Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de...

28

Transcript of Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de...

Page 1: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 2: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 3: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

ÍNDICE

Revista “Ciência & Prática”Ano 7 - N.º 25Abril/Maio/Junho - 2007Órgão de informação, publicado sob a respon-sabilidade do Grupo Técnico de Assistência eConsultoria em CitrusAv. Sérgio Sessa Stamato, 64, Centro,Bebedouro - SP,CEP: 14.700.170Fone: (17) 3343-1717

Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Décio Joaquim (Coordenador),Aparecido Tadeu Pavani, Josimar Vicente Ducatti,Leandro Aparecido Fukuda, Ramiro de Souza LimaNeto, Roberto Aparecido Salva e Sílvio Gil Rodrigues.Editor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e Jornalista Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Luis Otávio Martins - MTB: 20.538Impressão:Impressão:Impressão:Impressão:Impressão: Gráfica Santa TerezinhaPPPPPeriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade: TrimestralDistribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição: GratuitaTiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 6.000 exemplares

Capa: Capa: Capa: Capa: Capa: Foto aérea da EECB e vista da entradaCréditosCréditosCréditosCréditosCréditos: EECB e Décio JoaquimFFFFFoto montagem: oto montagem: oto montagem: oto montagem: oto montagem: Ederson Ap. Eustáquio

e x p e d i e n t e

Para receber Ciência & PráticaCiência & PráticaCiência & PráticaCiência & PráticaCiência & Práticagratuitamente, acesse o site:

wwwwwwwwwwwwwww.gtacc.com.br.gtacc.com.br.gtacc.com.br.gtacc.com.br.gtacc.com.br

Pág. 18Os 25 anos daEstação Experimentalde Citricultura deBebedouro

Índi

cePág. 10Moscas-das-Frutas: omanejo ecológico nospomares de citros

Pág. 15Análises de solo e folhadeterminam a calagem ea produção futura

Pág. 22Os principais inimigosnaturais das pragas dacitricultura

Pág. 4 Editorial/Responsabilidade e comprometimentoResponsabilidade e comprometimentoResponsabilidade e comprometimentoResponsabilidade e comprometimentoResponsabilidade e comprometimento

Pág. 4 Agenda

Pág. 5 Página Laranja/Entrevista com Jorgino PJorgino PJorgino PJorgino PJorgino Pompeu Juniorompeu Juniorompeu Juniorompeu Juniorompeu Junior

Pág. 8 Workshop/Manejo de pragas e doençaspragas e doençaspragas e doençaspragas e doençaspragas e doenças de difícil controle

Pág. 28 Prática/Zezé VidottiZezé VidottiZezé VidottiZezé VidottiZezé Vidotti, um otimista consciente

EECB

Décio Joaquim GTACC Gravena Ltda

Manejo de pragas

3Abril / Maio / Junho Revista Ciência & Prática

Manejo de pragasNutrição mineral

Pesquisa citrícolaPesquisa citrícola

Manejo de pragas Manejo de pragasNutrição mineral

Page 4: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

O workshop realizado pelo GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC no mês de maio de 2007, focado em doenças epragas de difícil controle, contou com a

participação de consultores, agrônomos, téc-nicos, produtores, indústrias e representantesde empresas fornecedoras de insumos e mos-trou, mais uma vez, que a cadeia citrícola estáempenhada na resolução de seus problemas.A presença no evento de grande número departicipantes é um ótimo sinal para a nossacitricultura. Mostra que estamos nos prepa-rando para novos desafios e novas técnicas. Aparticipação em um evento com palestrantesde alto nível nos faz refletir sobre a necessida-de de sempre estar reciclando nossos conhe-cimentos.

A intenção de promover palestras e depo-imentos sobre todas as doenças, com enfo-que bem prático, fez com que os participan-tes do evento pudessem levar do encontrosubsídios decisivos para as tomadas de deci-sões no trabalho diário.

O tema do evento, “Doenças e pragas dedifícil controle”, nos mostrou a capacidade ea competência do setor em relação ao manejo

Responsabilidade e comprometimento

EDITORIAL

Leandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido Fukudaukudaukudaukudaukuda Presidente do GTACC

[email protected]

TACC

das enfermidades, possibilitando debater so-bre diversos modelos de gestão no controledaqueles problemas que, muitos, não conhe-ciam anteriormente. Agora, de posse de gran-de número de informações, temos a respon-sabilidade de adequar o nosso manejo paraobtermos o máximo de resultados.

As doenças e pragas, como Greening, Po-dridão Floral, Pinta Preta, CVC e Orthézia, afe-tam diretamente a produtividade e, conse-quentemente, o resultado econômico. O exer-cício de estudar, discutir e trocar experiênciasé a maior ferramenta que temos para melho-rar nossos resultados financeiros.

A divulgação de dados práticos e consis-tentes é o que nos levará a atingir a meta que,com o advento das novas doenças, fica cadadia mais difícil. Nossos palestrantes nos brin-daram com um grande número de informa-ções, capazes de nos propiciar rico conheci-mento para tomar decisões com o mínimo deerro.

O conhecimento e a conscientização sãoas armas do sucesso da nova citricultura. Asexperiências trocadas no evento, com certeza,

4 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

nos mostram isso e a cada dia descobrimosque estamos mais dependentes de toda a ca-deia citrícola para manter a sobrevivência detodos.

Não poderíamos deixar de agradecer aosnossos patrocinadores, que todos os anos con-tribuem para o evento dando mostras de con-fiança à citricultura, e que, como prova dessacredibilidade no setor dividem com o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACCa missão de difundir e divulgar a informaçãotécnica para toda a cadeia produtiva.

Finalizando, é importante citar que a Se-mana da Citricultura vem de encontro a essanecessidade de trocar informações e experi-ências e o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC tem grande orgulho de es-tar participando do evento e, cada vez mais,da cadeia citrícola, com responsabilidade ecomprometimento.

AbrilAbrilAbrilAbrilAbril

5 - Dia do manejo de pragas na GravenaLtda. - Citros. Consultor José Luiz Silva.

11 - Limeira, 12 - Mogi Mirim, 18 - Bebe-douro, 26 - Pirassununga - Palestras sobreos Dez Mandamentos para o Manejo doÁcaro da Leprose para Sipcam Isagro. JoséLuiz Silva.

13 - Palestra sobre os Dez Mandamentospara o Manejo do Ácaro da Leprose: Fepagriem Araraquara.

16 - Palestra sobre Manejo de Pragas emCitros para Técnicos do Grupo de Estudos daUniceres em Monte Azul Paulista - Defensive.

24 - Reunião da Laranja Brasil,participaçãodo consultor Josimar Vicente Ducatti,no Fun-decitrus, Araraquara.

25 - Dia de Campo Bayer sobre Manejo daCochonilha Ortézia (Projeto VER PRÁ CRER)em Tabatinga.

25 - Palestra sobre fisiologia da florada. Dé-cio Joaquim/ Compo do Brasil - Avaré.

27 - Defesa de dissertação de mestrado no

IAC. - Rubens Paulo Stamato Júnior. Condiçõesmeteorológicas e consumo de água por mu-das cítricas em ambiente protegido

MaioMaioMaioMaioMaio

3 - Palestra sobre os Dez Mandamentos parao Manejo do Ácaro da Leprose. Casa Branca.

4 - Participação no I curso de manejo integra-do de pragas dos citros,consultor Josimar Vi-cente Ducatti no Fundecitrus, Araraquara.

4 - Reunião do Comitê de Agroquímicos emCitros em Araraquara. Participação José LuizSilva.

11 - Palestra sobre Manejo de Pragas em Citrospara Técnicos da Agromec em Jales -Chemtura.

17 - IV Workshop GTACC: Como manejar pra-gas e doenças de difícil controle em citros?Realizado na EECB, Bebedouro.

18 - Palestra no CREC - UF - Universidade daFlórida (EUA) com o tema: Aspectos Práticosno Controle de Cancro Cítrico no Noroeste doParaná / Brasil.

23 - Reunião do Comitê de Agroquímicos em

Curso Capacitação de Inspeto-res de Pragas dos Citros: dias02 a 04 e 23 a 25/07/2007 naGravena por Nilton Araujo Jr. eoutros.

Curso Capacitação de Maneja-dores de Pragas dos Citros: dias26 e 27/07/2007 na Gravenapor Santin Gravena,Sérgio Benvenga e outros.

Citros em Araraquara. Participação José LuizSilva.

24 - Palestra sobre Manejo de Amarelinhoem Citros e controle das Cigarrinhas Trans-missoras para Agromec em Votuporanga.

25 - Treinamento sobre manejo do psilídeoe eliminação do Greening na Gravena Ltdaem Jaboticabal.

Próximos cursos daPróximos cursos daPróximos cursos daPróximos cursos daPróximos cursos daGravena LtdaGravena LtdaGravena LtdaGravena LtdaGravena Ltda

Page 5: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

A diversificação de cavalos trará estabilidade ao setorPÁGINA LARANJA

5Abril / Maio / Junho Revista Ciência & Prática

Jorgino Pompeu JuniorDoutor em Agronomia, Pesquisador científico do IAC-Instituto Agronômico de Campinas e reconhecido

internacionalmente como especialista e um dos maiores conhecedores de porta-enxertos para citricultura

Déc

io Jo

aqui

m

Como se envolveu com a pesquisa ci-Como se envolveu com a pesquisa ci-Como se envolveu com a pesquisa ci-Como se envolveu com a pesquisa ci-Como se envolveu com a pesquisa ci-trícola?trícola?trícola?trícola?trícola?

No final de 1965, quando ainda cursava afaculdade de agronomia, na Esalq, fui convida-do pelo Dr. Ody Rodriguez, na época Chefe daSeção de Citricultura do IAC -Instituto Agronô-mico de Campinas, a realizar um estágio pro-batório na referida Seção, com a possibilidadede vir a ocupar a vaga criada pela aposentado-ria do Dr. Sylvio Moreira. O convite não aconte-ceu por acaso. Desde o primeiro ano na Esalq,estagiava durante as férias no Serviço de Fisca-lização da Exportação de Frutas Cítricas, que emLimeira, era gerenciado pelo engenheiro agrô-nomo Ariovaldo Greve, ex-colega do curso gi-nasial, que inspecionava packing-houses e po-mares dedicados a exportação de frutas frescasde quase todo o estado de São Paulo. Nessaépoca, tive o privilégio de conhecer os “papas”da citricultura: Sylvio Moreira, Ody Rodriguez,Victoria Rosseti, Arthur Ferreira Cintra, Ary Sali-be, Álvaro Santos Costa, Célio Moreira, PauloRosa, João Pedro Matta, Miklos Naday e maismeia centena de citricultores. Com a aposenta-doria do Dr. Sylvio Moreira, meu nome foi lem-brado. Pesou bastante no convite o fato de serlimeirense. O Dr. Sylvio planejava há muito criarum centro de pesquisa em citros na Estação Ex-perimental de Limeira. Por essa razão que ou-tros limeirenses passaram pela Seção de Citri-

cultura: além de Ary Salibe e eu, também Drau-zio Armbruster, Cícero Corte Brilho, Carlos Al-berto Valdejão. De janeiro a março trabalhei emtroca de experiência e em 26 de abril de 1966fui contratado. Em março de 2007, solicitei mi-nha aposentadoria, mas continuo como pesqui-sador voluntário, indo ao Centro todos os dias.

Entre as várias áreas da pesquisa, vocêEntre as várias áreas da pesquisa, vocêEntre as várias áreas da pesquisa, vocêEntre as várias áreas da pesquisa, vocêEntre as várias áreas da pesquisa, vocêdecidiu estudar porta-enxertos. Algu-decidiu estudar porta-enxertos. Algu-decidiu estudar porta-enxertos. Algu-decidiu estudar porta-enxertos. Algu-decidiu estudar porta-enxertos. Algu-ma razão especial?ma razão especial?ma razão especial?ma razão especial?ma razão especial?

Havia uma divisão de temas de pesquisasna Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente irrigação e densi-dade de plantio, enquanto o Dr. Sylvio e o ArySalibe dedicavam-se a estudar a planta. Com aaposentadoria de Sylvio Moreira e a ida do Arypara a Faculdade de Agronomia de Botucatu,da Unesp, em 1968-69, os experimentos queeles conduziam passaram a ser de minha res-ponsabilidade. Posteriormente com a vinda deJoaquim Teófilo Sobrinho para a Estação Expe-rimental de Limeira, em 1967, a contratação deJosé Orlando Figueiredo, no inicio dos anos 70e de Rose Mari Pio, nos anos 80, foram ocor-rendo gradativas divisões de áreas de trabalhoe passei a dedicar-me, quase exclusivamente,ao estudo de porta-enxertos, embora tenhatambém alguns trabalhos com copas, principal-mente de caracterização de laranjas presentes

no BAG - Banco de Germoplasma de Citros, ins-talado no Centro de Citricultura.

Comente um pouco mais sobre a im-Comente um pouco mais sobre a im-Comente um pouco mais sobre a im-Comente um pouco mais sobre a im-Comente um pouco mais sobre a im-portância desse trabalho com oportância desse trabalho com oportância desse trabalho com oportância desse trabalho com oportância desse trabalho com oBAG.BAG.BAG.BAG.BAG.

