtidos de pesquisas conduzidas naÍndia.

KURAR & MUDGAL (1981) verificaram que o consumo de energiametabolizável pelas búfalas no período seco variou de 100 a 147 Kcal/P kg0,75.Esta variação estava associada à relação de energia e proteína da dieta. Quantomais alto o consumo de energia bruta maior será o consumo de energiametabolizável. A mudança do peso corporal não foi observada. Esses valores,entretanto, não puderam ser usados no cálculo das necessidades de energia.

KURAR & MUDGAL (1977) verificaram que as necessidades diáriasde energia metabolizável de búfalas no período seco era de 130,2 Kcal/P kg0,75.SIVAIAH e MUDGAL (1978) acharam que a manutenção da energiametabolizável para búfalas em crescimento era de 188 Kcal/P kg0,75.

Estudos publicados na Índia onde as pesquisas com búfalos tem sidoconduzidas há muitos anos tem estabelecido plenamente as necessidades de ener-gia e proteína para manutenção, crescimento, gestação e lactação de búfalas.

Hoje a necessidade de energia metabolizável que está em uso na Índiapara os bubalinos baseia-se nos dados modificados de SEN et al (1978). Anecessidade de energia metabolizável para manutenção foi basicamente estima-da usando o valor de 125 Kcal/P kg0,75 por dia para animais em crescimento eadultos no período seco.

RANJHAN & PATHAK (1979) usaram o valor de 122 kcal ME/P kg0,75

por dia como sendo a necessidade de manutenção para búfalos indianos e desen-volveram uma norma nutricional baseada nos trabalhos produzidos na Índiacom búfalos.

O valor de 125 kcal/P kg0,75 é ligeiramente mais alto do que as necessida-des de manutenção média de energia metabolizável requerida pelos bovinos (118kcal/P kg0,75) usadas na estimativa das necessidades de energia metabolizávelapresentada na tabela para os bovinos.

1.2. - PROTEÍNA PARA A MANUTENÇÃO

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A proteína como é vista na discussão refere-se às necessidades do ani-mal para alimentos nitrogenados. Estas substâncias (aminoácidos) constituemo material que os animais necessitam para construir seus tecidos (musculatura,tendões, etc.) e fazer a reposição de células. Há muitas informações sobre asnecessidades de aminoácidos de animais ruminantes, onde o valor protéico seráusado como estimador dessa necessidade.

As exigências de proteína para crescimento, produção, reprodução e/outrabalho incluem a quantidade necessária para a manutenção dos animais. Anecessidade para manutenção aumenta com o tamanho do corpo, mas decrescecom a aproximação do animal da maturidade devido o diminuição da necessida-de de proteína nos tecidos corporais. Não há relação constante entre as exigên-cias de um animal jovem e adulto. Por isso, as necessidades são estabelecidaspara diferentes estágios de crescimento e atividades fisiológicas dos animais,sempre atendendo a demanda para produção, reprodução e trabalho. Todavia,algumas evidências indicam que a interação entre energia e proteína, influênciaa utilização da energia pelo animal. Assim, as dietas contendo proteína em ex-cesso, permite utilizar plenamente a energia disponível, reduzindo o custo porunidade de produção.

A manutenção do balanço de nitrogênio nos búfalos deve ser proporcio-nal à quantidade que permita o processo metabólico, à perda pelas fezes, alémde permitir o crescimento, a produção e a reprodução. Cada uma destas funçõesdeverá ser tratada separadamente.

Todos os animais desatento na sua dieta ou função fisiológica durante oseu desempenho, terá perda de nitrogênio na urina. Esta perda é constante porunidade de peso (Pkg0,75) A perda através das fezes no entanto, estará variandocom a composição da dieta de manutenção e do nitrogênio fecal. A porçãoperdida nas fezes contém substâncias que se originam dentro do corpo do ani-mal como resíduos provenientes das bactérias, células das paredes do trato gastrointestinal e resíduos do suco digestivo e outras secreções. A perda de nitrogêniofecal deve ser relativamente constante em termos do tamanho do corpo, estevaria com a porção do nitrogênio fecal total.

O nitrogênio total depende da digestibilidade da dieta de proteína proces-sada pelo animal. KURAR & MUDGAL (1981) alimentaram búfalas vazias

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com dietas de palha de trigo, e concentrado, representando 80, 100 e 120% dasnecessidades estabelecidas por SEN & RAY (1964) para digestibilidade daproteína (DP) e nutrientes digestivos totais (NDT). Eles encontraram que oconsumo da dieta de alta energia aumenta a perda de nitrogênio fecal significa-tivamente (P < 0,01), e que a perda através da urina não foi significativamenteafetada (P< 0,05), pelo nível de proteína ou energia na dieta. O balanço protéico(Pkg0,75/dia), no entanto, foi significativamente afetado (P < 0,05), pelos níveisde proteína e energia da dieta. Esses autores sugerem que as necessidades deproteína dos búfalos são menores que as recomendadas para os bovinos peloNRC (1976) e outros trabalhos anteriores (WOODMAN, 1957; LANDER, 1949;citado por KURAR e MUDGAL, (1981).

