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Pacto de TURKENSTEIN 1797-2018

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Pacto de TURKENSTEIN

1797-2018

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Boletim

IN SION

Ano 2 N. 13

Junho de 2018

Equipe de Eventos da

Congregação

Rua Costa Aguiar, 1266

São Paulo - SP

[email protected]

sion.org.br/boletim-in-sion

Chegamos no mês de Junho, mês tão importante para a memória de Sion. Celebramos a Festa do Sagrado Coração de Jesus, nos lembra o Pacto de Turkeinstein, celebrado nesta mesma festa no ano de 1797. Entre as três pessoas que selaram aquele pacto de “auxílio aos doentes e educação da juventude” estava a Sr. Louise Humann, que foi a catequista e grande exemplo na vida do Pe. Theodoro. Este pacto está na raiz de nossa vocação de Sion. Outra data importante que lembramos em nosso IN SION é o aniversário da Aprovação das Regras da Comunidade pelo Arcebispo de Paris, em 21 de junho de 1855, portanto, há 163 anos. Dedicamos boa parte de nosso Boletim para refletir sobre o tema da Aprovação Eclesiástica que nós recebemos e sua importância para nós. Vale a pena conhecer os inícios de nossa Congregação para assumirmos nossa vocação com mais vitalidade e continuarmos o caminho desejado pelos Fundadores, os Veneráveis Afonso e Theodoro Ratisbonne. Estimados confrades, com alegria nos lembramos do Pe. Désiré Bayart, que no próximo dia 29 de junho celebrará 60 anos de ministério sacerdotal. Por conta da presença do Superior Geral em Paris, o Pe. Désiré presidiu a Eucaristia em nossa Casa Mãe no dia 06 de junho. A todos desejamos bons trabalhos e que a Virgem de Sion interceda por toda a família de Sion.

EDITORIAL

CAPA

São Pedro, Praça do Vaticano, Solenidade

dia 29 de junho.

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Elio Passeto, nds

A família dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion traz em sua história algumas datas relacionadas aos seus primeiros passos de existência. Normalmente um documento de oficialização indica etapas de um caminho já andado. Não é o ato de oficializar que dá vida a algo, ao contrario, ele confirma de Iuris a existência de facto. Aos 14 de dezembro de 1852 temos uma Carta Lauditiva do Prefeito para a Congregação da Propaganda da Fé, assinada pelo Cardeal Fransoni onde Roma confirma uma atividade já existente e encoraja sua continuação. Nesta fase não estamos falando de um projeto abstrato, mas de uma atividade dos chamados Padres de Sion, em torno do espírito do Pe Theodoro e do Pe Maria Afonso que se fundamentava a partir de experiência vivida por Afonso aos 20 de janeiro de 1842, que foi entendida como um chamado de Deus para os dois irmãos. Neste mesmo ano de 1852 o Pe Maria Afonso deixa os Jesuítas para somar força com seu irmão no projeto de Sion. Afonso não será um vagabundo, isto é, um clérigo sem conexão eclesial. Ele deixa os Jesuistas com as devidas permissões, do Superior Geral dos Jesuítas bem como do então Papa Pio IX. Portanto devemos ver esta Carta Lauditiva (1852) diretamente ligada com a unificação dos dois irmãos em função da obra de Sion. Aos 21 de junho de 1855 temos uma carta de Aprovação da Sociedade dos Missionarios de Nossa Senhora de Sion, dada pelo Arcebispo de Paris. Mais uma vez essa carta oficializa uma prática, mas não funda nada. A fundação de fato precede essa data. Prova disso é a comunidade formada já pelos dois irmãos, Theodoro e Afonso. Mesmo que já podemos identificar uma oficialização das irmãs em anos precedentes, os dois irmãos não são considerados irmãs e de fato, com outros Padres, já constituíam uma vida religiosa partilhada e que será posteriormente confirmada, oficialmente, segundo os critérios da Igreja. E por fim aos 10 de janeiro de 1893 temos a aprovação das regras constitutivas do Instituto pelo Arcebispo de Paris. Essa aprovação apenas confirma aprovação de 1855; mais uma vez essa data não significa fundação. Penso que nós, Religiosos de Sion, devemos beber um pouco mais das fontes originais (escritos de primeira mão) para podermos sentir juntamente com nossos fundadores nosso momento primeiro. Os textos são abundantes por parte de ambos sobrecomo eles entenderam e transmitiram o momento inicial, sem o qual nada tem sentido, tudo depende dele e é precisamente onde estamos fundados. Na verdade os dois irmãos sempre celebraram o 20 de janeiro como a data da fundação da Congregação. Para Theodoro o 20 de janeiro foi o

