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Página 42 1.º Torneio de Golfe ENCOSTA- TAMIM, de solidariedade, organi- zado por António Oliveira, decor- reu no Golfe S. Estêvão, no dia 18 de Maio. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores. Fundador: Abel Matos Santos – Director: José António Martins Ano 3 Número 26 Junho de 2008 • Mensal • Preço: 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222 Destaques Página suplemento IV Festival Inédito, que pode tornar- -se numa coisa séria, a julgar pelo apelo da organização (espontânea) desta segunda edição... à margem da lei?! Páginas 12 e 13 Maria José Pires, com pintura em azulejos, é a artesã em destaque este mês na rubrica “Artesanato em Coruche”. Página 31 CORUCHE O Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE SUPERCORUCHE – Supermercados SA. Telef. 243 617 810 Fax 243 617 712 Rua Açude da Agolada 2100-027 CORUCHE PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO JC vence prémios SHIP O Jornal de Coruche venceu o 1º Prémio e 4 Mensões Honrosas Parque Industrial Câmara aprova novo Plano de Pormenor, com mais 60 hectares, para o Parque Industrial de Coruche página 35 página 11 Dionísio Mendes Presidente da Câmara de Coruche G RANDE RANDE E NTREVIS NTREVISTA FRENTE FRENTE -A-FRENTE -A-FRENTE” José António Martins, Director do Jornal de Coruche, com Dionísio Mendes, José António Martins, Director do Jornal de Coruche, com Dionísio Mendes, Presidente da Câmara, em “Grande Entrevista”, onde se fala de um percurso Presidente da Câmara, em “Grande Entrevista”, onde se fala de um percurso cultural, sócio-económico com grandes perspectivas de futuro para o Concelho cultural, sócio-económico com grandes perspectivas de futuro para o Concelho de Coruche. de Coruche. Páginas 3, 4, 5 e 6 Forcados de Coruche, demonstra- ção de valentia, numa pega à primei- ra tentativa, pelo cabo Amorim Ri- beiro Lopes, em Salvaterra de Ma- gos. Fotos de Joaquim Mesquita.

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1.º Torneio de Golfe ENCOSTA-TAMIM, de solidariedade, organi-zado por António Oliveira, decor-reu no Golfe S. Estêvão, no dia 18de Maio.

Os artigos assinados são da inteiraresponsabilidade dos seus autores.

Fundador: Abel Matos Santos – Director: José António Martins – Ano 3 • Número 26 • Junho de 2008 • Mensal • Preço: € 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222

Destaques

Página suplemento IV

Festival Inédito, que pode tornar--se numa coisa séria, a julgar peloapelo da organização (espontânea)desta segunda edição... à margemda lei?!

Páginas 12 e 13

Maria José Pires, com pintura emazulejos, é a artesã em destaqueeste mês na rubrica “Artesanato emCoruche”.

Página 31

CORUCHEO Seu Supermercado e Posto de Abastecimento de Combustíveis

LAVAGENS AUTO * SELF-SERVICE

SUPERCORUCHE – Supermercados SA.

Telef. 243 617 810 • Fax 243 617 712Rua Açude da Agolada – 2100-027 CORUCHE

PREÇOS BAIXOS * QUALIDADE * ACOLHIMENTO

JC vence prémios SHIPO Jornal de Coruche venceu o 1º Prémio e4 Mensões Honrosas

Parque IndustrialCâmara aprova novo Plano dePormenor, com mais 60 hectares,para o Parque Industrial de Coruche

página 35

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Dionísio MendesPresidente da Câmara de Coruche

GG R A N D ER A N D E EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA

““FRENTEFRENTE-A-FRENTE-A-FRENTE””José António Martins, Director do Jornal de Coruche, com Dionísio Mendes,José António Martins, Director do Jornal de Coruche, com Dionísio Mendes,Presidente da Câmara, em “Grande Entrevista”, onde se fala de um percursoPresidente da Câmara, em “Grande Entrevista”, onde se fala de um percursocultural, sócio-económico com grandes perspectivas de futuro para o Concelhocultural, sócio-económico com grandes perspectivas de futuro para o Concelhode Coruche.de Coruche.

Páginas 3, 4, 5 e 6

Forcados de Coruche, demonstra-ção de valentia, numa pega à primei-ra tentativa, pelo cabo Amorim Ri-beiro Lopes, em Salvaterra de Ma-gos. Fotos de Joaquim Mesquita.

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OPovo e a Terra, nomede exposição, já anti-ga, tornado mote para

qualquer editorial informativo. Enquanto os alicerces do

mundo tremem para os lados daÁsia (China e Birmânia – am-bos exemplos fracos de democ-racia) deixando o continentepejado de cadáveres – mais de150.000 mortos até à data – dooutro lado do atlântico luta-sepelo sucessor de Bush à presi-dência norte-americana.

De ventos africanos, direi an-golanos, chovem críticas à comu-nicação social portuguesa peloevento organizado em terraslusitanas no qual o activista emúsico pró-África Bob Geldofrevelou, sem tento na língua, as“fragilidades” do governo ango-lano.

Na velha Europa, o Tratadode Lisboa vê-se ameaçado porum potencial “não” vindo direc-tamente da Irlanda (país que ao

contrário de tantos outros comoo nosso se dignificou, em nomeda constituição, a promover umreferendo entre a população),pelo que Durão Barroso e Só-crates, os dois grandes empre-endedores da causa europeia,devem andar com o ritmo car-díaco desregulado.

Nós por cá, no nosso eternocanto lusitano, vamos, ora rindoora chorando, desenhando gar-galhadas quando a Ministra daEducação diz que “a repetêncianão serve os alunos nem as es-colas”, ao que me pergunto oque será melhor? Explicar aosalunos que sejam eles bons oumaus a passagem ao ano se-guinte está assegurada, ou dizer--lhes directamente para nãoperder tempo a estudar vista aimpossibilidade de chumbarem!?De rir a rodos.

Ou verter uma qualquerlágrima inútil de cada vez queabastecemos a nossa viatura econstatamos que as petrolíferaslá vão enchendo as bolsas e comelas o Estado, por tabela.

Nós? Temos duas opções; gri-tar, mas pagando, ou andar a pé.

Não poderia deixar passarem claro neste editorial umapequena opinião sobre o preva-ricador-mor, deste país, de gran-des ideias e com idiotas a mais.

Não é que o nosso Primeiro –Ministro, o senhor José Sócra-tes, caiu na sua própria ratoeira,ao ser apanhado a fumar numavião fretado pelo estado e pagopor todos nós, fumadores ounão. O mais engraçado e ridícu-lo no meio disto tudo é que osenhor Sócrates foi esconder-seatrás da cortina a fumar os seuscigarritos. Eu também fumei àsescondidas durante uns tempos,mas nunca atrás de uma cortina,pois tenho a certeza que os meuspais descobririam de imediato.No caso do PM foi bem pior,todo o país ficou saber. “Gatoescondido com o rabo de fora”!

Pelas terras do Sorraia, cávamos andando com “a cabeçaentre as orelhas”, estressandocom os semáforos na avenida,sorrindo com o 2.º Festival daSardinha Brava, amuando como tempo e trocando os automó-veis pelas bicicletas e pelas des-locações a pé, sem dúvida muitomais ecológico e saudável (au-mento dos combustíveis, a quan-to obrigas!).

Este mês no Jornal de Co-ruche, além de uma Grande En-trevista com o Presidente da Câ-mara de Coruche, Dr. DionísioMendes – que nos fala de even-tos culturais, das grandes obrasdo Concelho, segurança e desen-

volvimento – damos especialrealce à grande vitória do Jornalde Coruche no prémio SHIPImprensa Regional 2008, ondevenceu o primeiro prémio erecebeu ainda quatro mençõeshonrosas. Mais uma vez a provade que o jornal da nossa terratem um valor sociocultural in-questionável e intocável.

Paulo Fatela leva-nos até àfreguesia da Branca para conhe-cermos mais um talento escon-dido, desta vez uma artista quepinta em azulejo, Maria JoséPinto. Também intocável e re-velando cada vez mais classe e

importância no panorama tauro-máquico nacional, temos o nos-so suplemento de tauromaquiasob coordenação do nosso escri-ba Dr. Domingos da Costa Xa-vier.

Fica então o desafio para “de-vorar” esta edição do seu jornalde referência.

Já agora senhor Sócrates,que marca de tabaco fuma, éque ao preço que o tabaco está,já fumava um cigarrito dos seus!?

Até para o mês que vem!____

José António MartinsDirector do Jornal de Coruche

2 O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008

OO PPoovvoo ee aa TTeerrrraaEE D I TD I T O R I A LO R I A L

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Fundador e Proprietário do Título: Abel Matos Santos ([email protected])Director: José António Martins ([email protected])Redacção: Rua Júlio Maria de Sousa, 36 – R/c. 2100-192 CorucheAgenda e Notícias: [email protected] Fax: 243 679 404 • Tlm: 91 300 86 58Redacção: Mafalda Fonseca, Carlota Alarcão (CP 6731), José António Martins (TE-626) e Pedro BoiçaEditor: ProSorraia – NIPC: 508 467 403 Registo ERC: 124937 Depósito Legal: 242379/06 ISSN: 1646-4222Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: Mensal Paginação e Grafismo: Manuel Gomes Pinto Assinaturas, Publicidade e Contabilidade: 91 300 86 58 • [email protected]ão: Empresa do Diário do Minho, Lda, Braga.Colaboraram neste número: Abel Matos Santos, Ana Flausino, Brandão Ferreira, Carlos Consiglieri, Domingos daCosta Xavier, Guilara, Hélio Lopes, Isabel Chaparro, Joaquim Laranjo, Joaquim Mesquita, José Manuel Caeiro, JorgeFlorindo, Lino Mendes, Luís António Martins, Mafalda Fonseca, Marília Abel, Marina Jorge, Mário Gonçalves, MárioJustino Silva, Miguel Mattos Chaves, Mónica Tomaz, Osvaldo Ferreira, Paulo Fatela, Pedro Boiça, Susana Costa, TelmoFerreira, Vasco Mantas, Confraria do Toiro Bravo, Os Corujas, Coruche Pesca Desportiva, DECO, Cáritas, Escola EB 2/3Dr. Armando Lizardo, EPVT, EPSM, GAO, GI-GCS, GIRPI-CMC, Nersant, Paróquia de Coruche, Rádio ONUFotografias: Abel Matos Santos, António Pereira, Carlos Silva, Hélder Roque, Joaquim Mesquita, José António Martins,Mafalda Fonseca, Manuel Pinto, Pedro Orvalho, Pedro Boiça, Telmo Ferreira.Web: Henrique Lima

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Numa altura em que se comemorou uma grande mudança na nossaHistória, o 25 de Abril, vale a pena lembrar que o desenvolvimento ea História de Coruche, tal como a do País, não foi só marcada pelaRevolução.

No documento abaixo reproduzido podemos observar como o Conce-lho de Coruche se desenvolveu tremendamente na primeira metade doséculo XX.

cópia do documento original, retirada do sitewww.oliveirasalazar.org

CORUCHE, CONCELHOCOM HISTÓRIA

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Jornal de Coruche (JC): Oúltimo grande evento coru-chense foi “Os Sabores do Toi-ro Bravo” tem sido uma dasiniciativas com mais sucesso.Que balanço que faz desteano?

Presidente Dionísio Men-des (PDM): Penso que é o umbalanço muito positivo, porquetivemos a coragem de alargar oevento a dois fins-de-semana,alargamos a área dos restauran-tes e conseguimos ter umaafluência bastante grande depúblico. Penso que a satisfaçãofoi enorme, quer da parte dosrestaurantes quer da parte dopúblico. É nosso propósito, nopróximo ano, alargar, “Os Sabo-res do Toiro Bravo” a outro tipode público, o público espanhol,onde não se fazem festivaisdeste género. Pretendemos tam-bém introduzir nos “sabores”outras actividades, aquilo quetambém é tradição espanhola,na área do flamenco, missas fla-mencas como se fazem umpouco por toda a Estremadura eAndaluzia. A ideia é investirmais neste evento e levá-lo paraum contexto ibérico e penso quese justifica, pois a carne de toirobravo é consumida nos paísesonde se realizam corridas detoiros.

JC: Os ”Sabores do ToiroBravo” têm sido uma das ini-ciativas com mais sucesso noconcelho. Que outros esforçostêm sido feitos para afirmarCoruche como capital carnebrava?

PDM: A criação da Confra-ria do Toiro Bravo, foi um passodado para promoção da carnebrava, agora vamos avançar eapostar na sua certificação. De-pois também parte da iniciativaprivada a sua comercialização,

para assim dar a conhecer a car-ne brava a quem a queira consu-mir.

JC: Uma das coisas queinquieta a população coruchen-se, é o facto de a confraria dotoiro bravo ser constituídamaioritariamente por pessoasfora de Coruche, qual o por-quê dessa situação?

PDM: Neste momento, nãocreio que a percentagem de pes-soas de fora seja mais elevada.Quando se avançou com a cria-

ção da confraria a intenção nãoera criar uma confraria de coru-chenses. A ideia sim, era criaruma confraria para quem gos-tasse de carne de toiro bravo,que a promovesse e com a mis-são especial de que as pessoasgostem de comer e de comercarne de toiro bravo, não têmque ser aficionados, não têmque ser de Coruche nem têmque ser coruchenses. Apesar deneste momento a composiçãoser esta, nada inibe que no fu-

turo haja mais ou menos coru-chenses na confraria. A intençãoé que se promova a carne detoiro bravo.

JC: Tem existido por parteda Câmara Municipal umaboa divulgação das suas ini-ciativas, no entanto a popu-lação teima em aderir pouco.Como justifica esta situação.

PDM: Eu penso que existamespectáculos e iniciativas quetenham menos publico, mastalvez por serem espectáculos

dirigidos a um público especifi-co e sentimos que existempúblicos mais sensíveis a umdeterminado tipo de espectácu-los do que outros. O caso dosespectáculos de música clássicana igreja da Misericórdia, sãoconcertos, onde estão apenastrinta, quarenta, cinquenta pes-soas, não é uma grande afluên-cia de público, mas se tivessemuito mais gente, seria compli-cado gerir porque é um espaçolimitado e em termos de acústi-ca é o melhor local para essetipo de concertos. O ano passa-do trouxemos à igreja Matriz oCoro Santo Amaro de Oeiras e aIgreja estava cheia. São espec-táculos diferentes.

Por vezes existem certas ini-ciativas que têm mesmo poucopúblico mas isso não é só emCoruche, é um pouco por todo opaís e nós sentimos isso porqueinvestimos em determinado tipode espectáculos e sentimos quemereciam mais afluência. Einterrogamo-nos como podere-mos chegar mais perto das pes-soas para dar conhecimentodessas actividades com maisfacilidade. Na área do desportoas pessoas aderem em massa.

JC: O Executivo tem tido apreocupação de ter muitas ini-ciativas culturais e por issolevanta-se a crítica de que éum executivo “sempre em fes-ta” descurando outras activi-dades, concorda?

PDM: Não me parece, euacho é que as pessoas entendemque as iniciativas são politizadasou partidarizadas e isso nóstemos procurado sempre nãofazer. As nossas iniciativas sãopara o público, são para toda apopulação. Por outro lado, par-ticipamos em todas as activida-des, quer de índole social, ambi-ental, desportiva, etc., promovi-das por escolas, associações,instituições, colectividades co-mo parceiros. Quando não efec-tuamos actividades por “contaprópria” efectuamo-las em par-ceria por quem as promove.

O estarmos “sempre em fes-ta” não corresponde à realidade,mas é fundamental termos acti-vidades culturais para podermosproporcionar em Coruche, aqui-lo que as pessoas procuramnoutros sítios.

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 3

DDiioonnííssiioo MMeennddeessEste mês na Grande Entrevista o Jornal de Coruche foi entrevistar o Presidente da Câmara Municipal de Coruche,

Dr. Dionísio Mendes, que começa por nos fazer um balanço do último certame dos “Sabores do Toiro Bravo”,fala-nos ainda de eventos culturais, das grandes obras do município, do desenvolvimento que Coruche poderá aproveitar

com a proximidade do novo aeroporto, das relações com a Assembleia Municipal,entre outros assuntos de elevada importância para todos os Munícipes.

> continua na página seguinte

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 20084

GG R A N D ER A N D E EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA

Dionísio Mendes, Presidente da Câmara> continuação da página anterior

E o que é certo é que nãodeixamos de fazer obras para fa-zermos eventos culturais, nem acontabilidade autárquica o per-mite.

JC: É inegável que esteexecutivo tem feito inúmerasobras no concelho, isto deve-sea um mau aproveitamento dosfundos comunitário por partedo anterior executivo? Ou es-tas obras vão contribuir parao endividamento do Municí-pio?

PDM: Até este momento te-mos uma situação financeiraperfeitamente controlada, nãotemos dificuldades em gerir anossa divida e posso dizer querelativamente a outros municí-pios a nossa situação é exce-lente, nem sequer preenchemosmetade daquilo a que é chama-do a capacidade de endivida-mento da Câmara e portanto,estamos em muito boa situaçãofinanceira. O facto de aprovei-tarmos os fundos comunitários éuma obrigação de todos os au-tarcas. Iremos aproveita-los aomáximo. Se for necessário con-stituir empréstimos, fazer algu-ma divida para aproveitar osfundos comunitários faremosisso com toda a certeza que seráo melhor para o concelho de Co-ruche, porque uma coisa é nósinvestirmos trinta por centonuma obra e recebermos setentapor cento de apoio comunitárioe outra coisa é termos de supor-tar cem por cento dessa obra.Está prevista para breve umaproposta à Assembleia Munici-pal para adquirimos terreno naZona Industrial, porque pre-cisamos de terreno industrial, épossível que avancemos comduas fases uma de cinquentahectares e outra mais cinquentahectares, provavelmente iremosfazer um empréstimo caso sejaaprovado pela Assembleia Mu-nicipal, pois é essencial para oconcelho termos mais e novasáreas industriais daí aproveitar-mos os quadros comunitáriosaté 2013 e esgotá-lo até ao últi-mo cêntimo. Sempre com a per-spectiva do desenvolvimento esem hipotecar o futuro.

JC: Obras no Observató-rio do Sobreiro e da Cortiça,Central de Camionagem, atra-so na requalificação da ZonaRibeirinha, Quartel dos Bom-beiros, para quando podemosesperar a conclusão destasobras?

PDM: No Observatório doSobreiro está a decorrer a se-gunda empreitada, como sabe-mos houve problemas com aprimeira, suspendemos a obra,depois anulamos mesmo a pri-meira empreitada, foi revisto o

projecto, lançamos novo con-curso, tivemos o visto favoráveldo tribunal de contas e nestemomento está a decorrer a se-gunda empreitada para con-clusão da obra, pensa-se que es-tará concluída em Outubro.

A questão da Central deCamionagem tem sido umaquestão mais difícil, a empresaprojectista não fez as alteraçõesnecessárias ao projecto e nãoassumiu a revisão do projecto,foi necessário abrir um novoconcurso para a revisão do pro-jecto, essa revisão está a serfeita por uma empresa de Co-ruche e depois é necessáriolançar um novo concurso paraatribuir a empreitada e é naturalque seja uma obra que só termi-ne no próximo ano.

A Zona Ribeirinha tevealgum atraso mas não é signi-ficativo, até porque tem chovidobastante, mas contamos queantes do Verão, antes da épocaalta, nomeadamente no períododas festas estará tudo pronto.

O Quartel dos Bombeiros,não tem prazo, recebemos esteano a informação do senhor Go-vernador Civil de que o Gover-no financiaria o novo Quarteldos Bombeiros de Coruche, danossa parte tínhamos de fazer oprojecto, está feito, foi entregue,resta-nos aguardar, pois a in-tenção é ser o Governo a finan-ciar a obra. É uma ambição commuitos anos e vamos acreditarque é desta. É uma obra que irádurar doze meses. Ainda nãoestá decidido o local mas exis-tem várias hipóteses. Gostaría-mos que ficasse situado numlocal estratégico com facilidadede rápidos acessos aos incêndios.

JC: Durante muito tempofoi programa do executivo arealização do parque de negó-cios, depois houve uma sus-pensão do projecto, está defin-itivamente encerrado?

PDM: Nós precisamos demais área industrial, agora como novo aeroporto perto do con-celho, faz sentido alargar a áreaindustrial aproveitar as infra-estruturas e as empresas já exis-tentes a ideia é no já existenteParque Industrial arranjar maisárea, daí eu falar na necessidadede fazer um empréstimo, nãolhe chamemos Parque de Ne-gócios, chamemos-lhe Área deLocalização Industrial ou ÁreaIndustrial, ou até mesmo Parquede Negócios, o que interessamesmo é conseguirmos o alar-gamento da Zona Industrial.Criamos também as Zonas In-dustriais do Couço e da Lama-rosa, onde já se estabeleceramalgumas empresas.

JC: Em tempos Coruche

foi uma vila segura, o que écerto é que assaltos, tráfico dedroga, e violência são umarealidade actual, concorda?

PDM: Não vejo as coisas deuma forma muito pessimistanem dramatizo muito o queacontece na vila de Coruche,nem me consola o facto de saberque em outros concelhos próxi-mos a insegurança é maior, acriminalidade é bastante maiselevada, isso não me consola,mas Coruche ainda é uma vilacom características de provín-cia, no sentido de termos rela-ções próximas, relações de soli-dariedade e onde essas situaçõesnão acontecem frequentemente,mas preocupa-me relativamenteao futuro, porque começam achegar manifestações de crimi-nalidade ao concelho de Coru-che.

JC: Como se poderá com-bater essa situação?

PDM: Através da prevençãoe de um maior patrulhamentonas ruas por parte da GNR, parahaver esse patrulhamento temque necessariamente haver umaumento de efectivos. Feliz-mente nos últimos tempos hámais patrulhamento à noite.Mas durante o dia para nóscomo cidadãos era importantehaver mais patrulhamento, oque não é possível por falta demeios. É uma das questões queeste Governo tem que apostar éna segurança, é na formação demais homens e investir em maismeios. Já tenho dito ao próprio1º Ministro em reuniões decarácter público e mesmo emprivado que uma das maioreslacunas deste governo é o poucoinvestimento que se faz nasforças policiais e isto vai reflec-tir-se ao curto médio prazo. Nósprecisamos de segurança e me-recemo-la.

JC: Como comenta as difi-culdades de relacionamentoentre a Assembleia Municipale a Câmara Municipal.

PDM: Desgosta-me que o

relacionamento seja este. Pare-ce-me que há alguma dificul-dade em aceitar aquilo que acâmara vai fazendo, por parte daassembleia e que de algumaforma, sinto que a AM pretendedificultar aquilo que são as ini-ciativas da Câmara Municipal.Parece-me que a AssembleiaMunicipal tem de facto umpapel a cumprir, nós respeita-mos, mas que não é solidáriocom a Câmara Municipal e como Executivo. Às vezes apetece-me desabafar e dizer comoalguém disse: “deixem-nos tra-balhar e depois avaliem-nos nofim desse trabalho”. Penso que aAssembleia Municipal procuraum protagonismo e evidênciaque não é normal para uma as-sembleia, tem-nos criado algunsobstáculos em termos burocráti-cos ao nosso trabalho, mas con-

tinuaremos a desenvolver osnossos projectos.

JC: Os Coruchenses aindanão perceberam muito bem oabandono da Assembleia Mu-nicipal por parte do Presi-dente da Câmara e pela ban-cada do PS. Quer clarificar?

PDM: É muito fácil expli-car, se o Presidente pediu a pa-lavra e não o deixaram falar,estando em discussão um assun-to que tem sido cavalo de bata-lha, por parte da AssembleiaMunicipal. Estava em discus-são, o assunto do Observatórioda Cortiça, foi uma sessão es-pecífica para tratar esse assunto,o Presidente da Câmara pediu apalavra para prestar o esclareci-mento e não lhe foi concedida,penso que efectivamente nãoestava ali a fazer nada. O pró-prio grupo parlamentar do Par-tido Socialista, também pediu apalavra para prestar os devidosesclarecimentos e não lhe foiconcedida e da minha parte nãome restou outra solução senãoabandonar a sala, pois o Presi-dente da Câmara não estava lápara fazer figura de corpo pre-sente, mas sim para intervir em

tudo o que diga respeito à Câ-mara.

JC: Estando Portugal nacauda da Europa, acha exa-gerada a politica levada a ca-bo pela ASAE, que obriga ospequenos empresários e com-erciantes, a fazerem grandesinvestimentos, para mante-rem a sobrevivência do negó-cio?

PDM: Acho que a ASAEtem um trabalho importante afazer, na área da higiene, nasaúde, na segurança alimentar,mas tem tido uma pratica muitasvezes fundamentalista, pensoque a aplicação da lei é levadaao extremo, muitas vezes semqualquer tipo de complemen-tação nem qualquer atitude pe-dagógica. O que é sempre la-mentável e temo muito que estapolitica leve ao desaparecimen-

to dos produtos tradicionais por-tugueses, nomeadamente os quesão feitos de forma artesanaldeixaram de ser produzidos emPortugal, o que não faz qualquersentido. Em minha opinião. Éevidente que os procedimentoshigiénicos devem ser cumpri-dos, os direitos dos cidadãos de-vem ser assegurados. Mas pen-so que a lei deve-se ajustar à realidade e ao nível de desenvolvi-mento do país. O que é certo éque quando vamos a outros paí-ses muito mais desenvolvidosdo que o nosso, encontramossituações iguais às que em Por-tugal dão origem a contra-orde-nações pesadíssimas, portantohá uma política de hipocrisia,penso eu em termos de Comu-nidade europeia, que obriga àtransposição da lei em todos ospaíses, mas que os grandes país-es líderes da comunidade não aaplicam internamente. Se nós aaplicarmos corremos o risco,como disse, de perdermos osnossos produtos tradicionais, ocaso dos enchidos, o arroz decabidela entre outros, o que nãofaz qualquer sentido. Penso quea poeira irá assentar e que as

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 5

No passado dia 14 de Maio,por iniciativa da Dr.ª FátimaBento, do Agrupamento Escolarde Coruche, e a convite do Jor-nal de Coruche e do seu fun-dador Dr. Abel Matos Santos,um grupo de alunos da EscolaEB 2,3 Dr. Armando Lizardo,de Coruche, teve a oportunidadede visitar o Sr. Prof. Doutor Da-niel Sampaio, no Hospital deSanta Maria, em Lisboa.

A visita integrou-se na áreade projecto do 8.º ano, coorde-

nado pela Prof.ª Susana Garcia,que acompanhou os alunos jun-tamente com a Prof.ª MarianaTomás.

Os alunos, que se deslocaramem veículo cedido pela autar-quia coruchense, vieram conhe-cer como uma figura prestigiadada psiquiatria fez o seu percursode vida e como é ser Psiquiatrae trabalhar com adolescentes.

Os jovens tiveram a oportu-nidade de falar em clima muitoparticipativo, fazendo perguntas

e trocando ideias, com Prof. Da-niel Sampaio, que durante maisde uma hora, se encantou comas perguntas, interesse e organi-zação dos alunos.

O Dr. Abel Matos Santos,colaborador do Prof. DanielSampaio, acompanhou a comiti-va coruchense e reafirmou a dis-ponibilidade para apoiar maisiniciativas deste género, que en-tende serem fundamentais paraa formação cívica e do carácterdos jovens.

Alunos de Coruchecom Daniel Sampaio

Esta simples palavra temmuito que se lhe diga quandoalguém pretende pô-la em práti-ca, uma vez que fazê-lo não épropriamente alinhar letras daesquerda para a direita e arru-mar linhas na vertical.

Há bastante tempo atrás,ouvi alguém dizer num progra-ma de televisão e relativamentea fados, que para alguém serbom fadista tinha que viver esentir o que estava a cantar.

Devemos ter ainda em con-sideração que existem bastantesestilos de escrita, obrigando al-guns a uma grande sensibilidade(poesia por exemplo), graduan-do-se depois esta pelos diversosestilos.

Para se conseguir escreveralguma coisa que possa ser ver-

tida no papel, será necessáriobastante seriedade e verdade,pelo que quem pretende fazerpassar uma mensagem deveráfazê-lo quando sente que paraisso está inclinado, talvez pas-sando pela tão propalada inspi-ração.

E o que é isto? É certamentea altura em que o escreventesente que pode transmitir aopapel o que pensa, com um sen-timento de verdade e credibili-dade.

Há também que ter respeitoe consideração por quem lê,mesmo que se trate apenas deum interessado que, por ser sóum, merecerá todo o respeito.Por isso mais vale fazer umaparagem para reflexão e alinha-mento de ideias, do que preten-

der fazê-lo apenas para encherpapel, que poderá reflectir umreflexo mecânico, sem alma ousentimento.

Alguém me disse um dia quemais vale escrever sempre nomesmo sítio, sem interrupções,do que nada produzir. Talvezhaja verdade nisto, mas a capa-cidade para escrever e sentir, pa-ra mim são prioritários em rela-ção a tudo o mais.

Em nota final, apetece dizerque escrever é uma coisa mara-vilhosa, onde há a possibilidadede emitir as nossas ideias e pon-tos de vista, muito embora haja,por vezes, a necessidade decriticar certas situações, comotambém é justo realçar o que épositivo e bom para todos nós.

____

coisas irão ser resolvidas commais bom senso, mas já seperdeu algum tempo. A ASAEpoderia ser vista como algo cominteresse pedagógico e de certomodo ajudar as pessoas a ultra-passar as dificuldades, mas nãoé o que está acontecer. Todosnós temos reservas em relação àASAE, dado que a lei é umpouco cega e exagerada.

JC: Concorda quando sediz que o comércio tradicionalcoruchense tem tendência aacabar?

PDM: O comércio tradi-cional tem problemas graves emtodo o país, é uma situação queobriga a pensar no futuro deuma forma diferente. Penso queesta moda dos grandes centroscomerciais também terá o seutempo. Até lá é natural que ocomércio continue a sofrer. Paradiminuir essa agonia, é funda-mental fazer, alguns investi-mentos, na modernização, naformação profissional dos com-erciantes, nas formas diferentesde fazer marketing para assimtentar chegar ao grande público.No futuro encontraremos nocomércio de bairro as condiçõesnecessárias e suficientes nessecomércio para evitarmos asdeslocações de fim-de-semanaaos centros comerciais, que têmde tudo mas que fazem aumen-tar a nossa despesa com com-bustíveis, fazem aumentar ostress, criam-nos problemascom segurança, coisa que nãoacontece no comércio tradi-cional, mas é de facto um perío-do complicado e não por acasoque ainda ninguém descobriu afórmula de repor o comérciotradicional, embora várias tenta-tivas tenham sido feitas.