Quando o consumo de proteína digestiva como g/Pkg0,75/dia foi colocadocontra o balanço nitrogênio, KURAR & MUDGAL (1981), acharam que asnecessidades de proteína digestiva para manutenção foi de 2.355 g/Pkg0,75/dia,confirmando assim, os dados de SINGH (1965), 2.089 e de GUPTA et al. (1966)2.846g e o valor de 2.440 g/Pkg0,75/dia obtido por KURAR & MUDGAL (1981).Já, RANJHAN & PATAK (1979) recomendam o valor de 2.840 g/Pkg0,75/diaequivalente ao de SEN et al. (1978).

SIVAIAH & MUDGAL (1978) verificaram que as necessidades de pro-teína digestiva de novilhas búfalas em crescimento era de 3.396 g/Pkg0,75/dia.Isto é, considerávelmente mais alto que o valor de 2.375 sugerido por KURAR& MUDGAL (1981) para manutenção de búfalas adultas não prenhez.

NEGI et al. (1968) relataram que as necessidades de energia digestivapara búfalas adultas 365 kg foi de 890 g/454 kg de peso vivo (PV) assumindoque a proteína tenha um valor biológico de 50%. Convertendo esses valorespara proteína digestiva teremos 178 g PD/454 kg de PV ou 1.810 g/Pkg0,75/dia.Este valor é ligeiramente mais alto que os usados na determinação das necessi-dades de proteína digestiva, mas parece justificar as considerações chegandopróximo do valor médio utilizado para a estimação da proteína digestiva.

Estas informações parecem indicar que os búfalos são capazes de utilizara proteína mais eficientemente do que os bovinos tornando sua necessidade deproteína digestível para a manutenção menor.

A média dos sete valores acima é de 2,54 g/Pkg0,75/dia. Esse valor é

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cerca de 11% mais abaixo do que 2,86 g/Pkg0,75/dia usado para estimar asnecessidades dos bovinos e parece estar de acordo que os búfalos são maiseficientes na utilização de proteína para manutenção do corpo. Assim, o valorde 2,54 g/Pkg0,75/dia foi usado para estimar as necessidades de manutençãoque se acham na TABELA 1.

A necessidade de energia metabolizável (ME) para a manutenção en-contrada foi 103 ± 0,53 kcal/kg0,75 (SRIVASTAVA, 1970), 1/5 kcal/kg0,75

(AGARWALA, 1974) e 103,2 kcal/kg 0,75 (KURAR and MUDGAL, 1981).SEN et al (1978) usou a quantia de 125 kcal) kg 0,75 por dia, que foi estimadapor KEARL (1982) e RANJHAN & PATHAK (1979). Enquanto RANJHAN(1980) usou o valor de 122 kcal/kg 0,75.

A digestibilidade da proteína bruta (DPB) necessária para a manutenção(g/ kg 0,75) foi estimada em 2.089 (SINGH, 1965), 2.846 (GUPTA et al, 1966),1819 (NEGI et al, 1968) e em 2.440 (KURAR & MUDGAL, 1981). Já,RANJHAN & PATHAK (1979) recomendaram o valor de 2,84 g/kg 0,75/diacomo sugeriram SEN et al. (1978). No entanto KEARL (1982) usou o valor de2,54 g/kg 0,75/dia cerca de 11% abaixo dos valores recomendados pelo pesquisa-dores Indianos, por ser os bubalinos mais eficientes na utilização da proteína doque os bovinos.

2- NECESSIDADES PARA VACAS EM GESTAÇÃO 2.1 - ENERGIA PARA GESTAÇÃO

Não fomos capaz de achar alguma referência sobre a energia requeridapara búfalas durante a gestação. Na ausência desta informação, sugere-se queos valores estabelecidos para ganho nos animais jovens deve ser acrescido dasexigências requeridas durante os últimos meses da gestação. Isto, devido aomais longo período de gestação do búfalo (312 vs 284 dias) e menor peso aonascer dos bezerros quando comparado ao do Zebu, talvez a necessidade de EMdurante a gestação seria reduzida de uma pequena percentagem. Para conve-niência disso usa-se os valores padrão onde, a EM requerida para búfalas nosúltimos três meses de gestação tem sido ligeiramente modificada para propor-

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cionar 400 gramas de ganho de peso /dia, nos produtos da concepção (TABE-LA 1). Esta estimativa foi calculada usando as necessidades requeridas de 125Kcal/P kg0,75 com a adição das necessidades estimadas de 10 Kcal por gramade ganho de peso vivo. Considerando um animal de 500 kg, as necessidadesseriam:

Necessidade de EM para manutenção (EMM):

EMM = 5000,75 x 125 = 13.212 Kcal

Necessidade de EM para crescimento do produto (EMC):

EMC = 10 Kcal x 400 g = 4.000 Kcal____________

Total diário de energia requerida (EMT) = 17.212 Kcal ou 17,2 Mcal

Não há nenhum trabalho realizado que mostre as necessidades das búfalasem gestação, principalmente para os últimos três meses. No entanto, faz-se comuma recomendação geral 1,5 vezes as necessidades de manutenção (RANJHAN,1977, 1980). Já KEARL (1982) tem recomendado um adicional de 95 g por kgde ganho de peso corporal.