FUNDAÇÃO DE SION E SUAS DATAS

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momento de reorientação de seu ministério. Foi a partir dessa data que ele deixou sua visão Sacerdotal diocesana e começou a pautar sua atividade ministerial sob a ótica universal de sua vocação. Sabemos que a experiência de Deus através de Maria vivida por Afonso, provocou em Theodoro uma profunda reflexão, ele entendeu que Deus o estava incluindo nesse chamado. Por isso o 20 de Janeiro não é um acontecimento privado de Afonso, Theodoro implicou-se nele de igual importância e, sob certo aspecto, ainda mais. Tudo para Theodoro assumiu sentido a partir dessa manifestação: Deus o chamou novamente, como um chamado dentro do chamado, a partir desse momento toda a sua atividade será norteada junto e a partir de seu irmão. Nada foi feito ou fundado sem a participação de ambos e sempre iluminados pelo 20 de Janeiro. A abertura de casa, a constituição do Catecumenato, a compra das primeiras propriedades, o lugar a ser estabelecido, mesmo o uniforme das primeiras jovens que chegaram em Sion, foi de comum acordo entre os dois irmãos e em grande parte foi iniciativa ou fruto da insistência de Afonso que Theodoro entendeu como a vontade de Deus que se manifestava através de Afonso e não se poderia impedir que esses projetos ou ideias de Afonso viessem à luz. Apresento algumas reflexões de nossos fundadores onde aprendemos que o ato fundador foi o 20 de janeiro e que um e outro estava implicado no mesmo projeto de Sion. Porém se por um lado foi Afonso que fez a experiência do 20 de janeiro, por outro Theodoro entendeu que a manifestação de Deus a Afonso também foi um sinal para ele. Em várias ocasiões Theodoro não entendeu as ideias e projetos de Afonso (como é o caso de nossa presença em Terra Santa naquele momento), mas não se opôs, por estar seguro que era a vontade de Deus que se manifestava nele. Por ocasião da morte da Ir. Alphonsine, em 1882, o Pe Theodoro fez uma longa reflexão sobre sua vida e explicou como ela chegou a Sion. E em sua reflexão, Theodoro nos informa que os primeiros passos foram sugestão de Afonso, incompreensíveis a ele em um primeiro momento, mas levado a sério porque era um sinal de Deus: "Ela (Ir. Alphonsine) foi um sinal que eu pedira à Santíssima Virgem para poder discernir a vontade de Deus em relação a essa Fundação. O Pe Maria escreveu-me de Roma em 1842, imediatamente após sua conversão, para que eu me comprometesse a instituir um Catecumenato para jovens israelitas. Ao ler sua carta, eu me dirigi, confuso, à Virgem Santíssima e disse-lhe: "Se é a Senhora, ó Maria, quem revelou esse pensamento ao meu irmão, deixa-me conhecer a vontade de Deus através de um sinal para que eu possa entender ... No mesmo dia, mais tarde, chegaram os país de uma criança pedindo-me para que eu assumisse sua formação... Essa criança

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era a Ir. Alphonsine... "Essa reflexão de Theodoro ensina-nos sobre uma atitude completamente ligada ao 20 de Janeiro. Afonso ainda estava em Roma, poucos dias depois de seu Batismo (31 de janeiro). E já aprendemos que existe uma relação intrínseca entre os dois irmãos e uma profunda interação nos projetos de Sion. Ainda no mesmo ano (agosto 1842), Afonso já está determinando, com Theodoro, a estrutura funcional da vida de Sion. É importante termos presente que neste momento Afonso está apenas entrando para sua formação junto aos Jesuítas. Mais uma vez, as ideias vem de Afonso e mesmo a orientação de como e quando é para Theodoro a voz de Deus que fala através de Afonso e Afonso por sua vez não se sente o primeiro, mas um servo de Deus buscando se fiel à Sua voz: “... Eu penso, meu querido Theodoro, que a inauguração da capela deve ser feita no mês de Maria. Teremos tempo para terminar todas as coisas corretamente, e se o Arcebispo de Paris se dignasse presidir esta cerimônia, ele daria, ao mesmo tempo, a Confirmação aos Catecúmenos que receberiam o Batismo e seriam admitidos nos Sacramentos... Penso que já lhe disse sobre minha intenção de fazer os quadros de São Ignácio, São Bernardo para a Capela... Você teria a bondade de me mandar as medidas das fotos... Depois de alguns momentos de reflexão diante de Deus, eu disse comigo mesmo: "Será que erraríamos comprar uma casa para duas garotas que acabaram de se apresentar?... É sábio improvisar com tanta pressa um trabalho tão sério e que pede amadurecimento, que deve ser desenvolvido com grande cuidado? ... Perguntei-me então se seria prudente envolver-me neste momento em novas despesas, cujo a quantia não posso prever, sem saber o que me custará exatamente o que está se fazendo agora. Pensei comigo mesmo se seria apropriado retirar a soma de dinheiro que disponho na casa (banco) do meu tio, de forma súbita e inexplicável; nossa família está com relações as mais carinhosas para comigo... São isso meu bom irmão, os motivos que me levam a lhe comprometer a adiar a compra de uma casa... Isto é o que proponho de minha parte: os primeiros catecúmenos que surgirem serão postos, de acordo com sua educação, conforme se julgar apropriado, ou na casa das Senhoras de São Luís, ou na casa das Irmãs da Caridade, em que pagarei pensão... O juro de meu capital será suficiente para pagar no início todas essas pensões... Quando o número dos Catecúmenos for suficientemente considerável para poder reuni-los, seria conveniente alugar um apartamento pequeno ou a pequena Casa anexada à nova Capela... Deixemos Maria fazer...” (Carta de Marie-Alphonse a Théodore, 24 de agosto de 1842.)