Desde meu ingresso no IAC, sou o respon-sável pela manutenção e ampliação do BAG-Ci-tros, tendo introduzido cerca de 400 novas va-riedades, principalmente porta-enxertos, mastambém algumas variedades copas, citros or-namentais, indicadoras de viroses, como o tan-gor Clemelin, utilizado em Cuba como indica-dor da Xiloporose, além da cidra Kerkachi, daCórsega, como indicadora da Exocorte. O BAG-Citros foi iniciado em 1928, simultaneamentecom a criação da Estação Experimental de Li-meira. Ele reúne quase 2 mil acessos, em suamaioria introduzidos do exterior, e centenas denovos híbridos de copas e porta-enxertos cria-dos na Seção de Genética do IAC, no Centro deEnergia Nuclear na Agricultura, da USP, e porpesquisadores do Centro de Citricultura. Isto émuito bom, porque desde os anos 90 estamoscriando variedades com objetivo e foco nas nos-sas necessidades, principalmente procurandoresistência às doenças e pragas que afetam acitricultura nacional. O agronegócio citrícolapede socorro ao BAG-Citros todas as vezes queocorre algum problema fitossanitário. Dele sa-

Com graduação em Engenharia Agronômica pela Esalq- Escola Su-perior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP - Universidade deSão Paulo, em 1965, doutorado em Agronomia, também pela Uni-versidade de São Paulo, em 1973. Atualmente é Pesquisador Cien-tifico nivel VI, do IAC - Instituto Agronômico de Campinas, consul-tor da Comissão Técnica de Citricultura da Secretaria da Agricultu-ra e Abastecimento do Estado de São Paulo, consultor ad-hoc daEmbrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, da Fa-pesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, doCNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-lógico, onde é bolsista de produtividade em Pesquisa nível 1C, pes-quisador da Esalq - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.Tem especialização na área de citricultura, com ênfase em Melho-ramento Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas:Porta-Enxertos, Tristeza, Declínio, Morte Súbita dos Citros, Incom-patibilidades e Plantas Nanicas. É curador do BAG - Banco Ativo deGermoplasma de Citros, do IAC - Instituto Agronômico de Campi-nas, desde 1966, sendo responsável pela introdução de mais de300 tipos de citros.

1

2

3

Page 6: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

PÁGINA LARANJA

6 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

íram os porta-enxertos tolerantes à Tristeza eao Declínio, as copas resistentes à Tristeza, aoCancro Cítrico e à Clorose Variegada dos Citros.Atualmente, 254 acessos do BAG-Citros estãosendo avaliados em relação a resistência à Mor-te Súbita dos Citros e já comprovamos que dezseleções de limão Cravo são suscetíveis à essadoença. Os estudos dos acessos do BAG-Citrospermitiram selecionar o germoplasma com mai-or potencial para a produção dos híbridos e deuma centena de plantas geneticamente modifi-cadas.

Apesar do seu esforço para a diverApesar do seu esforço para a diverApesar do seu esforço para a diverApesar do seu esforço para a diverApesar do seu esforço para a diver-----sificação de porta-enxertos, o limãosificação de porta-enxertos, o limãosificação de porta-enxertos, o limãosificação de porta-enxertos, o limãosificação de porta-enxertos, o limãoCravo continua sendo o porta-enxerCravo continua sendo o porta-enxerCravo continua sendo o porta-enxerCravo continua sendo o porta-enxerCravo continua sendo o porta-enxer-----to mais uti l izado. Como você vêto mais uti l izado. Como você vêto mais uti l izado. Como você vêto mais uti l izado. Como você vêto mais uti l izado. Como você vêisso?isso?isso?isso?isso?

Apesar da complexidade dos estudos, nocampo, a escolha por um determinado porta-enxerto também tem uma grande relação comparâmetros comerciais. O Cravo é rústico, mastambém é mais rápido e fácil de ser produzido.Tem a preferência dos produtores e dos viveiris-tas. Daí sua escolha, apesar dos riscos em nãodiversificar.

Comente mais sobre a complexidadeComente mais sobre a complexidadeComente mais sobre a complexidadeComente mais sobre a complexidadeComente mais sobre a complexidadedesses estudos.desses estudos.desses estudos.desses estudos.desses estudos.

Estudar e pesquisar porta-enxertos em SãoPaulo é um negócio complicado. Temos sériasdoenças limitantes ao uso de porta-enxertos:Gomose, Tristeza (constatada no final dos anos30), o Declínio (a partir da década de 70), emais recentemente, a Morte Súbita, limitada aonorte do estado de São Paulo, de causas desco-nhecidas, mas que deve ser transmitida por ve-tor alado e por borbulhas retiradas de plantasassintomáticas, o que faz dela um sério proble-ma. Alem disso, para complicar, a citriculturabrasileira não é irrigada. Outras doenças, nãodiretamente relacionadas aos porta-enxertos,também dificultam os estudos. Já perdemosexperimentos, com 4-7 anos de idade, devidoao Cancro Cítrico e a CVC. A obrigatoriedadedo arranquio das plantas afetadas pelo Gree-ning será um complicador a mais. Um experi-mento, no campo, necessita ser avaliado porpelo menos 10 anos para dar resultados razoa-velmente confiáveis. O Declínio assim como al-gumas incompatibilidades entre copas e porta-enxertos somente aparecem em plantas commais de seis anos de idade. Qualquer variedadeque produza seedlings nucelares que repitamas características da planta mãe é um potencialporta-enxerto. Porém com base nos trabalhosque vinham sendo realizados por Sylvio Morei-ra, e do que era estudado em outros países,decidimos direcionar nossos estudos com por-ta-enxertos na avaliação de seleções e híbridosde limão Cravo, seleções e híbridos de Poncirustrifoliata, com ênfase nos citrumelos e citran-darins, e seleções e híbridos de tangerinas.

Existem muitos resultados promisso-Existem muitos resultados promisso-Existem muitos resultados promisso-Existem muitos resultados promisso-Existem muitos resultados promisso-res?res?res?res?res?

Consideramos como resultados mais rele-vantes o pioneirismo na seleção de tipos supe-riores de limão Cravo, como o limão Cravo San-

ta Bárbara e o Limeira, que passaram a ser oslimões cravos recomendados pelo Registro dePlantas Matrizes de Citros. Até então não havi-am tipos de limão Cravo que pudessem ser re-comendados como porta-enxertos. Porém es-ses dois limões Cravos e mais 30 outros mostra-ram ser suscetíveis ao Declínio dos Citros, e 10já mostram sintomas de intolerância à MorteSúbita dos Citros. Dois híbridos de limão Cravocom citrumelo Swingle também apresentaramgrande potencial de uso. As avaliações de sele-ções e híbridos de Poncirus trifoliata tambémderam bons resultados. Decorridos 28 anos doplantio e após 24 colheitas, os trifoliatas Rubi-doux e Barnes mostraram ser os mais produti-vos, em frutos e em sólidos solúveis. No totaldas 24 colheitas mensuradas, superaram o tri-foliata Davis-A, muito usado pelos citricultores,em 15%. Os citrumelos Swingle, F80-5 e F80-8produziram 20% menos que o limão Cravo,porém com a vantagem de apresentar maiortolerância ao Declínio e à Gomose de Phyto-phthora. O Swingle é também tolerante à MSC,sendo que os demais estão em fase de avalia-ção. Laranjeiras Pêra IAC enxertadas nos citru-melos Swingle e F80-5, deram origem a plan-tas pouco produtivas e de vida curta, que exibi-am anel de goma na região de enxertia. Citran-darins são híbridos de microtangerinas com tri-foliatas tolerantes à Tristeza, ao Declínio, resis-tentes à Gomose e ao frio, que induzem a for-mação de plantas compactas com alta eficiên-cia produtiva. Sua principal limitação é a ne-cessidade de irrigação para maximizar sua ca-pacidade produtiva de frutos de ótima qualida-de. Devem se dar bem na região sul do estadode São Paulo, onde praticamente não ocorremdéficits hídricos. As pesquisas permitiram sele-cionar dentre quase 30 citrandarins estudados,os citrandarins Changsha x English-small, Sunkix Benecke, Sunki x English e Cleópatra x English,como os mais produtivos em frutos e sólidossolúveis. Alguns híbridos e poliplóides como acitradia (laranja Azeda Smooth Flat Seville x tri-foliata Argentina) e os citranges Troyer e Carri-zo tetraplóides induziram nanismo às copassugerindo serem viáveis para uso em plantiosadensados. Motivados pelas vantagens e defei-tos apresentados pelas tangerinas Cleópatra eSunki avaliamos 29 tangerinas e híbridos comoporta-enxertos para a laranjeira Pêra. As tange-rinas Suen-kat, Guidoti e Green-rind mostraramser tão produtivas quanto a Cleópatra sendo quea Suen-kat superou a Cleópatra e a Sunki nototal de nove colheitas. Paralelamente consta-tamos a ocorrência de incompatibilidades iné-ditas na literatura, como por exemplo as do hí-brido (limão Cravo x citrange Carrizo) e do ci-trangedin Glen um tetra-híbrido de laranja docecom trifoliata com limão Cravo com kunquat,utilizado na Austrália, quando enxertados comlaranja Valência. A laranja Azeda continua a sero porta-enxerto preferido nos países onde a Tris-teza não chegou. Ela é resistente à seca e àGomose e pouco afetada pelo Declínio. Das 11seleções de azeda e híbridos que estamos avali-ando, sete já mostraram ser intolerantes a Tris-teza. Para dar sustentação ao nosso trabalho,utilizamos as variedades presentes no BAG-Ci-tros bem como introduzimos cerca de 300 po-tenciais porta-enxertos de centros de pesquisasdo Brasil e do exterior.

E a pesquisa com plantas nanicas?E a pesquisa com plantas nanicas?E a pesquisa com plantas nanicas?E a pesquisa com plantas nanicas?E a pesquisa com plantas nanicas?

Além de selecionar porta-enxertos que aten-dessem as necessidades atuais da citricultura,procuramos também selecionar porta-enxertosque induzissem a formação de plantas nanicas,de pequena altura e diâmetro das copas, visan-do maior eficiência nas inspeções e no controlede pragas e doenças, maior segurança e renta-bilidade nas colheitas e elevadas densidades deplantio.

Qual seu pensamento em relação àsQual seu pensamento em relação àsQual seu pensamento em relação àsQual seu pensamento em relação àsQual seu pensamento em relação àstendências futuras do estudo dos portendências futuras do estudo dos portendências futuras do estudo dos portendências futuras do estudo dos portendências futuras do estudo dos por-----ta-enxertos?ta-enxertos?ta-enxertos?ta-enxertos?ta-enxertos?

A utilização de porta-enxertos na citricultu-ra brasileira data do início do século passado efoi vital para o seu desenvolvimento, uma vezque as plantas de semente eram muito suscetí-veis à seca e à Gomose. Nesses cem anos, do-enças inerentes aos porta-enxertos foram con-troladas graças ao constante, e geralmente pou-co compreendido, trabalho de introdução e ava-liação de novos porta-enxertos. Para atender àscrescentes exigências econômicas e sociais, háque aumentar a produção com a redução daárea plantada e otimização do trabalho huma-no. Em outras palavras, deverá haver a concen-tração da citricultura em áreas mais favoráveisao seu desenvolvimento sustentável e à utiliza-ção da colheita mecânica. O futuro, quase pre-sente, aponta para plantas de pequeno porte,com alta eficiência produtiva de frutos de exce-lente qualidade. A utilização de porta-enxertosananicantes e de artifícios como interenxertos,variações na altura de enxertia, associados acopas de lento crescimento, possibilitarão a for-mação, já no viveiro, das plantas adequadas ànova citricultura. Os caminhos para a eleiçãode novos porta-enxertos têm sido a seleção e omelhoramento genético. A maioria dos porta-enxertos usados na citricultura, laranja Azeda,limão Cravo, tangerinas Cleópatra e Sunki, tri-foliatas, são resultantes da seleção do que anatureza nos oferece. Os citranges Troyer e Car-rizo e o citrumelo Swingle provieram, aciden-talmente, de programas de melhoramento devariedades copas. As modernas técnicas da bi-otecnologia, como a fusão de protoplastos e aprodução de transgênicos, estão possibilitandocontornar as dificuldades do melhoramentogenético tradicional e deverão, em breve, pro-porcionar aos fitotecnistas os porta-enxertosalmejados. Ainda caberá a eles o longo, massempre estimulante trabalho de avaliação nocampo dos novos porta-enxertos. Há porém anecessidade do engajamento dos citricultoresna avaliação regional dos novos porta-enxertos.Os grandes citricultores, já diversificam os por-ta-enxertos, sendo que alguns aboliram o limãoCravo nos novos plantios. Nem tanto o céu nemtanto a terra. O limão Cravo, mercê de suas ex-cepcionais características, deve continuar a sero porta-enxerto preferido nas áreas onde o De-clínio e a Morte Súbita não representam sérioproblema. Porém a utilização de 3 ou 4 outrosporta-enxertos representará tranquilidade parao citricultor e estabilidade para a citricultura.Diversifiquem os porta-enxertos.

4

5

6

7

8

Page 7: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 8: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

Um auditório lotado pôde acompanhar com entusiasmo palestras de excelente nível

8 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

WORKSHOP

O título do IV Workshop GTACC, “Comomanejar pragas e doenças de difícil con-trole em citros ?” , foi suficiente para per-

ceber a importância técnica dessa reunião.Reunindo mais de 300 participantes, entre pro-dutores, consultores, pesquisadores, pessoalligado às empresas de defensivos, estudantese demais interessados, o evento deixou um ecosaudável de uma rica informação técnica, deeminente caráter prático, reunida no transcor-rer de suas oito palestras.

