Página Um - 2347 - Aniversário Castro

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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO O jornal que Campos Gerais lê CASTRO-PR, TERÇA-FEIRA, MARÇO DE 2013 * ANO XXIII * Nº 23

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Caderno Especial do Aniversário de 309 anos de Castro

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especial de aniversário

o jornal que campos Gerais lê

castro-pr, terça-feira, março de 2013 * ano XXiii * nº 23

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2 TERÇA-FEIRA,

19 DE MARÇO

DE 2013

EDITORIAL

O que acontece em dez anosComo será Castro daqui a dez anos? Como vai ser a

cara da cidade - que já tem 309 anos e que passa porprofundas transformações – em uma década? Antes: quaisestão sendo os desafios da atual administração municipalpara dar conta dessas questões? Em resposta a essas e aoutras perguntas, os secretários Marcos Bertolini, deGestão Pública e Planejamento e também vice-prefeito,e Jaime Pusch, de Desenvolvimento Urbano, além do pre-feito Reinaldo Cardoso, falaram com o Página Um e mos-traram ponto por ponto o que a atual gestão pensa parao município nesse período. Entre muitas perspectivas po-

sitivas, principalmente na arrecadação e crescimento domunicípio com instalação de grandes indústrias, há algu-mas preocupações que devem permear este governo. Navisão do prefeito Reinaldo, por exemplo, em dez anos Cas-tro será uma “cidade grande”, pois aos atuais 67.082habitantes – conforme o Censo 2010 do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE) – serão acresci-das entre 15 e 20 mil pessoas. O secretário Jaime Puschfaz uma observação preocupante. Segundo ele, Castroconta atualmente com cerca de três mil pessoas que vi-vem em situação de pobreza, ou seja, que vivem com até

metade de um salário mínimo por mês e que represen-tam 4,47% da população. A expectativa para mudar estarealidade é justamente o grande desafio apontado pelovice-prefeito Marcos Bertolini para os próximos anos:aumentar a renda do castrense. Enfim, são muitas as ‘pre-visões’, tanto promissoras quanto preocupantes. O quevai acontecer, só o tempo – e o empenho de sociedade epoder público – determinará. Mas, certamente daqui adez anos valerá a pena dar uma folheada nesta ediçãocomemorativa aos 309 anos de Castro para ver o que seconcretizou.

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CirculaçãoCastro, Carambeí, Tibagi, Palmeira,

Ponta Grossa, Piraí do Sul, Jaguariaíva,

Arapoti e Telêmaco Borba

ESPECIAL

309 ANOS

DE CASTROUma publicação exclusiva de

TOMBAMENTO DO CENTRO HISTÓRICO

Secretaria de Cultura fará

reestudo de projetoHELCIO KOVALESKI

ESPECIAL PARA O PÁGINA UM

Ainda neste semestre, a SecretariaEstadual de Cultura (Seec) fará umreestudo do projeto de tombar 40 qua-dras no Centro de Castro para manteras características dos prédios antigos– a maioria deles utilizada como pon-tos comerciais. A informação é do pro-curador-geral do município, o advoga-do Ronie Cardoso Filho.

De acordo com Ronie, a região a serestudada pela Seec vai do entorno do rioIapó até a área dos hotéis, que é justa-mente a parte mais antiga de Castro. “Masé preciso lembrar que o estudo será ge-ral e não necessariamente inclui tomba-mento dos imóveis”, observa.

Para realizar esse estudo, a secre-taria deverá licitar uma empresa, quefará a avaliação dos imóveis históricos.“O estudo que foi feito há oito anosserá atualizado. A partir disso, a se-cretaria emitirá um parecer técnico parao Conselho Estadual do PatrimônioHistórico, que, por sua vez, fará a aná-lise do processo”, explica Ronie.

Mas, segundo Ronie, nada será fei-to sem consultar a população. “Umadas primeiras medidas da empresa lici-tada pela secretaria será realizar umaaudiência pública”, conta.

O projeto de tombamento do Cen-tro histórico de Castro está incluído no‘Programa de Aceleração do Cresci-

mento (PAC) das Cidades Históricas’,lançado em outubro de 2010 com ameta de preservar prédios e bens cul-turais e com previsão de recursos daordem de R$ 250 milhões ao ano paracidades que têm centros históricos ouestão em processo de tombamento.Além de Castro, outros cinco municí-pios paranaenses serão contemplados:Morretes, Lapa, Antonina, Guaratubae Paranaguá.

No caso de Castro, é bom lembrar

que, em 2004, a população saiu às ruaspara protestar contra a iniciativa do en-tão governo estadual (do agora senadorRoberto Requião, PMDB) de tombar 40quadras no Centro da cidade. À época, aPrefeitura pediu R$ 35,7 milhões aogoverno federal, mas estava previsto orecebimento de apenas R$ 12 milhões.O restante seria repassado nos três anosseguintes (2011, 2012 e 2013).

Conforme explica Ronie CardosoFilho, no entanto, nos editais de 2013,está previsto que somente Antonina re-ceberá dinheiro do PAC. “Castro nãoconseguiu verba porque ainda não con-ta com a documentação necessária”,afirma.