2.2 - PROTEÍNA PARA GESTAÇÃO (últimos 3 meses)

O crescimento do feto é acompanhado pelo aumento da placenta e flui-dos. O crescimento do feto e de outros produtos da concepção ocorrem lenta-mente durante a fase inicial da gestação. Cerca de um terço do total do produtoda concepção é produzido durante os sete primeiros meses da gestação. Isto,requer naturalmente uma rápida aceleração do desenvolvimento do feto duranteos últimos três meses da gestação. As necessidades são semelhantes as dosbovinos (FIG. 1).

Durante a fase inicial, nenhum nutriente adicional é requerido para a

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manutenção, assumindo que a búfala seja adulta e esteja em boas condições.Quando os animais são jovens, ainda em crescimento ou mesmo os ani-

mais adultos que se acham em más condições se tornam prenhes eles precisamser alimentados com proteína digestiva adicional e outros nutrientes para aten-der as necessidades de crescimento e de ganho de peso.

Sob estas circunstâncias, seria necessário adicionar 20 e 10% nas neces-sidades de nutrientes requeridos no 1º e 2º parto das novilhas, respectivamente.Aumentando o consumo de nutriente dos animais adultos sob más condiçõesestaremos preparando-os para lactação seguinte. Geralmente, isto resultará numaumento da produção de leite especialmente, durante o estágio inicial da lactação.

O peso médio dos búfalos ao nascer se acha entre 28 e 45 kg dependendodo tamanho, raça da mãe e do plano de alimentação que ela recebeu. Assim,cerca de 18 a 28 kg aumenta durante os 90 dias que antecedem o parto. Adici-onado a este aumento no peso do feto se acham as membranas, os anexos embri-onários, etc.. Para estabelecer um valor da estimação das necessidades de pro-teína digestível assume-se que o ganho de peso médio diário atribuído ao produ-to concebido durante os últimos 90 dias de gestação é cerca de 400 a 500 g.

Figura 1- Necessidades de nitrogênio do feto em vacas gerando bezerros com peso aproximado de 45 kg (adaptação:CUTHBERTSON, 1969)

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Na adição das necessidades de manutenção para proteína digestível (2,54g PD/P kg0,75/dia), a búfala deve proporcionar nutrientes em quantidade sufici-ente para permitir o ganho de 400 a 500 g que está sendo depositado no produtoda concepção. É difícil estimar este valor porque o peso do bezerro recém nas-cido (ou do feto) contém uma alta porcentagem de água do que quando compa-rado ao animal em crescimento. Assumindo, no entanto, que o valor é compará-vel as necessidades de proteína digestível para crescimento, 95 g será necessá-rio diária- mente. (Este valor foi determinado usando a equação apresentadaanteriormente).

3 - ALIMENTAÇÃO DE BÚFALAS NO PERÍODO SÊCO

Geralmente a palha e outros volumosos (restos de culturas, silagens, fe-nos, capim picado etc..) são alimentos de búfalos no período seco, principal-mente sob o regime de pasto. Note-se que juntamente com isso deve-se fornecerpelo menos um quilograma de uma mistura de concentrado, preferencialmente,no último terço da gestação.

DI LELLA et al (1997), avaliando a eficiência das dietas de energia eproteína oferecidas as búfalas nos primeiros 30 dias da lactação aos quatromeses , sete e no final da lactação no desempenho de búfalas leiteiras, conformeo esquema nutricional abaixo, Tabela 3.

Todos os grupos receberam uma menor quantidade de MS no outono/inverno devido a saída de estação de cobertura. Estrategicamente os gruposmostraram uma média menor de produção de leite neste período. O fornecimen-to de uma maior percentagem de proteína para os grupos de maior produção,mostrou quase sempre uma prevalência da PDIN (Proteína digestível no intesti-no) em detrimento da proteína total.

As lactações que iniciarem no outono/inverno foram mais longas do queas da primavera/verão. As primíparas também apresentaram lactações maislongas do que as pluríparas. Isso talvez, devido a estação de cobertura, tabela4.

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Tabela 3-Algumas características da dieta de energia e proteína, aos 30 dias,aos quatro e sete meses e no final da gestação.

Tabela 4- Algumas Característica da Produção de Leite (V. I; parições na P/Vou no O/I).