O texto que segue foi escrito por Theodoro e confirma a evolução das atividades de Sion e ao mesmo tempo o empenho dos dois irmãos na obra

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de Sion e a harmonia absoluta entre ambos. Vale a pena lembrar que estamos em 1844, Afonso está em seu Noviciado junto aos Jesuítas e permanece enfocado, próximo e convicto na obra de Sion: “Aconteceu que eu tinha tratado com um notário desonesto. Entreguei-lhe o montante de 150 mil francos que eu tinha a meu dispor, para que ele pudesse pagar em dinheiro ao vendedor da casa. Qual foi a minha surpresa quando eu soube que o vendedor não havia sido pago. Ele reivindicava o pagamento, que para mim era a segunda vez. Ele reclamava a soma com juros. O notário infiel colocou no bolso, sem me deixar nem mesmo um papel escrito para acusar o que ele havia recebido...” (...) Minha posição neste caso foi absurda, porque eu não possuía recibo, nada, e os juízes do caso me consideravam como alguém que não tinha noção do que tinha feito. O auge do meu sofrimento foi ver-me despojado de todos os meus recursos e portanto privado de qualquer meio de prover o necessário a muitas crianças que eu adotara... (...) Sem saber que decisão tomar, tive a inspiração de ir consultar meu irmão, o Pe Maria, que na época estava na Casa dos Jesuíta em Laval. Era Natal do ano de 1844. Cheguei em Laval consternado e perturbado em pensar como revelar meu infortúnio ao Pe Maria, ele que era interessado pelo menos tanto quanto eu na obra de Nossa Senhora de Sion. Mas sua confiança imperturbável era mais forte do que a minha. Nunca esquecerei a calma e a serenidade com que ele ouviu minha triste história. (...) Ao terminar minha história, ele me levou ao pé da manjedoura, e apontando para a palha sobre a qual o Menino Jesus estava deitado, e me disse: "Aqui está o nosso tesouro!" Ele parecia mais feliz do que nunca, fazendo-me entender que a obra de Sion não está fundada nos recursos financeiros, e que a própria Santíssima Virgem que a criou e a fundou proverá o necessário, devemos deixar o presente e o futuro nas mãos maternas. (Mes souvenirs, p. 213-214.) Esses, portanto, são alguns textos de nossos fundadores que nos ensinam como eles fundaram e viveram nosso inicio. Nós não estamos autorizados a celebrar outra data senão o 20 de janeiro como nossa fundação, mas estamos, sim, interpelados a conservar e transmitir todos os passos que demos e que faz parte de nossa rica história. O dia 21 de junho de 1855 é uma dessas datas importantes e que apenas ganhamos tendo conhecimento, sobretudo estabelecendo o vínculo com o que precede e com o que procede. Em 1854 Theodoro confirma, entre tantas vezes, nosso momento fundador e inicial sem o qual nada pode ser entendido e todas as nossas celebrações, como o 21 de junho de 1855, devem ser celebradas e memorizadas no interior dessa data fundação que é 20 de janeiro de 1842: "Hoje é o aniversário da fundação do nosso Sion. Foi neste dia que o pensamento de Sion foi trazido à terra, não por anjo, nem por um arcanjo, nem pelos apóstolos, mas pela própria Mãe de Deus". (Théodore, 20 de janeiro de 1854 ).

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Cristiano de Almeida, nds (org)

A Sociedade dos Padres Missionários de Nossa Senhora de Sion

Na primeira parte das Constituições da Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion, número 3, encontra-se o texto de aprovação canônica das Regras da Sociedade dos Padres, pelo arcebispo de Paris, Dom Maria Domingo Augusto Sibour e entregue às mãos do Padre Theodoro Ratisbonne. Diz o decreto:

Maria Dominicus Augustus Sibour, miseratione divina et sanctae Sedis apostolicae gratia, Archiepiscopus parisiensis. Dilectis nobis in Christo, Superiori et Patribus Sodalitu Domínae nostrae de Sion, sub S. Petri tutela dicati,salutem in Domino. Regulas sodalitei vestri, quas a venerabili viro Theodoro Ratisbonne, suscepístis, legitimus attente et expendimus, quarum tenor infra se fuitur. Has igitur regulas, ponderatas, dignas, judicavimus quae autoritate nostra firmentur; aptissimas que quibus sodalitium vestrum ad totus Ecclesiae et nostrae praecipue Diocesis utilitatem dirigatur in quorum fidem praesentes litteras manu nostra o bsignavinus et a Secretario nostro subsignari, sigilloque nostrae camerae comniuniri jusimus.

Datum Parísiis, anno Domine milesimo octogentesirno quinquasesimo quinto, die vera mensis Junii vigesima prima.

+ M.D. Augustus, archiepiscopus parisiensis de manheta illmi.et rear Mi DD.Archtep.ParisierE.J. Lagarde. Can. R. Secret.

Tradução:

Marie Dominique Auguste Sibour, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica, Arcebispo de Paris. Aos caríssimos, em Cristo, Superior e padres da Sociedade de Nossa Senhor de Sion, submetida à tutela de São Pedro, nossa saudação no Senhor.

As regras de Vossa Sociedade que recebestes do Venerável Senhor Theodoro Ratisbonne - cujo teor segue abaixo - nós as lemos atentamente e as estudamos a fundo. Tais regras, ponderadas, julgamos muito bem ajustadas, de modo que, por meio delas, a vossa Sociedade

21 DE JUNHO DE 1855, INSTITUIÇÃO CANÔNICA

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seja voltada para a utilidade de toda a Igreja e, principalmente, para a nossa Diocese. Com inteira confiança assinamos, com nosso próprio punho, as cartas e pedimos que fosse também assinada pelo nosso secretário, e ratificada com o carimbo da nossa Câmara. Passada em Paris, 21 de junho do ano do Senhor de 1855.