João Paulo Cobbe

REGIÃO a ser estudada vai do entorno

do rio Iapó até a área dos hotéis

ESPECIAL

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HELCIO KOVALESKI

ESPECIAL PARA O PÁGINA UM

A questão se repete. Ostropeiros que passavam pelamicrorregião que hoje é chama-da de Campos Gerais, mais pre-cisamente às margens do rioIapó, no vau tão caro à boa aco-lhida dos animais da tropa quevinham da cidade gaúcha deViamão com destino à paulistaSorocaba, ainda nos longínquosprimeiros anos de 1700, nemimaginavam que aquele territó-rio fosse um dia transformar-seem um local promissor pela ex-celência de uma economia forte,baseada predominantemente nosfrutos da terra. E, muito tempodepois, na potencialização des-ses frutos, denominada tecnica-mente de ‘industrialização’ –cumprindo, assim, a cadeia coma qual toda cidade baseada naagropecuária sonha contar.

Mais do que um verbete in-dicando algo prometido, a seconcretizar, a palavra ‘promis-sor’, meio a contragosto, ainda

Prefeito e

secretários

avaliam como

será a cidade

em dez anos

teima em constar do dicionáriodo município de Castro. Ocor-re que tal palavra não define enem ao menos fecha a questãosobre o ponto principal, prova-velmente formulada na cabeça demilhares de castrenses: masquando é que a cidade deixaráde ser apenas promissora – devez, assim, para se esquecerdessa palavra?

Bem, se exatamente há umano essa prerrogativa ainda seconfigurava em uma, digamos,quimera, neste momento em quea cidade comemora seus 309anos (a partir da data em que

VISTA AÉREA DE CASTRO: o que esperar da cidade na próxima década é pergunta frequente

João Paulo Cobbe

A UM PASSO DO FUTURO

“Todas asavaliaçõesconvergempara umnovodesenhoda cidade

prefeito Reinaldo Cardoso(PPS) e dois secretários muni-cipais – Marcos Bertolini(PDT), de Gestão Pública ePlanejamento, e também vice-prefeito, e Jaime Pusch, de De-senvolvimento Urbano – paraum exercício de purafuturologia. A pergunta aos trêsfoi: ‘Como será Castro daqui adez anos?’ – com base nos con-tornos que estão começando aser desenhados sob o impactodo início da construção dabiorrefinaria da Cargill AgrícolaS/A; da Evonik Industries, a pri-meira empresa-satélite do com-

plexo; e do frigorífico de abatede suínos da Castrolanda Coo-perativa Agroindustrial Ltda. (emparceria com a Capal de Arapoti,e a Batavo, de Carambeí), to-das alinhavadas durante a ges-tão anterior. E da expansão deoutras empresas locais.

Em resumo, todas as avalia-ções convergem para um novodesenho da cidade – nãoobstante os inúmeros desafiosde se quebrar os ovos para fa-zer a omelete. Senão por me-nos, porque os três entrevista-dos concordam com o fato deque, se não houver uma mudan-

Da Vila Nova à ‘nova Castro’

foi feito o primeiro pedido de co-lonização, conforme iniciativa daCoroa Portuguesa, pelo capi-tão-mor Pedro Taques deAlmeida e sua família, em 19 demarço de 1704), a palavra ‘pro-missor’ começa, concretamen-te, a fazer sentido. Os motivos?Inúmeros. E eles são principal-mente socioeconômicos. Earquitetônicos, uma vez queCastro faz parte de um rol deseis municípios paranaenses in-cluídos no ‘Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC)das Cidades Históricas’.

O Página Um convidou o

ça de hábito ou mesmo de con-ceito, a transformação tão es-perada da cidade corre o sériorisco de se tornar apenas cos-mética.

Seria o caso de arriscar atémesmo uma nomenclatura: de‘Comarca da Vila Nova de Cas-tro’ – nome sacramentado pelalei provincial nº 02, de julho de1854 – para ‘Nova Castro’,bem aquela que possivelmentesurgirá em 2023. Esse nome,aliás, coincide com o de um pro-jeto conjunto da Prefeitura e dainiciativa privada que prevê aconstrução de nada menos quemil casas em uma área de 200alqueires, beneficiando, em umprimeiro momento, cerca dequatro mil pessoas.

Só para lembrar. Até 2023,o Brasil já terá passado pelaCopa do Mundo de 2014 (sefor com vitória, tanto melhor),pelas Olimpíadas de 2016, noRio de Janeiro (se for com aconquista de medalhas, tantomelhor); e pelas eleições geraisde 2014, 2018 e 2022 e mu-nicipais de 2016 e 2020.

Nesse contexto, umaperguntinha vem bem a calhar:até 2023, o time de futsal doCaramuru Esporte Castro serácampeão brasileiro? É esperarpara ver. E planejar, a se consi-derar a visão da atual gestãomunicipal.