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A tabela seguinte revela a quantidade de energia, proteína bruta e deproteína digestível no intestino fornecido para as vacas em produção e a efici-ência de produção de energia e proteína medidas no leite. As búfalas que pari-ram na primavera/verão (V) e da 3a lactação foram das mais eficientes, Tabela5.

Tabela 5-Unidade de Gordura no Leite (UGL), Proteína Bruta (PB) e Ingestãode Proteína Digestível (PDIN) Consumidas, Eficiência da Produçãode Energia e Proteína no Leite.

Estes resultados revelam que para produzir 1 kg de leite corrigido a 4%de gordura 3,1% de leite e 7,2 gr de proteína digestível no intestino.

4 - NECESSIDADES DE ENERGIA E PROTEÍNA PARA LACTAÇÃO

A necessidade de energia para manutenção das búfalas em lactação sãomais alta do que para um animal no período seco. Os valores apresentados sãode 158,54 kcal 0,75 (MUDGAL & KURAR, 1978), 120 kcal E.M./kg 0,75 (SIVAIG& MUDGAL, 1978), 132 kcal/kg 0,75 (RANJHAN, 1980) e 137 kcal/kg 0,75

(KEARL, 1982).A necessidade de energia para a produção de leite depende da quantidade

e da composição do leite.RANJHAN (1980) apresentou o valor de (171 kcal E.M./kg de leite cor-

rigido a 40% de gordura. RANJHAN & PATHAK (1979), no entanto reco-mendou o valor de 1.188 kgcal/kg de leite corrigido a 40% de gordura, do parto

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à metade do período de lactação. Já, KEARL (1982) recomendou o valor mé-dio de 1230 kcal por kg de leite corrigido.

A digestibilidade da proteína necessária para a produção de leite temsido recomendada como sendo 126 g/100 g de proteína executada no leite(RANJHAN, 1980), enquanto KURAR & MUDGAL (1981) apresentaram ovalor de 166,34 g.

4.1- ENERGIA PARA LACTAÇÃO

Os dados das pesquisas realizadas indicam que a necessidade de energiadurante a lactação é mais alta no búfalo do que nos os bovinos. MUDGAL &KURAR (1978) verificaram que a necessidade de EM para manutenção duran-te os primeiros estágios de lactação foi 158,54 Kcal ME/P kg0,75 enquanto osbovinos durante este período necessitaram de 129,53 Kcal EM/P kg0,75. Isto é,aproximadamente 18% a menos do que o valor encontrado para os bubalinos,em outras palavras, os búfalos necessitaram de 23% a mais de EM do que osbovinos durante o estágio inicial da lactação. As necessidades de EM requeridapara manutenção dos búfalos decresceu para 119,57 Kcal EM/P kg0,75 (SIVAIAH& MUDGAL, 1978) durante a metade da lactação.

SEBASTIAN et al. (1970) sugeriram que as necessidades para manuten-ção de búfalas em lactação é cerca de 38% mais alta do que para as vacas emlactação quando de mesmo tamanho. Estes autores revelaram que as necessida-des de manutenção das búfalas era de 3,76 kg de NDT (13,6 Mcal de EM)comparada a 2,10 kg de NDT (7,6 Mcal de EM) para os bovinos. O consumode energia expresso como sólidos de leite corrigido (SLC) por unidade de ener-gia, no entanto, foi semelhante para ambas as espécies. Também revelou-se queos búfalos foram mais eficientes na obtenção de proteína e minerais dos alimen-tos de baixa qualidade do que os bovinos e que a digestibilidade de fibra brutafoi significativamente mais alta para búfalos. Isto, tem sido um dado conflitantesobre a quantidade de energia requerida pela lactação do búfalo. MUDGAL &KURAR (1978) verificaram que as necessidades de lactação de bovinos mes-tiços e búfalas, determinadas do balanço de energia foi de 130,66 e 158,54 Kcal

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EM/P kg0,75, respectivamente. Eles concluíram dizendo:

“É claro que a eficiência da utilização da energia metabolizável(EM) para produção de leite foi menor nos búfalos do que nos bovinos,assim, estes devem requerer mais energia metabolizável para produção deleite.”

Alguns autores revelam que a necessidade de energia metabolizável parabúfala em lactação é próxima da dos bovinos (132 Kcal/P kg0,75) como indica ainformação acima. SIVAIAH & MUDGAL (1978) revelaram que a necessida-de de energia metabolizável para manutenção no meio da lactação é de 120Kcal/P kg0,75.

A média dos três valores apresentados (159, 120 e 132) é 137 Kcal/Pkg0,75/dia. Este valor foi usado no cálculo das necessidades requeridas paramanutenção de búfalas em lactação.

O conceito geral utilizado no estabelecimento da necessidade de energiametabolizável requerida, nos animais em lactação é oferecer uma nutrição ade-quada para atender as exigências para nutrientes e produção de leite e manuten-ção sem provocar mudança apreciável na composição corpórea (perda ou gan-ho de peso).