Realizado no último dia 17 de maio, naEECB – Estação Experimental de Citriculturade Bebedouro, o Workshop primou pela suaforma que propiciou depoimentos que con-frontaram, muitas vezes, informações teóricascom as atitudes reais tomadas no campo.

Feliz com a aceitação do encontro por par-te dos presentes, o engenheiro agrônomo Le-andro Aparecido Fukuda, presidente doGGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, descreveu sua impressão a respeitodo evento: “O Workshop conseguiu atingir suaprincipal meta, transformando as palestras emdebates e promovendo uma sadia discussãoem torno de assuntos que são, atualmente,decisivos para aqueles que desejam obter pro-dutividade. O produtor marca presença poissente que os momentos passados na reuniãolhe trazem um benefício que não tem preço.Da nossa parte, ficamos contentes em poderproporcionar um valoroso fórum de debates,

Pragas e doenças de difícil controleGGGGGTTTTTACC ACC ACC ACC ACC promove na EECB seu IV Workshop, com a presença de mais de 300 partcipantes, em um dia

marcado por debates e explanações sobre o trabalho prático de campo

cumprindo com o principal objetivo doGGGGGTTTTTACCACCACCACCACC”, declarou Leandro Fukuda.

EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha

Para resumir o que de mais importanterelatei em minha apresentação durante oWorkshop, creio ser fundamental que fiqueregistrado a proposição de que devam sermudados os momentos considerados de refe-rência para que o produtor saiba quando pul-verizar a doença. Mais importante do que si-tuar dois estágios do botão floral (“cabeça-de-alfinete”e “cotonete”) para as aplicações,é ensinar-lhe a determinar a melhor situaçãopara iniciar o controle e atrelar as pulveriza-ções seguintes à intervalos de 15 dias, que é otempo da degradação dos produtos após apli-cados, na ausência de chuvas.

Acredito que essa alteração seja muito im-portante, uma vez que são comuns os casosdaqueles que, tendo comprado produto parao controle, não tiveram êxito em impedir a en-trada da doença no pomar por haver passadoum número maior de dias do que aquele jádescrito para o sucesso dos produtos. É fun-ção da pesquisa, da extensão e das empresasde defensivos para que haja esse novo posici-onamento em benefício do citricultor.

Em seguida, José Renato Melare, gerentedas Fazendas João Carlos Matta, sediado em

Olímpia, SP, fazendo um depoimento daquiloque costuma ocorrer na prática com essa do-ença, recorreu a um histórico meteorológicopara associar a intensidade do problema àcondições de pluviometria.

Pinta PretaPinta PretaPinta PretaPinta PretaPinta Preta

O professor da Unesp, Antonio de Góes,lembrou aos presentes que, obrigatoriamen-te, todos devem buscar meios para diminuiras fontes de inóculos. Comentou que admite-se, atualmente, que as duas formas de disse-minação do fungo (por ascósporos ou por co-nídios) são considerados com a mesma impor-tância na propagação da doença.

Levando-se em conta a estrutura de pro-pagação, Goés elaborou uma lista com umasérie de medidas preventivas para melhorar ocontrole da Pinta Preta. Pensando inicialmen-te nos conídios, ele relacionou: eliminar, pelapoda de limpeza ou de produção, os galhossecos (que são reservatórios de picnídios –estruturas nas quais internamente se desen-volvem os conídios); adubar o pomar equili-bradamente; não utilizar-se de espaçamentosmuito reduzidos; dar condições para o au-mento da luminosidade: controlar adequada-mente à fungos, insetos sugadores e cochoni-lhas, que provocam a seca de galhos; e elimi-nar plantas doentes.

Em relação aos ascósporos, para restringira formação de pseudotécios (estruturas ondesão formados os ascósporos): usar Uréia emcobertura ou associada aos herbicidas, sobreas folhas caídas; utilizar decompositores; ma-nejar o mato adequadamente, com uso de ro-çadeira “ecológica”; utilizar a irrigação racio-nalmente e restringir a desfolha, de formageral.

Para o controle da Pinta Preta, Góes des-tacou algumas recomendações gerais, taiscomo: adotar o manejo integrado das doen-ças; não usar fungicidas sistêmicos de formaisolada; respeitar os intervalos de pulverização;regular os equipamentos adequadamente; eavaliar anualmente a eficiência dos tratamen-tos.

O agrônomo Celso José da Silva, represen-tante da Coopercitrus, ressaltou a necessida-de da utilização do Cobre no controle da Pin-ta Preta, mesmo porque o nutriente tem pa-pel importante na fisiologia dos cítricos. Celsolembrou que a opção pelo Cobre prende-setambém ao fato dele ser o mais eficiente pro-duto para o controle da Melanose. O técnicoda Coopercitrus chamou a atenção para o fato

Déc

io Jo

aqui

m

Page 9: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

Professor Góes e as recomendações contra a Pinta Preta

WORKSHOP

de que o Óleo Mineral não pode ser esqueci-do e deve ser acrescentado na proporção de0,25% a cada pulverização para a Pinta Preta.

OrtéziaOrtéziaOrtéziaOrtéziaOrtézia

José Luiz Silva, biólogo da Gravena Ltda.,fez uma apresentação sobre a necessidade da

inspeção de varredura nomanejo da cochonilha Or-tézia. Ele foi corroboradopor Daniel Aparecido Leal,gerente do Grupo Faro, deMonte Azul Paulista, SP,que relatou seu trabalhona determinação dos níveisde infestação dos talhõescom Ortézia, necessário àtomada de decisão em re-lação ao manejo da cocho-nilha.

José Luiz discorreu so-bre as inadequadas e carasaplicações de inseticidasque, não seguindo uma es-tratégia de manejo, aca-bam por não controlar oinseto, além de propiciar àcochonilha que esta adqui-

ra resistência aos produtos indicados para seucombate.

GreeningGreeningGreeningGreeningGreening

Na última parte do Workshop, primeiroPedro Takao Yamamoto, pesquisador do Fun-decitrus, seguido pelo engenheiro agrônomo

Décio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimConsultor Campo/[email protected]

GTA

CC

Fernando Eduardo Tersi, gerente de produçãoda Cambuhy Agrícola Ltda., tiveram a palavrae descreveram as corretas atitudes a serem apli-cadas na identificação e manejo do Greening.Tersi, responsável pela produção de um po-mar com 2,5 milhões de plantas, relatou osprocedimentos que a Fazenda que representaadota na prevenção e na erradicação de árvo-res com Greening.

Pedro se ateve à importância que o pro-dutor deve destinar às inspeções para identifi-car a presença da doença, uma vez, que paraas propriedades que já alcançaram altos ní-veis de Greening, não basta apenas efetuar ocontrole químico do vetor (o Psilídeo Diaforina),mas é de vital importância para a sadia continui-dade do setor que as propriedades estejam erra-dicando plantas com sintomas, sempre que pre-ciso for. Ele fez referência ao trinômio básico parao manejo do Greening: erradicação da plantacontaminada, controle químico do Psilídeo eobtenção de mudas sadias.

Déc

io Jo

aqui

m

Page 10: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

TTTTTabela 1. abela 1. abela 1. abela 1. abela 1. Duração (dias) dos estádios do ciclo de vida das Moscas-das-Frutas, em condiçõescontroladas de temperatura (25 ºC).

MANEJO DE PRAGAS

Manejo ecológico das Moscas-das-FrutasO monitoramento das espécies infestantes com diferentes atrativos alimentares permite a elaboração da isca tóxica

com o atrativo de maior preferência pelo inseto

A severidade do ataque das Moscas-das-Frutas na safra 2006/2007 foi relatada pela equipe da Gravena Ltda e integrantes do

GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC através das consultorias prestadas nasdiferentes regiões produtoras do estado de SãoPaulo. O assunto foi motivo de debate nas reu-niões internas do Grupo e as ações que de-vem ser adotadas para o manejo ecológico dasMoscas-das-Frutas estão publicadas neste ar-tigo e em conformidade com as normas daPIC - Produção Integrada de Citros.

Danos à produção citrícolaDanos à produção citrícolaDanos à produção citrícolaDanos à produção citrícolaDanos à produção citrícola

Nas condições brasileiras estima-se que aredução na produção ocasionada pelas Mos-cas-das-Frutas possa ser de 30 a 50%. Um tra-balho mais recente aponta para um potencialde dano variável de 1,2 a 4,1 toneladas defrutos por hectare, especificamente para aocorrência de Ceratitis capitata.

O dano ocasionado por esse inseto podeser indireto, quando causado pelas fêmeas aointroduzirem o acúleo (ovipositor) no frutopara deposição dos ovos, permitindo a infec-ção por microorganismos que iniciam o pro-cesso de podridão do fruto. O dano direto éaquele causado pela alimentação e desenvol-vimento das larvas na polpa que, além de pos-sibilitarem a infecção por microorganismos,tornam o fruto impróprio para consumo. Emambos os casos, os frutos antecipam o pro-cesso de maturação, com conseqüente quedaprematura.

O potencial de ataque é maior nas varie-dades precoces, como Hamlin, Bahia e Lima,especialmente sobre as plantas localizadas naperiferia do talhão e próximas de fragmentosflorestais ou outro hospedeiro de alimentaçãoe reprodução das Moscas-das-Frutas. Os inse-tos podem resultar em destruição total dosfrutos nos casos em que não houver monito-ramento de adultos, pois a imigração somen-te será notificada quando forem detectadosfrutos sintomáticos. Neste caso, além de com-prometer a produção e exigir que o produtoradote medidas de controle químico e manejoambiental, como a catação dos frutos sinto-máticos na árvore e a retirada do pomar, per-mite ao inseto uma primeira geração de adul-tos. Os insetos migram entre as variedades cí-tricas em função do estádio de maturação ejuntamente com aqueles oriundos de áreascircunvizinhas podem culminar com elevadaspopulações da praga no período de matura-ção das variedades tardias, como Pêra, Valên-cia e Natal.

Embora havendo uma tendência de maiorpressão populacional de adultos sobre os fru-tos das variedades tardias, geralmente sãocontabilizados menores índices de frutos in-festados, devido às estratégias de controleadotadas pelos produtores ao longo da safraquando detectam a presença do inseto ou sin-tomas de ataque nos frutos das variedadesprecoces.

Flutuação populacionalFlutuação populacionalFlutuação populacionalFlutuação populacionalFlutuação populacional

Por outro lado, a flutuação populacionaldas Moscas-das-Frutas é dependente de fato-res abióticos como a temperatura e a precipi-tação pluvial e de fatores bióticos, principal-mente, a disponibilidade de frutos.

O ciclo de vida (ovo – adulto) das Moscas-das-Frutas é diretamente dependente da tem-peratura, sendo mais prolongado em épocasou regiões de baixas temperaturas. A duraçãodas fases do ciclo de vida de Anastrepha fra-terculus e de Ceratitis capitata está apresenta-da na Tabela 1.

Para a C. capitata o tempo de vida dosadultos é de até 10 meses e a fecundidade dafêmea é de até 800 ovos, enquanto que paraa espécie A. fraterculus, o tempo de vida dosadultos é de até 5 meses e a fecundidade dafêmea, não excede 450 ovos.

A ocorrência das espécies foi estudada parao estado de São Paulo e definido que Ceratitiscapitata representa a maior parte da popula-ção nas regiões citrícolas do centro-norte enoroeste e que na região centro-sul, a predo-minância é de A. fraterculus (Figura 1). Nestasregiões citrícolas o potencial de ataque estarelacionado às condições climáticas favoráveise à sucessão de hospedeiros, em que os adul-tos migram de uma frutífera para outra, àmedida que estas forem frutificando em dife-rentes épocas do ano, fenômeno denomina-do de sucessão hospedeira.

Embora haja preferência por frutos na fasede maturação ou de alisamento da casca, asmoscas do gênero Anastrepha, devido ao seurobusto acúleo (ovipositor), podem infestar osfrutos cítricos verdes, na fase de 50% do de-senvolvimento máximo, sobretudo das varie-dades precoces. O primeiro pico populacional(população incursora) desta espécie ocorreentre março e abril, migrante a partir de frutí-feras com maturação durante as estações deprimavera e verão, destacando-se como prin-cipais hospedeiros: goiaba, manga, sirigüela,acerola, carambola, maracujá e pêssego (Fi-gura 2). Um segundo pico populacional (po-pulação residente) ocorre entre julho e setem-bro, podendo-se prolongar-se até dezembro,quando em função do inverno, pela baixa dis-ponibilidade de hospedeiros, o inseto obriga-toriamente migra para os citros, atraídos pelamaturação dos frutos de meia estação e tardi-os. Um segundo ponto a ser considerado é amigração entre as variedades cítricas, nos ca-

10 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

Larva de uma Mosca-das-Frutas

Gra

vena

Ltd

a

Page 11: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 12: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2. Flutuação populacional de adultos das Moscas-das-Frutasem pomares cítricos nas regiões central e sul do estado de São Paulo.

Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1. Densidade populacional de adultos das Moscas-das-Frutas empomares cítricos nas regiões central e sul do estado de São Paulo.