+M.D. Augustus, arcebispo de Paris

E a pedido do ilustríssimo e reverendíssimo Arcebispo de Paris F.-J. Lagarde, chanceler secretário.

“A instituição canônica da Sociedade dos padres aconteceu numa missa presidida na casa onde residia o Padre Theodoro - Comunidade São Pedro de Sion - na Rua Duguay - Trouin, 3, por Dom Sibour, acompanhado de Dom Trípoli e do Padre Bautain, na Festa de São Pedro. no dia 29. de Junho de 1855.” segundo Henri Colson.

Natalício

21.1980 - Pe. Espedito L. de Lima

Presbiteral

11.1965 - Pe. Ilário A. Mazzarolo

29.1958 - Pe. Desiré Bayart

ANIVERSÁRIOS

Cartas de Pe Theodoro Ratisbonne a Madre M. Louise Weywada

Paris, 5 de outubro de 1852

“Em Sion, graças a Deus, todos

estão indo muito bem; mas somos

sobrecarregados por solicitações

temporais, especialmente desde que

um filho nasceu para nós.

Felizmente, esse filho é chamado

São Pedro. Um dia ele irá andar

nas ondas e voar sozinho. Estamos

ocupados limpando nossa nova

casa; e é um grande negócio.

Dentro de uma semana, vou-me

mudar. O Pai Celestial, que cuida

de pequenos pássaros, formigas e

abelhas, não abandonará seus

pobres obreiros evangélicos. (...)”

Roma, 26 de novembro de 1852

“(...) Somos amados em Roma por causa da Santa Virgem de Sion. Devo ter uma conferência com o secretário da Propaganda da Fé e com o Cardeal Ferretti, primo do Papa, sobre nossa fundação de São Pedro. É importante que as casas religiosas, assim como os próprios religiosos, comecem bem; e para esse propósito, fico feliz em confiar na autoridade e experiência romana.”

Tradução: Donizete L. Ribeiro

O SONHO DE SION

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Henri Colson, nds

Alguns trechos do “Jornal das Religiosas de Sion” comprovam este fato. Textos do dia 12 de setembro de 1852 dizem o seguinte: "Após algum tempo, Notre Père sonha seriamente em começar a obra dos pequenos neófitos, tanto mais que muitos colaboradores se apresentaram para ajudá-lo: entre outros o Pe Giraud, incentivado pelo Cardeal de Cambrai, e um jovem seminarista. Notre Père achou que isso era um indício para uma casa de meninos. Assim, depois de algum tempo, ele estava à procura de uma residência que não fosse tão longe da Rua Du Regard. Por muito tempo ele procurou em vão; enfim, o Pe Maria lhe indicou uma casa na Rua Duguay-Trouin, 3, que se acha a menos de 5 minutos daqui. Os dias passaram e em 22 de setembro de 1852 “o clérigo Bonytand, primeiro noviço dos Padres de Sion, já está morando na casa da Rua Duguay-Trouin. A casa, que se compõe de três pessoas, Pe Ratisbonne, Pe Giraud e Bonytand, o noviço, começará a funcionar no dia 1 de outubro de 1852. 6 de outubro de 1852: “Notre Père apresentou hoje ao Sr. Arcebispo de Paris as Constituições da Casa São Pedro de Sion para a conversão de meninos israelitas. O arcebispo aprovou entusiasticamente este

complemento da obra de Nossa Senhora de Sion”. No dia 14, “Notre Père escreveu hoje ao

Cardeal Lambruschini, em Roma, para informar

-lhe a fundação da casa de São Pedro para a

conversão dos judeus, e rogar à Sua Eminência

que obtenha a benção do Santo Padre para esta

obra, bem como muitas indulgências”.

O Jornal do dia 27 diz o seguinte: “a Casa de São Pedro foi instalada e bem, tanto quanto

SAINT PIERRE DE SION, A PRIMEIRA COMUNIDADE

Dom Sibour

Rua Duguay-Trouin

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nossas finanças o permitem. É a casa de Nossa Senhora de Sion que até o presente provê suas necessidades. Como a Santa Virgem cuidou e alimentou o Menino Jesus, assim Nossa Senhora de Sion mantém São Pedro até que este por suas forças consiga andar sozinho”. Dia 1 de Dezembro de 1852: “Há 10 dias que não temos notícias de Nosso Padre. Sua última carta foi a do dia 16 de novembro e nós estamos muito preocupadas. Enfim recebemos uma carta de Roma datada de 23 de novembro. Ele nos diz que logo que chegou a Roma pediu uma audiência com o Santo Padre Pio IX, achando que antes de dar à fundação da comunidade de São Pedro sua forma, suas regras e suas constituições, seria conveniente e salutar conhecer as intenções do chefe da Igreja a este respeito. Nosso padre acrescenta que ele queria se prosternar sobre o túmulo de São Pedro para pôr seus votos no seu coração”. O extenso relato do dia 17 conta o seguinte: “Esta manhã tivemos uma agradável surpresa desde as 6 horas com a chegada de Nosso Padre. Ele nos falou da acolhida favorável que o Santo Padre lhe fez, na visita que lhe deva em 4 de dezembro. Nosso Padre submeteu ao chefe da Igreja o plano da Congregação de São Pedro para receber as crianças judias, complemento da obra de Sion. O papa aprovou o que lhe disse e contou que falaria com o Cardeal Barnabo, chefe da Propaganda, para dar a esta nova missão um “brevê” de Louvor, coisa que nunca se fazia antes de 10 ou 12 anos após a existência de uma obra. Nosso padre nos contou que a finalidade principal de sua viagem a Roma era a audiência com o Papa sobre as suas obras, para consultá-lo e pedir uma aprovação de sua parte, a