Quando estabeleceu a quantidade das exigências para manutenção, pro-cedeu-se os ensaios de alimentação com vacas não gestantes e secas, com ani-mais de tamanho e outras características similares diminuindo-se das necessi-dades do balanço de Energias Metabolizável requerida para a produção de leite.

A necessidade de nutrientes para búfalas em lactação dependerá da quan-tidade de leite produzida e do seu conteúdo de nutrientes. A quantidade de leiteproduzida dependerá da raça e das características individuais da búfala, e dotipo da dieta que está sendo fornecida. O conteúdo médio de gordura do leite debúfala, independente da raça, é de 6 a 8%. Isto é considerávelmente mais altoque o nível de gordura dos bovinos (Bos spp, 3,6%), cabras (4,5%) e compará-vel ao do leite de ovelhas (7,4%) e suínos (8,5%).

Além disso, a energia metabolizável necessária para produzir leite de-penderá de outros constituintes como a proteína, sólidos não gordurosos, etc..

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MUDGAL & KURAR (1978) verificaram que as necessidades de energiametabolizável por kg de leite ajustado a 4% de gordura é de 1.603 Kcal comuma eficiência de utilização de 46,7%. SHUKLA et al. (1972) encontraramuma eficiência de conversão da energia metabólica acima da manutenção edentro da energia para produção de leite estando entre 51,75 e 78,6% combúfalas em lactação alimentadas com diferentes níveis de concentrado.

SRIVASTAVA (1970) citando RANJHAN revelou o valor de 1.171 KcalEM/kg de leite a 4% de gordura. RANJHAN & PATHAK (1979) recomenda-ram o valor de 1.188 Kcal EM/kg de leite a 4% em suas publicações (MANEJOE ALIMENTACÃO DE BÚFALOS). SEN et al. (1978), em sua norma dealimentação para uso na Índia também recomendaram 1.188 Kcal EM/kg deleite a 4%de gordura. SIVAIAH & MUDGAL, no entanto, apontaram o valorde 1.003 Kcal EM/kg de leite a 4% a partir da metade da lactação.

As necessidades de EM sugeridas por kg de leite a 4% usada na TABE-LA 2 foram calculadas usando o valor de 1.230 Kcal. Isto é, a média dos cincovalores previamente selecionados e é comparável aos valores usados para bovi-nos 1.144; ovinos 1.250; e cabras 1.203 Kcal/kg de leite corrigido a 4%.

A utilização de energia para produção de leite às vezes variou em relaçãoa quantidade de energia da dieta que usualmente é baixa em energia. Algunstrabalhos indicam também que dietas com excesso de 3 Mcal EM/kg na matériaseca deve diminuir a eficiência da sua utilização. A razão energia-proteína tam-bém afeta a maximização da utilização de EM durante a produção de leite.Obviamente, a dieta deve conter proteína suficiente para satisfazer a quantidadede leite secretada. Por outro lado, a proteína teria que sair dos tecidos corporais.

TYRRELL & REID (1965) sugere a seguinte fórmula para a estimaçãoda quantidade de energia (Kcal/kg) contida no leite dos bovinos:

Energia Kcal/kg de leite = 92,25 G + 49,15 SNG - 56,40onde,

G = porcentagem de gordura (±8,0%) eSNG = porcentagem de sólidos não gordurosos.(±10,35%)

Pelo uso desta fórmula uma estimativa da necessidade de energia pode

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ser determinada pela variação da gordura do leite e pelo conteúdo de sólidosnão gordurosos.

GAINES (1928) sugere a seguinte fórmula quando o conteúdo de gordu-ra do leite é o único constituinte conhecido:

Energia Kcal/kg de leite = 748 (0,4 + 0,15 %G)onde,%G = porcentagem de gordura.

Isto, deve ficar claro que este valor de energia refere-se somente a aquelacontida no leite. Dietas energéticas devem propiciar quantidades suficientes paracobrir o que é perdido na conversão a partir de uma dieta para produzir leite.Assim, assumindo uma deficiência de 60%, seria requerido um consumo de EMde 1247 Kcal/kg de leite a 4%.

4.2 - PROTEÍNA PARA LACTAÇÃO

A proteína deve ser oferecida ao animal em lactação na quantidade sufi-ciente da necessidade requerida para manter as exigências de seu corpo, daquantidade necessária para a secreção do leite e freqüentemente, para permitir odesenvolvimento de um embrião. Durante o estágio inicial da lactação, especi-almente com animais de alta produção, é difícil atender esse objetivo. Sob essascircunstâncias o animal retirará das reservas corporais as suas necessidades.Isto é crítico uma vez que a necessidade de nutrientes (incluindo proteína deveser fornecida ao animal durante este período).