12 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

sos em que não houve um controle satisfató-rio nas as variedades precoces, criando umpotencial de ataque sobre aquelas de matura-ção tardia. O terceiro fator que auxilia na com-preensão é quando o produtor reduz a aten-ção sobre o monitoramento e controle duran-te a fase de colheita e pós-colheita nas varie-dades severamente infestadas, por dificulda-de de máquinas para a realização do controle,permitindo ao inseto um crescimento grada-tivo, culminando com o segundo pico popu-lacional. Por fim, com o avançar da colheitarestringe-se a área de frutos em fase de matu-ração, havendo a concentração dos insetossobre as variedades de maturação tardia.

C. capitata tem a cultura do café comohospedeiro primário nas condições brasileiras,assim, a máxima densidade populacional ocor-re no período de julho a novembro, que coin-cide com a época de maturação e colheita docafé arábica. Neste período grandes popula-ções desse inseto migram para pomares decitros em busca de alimentação e locais paraoviposição. As fêmeas de C. capitata, que apre-sentam um acúleo rudimentar em relação àsmoscas do gênero Anastrepha, encontram noperíodo de migração os frutos cítricos extre-mamente favoráveis à oviposição, por apre-sentarem a casca lisa e tenra em função doestádio de maturação.

Vale ressaltar que a precipitação é o fatorabiótico de maior influência sobre os picos po-pulacionais de ambas as espécies, pois definea época de florescimento e frutificação doshospedeiros. Desta forma, pode antecipar ouprolongar o período de máxima densidadepopulacional, exigindo a adoção do monito-ramento constante ao longo do ano atravésda instalação de armadilhas modelo McPhailou Bola com atrativos alimentares.

Reconhecimento das espéciesReconhecimento das espéciesReconhecimento das espéciesReconhecimento das espéciesReconhecimento das espécies

No Brasil, as principais espécies de Mos-

cas-das-Frutas que infestam a cultura dos ci-tros são Anastrepha fraterculus, A. obliqua,com predomínio da primeira espécie, e Cera-titis capitata, introduzida no país e reconheci-da como Mosca-do-Mediterrâneo, todas per-tencentes à Família Tephritidae.

Anastrepha fraterculus: o adulto mede cer-ca de 6,5 mm de comprimento e é de colora-ção geral amarela. As asas apresentam umamancha amarelada em forma de “S” e naspontas das asas aparece outra mancha comoa anterior, porém em forma de “V” invertido,sendo as duas contornadas de preto.

Ceratitis capitata: o adulto mede cerca de4,5 mm de comprimento e tem coloraçãoamarelada. Os olhos são característicos, de co-loração violeta. O tórax é preto com desenhosbrancos e o abdome, amarelo com duas lis-tras acinzentadas. As asas são levemente ro-sadas com listras amarelas, sombreadas.

Aspectos bioecológicosAspectos bioecológicosAspectos bioecológicosAspectos bioecológicosAspectos bioecológicos

A fêmea perfura o epicarpo (casca) do fru-to e a oviposição é realizada no interior doalbedo (parte branca sob a casca do fruto),em número de 1 ou até 10 ovos por posturapara a espécie A. fraterculus e C. capitata, res-pectivamente. Após a oviposição, marcam ofruto com feromônio mediante o arrasto doacúleo, mas outras fêmeas podem ovipositarno mesmo fruto.

As larvas de coloração branco-amareladae de aspecto afilado na região anterior e arre-dondada na posterior, caminham em direçãoà polpa, fazendo galerias e ficando a área ata-cada decomposta.

Prestes a pupar, as larvas abandonam ofruto antes de ocorrer a queda prematura epenetram no solo, a até 10 cm de profundi-dade, dependendo das características físicas.A pupa é semelhante a um grão de arroz, decoloração marrom-escura e com cerca de 5mm de comprimento.

Os adultos recém-emergidos necessitam dealimentação rica em proteínas e carboidratospara a maturação sexual e viabilidade dos ovos,no caso das fêmeas. Esta característica bioló-gica é de fundamental importância no auxíliopara o manejo ecológico, por permitir o mo-nitoramento das espécies infestantes com atra-tivos alimentares e a elaboração de iscas tóxi-cas para a redução populacional de adultos.Frutos infestados por Moscas-das-Frutas apre-sentam intensa fermentação e, geralmente,exsudação através do orifício de oviposição.Assim, tornam-se fonte de alimentação alter-nativa às armadilhas com atrativos alimenta-res, competindo com a atratividade e a efici-ência do método de monitoramento e do con-trole utilizando-se as iscas tóxicas. Desta for-ma, o manejo ambiental através da cataçãodos frutos sintomáticos na árvore e a retiradado pomar são de fundamental importânciapara o sucesso do controle, conforme deta-lhado no item de manejo ecológico.

MANEJO DE PRAGAS

Anastrepha fraterculus

Ceratitis capitata

Gra

vena

Ltd

aG

rave

na L

tda

Page 13: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

Armadilha tipo “bola”

13Abril / Maio / Junho Revista Ciência & Prática

MANEJO DE PRAGAS

SintomasSintomasSintomasSintomasSintomas

Externamente ao fruto verde, no início obser-va-se ao redor do pequeno orifício de posturauma tonalidade amarela da casca evoluindopara uma podridão úmida e amolecida que,se comprimida com os dedos, libera um líqui-do, além da maturação e queda precoce dofruto.

Manejo ecológicoManejo ecológicoManejo ecológicoManejo ecológicoManejo ecológico

O conhecimento dos aspectos bioecológi-cos das Moscas-das-Frutas e a sua importân-cia para a fruticultura permitem estabelecer-mos as estratégias para o manejo ecológicoem pomares cítricos.• Implantação:Implantação:Implantação:Implantação:Implantação: O manejo das Moscas-das-Fru-tas deve ser planejado a partir da implantaçãodo pomar, optando-se por regiões não tradi-cionais no cultivo de café e outras frutíferastropicais. Entretanto, este não deve ser umargumento decisório, pois outras ações podemser adotadas da porteira para dentro, como aimplantação de unidades de produção demesmo estádio de maturação e colheita, des-favorecendo a migração de adultos entre asvariedades. Neste caso, realizando-se o ma-nejo com sucesso na unidade de produção devariedade precoce, reduz-se a pressão popu-lacional sobre as unidades com variedades demeia estação e tardia, respectivamente.• Inspeção Visual:• Inspeção Visual:• Inspeção Visual:• Inspeção Visual:• Inspeção Visual: Com o pomar instalado omanejador de pragas (gerente agrícola) deveacompanhar de perto as atividades da equipede inspetores de pragas. Estes devem ser de-vidamente treinados e capacitados no reco-nhecimento das pragas e seus inimigos natu-rais e realizar a inspeção em 1% de plantasdos talhões com freqüência máxima quinze-nal. A metodologia de inspeção de Moscas-das-Frutas preconizada pela Gravena Ltda é ade avaliar visualmente os frutos ao redor dacopa e considerar a planta infestada havendopelo menos 1 fruto com os sintomas do ata-que e a presença da larva típica. Neste caso, onível de ação sugerido é de 10% de plantasinfestadas.• Monitoramento:• Monitoramento:• Monitoramento:• Monitoramento:• Monitoramento: O ponto alto do manejo

desta praga é o monitoramento de adultoscom armadilhas modelo McPhail ou Bola. Asarmadilhas contendo diferentes atrativos ali-mentares visam definirmos aquele de maioratratividade ou preferência em função da es-pécie infestante, quer seja Anastrepha frater-culus ou Ceratitis capitata, para a elaboraçãoda isca tóxica utilizando-se o atrativo de pre-ferência do inseto associado a um inseticidaregistrado para a praga. Este trabalho atual-mente em condução nas propriedades de cli-entes da Gravena Ltda tem indicado que aolongo do ano alternam-se os atrativos alimen-tares utilizados na isca tóxica em função daflutuação populacional das espécies de Mos-cas-das-Frutas. Este monitoramento criativoque denominamos de “cardápio de atrativosalimentares” depende das informações gera-das pelos inspetores de pragas e dedicação domanejador, pois inicialmente deve mapear ospontos críticos de infestação da praga ao re-dor de toda a fazenda. Em seguida deve ele-ger os pontos onde serão instaladas as arma-

dilhas, preferencialmente, definindo-se, nomínimo, um ponto para cada variedade cítri-ca em função da maturação, objetivandoacompanhar a migração do inseto. A altera-ção de pontos de monitoramento depende daavaliação visual dos inspetores, indicando quedeve haver uma sincronia entre os métodospropostos. As armadilhas devem estar eqüi-distantes, fixadas no interior da copa das plan-tas e distribuídas ao longo do carreador divi-sório com a área de imigração do inseto. Osatrativos atualmente utilizados e as respecti-vas concentrações são: melaço (10%), proteí-na hidrolisada (1%) e BioAnastrepha® (5%),ou seja, neste caso serão apenas 3 armadilhaspor ponto de monitoramento. As armadilhasdevem ser avaliadas semanalmente pelos ins-petores através da coagem do líquido atrativosobre uma peneira e as espécies capturadasdevidamente quantificadas. Em seguida as ar-madilhas devem ser higienizadas com água edetergente, antes da reposição do novo líqui-do atrativo. O nível de ação sugerido para oinício da aplicação da isca tóxica é de 1 mos-ca/armadilha/dia (MAD) nas armadilhas comatrativo alimentar, ou quando for crescenteentre as avaliações e houver frutos sintomáti-cos ou favoráveis à infestação (Tabela 2). Valeressaltar que no primeiro ano pode haver danopela praga até que sejam definidos os pontosde instalação das armadilhas. O monitoramen-to jamais deve ser interrompido na entressa-fra, na fase inicial de desenvolvimento dos fru-tos ou na pós-colheita. As razões para a ma-nutenção deste trabalho resumem-se:

Avaliar a flutuação populacional das espé-cies de Moscas-das-Frutas;

Acompanhar os períodos de imigração decada espécie em função da presença de ou-tros hospedeiros alimentares e de reproduçãona região;

Definir a preferência do inseto pelos dife-rentes atrativos alimentares, utilizando-se ainformação para elaborar a isca tóxica;

Avaliar a emergência de adultos em pós-colheita dos talhões severamente infestadospara manutenção do controle com isca tóxica.

GTA

CC

Page 14: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

Estima-se que o prejuízo ocasionado pelasMoscas-das-Frutas chega a ser de 50%

• Controle químico:• Controle químico:• Controle químico:• Controle químico:• Controle químico: A isca tóxica é compos-ta do inseticida registrado em mistura com oatrativo alimentar de preferência da espécieinfestante. Quando na utilização do melaçopoderá haver impacto negativo sobre a popu-lação de inimigos naturais, entretanto, a sele-tividade ecológica no espaço é obtida atravésda aplicação do jato dirigido em cerca de 1metro quadrado da copa e na face do nascen-te. É recomendada a rotação de inseticidascom diferentes mecanismos de ação para omanejo de resistência, pois na população deadultos imigrantes pode haver indivíduos re-sistentes, especialmente se no hospedeiro pri-mário o controle químico não foi realizado emconformidade com as técnicas de manejo deresistência.

No início da primavera a aplicação podeser feita a cada 4 ou 6 ruas, utilizando-se lan-ças manuais para aplicação contínua ao lon-go de toda a linha de plantio. A partir do ve-rão, com o aumento populacional verificadonas armadilhas ou com a maturação dos fru-tos das variedades precoces, devemos reduzir

MANEJO DE PRAGAS

TTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2. Número de Moscas-das-Frutas por armadilha capturadas diariamente (MAD) em pomares cítricos nas regiões central e sul doestado de São Paulo.

o intervalo entre as ruas tratadas, ou seja, re-alizado em ruas alternadas. Quando pelas ar-madilhas estivermos utilizando o melaço comoo atrativo alimentar ideal é importante que ointervalo entre as aplicações seja de no máxi-mo 10 dias. No caso do uso da proteína hi-drolisada o intervalo máximo entre as reapli-cações deve ser de 15 dias.• Manejo ambiental:• Manejo ambiental:• Manejo ambiental:• Manejo ambiental:• Manejo ambiental: É o conjunto de medi-das planejadas previamente à implantação dacultura e durante a sua condução, visando re-duzir a população e a ocorrência de pragas alongo prazo e favorecer os inimigos naturais.Visando favorecer os inimigos naturais, alémda seletividade ecológica da forma de aplica-ção da isca tóxica, o produtor deve realizar acatação dos frutos infestados nas plantas e de-positá-los em valetas recobertas por tela demalha fina para a emergência do parasitóideDoryctobracon areolatus e reter, por esta tela,as eventuais moscas que poderiam retornar aopomar. Uma orientação de suma importânciaao citricultor é a de antecipar ao máximo acolheita nas áreas severamente infestadas pela

José Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaConsultor Gravena/GTACC

[email protected]

Gra

vena

Ltd

a.

Santin GravenaSantin GravenaSantin GravenaSantin GravenaSantin GravenaConsultor Gravena/[email protected]

Sérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaConsultor Gravena/GTACC

[email protected]

praga e manter a aplicação de iscas tóxicaspor um período de até 30 dias após o términoda colheita, visando o controle dos adultosrecém-emergidos e evitar a migração para osdemais talhões com frutos em fase de matu-ração. Nos locais de imigração intensa poderárealizar a bordadura química, que é a aplica-ção de inseticida em cobertura total das plan-tas ao longo do carreador divisório com o lo-cal de imigração, dispensando-se a adição doatrativo alimentar, visando impedir a alimen-tação e reprodução da praga e seu desloca-mento para o centro do talhão.