ESPECIALTERÇA-FEIRA,

19 DE MARÇO

DE 2013

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Divulgação / João Paulo Cobbe

EM POUCO TEMPO

município. E contou que já fo-ram realizadas várias reuniõescom a equipe da Prefeitura e que,na sequência, o projeto será apre-sentado aos vereadores. “Que-remos urbanizar ordenadamen-te, fazer uma cidade planejada”,disse.

Na ‘Nova Castro’, deverãoser construídos imóveisresidenciais e comerciais, umcentro de eventos (com quatrosalões e uma praça), um hotelcom capacidade para 210 quar-tos e um condomínio fechado“de alto padrão”. “Inclusive, tem20 alqueires [destinados] parao [programa federal] MinhaCasa, Minha Vida, cuja área,num prazo de dois a três me-ses, será desmembrada”, obser-vou Arata.

Segundo o empresário, aprevisão é de que em um prazode três meses sejam iniciadosos trabalhos nesses 20alqueires, localizados próximosà Associação Atlética Banco do

Castro será uma cidade grande

Reinaldo. “Mas, sem dúvida,será uma cidade grande comqualidade de vida”, prevê.

Reinaldo se refere ao proje-to intitulado ‘Nova Castro’ queserá desenvolvido pela Prefeitu-ra em parceria com a iniciativaprivada – mais precisamentecom o empresário Arata Hara,

Na visão do prefeitoReinaldo Cardoso (PPS), emdez anos Castro será uma “ci-dade grande”. Isso porque, nes-se período, aos atuais 67.082habitantes – conforme o Censo2010 do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE)– serão acrescidas entre 15 e20 mil pessoas.

“No entanto, o projeto deuma ‘nova Castro’, mais moder-nizada, vai depender muito deplanejamento e de um cresci-mento coordenado. Será algodifícil de implantar se não semudar os conceitos”, observa

Projeto

conta com

a parceria

da iniciativa

privada

Brasil (AABB), “no sentido quevai para Terra Nova”. “Daí, eucomeço, logo em seguida, aimplantação do condomínio.Depois, do centro de eventos edo hotel. Lá na frente, com osmódulos, vamos desenvolvendoa nova cidade de Castro, inclu-sive com uma área destinada aum ‘centro cívico’ e um centrouniversitário”, relatou.

“Vai ser a primeira cidadeplanejada dos Campos Gerais”,garante Reinaldo Cardoso. Deacordo com ele, a contrapartidada Prefeitura será fornecer todaa infraestrutura necessária parao projeto sair do papel, comreadequações em fundos devale “e a necessária mudançana malha urbana”.

Conforme explicou Arata, oempreendimento, claro, estásendo impulsionado pelo atu-al ciclo de transformações peloqual a cidade está passando.“Um segue o outro, não é? Porisso que estamos trazendo

todo esse projeto para a câ-mara aprovar e deixar tudodentro da lei. Eu seria irres-ponsável se loteasse tudo, ga-nhasse dinheiro e fosse embo-ra. Não é isso que queremos.Queremos, sim, uma nova ci-dade de Castro, planejada”,afirmou. “Me aguardem, quevai ser um negócio show”,garantiu.

um dos ex-proprietários, junta-mente com a família Yamamoto,do terreno onde está sendoconstruída a biorrefinaria daCargill Agrícola S/A, na regiãodo Cruzo. A ideia é, em um pri-meiro momento, construir milcasas, beneficiando, assim, per-to de quatro mil pessoas.

Em entrevista ao Página Umem 26 de fevereiro, Arata expli-cou que se trata de duas fazen-das. “Uma, o Capão Alto, quevirou distrito industrial [TetsuoYamamoto, justamente onde estásendo construído o complexo daCargill], e a outra é a Cantagalo,onde a cidade chegou ao limite,no nosso muro”, afirmou, lem-brando que o projeto começou aser engendrado ainda ao tempoda gestão anterior, do ex-prefei-to Moacyr Elias Fadel Junior(PMDB). “Foi numa das con-versas com o prefeito anterior etambém com o [atual] prefeitoReinaldo [Cardoso, PPS], resol-vemos fazer um plano junto coma Prefeitura de como desenvol-ver os 200 alqueires da fazendaCantagalo”, relatou. “Demorouum pouquinho para sair do pa-pel, e resolvermos chamar de‘Nova Castro’”, completou.

O empresário lembrou tam-bém que esse tamanho de áreacorresponde a dois terços do

Três mil estão em

situação de pobrezaHELCIO KOVALESKI

ESPECIAL PARA O PÁGINA UM

Mesmo fazendo parte do pri-meiro escalão da atual administra-ção municipal, que é quem assu-miu a função mesma de dar o pon-tapé inicial efetivo da transforma-ção pela qual a cidade está come-çando a passar, o secretário de De-senvolvimento Urbano, JaimePusch, tem uma visão um tantoquanto contundente dos desafiosde, na prática, segurar o touro aunha. “A Cargill [Agrícola S/A] émuito bem-vinda, mas o que vem areboque?”, questiona ele, na lata.