JC: O novo aeroporto bemjunto ao concelho de Coruchecria potencialidades de desen-volvimento. Não teme umcrescimento desregulado?

PDM: Não temo, ou melhor,vamos prepararmo-nos paraisso. Estamos a trabalhar numplano estratégico para o conce-lho num horizonte de 2020, aideia é aproveitar as coisas boasque o aeroporto vai trazer e evi-tarmos as coisas más. É precisoplaneamento e definir novasáreas urbanas, através de planosde urbanização. Não iremosmassificar o território. É preci-so saber que tipo de economiaqueremos para o concelho, que-remos uma economia baseadano turismo? Nas actividades ter-ciárias? Ou queremos uma eco-nomia onde a agricultura con-tinue a fazer sentido, onde a flo-resta continue a fazer sentido,onde o montado de sobro sejapeça importante e onde a indus-tria seja também fundamental?Na nossa opinião deve ser umpouco de tudo, sabendo que nos

próximos tempos uma das maio-res atracções do nosso concelhoserá o turismo. Já temos grandesindicadores nesse sentido, dadoque grandes herdades do con-celho, vão adaptar-se aos novostempos e criar condições para oaproveitamento turístico dessasmesmas herdades, seja com cam-pos de golfe, seja com hotéis,seja com hotéis rurais, etc.Queremos também que hajaindústrias produtivas em Coru-che, ou seja criar emprego naárea da indústria, para isso éfundamental ter as tais áreasindustriais e planeá-las. Paraque Coruche continue a ser umaterra apetecível. Só se não for-mos inteligentes é que crescere-mos mal. Queremos crescer deforma ordenada.

JC: Acredita que vai ante-cipar a construção das viasrodoviárias, tão necessárias eesquecidas no nosso concelho?

PDM: A ideia é mesmo essa,o IC10 e o IC13 com a cons-trução do novo aeroporto sejamencarados como uma priori-dade. E Coruche precisa de no-vas vias de comunicação paraassim também haver mais de-senvolvimento.

JC: Em tempos defendeuuma aposta ferroviária paraCoruche. Deixou de fazer sen-tido?

PDM: A ligação Coruche –Lisboa continua a fazer sentido,vamos ver como vai ser a com-posição futura destas vias fer-roviárias. Na altura defendía-mos uma linha Coruche – Sal-vaterra – Cartaxo era uma liga-ção até ao Setil e depois Setil –linha do norte, vamos ver comoserá no futuro, se houver umalinha do Setil ao aeroporto pas-sando por Coruche a ligação aLisboa será mais fácil.

JC: Que análise faz doactual governo socialista deJosé Sócrates?

PDM: Em termos genéricosconsidero que tem sido um go-verno de rigor, de contenção,não tem feito a politica maisagradável para os portugueses,vamos ver como é que vai de-correr esta segunda fase do go-verno, esperava-se que toda estacontenção e rigor permitissealgum desafogo e 2008 fosseum ano de prosperidade, o queme parece que com esta criseestrutural a nível da Europa eaté mundial, com esta escaladade preços do petróleo, começo ater duvidas de como se costumadizer “aliviar o cinto”, pensoque o governo deve estar muitoa tento a alguns focos de po-breza que vão aparecendo porparte da população e portantodeve ter politicas sociais pró-ac-tivas no sentido de evitar pro-blemas de maior. Bem como a

José Manuel Caeiro

REFLEXÕES

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Agrupamento Escolar de Coruche

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 20086

criação de novos empregos parajovens licenciados, dado queexistem cada vez mais jovensque formados que desesperamna procura do primeiro empregodepois de alguns anos a posta-rem na formação. Numa formageral penso que tem sido positi-vo, pois não é fácil governarnuma altura em que 2008 está aatravessar esta crise mundial.Vamos ver como o Governo sevai aguentar, porque a prova defogo está agora a chegar.

JC: Gostava de fazer partedo governo de Portugal?

PDM: Não tenho essa pre-tensão. Eu costumo dizer quesou político porque sou autarcae sou autarca porque estou na

minha terra. A minha pretensãoé fazer o melhor pelo concelhode Coruche, porque também soubairrista e acho que para serautarca é preciso ser bairrista egostar-se da nossa terra.

As minhas ambições políti-cas ficam por aqui.

JC: A população deu-lheuma confiança reforçada nasúltimas eleições. Está no seuhorizonte recandidatar-se?

PDM: Ainda não tomeiqualquer decisão em relação aessa questão, nem eu, nem oPartido Socialista.

Vamos ver como as coisacontinuam a correr, temos pro-

jectos para concluir, temos umquadro comunitário que é umaaliciante muito grande que estáa agora a iniciar-se, vamos con-tinuar a trabalhar por Coruche,

vamos cumprir aquelas metasque definimos, há muito traba-lho ainda por fazer, na área dosaneamento básico, na área doambiente, espero que finalmenteas Aguas do Ribatejo comecema funcionar e de facto Coruche,integrando esse projecto consi-ga recuperar em termos desaneamento básico que achoque é o principal atraso do Con-celho, gostava de ver um desen-volvimento industrial diferentedo que tem tido até hoje, a dever novas acessibilidades, achoque é fundamental para afirma-ção do Concelho, gostava que anível urbano crescesse e reivin-dicasse o titulo de cidade mascom condições para ser mesmo

uma cidade e para isso acho queé fundamental atrair tambémpopulação e acho que seria o co-roário de todo este trabalho au-mentar a sua população, crescerem termos urbanísticos, ter maisemprego para os jovens, terqualidade de vida e garantir oambiente, assim nós teríamosum dos sítios mais bonitos e me-lhores de Portugal, e estou que épossível, num horizonte de dezanos estas ideias estarem con-cretizadas, é este o meu objectivo.

Em relação a minha recandi-datura ainda é cedo para pensarnisso.

____José António MartinsFotos: Pedro Orvalho

SOLIDARIEDADE

Desde à quatro anos, quandochegaram a Portugal que Dionese Nice e o seu filho de 21 anosviviam “paredes meias” com ocasal também de nacionalidadebrasileira que faleceu no passa-do dia 12 de Março no cruza-mento da Estrada nacional 118com a Estrada nacional 367 emMarinhais.

Este casal de amigos que vi-via com os seus três filhos de 10,12 e 14 anos com quem tinhauma relação de grande proximi-dade com os vizinhos, tal comorecordou Nice ao Jornal de Co-ruche “...nós passávamos sem-pre o serão todos juntos, ou nacasa deles ou na minha... e aosfins de semana fazíamos janta-res juntas... sempre nos demosmuito bem...”.

Diones e Nice Fé, abriram aporta da sua casa para recebe-rem a nossa reportagem e com orosto marcado pelo desgostoque passaram referem que estãocom muita força e dispostos aeducar as crianças como se fos-sem seus filhos.

Já receberam autorização dotribunal para legalizarem a tu-tela dos menores, mas referemque este é também o desejo deles.

Diones frisou ainda que sealgum dia algum familiar pedira guarda das crianças e for essaa vontade deles que nunca se iráopor a que escolham, mas a opi-nião dos tios que residem emLisboa é que o sofrimento seráminimizado se as crianças fica-rem no mesmo lugar onde vivi-am com os pais, uma vez que éonde estão a estudar e onde têmas suas amizades.

O casal tem recebido a ajudade vários populares que têm ofe-recido roupas, calçado, e bensalimentares, têm também sidoauxiliados pelas Escolas doConcelho, pela Igreja e contamcomeçar a receber um auxíliomensal monetário pela parte daSegurança Social.

De recordar que a Escola Pro-fissional de Salvaterra de Magostem levado a efeito uma campan-ha de angariação de bens mate-riais para a família. Nesta pri-

meira fase, Nice deixou de tra-balhar para poder apoiar as cri-anças da melhor forma, antes deirem para as aulas e depois quechegam a casa.

Lucas de 14 anos, pegou nafotografia dos seus pais e comum olhar de ternura mostra-a ànossa reportagem, enquantoNice recorda a última conversaque teve com a amiga no dia dofatídico acidente, durante umaviagem de Salvaterra de Magosao Cartaxo, em que foram todosno mesmo carro e regressandoseparados, perdendo os amigosnesse dia. “…Nós as duas viajá-mos no banco de trás e ela mefalou dos seus filhos, até mecontou de um acompanhamentomédico que o de doze anos temque fazer e que eu descon-hecia…recordo muitas vezes aconversa… parece que me esta-va a entregar as crianças…” –refere Nice emocionada.

O casal Brasileiro iniciaassim uma nova fase da sua vidacolorindo o lado negro das vidasdestas três inocentes crianças.

____Mafalda Fonseca

Este casal, de nacionalidade bra-sileira residente em Salvaterra deMagos, recebeu pelo tribunal demenores a tutela das três criançasórfãs.

Tribunal de menoresentrega tutela de órfãosa casal amigo

Ao ver um louco na ruaTodos dizem coitadinho

Mas a loucura, essa é suaEle segue o seu caminho

Também tem sentimentos o loucoAquele louco coitado

De quem todos fazem poucoFazem pouco sem cuidado

Porque a loucura que existe Na sua pobre cabeçaA tanto custo resiste

Não é loucura, é doença

Deixem-no viver no seu mundoComo cada um vive o seu

Porque se os outros tem tudoEle tem o que Deus lhe deu

Sozinho com sua dorNos trejeitos de seus modos

Ele só procura amorNos loucos que somos NÓS.

Guilara

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 7

Moção da Assembleia Municipal de Coruche repudia totalitarismo ditatorial atentatóriodos direitos humanos, perpetrado pela China ao Povo Tibetano.

Foi no dia 28 de Abril quese votou, por iniciativa doPSD, uma moção, aprovadapor maioria, que propôs àAssembleia Municipal de Co-ruche, “um voto de Repúdiopelo comportamento totali-tário, ditatorial e atentatóriodos mais elementares direitoshumanos, perpetrado conse-cutivamente pela RepúblicaPopular da China ao PovoTibetano”.

Assim, se pode ler na mo-ção aprovada com os votosfavoráveis do PSD e do PS,mas que contou com o votocontra da bancada da CDU(PCP), que sendo os arautosAbrilinos da Liberdade e Demo-cracia, deixou bem claro quaisas suas ideias e noções destesconceitos.

Pelos vistos, e a avaliar peloseu voto contra a defesa dos di-reitos humanos, só defendem a“sua liberdade” e a “sua demo-cracia”, sendo cegos e fac-ciosos quando se vêem inca-pacitados e intelectualmentedebilitados ao ponto de nãopoderem condenar o fascismovermelho e totalitário da Chi-na, que tanto defendem, ao

ponto de “validarem” o genocí-dio do povo tibetano e asperseguições de que têm sidoalvos.

Dá que pensar o que teriasido no nosso querido Portu-gal, se esta gente e estas ideiastivessem sido poder!? Segu-ramente estaríamos a sofrer talcomo os povos oprimidos do

Tibete e de outras regiões domundo onde a ideologia comu-nista marxista e estalinista con-tinua a matar e a oprimir.

A oportuna moção da ban-cada do PSD, apresentada pelodeputado municipal Pedro Boi-ça, a que a bancada socialistase solidarizou, mostrando quepelo menos é possível a uni-

dade em matérias fundamentaisda condição humana, teve ocuidado de referir que “umregime democrático constrói--se pela Tolerância.… pelaDiversidade.… pela Solidarie-dade”, e, ainda que “no séculoXXI ainda acontece, que umamanifestação pacífica seja vio-lentamente interrompida, por

um regime que teima em perse-guir e violentar quem dele dis-corda, causando mesmo feri-dos e mortos, só porque sendocidadãos, não aceitam legiti-mamente a situação em que seencontram”.

Como Português e Coru-chense, fico seriamente preo-cupado por verificar que oPCP/CDU é contra estes ideaise legitima com o seu voto a con-duta e actuação que conduz àperseguição, à tortura e à morte.

Condeno totalmente estaforma de estar e fazer politica epenso que todos o devemos fa-zer! Nenhum sinal pode ser dú-bio, muito menos claro, queincite à violência e à restriçãodos direitos humanos, como ofez a CDU (PCP) ao votar con-tra esta moção, que tão somen-te defende a pessoa humana e orespeito por todos.

Como tal, pode-se concluirque os Comunistas de Coruchenão defendem a Democracia,a Liberdade e os DireitosHumanos.

____Abel Matos Santos

Fundador do Jornal de Coruche

O Partido Social Democrata propôs umamoção, que foi aprovada com os votosfavoráveis da pela CDU e do PSD e os votoscontra do PS, onde a exige “o cumprimentodas Leis” no Concelho de Coruche, afirman-do que “não iremos tolerar que autarcas donosso Concelho se julguem acima da Lei, enão se sintam obrigados a respeitar os Princí-pios Fundamentais da Democracia, consa-grados na Constituição e nas Leis da Repú-blica Portuguesa”.

Referindo-se directamente ao ExecutivoMunicipal do Partido Socialista, que não apre-sentou o “Relatório de Avaliação do Grau deObservância do respeito pelos Direitos e Ga-rantias constantes da Lei” relativo ao anoanterior, não podendo a oposição analisá-lo,

O PSD afirmou ainda que “não contará oSenhor Presidente da Câmara e o PartidoSocialista, com a cumplicidade dos eleitos doPSD, nesta Assembleia, e muito menos queabdiquemos dos nossos princípios orienta-

dores, de defesa intransigente da Lei, peloque, continuaremos a criticar a postura deestilo: quero, posso e mando, que praticam ede que tanto se orgulham”.

A moção aprovada defende “a aplicaçãoda Lei e da Constituição no Concelho de Co-ruche”, tendo sido aprovado o envio “às auto-ridades de fiscalização do cumprimento dasLeis e do funcionamento das Autarquias”,refere a moção.

____AMS

Comunistas de Coruche não defendema Democracia, a Liberdade

e os Direitos Humanos

AM acusa Executivo de não cumprir a Lei– Ao não respeitar o estatuto da oposição

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 20088

Hélio Bernardo Lopes *

POLÍTICA

A saga da corrupção, emtermos já hoje pouco ques-tionados, vem-se mostrandocomo algo omnipresente nanossa sociedade. Mais geral-mente, o fenómeno expande-senos nossos dias de um modofortemente incontrolável portodos os lugares do Mundo.

__

O modo como se tem res-pondido a este fenómeno varia,claro está, com a organizaçãode cada Estado, fruto de tradi-ções diferentes no âmbito davida em sociedade. Tradiçõesque podem, em certos casos,limitar a tendência para umcrescimento mais acentuadodeste tipo de criminalidade queé de sempre.

Razões já muito clarificadas,através de sucessivos estudoshistóricos, mais profundos emais abrangentes, permitemhoje reconhecer que os proble-mas da sociedade portuguesaneste domínio são antigos, atra-vessando regimes constitucio-nais e sistemas políticos osmais diversos. Uma situaçãoque, de um modo ou de outro, sematerializou sempre no lugarocupado pelo País na escala rela-tiva vigente em cada momento.

O momento actual da vidanacional, tendo embora raízesmuito antigas, de que a locali-zação geográfica periférica é,porventura, a mais determinan-te, constitui o resultado do de-senvolvimento dos princípiosnorteadores da Revolução de 25de Abril, materializados na Cons-tituição de 1976, bem como ainfluência que os acontecimen-tos internacionais tiveram porquase toda a parte. Já poucospõem hoje em causa a extremagenerosidade daquele nossoacontecimento histórico, queacabou por se constituir no ele-mento fundador da nossa actualIII República.

E menos colocarão em causao valor e a eficácia da nossa

Constituição de 1976, porque amesma sempre permitiu supe-rar as crises que foram surgindo,nem sequer impedindo as mu-danças profundas que se têmpodido observar.

Já sem discussão nos diasque passam, as críticas à Consti-tuição de 1976 de há muito dei-xaram de constituir tábua de sal-vação para quem aí pretendeu,durante largo tempo, encontrar acausa dos mil e um problemasdos dias que têm passado. Essascausas, como já todos percebe-ram, são muito antigas e são cul-turalmente entrópicas. Erro fun-damental dos sucessivos políti-cos, até mesmo das designadaselites do País, presentes em sub-struturas diversas da sociedade,foi sempre o modo pouco autó-nomo como se definem os ob-jectivos estratégicos do País,nunca tendo em conta as carac-terísticas culturais do povo quesomos, nem as reais potenciali-dades do País, nem as determi-nantes históricas que nos ligamao Mundo.

Invariavelmente, os portu-gueses norteiam-se pelo quevêem lá por fora. Conduzir oPaís a bom porto no seu futuro,mas de molde a terem-se emconta as características culturaisdos portugueses, de um modomuito geral pouco aguerridosna defesa de certas regras liga-das à ética política, é hoje umatarefa essencial dos portugue-ses.

Nem mesmo o seu interessepela democracia e pelos partidospolíticos é assim tão arreigado,ou a escolha partidária, peranteo razoável descalabro a que sechegou, de há muito deveria terapresentado mudanças, maislentas ou mais rápidas. Numaexpressão sintética, o portuguêsnão escolhe, está.

De igual modo se oblitera-ram, nestas décadas de vidademocrática, as reais potencia-lidades do País, orientando a ac-ção governativa à luz de linhasestratégicas realmente impos-

síveis de materializar. No lugarde construir um país possível ede se procurar realizar o bemcomum, através de uma políti-ca socialmente justa e moti-vadora, o que se fez foi adoptaros objectivos estratégicos dosEstados mais poderosos, masque não estão, claro está, ao al-cance lusitano.

O resultado está hoje à vistade todos: a desorientação estra-tégica dos portugueses é total.Enfim, esqueceram-se, quasecompletamente, as determinan-tes históricas que nos ligam aoMundo.

É verdade que Portugal éparte da grande Europa, nomea-damente no domínio cultural ena continuidade física, mastambém o é que foi a incapaci-dade, ou a impossibilidade, desingrar no plano do espaço eu-ropeu que levou Portugal à Epo-peia dos Descobrimentos.

Nenhum político portuguêspode hoje esquecer esta reali-dade da História de Portugal,porque o resultado dos Desco-brimentos deixou raízes, sauda-de e necessidades, por cujaausência se tem pago, e por po-vos diversos, um preço profun-do.

Com algum espanto paramuitos, começa agora a fazerescola, assente na evidência dascoisas omnipresentes, o regres-so ao atraso e à guerra nos país-es que primeiro descoloniza-ram, oriundos da anglofonia eda francofonia. Em momentoque parece ter sido de inspira-ção, houve quem escrevesse queeles descolonizaram porque qui-seram, ao passo que nós desco-lonizámos porque eles quise-ram. Com a admiração forte dealguns, foi possível assistir auma impensada alegria com ofim do moribundo espaço depensamento comunista. Poucosterão tido em conta o papel deelemento corretor que tal espaçoe pensamento operavam sobreos designados países ocidentais.E não se terá até tido em conta,mesmo nos dias que correm, oreal significado de celebridadesno domínio do romance. É sem-pre com admiração que se con-stata a desatenção perante o quese passa ao redor de quem hojeestá presente em sociedade.

Permanece, com estranhaomnipresença, aquela consta-tação de Russell Ackoff, de quese conhecem as respostas, todasas respostas, mas que o que sedesconhece são as questões.

A atitude dos portuguesesperante a política e o modo de aviverem, de parceria com oscondicionamentos internacio-nais que o fim do espaço comu-nista veio propiciar, levando auma omnipresença do pensa-mento único de tipo neoliberal,esvaziando a discussão política,relativizando a moral e a ética ereduzindo a esperança do Ho-mem a um futuro meramentematerial, para mais assente noconsumo e na riqueza que lhesubjaz, levou ao completo de-sinteresse pela coisa pública epela necessidade da ética napolítica. Houve quem lhe cha-masse o Fim da História.

Olhando hoje ao seu redor,discordando da política que sepratica e procurando uma alter-

nativa, os portugueses, em boaverdade culturalmente limita-dos, não têm para onde se voltar.Já nem mesmo para as históric-as Forças Armadas, que estiver-am mesmo à beira de ver umaforça de ordem pública surgircomo um novo ramo seu par-ceiro. É nesta ausência de objec-tivos estratégicos perceptíveis, àluz de uma vivência democráti-ca tão tolerante quanto desinter-essada, que acabou por se irconstruindo um Estado onde,aos poucos, sucessivas bolsas deimpunidade nasceram, se im-plantaram e se compatibiliza-ram.

De um modo quase-rever-sível, a corrupção foi crescendode um modo continuado e auto-sustentado. A resposta, invari-avelmente, é a negação do fenó-meno, ou a publicação de legis-lação errada, disfuncional e semnexo.

O fenómeno da corrupçãoatingiu, nos dias que passam, oseu mais perigoso risco para ofuncionamento de uma socie-dade que se deseja livre, e quepassa pela publicação de legis-lação que, de um modo ou deoutro, acabará por condicionarprofundamente a independênciae a autonomia do Sistema deJustiça e dos seus agentes pe-rante o poder político.

Naturalmente, por quanto sepôde já perceber, a apatia aoredor deste mecanismo perigosoé geral. Tão geral como o foi aque acompanhou o modo comoterminou a saga terrorista quevarreu a sociedade portuguesana década de oitenta do séculopassado.

Sem horizontes estratégicospara os portugueses dos nossosdias, de parceria com o pensa-mento único triunfante e com omodo desinteressado dos portu-gueses viverem a política, numaatitude de tolerância que é tam-bém de desinteresse, a corrup-ção terá condições para alastrar.

E se o Sistema de Justiça viera ficar tolhido por legislaçãocom chancela democrática, bom,a corrupção terá vindo paraficar. O que tem de ser tem mui-ta força e são os povos que, emboa verdade, organizam, nosseus países, as instituições queos dirigem. O nosso chegou aoestado que hoje pode vêr-se.

Darão os portugueses a úni-ca resposta possível numa de-mocracia formal?

____* Analista político

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 9

António José Bastos deOliveira Martinho, recebeu ojornal de Coruche e falou acercade si e do seu trabalho. Tozé Mar-tinho não deixa de parte a hipó-tese da próxima história sergravada na nossa bonita vila deCoruche.

Com mais de trinta anos decarreira o seu lema de vida con-tinua a ser baseado na frase ins-crita “Se és homem decididoprecisas de um moinho quetrabalhe com as nuvens sem queprecise de um regato”.__

Jornal de Coruche (JC):Quantos anos conta a sua car-reira?

Tozé Martinho (TZM) –Não sei bem, mas mais de trinta(risos), comecei como actor, eestreei-me em grande, tive opor-tunidade de contracenar numfilme com um grande profissio-nal do cinema europeu, recordo-me chamava-se “Maurice Rou-nié” e era casado com “Josephi-ne Chaplin” (filha mais nova de“Charlie Chaplin”) fui escolhi-do entre mais de trinta actores.

E foi aí que estes grandesactores me deram força paracontinuar com esta vida e dis-seram-me para me preparar quenão era uma vida simples masmuito complicada, e falaram--me do que ainda hoje se encon-tra nesta profissão. Enfim nestavida que é a inveja, um senti-mento péssimo, muito grave nanossa sociedade que infeliz-mente existe cada vez mais.

Nunca mais esqueci estaconversa palavra a palavra e temme servido para enfrentar mo-mentos menos bons da minhavida.

JC – Sente-se realizado coma sua carreira?

TZM -Sinto-me muito felizcom o meu trabalho, mas reali-zado não posso dizer porqueisso seria adiantar o processo,porque nós queremos sempremais. A vida é um desafio per-manente.

JC – Ligado a diversas áreasprofissionais, como Actor, Au-tor, Escritor, Encenador e Advo-

gado, qual a área em que maisgosta de trabalhar?

TZM – Isso seria o mesmoque perguntar a um pai de qualfilho gosta mais.

O meu inicio de carreira foicomo Actor e eu tenho umapredilecção grande por repre-sentar... É um desafio a cons-trução da nossa personagem...odesempenho; mas seria muitovago dizer que não gosto tantodas outras áreas.

Mas ser actor foi um traba-lho que fui aprofundando e me-lhorando, e cada vez mais.

JC – Como Escritor, o queeditou?

TZM – Escrevi dois contose um romance. “Coisas doDinheiro” e “Dá-me apenas umbeijo”, no último onde conto ahistória do meu avô que casacom oitenta anos com uma sen-hora com perto de setenta, e éele que conta estas históriastodas e quando é o casamentoeles dão a mão e a senhora diz-lhe “dá-me a penas um beijo”.

JC – E a televisão tem sidotambém a sua vida?

TZM – Sim bastante, jáperdi a conta dos trabalhos quefiz em televisão mas posso dizerque foram bastantes, e tudoaquilo que tenho feito é comgrande dedicação, pois eu souuma pessoa que quando vejoque não consigo dar o meu mel-hor prefiro deixar o trabalho aoutro colega, o que acontececom mais frequência em trabal-hos na área de direito.

JC – Considera-se perfec-cionista?

TZM – Sim muito, a dife-rença entre as pessoas é essa. Eusou uma pessoa que faço muitoserros muitos disparates, mas naminha vida profissional gostode me aperfeiçoar.

Encontro dificuldades no tra-balho como autor, pois as pro-dutoras hoje em dia precisam detrabalhos com grande rapidez, ea rapidez é inimiga da perfeição.E para mim às vezes é difícilnão me poder entregar a um tra-balho. Mas enfim, é mesmo as-sim. Como encenador sou tam-bém muito exigente, mas posso

me orgulhar, pois o que tenhofeito tem corrido bem.

Quando estou a escrever ide-alizo sempre um actor para rep-resentar determinado papel...quando não encontro nenhumactor que se enquadre, escrevopor exemplo para a “Julie Ro-berts” (risos) depois como elanão pode, o papel é atribuído aoutra actriz que tenha o méritopara tal.

JC – O que acha da quali-dade da ficção nacional?

TZM – Acho que tem me-lhorado bastante, sobretudo aparte técnica, o material é maisperfeito, a construção do cená-rio também melhorou., a deco-ração, tudo isto tem influência.

Relativamente aos actores,há uma situação que eu não con-cordo, que é aquela em que pas-sam projectos para apurar acto-res, e muitos ficam perdidos.

JC – E o profissionalismodos actores tem melhorado?

TZM – Sim existem pessoasde grande talento e tal comodizia Shakespeare: “Ser ou nãoSer, eis a questão”, e aqui é amesma coisa ou se é bom ounão.

JC – É certo falar-se emactores descartáveis?

TZM – Infelizmente sim, hámuitos actores hoje que partici-

pam num projecto e não seimpõem, e sucede que são descar-táveis. Esta área é muito com-petitiva, e “quem não pisa bemo acelerador fica pelo cami-nho...” – risos

JC – Qual a sua opiniãoacerca dos actores mais jovens?

TZM – O profissionalismojá não é o mesmo de antiga-mente, e o processo é diferente.As pessoas agora começam atrabalhar, até noutras áreas edepois descobrem o gosto pelarepresentação. Antigamente aspessoas adquiriam conhecimen-tos e depois o que contava maisera o talento... os que tinhamseguiam, os que não tinham fi-cavam pelo caminho... agora édiferente...penso que as pessoassão usadas.

JC – Qual os momentos dasua carreira que costuma recor-dar?

TZM – Quando estreei anovela que está a ser exibida “AOutra”, deram-me os parabéns edisseram-me que era a melhordas novelas dos últimos tem-pos... mas eu costumo dizer quenão devemos bandeirar em arco,é claro que fiquei muito satis-feito, mas não devemos deixarque as pessoas nos achem devaidosos. Acho que devemosmanter sobretudo a humildade.

A satisfação por um trabalhobem conseguido deve ser umsentimento íntimo.

JC – Na novela “A Outra”,Tozé Martinho faz o papel deVasco, mais uma personagemidealizada por si, como é escre-ver o seu próprio papel?

TZM – Às vezes estou arepresentar e nem parece que fuieu que escrevi aquilo, mas euacho que têm de ser coisas dis-tintas

JC – Acha que o sucesso dastelenovelas também se deve aoscenários transmitidos, “A Outra”tem imagens de Trás-os-Mon-tes, acha importante a divul-gação do nosso país e do quetem de melhor?

TZM – Sim, acho que oscenários são a inspiração dahistória da própria novela, eutenho raízes ligadas a Trás-os-Montes e achei que era o localideal para esta. Depois as pes-soas são duma hospitalidadefantástica, impressionante! Pen-sei numa novela gravada noRibatejo e posso dizer que estouaté inclinado a isso...mas édiferente, as coisas aqui passamse de forma mais difícil. Talvezno Ribatejo já se tenha perdidomais o tradicionalismo e o bair-rismo.

EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA

Tozé MartinhoHoje em dia a televisão faz-nos grande companhia,e o conceito de telenovelas também mudou. Actualmente a TVI exibe “A Outra” uma históriada autoria de Tozé Martinho, que também entra nahistória num cenário transmontano deslumbrante.

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200810

EE N T R E V I SN T R E V I S TT AA

Tozé Martinho> continuação da página anterior

JC – E a banda sonora tam-bém tem influência na escolha?

TZM – Não, em certos ca-sos chego a sugerir esta ouaquela música, mas não sou oresponsável pela escolha.

JC -A música portuguesatambém fica a ganhar com adivulgação?

TZM – Acho fundamental,acho que é mais um dos aspec-tos importantes da novela.

JC – Como decorre o pro-cesso desde o escrever da his-tória até á exibição, funciona emciclo?

TZM – Estamos a escreveros episódios cento e dez ou on-ze, a gravar na casa dos trinta ena montagem na casa dos vintee tal. Esta será uma novela commais de duzentos episódios.

JC – E “A Outra” podemosdizer quem é?

TZM – (risos), pois as opi-niões são as mais diversas háquem ache que a outra pode sera amante do “Rafael”, a “Catari-na”, mas eu entendo que a outraé a mesma, ou seja, é a “Teresa”ou a “Beatriz”.