14 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

O produtor pode favorecer os inimigosnaturais, depositando frutos infestados em

valas recobertas por tela de malha fina

Déc

io Jo

aqui

mG

rave

na L

tda

Page 15: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

NUTRIÇÃO MINERAL

"Planejando a produtividade da próxima safra"Uma boa coleta de solos e folhas, um laboratório confiável, uma boa interpretação dos resultadose a indicação da melhor correção e da nutrição mais apropriada são o início de uma boa colheita

Quando se fala em produtividade, pensa-se logo em adubação. Porém, o citricul-tor padece por manter o mau costume

de tomar a decisão de adubar sem fazer asnecessárias análises de solo, folha e a calagem.

Sem tais ferramentas em mãos, a inevitá-vel e desastrosa conseqüência é a baixa pro-dutividade do pomar.

Na realidade, a adubação deve começarcom as análises de solo e folha, seguidas dacalagem e, só então, completar-se coma efe-tiva aplicação do adubo.

O problema é que, “bem ou mal”, o citri-cultor aduba.

Ficam, então, as perguntas:– Será que está adubando bem?– Será que sua planta está aproveitando todoo potencial da adubação?

Tecnicamente, as respostas sinalizam paranegativas.

Importante lembrar que a adubação é um

investimento de peso expressivo no custo ge-ral da produção (atualmente aproximadamen-te 15-20% dos custos de citros), portanto, nãose pode - nem se deve! - deixar de adotar todae qualquer medida para o melhor resultadodessa fase do cultivo e obter o melhor resulta-do da safra.

Por isso, trataremos aqui dos procedimen-tos imprescindíveis para sua adubação fazer adiferença no pomar.

Em primeiro lugar, uma boa análise de soloé indispensável para dar início ao procedimen-to, pois esta deve representar de fato o solodo pomar. Isso porque, uma amostragem er-rada, desencadeia um planejamento técnicoerrado por falha de diagnóstico.

Assim a finalidade da análise é determinarque elemento ou elementos estejam sendo for-necidos de maneira insuficiente para a plantae estimar a dose desses elementos que devemser fornecidos.

Mesmo parecendo algo simples, indicare-mos alguns cuidados para a qualidade dessaanálise que sempre deve começar com umaboa amostragem.

Análise de SoloAnálise de SoloAnálise de SoloAnálise de SoloAnálise de Solo

1. Dividir em glebas mais uniformes do po-mar; quanto à posição no relevo, cor e textu-ra. Procurar agrupar talhões com característi-cas idênticas, como combinação copa/portaenxerto, idade, produtividade.2. Não retirar amostras de locais que não re-presentam à homogeneidade da gleba comoterraços, montes de esterco, dentre outros;3. Retirar amostras do meio da faixa adubada,projeção da copa e nas entrelinhas, no míni-mo após 35 dias da última adubação;4. Retirar de cada conjunto homogêneo detalhões no mínimo 20 sub-amostras para cadaanálise;

Page 16: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

16 Revista Ciência & Prática

NUTRIÇÃO MINERAL

Abril / Maio / Junho

5. Colher amostras entre 0-20 cm (superfici-ais) e 20-40 centímetros de profundidade (sub-superficies);6. Misturar as sub-amostras e retirar uma por-ção de, aproximadamente, 400 gramas (amos-tra propriamente dita);7. Anotar o número das amostras e preenchero formulário.

Não se deve esquecer e aproveitar parafazer conjuntamente a análise de folhas. Elanos dará a diagnose de deficiências ou exces-so de elementos no pomar.

Análise de folhaAnálise de folhaAnálise de folhaAnálise de folhaAnálise de folha

Para uma amostragem eficiente, atentarpara:1. As amostras foliares devem ser colhidas cer-ca de 30 dias após a adubação, não podendoter recebido pulverizações foliares nesse perí-odo;2. Retirar folhas do ciclo da primavera, comaproximadamente 6 meses de idade;3. Colher o terceiro ou quarto par de folhasdo ramo a partir do fruto;4. Localizado na altura mediana da copa;5. Retirar 4 folhas por planta, uma de cadaexposição (norte, sul, leste, oeste);6. Pelo menos 20 plantas devem ser amostra-das por talhão, num total de 80 folhas poramostras;7. Não coletar folhas danificadas;8. Amostras acondicionadas em sacos de pa-péis, devem ser devidamente identificadas eremetidas ao laboratório no máximo na sema-na que foram coletadas sendo mantidas nageladeira na parte destinada aos vegetais.

Tanto para análise de solo como para aná-lise foliar, o material colhido deve ser encami-

nhado para um laboratório de confiança docitricultor, o mais rapidamente possível.

Após o retorno das análises, o citricultordeverá consultar um engenheiro agrônomopara uma criteriosa interpretação dos dados,apresentação do diagnóstico e melhor plane-jamento dos procedimentos a serem adota-dos de calagem, adubações de solo e foliares.

Os citros preferem solos bem drenados,com um pH em água de 5,0 – 7, 0, uma baixasalinidade e o V% entre 60 e 70 %. Assim te-mos também de determinar a necessidade decalcário, para a correção da acidez em super-fície e quando necessário a dose de gesso paraneutralizar a acidez de sub-superfície e forne-cer cálcio em camadas mais profundas.

Os solos com pH nos extremos devem sercorrigidos até onde for possível, pois com bai-xos níveis as plantas podem sofrer toxicidadeiônica de alumínio e de outros metais pesa-dos, assim como restrições de disponibilidadede nutrientes. Nos solos com o pH muito altoou muito baixo, ocorre o bloqueio ou imobili-zação dos nutrientes (principalmente dos mi-cronutrientes).

Na calagem – que depende de diagnósti-co de necessidade –, o sucesso prático se dáconforme a dosagem adequada do produto,das características do corretivo utilizado e deuma aplicação correta.

A melhor dosagem é estabelecida combase na análise de solo, que traz os dados fun-damentais para cálculo a partir de critério téc-nico de recomendação e dosagem.

O calcário necessita de tempo para se dis-solver no solo e produzir efeito, assim ela deveser feita com uma antecedência tanto maiorquanto menor for seu PRNT, assim calcárioscomuns com 65 % de PRNT precisariam de

mais de 60 dias para dissolver e calcários dePRNT maiores dissolveriam em menos tempo.Deve ser aplicado a lanço, em área total, nosmeses de abril a junho, incorporando-se comgrade leve quando possível. Na regulagem pri-orizar a faixa adubada que deve receber pelomenos 60 % do corretivo. Se o pomar for sub-solado pode-se fazer a calagem antes dessaoperação para assegurar maior penetração docorretivo. O gesso é destinado a aumentar asaturação de cálcio nas camadas mais profun-das do solo ou neutralizar altos teores de alu-mínio, também deve seguir as recomendaçõesdo calcário quando for necessário e distribuí-do da mesma maneira.

A aplicação do calcário começa com umbom preparo da área para o descarregamentoe armazenagem, pois na grande maioria dasvezes vem a granel para as fazendas e ficadepositado no “tempo” em locais próximosonde devem ser aplicados. Os locais escolhi-dos devem proporcionar facilidade de movi-mentação dos equipamentos, sem a existên-cia de cascalho, mato ou material estranho;que podem atrapalhar no funcionamento daadubadeira; limpo e nivelado. Os equipamen-tos aplicadores são os mesmos que aplicamadubo, mas em alguns casos podem ser insta-ladas outras ‘bocas’ de saídas que propiciemcondições, para que o calcário vá diretamentepara o solo.

Hoje, dispõe-se de diversos tipos de corre-tivos de acidez com características e efeitosdiferentes – daí a necessidade de um consul-tor para proceder à escolha do produto maisconveniente para a situação do pomar.Uma aplicação mal feita e em época erradapoderá comprometer total ou parcialmente osresultados esperados. Por uma aplicação bemfeita de corretivo entenda-se aquela feita naépoca apropriada, com boa distribuição nopomar e incorporação ao solo bem executa-das.

Assim a adubação das culturas cítricas,bem como a de qualquer outra cultura devecomeçar com as análises químicas do solo ede folhas, continuar com a correção da aci-dez, tanto nas camadas superficiais como sub-superficiais e finalizar com efetiva aplicaçãodos fertilizantes.

Ramiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima Neto Consultor FARM/GTACC

[email protected]

GTA

CC

Antonio Garcia JúniorAntonio Garcia JúniorAntonio Garcia JúniorAntonio Garcia JúniorAntonio Garcia Júnior Consultor GTACC

[email protected]

GTA

CC

GTA

CC

O calcáriodeve ser

descarregadoem local limpoe próximo dasáreas em queserá utilizado

Page 17: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 18: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

18 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

Plantando conhecimento e tecnologiaComemorando 25 anos de sua criação, a EECB orgulha-se pelo importante papel de difusão de tecnologia e pelo

cumprimento dos objetivos de sua constituição. Conheça um pouco mais sobre este importante centro de pesquisa agrícola.

PESQUISA CITRÍCOLA

Gerar uma pesquisa citrícola aplicada aonorte/noroeste do estado de São Pau-lo, poder fornecer subsídios técnico-ci-

entíficos aos produtores de citros locais e for-necer assistência técnica e alternativas regio-nais adaptadas às condições de clima e solodominantes na região. Assim, com esses obje-tivos, foi criada em 1982, a EECB – EstaçãoExperimental de Citricultura de Bebedouro.

Instalada em 112 hectares, no km 384 darodovia Brigadeiro Faria Lima, no municípiopaulista de Bebedouro, a EECB comemora 25anos de existência exercendo uma funçãomuito mais ampla do que a de ser exclusiva-mente um centro experimental de citricultura,mas assume um perfil de prestadora de servi-ços do agronegócio, diversificando suas ativi-dades e assumindo um importante papel so-cial, além de toda a responsabilidade técnicaque motivou sua criação.

A EECB, apesar de caracterizar-se primor-dialmente pela produção científica, forneceuma série de serviços que valorizam e funda-mentam sua existência, ampliando sua impor-tância regional e destacando-se como pontode convergência de produtores rurais.

Constituído por 4 engenheiros agrônomos,2 técnicos agrícolas, 2 técnicos de laboratórioe por mais 22 funcionários distribuídos em ati-vidades diversas, o corpo profissional da EECBé responsável por atender às milhares de pes-soas que participam das dezenas de eventospromovidos anualmente pela casa, numa de-monstração da atuação da Estação.

Serviços de qualidadeServiços de qualidadeServiços de qualidadeServiços de qualidadeServiços de qualidade

O laboratório de análise de solos, materialvegetal e qualidade de frutas, que atende àpreços de mercado, constitui-se num marco epresta um serviço de valor inestimável aos agri-cultores beneficiados. Instalado em 1990, olaboratório tem, hoje, condições de processar12 mil amostras de solo e 5 mil amostras defolhas, por ano. Destaca-se o nível de quali-dade das análises, que é considerado de exce-lente padrão, principalmente pelo uso de rea-gentes e componentes químicos da melhorprocedência, com a leitura dos resultados fei-ta por espectrofotômetro de absorção atômi-ca.

A destacar também, o fato do laboratórioassumir com o produtor o compromisso defornecer os resultados a partir de 7 dias daentrada da amostra. Além disso, através dosistema mantido pela Coopercitrus – Coope-rativa dos Cafeicultores e Citricultores de São

Paulo, o produtor pode entregar a amostra emqualquer uma das lojas da cooperativa que elaserá encaminhada ao laboratório na EECB.Os eventos técnicos atraem muitos produto-res à Estação. Congressos, simpósios, cursos,palestras específicas de citricultura e outrosassuntos de interesse caracterizam a EECBcomo importante fórum de debates agronô-micos.

A EECB possui um auditório para 240 lu-gares, mas também conta com um ambientealternativo que possibilita realizar eventos para400 pessoas. Além disso, conta com mais umpequeno auditório que faz parte do centro detreinamento e que abriga mais 40 pessoas. Sãocomuns os cursos específicos de treinamentosobre máquinas e implementos e também, osdiversos cursos genéricos para pequenos agri-cultores, inclusive voltados à agricultura fami-liar.

Faz parte das construções, um prédio deadministração, com escritórios, salas e o anfi-teatro, outro edifício que aloja o laboratóriode solos, biblioteca e despensa, além do pavi-lhão de negócios, quatro residências, umrefeitório,um barracão de máquinas, o Centrode Treinamento, perfazendo quase 4 mil m²de área construída.

Apesar do cumprimento dos objetivos ini-ciais, a direção da EECB houve por bem esten-der a atividade da Estação e passou a imple-mentar a produção de essências florestais paralotar áreas degradadas das propriedades ru-rais, bem como para a reposição de matas ci-liares. Montou-se, então, um viveiro de espé-cies nativas para atender a essa finalidade.

Posteriormente à instalação de um primei-ro viveiro, as ampliações que se fizeram ne-cessárias possibilitam, hoje, também a produ-ção de mudas florestais de variedades exóti-cas para a formação de florestas comerciais.