qual será um impulso poderoso para a obra, e para manifestar o desejo ardente que leva o Pe. Maria a nela se alistar para consagrar-se principalmente à conversão dos judeus. Após muitas orações, tanto de sua parte como da parte de Nosso Padre, o Pe Maria se sentia do cada vez mais atraído para a Obra de Sion; quis, antes de dar os primeiros passos, submeter este desejo de seu coração ao soberano Pontífice. Ele lhe escreveu a este respeito, e Pe Theodoro lhe levou a carta.

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Pio IX

Card Barnabo

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O Papa Pio IX respondeu que era preciso conhecer bem a vontade de Deus e segui-la. A vocação do Pe Maria não era recente, porque depois de sua entrada na Companhia de Jesus, sua inclinação constante foi para a conversão dos judeus; ele não escondeu nunca isso e sempre o disse aos seus superiores; muitos entre eles diziam ainda que era principalmente para este fim que a Santa Virgem tinha feito um tão grande milagre em seu favor; além disso se o Pe Maria teve alguns desgostos, eles provieram do zelo ardente pela conversão de seus irmãos em Israel, e foram impedidas de serem realizadas, devido à natureza de suas funções nos Jesuítas. Diversos santos prelados a quem o Nosso Padre submeteu esta questão tão importante aprovaram inteiramente a resolução do Pe Maria. Saindo da audiência com o chefe da Igreja, Pe Theodoro foi imediatamente falar com o Pe Jan Roothaan, Geral dos Jesuítas, para informar-lhe os desejos do Pe Maria. O Geral não gostou e procurou combater a determinação do Pe Maria, mas se submeteu à sua decisão. Daí nosso Padre foi procurar o Pe Rubillon, Assistente Geral da Companhia na França, e que fora o Mestre de noviço do Pe Maria. Ele logo compreendeu os sentimentos do Pe Maria e aprovou-os; e disse que era efetivamente a vontade de Deus fazer o Pe Afonso trabalhar ativamente pela conversão dos judeus. Ele citou dois exemplos semelhantes ao dele: primeiramente, foi São Felipe de Neri, que saiu da Companhia de Jesus para fundar a Congregação do Oratório; e o Monsenhor Belzunte, que saiu da Companhia para ilustrar a Sé episcopal de Marselha. Como o Pe Maria não tinha feito ainda seus votos definitivos, o Papa não precisava dispensá-lo; foi o Geral que deu uma carta para o Pe Afonso, autorizando-o a deixar a Companhia. Nosso Padre veio então, munido deste importante documento. Tudo o que o nosso Padre nos contou nessa Assembleia eram boas e excelentes novas para todos nós e para toda a obra, porque o ingresso do Pe Maria na casa de São Pedro é o mais belo presente que Nossa Senhora de Sion pode fazer à sua obra e a maior prova de predileção dada à Congregação. O Pe Maria estava presente nesta reunião da Comunidade; ela foi encerrada por um “Memorare” dito em voz alta pelo Pe Afonso Maria cuja voz denotava ao mesmo tempo a profunda emoção e os seus sentimentos de amor e de reconhecimento para com sua mãe querida, a Virgem de Sion.

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RATISBONNE, A ESCOLA DE SAINT-PIERRE DE SION

Maria Afonso Ratisbonne Escola de Artes e Ofícios para os jovens meninos da Terra Santa “Testemunha do bem que se opera nos grandes orfanatos das jovens meninas dirigidos pelas Religiosas de Nossa Senhora de Sion, Sua Excelência, o Patriarca de Jerusalém me autorizou a criar igualmente um instituto para os jovens meninos da Terra Santa. O Brevê que sua Excelência se dignou conceder-me a este respeito insiste sobre a extrema urgência de um igual estabelecimento, e em verdade, esta urgência tornou-se, com o passar do tempo, mais mister. (...) O trabalho está começando, e se nós não nos apressarmos, nós veremos o desaparecimento insensivelmente da população Católica do os lugares que deram à luz a Santa Igreja de Deus. A fim de evitar tais perigos iminentes (desde que não seja possível fazê-lo no pequeno círculo do meu ministério sagrado) e salvaguardar algo da nossa influência neste país, berço de fé e da civilização, eu propus à sua Excelência, o Patriarca, que aprovou prontamente, a criação em Jerusalém de uma vasta ESCOLA DE ARTES E OFÍCIOS para os jovens meninos da Terra Santa. (...) Uma pequena feliz tentativa começou. Uma Casa foi aberta gratuitamente no último 8 de setembro [1874] sobre o nome de SAINT PIERRE, e aproximadamente 30 internos foram imediatamente admitidos; eles são dirigidos por padres de um devotamento incomparável. Sua Excelência, o Patriarca abençoou o estabelecimento. Roma deu-nos os mais preciosos favores para a capela da casa. (...)