JC – Qual o melhor momen-to ou fonte de inspiração paraescrever?

TZM – É de madrugada,fico num sono muito leve e asideias vão surgindo, chego alevantar-me da cama às quatroou cinco da manhã e a rabiscarfrases, que depois podem ser oinicio de uma grande história.Temos também saber descobriras fórmulas da nossa criativi-dade.

JC – Qual a novela que lhedeu mais prazer escrever?

TZM – Foi sem duvida nen-

huma “Todo o tempo do Mun-do”, para mim foi a melhor no-vela de todos os tempos. Escre-vi-a quase sozinho, começoucom poucos episódios e depoisprolongou-se.

JC – É bom recordar?TZM – Sim é muito bom,

não me esqueço nunca dosmomentos em que vivi “empoesia” (termo muito intimoque me recorda o meu filho comalguns dias e uma poesia que lhedediquei).

JC – Como autor, é crítico?Tem por hábito assistir aosepisódios?

TZM – Sou crítico, tento vercomo estão a correr as coisasmas não assisto exaustivamen-te... também não consigo, nor-malmente estou a escrever nahora que é exibida.

JC – Em tempos as novelasantes de serem começadas agravar já estavam todas escritas,hoje o final poderá sempre seralterado até bem perto dos últi-mos episódios?

TZM – Sim, as coisas mu-daram bastante, quando gravá-mos a novela “palavras cru-zadas”, estava toda escrita. Hojejá não é assim...existem certospapéis que se forem valorizadospelo próprio actor, poderão teruma prestação mais prolongada,também já tem acontecido ooposto.

JC – Quem decide o final?TZM – É muito engraçado,

uma história que me aconteceuquando estava a gravar a novela“Olhos de Água”, eu fui a umasuperfície comercial e as pes-soas reconheceram-me e enche-ram me de perguntas e a opina-

rem acerca do futurode algumas person-agens. Naquele mo-mento lembrei-me quepodia ser uma boaideia, pois ali estava amanifestação daopinião pública.Disse-lhes que o finalpoderia ser escolhidopor eles próprios, queanotassem as diversas opiniõese que daí a alguns minutos meentregassem por escrito, foi oque aconteceu.

Assim surgiu uma inovaçãopara as novelas, e na “A Outra”não vai ser diferente.

JC – É uma história de en-contro ao quotidiano?

TZM – Sim, são ali aborda-dos temas da vida moderna,sobre os filhos, sobre os proble-mas dos casais, as drogas, odesemprego...enfim são casosem que as pessoas se identifi-cam com elas próprias.

JC – E a próxima novela jáestá no papel?

TZM – Já está um poucorabiscada... porque ás vezes es-tou a escrever uma novela esurge uma ideia que não se en-caixa na história... pois vãosobrando sempre ideias... Estouapensar agora numa coisa umpouco diferente, com um poucode comédia... não na escrita masna interpretação. E se possívelem terras ribatejanas!

JC – Acha que vai contribuirpara o desenvolvimento destazona?

TZM – Sim, mas esta zonajá está um pouco como o dormi-tório de Lisboa, num instante sefaz este trajecto. Eu por exem-

plo escolho este local como sefosse um refúgio. Os transportese os acessos evoluíram, mascom tudo isso esta zona perdeucaracterísticas muito próprias,penso que Coruche apesar detudo ainda mantém um pouco.

JC – A próxima telenovelade Tó Zé Martinho será gravadaem Coruche?

TZM – Não sei...é um possi-bilidade, talvez sim (risos)

JC – Considera-se regiona-lista?

TZM – Sim, antes não pen-sava assim mas ultimamenteacho que coisas muito fantásti-cas se têm perdido, no querespeita a usos e costumes.Acho que as zonas deviam sermais resguardadas e que deviaexistir TV regional, divulgar agastronomia de cada zona...

JC – O que costuma fazernos seus tempos livres?

TZM – No verão aproveitopara andar de barco a motor.Não sou pessoa de viajar muitosem ser em trabalho. Faço colec-ções um pouco estranhas...derepente decidi coleccionar latasde chá. E tenho mais de trezen-tas, e dá-me imenso prazer.Numa altura da minha vida pin-tei a óleo. Divirto-me com pe-quenas coisas.

JC – Gosta da abordagem narua?

TZM – Sim, sinto-me muitobem é o reconhecimento do meutrabalho. Frequento locais pú-blicos normalmente e gosto quefalem comigo. As pessoas porvezes também fazem um poucode confusão entre a ficção e avida real. Aconteceu uma his-tória engraçada no Douro com oactor Joaquim Horta, pois opapel dele era completamentereprovado pela sociedade, e aspessoas na rua por pouco quenão deram uma “tareia” ao actor.

JC – O que ainda lhe faltafazer?

TZM – Falta-me tudo, a vi-da sabe-me sempre a pouco,desde os tempos de tropa quesou um lutador e acho que aindanão vivi nada.

Dou grande importância acertos valores como a amizade,o companheirismo, a sinceri-dade...

JC – Qual o seu pior de-feito?

TZM – Sou muito desarru-mado de ideias um pouco aven-tureiro demais

JC – E a maior qualidade?TZM – É o humor, acho que

um homem sem humor é umhomem desarmado.

JC – Qual o seu prato favo-rito?

TZM – É perdiz e vinho tinto.JC – Qual o seu estilo pre-

ferido?TZM – Desportivo, calças

de ganga, t-shirt e sapatos con-fortáveis.

____Entrevista de

Mafalda Fonseca

Parabéns Abel, pelo prémio atribuído ao JC e que é um excelente incentivo para prosseguir o cami-nho. Incentivo para o futuro mas também, evidentemente, reconhecimento pelo trabalho produzido. O JC tem ajudado a colocar Coruche no mapa e, a prazo, é um farol de esperança.Recebe um fraterno abraço doMário Justino Silva

Caro Dr.Parabéns pelo prémio atribuído. Que seja um estímulo para o jornal continuar, são os meus votos.Um abraço para si.Cor. Manuel Bernardo

Caro Amigo e Ilustre Fundador do JC,Como leitor e assinante do JC, fiquei naturalmente regozijado com a distinção atribuída.Saúdo todos os colaboradores, em especial os que contribuíram para este tão significativo Prémio.Cumprimentos e um abraçoJoaquim Tapada

Olá Abel Muitos parabéns pelo prémio e pelas 4 menções honrosas. Fiquei muito contente pois estas conquis-tas reflectem o bom trabalho que estão a fazer no jornal.Realmente o jornal tem artigos muito bons e sempre se vai instruindo os leitores mais distraídospara os sensibilizar em relação à nossa história, temas actuais, artigos científicos, etc..Continuem com o bom trabalho.Maria Patrício

PARABÉNS!SÓ OS GRANDES, VENCEM.A Bem da Nação,João Gomes

Muitos parabéns, Dr. Abel, e muitos parabéns igualmente à sua equipa!!!!É merecido!!!!Um abraçoPaulo Pereira – SRUCP

Caro Dr. Abel Matos Santos,Parabéns por mais um prémio.Um abraço,Mário Gonçalves

Muitos parabéns pelo prémio alcançado pelo jornal de Coruche.Sabe bem quando se vê coroado o esforço de uma equipa, sobretudo num momento em que nonosso país se costuma valorizar a mediocridade.Peço que também transmita as felicitações ao autor do artigo.Até sempreM. Cristina G. Ferreira

Boa Tarde,Está de parabéns o Jornal e os seus colaboradores e muito em particular o seu mui jovem director eo fundador.Parabéns!Fátima Bento

Mensagens dde ffelicitação ppelos pprémios SSHIP

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 11

Foi entregue no passado dia 26 deMaio, no Palácio da Independência, emLisboa os Prémios SHIP ImprensaRegional 2008, em cerimónia onde tam-bém se comemoraram os 147 anos daSHIP – Sociedade Histórica da Indepen-dência de Portugal.

O “O Jornal de Coruche” foi o grandevencedor da edição deste ano, conquis-tando o primeiro prémio com o trabalho“O Mar e Portugal” do Dr. Miguel MattosChaves, depois de ter também vencido oprimeiro prémio do ano passado.

A afirmação do Jornal de Coruche nopanorama nacional, reflectiu-se tambémna conquista de quatro (4) menções hon-rosas, em seis, atribuídas a:

Vitório do Rosário Cardoso, pelosseus artigos sobre o Oriente Português;

Prof. Carlos Consiglieri, pelos seusdois artigos sobre Olivença;

Dr. Vasco Mantas, pelo seu artigo“Portugal Atlântico”;

General Rodolfo Begonha, pelo seuartigo “As Forças Armadas”, todos pu-blicados no Jornal de Coruche, e, a JoséFranco, pelo seu artigo “O mito da Eu-ropa em Portugal” publicado n’ A Folhados Valentes e a Joaquim Coutinho, pelotrabalho “A Génese do Parlamentarismo”publicado n’A Voz de Paço de Arcos.

O Jornal de Coruche foi fundado hádois anos por Abel Matos Santos, com ointuito de se criar uma alternativa inde-pendente, contra corrente, fora do politi-camente correcto, para defender os valo-res pátrios e a verdade histórica, sendohoje uma referência no jornalismo dequalidade a nível regional e nacional,com uma circulação efectiva de cincomil exemplares/mês, sendo também umareferência ao nível da tauromaquia na-cional, em suplemento coordenado porDomingos da Costa Xavier.

A cerimónia, que contou com altasindividualidades da vida civil e militar,contou com a presença de centenas depessoas que encheram o Salão Nobrepara a atribuição dos prémios, tendo apresença dos premiados, do fundador eproprietário do Jornal de Coruche, Dr.Abel Matos Santos e do seu actualDirector, Sr. José António Martins, tendoo Sr. Presidente da Câmara de Coruche,Dr. Dionísio Mendes, tido a amabilidadede também estar presente num momentode grande dignidade que coloca Coruchee os seus filhos como referências no pa-norama nacional, difundindo o nome dacapital do Sorraia, num acto que deveorgulhar todos os coruchenses.

A SHIP inaugu-rou ainda a sala dosconjurados, devida-mente recuperada erestaurada com oapoio do mecenasMillenium BCP, lo-cal onde se preparoua Restauração da In-dependência de Por-tugal em 1640, numbonito jardim com aúnica porção de mu-ralha fernandina in-tacta com a respecti-va escada de acessoà sala onde D. AntãoVaz de Almada e os seus conjurados se reuniam.

SHIP ENTREGA PRÉMIOS

OO JJoorrnnaall ddee CCoorruucchhee vveenncceePrémio SSHIP IImprensa RRegional 22008– com primeiro prémio e 4 menções honrosas

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Desde 2003, ano em queocorreram as primeiras mortesresultantes do vírus H5N1, co-mummente apelidado de “Gripedas Aves”, que a comunidadeinternacional se tem preparadopara a possibilidade de umapandemia que afecte a popula-ção humana à escala global.

As pandemias consistem narápida propagação de uma doen-ça para a qual a população nãopossui frequentemente imuni-dade (a capacidade do organis-mo se defender de agentes cau-sadores de doença) ou pelo me-nos uma imunidade elevada per-mitindo este facto que a doençase espalhe por vezes a nívelglobal por contacto entre indiví-duos, manifestando-se por perío-dos variáveis que podem chegaràs várias semanas ou meses.

Historicamente ocorreram jádiversos casos de pandemias, deimportância variada e com ní-veis de mortalidade tambémdiferentes. As pandemias deinfluenza, ou gripe, são recor-rentes, tendo ocorrido por trêsvezes apenas no século XX. Aprimeira em 1918, a da “gripeespanhola”, vitimou cerca de 50milhões de pessoas a nívelmundial, incluindo em Portugal.Mais tarde também em 1957 e1968 se deram pandemias que,no conjunto, provocaram a mortea perto de 2 milhões de pessoas.

Até recentemente o vírusH5N1 (um dos tipos causadoresde gripe aviária, e o que nestemomento causa maior preocu-

pação) propagava-se apenas en-tre aves ou através de contactodirecto entre aves e humanos.

A propagação da doençaentre humanos estava barrada.Porém, o H5N1, tal como outras

estirpes (ou tipos) de vírus dagripe, é altamente susceptível amodificações que o levam aadaptar-se e frequentemente atornar-se mais eficiente no con-tágio. Talvez por essa razão, oH5N1 foi já identificado a pro-pagar-se entre humanos, aindaque apenas entre membros deuma única família, tornando-semais difícil a identificação exac-

ta da forma de contágio e se esteresultou do contacto directo en-tre pessoas ou por outra forma,sendo difícil o trabalho epide-miológico necessário para iden-tificar a fonte da doença.

A propagação entre huma-nos, através de contactos espo-rádicos, mesmo que breves, é abarreira, aparentemente aindanão transposta pelo vírus e quetem limitado a sua capacidadede causar vítimas humanas emgrande escala. Uma vez ultra-passada essa barreira é espectá-vel uma rápida propagação dovírus, auxiliada também pelos

movimentos migratórios dasaves que facilmente poderãotransportar o vírus ao longo demilhares de quilómetros ao lon-go das suas rotas. O territórioportuguês é não só um país de

destino de aves migradoras pro-venientes de diferentes localiza-ções, como é também um pontode passagem (embora não tãosignificativo como outros) dasrotas entre o Norte da Europa eo continente africano.

Um facto relevante para apropagação do H5N1 reside nolimitado impacto que este vírustem sobre algumas aves selva-

gens que, apesar de serem porta-doras não revelam os sintomascaracterísticos sendo no entanto,e por outro lado, as aves domésti-cas fortemente afectadas pelo ele.

A vigilância, que tem sidoredobrada a nível mundial, faz--se também em Portugal, tendosido já sequestradas várias explo-rações agrícolas e abatidas mi-lhares de aves de forma a evitara propagação de tipos de gripedas aves (que não o H5N1) queapesar de inofensivos para o ho-mem podem causar prejuízossignificativos à indústria de pro-dução de aves. Apesar do gran-de mediatismo até agora dado àgripe aviária, normalmente asso-ciada a um elevado grau deespeculação como tem sido fre-quente em diversos alertas sani-tários e alimentares recentes, adoença, de acordo com infor-mações da Organização Mun-dial de Saúde, vitimou a nívelmundial cerca de 241 pessoas,de 382 que contraíram a doença.

O Sudeste Asiático é a re-gião mais fortemente afectadapor este vírus tendo sido associ-ado este facto às frequente-mente limitadas exigências decontrolo e segurança na produ-ção e manuseamento de aves,bem como a criação de avesdomésticas (essencialmente pa-tos) a céu aberto, nos campos dearroz abundantes na região, istode acordo com uma agência dasNações Unidas.

Algures numa rotunda num concelho pertode si... o mais comum dos condutores repara...“Hum... afinal não são só os fingidos, os palhaçostambém são cultura”. O que seria da corte sem obobo a fazer de corte e o que seria do bobo semuma corte a quem envergonhar? “Sim é a festa dosloucos”, diz o burgo em uníssono. “Ah taditos”, dizo povo.

Na tribo dos Kissi na Guiné, quando morre al-guém, um parente por afinidade da família domorto vem parodiá-lo antes que seja enterrado. NoMadagáscar os amigos do defunto devem-se reunire zombar do cadáver.

Em Coruche, perante a inépcia e a rotina vai-dosa de uma população e da sua corte ocupa-seuma rotunda com garrafões de tinto, sardinhas porassar e uma vontade de rir sem barreiras, acessívela quem se lhes quiser juntar. Uns dizem que é umasátira ao facto da rotunda parecer o pinhal de Leiriaem miniatura, mas não é, pois se lá metem umaestátua onde se celebra no ano que vem? Outrosdizem que é só para dar nas vistas. Óbvio, caso con-

trário almoçávamos cada um na sua casa. Outros,ainda menos elucidados sobre o que é remar contramaré da ordem instituída, lá dizem que “é maltaque não tem dinheiro ou classe para ir ao festivaldo Toiro Bravo e então fundaram o seu próprio fes-tival”. Têm razão. Pois está claro.

“Poderíamos concluir que a paixão do riso éum repentino movimento de vaidade produzidopela súbita percepção de alguma vantagem pessoalcomparada com uma fraqueza que notamos actual-mente nos outros ou que anteriormente tínhamos”lá disse o senhor Thomas Hobbes.

Mais palavras para quê? Não tem sapato devela? Gosta pouco de gostar muito de coisas queafinal até nem gosta tanto? Gosta de sardinhas a ati-rar pró cru? Tá teso que nem um carapau masaguenta-se com meia dúzia de sardinhas, uma fatiade pão e dois litros de vinho mau? Tem bicicleta?Se preenche todos estes requisitos junte-se a nós noIII Festival da Sardinha Brava do ano que vem,porque o II foi no mês passado e provavelmenteperdeu-o.

Gripe das Aves: ponto de situação

CIÊNCIAS DA VIDA

NOTÍCIA DE RODAPÉ

Dr. Vasco Manuel Mantas *

Em caso de pandemia, como em 1918, os serviços de saúde são levados ao limite da sua capacidade de resposta.Na imagem: Office of the Public Health Historian (E.U.A.)

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200812

2.º Festival daLuís António MartinsFotos: Pedro Boiça

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Os chineses não discutem,obedecem. Os alemães não riem,comentam. Os bálticos obser-vam sorrindo. Os do leste vãosoltando as amarras históricasdos seus pecados invisíveis. Ositalianos lá vão de braço dadocom a depressão sem lhe liga-rem nenhuma. Os ingleses argu-mentam. Os africanos, sem reló-gio de pulso, vão aparecendo.Os nórdicos lá andam progra-mados para programar. Os por-tugueses riem-se perante a suaprópria inépcia e a dos outros.

Estas e outras generalidadesconcluo-as diariamente nestaaldeia global em que vivoactualmente.

É certo que os livros contammaravilhas e relatam verdades,e embora o mesmo não se possadizer dos jornais e da generali-dade dos médios, também estespoisam na descrição constante.Os analistas lá contam umaperipécia ou outra, os poetas sócantam, mas não contam. Ospapagapolíticos entretêm-nos efalam de sistemas. Os padresmentem. Contudo, a experiênciaserá sempre a melhor máquinade realidades terrenas. Tomar opequeno-almoço com africanose chineses, discutir actualidade,cultura e religião com checos,húngaros, polacos, romenos eoutros herdeiros do trauma-co-muna, planificar projectos detrabalho com nórdicos e alemães,rir com italianos, e no fim distotudo jantar com bálticos é nãosó um livro, como um curso de

sistemas políticos, uma liçãoconstante de história e todo ummar aberto para navegaçõesliterárias e seus consequentesnaufrágios filosóficos.

É da sabedoria do povo e,agora mais que nunca, que aúnica raça existente é a raça hu-mana. Para bem das comadresfascistas e dos compadres tra-pezistas da ideologia dogmática,convencionou-se que somos araça humana e, por conseguinte,é-nos comum a natureza huma-na. Esquecemo-nos porém – eainda bem que nos esquecemospois é isto que dá vida à diversi-dade – que a cada povo a suahistória e esta história é nadamais nada menos que a históriadas mentalidades.

Quando um checo me fechaa porta na cara, um romenocomenta comigo a vida alheia,um nórdico me aconselha calmae um alemão me relembra res-ponsabilidades não estão a sersomente “seres humanos” masseres humanos do seu própriopaís de origem.

Quando tenho um encontrocom um africano, sei de ante-

mão o inútil que é esperar queele venha a horas, mas se o ale-mão estiver há espera que euvenha a horas no encontro quemarquei com ele, é escusadopois ele estará lá meia horaantes do estipulado e eu não.

“O português quebra sempreo gelo” – dizem repetidamente –ao que eu penso para comigoque não só o quebra mas, dequando em vez, lhe dá origemou não fosse o fado a nossa quo-ta internacional e o sarcasmo tãonacional virtude. Um polaconão percebe uma piada, ou poroutra, percebe mas não conse-gue rir. Porquê?

Razões várias, e uma delas,garanto-vos, foi o facto dos seuspais e avós terem andando a to-que de pão e batata durante de-zenas de anos. Eles e os vizi-nhos deles. Claro, estou a gener-alizar. Eu e todos. Generalizar éoutra das características que nosé comum a todos enquanto es-pécie. Um homem é cornudo,logo as mulheres são todasumas putas, é mais ou menoseste o estratagema diário que

nos assola a marmita, seja namais longínqua das aldeias ouna mais promíscua das cidades.

Podia continuar nesta toada,regredindo até aos momentos-chave em que a humanidade elamesma se formou, mas perdidoentre deuses e religiões, selec-ções naturais ou átomos, big-bangs ou acasos físico-quími-cos, a coisa, certamente, não iamelhorar.

A cultura cruzada é difícilmas enriquecedora, a língua ébarreira mas não é solidão, se ochinês só obedece dir-lhe-ei oque é a democracia, esperandoque à minha falta de respeitoinvoluntária ele me corrija semme alterar. O checo fecha aporta na cara e não pede licença,não importa, “esperai por ele ou

saltai pela janela” reza a alqui-mia da boa vontade. Que não setomem tais medidas como solu-ções, mas visto que perdemos apureza com que o berço nos pre-senteou enquanto bons selva-gens que fomos (diria o senhorRousseou) resta--nos cooperarem nome do equilíbrio dospares e da omnipresente comu-nidade. Na verdade toda estatropa-fandanga irrita-me cons-tantemente no plano singelo docivil-andante, e eu irrito-os aeles, mas que raio, comemossempre às mesmas horas...

Nascemos, crescemos, re-produzimo-nos e morremos sãoestas as premissas do ser vivo. Aisto, os Xânticos (tribo anciã)respondem que assim sendo ofogo também é ser. E que seja.O branco, o preto, o amarelo, overmelho e o preto, o branco, oamarelo e o vermelho, aparece-ram em continentes diversos.Entretanto, como a mais beladas sopas, misturaram-se.

Como? Sei lá...____

* Lic. em Filosofia

NOTÍCIA DE RODAPÉ

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 13

PENSAMENTOS

Do topo do fundo do mundoLuis António Martins *

Sardinha Brava

Envie por e-mail [email protected] as imagensou situações que deseje ver aqui publicadas

pequeno arbustoQuem se lembra das obras iniciais desta rotunda, certamente se recorda do aparecimento deste“magnífico” arbusto neste mesmo local? Será que não levou adubo ou é mesmo assim?Como diria um amigo meu, “Todos crescem menos eu….”.Aplica-se perfeitamente em relação ao caso deste arbusto, que supostamente deveriaembelezar a rotunda. "Penso eu de que…."

TF

Os padres mentem.

Contudo,a experiênciaserá semprea melhor máquinade realidadesterrenas.

...

a únicaraça existenteé araça humana.

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200814

Tudo começou na noite de24, no pátio do museu munici-pal, onde Rao Kyao e a sua flau-ta, soltaram notas de nostalgiaao tocar alguns temas de ZecaAfonso, quem lá esteve não saiuindiferente ao concerto desteconsagrado músico nacional.

À meia-noite soaram osmorteiros. Para festejar a liberda-de acenderam-se os fogareiros e,à boa maneira portuguesa, assa-ram-se febras e entremeadas, re-gadas pelo tinto da nossa região.

No dia 25 pela manhã, emfrente ao edifício dos Passos de

Concelho, ao som do Hino Na-cional tocado pela banda da SIC,procedeu-se à cerimónia oficialdo içar da bandeira, não sem an-

tes o Presidente da Câmara, Dr.Dionísio Mendes, passar revistaaos bombeiros municipais. Nodiscurso de Abril, o progresso edesenvolvimento de Corucheforam palavras de ordem.

Pelo meio-dia a inauguraçãooficial do Ringue Polidesportivoda Fajarda. Já a meio da tarde,nas Fazendas das Figueiras,Branca a cerimónia pública deinauguração do Relvado Sintéti-co do Campo de Jogos Manuelde Sousa Frigideira. Aqui foi tam-bém homenageado o coruchenseProf. Luís Dias (treinador do Spor-ting Clube de Portugal – Juve-nis).

Ainda houve tempo paraactuação da Banda da Socieda-de de Instrução Coruchense, adescida de alguns pára-quedis-tas, o jogo de futebol entre o Ju-ventude União Figueirense e oSporting Clube de Portugal, fol-clore e um lanche convívio.

____José António Martins

Comemorações dde AAbrilem CCoruche

34 Anos depois da Revolução dos Cravos, também em Coruchese comemorou o Dia da Liberdade

LEAL & CATITA, LDA.Vendas e Assistência

Stand 1:Rua do Cemitério

Stand 2:R. Maria Emília Jordão

Oficinas:Rua do Cemitério Santo Antonino

Coruche

Tel. 243 675 020Fax 243 617 163

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Créditosde 24 a 84 Meses

Semi-NovosOpel Astra Enjoy 1.3 CDTI 5p (Diesel) 2007Peugeot 207 Trendy 1.4 5p 2007Renault Megane Break 1.5 DCI 5p (Diesel) 2006Peugeot 407 SW Griff 1.6 HDI 5p (Diesel) 2006Peugeot 307 Break 1.6 HDI 5p (Diesel) 2006Peugeot 206 SW 1.4 HDI 5p (Diesel) 2006Skoda Fabia 1.2 12v C/AC 2006Seat Ibiza 1.4 TDI 5p (Diesel) 2006Renault Clio 1.2 16v 5p Modelo Novo 2006

RetomasOpel Astra Carav. Cosmo 1.4 16v 5p 2005Opel Astra Carav. 1.7 CDTI 5p (Diesel) 2005Opel Astra Elegance 1.7 CDTi 5p (Diesel) 2005Citroen C-5 Brk Exclusive 2.0 HDI 5p (Diesel) 2005Citroen C-3 1.1 SX Pack 5p 2005Peugeot 206 Look 1.1 5p 2005Renault Clio 1.2 16v C/AC 5p 2005Volkswagen Polo 1.2 12v C/AC 5p 2004Seat Ibiza 1.2 12v C/AC 5p 2004Audi A-3 1.9 TDI 3p (Diesel) 2004Ford Focus C-Max 1.6 TDCI 5p (Diesel) 2004

ComerciaisFiat Grande Punto 1.3 M-jet Van 2007Opel Corsa Sport Van 1.3 CDTI 2007 Mitsubishi Strackar 2.5 TD CD 4X4 2006Peugeot Partner Reforce 1.9 D Van 2006Peugeot 206 1.4 HDI Van 2006Seat Ibiza 1.4 TDI Van C/AC 2006Citroen C-3 1.4 HDI Van 2005Opel Corsa 1.3 CDTI Van 2004Mazda B-2500 2.5 TD CD 4x4 2002 Toyota Corolla 1.9 D Van C/AC 2001

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 15

A Comissão Executiva do Encontro Nacio-nal de Combatentes 2008, dando continuidadeao espírito que nos anos anteriores presidiu aesta homenagem, promove, no próximo dia 10de Junho, junto ao Monumento aos Comba-tentes do Ultramar, em Belém, Lisboa, o seu 15.ºEncontro Nacional.__

As cerimónias que ali terão lugar têm porobjectivos comemorar o Dia de Portugal e prestarhomenagem e não deixar esquecer aqueles quetombaram em defesa dos valores e da perenidadeda Nação Portuguesa. Por esta razão é importantereunir o maior número de Portugueses, não só osque foram combatentes no ex-Ultramar e os quemais recentemente serviram em missão de paz noestrangeiro, mas também todos aqueles que, aman-tes da nossa História e envolvidos na construçãode um futuro mais próspero para a sociedade por-tuguesa, queiram participar nesta cerimónias.

Este ano, pela primeira vez, a Comissão levarátambém a efeito, em conjunto com a Revista Mi-litar e a Associação dos Auditores dos Cursos deDefesa Nacional, uma Conferência subordinadaao tema “Os valores da Nação e o papel dasForças Armadas nas sociedades desenvolvi-das”, a qual terá lugar na véspera, dia 9 de Junho,na Fundação Gulbenkian em Lisboa.

Serão conferencistas os Professores DoutoresAdriano Moreira, Ferreira do Amaral, JoaquimAguiar, Nogueira Pinto e Carlos Gaspar, o Gene-ral Espírito Santo, o Embaixador LeonardoMatias e o Doutor Vítor Bento.

No próximo Dia 10 de JunhoEEnnccoonnttrroo NNaacciioonnaall ddee CCoommbbaatteenntteess

Selecção Nacional de Râguebi e Dany Silvacantam o hino nacional

O programa é o seguinte:

DIA 0909h30 – Sessão de Abertura da Conferência

DIA 1010h30 – Missa no Mosteiro dos Jerónimos; terno de clarins e coral11h30 – Concentração junto ao Monumento12h00 – Cerimónia inter-religiosa (católica e muçulmana)12h10 – Discurso alusivo pelo Prof. Dr. João Luís César das Neves12h20 – Homenagem aos mortos e deposição de flores12h45 – Hino Nacional tocado pela Banda do Exército e cantado por Dany Silva

(acompanhado pela Selecção Nacional de Râguebi e todos os presentes)12h50 – Passagem de meios aéreos da FAP13h00 – Salto de Pára-quedistas13h15 – Almoço-convívio (pode ser adquirido no local)

Junto à Estação da CP – 2100 Coruche

Oficina – 243 617 392Resid. – 243 679 868

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Em 20 de Maio de 1801 Oli-vença foi tomada pelo exércitoespanhol. Desde então, a “NO-BRE, LEAL E NOTÁVELVILA DE OLIVENÇA” – divi-sa que lhe foi atribuída emreconhecimento do seu papel naHistória de Portugal – encontra-se sob domínio do país vizinho,em flagrante violação do DireitoInternacional e como exuberan-te manifestação das suas inten-ções hegemónicas.

Acompanhando a posiçãopolítico-diplomática e o direitoconstitucional do Estado portu-guês, que não reconhece legiti-midade na ocupação de Oliven-ça, esta Associação vem susten-tando, há largas dezenas de anos,a portugalidade de Olivença e,consequentemente, que seja re-solvido o litígio que opõe os doisEstados peninsulares. Conhe-cendo a delicadeza que a “Ques-

tão de Olivença” sempre apre-sentou no relacionamento pe-ninsular, o Grupo dos Amigosde Olivença entende que a as-sunção frontal, pública e desi-nibida do diferendo, colocando-o na agenda diplomática luso-espanhola, constituirá um factorque muito poderá contribuirpara aprofundar as relações deboa vizinhança e amizade entrePortugal e Espanha.