Dentro desse mesmo raciocínio, pensou-se em incentivar a formação de pequenos po-mares de frutíferas diversas, inclusive espéciesintroduzidas de outras regiões produtoras,como o exemplo do coco, que tem a sua difu-são na região, notadamente devido ao traba-lho de divulgação e informação prestados pelaEECB. Além disso, a seleção de materiais maispromissores dentro de algumas frutíferas,como o caso da ‘Carambola nota 10’, resulta-ram desse trabalho de diversificação desenvol-vido pela Estação

Manga, abacate, carambola, goiaba, lichia,além de cerca de uma centena de outras es-pécies de frutíferas fazem parte do acervo da

A EECB completa 25 anos sempre buscando alternativas para a região norte / nordeste de SP

Déc

io Jo

aqui

m

Page 19: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

19Abril / Maio / Junho Revista Ciência & Prática

PESQUISA CITRÍCOLA

EECB e poderão ser disponibilizadas aos inte-ressados.

Atualmente, a EECB, em conjunto com aCoopercitrus, participa de um projeto de fo-mento de plantios de seringueira. A Estaçãoproduz a muda originária de material genéti-co de origem comprovada, a assistência téc-nica é prestada pelos técnicos da Secretariada Agricultura e a Credicitrus responsabiliza-se por disponibilizar o acesso dos interessa-dos a uma linha de crédito para financiamen-to da atividade.Da parte de estufas para a propagação de ci-tros (2.000 m²), 90% é destinada à multipli-cação de material para pesquisa, na Estaçãoou para ser instalada fora dela. A borbulheiraque já foi muito grande, com cerca de 20 mate-riais básicos diferentes, hoje conta com apenas6: Pêra, Valência, Natal, Hamlim, Folha Murchae Tahiti. Interessados em adquirir borbulhas ouem pequenas quantidades de mudas podemprocurar a administração da EECB.

Em comemoração aos seus 25 anos, a esta-ção promove um ciclo de palestras, cujo progra-ma pode ser visto no sitewww.estacaoexperimental.com.br. São comunstambém os cursos para pequenos agricultores,inclusive voltados à agricultura familiar.

Em relação ao site, além do histórico da

EECB, estão disponibilizados os trabalhos de-senvolvidos pela Estação, dados de relatórios,descrição da atividade dos viveiros e do labo-ratório de solos, dados meteorológicos atuali-zados a cada hora.

O relacionamento com as instituições e osconvênios, são marcos importantes para o de-senvolvimento tecnológico. Hoje, a EECB re-cebe alunos, estagiários e bolsistas de váriasentidades de ensino e pesquisa, federais e es-taduais, além da iniciativa privada, numa con-junção de interesses que consolidam o resul-tado positivo de um modelo que se mostraviável.

Outro ponto a ressaltar, é o modelo mistode obtenção de recursos. Subvencionada pelaCoopercitrus/Credicitrus, a EECB recebe recur-sos federais, estaduais e municipais, em fun-ção dos convênios de alocação de pessoal,além de contar com recursos de agentes fi-nanciadores de pesquisa, da iniciativa priva-da, de citricultores, de parcerias e da receitaprópria com a prestação de serviços, como olaboratório de solos e a venda de material re-produtivo de citros e de outras plantas.

A prioridade é a pesquisaA prioridade é a pesquisaA prioridade é a pesquisaA prioridade é a pesquisaA prioridade é a pesquisa

Na parte de pesquisa, a EECB mantém a

tradição iniciada por seu primeiro diretor ci-entífico, professor Luiz Carlos Donadio, base-ando-se, principalmente, na linha de melho-ramento e seleção de material vegetal. A EECBestá focada em fazer a seleção de variedadesde laranjas precoces,de meia-estação e tardi-as, na tentativa de conseguir variedades quesuperem os padrões Hamlim, Pêra e Valência,consecutivamente, em termos de produção,cor, sabor e melhor rendimento em sólidos so-lúveis.

Dentro desse trabalho com variedades delaranjas, sempre está se buscando avaliar asplantas em relação à tolerância dos materiaisao Amarelinho e à CVC. Nessas condições, ava-liamos 256 materiais distintos de laranjas quevieram do BAG do Centro Apta de Citricultu-ra, em Cordeirópolis. O projeto de seleção devariedades começou em 1998. A partir daí, aEECB começou a avaliar esses materiais deCordeirópolis, mais 60 clones que foram sele-cionados em pomares assintomáticos de CVCe mais 100 variedades introduzidas. Mais de400 materiais no total, estudados desde 1998,com a obtenção de resultados positivos, atra-vés de 2 materiais que têm possibilidades deserem tolerantes à doença.

O primeiro deles é uma laranja do grupodas Baianinhas, e que já está há mais tempo

Em 11 de julho de 1978 foi constituída a Fupab – Fundação de Pesquisas Agroindustri-ais de Bebedouro. Teve por objetivos: promo-

ver estudos e pesquisas nos domínios da atividadepública ou privada; constituir-se em centro de do-cumentação para sistematizar e divulgar conheci-mentos técnicos; incumbir-se do planejamento eda organização das atividades industriais ou depesquisas, responsabilizando-se por sua execuçãoe de prestar-lhe a assistência técnica necessária;estimular e promover a formação, especializaçãoe aperfeiçoamento de pessoal técnico; promoveriniciativas necessárias e oportunas para realizaçãode seus objetivos; e divulgar as pesquisas feitas atodos os interessados.

No mesmo ano foi elaborado o primeiro pro-jeto de estudos da citricultura de Bebedouro, cons-tando de seis subprojetos concluídos em dois anospor professores da Unesp – Universidade EstadualPaulista, de Jaboticabal, SP. Em 13 de agosto de1979 foi assinado um convênio entre a Fupab e aAssocitrus – Associação Paulista de Citricultores,visando o repasse de recursos financeiros e umveículo de transporte para funcionários e pesqui-sadores, para que a Fupab pudesse concretizar osobjetivos propostos quando da sua constituição.Em 3 de outubro de 1980 foi apresentado o pri-meiro “Planejamento para instalação da EstaçãoExperimental de Citricultura de Bebedouro”.

O primeiro trabalho publicado apoiado pelaFupab foi um levantamento da citricultura de Be-bedouro, realizado em 1980 por alunos da Unesp,sob orientação de seus professores e de técnicosda Cati – Coordenadoria de Assistência Técnica

Integral, da Secretaria da Agricultura e Abasteci-mento de São Paulo, através da Casa da Agricul-tura de Bebedouro.

Posteriormente, houve o ato de desapropria-ção pela Prefeitura Municipal de Bebedouro deuma área de 72 ha pertencentes à Fepasa - Ferro-vias Paulistas S/A, que foi cedida em comodato àFupab, através da lei municipal nº 1433, de 19 denovembro de 1980, para desenvolvimento de pro-jetos de pesquisas em citricultura. A Unesp cedeuum técnico agrícola, além de maquinários para aimplantação e manutenção dos experimentos.

No dia 13 de outubro de 1982, através de umaalteração de seus estatutos, a Fupab cria uma novaentidade jurídica denominada EECB -EECB -EECB -EECB -EECB - Estação Ex-Estação Ex-Estação Ex-Estação Ex-Estação Ex-perimental de Citricultura de Bebedouroperimental de Citricultura de Bebedouroperimental de Citricultura de Bebedouroperimental de Citricultura de Bebedouroperimental de Citricultura de Bebedouro, comsede localizada na Rodovia Brigadeiro Faria Limakm 384, com a finalidade de promover: desenvol-vimento de projetos de pesquisa em citricultura,subsidiados pelos recursos advindos das entida-des envolvidas, sempre de interesse regional; de-senvolvimento de projetos de culturas alternativasà citricultura regional, nas áreas de agricultura efruticultura; prestação de serviços de assistênciatécnica à citricultura regional, com base nas pes-quisas nela desenvolvidas ou transferidas de ou-tras áreas; distribuição de material genético dequalidade comprovada pelos padrões em vigor;eventos, tais como, reuniões técnicas, simpósios,dias de campo, visando a melhoria tecnológica dacitricultura, agricultura e fruticultura regionais.

As seguintes entidades firmaram ou mantive-ram convênios com a EECB, através da Fupab, naépoca de sua fundação: Associtrus, Cati, Cooper-

citrus Industrial Frutesp S/A, Coopercitrus – Coo-perativa dos Cafeicultores e Citricultores de SãoPaulo, Faculdade de Ciências Agrárias e Veteriná-rias de Jaboticabal, da Unesp, Fundecitrus – Fun-do Paulista de Defesa da Citricultura, e PrefeituraMunicipal de Bebedouro. O apoio destas entida-des e do CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa eTecnologia, da Embrapa – Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária, e da Fapesp – Fundaçãode Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo,além de diversas empresas privadas e citricultores,possibilitou a implantação de diversos projetos depesquisa em citricultura, bem como em outras cul-turas alternativas para a região.

Como decorrência desse trabalho deu-se ainauguração oficial da EECB – Estação Experimen-tal de Citricultura de Bebedouro, em 18 de outu-18 de outu-18 de outu-18 de outu-18 de outu-bro de 1982bro de 1982bro de 1982bro de 1982bro de 1982, com a presença do Secretario daAgricultura e Abastecimento de São Paulo, emsolenidade realizada ao ar livre, pela inexistênciade um local mais adequado, pois na época, havi-am apenas os primeiros experimentos recém plan-tados.

Um pouco mais do que 25 anosD

écio

Joaq

uim

Page 20: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

em produção, portanto com maior número deobservações no campo. Talvez, já para o pró-ximo ano, a Estação poderá divulgá-lo. E ooutro, que ainda está recebendo avaliação emtermos de qualidade da fruta produzida, é umavariedade que veio através de semente, é ummaterial juvenil, que apesar de ter sido intro-duzido em 2000, ainda está na colheita de suasegunda safra. Mesmo com a presença dabactéria da CVC, não apresentam sintomas emfolhas, nem a ocorrência de frutos miúdos.

Devido a esses resultados com Amarelinho,está sendo proposto outro enfoque, que é ode estabelecer graus de tolerância para as va-riedades em relação à doença. Ou seja, inte-grar o que sejam as avaliações das plantas eseus sintomas visuais para Amarelinho, com onível de dano que a CVC causa para essas va-riedades e o total de frutos miúdos que essadoença causa nelas. Na prática é o que a EECBestá começando a fazer, que é buscar umavariedade que mesmo tendo Amarelinho, te-nha o mínimo de sintomas, o mínimo de fru-tos miúdos, conseguindo ter uma produtivi-dade aceitável.

Além disso, ainda temos a parte de sele-ção de porta-enxertos, em que temos traba-lhado com a intenção de encontrar porta en-xertos alternativos ao limão Cravo, para limaácida Tahiti.

Em um trabalho já publicado, utilizou-seporta-enxertos clássicos, mas que ainda nãohaviam sido testados para tahiti. Foi feito em

PESQUISA CITRÍCOLA

cooperação com o José Orlando Figueiredo,do Centro Apta-Citros. Selecionou-se, o citru-melo Swingle, o trifoliata, o Volkameriano,apesar de apresentar um pouco de Gomose;também, o citrange Morton e o tangelo Or-lando, todos como bons porta-enxertos paraTahiti, para plantios em sequeiro, pensandoem volume total da produção ao longo do ano.Não foi feita a avaliação da distribuição, di-vindindo-a por época de produção.

Esses materiais têm o inconveniente depromoverem copas muito grandes, o que fazcom que, agora, em outra linha de pesquisa,se tenta reduzir as copas através de interen-xertos com Flying Dragon. E além disso esta-mos trabalhando com materiais ananicantesque já foram trabalhados em laranja por Jor-gino Pompeu Junior, do IAC. O trabalho naEECB consiste em avaliar os resultados, com-parando-os com o padrão de Flying Dragon.

Em um importante ensaio realizado naEECB, obrigatoriamente com uso de irrigação,comprovou-se que plantios ultra-adensados,de Tahiti de porte baixo, enxertado sobre FlyingDragon, tiveram excelentes produtividades,apesar de concentradas no primeiro semestre.Em um espaçamento de 4m x 1m, com 2.500plantas/ha, alcançou 100t/ha. É óbvio que fo-ram parcelas experimentais e que, devemosconsiderar os demais problemas de manejoque um espaçamento assim pode ter em con-dições comerciais. O conveniente seria traba-lhar com 1.500 plantas/ha (5,5m- 6m x 1m-

1,5m). O produtor tem usado o espaçamentode 6m x 2,5m, que resulta em cerca de 600plantas/ha, que já é o triplo do que costumei-ramente se encontra nos plantios comerciais. Desde quando a MSC – Morte Súbita dos Ci-tros, ficou mais crítica, a EECB tem trabalhadobastante com o objetivo de selecionar ummaterial tolerante ao problema. Recentemen-te, a Estação plantou, no inicio de 2007, umexperimento com 120 materiais distintos, emparceria com a Embrapa Mandioca e Fruticul-tura Tropical. São os híbridos obtidos no pro-grama de melhoramento de Cruz dasAlmas,BA, que estão em avaliação.

A parte disso, a EECB faz um trabalho delevantamento da poliembrionia de uma sériede híbridos e tangerinas que já existiam na Es-tação, além de material da Embrapa.Foi feitoo mesmo também em alguns híbridos de to-ranja (Citrus grandis) com laranja Tobias, queé um cruzamento feitos pelo professor Dona-dio. Foi feita uma seleção do material que en-trou em produção até os cinco anos e a deter-minação da sua poliembrionia. O material foienxertado e está em avaliação em relação àMSC, em conjunto com os híbridos somáticosdesenvolvidos pelo professor Mourão na Esalq– Escola Superior de Agricultura Luiz de Quei-róz.