A primeira observação feita porPusch, na entrevista que concedeuao Página Um na tarde de terça-feira (12), é de que, do total de67.082 habitantes, conforme oCenso 2010 do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística(IBGE), Castro conta atualmentecom cerca de três mil pessoas quevivem em situação de pobreza. Tro-cando em miúdos, são pessoas quesobrevivem com até metade de umsalário mínimo por mês e que re-presentam 4,47% da população.Sem dúvida, um índice expressivoe, por isso mesmo, alarmante.

Qual a origem dessa situação?É o próprio Pusch quem explica.“Castro vem sofrendo uma série depressões na sua tessitura urbanadecorrente de impactos progressi-vos e alguns até mesmo instantâne-os. São problemas seriíssimos deocupação territorial ocasionadamuitas vezes por certa ‘flacidez’ dopoder público. Resultado: a cria-ção de bolsões de pobreza”, afir-ma. “Ou seja, é mais de um resga-te de um passivo do que melhoriade qualidade. Estamos trabalhan-do no vermelho”, completa.

Mas Pusch enumera outros pro-blemas atuais da cidade, como, porexemplo, na área de mobilidadeurbana. Segundo ele, nos últimos20 anos, a frota de veículos na ci-dade subiu de 12 mil para 24 mil.“Tudo isso em decorrência dos in-centivos proporcionados à indús-tria automobilística”, observa. “Éa tão propalada ascensão da clas-se C. Acontece que não temos ci-dade suficiente para isso, e a

consequência disso é oadensamento do município”, pon-dera.

“Me preocupa muito a ques-tão estrutural da cidade, que nãoestá preparada para todo esse im-pacto que hoje a ameaça”, dizPusch, que lembra que a cidade“não tem solo suficiente para en-frentar a demanda habitacional”.“E o custo é extremamente onero-so para o orçamento do município,que gasta muito com folha de pa-gamento e acaba tendo muito pou-co investimento”, afirma. “Agora,o impacto que vai causar tudo isso,só Deus sabe. O fato é que, hoje,estamos com um passivo muitogrande na área habitacional”,enfatiza.

Segundo Pusch, a cidade pre-cisa passar por um processo de“universitarização”. “Mas não sócom títulos, e sim de aportetecnológico. Por outro lado, eu vejoque o município tem umapotencialidade belga, mas com ren-da de Haiti”, afirma.

‘Messianismo’Na avaliação de Jaime Pusch,

os novos investimentos que estãoaportando no município podemmelhorar o circuito econômico, masele lembra que todo o processo vaidemandar muitos outros serviços, ecom qualidade sempre crescente.Ele aponta ainda para uma ques-tão cultural que, de resto, não éprivilégio de quem vive em Castro.“Ainda existe uma dependência, umhábito por parte das pessoas deachar que o governo tem que resol-ver as coisas. Uma espécie de‘messianismo’ no qual não se pro-move o cidadão, que passa a so-mente esperar. Nesse quadro, émuito difícil trazê-lo para a cidada-nia. Se alguém reclama que o trân-sito está parado é porque, em suma,o seu carro está no trânsito. Seráque o poder público tem que resol-ver tudo?”, questiona. “Daqui a dezanos, dobrarão os problemas. Masserá que estarão dobradas tambémas soluções? Educação e saúde, porexemplo, é dever de todos, mascomo resolver isso?”, complementa.

Isto posto, Pusch vai direto aoponto: para ele, um dos maioresproblemas a serem enfrentados

será a resistência do castrense eminserir-se no processo de transfor-mação pelo qual a cidade está pas-sando. “E isso vale para todo bra-sileiro; ele tem que se automudar.E, para isso, são necessários ta-lento e conhecimento”, assegura.

‘Cosmopolitismo caipira’Pusch vai mais fundo na análi-

se e observa que Castro já foi ummunicípio industrial, mais precisa-mente na virada dos séculos 19 e20. De acordo com ele, era umaindústria mais ligada aoextrativismo. “A cidade já teve fá-brica de cerveja, teatro, movimen-to de música. Antes da vinda doscolonos poloneses, não se fabrica-va pão em Castro. E foi somentecom outros colonos, os holandeses,na década de 1950, que o municí-pio retomou a sua opção agrícola.E, agora, está sendo retomada aindústria com base naagropecuária”, conta.

“Nesse sentido, como pegaruma população com hábitos cultu-rais arraigados e mudar isso? Nãoexiste mais processo revolucioná-rio”, afirma Pusch, lembrando queo que existe em Castro, hoje, é umaespécie de “liberalismo conserva-dor”, diz ele, que segue destacan-do que a atividade característica dosholandeses não é a agropecuária,“mas sim o comércio”. “A Repúbli-ca de Amsterdam tem como marcao comercio internacional. Então, nocaso da agropecuária, o foco é oagronegócio. Eles são comerciantespor tradição, até pela característi-ca do seu país. E esses aspectossão mais visíveis na terceira gera-ção dos holandeses que se estabe-leceram em Castro”, diz.

Resumindo tudo, Jaime Puscharremata dizendo uma frase quemostra bem a sua já proverbialverve: “Estamos entrando nocosmopolitismo. Mas é um cosmo-polita caipira, sui generis. Um cai-pira com internet”. Pelo sim, pelonão, ele faz uma ponderação. “Nãoestamos aqui para construir civili-zação, mas utopias. Ao mesmo tem-po, temos que pensar no que sejamelhor para a cidade. Não dá parasonhar pequeno e tampouco conti-nuar sendo pobres emcriatividade”, afirma.