Pedindo às Autoridades Na-cionais que tomem as medidasapropriadas para a defesa daCultura Portuguesa em Oliven-ça, o Grupo dos Amigos de Oli-vença exorta os portugueses,detentores da Soberania Nacio-nal, a lembrarem a portugalida-de de Olivença, repudiando doisséculos de alheamento e dandosatisfação à História, à Cultura,ao Direito e à Moral.

____Grupo dos Amigos de Olivença (GAO)

207 Anos de Ocupação

OLLIIVVEENNÇÇAA

Em Maio a DECO – Associ-ação Portuguesa para a Defesado Consumidor, em parceriacom a Entidade Reguladora dosServiços Energéticos (ERSE),deu inicio à campanha informa-tiva designada por “Poupançada Energia Eléctrica”.

O lançamento teve lugar noMuseu da Electricidade, pelas10 horas. Nesta sessão o Profes-sor Viriato Soromenho Marquesproferiu uma alocução sobre aimportância do uso racional eeficiente da energia eléctrica.

Estiveram em exposição osmateriais que vão ser utilizadosdurante a campanha, que sãoeles, os kits para as empresas,material pedagógico e didácticospara as escolas do 1.º, 2.º e 3.ºciclo e ainda os folhetos infor-mativos que vão ser distribuí-dos pela comunidade. Foi pos-sível a exploração destes mate-riais pelos participantes e alunosde escolas presentes no local.

Desde Maio e até final deNovembro, sete equipas de jo-vens licenciados, denomina-das “Brigadas Carbono”, vãopercorrer o País e informar

sobre a melhor forma de pou-par Energia Eléctrica.

Cada equipa vai visitar esco-las, empresas e promover encon-tros de rua e sessões de esclare-cimento com os consumidores,fornecendo os materiais ade-quados para cada tipo de acção.

O objectivo é motivar osconsumidores a utilizar a elec-tricidade de forma racional einteligente, bem como a dimi-nuir os consumos para bemdo ambiente, uma vez queassim é possível reduzir os gasesde efeito de estufa, com especialdestaque para o dióxido de car-bono e ainda reduzir a facturaenergética. As mudanças a adop-tar têm um custo zero e são defácil execução.

A Brigada Carbono da Dele-gação DECO Santarém vai estara informar os consumidores portodo o distrito de Santarém e asul do distrito de Leiria, portan-to, esteja atento.Mudar é fácil, não custa nada

e o Ambiente Agradece!____

Brigada Carbono DECO Santarém

Lançamento da Campanha

“POUPANÇA DAENERGIA ELÉCTRICA”

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Os números de vítimas fre-quentemente avançados, comoestimativas para cenários deuma pandemia global, são difí-ceis de avaliar e frequentementecontraditórios. No entanto sãogarantidas grandes dificuldadesna gestão da crise mesmo que adoença não cause um elevadonúmero de fatalidades. A inse-gurança que poderá causar ereceio por parte da populaçãolevou já à preparação de planosde contingência e mesmo deformação e apoio às empresaspara que, em caso de pandemia,se garanta o normal funciona-mento das instituições e conti-nuidade de operação por partedas entidades públicas e priva-das. De acordo com um alto res-ponsável do Banco Mundial,citado pela revista Forbes, ocusto de uma pandemia globalde gripe aviária poderia chegaraos 3 triliões de dólares, o queem conjunto com a já precáriasituação económica mundialpoderia criar as condições parauma recessão grave, gerando ouamplificando uma crise socialcomparável à própria criseeventualmente criada pela pan-demia.

Em Portugal, as autoridadessanitárias, o Ministério da Agri-cultura e entidades ambientaistêm vindo a implementar planosde vigilância que asseguramuma monitorização regular dasaves potencialmente portadorasde gripe aviária tanto no ambi-ente como em explorações agrí-colas. Torna-se fundamentalgarantir que as populações dis-põem de informação adequadade forma, não a temerem a gripeaviária mas a conhecerem-na ereconhecerem-na nas suas aves,de forma a tomarem as neces-sárias precauções para limitar orisco de contágio ou propagação

do vírus ou mais tarde lidar comuma eventual pandemia. Todosos que lidam com aves, seja emexplorações agrícolas ou emoutras situações, devem procu-rar junto das autoridades com-petentes informação adequadasobre os perigos e procedimen-tos a adoptar. É importante ain-da que sejam comunicadas àsautoridades situações potencial-mente anómalas, nomeadamen-te a existência de aves doentesou mortas. É ainda importanteevitar recolher aves doentes oude proveniência desconhecida,sendo preferível a comunicaçãoa entidades que possam lidar deforma adequada, e segura, coma situação.

A Gripe Aviária, de acordocom a Agência Europeia deSegurança Alimentar, não écontraída, pelo menos de acor-do com os dados disponíveis,através de alimentos cozinha-dos já que as elevadas tempe-raturas eliminam o vírus res-ponsável pela doença.

Pela primeira vez na históriaa ciência e tecnologia disponí-veis permitem o acompanha-mento e previsão de uma pan-demia (ainda que incerta) mes-mo antes de ela suceder. Issotem contribuído para um avançosignificativo nos recursos dispo-níveis (vacinas por exemplo)para lutar contra a possível pan-demia caso esta se verifique,incluindo através de programasde vacinação (preventiva oucriando reservas estratégicas) ede uma resposta rápida à crisefruto de um conhecimento ade-quado da ameaça. Importa sub-linhar que é desejável evitar opânico e estimular atitudes res-ponsáveis e informadas por par-te da população.

____* Biólogo

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200816

No presente ano lectivo, esteprojecto “Mais Saúde” conti-nua a desenvolver competênciaspromotoras da Saúde, indo as-sim ao encontro das prioridadesexpressas no Projecto Educativodo Agrupamento EDUCOR ecumprindo as orientações doMinistério de Educação “(…)

educar para a saúde consisteem dotar as crianças e os jovensde conhecimentos, atitudes evalores que os ajudem a fazeropções e a tomar as decisõesadequadas à sua saúde e ao talbem-estar físico, social e men-tal”.

No ano lectivo 2007/2008foram trabalhadas três áreas pri-oritárias: alimentação saudávele actividade física; sexualidadee doenças sexualmente transmis-síveis e, consumo de substânciaspsicoactivas. O trabalho desen-volvido envolveu os Departa-

mentos de Educação Física eDesporto Escolar e de CiênciasFísico Naturais, assim como asáreas curriculares não discipli-nares de Formação Cívica e Áreade Projecto e, teve, à semelhançados anos anteriores, a activa co-laboração do Centro de Saúde.

Entre os dias 1 e 4 de Abrildecorreu a Semana da Saúdecom exposições dos trabalhosque os alunos desenvolveramao longo do ano, com jogosinter-turmas, com um concurso“Saber/Fazer Saúde” para alunosdo 5.º ano e com um Colóquiode Encerramento que decorreuno Auditório José Labaredas, às21 horas do dia 4.

Estiveram presentes, comooradores, O Dr. Abel MatosSantos, a Dra. Catarina Pedro eas enfermeiras Cristina Gomes e

Ana Paula Vicente, em repre-sentação do Centro de Saúde, a

Catarina Santos, a Ana Gomes,o João Carvalho, o Diogo Mar-ques e a Filipa Neves em repre-sentação dos alunos da escola eos professores Luís Dias e Su-sana Garcia, coordenadores doprojecto na escola.

Neste colóquio, a que assisti-ram um grupo de encarregadosde educação, debateram-se ques-tões relacionadas com os níveisde obesidade que se verificamnos nossos jovens, assim comoa falta de hábitos de actividadefísica.

O Dr. Abel Matos Santos fezuma apresentação relacionadacom “Transtornos sexuais noHomem e na Mulher” e a dis-cussão/participação dos encar-regados de educação foi activa,nomeadamente em relação àsquestões da sexualidade.

Ficou registado o compro-misso de continuar a haver umaestreita colaboração da Associa-ção de Pais e do Centro de Saú-de com a escola para trabalhartodas estas questões, assim co-mo a disponibilidade do Dr.Abel Matos Santos para colabo-rar na definição de estratégiasorientadoras das abordagens àtemática da sexualidade.

“Mais Saúde” na EscolaEB 2, 3 Dr. Armando Lizardo

Dando continuidade às prioridades e práticas dos anos lectivosanteriores, a Educação para a Saúde continua a ser

um dos principais projectos na Escola EB 2, 3Dr. Armando Lizardo.

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> continuação da página 12

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CC HIGIENERua da Misericórdia, 11 2100-134 Coruche Tel. 243 675 070Posto da BrancaTel. 243 606 444

DD MISERICÓRDIALargo S. Pedro, 4 2100-111 Coruche Tel. 243 610 370

– OLIVEIRARua do Comércio, 72 2100-330 CouçoTel. 243 650 297

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2100-345 Couço243 669 080 - 243 650 109

Biscaínho - 243 689 129Lamarosa - 243 724 113As farmácias do Couço e Lamarosa estão sempre de serviço, por serem as únicas.

FARMÁCIAS DE SERVIÇO

JUNHO 2008

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2 9 16 23 30

3 10 17 24

4 11 18 25

5 12 19 26

6 13 20 27

7 14 21 28

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A D C B

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C B A D

ANUNCIENO JORNAL

DE CORUCHETlm: 91 300 86 58

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O futebol representa na nossa sociedade bem mais do que a sua real importância,um desporto, um grande desporto, um negócio, um grande negócio,

mas não podemos viver cerceados dos seus enlaces e desenlaces. * Lic. em Economia

Pedro Boíça *

OPINIÃO

Nem é preciso estar muitoatento, porque o futebol invade-nos a cada instante, nos jornais àsegunda-feira, a primeira páginaé dos resultados desportivos, ocolega de trabalho chateia-nosporque o nosso clube perdeu, atelevisão abre os noticiárioscom a lesão de um qualquerponta-de-lança, ou então a mu-lta de trânsito de um dirigentedesportivo. Mas então e o País?Mas então e o Mundo?

Como o que nos vão dando éfutebol, o nosso País, o nossoMundo, torna-se nele próprio,no futebol. A não ser que, comoagora, as nossas circunstânciasquotidianas, a nossa “vidinha”,corra o risco de deixar de sercalma e tranquila como tão bemtínhamos programado. Aí e sónessa altura, relegamos o fute-bol para aquilo que merece. Umdesporto, um negócio, pontofinal.

Sei que parece heresia, quan-do emocionalmente me deviapreparar para a epopeia Nacio-nal que se avizinha, quando ful-gurantemente me devia prepararpara as vitórias da Selecção, eisque a racionalidade, essa por ve-zes imbecil razão, me impede.Estou preocupado com o que ofuturo nos prepara, porque nãoestamos preparados para ele.Podíamos ter olhado os sinais, oendividamento familiar, as difi-culdades das empresas, a con-juntura internacional. Podíamosnão estar em melhores condi-ções, mas estaríamos segura-mente menos surpreendidos.Preferimos ir indo, entretidoscom o futebol

Junho de 2008. Europeu. Fu-tebol. Cristiano Ronaldo. Euro-peu. Futebol. Cristiano Ronaldo.Europeu. Futebol. Cristiano Ro-naldo. Estivéssemos nós no cos-tumeiro ram-ram deste cantinho

à beira-mar plantado e Junhoseria assim. Um rico descansopara Sócrates e restantes cama-radas socialistas. Mas teve azar,o homem das Beiras. Não é, queem vez das fintas e namoradasdo Cristiano Ronaldo, e dos go-los falhados pelo Nuno Gomes,o povo, teima em falar de cois-inhas de pouca importância.

O aumento do preço doscombustíveis e dos bens alimen-tares, o aumento das taxas de ju-ro. Pode ser que me engane maseste vai ser um Europeu dife-rente.

Apesar de toda a comunica-ção social continuar, inevitavel-mente, a insistir em encharcaros portugueses com o desportorei, porque também é o que nósenquanto povo queremos, destavez a situação anímica é bas-tante mais complicada. Somosum povo de euforia e depressão.O futebol começa já dia sete, e

ainda não fomos invadidos porbandeiras chinesas por todos oscantos, com as cores de Portu-gal, mas chinesas.

Não consigo vislumbrar a eu-foria habitual. Estamos deprimi-dos. Falamos das greves dos pes-cadores, do colapso nos trans-portes, da crise.

Há um anúncio de televisãoem que uma enorme multidão,obviamente simbolizando o en-tusiasmo de todo um povo, sevai acotovelando, se vai empur-rando, para ter a glória maior delevar o autocarro da selecção atéao campeonato. Terão ficadosem combustível? Pudera, comestes preços! Quem anuncia?Uma gigante empresa petrolí-fera. Curioso, não?

Para compor o ramalhete,desta vez, para se ser um ver-dadeiro adepto da selecção na-cional, supostamente de todosos Portugueses, deve-se ser “só-

cio”. Os “sócios” são adeptosmais completos?

Futebol é emoção, a Selec-ção é encarnar um “uno” colec-tivo, é cantar o hino a plenospulmões até a garganta saber asangue.

Sou adepto, gosto de futebole sofro pela selecção, não pre-ciso de um cartão para isso. ASelecção não pode ser um clube.Porque clube é só para uns, querse pertença por vontade, querpor obrigação. Selecção Nacio-nal por definição é de todos.

Espero o campeonato noscorra bem, mas não podemos,nem devemos esquecer o pontoem que nos encontramos. Es-pero que a Selecção nos carre-gue até ser-mos campeões euro-peus, os maiores da Europa!

Assim vamos nós, de depres-são em depressão, até à euforiafinal.

Futebóis

É até 18 Julho que as micro e pe-quenas empresas do concelho deCoruche podem apresentar candi-daturas ao MODCOM – Sistemas deIncentivos a Projectos de Moderniza-ção do Comércio.

Modernizar e revitalizar o comérciolocal e de proximidade em zonas ur-banas ou rurais, bem como a promoçãode acções dirigidas ao comércio, são osprincipais objectivos do MODCOM. Oprograma tem uma dotação orçamental

que ascende a 20 milhões de euros, anível nacional, com incentivos não re-embolsáveis correspondentes a 35%das despesas elegíveis.

A Câmara Municipal de Coruchepresta apoio no esclarecimento de dú-vidas aos interessados na apresentaçãode candidaturas. Através do Gabinetede Planeamento e DesenvolvimentoEconómico ([email protected]).

O presidente Câmara Municipalespera que esta oportunidade seja agar-

rada pelos comerciantes, Dionísio Men-des lembra a crise generalizada no co-mércio local “este tipo de comércio es-tá em dificuldades, não é só em Coru-che, é em todo o país, por isso este pro-grama do MODCOM deve ser bemaproveitado pelos lojistas, cabe-lhes aeles reagir e tentarem ser mais compe-titivos”.

A autarquia de Coruche tem pro-movido na época do Natal a campanha“No Natal, comércio tradicional… fa-

ça compras perto de casa e ganhe pré-mios”, uma iniciativa que se tem reve-lado um sucesso.

No entanto, “são precisos outros ar-gumentos no dia-a-dia, a concorrênciaé feroz, o comércio local tem que semodernizar e potenciar as vantagensque tem sobre os centros comerciais,sendo que também a Câmara Munici-pal está disponível para ajudar nesteprocesso de dinamização”, concluíDionísio Mendes.

LOCAL

CORUCHE apoia candidaturas locais ao MODCOM

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 17

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200818

Até hoje mantive o silênciosobre o que se passou em An-gola, onde prestei Serviço Mili-tar no período de 1973 a 1975.

Mas hoje... após ver as entre-vistas... não posso mais ficar ca-lado. Seria uma Traição à me-mória de centenas de milharesde civis e militares, negros ebrancos, que morreram no pe-ríodo pós-25 de Abril de 1974,em Angola. Traição, tanto maiorquanto o branqueamento que osentrevistados pretenderam fazersobre o que aconteceu e o bran-queamento perante a real situa-ção no terreno da ex-Provínciade Angola.

Vamos a factos:1 – Desde 1968 que não ha-

via confrontos, dignos dessenome, na província entre as tro-pas portuguesas e os movimen-tos terroristas, depois ditos delibertação;

2 – O MPLA já NÃOTINHA NINGUÉM EM AR-MAS, no terreno. A situação doMPLA no 25 de Abril era a demovimento político pois já nãotinha guerrilheiros armados eorganizados. Estava reduzido aquadros políticos, a maior partedos quais fora de Angola, rodea-dos de mordomias e benesses.

3 – Este movimento reorga-nizou-se por força das sucessi-vas traições cometidas após o 25de Abril, patrocinadas por Ofi-ciais Militares Portugueses doQuartel-general que lhes forne-ceram equipamento e armamen-to e instrução. A sua base derecrutamento foi a populaçãojovem dos Musseques de Luan-da, principalmente.

4 – O oficial que mais res-ponsabilidades teve no processofoi o Almirante Rosa Coutinho,pois foi na sua época que oMPLA conseguiu o apoio e alogística suficientes, para queconseguisse por volta de Julho/Agosto de 1975, “correr deLuanda” com os outros movi-mentos (FNLA e UNITA). O“Almirante Vermelho”, mais oPezarat Correia e outros que taisdo QG, que deviam ter sido jul-gados pelo crime de Alta Trai-ção à Pátria, foram quem patro-cinou tudo aquilo que tive deaturar e tentar minorar, junta-mente com os meus homens, na

cidade de Luanda. Houve noitesque tivemos de “acartar” civismortos dos Musseques paracima das Berliets. Tivemos quedefender casas particulares, deescoltar civis até ao aeroporto...etc...etc...

5 – Andei em patrulhamen-tos com os 3 Movimentos, faleicom os seus soldados e oficiais,e sei do que falo!

6 – Dos 3 movimentos:O MPLA – era constituído

por soldados e oficiais recruta-dos à pressa nos Musseques earmados pelos ditos Oficiais doQG (dito português); Mal sabi-am pegar nas armas e disci-plina... nem sabiam o que era;

O FNLA – era constituídopor soldados Catangueses, quefalavam correctamente o Fran-cês. Alguns... digo bem, alguns,dos oficiais sabiam falar por-tuguês;

A UNITA – era constituídapor soldados e oficiais disci-plinados e com uma hierarquiacopiada das nossas forças ar-madas.

7 – Repito, andei com osTRÊS Movimentos nas viaturasque eu comandava, em acçõesde patrulhamento em Luanda.

8 – O Dr. Jonas Savimbitinha sido convidado, em 1973,para Governador da Provínciade Sá da Bandeira pelo Governochefiado pelo Prof. Doutor Mar-cello Caetano. Não aceitou, poispreferia ser Secretário Provin-cial numa de duas pastas: Jus-tiça ou Educação. A UNITAfazia de tampão e colaboravacom as forças armadas portu-guesas, face a tentativas de infil-tração da FNLA, sobretudo noLeste.

9 – O FNLA tinha DOIS BI-GRUPOS, no território. A basedo Canacassala, ao pé de Nam-buangongo, estava de há muitoabandonada e desactivada (des-de 1970, segundo informaçõesdos homens da JAEA e de out-ros homens no terreno (nãoidentifico pois não confio nosentrevistados, e não sei se estesestão ainda vivos);

10 – ESTATÍSTICAS da Re-gião Militar de Angola: 80%dos mortos entre 1961 e 1975foram desastres de viação; ape-nas 20% foram mortos em com-

bate. Sucede que só tinham dire-ito a pensão de sobrevivência asfamílias dos militares mortosem combate. Logo para nãoprejudicar as famílias eram osrelatórios fechados com a apo-sição de morto em combate. Nomeu próprio Batalhão tivemos 8mortos. TODOS em desastresde viação. No relatório: mortosem combate...

A GUERRA em ANGOLATINHA ACABADO.

11 – Vamos agora ao MOVI-MENTO dos CAPITÃES deque V.Exªs deviam TER VER-GONHA de ter pertencido: 3reinvindicações dão origem aoMovimento dos pretensos “li-bertadores”:

(A) Melhores salários apagar a quem estivesse em Z.O.a 100% (Zona Operacional maisperigosa)

(B) Reequipamento em ma-terial de guerra e viaturas, dastropas em missão de soberania(citei)

(C) Que os Oficiais do Qua-dro de Complemento (MILI-CIANOS como eu) não tives-sem acesso à carreira de Oficialdo Quadro Permanente.

E foram estes os “NOBRES”motivos do Movimento dos quederam cabo de Portugal, de An-gola, de Moçambique da Guiné,etc.... e que são os responsáveispor milhares de mortes nas ex-províncias ultramarinas.

São os responsáveis por mi-lhares de famílias que ficaramsem os seus haveres;

São os responsáveis por800.000 portugueses, negros ebrancos, terem de fugir das suascasas e se virem espoliados dosseus bens;

São os responsáveis por mi-lhares de soldados negros, queserviram sob a sua bandeira: aPortuguesa, terem sido fuzila-dos após a independência dessesterritórios, após a fuga dos“Libertadores”;

São os responsáveis peloabandono de Timor e pelo ge-nocídio que em seguida se deuno território, etc... etc...

Por muito menos teriam sido(por exemplo nos EUA), julga-dos e condenados à morte, porconivência em Genocídios oupelo crime de Alta Traição.

Se queriam instalar a Demo-cracia, eu também, deviam terpensado melhor no como fazer.Assim foram completa e tragi-camente responsáveis objec-tivos pelos milhares de mortosdo período entre o 25 de Abril eo 11 de Novembro e pelos dosanos seguintes.

É que o 25 de Abril só foidos Cravos aqui no Portugal eu-ropeu... E foram estes irrespon-sáveis, em Junho de 1972, parao Terreiro do Paço em manifes-tação fardada, aproveitando asfraquezas e hesitações do ProfMarcelo Caetano; ... Fraca figu-ra! Fracos dirigentes... fazemfraca ... a forte gente.

E, mais uma vez na nossahistória, assim foi!

12 – Como essas reinvidi-cações não podiam ser todas sa-tisfeitas de repente, e comoNÃO LHES FOI DADAATEN-ÇÃO face ao IMPEDIR os OFI-CIAIS MILICIANOS de acede-rem ao Quadro Permanente, co-meçaram a conspirar e desaba-ram no 25 de Abril.

REINVINDICAÇÃO MaisCORPORATIVA que ESTANÂO CONHEÇO.

13 – A partir de 1973 sãomanipulados (esses “inteligen-tes” capitães e seus superioresaliados) pelo PCP. Depois foi oque se viu.... Pensavam quesabiam... os coitados...

14 – O Episódio da VilaAlice!

SENHORES NÂO DIGAMASNEIRAS!

Aliás todos os vossos depoi-mentos são vergonhosos, bemdignos dos “inteligentes do 25de Abril”.

O Alferes da Polícia Militar,O Furriel da Polícia Militar e osdois soldados da viatura, foramaprisionados pelos esbirros doMPLA, só possível pela coni-vência da desordem reinante emLuanda e pela cumplicidadeactiva dos Oficiais do QuartelGeneral.

De imediato o Batalhão deComandos (estacionado no Gra-fanil) teve conhecimento, e doisoutros batalhões de infantaria,entre os quais o meu, se mobi-lizaram por ordem dos seuscomandantes, que... NÃO ali-nhavam com os MFosos (os do

MFA). De imediato se montouuma operação coordenada decerco à Vila Alice (SEM OCONHECIMENTO DO Q.G.) -(Está tudo documentado pelaTVE, pois os documentos por-tugueses já devem ter desapare-cido) e o Oficial, o Furriel e osSoldados foram resgatados (oAlferes com ferimentos numaperna e num braço foi levadopara o HMP de Luanda, ondefoi tratado).

15 – Foram mortos 27 home-ns do MPLA. O resto foi preso“à chapada”. Foram desarmadose aprisionados pelas forças por-tuguesas no terreno (das quaiseu, COM MUITA HONRA, fa-zia parte ... PERCEBERAM?).

16 – Comentário do Jornalis-ta da TVE: ...Como é que osOficiais Portugueses dizem queperderam a Guerra em Angola,depois do que aconteceu hoje?Sem comentários...

17 – Os Comandantes e res-tantes Militares do MPLA fo-ram soltos por pressões dos Al-tos Comandos do Q.G. Senão...teria acabado ali o MPLA. PER-CEBERAM?

Peço desculpa do tom agres-sivo com que escrevi estas li-nhas. Mas estou farto de menti-ras acerca de coisas e factos emque participei activamente.

Estou FARTO DE PESSO-AS QUE TRAÍRAM A FARDADAS FORÇAS ARMADAS eA BANDEIRA de PORTUGAL.

Não revelo Nomes de pes-soas, pois não sei se ainda estãovivas.

E com gente desta, MENTI-ROSA, VINGATIVA, nunca sesabe. Por mim não tenho medo.

O meu nome é Miguel MattosChaves, sou Português e enver-gonho-me do que se passoudepois do 25 de Abril de 1974em Angola.

Por isso tenho estado calado.Mas se calhar está na hora de

falar mais e denunciar os Trai-dores, Cobardes e Mentirosos.

Se calhar está na hora dedivulgar os nomes dos traido-res....

Bem hajam por acolheremeste meu desabafo. ESTOU aficar FARTO de ESTAR CA-LADO.

____

Dr. Miguel Mattos Chaves *

PORTUGAL E A HISTÓRIA

* Gestor e Mestreem Estudos Europeus

pela Universidade Católica

SSoouu PPoorrttuugguuêêss ee eennvveerrggoonnhhoo-mmee ddoo qquuee ssee ppaassssoouuddeeppooiiss ddoo 2255 ddee AAbbrriill ddee 11997744 eemm AAnnggoollaaO MPLA já NÃO TINHA NINGUÉM EM ARMAS, no terreno. A situação do MPLA no 25 de Abrilera a de movimento político pois já não tinha guerrilheiros armados e organizados. Estava reduzidoa quadros políticos, a maior parte dos quais fora de Angola, rodeados de mordomias e benesses.Sou Português e envergonho-me do que se passou depois do 25 de Abril de 1974 em Angola.

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A caminho de mais uma vergonhapolítico-militar João José Brandão Ferreira *

É conhecido ainda – pois issotem a ver com a natureza huma-na –, os oportunismos e contor-cionismos de carácter que têmlugar numa maioria muito signi-ficativa de cidadãos, que a todaa pressa se tentam adaptar e“sobreviver” no novo “statusquo” criado, cujos responsáveis,a primeira coisa que fazem étentar legitimar-se.

Entre nós, a sabedoria popu-lar crismou há muito, estes pe-cos de carácter como os “ade-sivos”. É por tudo isto (e não só)que a História passa a ser escri-ta ou reescrita, pelos vence-dores, e se torna quase impos-sível passar a olhar para a reali-dade dos factos com equilíbrio everdade.

É o caso de Portugal, maisde uma trintena de anos, após oprocesso alquimista que feznascer cravos em canos de es-pingardas.

Ultimamente apareceu maisum caso patético de um pobrede espírito mais do que de cor-po, ex oficial do quadro perma-nente, que agora quer ser reinte-grado na Força Aérea.

A comunicação social dácobertura a estes casos que nosdeviam envergonhar a todos. Oúltimo foi o Correio da Manhã

na sua edição de 21 de Abril de2008. Este filho de uma Pátriaque já por várias vezes perdeu oNorte, cursou a Academia Mili-tar e era capitão piloto aviador,quando decidiu desertar, em1972, fugindo para a Venezuela.

Depois de uma vida desgra-çada entre drogas e chagas soci-ais várias, regressa a Portugal erequer a reintegração na FA, ale-gando ser opositor ao regimedeposto e por “não querer re-crutar mais pessoas para a dita-dura”. Alega ainda ter labutadonuma organização obscura, oMDLPC, de que ninguém ouviufalar, sita na longínqua terra deSimão Bolívar, e que patriotica-mente se dedicava a combater aodiosa cáfila de fascistas queespezinhava os portugueses.

Mais prosaicamente as coi-sas passaram-se assim: o ditocujo, terminado o tirocínio naBase Aérea n.º 1, em Sintra, em1966, foi escolhido para ficar naesquadra 102, como instrutor devoo em T-37, situação de priv-ilégio, dado excluir uma mobi-lização nos próximos anos, parauma frente de combate africana.

O nosso homem era o que setoma por “bon vivant”, deslo-cando-se num MG – coisa rarana altura –, e frequentador con-

hecido de discotecas e lugaresde diversão nocturna entre Lis-boa e Cascais. Existem fortessuspeitas de ser já consumidorde estupefacientes e não poucasvezes teve que ser resguardadopara não ser castigado por nãose encontrar em condições físi-cas para executar as suas exi-gentes funções.

Aproximando-se a data pre-visível para ir finalmente fre-quentar um curso operacionalque o habilitasse a cumprir umacomissão de serviço em teatrode guerra, obrigação que elevoluntariamente tomara quandose alistou e jurara cumprir, tre-meu de coragem e abalou que sefazia tarde. Não é de excluirtambém, que problemas com asmás companhias de que serodeou, tivessem influenciado asua decisão. Mas talvez ele aspossa elucidar melhor.

E ei-lo de volta qual Fénixrenascida, sendo também deestranhar a data tardia em que ofez, dado que as suas supostasconvicções revolucionárias eoposicionistas o deviam ter im-pulsionado a regressar à sua ter-ra logo após a data “libertado-ra”. Os órgãos do Estado têm,até à data, resistido a cometeremmais uma indignidade, mas não

estamos seguros que o não fa-çam.

Recentemente – vá-se lásaber porquê – o sr. Cor. VascoLourenço, presidente aparente-mente vitalício da Associação25 de Abril, convenceu o actualChefe de Estado Maior da FA, apermitir a este indivíduo, quedeveria ter sido preso e julgadoem Tribunal Militar, mal pôs opé no país, a ser observado noHospital da FA, dado o seudebilitado estado de saúde. Enão querem saber que foi mes-mo?! (dia 29/4). Então os mili-tares actuais – com os seusdeveres e direitos em dia, note--se –, estão meses à espera deuma consulta e vêm o sistemade saúde à família militar a serdestruído, estando até um coro-nel na reforma a ser objecto deum processo disciplinar por, jus-tamente, ter escrito um artigo adenunciar a vergonha existente,e agora vem um figurão destes,pela mão de outro, que suposta-mente representa uma Associa-ção que fez uma “revolução”para devolver a liberdade, ajustiça e todas essas coisas boni-tas que enchem o ouvido aquem ainda tem paciência paraisso, e entra directamente paraexames médicos, sem ir para a

bicha e marcar consulta? Seráisto um corolário da Democra-cia que o Sr. Cor Vasco Louren-ço se gaba de ter ajudado a im-plantar?