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Todavia, esta primeira tentativa é suficiente para nós, pois nos revela as maravilhas que produziriam aqui: uma Escola de Artes e Ofícios. (...) se ela pudesse se desenvolver em vastas proporções. O tempo de agir chegou! Depois de séculos de letargia, eis que Jerusalém acordou; movimentos de vida se manifestam em todas as partes da Terra Santa. Não! Uma alma cristã não ficará indiferente a esta ressurreição misteriosa. A Igreja de Jesus Cristo deverá fazer sua parte preponderante. Mãos à Obra então! À obra.”

Jerusalém, 25 de dezembro de 1874. Festa da Natividade de Nosso Senhor

Jesus Cristo.

A APROVAÇÃO DA IGREJA SOBRE O 20 DE JANEIRO

Marie Carmelle, nds

A aprovação

A 3 de junho de 1842 é declarada a autenticidade do prodigioso acontecimento do 20 de janeiro de 1842. A comissão de inquérito ficou impressionada com a ‘maravilhosa unanimidade’ dos depoimentos, ‘em tudo que se referia, seja a matéria do fato, seja aos resultados desse feliz acontecimento’. Declara, então, ‘que nada falta para se reconhecer a autenticidade do milagre’ da experiência da Santíssima Virgem a Afonso Ratisbonne.

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A paróquia São Pedro Apóstolo, na cidade de Mauá é umas das paróquias administradas pelos Religiosos de Sion. Vejamos alguns trechos do Livro Tombo, desta história. 8 de janeiro de 2006 “Pe Manoel F. Miranda Neto recebeu das mãos do Pe José M. Domingues Filho as chaves da Paróquia, numa missa solene às 8h da manhã, celebrada pelo Pe Roberto Marangon, tornando-se administrador paroquial. As principais metas após assumir a comunidade foi reformar a igreja, o que

começou a aconteceu no dia 11 de março, com a campanha ‘Corações que partilham’.” “O primeiro vigário paroquial foi o Fr Paulo A. Alves, que permaneceu até o ano de 2007, quando foi substituído pelo Pe José dos Reis. Contudo, muitos outros confrades de Sion trabalharam na evangelização da comunidade neste período.” Neste ínterim, a preocupação, além da reforma, era a organização das pastorais, que na época passou a ser 25. A paróquia tinha 7 capelas. Outro trabalho oferecido à comunidade eram as semanas bíblicas, que contavam com a ajudas dos sacerdotes, irmãos de Sion e o Prof. Marivan Ramos. “Em 26 de setembro de 2008 aconteceu a inauguração da Matriz, São Pedro, numa missa presidida pelo bispo Dom Nelson e pelo Superior Geral, Pe Béo, às 19h30, quando Pe Manoel tomou posse como Pároco, e a paróquia passou a ser oficialmente de Sion.” “Em 19 de fevereiro de 2012, Pe Reis tornou-se administrador paroquial, numa missa presidida por Dom Nelson e do novo Superior Geral, Pe Donizete, junto com alguns membros do Conselho Geral.” Pe Reis ficou na função de pároco até o ano de 2016, após 9 anos de evangelização em Mauá. Neste período passaram inúmeros vigários e religiosos. “Em 7 de janeiro de 2016 assume os trabalhos pastorais Pe Manoel.” E em 30 de novembro de 2017, tornou-se pároco pela benção de Dom Pedro Cipollini.” Neste período, a comunidade Bom Pastor foi erigida Paróquia e a diocese esteve em Sínodo. Hoje, a paróquia desenvolve inúmeras pastorais e conta com a presença do Pe Benedito Vieira (vigário). Os dois sacerdotes buscam colocar em prática as normativas sinodais, oriundos do Sínodo Diocesano de 2016-17.

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PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLO

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Na festa do Coração de Jesus, em 23 de junho de 1797; durante quase todo o dia, o Pe. Colmar e suas duas filhas espirituais, Sra. Louise Humann e a Sra. Breck, permaneceram em oração na capela em Turkenstein, “lugar ignorado do mundo”, situado sobre a encosta Lorena dos Vosges. Já pela tarde foi assinado o ato de união que, como uma sementinha escondida na terra, deveria crescer com o tempo, e produzir, sob a ação de Deus, uma árvore carregada de ramos, de flores e frutos.

Pe. Colmar propõe como ideal de vida uma “união inseparável” entre eles três: “Fazei, Senhor, que seus corações sejam um, como Vós e vosso Pai sois um.”

Essa “união indissolúvel” está fundada no “adorável Coração de Jesus” e seu terreno de aplicação é a educação da juventude, o alívio dos doentes. Cada ano, a festa do “adorável Coração de Jesus” será “uma grande solenidade”.

Quando o Bispo Colmar (o Pe Colmar, após a Revolução Francesa, tornou-se bispo de

Mayence) morreu no fim de 1818, para suas

221 ANOS DO PACTO DE TURQUESTEIN

Descansemos

sobre o Coração

de Jesus, onde se

aprendem os

segredos do

amor e da

oração.