PREFEITO Reinaldo Cardoso: “A primeiracidade planejada dos Campos Gerais”

Catro sofreu pressão

do ‘Vale do Ribeira’O secretário de Desenvolvi-

mento Urbano de Castro, Jai-me Pusch, conta que, em umprazo entre dez e 20 anos, omunicípio sofreu uma pressãodas cidades do Vale do Ribei-ra, cortado pelas rodovias PR-092 e PR-090 (a Estrada doCerne) e localizado entre a re-gião dos Campos Gerais e aRegião Metropolitana deCuritiba (RMC). Segundo ele,trata-se de uma região “eter-namente decadente e da qualCastro recebe “muita migração”de pessoas.

“Eu me lembro uma vez emque a Cohapar [Companhia de

Habitação do Paraná] foi fazerum conjunto habitacional emCerro Azul com base em umapesquisa de demandahabitacional. Constatou-se quea cidade precisava só de 25 ca-sas. Construíram as casas, mas17 ficaram desocupadas, por-que, até ficarem prontas, o povojá tinha ido embora”, relata osecretário. “Até hoje, o Vale daRibeira está perdendo popula-ção, que está indo para Curitibaou vindo para os Campos Ge-rais, habitando as periferias dascidades de porte médio, comoé o caso de Castro”, afirma, fa-zendo uma previsão: “Depois

de 20 anos, Castro terá pertode 100 mil habitantes”.

Pusch lembra ainda que,entre as décadas de 1980 e1990, Castro registrava umamédia de crescimento censitárioda ordem de 29%, uma dasmais altas do país. “Exatamen-te o mesmo índice era registra-da em cidades do Vale do Ri-beira, só que de decréscimo”,diz. Segundo ele, dois terços domunicípio de Castro estão loca-lizados na região dos CamposGerais e o outro um terço, noVale do Ribeira, mais exatamen-te o distrito do Socavão e partedo distrito do Abapan.

Município terá plano

de ‘remanejamento’A Prefeitura de Castro irá

desenvolver um ‘plano deremanejamento dos bens públi-cos’. É o que conta o secretáriode Desenvolvimento Urbano, Jai-me Pusch. De acordo com ele,primeiro será feita uma auditagemtécnica em cada um dos bens pú-blicos quanto à adequação de usoe ao estado de conservação, pro-gramada ainda para este ano.Depois, será realizado um ‘pla-no de manutenção e manejo’.

“Tudo será avaliado. Porexemplo, vale a pena recuperaro matadouro municipal? Talveznão. Isso não é mais atividadepública, e sim privada”, diz Pusch.

A preocupação da Prefeituraé com relação aos chamados ‘va-zios urbanos’ – “qualquer áreaque esteja fora do que já está as-sentado”, na explicação de Pusch.Ele lembra que Castro é cortadano sentido norte-sul por quatrodivisões: rodovia PR-151, ribei-rão Maracanã, ferrovia e ribei-rão São Cristóvão.

Já no sentido leste-oeste, a ci-dade é cortada pelo rio Iapó, “com

sobra em uma faixa de explosãona região sul”. “E o que era umtraço de união, hoje se tornou umdivisor: o Contorno Sul, que estásendo tratado como rodovia”, ob-serva o secretário. “Pergunte para[o município de] Ventania se gos-ta de ter uma rodovia cortando acidade, guardadas as devidas pro-porções?”, questiona ele, em re-ferência à rodovia BR-153, aTransbrasiliana.

‘Arquipélago’Na avaliação de Jaime Pusch,

Castro é uma cidade dividida,“quase um arquipélago”, e com oque ele chama de um “movimen-to pendular de lado a lado muitogrande”, em termos de migraçãode um espaço para outro dentroda cidade. “E nós vamos lutar ar-duamente para tentar harmoni-zar tudo isso”, diz.

No entanto, Pusch lembraque, por outro lado, Castro con-ta com algumas potencialidadesque são “ricas”, como o ribeirãoSão Cristóvão, “uma dádiva divi-na”. “É um trambolho? É. Inco-

moda? Sim. É insalubre? Sim.Mas tem potencial de transforma-ção para áreas aprazíveis no Cen-tro da cidade, como já fizeram,em uma primeira experiência, noParque Lacustre, como um pontode convergência para a popula-ção, em convivência com a áreapública”, afirma.

Na opinião de Pusch, issoabre para uma “leitura diferen-te” da cidade. “Castro é a terrado Agroleite [evento anual pro-movido pela Castrolanda Coope-rativa Agroindustrial Ltda.], maspor que não é a terra dos lagos,a terra dos parques?”, questio-na. Para o secretário, “por incrí-vel que pareça”, a obra públicaque mais marcou a história dasadministrações públicas de Cas-tro não foi hospital Anna FiorilloMenarim e nem os conjuntoshabitacionais, mas sim o ParqueLacustre. “E agora o prefeito[Reinaldo Cardoso, PPS] estáobstinado para expandir o par-que”, diz Pusch, em alusão ao pro-jeto do atual governo de criar tam-bém os parques lacustres II e III.