Vamos, por absurdo, admitirque as alegações que o meu ex--camarada de armas, que porpudor, omito o nome, era defacto um opositor ao regime deSalazar e que “não queria” sic“recrutar jovens para a ditadu-ra”, como alega na tal entrevist-a, e por esse facto “alguém” oincorpora novamente na FA.Fica desde já assumido, querequererei ser julgado e demiti-do de militar do quadro perma-nente. É que as duas situaçõesnão são passíveis de convive-rem.

Permito-me um conselho:não apareça mais na fotografiamostrando insígnias militaresque o senhor não soube honrar.Deixe-se de greves de fome e vátrabalhar.

E se já não tiver forças paraisso (pelos vistos nunca tevemuita), não aborreça mais a FAe vá bater à porta da Santa Casada Misericórdia. Já chega debandalheira!

____* TCor Pilav (Ref)

(e com vergonha na cara)

OPINIÃO

São conhecidas as sequelas que as rupturas sociais e políticas acarretam e deixam por anos a fio,na memória, na carne e no espírito dos povos e dos países que as sofrem.

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 19

Em frente à Praça de Touros, estiveramem exposição as vinte e sete viaturas que par-ticiparam neste evento. Vindos de vários pon-tos do país e após um pequeno briefing, osconvivas deslocaram-se à adega típica daQuinta Grande para uma prova de vinhos,seguido de um almoço oferecido pela CâmaraMunicipal de Coruche nas instalações doRossio.

Pela tarde, após um passeio pela vila,deslocaram-se à Ermida do Castelo, para con-templarem a maravilhosa paisagem coru-chense que aquele local proporciona. Antesdo jantar nas tasquinhas dos “Sabores doToiro Bravo”, houve ainda tempo para umabrincadeira taurina na Praça de Toiros.

Segundo António Dias, o único coruchen-se membro do Clube Lancia HF Integral, “foium dia muito bem passado, o pessoal gostoubastante e contam voltar no próximo ano”.

O “Clube Lancia HF Integral”, foi criadoem 2004 e conta já com perto de 100 elemen-tos, de vários pontos do país.

José António Martins

Promovido pelo Clube Lancia HF Integral, realizou-se em Coruche, no passado dia 10 de Maioo primeiro encontro de automóveis desta marca e modelo.

1.º Encontro Lancia HHF IIntegral em Coruche

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200820

C o n f o r m epublicitado na edição anterior aconteceu noespaço da Foto Cine uma exposição de arte-sanato denominada “Sabores do Toiro Bravo”.

Salientamos a disponibilidade do proprie-tário da Foto Cine, Sr. Carlos Silva, em receberesta iniciativa, é um bom exemplo de colabo-

ração na divulgação do artesanato, que é umamanifestação de expressão popular que definea autenticidade de uma região e que convémpreservar.

Exposição dde PPaulo FFatelano eespaço dda FFoto CCine

Por ocasião da realização do Festival In-ternacional de Folclore que decorreu no con-celho de Almeirim entre os dias 24 e 27 deAbril, o Secretariado que coordenou toda aorgânica e logística do evento convidou aFanfarra dos Bombeiros Municipais de Co-ruche para participar nos desfiles.

Quer no dia 25 de Abri à noitel, em Ben-fica do Ribatejo quer na solarenga tarde dedomingo dia 27 em Almeirim, a Fanfarrados Bombeiros de Coruche esteve exemplarcom a sua participação desinteressada e to-talmente graciosa, contribuindo para o en-grandecimento dos desfiles que preencherame decoraram o Festival Internacional.

Em nome do Secretariado agradecemosreconhecidamente a sua participação e ani-mação, certos de que depois deste evento,uma relação de amizade terá nascido para ofuturo.

Desejando-lhes muitas exibições e su-cessos, estamos totalmente disponíveis paracolaborar com a Fanfarra dos BombeirosMunicipais de Coruche, sempre que esta oentender.

A Coordenadora do FestivalSusana Costa

Um aagradecimento eespecialà FFanfarra ddos BBombeirosMunicipais dde CCoruche

Fotos: Carlos Silva - Foto Cine

O Artesanato esteve mais uma vez presente no evento“Sabores do Toiro Bravo”, a Câmara Municipal organizouuma mostra, com a participação de artesãos associados daCorart – Associação de Artesanato de Coruche e artesãos(individuais) do concelho de Coruche. A mostra localizou-seem dois espaços, um no interior da praça de toiros e outrojunto da entrada principal.

Podemos verificar peças diversificadas de maior ou me-nor qualidade, e outras evitavelmente de má qualidade. Umdia, um amigo referiu-me que não basta fazer, a “alma” temque lá estar, concordo em absoluto, o conceito de artesão é odomínio de saberes e técnicas, ao qual está intrinsecamenteligado um apurado sentido estético e perícia manual, por isso,entende-se promover e divulgar qualidade.

Certo é, que foram muitos os visitantes que elogiaram oexposto e por outro lado, registaram, que somos uma terracom “SABERES, CORES e SABORES”.

É de louvar a iniciativa da Câmara Municipal, sendo aindade referir que esta é uma das formas de estímulo para os arte-sãos coruchenses.

Mostra de Artesanato nos “Sabores do Toiro Bravo”

Artesanato nos“Sabores do Toiro

Bravo”

Tel. 243 618 875 • Tlm. 917 785 703Est. Nacional 251 • Montinhos dos Pegos

2100-045 CORUCHE

Paulo Fatela – Fotos: CMC

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 21

Sabores do ToiroBravo investem na

certificaçãoO evento gastronómico que tem a carne de toiro bravo como

ingrediente principal terminou com um desejo e uma certeza. Quea carne de rês brava seja definitivamente certificada e que o públi-co aprecia bastante o produto.

As tasquinhas instaladas na Praça de Toiros de Coruche rece-beram perto de 50 mil visitantes, este ano com mais um restauranteaderente e mais três dias de portas abertas.

No último dia do certame a Confraria Gastronómica do ToiroBravo realizou um colóquio-debate, no auditório municipal de Co-ruche.

Carne de Toiro Bravo certificada é a próxima meta a atingire a principal conclusão retiradados trabalhos, onde participaram:antropólogos, veterinários, cria-dores, gastrónomos, confrades, au-tarcas e chefes de cozinha. A Confra-ria garante “o produto é bom, o públicogosta… cabe agora aos criadores apro-veitarem este enlace”.

O presidente da Câmara Municipal deCoruche é desde a primeira hora um entusi-asta desta carne, sendo ele o responsável pelarealização das tasquinhas do toiro bravo e umdos fundadores da Confraria. “A dimensãoque os Sabores do Toiro Bravo alcan-çaram são o reflexo das qualidadesúnicas do produto e quão o públicoestá disponível para consumir estacarne”.

Dionísio Mendes diz ainda que “acreditoque estamos ainda no começo de algo quepoderá ter uma dimensão ibérica, temos avantagem de nos termos antecipado aosespanhóis, sabendo que do outro lado dafronteira estão milhões de apreciadores porexplorar”.

A organização dos Sabores do Toiro Bra-vo garante que em 2009 a aposta será napromoção do evento em Espanha.

Numa tentativa de fazer comque a divulgação da carne detoiro bravo não fique limitada aocertame “Os Sabores do ToiroBravo”.

O Jornal de Coruche, junta-mente com o Talho do Manel ealguns restaurantes aderentes aesta iniciativa, irão divulgar, co-mercializar e confeccionar aque-la que segundo o grande escribataurino e gastrónomo Dr. Do-mingos da Costa Xavier “a maisbem acabada e ecológica dascarnes”, a Carne Brava.

Assim sendo, numa primeirafase de querer implantar um no-vo hábito gastronómico não sónos coruchenses mas em todosos que apreciem o magnífico pa-ladar desta carne, o Talho doManel irá comercializar a CarneBrava no primeiro fim-de-sema-na de cada mês.

Também no primeiro fim-de--semana de cada mês, poderáencontrar em alguns restaurantesdo concelho de Coruche exce-lentes pratos de Carne Brava:

RESTAURANTE A TASCACoruche

• Aba de hortelã com repolho• Bifinhos Bravos com

cogumelos• Bifinhos Bravos de Cebolada

• Grelhados Bravos

CAFÉ RESTAURANTEGIRASSOLBiscaínho

• Toiro Bravo com Amêijoas• Bandarilhas no Carvão

RESTAURANTE O CHOUPOMontinhos dos Pegos• Miminhos de Toiro

• Capote de Toiro

RESTAURANTEPONTE DA COROA

Coruche• Chã de fora de Novilha Brava

estufada no tacho

CAFÉ RESTAURANTEAMORIM

Salgueirinha• Cozido de Carnes Bravas,

sexta-feira(Sábado e Domingo por encomenda)

RESTAURANTE O ROSSIOCoruche

• Costeletas e espetadas deNovilha Brava no carvão

• Lagarto Bravo comcogumelos e pimentos

RESTAURANTE O FARNELCoruche

• Rolinhos Bravos comrosmaninho

• Bife à Victor Mendes• Bravo e Mar

• Grelhada Mista Brava na telha

RESTAURANTE OS MAIASCouço

• Mão de Vaca Brava com grão(sexta-feira e sábado ao almoço)

• Rabo e Chambão de NovilhaBrava estufado

(sexta-feira e sábado ao almoço)

RESTAURANTE O CAMPINOCoruche

• Bife à Corugália de NovilhaBrava

CAFÉ RESTAURANTEO CANTINHO

• Massada de vaca brava(sexta-feira ao almoço)

RESTAURANTE SAL E BRASASCoruche e Lisboa

• Todos os dias do mês o pratoque é apresentado na rubricadoJC “Receitas de Carne Brava”.Este mês de Junho Rabo deToiro com Ameixas secas.

Uma sugestão:Se vai à Mealhada comer lei-

tão, se vai a Almeirim comer so-pa da pedra, se vai à beira-marcomer peixe grelhado, porquenão vir a Coruche no primeirofim-de-semana de cada mês co-mer maravilhosos pratos de Car-ne Brava?

____José António Martins

Telm. 91 25 37 181Telef. 243 675614

Mercado MunicipalCORUCHE

Afinal a Carne Bravadivulga-se, comercializa-se

e confecciona-se em Coruche

VENHA PARTICIPAREM MAIS UM EVENTO

CULTURAL EM CORUCHE

VALE 1€na compra de 15 €

de Carne Brava

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Diziam os velhíssimos afi-cionados (e partidários…) da-quele tempo, tempo de “Lagar-tijo” e “Frascuelo”, que se senti-am ressarcidos do custo do bi-lhete só por os ver fazer o “Pas-seillo”.

Nem tanto, nem tão pouco,mas é facto que ver na arena Ca-pitalina José Lupi, Angel e Ra-fael Peralta e Alvarito Domecq,nos fez regressar aos tempos emque tal quarteto acabou emdefinitivo com os “número docavalito”, e fez incluir nas feirasa corrida de rojões. Tal facto tor-na-os credores da festa e sobre-tudo de seus pares, que jamaisteriam a dignidade actual nãofora o seu profícuo trabalho pas-sado em prós da arte equestre.

Em verdade a noite de 8 deMaio de 2008, tornou-se histó-ria pelo supra referido, e porqueno Campo Pequeno José Sa-muel Lupi conferiu a alternativaa seu filho Manuel com os teste-munhos de luxo dos Peralta e deJoão Moura e Rui Fernandesque também lidaram a corrida.

Os toiros eram da casa e“Esmolo” se chamava o do neó-fito, feito à medida para o triun-fo, o que o jovem soube devida-mente aproveitar; praticou umentusiástico toureio frontal quearrebatou, estando muito bem.A fechar praça também se hou-

ve com outro exemplar de quali-dade e mostrou que o sucessoanterior não fora obra do acaso.Noite de Glória, esta sua noiteLisboeta.

Menos sorte com os toirostiveram os alternantes, e, porisso que saliente o bem que es-teve o Maestro Moura, colossalaté no seu segundo mostrando àevidência porque há trinta anosse mantém no topo. Tudo o quefez exibiu senhorio, até o brindeaos “Cavaleiros da Apoteose”,que resolveu e bem executarapeado.

Rui Fernandes, teve que en-frentar o pior lote, o que se lhenão permitiu triunfos redondos,o não impediu de se creditarcom dois ferros curtos que fo-ram os mais emotivos da noite,cravados em quiebros de arrepi-ar no centro da arena.

Bem estiveram também osforcados de Montemor, com JoãoCaldeira, Pedro Freixo e JoãoCabral como solistas e os doAposento da Moita, com JoséPedro Pires da Costa, Tiago Ri-beiro e Netinu Wen pegando decaras. Noite bonita, que o Ma-nuel jamais esquecerá, pelo bemque esteve e por ter sido o Se-nhor seu Pai o Padrinho da Ceri-mónia.

* Médico veterinárioe escriba taurino

A NoiteA Noite do Manuel LupiDr. Domingos da Costa Xavier *

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

Tauromaquiasuplemento

Coordenação de Domingos da Costa Xavier

Não pode ser vendido separadamente.

Director: José António Martins • Registo ERC 124937Este suplemento é parte de O Jornal de Coruche nº 26 de Junho de 2008

CORUCHECORUCHELISBOALISBOA

Especial idade Carne na BrasaEspecial idade Carne na Brasa

Cruzamento de CorucheTel. 243 618 319

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Encerra ao Domingo

Jose Lupi dando a alternativa a seu filho Manuel Lupi

Os 4 cavaleiros da apoteose

A mão amiga do Prof. António Eloy ofereceu-me um portal adquirido no Museu de Belas Artes de Bilbamesmo, aquele em que se expõe a arte séria e não o modernaço que pouco mais é que em si mesmo uma arte, se assim o quisermos considerar…) que reproduz um primoroso quadro de Martin de Vos, que tem por teRapto da Europa”, tema múltiplas vezes glosado e outro sem número pintado, pelo mais importante da inteldade Europeia.

Sendo certo que o artista plástico por definição, busca a beleza, é por demais lógico que Vos teve por mque a seu tempo se considerava uma bela mulher, com parideiras ancas e generosos peitos, capazes de dar de a filhos próprios e não raro aos alheios.

Já Rubens, requintado autor de seu tempo reproduziu em suas telas corpinhos rechonchudos com muita cque agarrar, e estamos em crer que o fez obedecendo ao gosto dominante, que não porque lhe faltassem mmos corpos esqueléticos para modelo, que a época em que viveu era de fome.

É claro que trazemos o tema à despesa da conversa pelo seu taurinismo intrínseco, e não pela rotundidade magreza dos modelos; no entanto porque o motivo é eterno e como já vos disse mil vezes reproduzido por unoutros, não deixa de ser matéria de reflexão para as anorécticas convictas de que só a magreza é formosuranão é, mas ainda bem que tal pensam, que ao que julgo de gordas gordas gostam mesmo é às gentes do dese

À atenção das Anorécticas!

Fotos: Joaquim Mesquita

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IITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008

Uma mista no Campo Pe-queno, em que se apresentavaa Ganadaria de Falé Filipe,com os Salgueiros a cavalo, oGrupo de Lisboa e dois mata-dores de toiros que andam nasFeiras Taurinas de Espanha –António Ferrera e EduardoGallo, bem que podia ter esgo-tado a lotação da praça, e, talnão aconteceu, o que é gravesobretudo se atentarmos nabelíssima promoção que o Cor-reio da Manhã lhe dispensou.

As lides a cavalo de JoãoSalgueiro e de João Salgueiro daCosta, sem que se possam con-siderar triunfos, foram muito as-seadas, sendo que se destaque ado filho, tão só cavaleiro prati-cante, mas que soube dar volta aum morlaco que se atravessavabarbaridades; a duo, apesar deinovações entre dentes prometi-das, o sucesso surgiu quandomuito bem se entenderam apro-veitando os ressaltos, o que che-gou ao público e os levou aojusto triunfo, profundamenteovacionado.

O grupo de Forcados Ama-dores de Lisboa honrou as ja-quetas que enverga, e destaquemerecem Gonçalo Gomes pelobem que esteve e João Lucaspela suprema eficiência, que ébom que se diga que os toiroslidados a cavalo tinham os cincoanos cumpridos. As lides a pé,também não entram para ahistória, pese o pequeno triunfode Gallo e o exercício de von-tade de Ferrera.

O Extremenho esteve bemcom o capote e pôs dois pares debandarilhas no seu primeiro (emais não pôs por ordem doDirector de corrida Nuno Nery...)e já esteva toureando de muletaquando incompreensivelmentelhe devolveram o toiro a currais,o que eu pessoalmente tenho fa-

ce ao regulamento em vigormuita dificuldade em entender,e com toda a certeza o matadormuito mais. Assim não! Quetodo o nosso tecido social seaproxima do que se diz das re-públicas das bananas já eu sa-bia, o que não sabia é que tam-bém já se estendia aos toiros.

Face ao ocorrido, AntónioFerrera moralizado com umaorelha cortada em Madrid navéspera, não mais passou cartãoa ninguém e legislou para simesmo, em faena em que tentoutirar água de um poço seco,dado que o pupilo de Falé Filipeainda era mais coirão que o seuprimeiro; injustamente deram--lhe música, que ele mandoucalar e bugiou-se nos avisos dadirecção, acabando a faena (ouo seu esboço…) quando quis,permitindo-se até por gestosdizer para o palco que tivessemcalma. O público, generoso,ovacionou o seu labor.

Eduardo Gallo, muito abaixoda bitola do que já fez em Lis-

boa, deixou Constância de quemuito evoluiu, sobretudo por-que exibiu que tem na cabeçauma outra (e boa…) noção dotemple; correu bem a mão emnaturais extensos, receitou de-rechazos mandões e voltou éclaro a deixar bom ambiente,que culpa nenhuma teve que ostoiros pouco servissem.

De facto a corrida enviadapor Falé Filipe esteve muito lon-ge de servir, conquanto se tives-se deixado andar, o que é pouco.Melhores toiros correrá o gana-dero, que ao que me dizem nãolhe falta afición, e, ao que cons-ta tem triunfado em outras pra-ças.

A noite teve coisas muitoboas, que se dissipam no muitomau que também aconteceu, e épena que para esse muito mautenha contribuído a direcção dacorrida, a lembrar aqueles jogosde bola medíocres em que nofim os treinadores culpam osárbitros. Foi pena…

DCX

Lisboa, 115 dde MMaio

El Gallo

Salgueiros, pai e filho

ao (issoobra deema “Oectuali-

odelo omamar

arninhamagríssi-

ou pelans e por. Assimerto.

DCX

Fotos: Joaquim Mesquita

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Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008III Tauromaquiasuplemento

Não me canso de vos dizerque o que me apaixona é afesta de toiros, e jamais pode-rá haver festa se na arena nãovirmos toiros, o seu elementoprimordial.

Em seis exemplares bovinosque desfilaram pela arena dajustamente designada primeirapraça do país, somente um tinhaalgo que ver com um toiro bra-vo, e, contudo não mais conse-guiu exibir que “braveza” (co-mo dizia o saudoso Manuel Con-de), que bravura jamais a exibiu.

Custa-me afirmar o que afir-mo, dado o respeito que tenhopelo senhor Romão Tenório,que evidencia ser sério, razãoque mais me penaliza ao dizerque por muito menos ganaderoshouve que mandaram efectivoscompletos para o talho. O que se

passou em Lisboa é mau demaispara ser verdade. Já em 1949Sanz Egaña havia postulado queos genes da bravura e da man-sidão são parelhos; passadoscinquenta e oito anos parece quehá quem o não acredite, o que épena, dado que era bom quepelo menos acreditassem nafragilidade de tal fronteira. Porde mais evidente é que o “fabri-cante” produz o que lhe solicitao mercado. Quiçá por assim sera mais (uma das mais…)famosa caricatura taurina evi-dencia as famosas “Peritas enDulce”, que o toureio Bel-montino exigia. Mais não digo,que me julguem como quiserem(que a comparação até é por de-mais honrosa…).

Ora, como ninguém fazmorcelas sem sangue, o que é

que vos hei-de dizer da corri-da do passado dia 17 de Abrilem Lisboa?

Que chovia torrencialmentena cidade, e que com a cobertu-ra a arena estava seca; que LuísRouxinol enfrentou (como diriaRafael “El Gallo…) dois toirosa contra estilo, e que se ressalveo enorme mérito de mesmoassim ter servido aos presentes asua ementa completa, com “pa-vios” e pares incluídos como decostume, o que temos que con-vir é importantíssimo perante oscanastrões que enfrentou; QuePablo Hermozo de Mendozaveio cá dizer tão só que afinal asvoltas à arena não fazem partedos contratos, consciente de queo seu estar embora ovacionadonão merecia tanto; que o Mouri-nha, pôs face ao único semi-po-

tável o que o animal não tinha, eque embora sempre circulandopelo piton de fora, conseguiucolocar-se em plano de agrado,porque felizmente para ele (emuitos outros…) os muitos pre-sentes na praça não exibem B. I.outro galo cantaria. Triunfou…!

Emoção mesmo, sentiu-se napraça com a actuação dos gru-pos de forcados. E, mesmo assimhá que verberar pela negativa oestar de de Bernardo Patinhas.Já aqui vos disse que o con-sidero um dos melhores forca-dos do momento (aliás premia-do nessa noite por prestação an-terior na mesma praça…) e porisso parece-me de todo imper-doável, que sabendo-se lesiona-do, tenha insistido em pendurar-se ingloriamente na cara dotoiro, em fracassadas tentativas

de impossível sucesso. Umacoisa é o seu inquestionávelvalor (com tantas provas dadas)e outra é a inteligência que sepede a um futuro cabo do grupode honra. Desculpa-me Bernar-do, teu sincero amigo que sou,mas o que se passou em Lisboa,tem que ser devidamente reflec-tido. Vale! Falta que vos refiraos outros solistas da gente deramagens; Diogo Sepulveda eJoão Castela e Paulo Conceiçãopor Vila Franca de Xira estiver-am muito bem e, Gonçalo Pirespor Évora esteve excepcional,na mais bela e conseguida pegada noite.

Ainda bem que os forcadosseguem mantendo potencialde salvar as más corridas.

____Domingos da Costa Xavier

Que MMansada…!A 17 de Abril o Campo Pequeno abriu a temporada, e, quão gostaria aqui de vos dizer

que saí da praça satisfeito; assim não foi!

Importantes Triunfos na VII Novilhadada Tertúlia Tauromáquica Sobralense

Marcelo Mendes e João Au-gusto Moura foram nomeadostriunfadores absolutos da VIINovilhada da Tertúlia Tauro-máquica Sobralense, tambémela de parabéns pela excelenteorganização da novilhada.

Apostar na juventude, o fu-turo da festa e numa ganadariacom garantia de êxito para que oresultado artístico fosse o me-lhor possível, de tal forma que opublico no final ficou à volta dapraça a falar do enorme êxitoque constituiu mais uma novi-lhada da Tertúlia, a VII.

O curro de novilhos de FaléFilipe saiu a proporcionar êxitogrande aos toureiros, os lidadosem terceiro e sexto foram de no-ta alta, codiciosos, a humilhar,permitiram toureio de fino qui-late, justificando a merecidavolta para ganadeiro e maioralno final da novilhada.

Francisco Palha abriu praçacom sortes à tira executadascom rigor, nos curtos alternoualtos e baixos, falhou dois ferrosemendados com raça e decisão eoutros tantos de boa nota, numtoureio frontal e sério, FranciscoPalha deixou bom ambiente noSobral.

Marcelo Mendes, um tourei-ro mais comunicativo, andoucorrecto nos compridos para noscurtos se recriar na brega e la-

deio, com um vasto reportório,desde ferros a quarteio, violinoem terrenos difíceis, palmos epar de bandarilhas, resultandomelhor à segunda, mas sempreconectado com o publico. NunoInácio á primeira e FranciscoBaltazar à segunda concretiza-ram as duas pegas pelos Ama-dores do Aposento da Moita.

Manuel Dias Gomes está umtoureiro cada vez mais forjado,quer de capote onde se mostroucom dotes especiais toda a tardelanceando por vários quites eremates artísticos. Com a fla-nela realizou uma primeira fae-na extraordinária, com quietudee mando, iniciada com um passecambiado arrimadissimo, bai-

xou a mão e por derechazos ounaturais encantou com a sua

planta toureira, muletazos pro-fundos com ligação e bem re-matados. Já com o seu segundode inferior qualidade não lhepermitindo igual trasteio, andoucom dignidade, entregue massem alcançar igual brilho.

João Augusto Moura foi oinverso, menos potável o seuprimeiro, levou-o a meia alturae quando lhe baixava a mãoobrigando-o a humilhar nãoconseguia interligar os muleta-zos sacando um ou outro de ex-pressão. A encerrar a novilhadatocou-lhe um novilho-toiro comalgum trapio, voluntarioso masnobre de investida.

João Augusto está um tou-reiro muito placeado a campo e

isso deu-lhe traquejo para seperfilar com o oponente e o tri-unfo. Tandas vistosas, comimpacto, muleta a roçar a arenalevando o novilho em largos erelaxados muletazos rematandocom passes de peito de fortetransmissão, o publico sentiu aentrega e garra do toureiro pre-miando com fortes ovações.Poderá ter nascido no sobraluma nova parelha quer a agitar omeio taurino, assim os empre-sários o entendam, Manuel DiasGomes e João Augusto Mouradeixaram excelente ambiente,foram passeados em ombros nofinal em conjunto com MarceloMendes. Triunfo grande noSobral no dia 25 de Abril, prin-cipalmente do toureio a pé,nasceu uma nova dupla paraagitar o meio e quiçá fazer re-nascer uma competição que detempos a tempos arrebata afi-cionados ás praças!

O jovem João Bretes prestouprovas para bandarilheiro prati-cante. Dirigiu António Barrocalcom assessoria do Dr. Salter Cidcom casa quase cheia numatarde para recordar! A antecedera novilhada houve uma exibiçãode volteio artístico pela brasi-leira Natália Cerqueira, campeãda modalidade.

____Joaquim Mesquita

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António Ribeiro Telles foi otriunfador da IV corrida do Me-lão realizada em Salvaterra deMagos no domingo 11 de Maio.Lidou-se um curro de toiros daSoc. Ag. de Rio Frio, bem apre-sentado, com peso e trapio, desi-gual de comportamento, levoualguma emoção á arena ribate-jana.

António R. Telles andou emplano superior na primeira lidecravando os compridos á tira eos curtos de frente ou a quarteio,recriando-se na sua forma pro-fissional e de diálogo constantebregando com classe cativandoa assistência. Perante o quarto, omaestro da Torrinha voltou aimpor o seu toureio. Um toiro

que viria a menos ao qualAntónio teve soluçãocom “Paquirri” deixouferros de valor e um pal-mo em terrenos aperta-dos. Uma lide homogé-nea cujo conjunto viria aarrebatar o troféu em dis-puta sem margens paradúvidas.

Rui Salvador sofreuuma aparatosa colhidafelizmente sem conse-quências. Rui andou re-gular na lide inicial pri-mando pelas entradasfrontais, faltando raça aotoiro para dar maior bri-lho á lide. No quinto abriucom tiras poderosas.

Após a colhida, Ruiencastou-se e cravou doiscurtos imponentes, reu-nindo cingido e a cravarde alto a baixo bastanteovacionado.

Ana Batista não foiprofeta na sua terra, acontas com o pior lote eum dia menos bom da suaquadra, Ana impôs o seuvalor e atitude levandopor diante duas lides dis-tintas com esforço e em-penho. Os oponentes nãolhe facilitaram a vida, tar-dos de investida ou dearrancadas de manso paracolher. A primeira lide foiregular, deixando-se vernos cites e partindo recta,pecando pelo mais umque não adiantou nada aoseu trabalho.

O último, o mais com-plicado do curro, Ana es-teve muito profissionalcumprindo com a ferra-gem da ordem ultrapas-sando as dificuldades sur-

gidas. Os três grupos de Forca-dos em praça disputaram o tro-féu para a melhor pega.

Por Coruche Alberto Simõesá segunda e o cabo, Amorim R.

Lopes à primeira, na pega maisvistosa da tarde. Pelos amadoresde Alcochete, ambas as pegas àprimeira, João Pedro Sousa e Ru-ben Duarte. Pelos Amadores deSalvaterra, Manuel Oliveira à ter-ceira e Pedro Viegas à primeira.

O troféu foi atribuído aRuben Duarte de Alcochete,com forte divisão, não tendosido uma pega bem ajudada massim a de maior mérito para oforcado da cara. Com meia en-trada dirigiu sem problemasPedro Reinhart assessorado peloDr. João Maria Nobre.

IVTauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008

Fotos: Joaquim Mesquita

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

Joaquim Mesquita

crítico taurino

António RR. TTelles TTriunfou eem SSalvaterra

Antonio R. Telles á porta gaiola

Ana Batista

Amorim R. Lopes na pega da tarde (injustiçado)

Alberto Simoes

Rui Salvador

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Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008V Tauromaquiasuplemento

Vítor Ribeiro, Pedro Santos e os “Teixeiras”aqueceram a tarde em Montemor

Chamusca – Corrida da Ascensão sem história

O curro de Hrds. de Antó-nio José V. Teixeira estavaexímio de apresentação, cum-priu no geral com destaquepara o segundo e quarto, me-nos bom o terceiro.

Pedro Santos dos Amadoresde Montemor foi protagonistado momento de maior emoçãona castiça praça montemorensena tarde de sábado 3 de Maio.

Pedro concretizou à primeirauma grande pega suportandosozinho, vários e fortes derrotes.Suportou fortes derrotes, passoupelos ajudas que não consegui-ram parar o ímpeto atacante do“Burraco”, lutando para se man-ter na cara do toiro até o grupoconseguir ajudar. Foi premiadocom duas voltas á arena aplaudi-do de pé.