Th. Ratisbonne

Antiga ruína do Pacto

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filhas espirituais parecia que tudo tinha acabado. Elas se dispõem a “enterrar sua vida no silêncio e no retiro, em Strasburgo. Tais não eram os desígnios da Providência, pois é da descendência espiritual da Sra. Humann (a Sra. Breck morreu em 1823) que o pequeno grão vai crescer e produzir frutos de fecundidade e santidade para a Igreja.

As 5 promessas

1. Não será apenas entre as duas, queridas filhas, mas entre o pai e ambas, que se fará esta união inseparável, pois é dele que Deus se digna servir para comunicar-lhes seus desígnios e para levá-las a executá-los com ardor e fidelidade. Assim, nossos três corações serão um só em Deus; e disso prometemos lembrar-nos com gratidão todas as vezes que beijarmos o crucifixo que cada um de nós terá suspenso ao peito, depois que eu os tiver abençoado.

2. Mas, como é costume do demônio procurar desunir aqueles que não se reúnem senão para a maior glória de Deus, queremos, para evitar essas astúcias, e prometemos, mergulhando no adorável Coração de Jesus, que essa união perdurará tanto quanto nossa vida mortal, deixando ao Mestre o cuidado de nos reunir pela eternidade. 3. Essa união indissolúvel não impedirá separações momentâneas que a maior glória de Deus poderá ordenar, segundo as circunstâncias.

4. Até o presente, ainda não tenho outra vista senão que Deus quer essa união para o alívio dos doentes e sobretudo para a instrução da juventude, que se acha inteiramente negligenciada e que, mesmo quando é seguida, recebe raramente uma base sólida no conhecimento da religião. 5. Nosso refúgio, nas penas e tentações, será o adorável Coração de Jesus, cujos

sentimentos gostaríamos de dar a conhecer ao universo inteiro, e cuja festa será para nós uma grande solenidade, a fim de obter as graças necessárias.

Louise Humann, Bautain e Theodoro

Em 1820, uma circunstância aparentemente fortuita relacionou a Sra

Dom Colmar

Louise Humann

Altar do Pacto

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Humann ao senhor Luís Bautain, professor de Filosofia na Faculdade de Letras de Strasburgo. Ela o leva a reencontrar o caminho da fé em Jesus Cristo, a retomar o caminho da Igreja. É uma “conversão” radical. Seu ensino na faculdade de Strasburgo se ressente disso, suas aulas foram suspensas.

Foi então que abriu um curso particular na casa da rua Toussaint onde encontrou hospitalidade junto à Sra Humann e de seu sobrinho Adolfo Carl. “Começamos, portanto, em 1823, o curso particular de Filosofia do Sr. Bautain. Éramos apenas quatro alunos nesse primeiro curso: um irlandês católico, um russo cismático e dois judeus.” (Jules Level e Theodoro que aí fez vir seu correligionário e amigo Isidoro Goeschler).

Nas Evocações, Pe. Theodoro diz o que foi para ele esse curso de Bautain: “Encontro com Deus, revelação que Deus é Amor.”

No sábado santo, 14 de abril de 1827, a Sra. Humann batiza Theodoro Ratisbonne.

O “Cenáculo” da rua da Toussaint se ampliou, outros jovens virão se juntar à comunidade cuja alma é a Sra. Humann. Ordenados padres, responsáveis do Seminário Menor de Strasburgo, a Sra. Humann que deseja uni-los fortemente entre si, pede-lhes de aderirem ao pacto de família que está em espírito de continuidade com o Pacto de Turquestein. Foi assinado a 16 de março de 1832. Diz Pe Theodoro : “Ela nos fizera assinar um ato de união que criava entre nós uma hierarquia, baseada em ternário, que deveria ficar como fundamento de nossa sociedade. Esse ternário compunha-se do Sr Bautian, que era o chefe, do Pe. Adolfo Carl e de mim próprio. Em seguida vinham Julio e Nestor Level, Isidoro Goschler, o Pe. de Bonnechose, o Pe. de Regny, o Pe. Gratry, o Pe. Mertian e os outros. Cada um dos três primeiros recebeu um crucifixo, proveniente do bispo de Moguncia.”

Crédito de imagens: Pe José Maria Leite, nds e

Ir Mairin Barrett, ssl Fonte: site das Religiosas de Sion e

Evocações Cristiano de Almeida (org)

Bautain

Th. Ratisbonne

Adolfo Carl

Júlio Level

H. Bonnechose J. Mertin A. Gratry

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Ilário Mazzarolo, nds Nasceu: 06.06.1931 Origem: Wancourt, Pas de Calais, França 1ª Profissão: 29/09/1951 –Henri Colson – Louvain Profissão Perpétua: 24/02/1956 (Sup G. Devaux ) –Lino Calliari – Paris Ordenação Sub e Diaconal: 22.03.1958 e 13.04.1958 \ Presbiteral: 29.06.1958 HISTÓRIA Désiré é filho de Jean Baptiste e Metrot Louise. Depois da guerra, a presença de um novo padre na paróquia foi decisiva para enviá-lo a um seminário para estudar, mas que não fosse o seminário diocesano. O Pe. Jean Bouveur o encaminhou para École Missionaire dos Jesuítas em Cormontreuil, em outubro de 1945, onde ficou até concluir o Bacharelado em 1950. No período em que estava na escola, o Pe. De Condé passou por lá falando da Congregação de Sion e sobretudo da presença em Israel, e Desiré se interessou tanto que na conclusão do curso pediu para entrar em contato com os Padres de Sion. Em 28 de setembro de 1950 começa o noviciado em Louvain, dirigido pelo Pe. Paul Nicolas, juntamente com Kurt Hruby, Michel Livcovitz e Guichard. Désiré, depois da profissão em 29 de setembro de 1951, cursou a filosofia com os Padres Missionários do Sagrado Coração, em Louvain em 1951-1953. Ordenado em 29 de junho de 1958, em Paris, Notre-Dame, continua o quarto ano residindo em Chaville, com os padres Nicolas, Hajdu, Mestre e Ir Paul. Terminada a teologia, vai para a Paróquia de Blancs Manteaux, a partir de 12 julho, sob a direção do Pe. Henri Latreille. Em 1966-67, troca com Pe. Rubens Solha que vem de Jerusalém. Início de 1968 volta para Paris, e tem a oportunidade de ver um pouco das atividades revolucionárias de Maio de 1968 em Paris; não chegou a