ARATA HARA: “Me aguar-dem, que vai ser um negócioshow”

TERÇA-FEIRA,

19 DE MARÇO

DE 2013

ESPECIAL

TERÇA-FEIRA,

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REGIÃO onde será construído o empreendimento ‘Nova Castro’

ESPECIAL

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HELCIO KOVALESKI

ESPECIAL PARA O PÁGINA UM

Os bons números da safra

de milho 2011/2012 em Cas-

tro são apenas um dos motivos

pelos quais a Cargill Agrícola S/

A decidiu escolher Castro para

a instalação de uma biorrefinaria

– inédita no Brasil. Outros dois

motivos são a facilidade de aces-

so a grandes centros, como

Curitiba e São Paulo, e a fartura

de rios e riachos na região, o que

também viabiliza logisticamente

o empreendimento.

Após uma briga meio no bra-

ço que durou cinco meses e na

Unidade deve

gerar 800

empregos

diretos e

indiretos

qual Castro teve de disputar com

cidades pesos-pesados do

Paraná, como Ponta Grossa,

Guarapuava, Londrina e Maringá,

e também de outros Estados

NOVA FÁBRICA vai aumentar em 30% capacidade de de moagem de milho da Cargill para a América Latina

João Paulo Cobbe

INVESTIMENTO DE R$ 350 MILHÕES

programa ‘Paraná Competitivo’ –

finalmente foi assinado em 5 de

agosto do ano passado, no

Memorial da Imigração Holande-

sa – Moinho da Castrolanda.

(Mato Grosso e Goiás), o proto-

colo de intenções entre o municí-

pio, a empresa e o governo do

Estado – aliado fundamental, que

garantiu incentivos fiscais pelo

Cargill é o carro-chefe do futuro

A biorrefinaria que Cargill

está construindo em Castro – e

cuja inauguração está prevista

para agosto deste ano – vai pro-

cessar o milho para obtenção de

xarope de glucose, maltose, ami-

dos naturais e amidos modifica-

dos, além de óleo, massa e

dextrose – de onde sairão vários

tipos de açúcares. A unidade será

uma espécie de ‘âncora’ em tor-

no da qual também se instalarão

até cinco outras empresas –

como é o caso da Evonik

Industries, que também já iniciou

a construção da sua unidade.

O investimento total da

Cargill em Castro somará R$

350 milhões. A planta deve ge-

rar 800 empregos – 200 dire-

tos e 600 indiretos. A nova fá-

brica vai aumentar em 30% a

capacidade de moagem de mi-

lho da Cargill para a América do

Sul. A capacidade inicial dessa

moagem deverá ser de 800 to-

neladas por dia. No futuro, essa

capacidade deverá aumentar

para 3,2 mil t/dia. Já quanto à

produção inicial, a previsão é de

220 mil t/ano, e a produção

futura, 880 mil t/ano.

Biorrefinaria faz parte da terceira

fase de industrialização de CastroNa avaliação do empresário

Paulo Bertolini, diretor comercial

da Calpar Calcário Agrícola, a

vinda da Cargill para Castro faz

parte da terceira fase do proces-

so de industrialização do muni-

cípio.

A primeira, segundo ele,

aconteceu entre 1880 e 1890,

com a vinda do imigrante austrí-

aco Bernardo Pusch, que cons-

truiu aqui uma fábrica de emba-

lagens de madeira. Naturalizado

brasileiro, Pusch foi quem im-

plantou a iluminação pública em

Castro, além de também trazer

para a cidade o primeiro trator.

A segunda fase aconteceu

entre os anos 1950 e 1993,

período no qual o agora municí-

pio de Carambeí ainda era distri-

to de Castro. Nessa fase, Cas-

tro era o ‘município perfeito’,

porque seu ciclo econômico ia

desde a produção agrícola, pas-

sando pela produção de ração

que era dada a animais suínos e

aves e também a vacas leiteiras,

e pela industrialização de produ-

tos agroindustriais e chegava até

ao envasamento dos produtos

em embalagens. “Ou seja, tudo

era produzido por empresas ge-

nuinamente castrenses e entre-

gávamos os produtos já embala-

dos, por exemplo, na Avenida

Paulista [em São Paulo, SP] ou

na Avenida [Nossa Senhora de]

Copacabana [no Rio de Janeiro,

RJ]”, diz Bertolini. “Mas, com a

emancipação de Carambeí, em

1993, tudo isso foi tirado de

Castro, e o município virou pro-

dutor somente de matéria-prima.

Sem contar que, na parte

assistencial, a cidade ficou sem

receita”, completa.

A terceira fase de industriali-

zação teve início em janeiro de

2008, com a implantação da

Unidade de Beneficiamento de

Leite (UBL) da Cooperativa

Agroindustrial Castrolanda, e se

completará, agora, com a insta-

lação da Cargill na cidade.