Actuaram os cavaleirosJoaquim Bastinhas, Vítor Ri-beiro e Manuel R. T. Bastos.

Vítor Ribeiro foi tambémele, um triunfador pela lide aosegundo da ordem. Um toiroque foi crescendo ao castigo,andou algo desligado nos com-pridos vindo a mais nos curtoscorrespondendo aos cites depraça a praça com Vítor Ribeiroa aguentar dando toda a van-tagem ao oponente para cravarjá com o publico em alvoroço,dois ferros monumentais quederam uma nova alma à corrida.Perante o quinto, Ribeiro andounovamente em plano de êxitobregou com classe e cravou aquarteio rematando as sortes.

Joaquim Bastinhas a abrirpraça limitou-se a cumprir coma ferragem da ordem resolvendocom facilidade diante do man-sote que lhe tocou. Perante oquarto andou mais a gosto, maiscomunicativo entusiasmando opublico com a sua alegria conta-giante e as sortes que tanto ocaracteriza, o palmo e o tradicio-nal par de bandarilhas.

Manuel R. T. Bastos teve dese haver com o menos colabora-dor superando as dificuldadescom a classe que o caracteriza.A encerrar a corrida andou emplano de êxito cravando ao estri-bo, bregando com domínio epreparando bem os terrenos pa-ra a sorte luzindo-se nos ferrosfinais. Encerrou com um palmi-to muito ovacionado. Pelos For-cados de Montemor abriu pra-

ça o cabo, José Maria Cortes àsegunda e encerrou João Mantasá primeira. Vasco Dotti também

abriu pelo seu grupo, Vila Fran-ca Xira, Márcio Francisco e Ri-cardo Patusco todos á primeira.

Dirigiu superiormente Nuno Neryassessorado pelo Dr. José Guerraem tarde de muito calor e degrandes emoções em Montemor!

____Joaquim Mesquita

A quinta feira de Ascensãoé o dia grande da Chamusca,ao meio dia a tradicional en-trada de toiros e á tarde a cor-rida de toiros, um ano maisvoltou a tradição da corridamista de grande expectativadiga-se em abono da verdade.

A decepção maior foi o currode toiros de Stª Maria e S. Mar-cos que não correspondeu àsexpectativas e declinou a tardenum espectáculo sem história,alem de não terem força, apenasse destacaram pela apresen-tação.

António Ribeiro Telles an-dou em bom plano deixando oscompridos à tira e os curtos defrente ou a quarteio esforçando-

se na brega. Manuel R. TellesBastos lidou o maior da tarde,que deveria ter sido devolvido

aos currais por se notar inferio-rizado dos quartos traseiros reti-rando-lhe mobilidade.

Manuel andou asseado numalide cumpridora dentro do seu pe-culiar estilo solucionando a ses-

go ultrapassando da melhor for-ma as dificuldades do oponente.A duo foi a lide mais emotiva da

Manuel R Telles Bastos, ao estribo com classe Vitor Ribeiro lidou o toiro mais bravo da corrida, o segundo da ordem

Pedro Santos (amadores de Montemor) fez a pega da tarde

Antonio e o sobrinho Manuel nas cortesias Um derechazo de Antonio João Ferreira

Campinos da casa Veiga Teixeiratrajaram de colete e barreto preto

em sinal de luto

Fotos: Joaquim Mesquita

Fotos: Joaquim Mesquita

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VITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008

O Concurso de ÉvoraQuase ao modo de declara-

ção de intenções, que vos digapela enésima vez, que me émuito difícil ver atribuir pré-mios de bravura a toiros queandam com os cornos por ribaatrás das sedas dos cavalos, emuito menos prémios de apre-sentação a toiros que se apresen-tam em praça embolados, tãofeios que se nem parecem comos primos, quanto mais com elespróprios; de há muito que de-fendo, por questões de merahonestidade intelectual, que nocaso português, a haver concur-so, o que devemos premiar é omelhor toiro, conceito abran-gente e sério, que melhor sequadra com a nossa triste reali-dade. Crente de que “água moleem pedra dura tanto dá até quefura”, volto a expandir argu-mentos de sobejo conhecidos,na convicção de que no quereporta à “pureza” da festa ja-mais nos devemos coibir.

A meu favor, verbero até aatitude de alguns empresários,que nos seus concursos já adop-taram a fórmula que preconizo,o que, logicamente me apraz.Que vos diga contudo, que semabdicar um grama do que penso,este ano o concurso de Gana-daria de Évora, corrida instituí-da e tradicional, que a aficiónrespeita, dado o comportamentodos exemplares em praça, possi-bilitou que se atribuíssem pré-mios com justiça, que aliás nin-guém na praça contestou.

E, antes de tudo, que aquilouve Carlos Pegado, que soubedar uma sapatada no marasmoinstituído, e revitalizou o que to-da a gente já considerava “ummero acordo de cavalheiros”.

Primeiro, ao substituir o sistemade votações, depois ao introdu-zir ganadarias pouco habituais,e finalmente concedendo iberis-mo à corrida; está de parabéns!

Este ano, no passado dia 17de Maio, anunciavam-se toirosde Victorino Martin, Miura,Palha, Passanha, Grave e Parti-do de Resina, convenhamos queuma panóplia ganadera de todoo interesse, sobretudo porquepara lhe dar lide, também a em-presa cuidou de contratar Antó-nio Ribeiro Telles, Luís Rouxi-nol e Vítor Ribeiro, o que comagrado se registou. António,abriu praça enfrentando o “Vito-rino” e esteve bem, sendo quefrente ao “Passanha” de escassaqualidade, mais não fez quecumprir a ferragem, o que já nãoé pouco.

Rouxinol enfrentou o “Miu-ra”, uma carpa com seiscentos esetenta quilos, que não intimi-dou o das Faias, e receitou-lhe oseu menu completo, deixandoprovado que tenha pela frente oque tiver, não resvala um milí-metro tal o bom momento quefaz muito tempo atravessa. Faceao “Grave”, que não era aliáspossuidor de comportamentoque se cheirasse, voltou a estardigno. Vítor Ribeiro houve-secom o “Palha”, que malgradoum esboço tonto de saltar astábuas, foi muito justamentepremiado com o mais bravo dacorrida, e superou-se, dado que,como um dia afirmou o SenhorJoão Núncio (citando Belmon-te…), desgraçado o toureiro aquem toca lidar um toiro bravo.Quiçá por tudo isto, merece quelhe consideremos o plano de tri-unfo, vistas as coisas a frio, mas

na praça, face a investidas tãofrancas do pupilo de Folqueficamos um pouco com a sen-sação de que o cavaleiro tinhamatéria para mais. Tocou-lhetambém o “Pablo Romero”,aliás Partido de Resina, semdúvida o coirão da tarde, e sólhe coube exibir valor a rodos,que o morlaco não se prestava amais. Para além do triunfo abso-luto de Rouxinol, temos tam-bém aqui que louvar os forcadosde Montemor e de Évora, pelobem que estiveram e pela formacomo se superaram. Contra oque é para aí agora voz corrente,os forcados não toureiam, e,portanto, não enganam, enfren-tam, não sendo psicologica-mente fácil que enfrentem a car-ga mítica de “Miuras”, “Vitori-nos” ou “Pablo Romeros”, nãominimizando sequer “Palhas”,“Passanhas” ou “Grave”. Assimsendo foram heróis e que aqui selouvem José Maria Cortes, JoãoMantas, Pedro Santos (com umpegão) por Montemor e AntónioAlfacinha (que passa a averbarum “Miura” à primeira), Fran-cisco Garcia e António MouraDias (um exemplo de decisãoface ao de Partido de Resina)por Évora, que tendo sido solis-ta, não desmerecem. Todo o va-lor dos seus grupos, exemplosde querer e pundonor.

Ganhamos os troféus, comjustiça, Palha pela bravura eGrave pela apresentação, e, nu-ma corrida que soube ser dife-rente é bom que vos diga que àsaída nos foi dado ver todo umaficionado público (o terceiroprotagonista da festa…) deverasbem disposto. Assim seja!

DCX

tarde diante do toiro com me-lhores condições de lide, permi-tiu luzimento a António e Ma-nuel, especialmente na ferragemcurta com pleno entendimentodos ginetes da Torrinha recrian-do-se em diversas sortes empol-

gando o publico. O Grupo deForcados Amadores do Apo-sento da Chamusca pode-seconsiderar o triunfador da corri-da com as três pegas ao primeirointento. A pé, tarde escassa paraos jovens António João Fer-

reira e Nuno Casquinha. Lu-ziram-se ambos de capote querno seu toiro ou em quites no doalternante, as “verónicas” deambos, as “chicuelinas” de Cas-quinha e as “Tafalleras” de Tojó.

Excepcionais em bandari-lhas, tanto nos dois primeiros,alternando ambos como na se-gunda parte cada um a bandari-lhar o seu oponente, com poder,atacando ou mesmo de dentropara fora. Com a muleta o laborfoi escasso, muletazos isolados,muita entrega, arrancando porvezes passes onde já quase nãoexistiam.

Dirigiu António dos Santosassessorado pelo Dr. Luís Al-ves, perante uma entrada de pú-blico a registar meia casa forte,em quinta-feira de Ascensãochamusquense.

____Joaquim Mesquita

Realizou-se no passado dia 28 de Maio, na conhecidapastelaria lisboeta “A Mexicana”, mais um jantar da reputadaTertúlia Tauromáquica “A Mexicana”, organizada pelo dis-tinto Sr. Joaquim Tapada e que teve como conferencista oprestigiado historiador, analista e cronista tauromáquico Sr.Coronel José Henriques, exímio comunicador e conhecedordo mundo taurino.

Depois do agradável jantar, as largas dezenas de convivasque enchiam a sala, puderam ouvir a história da evolução dotoureio, pelo conferencista, que captou de forma intensa aatenção de todos, tendo explicado como o toureio apeadosurgiu e se foi modificando até aos dias de hoje, em conjuntocom os seus principais protagonistas.

Um soberba lição de história taurina que todos devemconhecer.

AMS

Tertúlia

“A EEvolução ddoToureio” nna TTTM– pelo Coronel José Henriques

O Sr. Joaquim Tapada, à esquerda, acompanhado pelo Sr. CoronelJosé Henriques

Rebolera pinturera de Nuno Casquinha

Diogo SantosContra a apatia do toureio

a pé nacional, o jovem setuba-lense Diogo Santos, resolveuexercer o seu direito à indi-gnação e emigrou.

É bem verdade que AntónioJosé Martins, para além de lheensinar tudo o que sabia, tam-bém lhe inculcou na alma toure-ria que baste, para que persiga ocumprir do sonho, quando oacarinhou na incipiente escolade toureio de Palmela, mas éfacto que por cá são poucas asoportunidades.

Diogo, por assim ser, deman-dou a Escola de Badajoz que omatador Luís Reina administra,

e, passo a passo tem dado boaconta de si. As últimas noticiassão gratificantes, triunfou emMedina de Rio Seco (Valadolid)e segundo o exigente critério deAmadeu dos Anjos, que viu asua prestação numa televisãoautonómica espanhola, pareciaum matador.

Com o rigor sintético de talelogio, só nos resta esperar queas portas se lhe abram e que tri-unfante, se faça matador. AFesta de Portugal precisa dele,e, de todos os outros que mal-grado o nosso panorama in-sistem. Que Deus reparta a sorte.

____DCX

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“Temos bons bombeiros,temos bons meios, mas, no se-gundo em que é necessáriotomar decisões muito difíceis,precisamos de estar munidosdos meios suficientes para nosajudar a tomar essas mesmasdecisões”.

O Governador Civil de Santa-rém considera que, actualmente,o conhecimento e a experiênciados agentes que intervêm emsituações de emergência, apoia-dos em informação em formatopapel, são a principal base paraa aplicação de medidas.

Ocorrências como incên-dios, cheias e acidentes rodoviá-rios são acontecimentos queexigem decisões num curtoespaço de tempo e, por isso, osresponsáveis operacionais de-vem ter à sua disposição “umaferramenta capaz de respondercom eficácia e ajudar a tomaras melhores decisões”, afirmouPaulo Fonseca. Este é o princi-pal objectivo do SIGES, um sis-tema informático que reúne umconjunto vasto de dados, comopor exemplo, vento, declive doterreno, temperatura, e que per-mitirá conhecer a evolução doproblema e uma maior prepara-ção prévia. Podendo ser utiliza-

da em diversas áreas, este é, noentanto, um mecanismo queestará apenas disponível aosresponsáveis pelas entidadesque desempenham funções decomando operacional.

O Secretário de Estado daProtecção Civil felicitou o Go-vernador Civil pelo projecto,considerando-o como um “pro-duto à altura dos tempos em quevivemos” e seria “quase crimi-noso” não aproveitar os seusatributos. Por isso mesmo, irá serfeito um levantamento a nívelnacional de iniciativas seme-lhantes que possam estar a serdesenvolvidas, anunciou JoséMiguel Medeiros, para que opaís tenha “uma base razoavel-

mente comum”.Um outro momento para

assinalar o início da nova épocados incêndios florestais foi o daassinatura de um protocolo en-tre o Governo Civil e a FBDS. Acooperação prevê a cedência deoito computadores para qualifi-cação de bombeiros no âmbitodo Programa Novas Oportuni-dades e a realização de acçõesde formação sobre o SIGES.

Tanto Paulo Fonseca, comoManuel António, presidente daFederação, destacaram a boa re-lação entre as duas instituições ea importância da formação. “É aadaptação aos tempos moder-nos”, referiu o Governador Ci-vil.

O Santarém Retail Park, novo em-preendimento situado junto ao CNE-MA, foi inaugurado no passado dia 29de Maio.

Promovido pelo grupo RPP – RetailParks de Portugal, o Santarém RetailPark representa um investimento de 40milhões de euros, abrange uma área de30 mil m2 e criou 1.000 postos de tra-balho directos e 500 indirectos.

Estão presentes no Santarém RetailPark marcas como Jumbo, Aki, Movi-flor, Rádio Popular, DeBorla, Seaside,Feuvert, AutoOcasião e People´sPhone.

Uma gasolineira explorada pelo Jum-bo fornecerá combustíveis a preços alta-mente competitivos e o Restaurante doPark servirá refeições de qualidade apreços acessíveis.

A comitiva, constituída poralunos e professores, teve con-tacto com a instituição europeianuma visita na manhã do dia 6,através de uma introdução decarácter geral sobre o papel e ofuncionamento do ParlamentoEuropeu de Bruxelas.

De seguida, realizou-se umdebate com o eurodeputado Gra-ça Moura, durante o qual os alu-nos colocaram questões relati-vas ao funcionamento do refe-rido Parlamento e do Tratado deLisboa.

Por fim, o grupo fez tambémuma visita ao Hemiciclo do Par-lamento. Esta iniciativa incluiuainda a visita ao centro históricode Bruxelas e a Bruges, chama-da a “Veneza do Norte”, um dosprincipais destinos turísticos daBélgica. A participação nestainiciativa revelou-se muito posi-tiva e enriquecedora para os alu-nos que integram o Clube daEuropa da Escola Profissionaldo Vale do Tejo, pois valorizouo seu papel junto da comuni-dade educativa.

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200828

NOTÍCIAS DO DISTRITO

Governo Civil assinalainício da Fase Bravo

Grande RETAIL PARKinaugurado em Santarém

Clube da Europa daEPVT visitou

Parlamento Europeude BruxelasO Governo Civil assinalou, no passado dia 15 de Maio, o início da

Fase Bravo do sistema de combate aos incêndios florestais com aapresentação pública do Sistema de Informação de Gestão deEmergências de Santarém (SIGES). Com a presença do Secretáriode Estado da Protecção Civil, foi assinado um protocolo com aFederação dos Bombeiros do Distrito de Santarém (FBDS).

SANTARÉM

A convite do eurodeputado Vasco Graça Moura, o Clube daEuropa da Escola Profissional do Vale do Tejo (Santarém)

visitou o Parlamento Europeu, em Bruxelas,no passado dia 6 de Maio.

No próximo mês de Junho vão ser realizadas váriasacções do curso Formação Pedagógica Inicial de Forma-dores, nos vários núcleos da Nersant. Em Santarém e noCartaxo estão previstas acções a iniciar dia 05 de Junhoe m Torres Novas e Benavente, estão previstas iniciar dia12 de Junho, todas em horário pós-laboral.

Este curso é destinado a licenciados ou bacharéis,bem como a técnicos qualificados, que desejem adquirircompetências pedagógicas para poderem ministraracções de formação profissional, as acções terão aduração de 110 horas.

Para obter mais informações sobre os conteúdos pro-gramáticos, datas e horários destas acções, deverá con-tactar o Núcleo Nersant da área de residência ou aindaconsultar a página da Associação, www.nersant.pt

Novas Acçõesem Junho

Formação deFormadores

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Muitos são os que vêem comsurpresa e desencanto, que altasfiguras do país, não raras vezesusam o termo folclore, comosinónimo de coisa de somenos.

“Não te preocupes, que issonão passa de folclore”.

E a mim, ainda mais do queo facto em si me preocupa a ra-zão do mesmo. Porquê? Comose chegou a este estado de coi-sas? O que levou a que alguémseguido por muitos alguénscomeçasse a alterar o sentido dapalavra? É que estas transfor-mações levam décadas, e só afiguras de prestígio escutamostal conceito.

Algum investigador nos po-derá dar a resposta?

O professor Ranita Nazaré,que há alguns anos veio a Mon-targil realizar uma brilhantepalestra sobre “aculturação”,tema que escolhera para o seudoutoramento, ainda há dias meconfirmava que um dos exem-plos mais flagrante deste fenó-meno é o da palavra traficanteque no século XIX tinha um sig-nificado bem diferente do quetem hoje. Então e ao que julga-mos significaria “comerciante”e hoje estará mais ligado ao“comércio de droga”

Mas a verdade é que hoje emdia não há, que saibamos, umúnico dicionário que dê ao ter-mo folclore um significado neg-ativo. Por exemplo. O PORTOEDITORA 2006 refere queFOLCLORE (sm) “é o conjuntode tradições populares nas suasvariadas manifestações (música,dança, canções, provérbios, ane-xins, lendas), sendo que ETNO-GRAFIA nos aparece aqui inse-rida como “estudo dessas tradi-ções populares”; mas comosinónimo de FOLCLORE apa-rece ainda “conjunto de cançõese danças populares relativas acerta época ou região”. Entre-tanto, ETNOGRAFIA aparece-nos mais atrás, na sua “entrada”certa, como “estudo descritivodas instituições e dos factos dacivilização dos diversos povos eetnias”.

Mas atenção que o termoFOLCLÓRICO que apareciacomo “respeitante ao folclore” e“próprio do folclore” tem agora

mais dois significados: (pej)colorido, berrante, que em mi-nha opinião são adjectivos quese aceitam e, (coloq) “sem gran-de significado” que consideroum absurdo.

Muitas palavras, diz-nos So-fia Pereira da Silva, da referidaEditora, possuem sentidos origi-nais que derivam noutros, osquais nem sempre são noçõespositivas. Tais sentidos pejora-tivos não estão errados e devemser registados nos dicionários.Pela nossa parte não fazemos,naturalmente, nenhum tipo decensura, nem aplicamos crité-rios subjectivos no tratamentodas entradas. Procuramos, pelocontrário, descrever a línguacom rigor, registando os usosque os falantes fazem da línguae assinalando os sentidos colo-quiais, depreciativos e outros(figurado, poético, etc.), emcasos como o que refere.

Sofia Pereira da Silva diz-me também que “como com-preenderá (compreenderei) nãosão os lexicógrafos (nem osDicionários) os responsáveispela atribuição de um sentidonegativo ou coloquial a umadada palavra mas todos nós, osfalantes, na medida em que con-stantemente alteramos sentidos,assimilamos expressões estran-geiras, transferimos termos deuma área do saber para outra, eassim asseguramos a vitalidadedos idiomas.”

Entretanto, neste contactoque fizemos com a PORTOEDITORA ficámos também asaber que as palavras folclore eetnografia se encontram regis-tadas no seu 1.º Dicionário deLíngua Portuguesa, Edição(1952) respectivamente com asdefinições “conjunto de tradi-ções e crenças expressas emprovérbios, contos ou canções;colectânea das canções popu-lares relativas a certa época ouregião” e “ciência que descreveos povos quanto à raça, língua,religião e costumes”.

Continuamos entretanto coma dúvida, com a confusão, dequando (?) chegada a altura denovas “entradas”, em especialde novos significados. Para aPorto Editora, cada dicionárioobedece a um determinado con-junto de critérios que presidem à

sua elaboração, e que se pren-dem com o próprio tipo dedicionário o número de entradasque regista, o público a que sedestina pelo que a inclusão denovas palavras ou de novos sen-tidos depende, em cada caso, doprojecto em questão.

Entretanto, encerramos estedesabafo com o testemunhoincontornável da SOCIEDADEDE LÍNGUA PORTUGUESAque nos diz:

“É evidente que não estácorrecto entender-se o vocábuloFOLCLORE “como sinónimode coisa de somenos de coisasem importância”.Só os analfa-betos ou os de pouca cultura éque podem fazer tal afirmação.Basta sabermos que o folclore éo estudo das tradições popu-lares indispensável para estu-darmos e conhecermos o valordo povo a que pertencemos.

O estudo do folclore come-çou na Alemanha em 1812 comtrabalhos de muito valor. E,como sabemos, não só a Alema-nha se preocupou com tal estu-do, mas outros países, como porexemplo a Itália, a Espanha osPaíses Baixos, etc.

O estudo do folclore esten-deu-se depois a Portugal e a ou-tros países. Entre nós, AlmeidaGarrett que iniciou tal estudopela investigação dos contos,dos adágios, dos provérbios emais ainda como por exemplodas adivinhações, dos jogos, doscancioneiros.

Quem afirma que folclore “écoisa de somenos, sem impor-tância não repara no valor desseestudo para melhor conhecer-mos o valor do povo a que per-tencemos.” (José Neves Henri-ques) Que mais dizer?

____* Agente Cultural

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 29

Conversas parauma Cultura da Tradição

Esta palavra FOLCLORE,que conceito?

Lino Mendes *

ETNOGRAFIA

Uma aventura no mundo dos saborescom temperos fortes do espaço, do som,do olfacto, da novidade, da emoção...

III Capítulo da Confraria14 de Junho de 2008

P RP R O G R A M AO G R A M A10.00h10.00h Concentração, no miradouro da Ermida de Nossa

Senhora do Castelo, em Coruche, onde será servido“Abafado de Honra”

111.00h1.00h Desfile das Confrarias, até ao Parque Sorraia

111.30h1.30h Cerimónia / Parque Sorraia• Boas Vindas – Câmara Municipal de Coruche

Confraria Gastronómica do Toiro Bravo• Oração da Sapiência – “Uma vida com o Toiro

Bravo”, pelo Confrade Joaquim Ramos (actualPresidente da Câmara Municipal da Azambuja)

• Ladainha do Cajado – Símbolo da Entronização• Entronização do 1.º Confrade Honorário,

Mestre David Ribeiro Teles• Entronização de Novos Confrades Efectivos• Entrega de lembranças às Confrarias presentes

13.30h13.30h Almoço / Praça de Toiros de Coruche• Mexidos de “Toiro Bravo”• Espetadinhas mistas de “Toiro” e frutas• Creme de favas com “Pescoço de Toiro”• Novilha Brava estufada, com arroz de pinhão• Sericaia com ameixas• Arroz doce• Mesa de frutas• Vinho Regional Ribatejano – Quinta da Gouxaria,

Alpiarça

16.30h16.30h Treino de forcados / Praça de Toiros de Coruche(acesso livre aos convivas do III Capítulo)

18.30h18.30h Lanche – Jantar / Praça de Toiros de Coruche(Vitela Brava, assada no espeto)• Encerramento_____________

Mais se informa que o preço de participação no Capítulocompleto é de 40 €.Muito gratos pela atenção.Ficamos desde já, na expectativa de uma confirmação posi-tiva até dia 6 de Junho, para:Gonçalo Potier Dias – [email protected] Couceiro – [email protected]

ASSINEO JORNAL

DE CORUCHE•

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Tlm: 91 300 86 58

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A missão ou os objectivosdas Autarquias Locais passa porconseguir o que habitualmentedenominamos de bem comum.Contudo, nem todos se revêemno mesmo bem comum e asAutarquias não podem fragmen-tar finalidades divergentes. Des-ta forma, elas procuram o bem-estar do conjunto de munícipese stakeholders que servem.

É esse conjunto de muníci-pes e stakeholders que exigecada vez mais da administraçãolocal obrigando os autarcas a terem conta indicadores que lhespermitam aferir os níveis dedesempenho da sua organizaçãoe satisfação da comunidade deuma forma geral.

O desempenho global de umainstituição pública é o produtoda interacção dos factores deeficiência, eficácia, qualidade eeconomia. A medição dessedesempenho global requer odesenvolvimento de um conjun-to harmonioso, sistemático e re-levante de indicadores, com oadequado conhecimento das suaspossíveis interdependências.

O Relatório de Gestão é, deacordo com a Ordem dos Revi-sores Oficiais de Contas, umdocumento de prestação de con-tas que, à semelhança das de-monstrações financeiras, tempor objectivo disponibilizar in-formação de carácter económi-co, financeiro e social sobre aentidade a que respeita a umconjunto alargado de destinatá-rios e utilizadores dessa infor-mação.

O Relatório de Gestão doMunicípio de Coruche referenteao exercício económico de2007, foi submetido à aprecia-ção da Assembleia Municipal deCoruche na sua sessão de 28 deAbril. A Assembleia Municipalde Coruche aprovou o docu-mento que denota rigor e pla-neamento na gestão dos dinhei-ros públicos e na forma comoesses recursos são transferidospara a comunidade pelo executi-vo.

O documento que pode serconsultado no site da AutarquiaCoruchense em www.cm-coruche.pté estruturado em oito secções.Das quais saliento a análise daexecução orçamental; análise dasituação económica e financei-ra; a evolução das dívidas de

curto, médio e longo prazo e,actividades desenvolvidas.

Na análise que foi possívelefectuar ao documento, há doisaspectos que me parecem essen-ciais enfatizar. Por um lado, énotória a percepção do executi-vo municipal que, para além doinvestimento em betão, a afec-tação dos recursos económicose financeiros a outras activida-des imateriais, como a educa-ção, o apoio social, a cultura,entre outras, são condições sinequa non para um desenvolvi-mento sustentável e harmonio-so, incrementando a qualidadede vida dos munícipes Coru-chenses. Por outro lado, é evi-dente o esforço na contenção dadespesa corrente e a estratégiapreconizada para um eficienteaproveitamento do Quadro deReferência Estratégico Nacional(QREN 2007-2013). Instrumen-to financeiro de grande impor-tância para o financiamento deobras que fazem parte do planoplurianual de investimentos doMunicípio de Coruche e que, talcomo acontece na generalidadedos municípios portugueses,está a condicionar o avanço dosprojectos por falta da disponibi-lização das verbas comunitáriasque variam entre os 60% e os80% do valor dos mesmos.

Aparte destas consideraçõesé justo considerar, pelo que édemonstrado no Relatório deGestão, que o Município de Co-ruche possui uma das situaçõeseconómicas e financeiras maisconfortáveis no conjunto dosmunicípios portugueses.

No exercício económico emanálise (2007) o Município deCoruche conseguiu uma taxa derealização orçamental na ordemdos 80% a que corresponde umadespesa realizada de 17,2 mi-lhões de euros. A taxa de exe-cução das Grandes Opções doPlano (GOP) foi superior a66%, correspondendo a umadespesa na ordem dos 7,6 mil-hões de euros. A taxa de exe-cução das Grandes Opções doPlano (GOP) que englobam asobras previstas em Plano Pluri-anual de Investimentos foi satis-fatória, mas são também notó-rias as limitações que o executi-vo municipal teve que enfrentar,designadamente, por via doatraso verificado na definição

dos eixos, medidas e acções donovo quadro comunitário deapoio que deveria disponibilizarverbas desde 1 de Janeiro de2007 e até ao momento aindanão o fez. Nesse sentido, muitasdas obras realizadas foram cus-teadas na totalidade pelos fun-dos próprios do município.

As Grandes Opções do Pla-no (GOP) são constituídas pordois documentos previsionais,sendo um o Plano Plurianual de

Investimentos (PPI) que respei-ta ao investimento em equipa-mentos e infra-estruturas (estra-das, arruamentos, escolas, sanea-mento, abastecimento de água,etc) e o outro, as ActividadesMais Relevantes (AMR) quecontemplam as actividades maisrepresentativas da actividademunicipal (transportes escola-res, serviços auxiliares de ensi-no, acção social, cultura, des-porto, etc.)

O Plano Plurianual de Inves-timentos registou uma execuçãoglobal superior a 58% da dota-ção definida correspondendo ainvestimentos em equipamentose infra-estruturas colectivas.Entre as várias acções desen-volvidas que compõem o PPIdestacam-se, pelos montantesenvolvidos, a conclusão do está-dio municipal de Coruche; aconstrução de centrais ele-vatórias de água em Santo An-tonino, Santana do Mato e Fra-zão; a empreitada de execução eampliação do dique de protec-ção contra cheias, o emissário einterceptor de cintura e o siste-ma elevatório e ETAR da Vilade Coruche.

Esta empreitada merece es-pecial destaque por duas razões.Pelo montante envolvido, maisde dez milhões de euros. Eporque, uma parte substancialdesta empreitada não é visívelpor se encontrar no subsolo.Muitas vezes temos tendência aavaliar aquilo que apenas é vi-sível, mas nem sempre esseexercício é assertivo para umaavaliação correcta do desempe-nho do que se pretende avaliar.

Relativamente à execuçãoorçamental, importa destacar oque a receita arrecadada superoua despesa paga em cerca de 130mil euros. O que, a juntar aos1,2 milhões de euros que transi-taram da gerência do exercícioeconómico de 2006, o executivoliderado por Dionísio Mendes(PS) ficou com um saldo para agerência de 2008 na ordem de1,4 milhões de euros. É notóriaa estratégia definida no sentidode direccionar parte deste valorpara a comparticipação nacionaldas obras a financiar pelo qua-dro comunitário em vigor. Note--se que nesta situação o municí-

pio apenas precisa suportarentre 20% a 40% do custo sendoo restante montante suportadopelos fundos comunitários.