participar... já não era tão revolucionário... Em 1970 vai para Jerusalém e retorna para a França em 1979. Depois de uma estadia em Charrante, em 1981 vai morar em Paris, mas assume alguns trabalhos pastorais em Versailles. Em 1990 retorna para Chaville, ajuda em Versailles e acaba indo para Cergy-Pontoise. Retorna a Paris e auxilia como vigário na Notre Dame du Travail e depois passa a residir na “Ma Maison”, casa de repouso para idosos das “Petites Soeurs de Pauvres” onde mora até hoje. Em junho de 2018, a Comunidade de Paris celebra junto com ele os 60 anos de seu ministério ordenado.

BIOGRAFIA - DÉSIRÉ BAYART, NDS

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Antônio de Lima Brito, nds

Vantagens do MAV 1. Com uma Animação Vocacional eficiente, muita oraca e testemunho, haverá mais missionários\as e deus será mais conhecido como fonte de felicidade terrena e eterna. 2. A Palavra de Deus será mais praticada e, em consequencia, a família viverá como mais qualidade, porque Deus reinará nela muito mais. 3. Existirá mais fraternidade, justiça e paz no mundo evangelizado. 4. A solidariedade será mais incrementada como expressão de fé e amor. 5. A discriminação social, cultural e religiosa será bem menor, com a possibilidade de desaparecer. 6. Os fieis evangelizados terão mais segurança na vida, em virtude da confiança em Deus que é sempre fiel as suas promessas. 7. Jesus Cristo passará a ser mais referência comportamental do cristão. 8. Com mais operários\as missionários\as, teremos mais cristãos, mais formação, mais celebrações menos violência, mais fraternidade, mais qualidade humana e social. 9. Com o despertar e acompanhamento vocacionais, os cristãos terão maior possibilidade de acerto em sua opção profissional e vocacional. O êxodo escolar diminuirá. 10. Haverá mais ovelhas com pastor e menos crianças e jovens abandonados.

MOVIMENTO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL

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Theodoro Ratisbonne

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO "Vós os estabelecestes príncipes sobre toda a terra"

(SI 44, 17)

Homenageamos hoje os dois príncipes dos apóstolos que, tão estreitamente unidos na vida, não foram separados na morte. É a expressão da Igreja; e os doutores acrescentam que estes dois grandes luminares do mundo são como os olhos do corpo místico de Jesus Cristo. Ambos selaram com seu sangue o seu glorioso apostolado; juntos reinam no céu para onde transportaram suas solicitudes. São Pedro, conforme sua epístola aos Gálatas, é mais particularmente o apóstolo dos judeus; e são Paulo, o apóstolo das nações. Pedro é o alicerce do edifício e Paulo é como que a argamassa que liga todos os povos a esse rochedo imutável. São Pedro é o regulador da fé; São Paulo é o pregador da obediência. São Pedro é o centro do imenso círculo da catolicidade; São Paulo é o raio que lhe marca a circunferência. São Pedro personifica a divina autoridade de Jesus Cristo e São Paulo representa a cooperação do episcopado. A missão de São Pedro é única; mas quis o Senhor lhe dar São Paulo como auxiliar, a fim de que fosse a cátedra da verdade igualmente cátedra da caridade. Quis o Senhor colocar dois apóstolos à base do edifício, para consagrar o princípio divino da caridade fraternal. É São Pedro unicamente, no entanto, a pedra fundamental da Igreja. Só a ele dirigiu Jesus estas palavras: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Só São Pedro recebeu as chaves do reino de Deus; foi o único a ser investido da missão de confirmar na fé a seus irmãos. E para dar à sua autoridade uma consagração que faça participar algo da estabilidade das coisas eternas, Jesus Cristo orou para que a fé de São Pedro jamais desfalecesse. Essa augusta missão, com todas as prerrogativas a ela inerentes, transmitiu-se e perpetua-se nos pontífices romanos. O papa, sucessor do príncipe dos apóstolos, representa visivelmente, na Igreja, aquele que disse: "Todo o poder me foi dado no céu e na terra". No momento de conferir a São Pedro a magistratura soberana, perguntou-lhe por três vezes o Senhor: "Pedro, tu me amas?" E reclama como única prova do seu amor que apascente as suas ovelhas e seu rebanho. Meditemos sobre este mistério de caridade que nos faz compreender de que modo quer o Senhor ser amado e servido.

MIGALHAS EVANGÉLICAS