“Como o investimento é muito

grande [cerca de R$ 350 mi-

lhões], é enorme a possibilidade

de Castro recuperar integral-

mente um parque industrial equi-

valente ao que lhe foi tirado

quando Carambeí se emancipou.

Com a industrialização do milho

pela biorrefinaria da Cargill, essa

fase adquire um novo impulso”,

afirma Bertolini.

Central de Abastecimen-to (Ceasa) de São Paulo, ca-pital. Em meio à algaraviamuito comum desse tipo delugar – um entreposto dehortifrutigranjeiros presenteem muitos Estados brasileiros–, entre clientes, comprado-res, fornecedores e vendedo-res, chega alguém (pode serde qualquer parte do Brasil)a uma banca, aponta para umamontoado de abóboras deformato esférico e de cor ver-de-escuro e pergunta: “Estaabóbora cabotiá é de Cas-tro?”. “Sim”, responde o ven-dedor. “Então, eu vou levar”.E o comprador sai feliz da vida.

(Relato do produtor ru-ral castrense Adão Valenga aoPágina Um, em junho de2010)

Isto é Castro

PERFIL DO MUNICÍPIO DE CASTRO

ESPECIAL

Page 6: Página Um - 2347 - Aniversário Castro

Inova

7

HELCIO KOVALESKI

ESPECIAL PARA O PÁGINA UM

Na visão do vice-prefeito

Marcos Bertolini (PDT), que

acumula também o cargo de

secretário de Planejamento e

Gestão Pública, o grande de-

safio para os próximos anos é

de natureza socioeconômica:

aumentar a renda do castrense.

Mas ele aponta também para o

Preocupação

é garantir

crescimento

de forma

ordenada

que considera uma contradição:

um baixo índice de desempre-

go – hoje em torno de 4,5%.

“Pode parecer estranha

essa avaliação, mas esse índice

pode ser nocivo, já que atrai

muita gente de fora. Porém, de

outro lado, queremos que os

castrenses melhorem a sua ren-

da, num contexto de uma eco-

nomia mais ativa”, explica Mar-

cos, que concedeu entrevista ao

Página Um na terça-feira (12).

Para ele, um índice considera-

do ideal de desemprego talvez

fosse de 6%, “pois está prova-

do que índices muito baixos

provocam emigração de pesso-

as para cá”, situação na qual

aumentam as dificuldades mo-

radia, aumento populacional e

serviços públicos. “Isso gera

uma demanda para o municí-

pio que, em termos socioeconô-

micos, não é o que estamos

buscando. O que gostaríamos

é desenvolver isso para os

castrenses. Queremos que Cas-

tro cresça, mas para os

castrenses”, observa, admitin-

do que essa posição é uma es-

pécie de “bairrismo assumido”.

Marcos lembra que, no mo-

MARCOS BERTOLINI: bairrismo assumido

João P

aulo

Cobbe

PLANEJAMENTO

Um dos desafios é‘melhorar a renda’

mento, é difícil falar em metas

para os próximos anos pelo

simples motivo de que a atual

gestão encontra-se na fase de

construção dessas metas. Ele

conta que a etapa atual é a da

apresentação da Lei de Dire-

trizes Orçamentárias (LDO),

baseado no Plano Plurianual

(PPA) para os anos de 2014

a 2017, “que começa a ter a

perspectiva do município a mé-

dio e curto prazo”. “E, dentro

desta diretriz, a gestão públi-

ca está sendo enfatizada onde

entendemos que a própria ad-

ministração pública tem que

acompanhar, principalmente

pelo atual momento contradi-

tório de excesso de gastos com

pessoal, falta de pessoal em

diversas secretarias e baixa re-

muneração. Isso é extrema-

mente contraditório e desafia-

dor”, avalia.

De acordo com Marcos, o

limite prudencial 51% da fo-

lha de pagamento, conforme

preconiza a Lei de Responsa-

bilidade Fiscal (LRF), foi “es-

tourado” já no segundo

quadrimestre do ano passado,

ainda ao tempo da administra-

ção anterior, “o que nos trou-

xe algumas restrições legais”.

E, no fechamento do terceiro

quadrimestre de 2012, hou-

ve a extrapolação. “Hoje, por-

tanto, há a necessidade de di-

minuição desse índice, da re-

lação entre a receita total e a

despesa com pessoal. Pode

parecer pequeno, de menos

de 3,5%, mas é bastante sig-

nificativo, pois teríamos que

fazer crescer a receita em do-

bro”, expl ica. “Por outro

lado, a diminuição das despe-

sas depende muito dos repas-

ses dos governos federal e es-

tadual , responsáve is por

grande parte da receita. E o

que temos na mão para poder

corrigir isso é justamente a

essência do serviço público?

A remuneração do servidor”,

acrescenta.

Entre os desafios imedia-

tos da atual administração mu-

nicipal, Marcos cita o que ele

chama de “ordenamento legal”

para que o crescimento do mu-

nicípio se dê de forma orde-

nada. “Isso nos propicia um

crescimento com um pouco

menos de problema”, observa.