Com esta situação financei-ra, logo que haja uma definiçãoprecisa do referido Quadro Co-munitário (QREN), o Municípiode Coruche não terá restriçõesfinanceiras que o impeçam deexecutar obra.

Da análise efectuada ao Ba-lanço e a outros indicadores dorelatório de gestão destaca-se oseguinte: o Imobilizado líquidoé aproximadamente 52,6 mi-lhões de euros, registando umaumento de 3% face a 2006; oendividamento é relativamentereduzido representando apenas16% do activo; na estrutura deendividamento (curto/médio pra-zo) verifica-se um baixo peso dadívida de curto prazo que rondaos 5% do activo; a liquidez geralé de 80% e a autonomia finan-ceira, que é representada pelorácio Fundos Próprios/ActivoTotal, é de 58%.

Em conclusão, tendo emconta os resultados apresenta-dos pelo relatório de gestão do

Município de Coruche constata-se que o Município possui umainegável robustez financeira. Aslinhas estratégicas seguidas peloexecutivo coadjuvadas por umbom controlo e gestão do pla-neamento financeiro permitemum equilíbrio das contas doMunicípio, tanto na perspectivade curto-prazo como na pers-pectiva de médio e longo prazo.Daqui sobressai que as questõesde ordem económica e financei-ra não comprometem a activi-dade futura. Actividade esta quese deseja, no mínimo, tão efi-ciente e eficaz como até aqui.

___

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200830

Dr. Osvaldo Santos Ferreira *

ECONOMIA

O Relatório de Gestãodo Município de Coruche

* Economista

“…pelo que é demonstrado no Relatório de Gestão, o Município de Coruche possui uma das situaçõeseconómico-financeiras mais confortáveis no conjunto dos municípios portugueses.”.

Principais Componentes do Investimento Realizadas em 2007

Em relação às Actividades Mais Relevantes (AMR) a sua execução foi bas-tante elevada, na ordem dos 87%. Entre as rúbricas que mais contribuírampara este nível de execução encontram-se as transferências para as Juntas deFreguesia (16%); o ensino (24%); os subsídios a colectividades (17%) e acultura (11%).

Principais Componentes das Actividades Mais Relevantesem 2007

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 31

•• Artesanato eem CCoruchePaulo Fatela

Fotos: Maria José Pires

ARTE & CULTURA

Maria José Pires, fala de si.

Em 1999 tornou-se amiga de uma se-nhora alemã, residente em Carapuções, aqual a motivou e ensinou a pintar azulejo.

Apesar de no início não estar muitoreceptiva para arte de pintar azulejo, veio

mais tarde a tornar-se uma paixão, sendoque passou a ser a sua actividade profis-sional.

Trabalha num atelier, situado em Fa-zendas das Figueiras – EN 251 – Fre-guesia da Branca e tem normalmentepeças expostas no espaço da Associaçãode Artesanato de Coruche – CORART,Largo João Felício – Coruche.

Maria José Pires, refere que lhe dámuito prazer poder criar a peça indo aoencontro do pretendido pelo cliente.

Participou em diversas Exposições eFeiras, quer de âmbito local quer nacio-nal, onde destaca a Feira Internacional doArtesanato.

Maria José Pires, afirma que preten-de continuar na actividade porque existeprocura nesta área.

Freguesia da Branca

Artesã: Maria José PiresPintura de Azulejo

telefs. 243 617 502 - 243 617 544 - 243 617 592 • fax 243 617 196

o seu banco em Coruche

telefs. 243 689 333 - 243 689 369 • fax 243 689 380

DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO

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Agência Funerária Jacinto, Lda.Funerais, Trasladações e Cremações

para todo o País e Estrangeiro.•

Trata de Toda a Documentação•

Artigos Religiosos

AgênciaRua dos Bombeiros Municipais, 28 r/c

2100-179 Coruche

ResidênciaRua José Maria Rebocho - Lote 1

Santo António – 2100-042 Coruche

Chamadas a qualquer hora para o Telef.: 243 679 618Telemóvel 917 284 692 • Fax 243 617 340

JOSÉ MAIA1999 – 2008

NOVE ANOS DE ETERNA SAUDADEA família participa que será celebrada uma missa, por sua intenção,

no próximo dia 14 de Junho, na Igreja do Campo Grande, em Lisboa,pelas 19 horas.

Para todos que assistirem o nosso muito obrigado.

PARTICIPAÇÃO DE MISSA

JERÓNIMO FILIPE GOMESFALECEU A 18 DE MAIO DE 2008

Seus Pais e Irmã vêm participar e agradecera todos os que compareceram no funeral

e na Missa do 7.º dia

Pai Nosso Avé Maria

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200832

• BAPTISMOS •

IGREJA DO CASTELODia 17 - António De Almeida Martins Varela

IGREJA MATRIZDia 22 - Dinis José Mateus Galvão

Maria Madalena Rodrigues Guilherme

IGREJA DA ERRADia 3 - Francisco João Capela

IGREJA DO ZEBRINHODia 17 - João Vítor de Oliveira Lúcio

• FALECIMENTOS •Dia 1- Maria Silvéria - 85 anosDia 3- Antónia Joaquina - 86 anos

Maria Aurora- 83 anosDia 5- Ana Germana- 95 anos

Maria de Lurdes Lopes- 77 anosDia 6- João Pires Rodrigues- 63 anosDia 7- Francisco António Aires Bacalhau- 86 Dia 8- Maria Emília- 96 anosDia 9- António Joaquim - 87 anos

Arminda Prates Nicolau Mateus - 83 Dia 13- Augusto Dos Santos Pereira - 59 anosDia 15- João Pinto - 90 anosDia 18- António Bartolomeu Pereira - 66 anos

Dia 19- Maria Emilia Brás - 89 anosIrene Maria Rodrigues - 95 anos

Dia 20 - António Mendes Barroca - 84 anosAugusta Maria Nunes - 81 anosAntónia Henriqueta de Oliveira - 88

Dia 21- Manuel António Bento - 66 anosDia 23- Ricarda Ferreira - 79 anosDia 25- Rui Manuel Batista da Palma Carlos - 60Dia 26- Zulmira Maria Pereira Maia - 69 anosDia 27- Deolinda da Cunha Caldeira - 85 anosDia 29- Manuel Nunes Romão Chocalheiro - 64

• CASAMENTOS •

IGREJA DO CASTELODia 10 - Adérito Lopes e Susete PatricioDia 31- Nuno Feijoca e Susana Lopes

IGREJA MATRIZDia 3 - Carlos Lourenço e Helena Margarida

José João Ramos e Sandra Gaudêncio

IGREJA DE S. JOSÉ DA LAMAROSADia 3 - Eduardo Carreira e Carla Emidio

IGREJA DA FAJARDADia 31 - Fernando Godinho e Sabrina Pavia

Informações da Paróquia de Coruche

Maio dde 22008

Ramos de NoivaDecoração de Igrejas

Coroas e Palmas para Funeral

LLoojjaa 11Mercado Municipal, Lj. 18, 2100-127 Coruche

Tels. 964 092 957 - 243 675 683

LLoojjaa 22Intermarché de Coruche • Tel. 243 108 811

Comida para fora e Frango no Churrasco

Rua 5 de Outubro2100-127 Coruche

Tel. 243 617 744/5Fax 243 617 747Tm. 917 074 345

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 33

Rua de Diu, n.º 9 – 2100-144 CORUCHE

Escritório:Telef./Fax: 243 617 501

Telem.: 966 288 506

Gabinete de Contabilidade e Gestão

ARRAGEST

(parte I)

Depois de desbravado ocaminho marítimo para a Índia,ficou aberta uma nova via quepassou a ligar o Ocidente aoOriente. A viagem de Vasco daGama foi em si mesma um fime um princípio. Ela pôs fim aalguns mitos e medos antigosque povoavam o oceano: “Quemquere passar além do Bojador/Tem que passar além da dor”.

Mas a viagem foi também oprincípio de uma nova era, mar-cada pelo encontro do Ocidente,através do Índico, com o mundoasiático, unindo três continen-tes: Europa, África e Ásia.

Visto pelos europeus comoterra da promissão, o Orienteatraiu muitos portugueses quese fizeram ao mar, movidospelas mais diversas razões.

Porém, a viagem era perigo-sa. O risco era grande, comoaliás Camões testemunhou: “Nomar tanta tormenta e tanto da-no/ tantas vezes a morte aperce-bida”.

Mas, ainda assim, muitosaventuravam “suas fazendas àstormentas do mar e à cobiça doscorsários”. Do conjunto de ho-mens que integraram a armadacapitaneada por Vasco da Gama,por exemplo, ao chegar à barrado Tejo apenas regressaram umterço dos que partiram na arma-da. Um velho provérbio lembra-va, a este respeito, que “À Índia,mais vão do que tornam”. Ven-cer o medo da viagem era, por-tanto, para muitos, o primeirogrande obstáculo a superar:“Quem embarca com o diabo/Tem de navegar com ele”.

O cronista Diogo do Coutolembra que, nos primeiros tem-pos, os fidalgos das grandes fa-mílias não arriscavam a enviaros seus filhos para a Índia, argu-mentando que a Índia fora des-coberta, mas para “comercio etrato”.

Esta resistência em fazer-seao mar e partir para a Índia é decerto modo confirmada peloautor anónimo que escreveu asMemórias de um Soldado daÍndia, onde se afirma que “nen-hum que tenha de comer emPortugal quer passar à Índia”.Por conseguinte, o medo daviagem, pelo menos numaprimeira fase, estava bem pre-sente e, em muitos casos, foi apobreza que «obrigou» a vencero medo. Por outras palavras, foia necessidade que aguçou oengenho.

Mas mesmo para aquelesque se queriam aventurar eambicionavam ir à Índia tentar asua sorte, ganhando honra, famae proveito, sempre havia os que,com prudência, lembravam:“Na Índia, os mais vivem de es-perança e o comum morre sempaga”. Este dito vem dar razãoàqueles que diziam que “Toda aÍndia ficava estreita para con-tentar os fidalgos da Índia” quepediam “coisas tamanhas” co-mo pagamento pelos “assinala-dos serviços” que haviam pres-tado.

Conta-se, numa velha ane-dota compilada nos Ditos Por-tugueses Dignos de Memória(século XVI), que um dia o reiterá oferecido a um seu criado,que muito estimava, um ofíciopara servir na Índia, para que,assim, pudesse vir de lá rico.Curiosamente, o criado terá res-pondido que não iria à Índia, anão ser que sua alteza “man-dasse ladrilhar o caminho” ecolocasse “vendas de 5 em 5 lé-guas”. Passado algum tempo, omesmo criado, descontente por-que em Portugal o seu ofícionão dava grande proveito, e bemlembrado ainda da generosaoferta do rei, que ele havia nega-do, foi ter novamente com omonarca e pediu-lhe o tal ofíciopara ir servir na Índia. O rei, não

esquecido da resposta anterior,disse-lhe: “está o reino muitopobre para tamanha calçada etantas estalagens...”.

Com efeito, buscar na Índiaa honra, a glória, a fama e o pro-veito era, para muitos, particu-larmente para os de mais mo-destos recursos, um objectivo devida.

A viagem, que durava cercade seis meses, era um suplício.Camões testemunha que eram“seis meses de má vida por essemar” e “onde tudo se perde”: Anau da carreira da Índia muitasvezes assemelhava-se a uma“casa de probación”. Com astempestades, a água entrava emgrande quantidade nas embar-cações. Os objectos a bordo,boiando, chocavam uns contraos outros fazendo um estrondoque, no dizer de Diogo do Cou-to, até parecia que “andavamtodos os espíritos damnados”.

Para muitos, tal situação as-semelhava-se à “representaçãodo último Juízo”. O terror a bor-

do era de tal ordem que, comotestemunha o Padre Gonçalo daSilveira, aquilo por que pas-savam os que navegavam para aÍndia “não o pode contar senãoquem o passa, nem o pode enten-der senão quem o vê”. Quando onaufrágio estava iminente e odesastre parecia ser inevitável, aaflição era tanta que o pânico seapoderava das pessoas. O padreJerónimo Lobo, por sua vez,conta que ver “as lágrimas,sospiros, colóquios e couzas quedizião ao céu” era um espectá-culo que “quebrava os cora-ções”.

As lágrimas e o pranto com-punham um quadro de aflição emedo. Com a morte a rondar porperto, cada um, em desespero decausa, tentava a salvação da al-ma, suplicando pelo sacramentoda confissão junto dos religiososque iam a bordo. Muitos, venci-dos pelo desespero e com medode morrerem sem chegar a suavez para a confissão, confessa-vam-se mesmo em voz alta,

proclamando, alto e bom som,as suas culpas e os seus pecadosque queriam ver perdoados an-tes de morrerem. Conta-se que,num dos naufrágios, as culpasde um desses homens desespe-rados (que gritava em voz alta)eram tão graves que o religiosoviu-se forçado a tapar com amão a boca do suplicante, gri-tando-lhe que se calasse. O me-do da morte levava a situaçõesde descontrole emocional queprovocava o pânico, pedindo-sea Deus, através de preces, mise-ricórdia e a absolvição dos peca-dos, para se alcançar e garantir asalvação eterna.

Noutros casos, os comporta-mentos face ao medo tomavamoutras características. Haviaaqueles que, julgando-se irre-mediavelmente perdidos, e con-siderando a morte inevitável,comiam e bebiam sem parar, pre-ferindo morrer naquele estado,pois consideravam que “assim amorte lhes seria mais suave”,temendo sofrer uma morte vio-lenta.

Não nos parece despiciendosublinhar o papel que, no meiode todo aquele dramatismo, al-guns religiosos que seguiam abordo tiveram. Procuravam con-ter a aflição descontrolada datripulação, exercendo uma certapedagogia, ensinando, por exem-plo, que se deveria pedir socorroa Deus, mas apenas mentalmen-te e sem nunca mostrar temor.

Apesar do velho princípio deque os homens honrados eramobrigados a não ter medo damorte, a verdade é que este re-ceio era uma evidência mais oumenos generalizada na centúriade Quinhentos. Porém, os com-portamentos face ao medo, de-pendendo das circunstâncias,eram diversos, pois nem todosreagiam da mesma maneira.

(continua no próximo número)

Mário Justino Silva

CRÓNICA PORTUGUESA

Do Medo da Morte à Bravura em CombateHistoriadorAspectos da presença dos Portugueses no Oriente no século XVI

ANUNCIENO JORNAL

DE CORUCHE

Tlm: 91 300 86 58

Pub.

Especialista CITROËNVendas e Assistência Técnica

Rua do Couço, 25 • 2100-169 Coruche

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A multinacional Nestlé começa a engar-rafar em Coruche a partir de 2009. A pri-meira pedra será lançada durante o mês deJunho, isto depois da Câmara Municipal deCoruche ter já aprovado o licenciamento daobra.

A localidade de Ovelhas, na freguesia da La-marosa, vai acolher esta importante unidade indus-trial do Grupo, é da fábrica de Coruche que vão sairos garrafões industriais que abastecerão a PenínsulaIbérica. O investimento anunciado é superior a 1 mi-

lhão de euros, serão criados perto de meia centena de postos trabalho direc-tos e indirectos.

Os responsáveis da Nestlé mostram-se satisfeitos com a quantidade equalidade da água ali captada, “optamos por Coruche, depois de termosefectuados imensas pesquisas em vários pontos do país. Acabámos porescolher Coruche pela localização privilegiada do concelho, mas acimade tudo pela qualidade freática do solo… há muita água e de muito boaqualidade, até o sabor é exactamente o da preferência do mercado ibéri-co”. Existe ainda a possibilidade de no futuro se engarrafar nesta mesmaunidade, as tradicionais gar-rafas de 33 centilitros.

O presidente da autarquiadiz-se satisfeito com mais esteinvestimento em Coruche, “émais um certificado das po-tencialidades do concelho, umgrupo internacional como aNestlé não investe de qualquermaneira, e, em qualquer lado”.

Dionísio Mendes acres-centa ainda a importância dadiversificação do investimen-to no município, “é fantásticoestarmos a conseguir atrairinvestidores de diferentesáreas de negócio, é bom paraa economia local não ficardepende apenas de um ou doissectores de actividade”.

NNEESSTTLLÉÉ WWAATTEERRSSccoommeeççaa aa eennggaarrrraaffaarr eemm CCoorruucchhee

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200834

O Presidente da República presidiu, na Sededa Liga dos Combatentes, em Lisboa, à CerimóniaComemorativa dos 200 Anos da Ordem da Torree Espada, tendo proferido uma intervenção.

Na ocasião, o Presidente Cavaco Silva entregoudiplomas de Sócios honorários da Liga dos Comba-tentes aos onze condecorados com a Ordem daTorre e Espada.

Depois de ter visitado uma Exposição alusiva à mais alta condecoração militar por-tuguesa, o Presidente participou na cerimónia do lançamento do Selo comemorativo dos200 Anos da Ordem da Torre e Espada

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Certo dia, junto a um regato,um lobo matava a sede bebendoaquela límpida e fresca águaquando, mais abaixo, surgiu umpequeno cordeiro com a mesmaintenção.

Eis que, o lobo, mostrandoos dentes se dirige ao cordeiroameaçadoramente e lhe diz:

– Que fazes? Não vês quesujas a água que eu estou be-bendo?

O pobre cordeiro, cheio demedo responde:

– Mas senhor, eu estou naparte debaixo do regato! Co-mo posso sujar a sua água?

Então o lobo, já a salivar,

atira-se ao pequeno cordeiro ediz:

– Se não foste tu foi o teupai e portanto vou comer-te!

Quando somos diariamentealertados por Associações e Gru-pos ambientalistas da possívelextinção do Lobo Ibérico, so-mos confrontados com a proli-feração no nosso território como constante aumento desses pre-dadores que aos poucos vãosaindo do covil para onde foramrelegados há algumas décadas.

Mudaram de nome, agora asua sub espécie designa-se pelacor da sua pelagem.

Assim, temos hoje os lobos

cor-de-rosa, laranjas, verme-lhos, azuis e de cores indefini-das. Se as cores derivam as in-tenções são as mesmas.

Ora uns ora outros, parecen-do até de forma combinada, vãotomando conta do espaço tor-nando cada vez mais difícil avida dos outros animais quevivem, ou sobrevivem nas suasáreas da sua influência.

Dividem entre si os despojosdas suas caçadas e quando ne-cessário não tem qualquer pejoem se unir, apesar das diferen-ças de cores, desde que o resul-tado final seja comum aos seusinteresses.

Trocam frequentemente deposto na hierarquia do poder,sendo certo que reservam paraquem sai sempre um lugar detopo na gestão da selva em quetornaram a nossa existência.

Ele é o lobo que sendo des-tronado do seu território BCP éprendado com um prémio dedez milhões mais quinhentos evinte e cinco mil por ano até àsua morte.

Eles são os antigos lobos dopoder (Ministros e Secretáriosde Estado) que, saídos do bura-co dourado onde estiveram sãoencaminhados para buracos(bancos, fundações e outros

quejandos) com maiores quila-tes que os primeiros. Quando sediscute se as indemnizações apagar aos pobres cordeiros destaselva que vêem a sua subsistên-cia posta em causa por lheroubarem o direito a trabalhar épaga em cêntimos ou em gé-neros alimentícios do BancoAlimentar, quando a maioriados que vivem do fruto do seutrabalho já nem isso podemreclamar, quando aumenta ospobres a recorrer à caridade dosoutros, que mais se pode dizer.

Se não foste tu foi o teu pai… por isso vou comer-te.

JL

A Câmara Municipal deCoruche aprovou a elabora-ção de um Plano de Pormenor(PP) da Zona Industrial doMonte da Barca – Norte(ZIMB).

––A crescente procura de ter-

renos no concelho de Coruchepor parte de investidores temaumentado significativamentedesde 2003. E a partir do mo-mento que ficou definida a lo-calização do novo Aeroporto In-ternacional de Lisboa (a 6 qui-lómetros do Município de Coru-che) essa procura tem sido aindamais intensa, havendo um clarodeficit de oferta de terrenos aautarquia quer com a aprovaçãodo Plano de Pormenor, ter capa-cidade de resposta aos investi-dores e garantir desde já a cria-ção de um maior e mais apelati-vo Parque Industrial e de Negó-cios.

A área de expansão da ZIMBvai crescer para norte, em pers-pectiva está a instalação de no-vas industrias e empresas. O no-vo PP vai ainda possibilitar aresolução de um problema quese arrasta há décadas, o facto daindústria “Mundiarroz” (Cigala)estar instalada em terrenos de

Reserva Agrícola Nacional(RAN), uma situação caricatatendo em conta que estamos afalar da mais antiga unidade in-dustrial de Coruche.

No âmbito deste processo,foram consultadas diversas enti-dades, designadamente a comis-são da RAN e a CCDR, no âm-bito da Reserva Ecológica Na-cional (REN).

Todas as entidades foram do

entendimento que é mais ra-zoável a criação de novas áreasindustriais, nas zonas contíguasà área actual.

O presidente da câmara,Dionísio Mendes, mostra-se sa-tisfeito com a aprovação destenovo Plano de Pormenor quevai disponibilizar mais 50 hec-tares de parque industrial numfuturo próximo, “é a opçãomais adequada, é nestes ter-

renos que temos de expandir onosso lotado parque industrial,é sem dúvida uma necessidadeimediata e que queremos re-solver rapidamente”.

Dionísio Mendes garanteque Coruche vai ter nos próxi-mos anos um dos mais apela-tivos Parques Industriais daPenínsula Ibérica e explica por-quê, “acima de tudo pela nossalocalização privilegiada, que

será ainda mais reforçada comas novas acessibilidades, quetêm forçosamente de avan-çar… ficamos a 15 minutos doaeroporto, a 30 minutos doPorto de Setúbal, a menos deuma hora de Espanha”.

Para além da excepcional lo-calização, o autarca garante ain-da preços competitivos, poss-ibilidade de incentivos fiscais einfra-estruturas de vanguarda.

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 35

Mais 660 hhectares dde PParque IIndustrial eem CCorucheNNoovvoo PPllaannoo ddee PPoorrmmeennoorr

A Fábula do Lobo e do Cordeiro

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200836

Cáritas Paroquial de Coruche

ApoiarGabinete deAconselhamentoParental

Não é por acaso que a maio-ria das pessoas, mesmo sendojovens, não são consumidoresde drogas. Porém, existe tam-bém um conjunto de pessoasque, apesar de todos os avisos,ou até por causa destes, não re-sistem à tentação de experimen-tar consumir uma ou outra des-tas substâncias, iniciando destaforma um percurso que não sesabe onde termina.

Contudo, os pais poderãocriar, promover as condiçõespara que os seus filhos possamadoptar determinadas atitudes ecomportamentos, uns mais pro-dutivos, criativos e empreende-dores que outros. Podendo o seufilho deste modo, ter na sua mãoa carreira que o mais alicia.

Quais são as condiçõesnecessárias para que o seufilho siga a “carreira” de

Toxicodependente?

Enquanto pais, é relativa-mente fácil promover as condi-ções necessárias para que o seufilho possa enveredar na “car-reira profissional” de Toxicode-pendente. Pode começar logodesde tenra idade a fazer o se-guinte:

• Promova sentimentos deinsegurança, fazendo ver que oseu filho não pode contar consi-go, deixando-o muitas vezessozinho e desamparado;

• Quando o seu filho tiverdúvidas sobre a sua própria ca-pacidade, diga-lhe que ele é um“burro”, inútil e incapaz de fazeralguma coisa bem;

• Bata e ponha-o de castigosempre que possível, sem razãoaparente e sem justificar ou nãodar importância nenhuma a tudoo que ele faz, independente-mente se faz bem ou mal;

• Não ponha limites nen-huns, ou pelo contrário, ponhamuitos limites ao ponto de elenão poder respirar sem pedirlicença e seja inflexível;

• Seja sempre contraditórionas coisas que diz;

• Conquiste o seu filho atra-vés de presentes, mas nunca lhedê atenção;

• Não dê importância nenhu-ma às perguntas do seu filho e

critique todas as ideias e opini-ões que ele possa ter;

• Culpabilize-o de todos osseus males, das despesas quetem com ele, dos empréstimosao banco, da prestação do auto-móvel, etc;

• Desresponsabilize-o oudesculpabilize todas as atitudese comportamentos;

• Se conseguir, esqueça queele existe.

Se seguir estas indicações àrisca, estão criadas todas as con-dições para que o seu filho pos-sa ter sucesso na “carreira” deToxicodependente.

Possivelmente, o seu filhoirá estar constantemente na ex-pectativa, ainda que não confes-sada, de encontrar sempre umcuidador perto de si que lhe evi-te a iniciativa de se ocupar dosofrimento próprio.

Tendo assim, uma extremadificuldade de adiar o desejo, deresistir à frustração, atribuindocom bastante facilidade aos ou-tros a razão dos seus problemas.

O encontro com a droga estáà partida desculpabilizado e jus-tificado, sendo que a culpa é dasociedade, é dos amigos, é dospais, ... No início do seu percur-so, o jovem “Toxicodependente”é apenas um adolescente quenão se encontra capaz de criar umlugar para si no mundo adulto.

Outras saídas possíveis...Existem inúmeras possibili-

dades alternativas, mais empre-endedoras, produtivas e adapta-

das à sociedade. Para tal, nãocumpra as indicações anterior-mente referidas e, sobretudo,transmitir ao seu filho a necessi-dade de ter objectivos próprios,mas sem querer impor os seus.Seja também apoiante, presentee ajude-o nas suas decisões.

A mania dos Tóxicos?Drogas há muitas, legais, ile-

gais, mais ou menos potentescom efeitos e consequênciasdiversos. Mas uma coisa têm emcomum, todas poderão suscitar,se tiverem reunidas as condi-ções e, por falta de algo maisprodutivo, empreendedor e cria-tivo, a mania dos Tóxicos. Ecomo todas as manias, envolvesempre uma rotina de paixão, odesejo e o impulso. Uma relaçãoapaixonada desestruturante, ini-cialmente vivida com aspectospositivos e posteriormente comaspectos negativos. Qualquerpessoa que tenha uma personal-idade dita “normal” poderá numdado momento da sua vidaapaixonar-se e tornar-se depen-

dente de um determinado “pro-duto”, desde que a este se ligue.E tal como qualquer paixão, odifícil está na separação querfísica, quer psicológica.

Porque é que as pessoasse drogam?

Se tudo fosse simples, já es-tava tudo compreendido. Há, por-ventura, quem já tenha observadoou “sabiamente” concluído queas pessoas se drogam porquetêm acesso à droga, têm “fra-quezas” humanas, porque têmproblemas, porque querem go-zar a vida, “porque sim!”.

É clássico dizer que o fenó-meno droga surge no indivíduoquando a pessoa, em determina-do momento da sua vida, toma aatitude de desejar e decide acei-tar consumir uma droga dis-ponível. Esta decisão é priori-tariamente individual: ninguémé obrigado a experimentar, emb-ora a pressão do outro possa teruma razoável importância. Nes-te sentido, o carácter e a forma-

ção da pessoa têm uma impor-tância que não é de desvalorizar.

Se quiser falar connosco,contacte-nos:

Cáritas Paroquial de CorucheApoiar – Gabinete de

Aconselhamento Parental

Travessa do Forno n.º 16-18,2100-210 Coruche

Telefs: 243 679 387 / 934 010 534

E-mail:aconselhamentoparental.apoiar

@hotmail.com

O atendimento é realizado àssegundas-feiras à tarde

Equipa Técnica:

Isabel Miranda(Psicóloga Clínica/Coordenadora)

Mauro Pereira(Psicólogo Clínico/Psicoterapeuta)

Gonçalo Arromba(Técnico de Psicologia Clínica)

Sara Luís(Técnica de Psicologia Clínica)

Noémia Campos(Assistente Social)

Sílvia Caraça(Assistente Social)

Como Criarum Toxicodependente

BibliotecaApoiar

O Projecto “Educar para

o Futuro” já tem à sua

disposição alguns livros

sobre as crianças e

o seu desenvolvimento

que pode requisitar.

Visite-nos naCáritas Paroquial

de Coruche.

Não se esqueça:Não se esqueça:

Não existem receitas para evitar que o seu filhose drogue.

O importante é manter uma boa relação com ele,que permita a discussão e reflexão conjunta sobretodos os assuntos que vão surgindo ao longo da vidadele, entre eles o do consumo de drogas.

É preciso fazer um verdadeiro esforço para conser-var abertos os canais de comunicação, pois uma falhana mesma, tanto se deve à incapacidade de uma pes-soa para ouvir, como da outra para falar.

Dê-lhe apoio quando ele precisa, esteja atento aosseus estudos ou trabalho, aos seus amigos. Em resu-mo, ajudande-o a crescer, crescendo com ele.

Existem muitos motivos para as pessoas experi-mentarem drogas. Algumas destas experiências cor-rem mal.

Face a uma situação de consumo, não é uma boaatitude os pais pensarem que têm toda a culpa e tenta-rem resolver o problema sozinhos.

O apoio de um profissional especializado podeajudá-lo a compreender melhor o seu filho e a encon-trar uma abordagem adequada aos problemas.

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 37

É ele que, na foto, está atrás do líder da UNITA, Jonas Savimbi (mais tarde assassinado), e deMário Soares, o então ministro dos Negócios Estrangeiros.

Entretanto, decidiu deixar a tarefa ainda antes da entrega dos territórios Angolanos marcada para11 de Novembro de 1975, de acordo com o que escreve na contra capa deste seu livro, e que abaixoreproduzimos.

O Sr. General desmistifica o que considera “ser a mais insidiosa manipulação da nossa Históriaentre 1933 e 1975 nomeadamente nas seguintes linhas de força:

– a guerra do Ultramar foi, principalmente, um episódio da guerra entre os EUA e a URSS e nãouma luta de autolibertação e desenvolvimento dos povos;

– a guerra estava a ser ganha militarmente e a batalha do desenvolvimento atingia crescimentossociais e económicos muito elevados;

– a subversão na retaguarda e a inoculação do vírus revolucionário nas Forças Armadas foi asolução que a URSS opôs à nossa vitória militar;

– os autores da traição e do descalabro têm nomes e são os que, conscientemente, fizeram o jogoda URSS, isto é, o PCP e seus compagnons de route.”