Esse projeto da MSC sintetiza o que é otrabalho da EECB. Une várias instituições vi-sando o bem comum. A EECB está sempre tra-

Apartir de 1990, com a construção de am-plo e moderno anfiteatro, a EECB – EstaçãoExperimental de Citricultura de Bebedouro,

tem realizado o Seminário Internacional de Citros– que já está na 8ª edição – sempre abordandotemas de interesse de técnicos e produtores dosetor, com a presença de palestrantes de diversospaíses, de renome internacional.

Na década de noventa do último século, aEECB, através do Departamento de Horticultura daFaculdade de Ciência Agrárias e Veterinárias de Ja-boticabal, da Unesp – Universidade Estadual Pau-lista, teve dois projetos aprovados pela Fapesp –Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SãoPaulo, cujos recursos de um deles viabilizaram aimplantação do laboratório de análises de solo,tecidos vegetais e de qualidade dos frutos. Poste-riormente, a aquisição de um espectrofotômetrode absorção atômica, graças à projetos de parce-rias com o Mapa – Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, CNPq – Conselho Nacio-nal de Pesquisa e Tecnologia, e Embrapa – Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, aprimorouo desempenho do laboratório. A modernização ea automatização do posto meteorológico, que ga-nhou agilidade, qualidade nas análises e forneci-mento diário de informações sobre o clima atravésdo site wwwwwwwwwwwwwww.estacaoexperimental.com.br.estacaoexperimental.com.br.estacaoexperimental.com.br.estacaoexperimental.com.br.estacaoexperimental.com.br também fo-ram conseguidos graças à esses projetos.

Em 1996 foi construída a borbulheira prote-gida de citros, com capacidade para produzir 1,5milhão de borbulhas/ano. Em 2004, com a mu-

20 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

dança de local dos viveiros, esses foram amplia-dos e completamente remodelados, tornando-osmais funcionais e permitindo maior conforto parao público comprador e visitantes.

Registre-se a construção, em 2000, do Centrode Treinamento “Walter Ribeiro Porto”, através deassociação com a Coopercitrus – Cooperativa dosCafeicultores e Citricultores de São Paulo, Credici-trus – Cooperativa de Crédito Rural da Cooperci-trus e empresas de máquinas e implementos agrí-colas, constituído por oficina-escola, galpões paraaulas práticas de mecânica agrícola, sala de aulacom capacidade para 40 alunos, refeitório, salade jogos, além de um confortável alojamento afim de permitir que instrutores e alunos possampermanecer diuturnamente nas dependências daEECB durante os cursos de utilização e manejo detratores e implementos agrícolas.

Também a partir de 2000, a Coopercitrus,maior parceira da EECB, realiza anualmente nasdependências da Estação Experimental, a Feaco-op - Feira de Agronegócios, possibilitando o aces-so de seus cooperados ao que existe de mais mo-derno em termos de máquinas e insumos no setoragropecuário e trazendo para a Estação cerca de15 a 20 mil pessoas a cada edição. Para atender àsnecessidades da Feira, foi construído, em 2002,um amplo pavilhão para a realização dos negóci-os.

Em 2003 a Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical ampliou as suas ações na citricultura pau-lista, instalando um campo avançado na EECB, que

contou a partir de então, com a participação deum pesquisador daquela entidade federal. Entreaquele ano e 2006, a EECB desenvolveu um proje-to de pesquisa financiado pelo Banco Mundial epela Embrapa, dentro do Prodetab – Projeto deApoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agrope-cuária para o Brasil, que permitiu a realização dediversos estudos sobre a lima ácida ‘Tahiti’ .

No mês de janeiro de 2005 teve início um pro-jeto de formação de um milhão de mudas de se-ringueira com o objetivo de contribuir para a di-versificação de culturas nas propriedades rurais daregião. Este projeto é resultado de uma parceriaentre a Fupab-EECB, a Coopercitrus e o Credici-trus, e está programado para ser executado emtrês etapas.

A evolução e as conquistas da EECB, mostramque a pesquisa e a inovação tecnológicas, impor-tantes meios para o desenvolvimento sustentável,são fortemente incrementadas numa região quan-do há a integração de esforços entre a iniciativaprivada e as diversas esferas públicas.

Registros que valem nota

Page 21: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

21Abril / Maio / Junho Revista Ciência & Prática

PESQUISA CITRÍCOLA

balhando em associação com outros organis-mos de pesquisa.

Em um outro ensaio, a EECB selecionouporta-enxertos para a laranja Folha Murcha,onde surpreendentemente o limão Volkame-riano foi muito mais produtivo do que o li-mão Cravo. Isso mostra que não é verdade queo Cravo é insubstituível. A Cleópatra, a Sunki,o Swingle e o Rugoso estão no mesmo nívelem termos produtivos, como “cavalos” paraFolha Murcha. Em relação à qualidade, encon-tra-se um nível semelhante quando se usa Vo-lkameriano ou Rugoso. É similar ao do Cravo.E nas demais, Cleópatra, Sunki, Swingle, nãoexiste tanta diferença. Em termos de produ-ção, o Volkameriano fica 25% a 30% acima

do Cravo. No entanto, Rugoso e Volkameria-no são muito sensíveis ao Declínio, começan-do inclusive a manifestar sintomas mais cedodo que o limão Cravo.

Recentemente, junto com o professor An-tonio de Goes, da Unesp, foi feito um scree-ning de tangerinas frente à Alternaria alterna-ta. Pode-se confirmar a resistência Fremont,que é uma tangerina híbrida, frente à doença.Temos ainda outros três ou quatro materiais,com potencial de mercado que mostram-semais tolerantes à Alternaria.

Dentro do trabalho de seleção de copas,

EECB

Otávio Ricardo SempionatoOtávio Ricardo SempionatoOtávio Ricardo SempionatoOtávio Ricardo SempionatoOtávio Ricardo Sempionato Diretor Técnico EECB

[email protected]

GTA

CC

Eduardo Sanches StuchiEduardo Sanches StuchiEduardo Sanches StuchiEduardo Sanches StuchiEduardo Sanches Stuchi Diretor Científico EECB

[email protected]

GTA

CC

do (7m x 2m) realmente é bem superior emtermos de produtividade, mesmo numa com-binação que não é das melhores para a re-gião. A melhor produtividade do espaçamen-to mais adensado foi confirmado em três qüin-qüênios de colheitas, com uma produção mé-dia 20% superior ao padrão de 7m x 6m. Tam-bém pode ser considerado como um dos tra-balhos mais importantes da Estação.

nós selecionamos um clone de lima Tahiti, queveio de Cruz das Almas sob o código CNPMF01e que o rebatizamos de CNPMF01EECB, porcausa de seu excelente desempenho, poden-do-se citá-lo como um dos bons resultadosobtidos pela EECB nesses 25 anos.

Obtivemos excelente resultado em outralinha de pesquisa, que é planejamento, práti-cas culturais e instalação da cultura, onde aprodução de um ensaio entre a combinaçãoPêra x Cleópatra, sem irrigação, foi avaliadapor 15 safras, em diferentes espaçamentos efoi provado que o espaçamento mais adensa-

EECB

A seleção de cítricos tolerantes à doenças é uma meta da EECB

Page 22: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

Os amigos naturais dos pomaresUma visão geral sobre os principais inimigos naturais de pragas do citros, organismos benéficos

que habitam os pomares e devem ser preservados

22 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

MANEJO DE PRAGAS

Inimigo natural de pragas é todo organis-mo que para sobreviver e se reproduzir ne-cessita coletar nutrientes atacando outro or-

ganismo que pode ser inseto ou ácaro fitófa-go. Os Inimigos naturais das pragas dos citrosse dividem em 3 grandes grupos: os predado-res, os parasitóides e os fungos benéficos, osquais atacam os insetos e ácaros nocivos re-duzindo suas populações. Quando estão emabundância ou são eficazes no consumo daspragas eles podem ajudar o citricultor a evitardanos pelas pragas. Mas se são destruídos porinseticidas de larga faixa de ação ou se sãoineficazes, podem não dar conta do controlenatural das pragas.

1. Classificação dos inimigos naturais1. Classificação dos inimigos naturais1. Classificação dos inimigos naturais1. Classificação dos inimigos naturais1. Classificação dos inimigos naturais

1.1. Predadores1.1. Predadores1.1. Predadores1.1. Predadores1.1. Predadores

Os predadorespredadorespredadorespredadorespredadores englobam os insetos e osaraquinídeos. Entre eles, existem os que mas-tigam as suas presas, os que sugam e os quecarregam:

• mastigadores,astigadores,astigadores,astigadores,astigadores,são as joaninhas, te-sourinhas, carabíde-os, etc. Nos citrospredam, cochoni-lhas, Moscas Bran-cas, Pulgões, Psilídeo

Diaforina, larvas de Furão em trânsito apósnascimento sobre a fruta, no chão para enca-sular e de Mosca-das-Frutas no chão, etc.

• sugadores, sugadores, sugadores, sugadores, sugadores, sãoos crisopídeos (BichoLixeiro), os percevejospredadores, os tripespredadores, ácarospredadores, as ara-nhas, etc. Nos citrospredam Moscas Brancas, cochonilhas, Pulgões,lagartinhas recém nascidas, ácaros fitófagos,tripes fitófagos, etc.

• carregadores,carregadores,carregadores,carregadores,carregadores,correspondem aos quecaçam suas presas e aslevam para os ninhosonde estão os filhotes,reis e rainhas. Perten-cem às formigas da fa-mília Formicidae (não incluem as cortadeiras),vespas (família Vespidae) e algumas aranhas.Nos citros predam lagartinhas recém nascidas,cigarrinhas, Psilídeo Diaforina e Larva Mina-dora.

Os principais inimigos naturais dos ácarospragas são os ácaros predadores, que no ge-ral são maiores e caminham mais rapidamen-te. Na cultura dos citros, os mais comuns noBrasil são: um de coloração esbranquiçada,transparente, em forma de “pêra”, do gêneroEuseius (A) e outro de coloração vermelha-amarronzada com formato de uma bolinha“maçã” e brilhante (B).

Os principais predadores das cochonilhasde carapaça são as joaninhas. As mais impor-tantes são a Microjoaninha (cerca de 1 mm decorpo), “Coccidófilus”, que é preta, ligeiramen-te alongada, cuja larva é dsprovida de cerabranca mas repleta de pelos sobre o corpo par-dacento (C). A “Pentília” (D) que é um poucomaior (cerca de 2 mm de diâmetro), é arre-dondada, hemisférica e de cor preta brilhan-te. A larva é achatada, cinzenta e recobertade fios de cera brancos dispostos uniforme-mente pelo corpo (fotos pág. 24).

A joaninha predadora de Ortézia chama-se “Ázia” (E). Ela é cinza, com duas manchaspretas redondas nas costas. Mede cerca de 4mm de diâmetro e sua larva também é reco-berta de fios de cera branca, mas dispostosirregularmente pelo corpo (fotos pág. 24).Outro importante inimigo natural é o “BichoLixeiro”, que na fase de larva ataca cochoni-lhas de carapaça e sem carapaça, Pulgão,Mosca Branca, ácaros e outros. Carrega o res-to dos insetos predados nas costas. O adultoparece uma “libélula” verde, com asas trans-parentes, olhos grandes dourados a pretos e

Cycloneda sanguinea

Gra

vena

Ltd

a

Gra

vena

Ltd

a

Gra

vena

Ltd

aG

rave

na L

tda

Page 23: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

23Abril / Maio / Junho Revista Ciência & Prática

MANEJO DE PRAGAS

AAAAA

FÊMEAFÊMEAFÊMEAFÊMEAFÊMEA OOOOOVOVOVOVOVO

LARVLARVLARVLARVLARVAAAAA MACHO e FÊMEAMACHO e FÊMEAMACHO e FÊMEAMACHO e FÊMEAMACHO e FÊMEA

BBBBB

OOOOOVOVOVOVOVO LARVLARVLARVLARVLARVAAAAA PROTONINFPROTONINFPROTONINFPROTONINFPROTONINFAAAAA

DEUTONINFDEUTONINFDEUTONINFDEUTONINFDEUTONINFAAAAA ADULADULADULADULADULTOTOTOTOTO

Ácaro predador em forma de “pêra” do gênero Euseius

Ácaro predador Iphiseiodes zuluagai (ácaro “maçã”)

longas antenas. O ovo é colocado sobre asfolhas em um fio produzido pela fêmea. Essecomportamento é pelo fato dele ser agressivocontra si mesmo e o ovo, estando no alto, es-capa de ser consumido pelo próprio preda-dor. Outro fato importante é que ao contráriodas joaninhas que tanto os adultos, quantoas larvas alimentam-se das pragas, o adultodo “Bicho-Lixeiro” alimenta-se somente dopólen e néctar, daí o significado positivo daexistência de vegetações na entre rua dos po-mares que apresentem flores, a fim de atrairnão só os adultos do “Bicho-Lixeiro” para efe-tuarem suas posturas nas plantas cítricas,como também atrai os ácaros predadores quealém de consumir os ácaros pragas, tambémalimentam-se do pólen vegetal.