PIB DO AGRONEGÓCIO

O ‘23º do país’ e oprimeiro do Paraná

VALOR BRUTO DE PRODUÇÃO

Castro é segundo, de novoNovamente, e pela segunda vez

consecutiva, o município de Castroficou em segundo lugar no Paranáno Valor Bruto de Produção (VBP)2011, conforme levantamento di-vulgado pela Secretaria Estadualde Agricultura e Abastecimento(Seab) em mjulho de 2012. Comum total de R$ 956.165.054,73,Castro ficou somente atrás deToledo, que registrou em 2011 R$1.118.066.739.

O VBP é um índice defrequência anual, calculado combase na produção agrícola munici-pal e nos preços recebidos pelosprodutores paranaenses. Englobaprodutos da agricultura, pecuária,silvicultura, extrativismo vegetal,olericultura, fruticultura, de plan-tas aromáticas, medicinais e orna-mentais e pesca, entre outros.

ItensEntre os itens que mais con-

tribuíram para expressiva produ-ção agropecuária de Castro, em2011, em ordem decrescente, fo-ram: soja safra normal, 80 mil to-neladas e valor final de R$198,660 milhões; leite, 220 mi-lhões de litros, R$ 171,6 milhões;frango de corte, 4,294 milhões dekg, R$ 104,451 milhões; milhosafra normal, 24 mil t, R$ 92,440milhões; suínos-raça (para abate),117 mil kg, R$ 69,135 milhões;silagem de milho e/ou sorgo, 470mil t, R$ 35,767 milhões; trigo,

22,5 mil t, R$ 33,716 milhões;suínos com dois meses (leitão pararecria), 285 mil unidades, R$28,716 milhões; feijão da seca,oito mil t, R$ 24,973 milhões;batata da seca (lisa), 1,3 mil t,R$ 23,852 milhões; feijão daságuas, nove mil t, R$ 22,956 mi-lhões; batata das águas (lisa), 950t, R$ 11,637 milhões; madeira depinus em tora para serraria, 150mil m³, R$ 11,283 milhões; pinti-nhos de uma semana para corte,13 milhões de cabeças, R$ 9,1 mi-lhões; milho safrinha, 5,5 mil t,R$ 8,872 milhões; madeiras paralenha, 230 mil m³, R$ 7,373 mi-

lhões; esterco de suínos/bovinos,126,752 t, R$ 6,774 milhões;vaca (para corte), 4,66 mil kg,R$ 5,508 milhões; ovos de gali-nha fecundados, 1,1 milhão dedúzias, R$ 5,324 milhões; feno dealfafa, sete mil t, R$ 5,059 mi-lhões; feno ‘outros’, 18 mil t, R$4,745 milhões; madeiras em torapara serraria/eucalipto, 50 milm³, R$ 4,525 milhões; vaca (paracria), 3,336 mil cabeças, R$4,420 milhões; madeiras em torapara papel e celulose, 45 mil m³,R$ 2,320 milhões; e touro PO(reprodutor para gado de leite),510 cabeças, R$ 1,958 milhão.

Desde 2008, Castro e Toledose alternam na liderança

Desde pelo menos o levan-tamento do Valor Bruto de Pro-dução (VBP) de 2008, os mu-nicípios de Castro e Toledo vêmdisputam a liderança doranking. Naquele ano, Toledo,com uma produção total de R$1 bilhão, ficou à frente de Cas-tro, que registrou R$ 815,9 mi-lhões. No ano seguinte, no en-tanto, foi a vez de Castro figu-rar em primeiro lugar, com R$842,7 milhões; Toledo registrouum total de R$ 834 milhões.

Em 2010 e 2011, Toledopassou à frente de Castro. NoVBP 2010, Toledo registrou R$975,2 milhões e Castro, R$894,2 milhões; e, no VBP2011, Toledo apontou R$ 1,1bilhão e Castro, R$ 956,1 mi-lhões.

O valor do VBP 2011 deCastro significa um aumento de6,92% em relação ao VBP2010. Em relação ao VBP de2008, o aumento foi de17,18%.

Uma lista com os 100

maiores produtos internos

brutos (PIBs) do setor

agropecuário brasileiro, que

somam R$ 26,4 bilhões, fru-

to de um levantamento reali-

zado pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística

(IBGE) referente ao quadriê-

nio 2004-2008, coloca Cas-

tro em 23º lugar no país e em

primeiro lugar no Paraná.

Nesse período, o PIB do

Agronegócio de Castro somou

R$ 298,913 milhões.

Essa notícia foi divulgada

pelo Página Um em 17 de

dezembro de 2011. “Esse re-

sultado só confirma a posi-

ção e a importância da nossa

terra como um dos principais

municípios no agronegócio do

Paraná. E a informação, mui-

to embora seja do período de

2004 a 2008, vem num bom

momento. Mas é preciso lem-

brar que o estudo é por essa

metodologia adotada pelo

IBGE”, observou à época o

produtor rural Eduardo de

Medeiros Gomes, vice-presi-

dente do Sindicato Rural de

Castro.

TERÇA-FEIRA,

19 DE MARÇO

DE 2013

ESPECIAL

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