KURAR & MUDGAL (1980) forneceram dietas à búfalas contendo 6variações da relação energia/proteína e encontraram a necessidade de proteínadigestiva de 3,2 g/Pkg0,75/dia. Este valor é ligeiramente mais alta do que 2,54 g/Pkg0,75/dia, usado na estimação das exigências para animais que não estão emprodução. A necessidade de proteína digestiva para produção de leite foi 126,03g/100 g de proteína secretada no leite.

SIVAIAH & MUDGAL (1978) estudaram os efeitos de um plano de

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nutrição para búfalas durante a metade da lactação e encontraram que as ne-cessidades diárias de proteína digestível era de 3,65 g/Pkg0,75/dia, enquanto anecessidade de proteína digestível para 100 g de proteína secretada no leite erade 166,34 g. A respeito da grande variação entre esses dois conjuntos de valo-res, e na ausência de informações adicionais, uma média desses valores (3,42g/Pkg0,75/dia) foi usada para estimar as necessidades de proteína digestíveldurante o início e meio da lactação.

É evidente que pesquisas adicionais são necessárias para encontrar o valorreal para o uso da estimação das necessidades de proteína e energia para búfa-los durante cada função fisiológica. Esperamos, que estas estimativas sejamencontradas em futuro próximo.

V- ALIMENTAÇÃO DE BÚFALAS ADULTAS PARA PRODUÇÃO DELEITE

As melhores vacas bubalinas de produção de leite, Murrah, Mediterrâ-neo, Nili-Ravi e outros atingem a quantidades de 15-20 l/dia durante o pico dalactação. Normalmente a produção é de 5 a 10 l/dia. Em todo o mundo além dasgramíneas de pasto, a alimentação das búfalas leiteira é feita de silagem demilho, sorgo, farelo de algodão, soja, restos de cultura de arroz, trigo etc... NaÍndia a alimentação geralmente é feita de palha de trigo, fenos, forragem verdesde leucena, aveia, milho, sorgo, etc. dependendo da estação do ano e a misturade concentrado, consiste de torta de mostarda, farelo de arroz e restos de grãos.

Nos bubalinos a eficiência da conversão da digestibilidade do nitrogênio,medido no leite está entre 23,6 e 27,3% (SHUKLA et al, 1972) e 25 – 30 % doconsumo do NDT/E.M. e convertido em energia do leite (JACKSON & GUPTA,1971, SHUKLA et al, 1972).

Nas pequenas propriedades o esquema da alimentação consiste em forne-cer 0,5 kg da mistura de concentrado por litro de leite produzido, junto com aquantidade suficiente de volumosos, mantendo uma relação de 1 : 1 em base aM.S., SHUKLA et al., (1972). De acordo com JACKSON & GUPTA (1971)uma ração contendo 1.5 – 2.0 kg de trigo e volumoso (60 – 80 kg) ad libitum e

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1.0 kg de uma mistura de concentrado manteria a produção de leite para umabúfala que estivesse produzindo 10 kg/dia. SINGH et al (1972) sugeriu queuma alimentação de concentrado de nível econômico.

CHAPANILE et al (1997) avaliando o efeito de duas dietas diferindoentre si pela relação entre volumoso: Concentrado (V.C.) e o conteúdo da pare-de celular, Tabela 6 sobre o desempenho de búfalas leiteiras dos 24 aos 243dias da lactação verificaram que o consumo de M.S. por kg de energia do leitecorrigido (ELC = 740 kcal) foi de 270g, valor similar ao dos bovinos leiteiros.

As diferença apresentada pelas rações, não proporcionou diferenças en-tre a vacas para a produção de leite corrigida a 4% e consumo de matéria seca– M.S.

Tabela 6 - Característica da Matéria Seca Consumida

DI PALO et al (1997), avaliando o efeito dos ácidos gráxeos cristaliza-dos – gordura protegida, na produção de leite e na eficiência metabólica debúfalas leiteiras da raça Mediterrânea, verificaram que o grupo que recebeu400g do produto produziram maior quantidade de leite corrigida a 4% de gor-dura e 3.1% de proteína no leite, maior número decélulas hemáticas, maior quantidade de leite e gordura, quantidade de colesteroltotal e HD2 e menor de insulina do que o grupo controle, Tabela 7.

Tabela 7 - Produção de Leite e Quantidade do Leite e do Plasma

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VI- IMPORTÂNCIA DOS MINERAIS PARA OS BÚFALOS NOSTRÓPICOS

Os minerais estão constantemente sendo excretados através do corpo doanimal. Assim, é necessária uma constante suplementação dos nutrientes perdi-dos. Os minerais são requeridos por muitas enzimas e outros sistemas metabó-licos do animal. Sabe-se que alguns dos elementos minerais “perdidos” sãoreciclados, outros são excretados através da urina, fezes e pele e, que em virtudede todas essas perdas endógenas, o animal requer uma suplementação relativa-mente constante destes para sua manutenção. Também, são requeridos mineraispara crescimento, produção e reprodução.