1.2. P1.2. P1.2. P1.2. P1.2. Parasitóidesarasitóidesarasitóidesarasitóidesarasitóides

São insetos parecidos com pequenas ves-pas (vespinhas), de coloração amarela a pretaem variados tamanhos, dependendo da es-pécie, que depositam seus ovos sobre oudentro de ovos, larvas, lagartas, pupas ouadultos de outras pragas.

Atualmente destacam-se na cultura doscitros os parasitóides Ageniaspis citricola Lo-gvinovskaya (Insecta: Hymenoptera: Encyr-tidae) e Tamarixia radiata (Waterston) (Hy-menoptera: Eulophidae), parasitóides espe-cíficos da Lagarta Minadora dos citros e doPsilídeo Diaforina. O primeiro é uma peque-na vespinha de coloração preta que deposi-ta seus ovos no interior dos ovos ou lagar-tas de primeiro ínstar da minadora, alimen-ta-se do interior da lagarta durante o seuciclo de vida e no instante que a praga ini-cia seu período de pupa, o Ageniaspis mataa minadora e empupa na câmara pupal cons-truída pela praga, de onde poderá nascerde 1 a 10 novos adultos do parasitóide. Osegundo também é um diminuta vespinhapreta que coloca o seu ovo na “barriga” daninfa do psilídeo diaforina, sugando-a até amorte, antes da praga se tornar adulta.

Assim como a Minadora e o Psilídeo, inú-

Foto

s: G

rave

na L

tda

Foto

s: G

rave

na L

tda

Page 24: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

24 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

MANEJO DE PRAGAS

CoccidophilusCoccidophilusCoccidophilusCoccidophilusCoccidophiluscitricola citricola citricola citricola citricola BrèthesBrèthesBrèthesBrèthesBrèthesCCCCC

OOOOOVOVOVOVOVO

LARVLARVLARVLARVLARVAAAAA

PUPPUPPUPPUPPUPAAAAA

Pentilia egenaPentilia egenaPentilia egenaPentilia egenaPentilia egenaMulsantMulsantMulsantMulsantMulsantDDDDD

PRÉ-PUPPRÉ-PUPPRÉ-PUPPRÉ-PUPPRÉ-PUPA E PUPA E PUPA E PUPA E PUPA E PUPAAAAA

OOOOOVOVOVOVOVO

LARVLARVLARVLARVLARVAAAAA

ADULADULADULADULADULTOTOTOTOTO ADULADULADULADULADULTOTOTOTOTO

Azya luteipesAzya luteipesAzya luteipesAzya luteipesAzya luteipesMulsantMulsantMulsantMulsantMulsantEEEEE

LARVLARVLARVLARVLARVA (DE PERFIL)A (DE PERFIL)A (DE PERFIL)A (DE PERFIL)A (DE PERFIL)

LARVLARVLARVLARVLARVA (DE CIMA)A (DE CIMA)A (DE CIMA)A (DE CIMA)A (DE CIMA)

PUPPUPPUPPUPPUPAAAAA

ADULADULADULADULADULTOTOTOTOTO

Foto

s: G

rave

na L

tda

Page 25: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 26: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

26 Abril / Maio / JunhoRevista Ciência & Prática

meras outras pragas como: cochonilhas,cigarrinhas, Mosca-das-Frutas, etc apresentamvespinhas que as controlam naturalmente.

As vespinhas se classificam em internas eexternas conforme atacam por dentro ou porfora do seus hospedeiros:

• in te rnosinte rnosinte rnosinte rnosinte rnos(endoparasitói-(endoparasitói-(endoparasitói-(endoparasitói-(endoparasitói-des)des)des)des)des), botam osovos introduzin-do o ovipositorna praga, em al-guma das suasfases: ovo, larva, pupa ou adulto (mais raro).

Ex.: Ageniaspis citricola que introduz o seuovo no ovo da Minadora Phyllocnistis citrellaque resulta nas 3 pupas da foto saídas de den-tro da Larva da Minadora.

• ex te rnosex te rnosex te rnosex te rnosex te rnos(ectoparasitói-(ectoparasitói-(ectoparasitói-(ectoparasitói-(ectoparasitói-des)des)des)des)des), ovipositamos ovos ao ladodos hospedeiros,e quando a larvanasce ela o ataca, sugando-o. A pupa se for-ma também do lado de fora.

Ex.: Galeopsomyia fausta cuja larva bran-ca, identificada pelo círculo amarelo está aolado da pupa da Minadora (de cor marrom).

1.3. Doenças benéficas (ou “fungos be-1.3. Doenças benéficas (ou “fungos be-1.3. Doenças benéficas (ou “fungos be-1.3. Doenças benéficas (ou “fungos be-1.3. Doenças benéficas (ou “fungos be-néficos”)néficos”)néficos”)néficos”)néficos”)

Não há só doenças ruins no pomar. Hádoenças que só ocorrem em pragas. O Ácaroda ferrugem, quando se torna marrom escuroé indício de que está atacado por um fungo(Hirsutella). Isso pode ocorrer quando choveou orvalha bastante e tiver alta densidade deácaros nas folhas e frutos. As cochonilhas,quando estão doentes, exibem uma espéciede goma amarela nas laterais da carapaça ini-cialmente, ou cor marrom posteriormente. Issoocorre após as chuvas do final de verão. AMosca-das-Frutas e as larvas do “Pantomorus”quando estão no chão, podem ser atacadaspor fungos do solo como “Metarrizium” ou“Bovéria”. A cochonilha Pardinha tambémpode ser atacada por um fungo chamado “As-quersonia” que é amarelo/dourado ou por umpreto que é conhecido como “Egerita”.

As doenças benéficas são exclusivamente

inimigas de pragas como insetos e ácaros, ehabitam os pomares dos citros. São de trêstipos primordiais:

• fungosfungosfungosfungosfungos são patógenos que ocorrem cau-sando epizootias em várias pragas dos citros edependem muito da alta umidade, alta densi-dade da praga e de temperatura adequada.

Ex.: Aschersonia sp. atacando Mosca Bran-ca dos citros Dialeurodes citri.

• vírusvírusvírusvírusvírus ocorrem geralmente em lagartasde cereais e por isso são raros em citros. Oúnico exemplo é o vírus do Ácaro Purpúreoque ocorre na Califórnia, EUA.

• bactériasbactériasbactériasbactériasbactérias dificilmente são vistas direta-mente no campo. A única bactéria que existepara ajudar o citricultor é o Bacillus thuringi-ensis que age eficientemente contra lagartasde lepidópteros.

MANEJO DE PRAGAS

Fungo benéfico, símbolo em pomar de citrus,Aschersonia aleyrodes, atacando cochonilha

Cochonilha parlatoria preta Parlatoria ziziphi i n f e c t ada pelo fungo Fusarium coccophilum emdetalhe, no início da infecção e em epizootia.

EpizootiaEpizootiaEpizootiaEpizootiaEpizootia

José Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaConsultor Gravena/GTACC

[email protected]

Gra

vena

Ltd

a.

Santin GravenaSantin GravenaSantin GravenaSantin GravenaSantin GravenaConsultor Gravena/[email protected]

Sérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaSérgio Roberto BenvengaConsultor Gravena/GTACC

[email protected]

Gra

vena

Ltd

aG

rave

na L

tda

Gra

vena

Ltd

a

Foto

s: G

rave

na L

tda

Fonte: GRAVENA,S. Manual Prático de Manejo Ecológico de Pragas dos CitrosManual Prático de Manejo Ecológico de Pragas dos CitrosManual Prático de Manejo Ecológico de Pragas dos CitrosManual Prático de Manejo Ecológico de Pragas dos CitrosManual Prático de Manejo Ecológico de Pragas dos Citros. Jaboticabal, Gravena(ed.). 2005. 372p.

Page 27: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente
Page 28: Pág. 18 - gtacc.com.br · os Dez Mandamentos para o Manejo do ... Havia uma divisão de temas de pesquisas na Seção de Citricultura. O Ody estudava práti-cas culturais, principalmente

PRÁTICA

Um otimista conscientePlanejamento, investimento em tecnologia, rigor nos tratamentos e confiança. Com disciplina e otimismo o citricultor

José Carlos Costa Vidotti faz da citricultura uma atividade apaixonante e bastante viável

Um defensor da citricultura cuja principalferramenta é o otimismo. Mas conscien-te! Assim pode-se referir ao citricultor de

Monte Azul Paulista, SP, José Carlos Costa Vi-dotti, mais conhecido como “Zezé Vidotti”.

Os pioneiros da produção citrícola na fa-mília foram os irmãos Clodomiro e José Car-los, pai de Zezé. Então pecuaristas, eles co-meçaram a investir em citricultura no início dadécada de 70, quando a atividade começara adespontar como promissora.

Com resultados bastante animadores, elesforam ampliando a produção. Já em 1975, acitricultura passou a ser a principal atividadeagrícola.

Em 1980, os irmãos Vidotti separaram asociedade. Zezé passou a ser o braço direitode seu pai e começaram a expandir a área decultivo. “Eu sempre acompanhei meu pai econtinuamos na citricultura, aumentando aárea de citros. Adquirimos propriedades emBarretos, Colômbia, Cosmorama, na região deMinas Gerais entre outras, sempre compran-do terra limpa e cultivando laranja”, relembraZezé.

Já na década de 1990, o citricultor afirmaque não foi fácil persistir na atividade. “Forampraticamente 10 anos de crise. Mas não para-mos de plantar. Agora, a situação está melho-rando. Pelo menos, os preços já tiveram uma

alavancada”, comenta o citricultor.Segundo Zezé, algo que incentivou o plantiode novos pomares na época e vem auxiliandoaté hoje é uma estufa de mudas próprias. Aprodução não é comercializada, mas voltadapara reforma dos próprios pomares e expan-são da área de cultivo.

Atualmente, o citricultor estima ter maisde 500 mil laranjeiras e tem boas perspectivaspara a citricultura, sobretudo pela diminuiçãode oferta da fruta no mercado devido ao en-tusiasmo dos produtores com a cana. “Pelomenos nos próximos quatro ou cinco anos,eu acredito que a situação será boa para a ci-tricultura. É claro que os furacões dos EstadosUnidos ajudaram a elevar os preços. Mas tam-bém acho que a expansão da cana tambémcontribuiu para valorizar a citricultura, poismuita laranja saiu do mercado dando lugar àcana. Acredito, ainda, que a cana irá ganharmais algum espaço em cima da citricultura”,analisa.

Um ponto de vista marcante de Zezé Vi-dotti é de que “hoje em dia não há mais ama-dores na citricultura”. Ele reconhece que a ati-vidade tornou-se cara e complicada. “Quan-do meu pai começou a cultivar laranja era tudobem diferente. Os pomares eram muito bons,quase não havia problemas quanto a pragas edoenças. Hoje, a situação é bem diferente”,

aponta Zezé. Mas ao invés de desistir da ativi-dade, ele tem se dedicado à melhoria de seuspomares. “Ou a gente investe em tecnologiae trabalha direito, com consultoria, ou não temcomo se manter na atividade. Uma consulto-ria boa faz a diferença na citricultura”, indica.

As orientações dos consultores doGGGGGTTTTTACCACCACCACCACC são seguidas à risca pelo produtor.“Eles têm me auxiliado muito com orienta-ções, sobretudo em adubação, irrigação, es-paçamento”, comenta.

Como a maioria de suas propriedadesestá localizada em regiões com maiores de-ficits hídricos, Vidotti utiliza sistemas de ir-rigação em quase toda a área. “No início dosprojetos, em 1999, começamos a utilizar sis-tema de aspersão. Já nos últimos dois anos,estamos trabalhando com microaspersão egotejo”, revela o citricultor.

Em relação ao controle de pragas e do-enças, o tratamento é severo. “Adotamospulverizações quinzenais em 100% de nos-sas áreas. Isso assusta muitos citricultores.Mas este controle é necessário, tem sido efi-caz e o retorno é bem positivo”, asseguraZezé. Segundo o citricultor, cada proprieda-de rural apresenta uma dificuldade diferen-te. Na região norte do Estado, o controlemaior é para Cigarrinhas; já na região deSanta Rosa do Viterbo, o problema maior éo Greening. Assim, cada área tem seu perfilidentificado e o tratamento segue sua ne-cessidade.

Com toda esta disciplina e bastante de-dicação para lidar com a atividade, Zezé Vi-dotti tem obtido uma produção admirável.Ele se declara apaixonado pela atividade e adefende com convicção. “Eu gosto de laran-ja. Às vezes é desgastante e complicado...cada um tem sua opção. Nós estamos con-tentes com a laranja, então vamos persistirna atividade”, afirma. “Somos otimistas, masconscientes. É claro que se percebemos quea coisa não vai dar certo, tentamos outraestratégia. Mas achamos que não adiantaficar ‘pulando de galho em galho’. O nossoforte é cultivo de laranja, então vamos in-vestir em laranja. Mesmo nos anos de crise,continuamos investindo e agora estamoscom resultados positivos!”, conclui.

Natália Salvador PNatália Salvador PNatália Salvador PNatália Salvador PNatália Salvador PereiraereiraereiraereiraereiraPonto5 Comunicação

[email protected]

Para ZezéVidotti, “o

profissionalismoé que

determinaráquem

continuará nacitricultura”

Arq

uivo

pes

soal