33 anos depois, Silva Cardoso, olhapara trás e desabafa com todas asletras bem marcadas a negro, paraque ninguém tenha dúvidas sobreos seus sentimentos e opinião.

GENERAL SILVA CARDOSO

Lançamento do Livro

“25 DE ABRIL DE 1974A REVOLUÇÃO DA PERFÍDIA”

O General Silva Cardoso, foi o Alto-comissário de Portugal durante a transição de poder emAngola, na sequência da assinatura do tratado de Alvor, assinado em Janeiro de 1975.

Lança agora, com prefácio do Prof. Joaquim Verissimo Serrão, e através da Editora Prefácio, olivro onde conta a verdade que viveu.

””

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200838

• SUGESTÕES DE LEITURA de Mário Gonçalves

• Esta HistóriaIntegrado na colecção Ficção Universal da Dom Quixote, "Esta História" deAlessandro Baricco é uma das interessantes propostas que apresento para este mês.Agora que decorre a Feira do Livro de Lisboa, nada melhor do que resolver conhecera história que este romancista italiano nos conta agora. Depois do grande êxito inter-nacional conseguido através de "Seda", romance que nos lançou para a história deuma personagem que ganhava a vida a comprar e vender bichos-da-seda, nada mel-hor que conhecer agora a história de Ultimo Parri, um jovem que envelheceu ten-tando pôr ordem no mundo mais tecnológico. É um livro de prosa fluente, cheio decorridas de automóveis, pilotos, velocidades, paixões, sonhos, mas também guerras.

• As Aventuras do Miguel – Histórias para ComerO autor é o mediático comentador televisivo de política internacional Nuno Rogeiro.Chama-se "As Aventuras do Miguel - Histórias para Comer". Tal como nos indica olivro, ele começou por ser um instrumento constituído por diversos contos para levaros mais pequenos a comerem. São no total 38 histórias que podem ser lidas pelospais aos filhos ou até pelos filhos aos pais. O protagonista é sempre o mesmo: ummiúdo chamado Miguel. Esta ficção, a primeira de Nuno Rogeiro, foi publicada pelaGradiva, e aparece repleta de monstros, fantasmas, duendes, robôs e montanhasmágicas. De muito fácil leitura e muito bem ilustrado, é um autêntico "manual deprimeiros socorros" para ter em casa. Nunca se sabe quando chega uma novaemergência!

• Todas se Apaixonam por MimJosé Pinto Carneiro, através da Guerra & Paz, teve a ousadia de escrever uma comé-dia (quase) romântica intitulada: "Todas Se Apaixonam por Mim". O livro conta-nosa história de Júlio, o homem lindo, simpático, inteligente e atencioso por quem todasas mulheres se apaixonam. O truque da conquista parece ser muito simples e com eleaté funciona automaticamente: cria e aproveita as oportunidades. Para corresponderde igual forma a todas elas, Júlio - que, curiosamente, diz não ser mulherengo - dá oseu amor de igual forma a este seu mundo infinitamente romântico. O protagonistaapresenta-nos a bela Ana de apenas 28 anos e corpo fresco como a água, mas tam-bém a Beatriz, a Cristina, a Dulce… O pior, é que chega uma determinada altura emque elas querem assentar, e aqui é que tudo se complica. Ao longo da obra, alia-se agenerosidade à coragem, mas também à parvoíce. Recomendo vivamente!

• Marcas e Identidades"Marcas e Identidades" é o guia da concepção e gestão das marcas comerciais. Estemanual, publicado pela Campo das Letras e da autoria de Teresa Ruão, é um instru-mento muito útil para todos aqueles que querem mudar a imagem de um determina-do produto ou marca. Aqui, são apresentadas as modernas estratégias de identidadeda marca assentes em princípios de interacção, relação e emoção. Em suma, numasociedade cada vez mais competitiva, aprendemos de que forma é que podemosaproximar as empresas dos seus potenciais clientes. Consegue-se, através de váriasestratégias de marketing desenvolver grandes relações de proximidade entre aspartes ao ponto de até se conseguir criar os tão desejados "clientes vitalícios".

Jean-Pierre Bemba (foto) é acusado de cri-mes de guerra e contra a Humanidade na Repú-blica Centro-Africana.

O Tribunal Penal Internacional, com sede naHolanda, anunciou a detenção este fim de semanade Jean-Pierre Bemba, antigo vice-presidente daRepública Democrática do Congo.

Segundo o tribunal, a prisão foi feita pelas auto-ridades belgas.

Acusações O tribunal alega que Bemba, enquanto presi-

dente e comandante-em-chefe do partido Movi-mento de Libertação do Congo, seria responsávelpor quatro acusações de crimes de guerra e duasde crimes contra a Humanidade.

Segundo as acusações, os delitos teriam sidocometidos na República Centro-Africana entreoutubro de 2002 e março de 2003 quando as forçasdo MLC teriam levado a cabo ataques sistemáticoscontra civis.

Mandado Bemba ocupou o cargo de vice-presidente da

República Democrática do Congo. O mandado de captura de Bemba foi emitido

há quatro dias. Jean-Pierre Bemba é o primeiro detido a en-

frentar acusações de crimes de guerra devido aatrocidades cometidas na República Centro-Afri-cana. As invstigações decorrem desde maio de2007.

Bélgica pprende eex-vvice-ppresidenteda RRD CCongo (Português para África)

cortesia: http//radio.un.org/por

www.un.org/av/radio/portuguese/partnerships.html

Depois de um período de es-tudo e reflexão sobre a situaçãodo Grupo Desportivo “O Coru-chense”, quer no âmbito despor-tivo, quer financeiro, um grupode sócios, movidos pelo espíritode solidariedade para com ex-dirigentes do Clube, envolvidosnuma gestão que os comprome-te perante o Fisco, nunca con-testado com clareza e funda-mentada até à presente data, equando, nunca numa perspecti-va do clube em termos futurosmas sim e só no tempo de cadacomissão administrativa sempremal fundamentada e penaliza-dora para o Clube.

Quer esta nova Direcção,resolver todas situações paraque o Clube volte a ter a digni-dade e respeito de outros tem-pos, como reza a sua história.

Esta direcção define comopontos principais:

1– Estabelecer com a Autar-quia um dialogo para resoluçãotodas situações pendentes ouduvidas que eventualmente exis-tam.

2 – Não aceitar a dívida nosvalores estabelecidos pelo Es-tado no que refere as estabeleci-das pelo “Fisco”.

3 – Iniciar a actividade des-portiva “Formação e Seniores”desde que as verbas não sejamcativas pelo Estado Portuguêsatravés do Fisco.

Esta nova Direcção salientaainda a necessidade de todos oscoruchenses, apoiarem este no-vo grupo de trabalho, para assimse conseguir a melhor soluçãopara todos os envolvidos.

Nova Direcção

O Bar de Verão existente noparque das Merendas da Fre-guesia da Fajarda, propriedadedesta Junta de Freguesia, esteano não irá abrir as suas portas.

Este bar existente na fregue-sia há cerca de seis anos é con-cessionado entre os meses deJunho a Outubro, sendo explo-rado no primeiro fim-de-sema-na após a abertura pela Comis-são de Festas de Santo António.

Este ano a Junta de Fregue-sia decidiu alargar o prazo daconcessão e o primeiro editalpara apresentação das propostascontemplava os meses de Maio

a Outubro, pelo valor de 1000Euros, após encerramento doperíodo de recebimento das pro-postas, e uma vez que não foirecebida qualquer proposta.

A Junta de Freguesia abriunovo concurso com o valor de750 euros pelo mesmo período,mas mesmo com a redução apopulação da Fajarda não se en-corajou a arriscar o verão no Barda “Melga”.

Este ano só a Comissão defestas irá usufruir daquele es-paço aprazível.

Mafalda Fonseca

BBaarr ddaa JJuunnttaa ddaa FFaajjaarrddaannããoo aabbrree aass ppoorrttaass

eessttee VVeerrããoo

Grupo DDesportivoO CCoruchense

13, 14 e 15 de Junho

para as suas tradicionais

FESTASEM HONRA DESANTO ANTÓNIO

Parque das Merendas

COMPAREÇA!!!

A FAJARDA convida

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 39

Foi em 1948 que a Juven-tude União Figueirense seconstituiu como AssociaçãoCultural e Desportiva paraservir todos aqueles que fa-zem do futebol uma paixão euma festa ao ritmo dos seuscorações.__

Corria o ano de 1948 quan-do, aquela que viria a ser a pri-meira equipa do Figueirense,viajou de comboio, de S. Torca-to até Lisboa, para jogar naque-le que foi o estádio do Lumiar.Uma noite passada no trilho doscarris e lá foram, estes frescosatletas, disputar uma partidinhaà capital.

Um plantel com nomes bemconhecidos da terra que os viujogar, são alguns destes nomesque hoje se recordam, o João daSilva Portalegre (fundador daAssociação JUF), o AntónioManuel de Sousa, o Fernando, oManuel Sebastião, o Silva, oCristalino de Sousa Manuel, oRato, o Zé Filipe entre todos osque a memória não esquece.Este foi o tempo em que se cosi-am as bolas, se tomavam unsbanhos no poço do quintal, aliao lado paredes meias com ocampo de futebol e se ia de bici-cleta jogar a Coruche. “Belostempos!”, como alguém medizia no princípio deste meuapontamento.

Hoje, as suas vidas continu-am ligadas pelas quatro linhasdo campo de futebol, Manuel deSousa Frigideira, a ele se juntamtodos os que levaram o nomedesta Associação para além dasfronteiras de Coruche.

A emblemática fotografia daprimeira equipa do Inatel, for-mada em 1972, testemunha avalentia destes jogadores e a seuamor pelo emblema trazido aopeito. Ao longo destes 60 anosa Juventude União Figueirenseapresenta um currículo futebo-lístico de invejável concorrên-cia, encontram-se, entre troféuse galhardetes, taças, faixas e ca-misolas, um infindável rosário

de histórias contado pelas foto-grafias que emolduram as pare-des, daquela que é a sede doclube. As velhas glórias, alinha-das com as cores do clube, pro-jectam no olhar o tempo dasVitórias e dos Distritais, com acerteza de quem não deixa por,pés alheios, o nome do Conce-lho que os aplaudiu, seja comoCampeão de série em 93/94,como Campeão Distrital do Ina-tel em 97/98, finalista da Taçado Ribatejo em 2004 ou com otítulo de Campeão de Série eCampeão da II Distrital daAssociação de Futebol de San-tarém.

Se os bravos tempos deixama saudade para quem os viu,mais ainda deixam para quemos viveu nos bancos e nos basti-dores do clube. Aos directoresque mais tempo representaram aJuventude União Figueirense,nos pódios do futebol distrital enacional, aqui se deixa um ace-no de agradecimento ao José deJesus Joaquim e ao José Augus-to Carvalho, mais conhecidospor Zé Joaquim e Zé Carvalho

que, juntamente com os elemen-tos da sua direcção, brindaramos sócios e amantes do futebolcom a seu empenho, motivaçãoe amizade.

Hoje, voltámos a percorreros passos dos atletas que treina-ram naquele que foi o seu pisodurante seis décadas, onde en-contramos um grupo de jovensda Freguesia da Branca a jogarfutebol sete. No outro lado, aofundo do campo, três criançasbrincavam aos remates e às de-fesas, gritavam golos e feste-javam com umas valentes corre-rias. Estas são gerações diferen-tes que trocam a bola num relva-do acabado de estrear, em tempode novas esperanças para aJuventude União Figueirense.

A inauguração de um relva-do sintético no campo da Juven-tude União Figueirense foi opretexto para se realizar umafesta que envolveu as gentesdesta terra, a Junta de Freguesiae a Câmara Municipal.

Tudo o que se podia ter feitofoi concretizado, o sonho demuitos espelhava-se no rosto dequem ouvia as palavras de ho-menagem e agradecimento aquem nunca perdeu uma parti-da.

Mesmo ultrapassando as ras-teiras da vida, o Sr. Cristalino,abriu a temporada com um pon-tapé de saída para as equipas, aJuventude União Figueirense eos Juvenis do Sporting Clube dePortugal.

O resultado pouco importa,permanecerá, isso sim, o verdeque recebeu a bola e que, porefeitos de um grupo de pára-quedistas, desceu envolta nabandeira do Concelho.

As técnicas e as estratégiasdos treinadores, João “da Bran-ca” e o Professor Luís Dias, fo-ram visíveis nos gestos deamizade que ambos trocaram, omesmo se passou com a equipade arbitragem liderada por Joa-quim Lamarosa.

As horas foram de comemo-ração e confraternização à voltade um projecto que a todos or-gulha, pela missão e pelo desa-fio que coloca às direcções se-guintes e aos praticantes do fu-tebol, pela coragem que houveem apostar na descentralizaçãodos recursos desportivos, peladisponibilidade que a populaçãomanifestou na preparação destafesta e pelos valores que susten-tam e dignificam o Desporto nasua condição ao serviço daPessoa.

____

Juventude União Figueirense– uma história que vale a pena contar…

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Equipa de 1948Equipa de 1948

Equipa de 1972

Inauguração do relvado sintético

Isabel ChaparroLic. Filosofia

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Astrobio – do Universo ao Homem

As nossas Secções de Patinagem Artística e deDanças de Salão participaram num evento levadoa cabo pela Escola Secundária com 3.° Ciclo doEnsino Básico e para o qual o nosso Clube dispo-nibilizou as secções referidas atrás.

Foi organizado, para integrar o evento, um fes-tival de Patinagem Artística que teve como equi-pas convidadas “Os Tigres de Almeirim”, o S. C.de Tomar, o C. N. de Torres Novas e “Os Co-rujas”.

Presenciado por muito público, a actuação dosatletas envolvidos agradou, tendo-se ouvido mui-tas aclamações. O mesmo se passou com as Dan-ças de Salão que actuaram na Praça da Água nodia 10 de Maio.

Paralelamente e no mesmo dia 11 de Maio, aatleta Ana Coutinho disputou o Campeonato Na-

cional Intercalar em Santa Eufémia – Leiria eentre 37 participantes classificou-se em 18.º lugar,onde se apuravam 25.

No Torneio das 4 Regiões, que está a ser dis-putado pela equipa sénior de Hóquei em Patins, osresultados mais recentes foram:

Corujas – Stella Maris 1-3 Corujas – Sporting Clube de Portugal 2-2 C.N.Rio Maior – Corujas 4-13Azeitonese – Corujas 5-3

Nos convívios dos Benjamins, os resultadossão os que seguem:

Corujas – Ass. Académica de Coimbra 8-4 Corujas – Sporting Clube de Tomar 11-5

No princípio, era a bola.Depois surge o homem para

a tocar. E inventa um jogo. Aoponto de hoje, a vida ser umjogo e todos saberem qual é:FUTEBOL! Mas depois, aindafalta entender a bola, ler-lhe ospensamentos, decifrar-lhe ossegredos. Só quem viveu pelosseus caminhos mais secretos opode explicar.

Esta semana toquei esse céudo pensamento durante algumashoras, assim que me apercebi

que a época futebolística tinhaterminado, uma enorme frustra-ção apoderou-se de mim. Foiquando me lembrei, que o Euro2008 está mesmo à porta, e todaaquela melancolia foi-se desva-necendo.

A Selecção de todos nós, vaicomeçar a abrilhantar os relva-dos suíços, já a partir do próxi-mo mês de Junho, e quando faloem abrilhantar, não me refiro àobrigação de ganhar, mas sim

de podermos ver e sentir, todasas emoções que a nossa ban-deira e o nosso hino nos trans-mitem

Utilizando uma célebre frasede Pierre de Coubertin, é impor-tante que não nos esqueçamosque “O importante não é ga-nhar, mas sim competir”, e é nosmomentos mais difíceis que seassumem… Os Verdadeiros Por-tugueses.

Força Selecção!!!

Actividades de “Os Corujas”

Escrever Desporto ... por: Jorge Florindo

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200840

CONVOCATÓRIAASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Ao abrigo do artº 21 dos estatutos de “Os Corujas”Ginásio Clube de Coruche, convoco a AssembleiaGeral Ordinária para reunir no dia 25 de Junho de2008, pelas 20h30m na sede deste clube, nas tra-seiras do Pavilhão Municipal em Coruche, com aseguinte ordem de trabalhos:

Ordem de trabalhos1 – Apreciação e votação do Relatório e Contas da

Direcção, do parecer do Conselho Fiscal rela-tivos ao ano transacto, e do Orçamento para opróximo ano.

2 – Informações aos Sócios, se solicitadas.

3 – Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio2008/2009 – 2009/2010

De acordo com o disposto no artº 24.1 dos Estatu-tos, se à hora marcada para inicio da Assembleianão houver quórum, esta reunirá 30 minutos depois,com qualquer número de presenças.

Coruche, 15 de Maio de 2008-05-12

Manuel Alves dos Santos

Presidente da Mesa da Assembleia Geral

CCllaassssiiffiiccaaççõõeess ddee PPeessccaa ddee RRiioo

O JJOORRNNAALL DDEE COORRUUCCHHEE AAPPOOIIAA OO DDEESSPPOORRTTOO EE AA CCUULLTTUURRAA

Às associações e clubes de cultura e desporto do concelho de Coruche solicitamos o envio de informaçãopara publicação nesta página.

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 41

No passado dia 10 de Abril,realizou-se no Estádio Munici-pal de Coruche, o primeiro tor-neio de futebol de sete, organi-zado pela Academia Despor-tiva e Associativa de Coruche(ADAC) sendo uma instituiçãorecente no nosso concelho e pormovimentar dezenas de crian-ças, o Jornal de Coruche foi aoestádio espreitar este 1.º torneio,que contou com a participaçãode seis equipas, ADAC, EscolaArmando Dr. Armando Lizardo(equipa esta também com ele-mentos da academia), SportingClube de Portugal (núcleo deSetúbal), Sport Lisboa e Ben-fica, Geraldinhos de Évora euma equipa vinda de Sintra.

Também os pais das criançastiveram uma participação activaneste torneio, juntaram-se e com“comidinhas” caseiras, explora-ram o bar, revertendo os lucrospara a academia.

A ADAC – Academia Des-portiva e Associativa de Co-ruche, é uma nova Associa-ção criada em Coruche, quetem como objecto fomentar,desenvolver e realizar activi-dades recreativas, culturais edesportivas. É uma associ-ação sem fins lucrativos.

O Jornal de Coruche en-trevistou o professor LuísDias, um dos mentores desteprojecto e treinador dos atle-tas da Academia.

Jornal de Coruche (JC) –Como surgiu a Academia Des-portiva e Associativa de Coru-che (ADAC)?

Luís Dias (LD) – A ADACsurgiu porque os encarregadosde educação dos alunos infantise escolas, das equipas de Fute-bol do Desporto Escolar do Agru-pamento Educor, acharam quesó um novo clube tinha condi-ções para negociar e celebrarprotocolos e contratos-progra-ma com outras entidades, paraque se pudesse ter acesso aapoios financeiros, a que oAgrupamento, por razões legais,está impedido de aceder.

JC – Qual o objectivo destaAcademia?

LD – O objectivo da ADACé ter a funcionar a partir de Se-tembro, uma Escola de Futebol,para crianças dos 5 aos 14 anos.

Essa escola de Futebol iráfuncionar no Estádio Municipalde Coruche, em dois dias porsemana, em horário pós-lectivo.

JC – Existe algum campe-onato específico?

LD – Não. A competição quevamos oferecer aos alunos daAcademia, são competições nãofederadas, e que passam pela rea-

lização e participação em encon-tros e torneios com escolas defutebol, clubes etc., nas modali-dades de Futebol de 3, Futebolde 5 e Futebol de 7.

JC – Existem vários esca-lões?

LD – Neste momento aindanão há actividade. A partir deSetembro a Escola de Futebolvai funcionar com turmas tendoem conta a idade dos alunos etambém os horários escolaresdos mesmos.

JC – Que apoios têm?LD – Vamos candidatar-nos

aos apoios ao Associativismo,

negociando um contrato-progra-ma com a Câmara Municipal, evamos negociar apoios com ou-tras entidades públicas e priva-das.

JC – AAcademia conta como apoio e colaboração dos paisdos atletas?

LD – Os titulares dos órgãossociais já eleitos são todos en-carregados de educação de alu-nos. Todo o trabalho será reali-zado pelos encarregados de edu-cação.Apenas os técnicos con-tratados para trabalhar com asturmas, poderão não ser encar-regados de educação de alunos.

JC – Caso um aluno mudede escola, poderá continuarcomo atleta da Academia?

LD – A ADAC é um clubeque não tem a ver com nenhumestabelecimento de ensino doconcelho, se bem que a activida-

de vem na sequência das activi-dades da equipa de futebol daEscola Dr. Armando Lizardo.

No próximo ano lectivo, osalunos que quiserem integrar asequipas do Desporto Escolarpoderão fazê-lo naturalmente, eos alunos que queiram inscre-ver-se na Academia podem fa-zê-lo, independentemente doestabelecimento de ensino quefrequentem.

JC – Qual o modelo de fun-cionamento da Escola de Fute-bol da Academia?

LD – As crianças interes-sadas farão uma inscrição comosócio-atleta da ADAC, e paga-rão uma quota mensal que lhesdará direito a participar nas ses-sões de ensino-aprendizagem dofutebol. Todos os técnicos dasturmas terão formação na áreada Educação Física e (ou) Fute-

bol. Para cada turma existirá umprograma a trabalhar ao longodo ano. Esse programa será ela-borado pelo Coordenador Té-cnico da Escola de Futebol.

Pretendemos, através da prá-tica desportiva, contribuir para aformação integral das crianças,trabalhando numa lógica deformação individual e não numalógica de formação de equipas,o que é muito facilitado pelo

tipo de competições em que ire-mos participar.

JC – Como se pode ter maisinformação sobre a Academia?

LD – Contactando com osresponsáveis no Estádio Muni-cipal às 2.ª e 5.ª feiras das 17h00às 18h30, ou consultando o site:Adc.selfip.net

____José António Martins

Fotos: Pedro Boiça António Pereira

CCoorruucchhee jjáá tteemm AAccaaddeemmiiaa DDeessppoorrttiivvaa

PrProfessorofessor Luis Dias entrLuis Dias entrega prémioega prémio

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Acreditando cada vezmais na evolução daciência de forma a que

toda a doença oncológica venhaa ter cura e, é acreditando quevale a pena lutar por viver eviver com dignidade que um pe-queno grupo de pessoas, algu-mas “verdadeiros heróis”, teve aousadia de poder transformar-senum grande grupo de referênciacomo uma mais valia no Apoioao Cidadão portador de DoençaOncológica e seus familiarespelo que se tem debatido pelacriação de uma associação emCoruche a que deram o nome de“ENCOSTATAMIM”.

Enquanto aguarda pela sualegalização, o grupo foi desafia-do por um amante do golfe, An-tónio Germano de Oliveira, coru-chense de gema e residente hávinte quatro anos no Canadá e apassar férias em Coruche, aorganizar o 1.º Torneio de GolfeENCOSTATAMIM que teve lu-gar em Santo Estêvão, no dia 18de Maio, com vista à angariaçãode fundos.

O torneio decorreu em climade franca camaradagem e foium sucesso resultando na parti-cipação de quarenta e nove jo-gadores, cinco do sexo feminino,pelo que a ENCOSTATAMIMagradece a sua participação assimcomo dos patrocínios de CÂMA-RA MUNICIPAL DE CORUCHE,CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS,CAIXA DE CRÉDITO AGRÍ-COLA MÚTUO DE CORUCHE,FIDELIDADE MUNDIAL DESEGUROS, SITACO, CABRA-CEGA, CANTAR DE GALO,IMPER-REGAS Lda., PASTELA-RIA A FORJA, TAVARTÊXTEIS,Lda., CUBATA, SEGUROS COE-LHO e FERREIRAUTO.

Um Bem-Haja muito espe-cial para Luís Catarino, directordo GreenClub, que desde a pri-meira hora acarinhou esta nobrecausa pondo à disposição todocomplexo turístico e desportivopara além do grande entusiasmoe elegância com que soube rece-ber os participantes no torneioassim como todos os convida-dos que nos honraram com a suapresença. ENCOSTATAMIMagradece ainda ao golfista JoséPinheiro que teve a gentileza deoferecer o BarCamp para delíciados jogadores e convidados.

Ao José Maria Bento, ummuito obrigada pela oferta deum quadro a óleo para sorteardurante o almoço e ao Paulo Pin-to um outro obrigada pelo logó-tipo da associação, pelas cami-solas e pelos pins.

E, por que os últimos são osprimeiros, um destaque muitoespecial para o conterrâneo An-tónio Oliveira (na foto acima),Tony para os amigos, um Mundocheio de coisas boas e que a ener-gia e a alegria que o caracterizamfloresça e seja semente para umMundo Melhor.Obrigada Tonye até ao 2.° Torneio de Golfe doENCOSTATAMIM!

____Ana Flausino – ENCOSTATAMIM

Fotos: José António MartinsAntónio Pereira

O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200842

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1.º Torneio de GolfeENCOSTATAMIM

MembrMembros da os da Associação ENCOSTAssociação ENCOSTAATTAMIMAMIM

António Oliveira e Luís CatarinoAntónio Oliveira e Luís Catarinona entrna entrega de um trega de um trofeuofeu

José Maria BentoJosé Maria Bento

António Pereira num perfeito swing

Manuel Alves dos Santos

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 2008 43

Preparação

• Demolhe as ameixas em água durante a noite. No dia seguinte, lave o rabo detouro e coloque-o numa panela com água fria, a cebola e uma colher de chá desal. Deixe cozer durante cerca de uma hora, escumando mais do que uma vez.Depois despeje a água, escorrendo bem. Enxugue os pedaços do rabo de touro,tempere com sal e pimenta e envolva em farinha. Aqueça o azeite numa panelade estufar e frite bem a carne. Retire da panela e reserve. Na mesma gordura, friteo presunto, as cebolas picadas, o alho e as cenouras. Acrescente as ervas aromáti-cas, a canela e a noz-moscada e regue com o vinho. Deite então água suficientepara cobrir todos os ingredientes e deixe cozer em lume brando mais de 1 hora.Pouco antes do final do tempo de cozedura, misture as ameixas e tempere de sale pimenta a gosto.

220000 gg ddee aammeeiixxaass sseeccaass sseemm ccaarrooççoo11 kkgg ddee rraabboo ddee ttoouurroo ccoorrttaaddoo aaooss ppeeddaaççooss11 cceebboollaa eemm qquuee ffoorraamm eessppeettaaddooss 11 ffoollhhaa ddee lloouurroo ee 22 ccrraavviinnhhoossSSaall ee ppiimmeennttaaFFaarriinnhhaa ppaarraa eennvvoollvveerr11//88 ll ddee aazzeeiittee112255 gg ddee ttoouucciinnhhoo eennttrreemmeeaaddoo ccoorrttaaddoo eemm ccuubbooss22 cceebboollaass ppiiccaaddaass

33 ddeenntteess ddee aallhhoo ppiiccaaddooss22 cceennoouurraass ccoorrttaaddaass ààss rrooddeellaass11 rraammiinnhhoo ddee ttoommiillhhoo,, 11 rraammiinnhhoo ddee oorreeggããooss ee 11 ppéé ddee ssaallssaa11 ppiittaaddaa ddee ccaanneellaa11 ppiittaaddaa ddee nnoozz mmoossccaaddaa mmooííddaa¼¼ ll ddee vviinnhhoo bbrraannccoo5500 gg ddee ppiinnhhõõeess

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DO PRADO AO PRATO

O HHACCP!

É com alguma tristeza queme apercebo do atropelamen-to que existe nos dias que cor-rem acerca de temas tão sérioscomo a Segurança Alimentare o tão famoso HACCP!!

O HACCP (Hazard AnalyseCritical Control Points) não émais do que um sistema criadopara produzirmos, armazenar-mos e distribuirmos géneros ali-mentícios seguros, aptos paraconsumo. Mas antes de identifi-carmos Perigos, temos de im-plementar um bom sistema dePré-Requisitos.

As nossas indústrias, os nos-sos estabelecimentos comerciaisda área alimentar, não funcio-nam se não definirem planos dehigiene adequados á sua reali-

dade, medidas de controlos detemperaturas, se não se preocu-parem com a erradicação depragas, se não monitorizarem osseus equipamentos… E quandopensamos nos funcionários!Essa é talvez a vertente maisdifícil de lidar, a mais incon-stante dentro de uma empresa.Um manipulador de alimentos

tem de receber formação para atarefa que lhe está incumbida.Além da Formação ser um re-quisito legal, ou seja segundo oReg.852 é mesmo obrigatório, éuma mais valia para uma em-presa.

Queridos empresários in-vistam na formação, incen-tivem, estimulem a aprendiza-

gem pois assim terão funcio-nários mais competentes!

Já lá vai o tempo em quequalquer vão de escada serviapara vender comes e bebes. Já lávai o tempo em que não haviacâmaras frigoríficas nos talhos,já pensaram bem nisto?!!

A nossa sociedade está aevoluir, o nosso consumidorestá cada vez mais exigente. Euquero e exijo que lavem as mãosantes de me fazerem uma san-des, sou eu que a vou comer esou eu que estou a pagar! É esteo sentimento que paira, os olhossão cada vez mais atentos… Avergonha muitas vezes leva amudanças de comportamen-tos… E acreditem, existem mui-tos comportamentos para mu-dar! Sendo assim urge falar detemas mais simples e básicos

antes de nos embrenharmospelo HACCP propriamente dito.A lista abaixo são todos os Pré--Requisitos com que uma em-presa se deve preocupar.

– Higiene Pessoal– Higiene de Equipamentos,

Instalações e Utensílios– Manutenção Preventiva de

Equipamentos– Avaliação de Fornecedores– Recepção de Matérias-

Primas– Armazenamento em Frio– Formação– Controlo de Pragas– Controlo de Resíduos– Controlo Analítico

Nos próximos artigos iremosabordar cada um destes temasem particular.

Até breve.

Mónica Tomaz *

* Médica veterinária

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O Jornal de Coruche • Ano 3 - Número 26 • Junho de 200844