As necessidades de minerais em búfalos incluem, sódio, cálcio, fósforo,enxofre, cloro, cobalto, potássio, magnésio, iodo, ferro, manganês, zinco, selênioe cobre. Outros, como o flúor, molibdênio, selênio e etc., devem também sernecessários, mas, até agora não há evidências suficientes para garantir suasuplementação na dieta dos búfalos.

Quando calculamos as necessidades de minerais dos animais, devemoslevar em consideração as quantidades requeridas de cada elemento para o ani-mal. Minerais como o cálcio e fósforo, devem ter uma necessidade de apenas 40a 50%. Entretanto, a perda de cálcio e/ou fósforo e a quantidade retida no cres-cimento (incluindo o feto) e/ou produção deve ser determinada e assim divididapelo coeficiente de aproveitamento (muitas vezes assume-se o coeficiente de70%). Esta quantidade torna-se então a necessidade diária.

A exigência diária de cálcio e fósforo tende a declinar com o avanço daidade dos animais. Isto porque a habilidade de absorção de cálcio e fósforo dosintestinos dos animais mais velhos tende a diminuir. Assim, as necessidades demanutenção para esses dois minerais permanece relativamente constante.

O sódio e o cloro são elementos essenciais na nutrição de búfalos e po-dem ser economicamente utilizados pela simples adição do sal comum na dieta,assim, eles não serão aqui discutidos.

Embora, vários outros minerais são essenciais na manutenção e produ-ção dos ruminantes, somente, as estimativas para cálcio e fósforo aparecem naTABELA.1 Uma boa mistura mineral ou traços de sais minerais proporcionam

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uma quantidade adequada de outros minerais encontrados nas exigências dadieta na maioria da regiões do mundo e particularmente no Brasil. Todavia,problemas especiais existem e outros minerais podem ser requisitados.

1 - CÁLCIO

A necessidade líquida dos animais para o cálcio é calculada a partir doconsumo e das varias perdas endógenas e da quantidade retida no corpo ousecretada com o leite.

AGARWALA et al. (1971) relataram que a necessidade de cálcio paramanutenção de búfalas adultas como sendo aproximadamente de 23 a 25 g/dia.Isto é somente a quantidade estimada pelos autores para búfalas adultas. Este éum valor similar ao sugerido por RANJHAN ( comunicação pessoal), que foiusado para estimar a necessidade de cálcio listada nas tabelas para manutençãoe todas as funções fisiológicas.

O cálcio contido no leite produzido deve ser adicionado nas necessidadesde manutenção. Também as jovens novilhas necessitam de cálcio adicional paragarantir o seu crescimento durante sua primeira e segunda lactações. A necessi-dade estimada usada na TABELA 2 varia de 2,9 g/kg de leite contendo 5% degordura à 4,1 g/kg de leite com 11% de gordura.

2 - FÓSFORO

O fósforo é, talvez, o mais deficiente mineral da dieta dos bovinos emtodo o mundo. A maioria das forragens naturais contém baixo nível de fósforo.Sendo estes alimentos os mais utilizados na nutrição dos ruminantes, muitocuidado se deve tomar para garantir que a dieta contenha quantidade suficientepara satisfazer todas as necessidades de manutenção, crescimento, gestação elactação.

AGARWALA et al. (1971) estudaram, as necessidades de fósforo dosbúfalos para manutenção usando três fontes (fosfato bihidrogenado de sódio,

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fosfato bicálcio e fósforo contido no farelo de trigo). Deste estudo, eles indica-ram as necessidades de fósforo como estando entre 12 e 17 g/dia. Estes valo-res são úteis apenas para os autores. A média destes valores (14,5 g/dia) ésemelhante àquela sugerida por RANJHAN (comunicação pessoal), que é usadana TABELA 1.

As necessidades para a gestação, produção de leite e crescimento, foramdeterminadas por RANJHAN (1980), além disto, quando aplicada, deve-se adi-cionar a necessidade para a manutenção e a necessidade de fósforo para cadafunção fisiológica que se acha apresentada na TABELA 1.

Tem-se tomado cuidado para que a relação de Ca:P não se exceda arelação de 3:1. Sabe-se que isto pode ser mais alto sem provocar efeitos deleté-rios e, em muitas situações praticas de alimentação onde as forragens são so-mente fontes de alimentos, isto pode ocorrer. Sob condições iguais a essa noentanto o fósforo seria fornecido em quantidade suficiente para atender o míni-mo necessário como mostra a TABELA 1.

TABELA 1- Necessidades diárias de nutrientes de búfalos

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a - A proteína total foi calculada da proteína digestível.b - Os pequenos animais não terão ganhos maior que 1 a 1,25% do peso vivo exceto quando as dietas têm

grande quantidade de gordura, isto é, leite ou leite recondicionado.c - A energia deve ser suplementada somente para crescimento da glândula mamária, etc., primeiro nas novi-

lhas.d - Aumentando todas as necessidades nutricionais, exceto de 20% a Vitamina A, durante a primeira lactação

e 10% durante a segunda para permitir o crescimento.e - A energia foi calculada usando o valor de 2,40 kcal EM/h de trabalho/kg de peso vivo mais a EM necessá-

ria para manutenção e trabalho.f - Um fator seguro de 10% tem sido acrescido para as necessidades de PD para crescimento e manutenção de

búfalos em trabalho moderado e 20% par trabalho pesado.

NOTA: Os ajustes para produção de leite seriam feitos de acordo com as informações contida na TABELA2. Os nutrientes necessários para a produção de leite devem ser acrescidos nas necessidades demanutenção para atingir a necessidade total de manutenção e produção.

TABELA 2- Necessidades nutricionais de búfalas em lactação para diferentesníveis de gordura (Nutrientes/kg de leite).

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VII-BALANCEAMENTO DE RAÇÃO PARA BÚFALAS EMLACTAÇÃO SOB REGIME DE PASTO

No Brasil NASCIMENTO E CARVALHO (1993) sugerem para vacasem lactação com peso médio de 500 kg e com potencial de produção de até 13,0kg/dia, consumo de 15,0 kg de MS, 1.0 kg de P.D. e 8,7 kg de NDT.

Admitindo que os alimentos disponíveis mais baratos e de maior valorem termos de PD e NDT sejam, respectivamente, farelo de algodão e raspa demandioca e que os animais se acham em pasto de Brachiaria, verifica-se o se-guinte:

Para a búfala tomada como exemplo, podemos considerar a seguinte ração:

Observa-se que há um déficit de 440 g de PD, 300 g de NDT, 37,0 g deCa e 20 g de P, quando comparamos com as exigências. Daí a necessidade de sefornecer, uma mistura de concentrado para a suplementação. Para a búfala queestá produzindo até 5 kg de leite por dia, torna-se anti-econômico fornecer uma

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mistura de concentrado, porém para o presente caso, a cada 3 kg de leite queexcede a produção de cinco quilogramas se deve o fornecer 1 kg de concentradocom aproximadamente 18 a 20% de proteína digestível contendo acima de 70%de nutriente digestivos totais.

Para preparar o suplemento alimentar de acordo com as característicamencionadas, o criador deve inicialmente selecionar os alimentos mais baratosem termos de proteína e energia, a fim atender as exigências protéica prevista,bem como a energia necessária para a produção de leite.

Para o cálculo do concentrado, sugere-se o quadrado de Pearson, confor-me o exemplo a seguir, considerando dois produtos: farelo de babaçu com 20,8%de PD e espiga de milho triturada com 4,80% de PD.

Necessidades Diárias de Nutrientes para vacas de 500 kg de Peso Vivo eProdução de 12 kg de Leite a 7,0% de Gordura.

Verifica-se a possibilidade da alimentação ser somente de volumoso. Osanimais se acham em pasto de Brachiaria e recebem uma suplementação de 10kg de silagem de capim elefante e 2 kg de cana picada. Para estimar os nutrien-tes fornecidos pela pastagens e sabendo-se que um pasto de brachiaria ofereceuma ingestão de 1,5 kg de MS/100 kg de peso vivo. Logo, 500 kg precisam de7,5 kg de MS. De acordo com a tabela, vê se que o pasto de brachiaria tem25,0% de MS ou seja.

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A seguir calcula-se o total de forragem fornecida.

Observa-se que a matéria seca está próxima do limite inferior e os demaiscomponentes se acham deficientes para atender a necessidades da búfala emconsideração. Para isso, precisamos ajustar a ração e igualmente se faz basean-do-se na qualidade de PD necessário e do concentrado a ser fornecido. No casoa deficiência de PD é de 1,296 – 0,372 = 0,924 kg.

Assim, faz-se o cálculo da quantidade de concentrado a ser fornecida. Deacordo com a tabela de fornecimento de concentrados a norma indica que paraeste pasto precisamos fornecer 1,0 kg de leite para cada 3,0 kg de leite produzi-do, ou seja, 12,0 kg recebem 4,0 kg de concentrados (farelo de algodão, farelode babaçu, milho em espiga triturado e raspa de mandioca).

A seguir estima-se a percentagem de PD que deve ter o concentrado, 4,0kg, o qual deve fornecer 0,924 kg de PD, logo 100kg terão 23,1% de PD. Sa-bendo-se que o presente criador dispõe dos seguintes concentrados: farelo dealgodão, raspa de mandioca e milho em espiga e farelo de babaçu, calculamoscom esses ingredientes uma mistura com 23,1% de PD.

De acordo com a tabela de alimentos concentrados, farelos e resíduos industri-ais etc. temos: