Painel - edição 246 - set.2015
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Empreendedorismo e inves� mento em novos produtos e tecnologias podem ser soluções
Saídas paraa crise HOMENAGEM
Os Profissionais do Ano AEAARP 2015
AGRONEGÓCIOConheça a história de Mombuca
EVENTOCobertura da 6ª Semana de Arquitetura
painelAno XVIII nº 246 setembro/ 2015
A E A A R P
Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Nos úl�mos dias, a cidade sofreu uma alteração: no centro da cidade, foram
pintadas no asfalto faixas específicas para os veículos do transporte público. Nelas,
só os ônibus devem trafegar. Sem entrar no mérito da decisão de priorizar o trans-
porte público, ainda que por meio de uma simples pintura, cabe refle�rmos sobre
a organização de nossa cidade e qual é a nossa responsabilidade diante disso, como
profissionais e cidadãos.
Tramita, ainda, na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, projeto de lei que trata
da mobilidade urbana. É, mais uma vez, o debate sobre o Plano Diretor. Esta revista
Painel já se dedicou ao tema inúmeras vezes nesses mais de 30 anos de existência. E,
ao que parece, não é o debate que não tem fim, é o problema que não acaba nunca.
O Jornal A Cidade publicou reportagem de capa sobre o Plano Diretor de 1945,
que foi matéria também na revista Painel bem antes, em outubro de 2011. Este
projeto previa a organização da cidade para comportar 400 mil habitantes, o que
veio a acontecer nos anos de 1990. Não adotar aquela organização – ou qualquer
outra proposta urbanís�ca que pudesse surgir – não foi crime. Devemos levar em
consideração que naquela época a cultura era diferente e o modo de pensar de
técnicos e polí�cos também. Para se ter ideia, o teatro foi demolido, apesar de ser
descrito como uma joia da arquitetura, atendendo ao clamor popular pela higie-
nização do centro.
A cidade, os governantes e os técnicos, por meio das en�dades de classe, en-
tretanto, não têm mais jus�fica�va plausível para permi�r que uma cidade como
Ribeirão Preto avance sem qualquer ordenamento. Desde a adoção do Estatuto das
Cidades, em 2001, a população tem o direito de par�cipar da elaboração do projeto.
A AEAARP, por meio do Fórum Permanente de Debates Ribeirão Preto do Futuro,
segue desempenhando o seu papel, que é o de provocar e fornecer subsídios para
o debate qualificado.
Hoje, temos o dever de projetar a cidade para as próximas gerações e o que se vê
é a movimentação polí�ca sobre um tema eminentemente técnico. Os profissionais
da prefeitura municipal que se dedicam a esse assunto têm grande experiência e
são comprovadamente capacitados para propor alterações ao Plano Diretor e fazer
valer as regras. A AEAARP pode colaborar neste sen�do. Porém, as posições técnicas
não podem ser atropeladas pela ingerência poli�ca e, desde 1945, é o que acontece
na cidade em se tratando desse tema.
Eng. civil Carlos AlencastrePresidente
Eng. civilCarlos Alencastre
Editorial
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente
Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente
Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho2º Vice-presidente
DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite
DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino
DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes SantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro
CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna
Conselheiros TitularesEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. civil Edgard CuryEng. civil Elpidio Faria JuniorArq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do AmaralEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoEng. elet. Hideo KumasakaEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoArq. Luiz Eduardo Siena MedeirosArq. e urb. Maria Teresa Pereira LimaEng. civil Ricardo Aparecido Debiagi
Conselheiros SuplentesEng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. Denizart BolonheziEng. civil Fernando Brant da Silva CarvalhoArq. e urb. Fernando de Souza FreireEng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro
CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARPEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves
REVISTA PAINELConselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres,eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto [email protected]
Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - [email protected]
Editora: Daniela Antunes – MTb 25679
Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044
Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]
Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também nãoexpressam, necessariamente, a opinião da revista.
Expediente
A S S O C I A Ç Ã ODE ENGENHARIAARQUITETURA EAGRONOMIA DERIBEIRÃO PRETO
Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
ÍndiceESPECIAL 05É preciso coragem e conhecimento
PRÊMIO 10Profissionais do Ano AEAARP 2015
AGRONEGÓCIO 14Avicultura e agricultura são carro-chefe em Mombuca
PESQUISA 17IAC mantém programa de melhoramento de macadâmia
ARQUITETURA 186ª Semana de Arquitetura
ARTIGO 22Florestas Urbanas ou Parques Ecológicos?
CREA-SP 23Responsabilidade técnica em elevadores e escadas rolantes
FOCO 24
SUSTENTABILIDADE 25Pesquisa revela mercado em ascensão
NOTAS E CURSOS 26
5
AEAARP
ESPECIAL
e conhecimentoA redução da oferta de vagas no mercado de trabalho pode
ser oportuna para começar o próprio negócio
É preciso coragem e
O Produto Interno Bruto (PIB) brasi-O Produto Interno Bruto (PIB) brasi-
leiro tem fortes alicerces nas a�vidadesleiro tem fortes alicerces nas a� vidades
desempenhadas por engenheiros, ar-desempenhadas por engenheiros, ar-
quitetos e agrônomos. Quando há arre-quitetos e agrônomos. Quando há arre-
fecimento na economia, queda no PIB efecimento na economia, queda no PIB e
paralização na indústria, o reflexo nesteparalização na indústria, o refl exo neste
mercado de trabalho é imediato.mercado de trabalho é imediato.
Nos úl�mos anos, análises davamNos úl� mos anos, análises davam
conta de que faltariam engenheirosconta de que faltariam engenheiros
para o desafio que a economia brasi-para o desafi o que a economia brasi-
leira enfrentaria. Contava-se em mi-leira enfrentaria. Contava-se em mi-
lhares as necessidades do mercado delhares as necessidades do mercado de
trabalho. Faltariam engenheiros paratrabalho. Faltariam engenheiros para
dar conta do desafio de crescimento dodar conta do desafi o de crescimento do
país. A crise econômica, alicerçada empaís. A crise econômica, alicerçada em
razões financeiras, fiscais e polí�cas,razões fi nanceiras, fi scais e polí� cas,
derrubaram quase todas essas avalia-derrubaram quase todas essas avalia-
ções.ções.
“A crise é sempre boa para pensar,“A crise é sempre boa para pensar,
coloca todo profissional em um circuitocoloca todo profi ssional em um circuito
de possibilidades, medo e inseguran-de possibilidades, medo e inseguran-
ças, mas também provoca mobilidade.ças, mas também provoca mobilidade.
Nesta fase, pensamos em outras possi-Nesta fase, pensamos em outras possi-
bilidades de ganhos, de complementosbilidades de ganhos, de complementos
ou aquisição de competências”, avalia aou aquisição de competências”, avalia a
consultora Danielle Moro, especialistaconsultora Danielle Moro, especialista
em gestão de carreiras e de pessoas.em gestão de carreiras e de pessoas.
De acordo com a empresa de recru-De acordo com a empresa de recru-
tamento Kelly Services, o momentotamento Kelly Services, o momento
atual não é exatamente de crise paraatual não é exatamente de crise para
algumas carreiras ligadas à engenharia.algumas carreiras ligadas à engenharia.
Há retração, mas não esgotamento deHá retração, mas não esgotamento de
oferta de trabalho.oferta de trabalho.
A engenharia civil, por exemplo, é aA engenharia civil, por exemplo, é a
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Revista Painel
carreira menos afetada. A análise da
consultoria conclui que, em São Paulo,
os contratos migram de grandes empre-
sas para pequenas construtoras. Nos ou-
tros estados da federação, o número de
profissionais disponíveis é bastante re-
duzido em relação ao mercado paulista.
A consultora Danielle vê também uma
movimentação de vagas dentro das em-
presas: saem os profissionais de nível
médio e ascendem os iniciantes. Se, por
um lado, significa redução de vagas no
mercado, por outro é a oportunidade
de recém-formados enfrentarem a res-
ponsabilidade de estarem à frente de
projetos e obras.
“Empresas tendem a fechar posições
e redistribuir a�vidades. Nesta fase,
muitos profissionais têm oportunidades
de conhecerem outras áreas, acumular
a�vidades, mas se deparam também
com mais estresse e dificuldade de ge-
renciamento de tempo”, explica.
Segundo o levantamento da Kelly
Services, pelo caráter inovador da a�-
vidade, a engenharia de computação é
carreira em ascensão. Já na engenharia
ambiental, o mercado é de baixa procu-
ra, justamente em razão da retração nos
inves�mentos. No ranking de remune-
ração preparado pela consultoria, a en-
genharia química aparece com melhor
desempenho. Em segundo lugar está a
engenharia mecânica, seguida pelas en-
genharias elétrica e eletrônica. Em se-
guida, ocupando a quarta posição, apa-
rece a campeã em vagas de trabalho,
a engenharia de computação, seguida
pelas engenharias civil e de produção.
EmpreendedorismoAs engenharias, a arquitetura e a agro-
nomia têm, em várias áreas, forte apelo
empreendedor. Para Danielle, esta ca-
racterís�ca, por si só, é insuficiente para
garan�r o sucesso do negócio. “É boa
opção desde que o profissional tenha
condição de gerir o seu negócio. Empre-
ender não é apenas abrir uma empresa
de produtos ou serviços, é saber geren-
ciar caixa, fazer projeções financeiras e
liderar pessoas. E, sobretudo, estar pre-
parado para aumentar a carga de traba-
lho”, explica.
O Serviço de Apoio à Micro e Peque-
na Empresa (SEBRAE), tem importante
por�ólio de cursos e treinamentos paraFonte: Kelly Service
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AEAARP
As 10 caracterís�cas comportamentaisdo empreendedor de sucesso
¯ Busca de oportunidade e inicia�va
¯ Persistência
¯ Correr riscos calculados
¯ Exigência de qualidade e eficiência
¯ Comprome�mento
¯ Busca de informações
¯ Estabelecimento de metas
¯ Planejamento e monitoramento sistemá�cos
¯ Persuasão e rede de contatos
¯ Independência e autoconfiança
Fonte: SEBRAE
aqueles que desejam explorar novas
possibilidades para suas empresas ou
desejam iniciar um novo negócio. O
público-alvo é de empresários, pessoas
jurídicas ou pessoas |sicas que buscam
orientações.
O Empretec é o mais completo trei-
namento de empreendedorismo ofere-
cido pelo órgão. A metodologia foi de-
senvolvida na Organização das Nações
Unidas (ONU) e desenvolve caracterís�-
cas de comportamento empreendedor
nos par�cipantes, além de colaborar na
iden�ficação de novas oportunidades
de negócios. O treinamento é promovi-
do em 34 países.
Anualmente, o Empretec capacita
em torno de 10 mil par�cipantes em
todo o país. Uma pesquisa feita pelo
SEBRAE revelou que 75,4% dos em-
presários que par�ciparam do treina-
mento em 2014 confirmaram aumento
do lucro mensal; 91,8% disseram que
o Empretec contribuiu para melhorar
o conhecimento sobre o seu negócio,
atualizar metas, planos e projetos e
84,9% disseram que foi ú�l para iden�-
ficar novas oportunidades.
O treinamento tem duração de 60
horas, no modelo de imersão. O par�-
cipante é desafiado em a�vidades prá-
�cas, cien�ficamente fundamentadas
que apontam como um empreendedor
de sucesso age, tendo como base 10 ca-
racterís�cas comportamentais (Veja no
box).
Outro programa do SEBRAE é o Agen-
te Local de Inovação (ALI), criado em
parceria com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cien�fico e Tecnoló-
gico (CNPq). Bolsistas do CNPq visitam
empresas interessadas em ter acompa-
nhamento próximo em médio e longo
prazos. A ação é gratuita e começa com
o diagnós�co dos pontos em que as
empresas estão defasadas e precisam
de ajustes. Na sequência, é montado
um plano estratégico de ações levando
em consideração as prioridades. O ob-
je�vo é promover a prá�ca con�nuada
de ações de inovação nas empresas de
pequeno porte, por meio de orientação
proa�va, gratuita e personalizada.
Danielle considera que as ferramen-
tas do SEBRAE oferecem oportunidades
de acessar métodos de gerenciamento.
“Empreender não é nunca trabalhar
menos e sim aumentar a carga de tra-
balho”, enfa�za. Ela também aconselha
que o candidato a empreendedor alinhe
expecta�vas em relação à realidade. As
ferramentas de gestão, por exemplo,
são essenciais nesse processo. “Em-
preender em momentos de crise pode
exigir inves�mentos maiores. É preciso
saber se o profissional consegue a�ngir
o plano de negócio delimitado”, ponde-
ra a consultora. Ela conclui, porém, que
a queda no mercado de trabalho pode
ser um bom momento para repensar a
carreira e qualificar-se com as expecta-
�vas voltadas para o futuro.
Oportunidade na crisePara José Goldemberg, presidente
da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP), a crise é
oportuna para inves�r em ciência e tec-
nologia e desenvolver produtos e áreas
8
Revista Painel
Fonte: Kelly Service
nas quais o país apresenta vantagens
compe��vas.
Ele avalia que a cotação do dólar em
torno de R$ 2 no Brasil nos úl�mos anos
desencorajou a produção local e levou
a indústria nacional, que representava
18% do Produto Interno Bruto (PIB) bra-
sileiro há dez anos, diminuir sua par�ci-
pação para 9%. Era mais barato comprar
produtos da China do que fabricá-los
em território nacional.
Portanto, Goldemberg es�ma que o
aumento na cotação da moeda norte-
-americana no Brasil pode dar novo im-
pulso para o desenvolvimento de pro-
dutos e da ciência e tecnologia no país.
“A ciência e tecnologia não dependem
apenas de boas ideias, mas também da
situação econômica do país. A subida
do dólar, agora, é favorável para o de-
senvolvimento da ciência e tecnologia
localmente”, afirma.
Na avaliação do dirigente da FAPESP,
uma das áreas que o Brasil apresenta
vantagens compe��vas em relação a
outros países é a de automóveis elé-
tricos. “Como os combus�veis fósseis
estão com prazo de validade limitado,
por diversas razões – incluindo o aque-
cimento global –, não vão ser países
9
AEAARP
PROJETOS ELÉTRICOS EMMÉDIA TENSÃO
CONSTRUÇÃO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIAELETRICA AEREA
TRANSFORMADOR EM PEDESTAL EM REDESUBTERRÂNWEA
ILUMINAÇÃO ORNAMENTAL
INSTALAÇÃO CAIXA DE INSPEÇÃO CI
FONE (16) 3102 5017 RIBEIRÃO PRETO—SP
INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÃO REDESUBTERRÂNEA
www.lopesesilva.net.br
PROJETOS E EXECUÇÃO DE REDES DEDISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
que produzem eletricidade a par�r do
carvão que vão viabilizar os automóveis
elétricos. Mas, o Brasil pode fazer isso,
porque tem energia hidrelétrica”, avalia
Goldemberg.
Além dos automóveis elétricos e da
agricultura, há diversas outras áreas em
que o Brasil tem vantagens compe��-
vas, es�ma o dirigente da FAPESP.
“A grande tarefa que temos agora é
iden�ficar essas áreas em que nós pos-
samos, efe�vamente, fazer a diferença,
por nossas caracterís�cas próprias e lo-
cais”, disse Goldemberg.
Com informações da Agência Fapesp
10
Revista Painel
O engenheiro José Aníbal Laguna, o
arquiteto Orlando Barbosa de Freitas e
o agrônomo Guido De Sordi têm mar-
cas profundas na história econômica de
Ribeirão Preto. Eles são os Profissionais
do Ano AEAARP 2015, indicados respec-
�vamente pelo engenheiro João Paulo
Figueiredo, a arquiteta Ercília Pamplona
e o agrônomo Paulo Peixoto.
Aníbal Laguna é responsável, direta e
indiretamente, por centenas de obras
no município e está sempre à frente
de importantes debates acerca da qua-
lidade de vida na cidade. Barbosa de
Freitas usa a arquitetura para modificar
conceitos e inovar. Foi assim que criou
o Edi|cio Minas Gerais, por exemplo,
que ele mesmo já esclarece tratar-se do
“marmitão”, como ficou popularmen-
te conhecido o prédio redondo na Rua
Amador Bueno. De Sordi teve apenas
um emprego em toda a vida profissio-
nal, de 1961 a 2005, no Ins�tuto Agro-
nômico de Campinas, e fez história na
PRÊMIO
direção da Fazenda Experimental de
Ribeirão Preto.
Eles têm em comum o envolvimento
com a AEAARP. Aníbal Laguna foi pre-
sidente da diretoria e também do con-
selho, ocupou diretorias na en�dade e
é o fundador da revista Painel, que co-
meçou a circular em 1979 em formato
tabloide. Barbosa de Freitas par�cipou
do fortalecimento da associação quan-
do a en�dade surgiu e obteve reconhe-
cimento disso na 1ª Semana de Arqui-
tetura. De Sordi foi diretor, conselheiro
e é a�vo par�cipante da comissão que
define ações específicas para os agrô-
nomos.
A escolha dos três profissionais foi to-
mada em reunião conjunta da diretoria
e do conselho da AEAARP. Para o enge-
nheiro Carlos Alencastre, presidente da
en�dade, eles encarnam caracterís�cas
essenciais aos seres humanos: dedica-
ção à carreira e responsabilidade social
em relação à comunidade onde vivem.
Conheça oengenheiro,o arquiteto eo agrônomoProfissionais doAno AEAARP2015
Dedicação à en]dade, à carreira e à comunidadedefinem o engenheiro, o arquiteto e o agrônomo
homenageados deste ano
Profissionais do AnoAEAARP 2015
11
AEAARP
Engenheiro civil, Aníbal Laguna exer-
ce a profissão ininterruptamente há
49 anos. Graduou-se pela Faculdade
de Engenharia da USP de São Carlos
(SP). Fundou a Centrais Telefônicas de
Ribeirão Preto (CETERP), da qual foi o
primeiro superintendente, e o Departa-
mento de Urbanismo de Ribeirão Preto
(DURSARP), ambos ex�ntos. É mem-
bro fundador do Conselho Municipal
de Urbanismo (COMUR), foi secretário
municipal de Planejamento e de Obras,
dirigiu vários departamentos municipais
e a Companhia Habitacional de Ribeirão
Preto (COHAB).
Em 1967 executou os primeiros traba-
Engenheiro civil
José AníbalLaguna
lhos como engenheiro – duas residên-
cias e um edi|cio comercial. Nos anos
seguintes integrou equipes responsá-
veis por edificações que marcam a his-
tória da cidade, como o edi|cio Padre
Euclides, na Rua Visconde de Inhaúma,
onde a sua trajetória se funde à da AE-
AARP. Foi neste prédio a primeira sede
própria da en�dade, conquistada no fi-
nal dos anos de 1960.
Aos 73 anos, Aníbal Laguna segue na
a�va. Trabalha todos os dias como se
fosse aquele primeiro, em 1967, com o
diferencial de exibir no currículo obras
e realizações que o diferenciam no mer-
cado e na sociedade.
Ele exibe hoje a
mesma vitalidade para
trabalhar e debater
novas ideias como em
1967, quando fez seu
primeiro projeto.
12
Revista Painel
Arquiteto das ideias
inovadoras, que
investe em projetos
ousados e marcantes,
sempre com omesmo
frescor que o levou a
cruzar o continente
em busca do seu ideal.Decidido a ser arquiteto, Barbosa de
Freitas enfrentou uma banca examina-
dora no ves�bular que elaborou uma
capciosa questão de |sica. Ele deveria
responder o que faria se es�vesse a
cavalo e começasse uma tempestade
com raios. Respondeu que desceria do
animal e buscaria abrigo. O professor
o repreendeu. Afirmou que a resposta
correta seria a busca por uma valeta.
Barbosa de Freitas retrucou que, sob
tempestade, a valeta poderia inundar.
Foi reprovado.
Então, decidiu vender o carro e inves-
�u em uma empreitada ousada para a
época: estudar em Miami, nos Esta-
dos Unidos, onde graduou-se em 1961
Arquiteto
Orlando Barbosade Freitas
como Engenheiro Arquiteto. Naquela
época, já havia concluído o curso de Pi-
loto Civil no Aeroclube de Ribeirão Pre-
to e, depois, cursou, durante um ano, a
faculdade de Filosofia do Ins�tuto Cató-
lico de Paris, na França.
Trata-se de uma personalidade in-
quieta, com visão à frente de seu tem-
po. Quando todos desprezavam um ter-
reno na Rua Alvares Cabral, em virtude
do grande declive, ele o arrematou e fez
surgir o edi|cio Minas Gerais, em for-
mato redondo, marcante na paisagem
da cidade desde os anos de 1970.
Aos 81 anos, segue inquieto e inven�-
vo. Desenhando sempre e com os pen-
samentos voltados para o futuro.
PRÊMIO
13
AEAARP
Entusiasmado com a
profissão e com a sua
história à frente da
Estação Experimental
de Ribeirão Preto, é
um homem inspirado
e um profissional
da agronomia por
vocação.
Os 43 anos, cinco meses e três dias
dedicados ao Ins�tuto Agronômico de
Campinas (IAC) proporcionou a De Sor-
di a possibilidade de abrir as portas da
Estação Experimental de Ribeirão Preto,
da qual foi diretor até aposentar-se em
2005. Ele recebeu, durante vários anos,
grupos de estudantes para visitas, con-
cluídas no pomar com a degustação de
frutas colhidas na hora. Fazia questão
de ser o guia da visita.
Tem vocação de administrador, além da-
quela que o levou a formar-se agrônomo
na Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (ESALQ), em 1961. Também tem
vocação de empreendedor, que o fez dar
atenção a um programa de televisão, nos
anos de 1990, que mostrava o evento Pro-
Engenheiro agrônomo
Guido De Sordi
gress Farm Show, tradicional nos Estados
Unidos, e, uma semana depois, empolgar-
se com a ideia de promover em Ribeirão
Preto algo semelhante. Estava lançada a
semente da qual surgiu a feira Agrishow.
Desde os dados meteorológicos à
capacidade hoteleira, De Sordi viu de
tudo para que o evento pudesse acon-
tecer pela primeira vez. Abriu a esta-
ção à tecnologia agrícola. Para ele, o
charme é ver as máquinas no campo.
E entusiasma-se também com os avan-
ços tecnológicos que provocaram revo-
luções em pesquisas – como a adoção
de balanças e outros equipamentos de
laboratórios – e nas relações sociais.
Líderes legí�mos estão à frente de seu
tempo e conectados às oportunidades.
14
Revista Painel
AGRONEGÓCIO
Guatapará, onde está localizada a colônia japonesa Mombuca, é a36ª cidade que mais produziu ovos em 2013 no Brasil, segundo IBGE
Avicultura e agricultura
O Núcleo Colonial de Mombuca, loca-
lizado em Guatapará (SP), produz anual-
mente 21 milhões de dúzias de ovos de
galinha e 513 mil dúzias de ovos de co-
dorna. O valor de produção do primei-
ro chega a R$ 29,8 milhões por ano e o
segundo é de R$ 247 mil/ano, de acor-
do com a Casa da Agricultura de Gua-
tapará. Segundo o úl�mo levantamen-
são carro-chefe em Mombuca
Plantação de arroz de Mombuca
to realizado pelo Ins�tuto Brasileiro de
Geografia e Esta�s�ca (IBGE), em 2013,
a cidade de Guatapará figurava em 36ª
no ranking das cidades que mais produ-
ziram ovos de galinha no Brasil.
Mombuca foi fundada, em 1962,
pela administradora Jamic Imigração
e Colonização Ltda., que comprou ter-
ras da Fazenda Guatapará para abrigar
Granja
famílias de imigrantes japoneses. No
início, as principais a�vidades econômi-
cas do núcleo eram o plan�o de arroz
nas várzeas do Rio Mogi-Guaçu e tam-
bém a criação de bicho de seda. Hoje,
Mombuca produz também milho, lichia,
pitaia, cogumelo shimeji, raiz de lótus,
alho, flores e plantas ornamentais, pe-
pino e macadâmia.
Fotos:JúlioTakaki
15
AEAARP
Segundo a Associação AgroculturalSegundo a Associação Agrocultural
Espor�va de Guatapará (AACEG), em
Mombuca vivem 100 famílias – cerca de
500 pessoas. Os patriarcas dessas famí-
lias vieram de sete províncias do Japão:
Yamagata, Ibaraki, Nagano, Okayama,
Shimane, Yamagu� e Saga. O engenhei-
ro agrônomo Júlio Takaki, responsável
pela Casa da Agricultura de Guatapará,
diz que a maioria dessas pessoas ainda
vive da agricultura e avicultura.
Números de Mombucanúmero de aves em postura: 1.000.000
• número de aves na recria: 300.000
• número de aves para corte: 30.000 aves/60 dias (aproximadamente)
• suinocultura: 1.800 cabeças/ano (abate)
• ovinocultura: 300 cabeças (número de cabeças para abate não divulgado)
• gado de corte: 1.500 cabeças (número de cabeças para abate não divulgado)Fonte: Associação Agrocultural Espor]va de Guatapará
Áreas de MombucaA colônia abrange uma área
de 7.294 hectares, divididas da
seguinte forma:
• várzea: 1.119 hectares
• planalto: 3.899 hectares
• lagoa: 182 hectares
• área urbana: 102 hectares
• estradas: 120 quilômetros
• córregos: 73 quilômetros
• dique: 9 quilômetros
• áreas de preservação permanente
e de reserva legal: 1.673 hectares
Fonte: Associação AgroculturalEspor]va de Guatapará
Plantação de flor de lótus de Mombuca
Raiz de lótus, também conhecida como Renkon ou Lenkon
A produção agrícola de Mombuca é
comercializada nos pequenos municípios
vizinhos, além de Ribeirão Preto, Ara-
raquara e São Carlos (SP). Os produtos
são vendidos para o consumidor final,
feirantes, Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)
e supermercados. E grande parte da pro-
dução de raiz de lótus é vendida para a
cidade de São Paulo, explica Takaki.
16
Revista Painel
Festa da ColheitaOutra fonte de venda dos produtos
agrícolas de Mombuca é a Festa da Co-
lheita, que acontece todo mês de julho,
com o obje�vo de divulgar a cultura ja-
ponesa. “Os produtos da colônia são u�-
lizados na culinária japonesa, que é uma
das principais atrações da festa”, explica
Takaki. O agrônomo ressalta que as hor-
taliças e outros produtos agrícolas foram
muito u�lizados em pratos como tempu-
rá, yakissoba, guioza e shimeji que, se-
gundo Takaki, �veram vendas expressi-
vas na úl�ma Festa da Colheita, realizada
nos dias 11 e 12 de julho de 2015.
Festa da Colheita
Surgimento de GuataparáO nome Guatapará vem do Tupi-Guarani, originário de um cervo ex�nto, cuja
espécie exis�a aos milhares na região em que hoje está localizada a cidade de
mesmo nome.
Em 1865, Mar�nico Prado – conhecido como plantador de cidades – organizou
uma expedição, descendo o Rio Mogi-Guaçu, par�ndo do município de Araras
até Pontal, na junção do Rio Mogi com o Rio Pardo. Nesta época, adquiriu terras
da família de Santos Dumont e deu-lhes o nome de Fazenda Guatapará.
Em 1938, por exigência do Governo Federal, os estados e municípios �veram
que regularizar e demarcar as suas divisas. Com isso, Fábio de Sá Barreto, pre-
feito de Ribeirão Preto na época, criou o Distrito de Guatapará, em 1938, cuja
sede era a Fazenda Guatapará.
Alguns idealistas do distrito solicitaram à Assembleia Legisla�va do Estado de
São Paulo, em 1964, a emancipação polí�ca e administra�va do local. Depois
de duas consultas populares, uma que negou e outra, 25 anos mais tarde, que
aprovou a emancipação, a população ainda esperou por algum tempo para,
enfim, eleger pelo voto direto seu primeiro prefeito, em 1993.
Hoje, o município tem a agricultura como principal fonte econômica, desta-
cando-se a cana-de-açúcar, eucalipto para produção de papel e celulose e a
avicultura de postura e corte.
Veja na área de NoLcias no en-
dereço eletrônico da AEAARP, um
vídeo que mostra a infraestrutura
das granjas de Mombuca e tam-
bém a página no Facebook da
colônia, que tem fotos e informa-
ções sobre os moradores e suas
histórias.
www.aeaarp.org.braeaarp.org
Das 27 granjas, que produzem ovos de
galinha em Mombuca, 11 fazem parte
da Coopera�va Agrícola de Guatapará
(Coag), fundada em 1994. Luiz Carlos
Sinherolli, gerente da Coag, conta que
grandes redes de supermercados são o
principal des�no dos ovos produzidos
pelos cooperados.
17
AEAARP
A Secretaria de Agricultura e Abasteci-
mento, por meio do Ins�tuto Agronômi-
co (IAC), de Campinas, mantém o único
programa de melhoramento gené�co de
macadâmia no Brasil, responsável pelo
desenvolvimento de 16 variedades da
noz, que estão presentes em todos os
estados produtores.
No mundo, há programas na Austrália
e outro na África do Sul. De acordo com a
pesquisadora do IAC, Graciela da Rocha
Sobierajski, o Ins�tuto também conduz
estudos de adaptação de variedades
Havaianas. O programa do IAC teve início
na década de 40.
As linhas de pesquisa do programa são
caracterização molecular das variedades,
teste de progênies e estudo do flores-
cimento precoce. Nessa caracterização
molecular das variedades para seleção
de parentais, o IAC inves�u no desenvol-
vimento de marcadores microssatélites
e diversity array technology (DarT), que
são inéditos para a espécie e usados para
quan�ficar a divergência gené�ca das
variedades. “Este projeto foi assunto de
minha tese de doutorado e �ve a oportu-
nidade de fazer intercâmbio na Austrália
para desenvolvimento dos DArTs”, diz a
pesquisadora.
Conforme dados da Associação Bra-
sileira de Noz-Macadâmia, de 2013,
São Paulo tem três mil hectares deste
cul�var, que representam 46% do total
nacional. As demais regiões produtoras
estão em Espírito Santo, Minas Gerais,
Bahia, Rio de Janeiro, Planalto do Mato
Grosso do Sul e norte do Paraná.
Fonte: IAC
IAC mantém programa
PESQUISA
de melhoramento de macadâmiaIns]tuto Agronômico desenvolveu 16 variedades desta noz
18
Revista Painel
ARQUITETURA
Carreira, bioarquitetura e par]cipação emconcursos públicos foram destaques
6ª Semana deArquitetura
Expectativas de carreira emercado em tempos de crisePaula Martucci, especialista emgestão de pessoas,Ribeirão Preto-SP
A falta de mão de obra especializada
tem preocupado empregadores. Espe-
cialista em gestão de pessoas, Paula
Martucci explica que os currículos da
nova geração de profissionais trazem
frases como “ó�mo em relacionamento
interpessoal” ou “facilidade de traba-
lhar em equipe”. Porém, as afirmações
não condizem com a realidade.
Martucci conta que, durante as en-
trevistas, os recrutadores pedem aos
candidatos exemplo de um trabalho
que tenham realizado em equipe. Qua-
se nunca têm uma resposta. “O grande
erro é irem despreparados para as en-
trevistas, não conseguirem sustentar a
Sob coordenação técnica da arquiteta
Ercília Pamplona, a 6ª Semana de Arqui-
tetura abordou temas como sistemas
constru�vos alterna�vos, par�cipação
em concursos públicos de arquitetu-
ra, além de dicas de como melhorar a
imagem profissional e desenvolvimen-
to de carreira. “O foco foi apresentar o
mercado de trabalho aos jovens profis-
sionais. A exposição de trabalhos arqui-
tetônicos na entrada da associação, du-
rante as semanas técnicas, é uma forma
de a�ngir esse obje�vo”, diz Pamplona.
A seguir, o resumo das palestras, cujos
vídeos estão disponíveis na sede da en-
�dade.
argumentação e comprovar o que está
no currículo”.
A dificuldade de saber falar de si mes-
mo, dos diferenciais e de suas qualidades
é fator cultural, explica Martucci. “Fora
das entrevistas de trabalho, nós não so-
mos desfiados a falar de nós mesmos.
Para treinar isso é preciso ter repertório”.
Imagem profissionalCompõe a imagem do profissional o
conteúdo do discurso do candidato, a
forma como se apresenta, a postura, o
vestuário, a comunicação e, até mesmo,
o endereço da caixa postal eletrônica.
Termos pejora�vos ou infan�s devem
ser evitados.
Martucci ressalta que o mercadoespera quatro coisas dos profis-sionais: análise, interação, con-tribuição e transformação.
Ercília Pamplona Paula Martucci José Borges, do CAU
19
AEAARP
Martucci explica que a carreira está
dividida em três etapas:
Pré-seleção: período no qual o
profissional deve definir sua missão e
propósito, elaborar um currículo bem
formatado – que corresponda com a
realidade – e iniciar a divulgação do tra-
balho.
Seleção: neste momento deve-se
pensar na imagem profissional e desen-
volver a capacidade de argumentação
e sustentação daquilo foi descrito no
currículo.
Pós-seleção: depois de conquistada
a vaga de emprego, o profissional precisa
ter visão sistêmica de todos os processos
da empresa, fazer a autoavaliação do seu
trabalho, alinhar sua expecta�va com
aquilo que a empresa oferece e estar
atento à inovação e à cria�vidade.
Para refletirMartucci faz um alerta: a maioria dos
empregadores da Geração Y é da Gera-
ção X e isso deve ser levado em conside-
ração. “Para estabelecer boa comunica-
ção e diminuir os conflitos nesse meio
é preciso esquecer que existe essa di-
ferença de gerações e pensar somente
em pessoas”.
Alguns paradigmas, segundo a espe-
cialista, dificultam a percepção do que
é necessário para desenvolver a carrei-
ra: “planejamento estratégico é só para
as empresas”; “inves�r em marke�ng
apenas quando �ver minha empresa”;
“profissional liberal não precisa apren-
der a vender”; “sucesso é questão de
sorte e de competência técnica”. Essas
são questões que devem ser repensa-
das e isso pode mudar a história de um
profissional no mercado de trabalho.
Projeto ResponsávelMichel Habib, arquiteto,São Paulo-SP
Princípios da Bioarquitetura foram
usados na construção da casa do arqui-
teto Michel Habib, em A�baia (SP). Ele
idealizou uma residência integrada com
a natureza, com o mínimo de impacto
ambiental adotando sistemas constru-
�vos não-convencionais.
TerrenoO terreno �nha um bambuzal e gran-
de declividade e foi usado sem muitas
interferências na topografia. “Não fui
eu quem escolheu o que fazer naquela
casa e sim o terreno que me disse o que
era mais barato e menos agressivo para
ele”. Ele limpou o bambuzal, separou al-
gumas peças que serviriam para a alve-
naria da casa e deixou uma parte como
elemento paisagís�co no quintal.
AlvenariaO barro foi usado nas paredes de pau
a pique, no lugar da alvenaria conven-
cional, e também para criar os adobes
– espécie de paralelepípedo feito com
barro comprimido e secado ao tempo.
“Eu sou a favor de usar cimento so-
mente em locais onde ele é essencial,
ou seja, na fundação e nas estruturas”.
O reboco das paredes foi feito com es-
terco de vaca, terra e areia. No lugar da
água, Habib usou soro de leite, recolhi-
do de uma fábrica de la�cínios que �-
nha dificuldade de descartar o material.
Materiais alternativosO arquiteto usou cerca de 600 pneus
de carros u�litários para fazer o muro
de arrimo. Segundo ele, o metro qua-
drado do muro convencional custaria
R$ 400 e foram gastos R$ 120 naquele
feito com pneus. Toneladas de restos de
artefatos de cerâmica, como �jolo, piso
e telha, preencheram a fundação.
A programação teve como foco preparar o jovem profissional para o mercado de trabalho
A Semana de Arquitetura atraiu cerca de 400 pessoas, entre estudantes e profissionais
20
Revista Painel
LajeA laje foi feita com a técnica Cascaje,
criada pelo arquiteto holandês Johan
van Lejen, com argamassa de cimento e
areia como matéria-prima e baixo con-
sumo de ferro e cimento na construção
de painéis ondulares. Segundo Habib,
uma laje tradicional custaria R$ 32 o
metro quadrado e o sistema de laje de
Cascaje custou R$ 28,50 o metro qua-
drado. “Para uma casa de 200 metros
quadrados a economia foi insignifican-
te, mas para o meio ambiente não”.
Reaproveitamentode água
Um sistema de reaproveitamento de
água negra – resíduo líquido de matéria
fecal e urina – é direcionado a um peque-
no jardim. O encanamento do vaso sani-
tário foi ligado a uma caixa impermeável,
localizada no quintal da casa, que trata o
resíduo líquido. A água resultante deste
processo sobe por capilaridade e irriga
o jardim. “O que era para ser jogado na
rede de esgoto, volta para a natureza na
forma de evapotranspiração”.
A água cinza – gerada em a�vida-
des na cozinha, no tanque e no banho
– também passa por tratamento e é
reaproveitada no vaso sanitário. “Para
mim, essa casa é um organismo vivo, eu
interajo com ela em vários processos”.
EntulhoO arquiteto usou mais de 50 caçam-
bas de entulho na construção. No final
da obra, descartou somente duas ca-
çambas: uma de plás�co e outra de ma-
deira. “A minha casa tem um pouco da
história da região em que moro, quase
tudo veio do entulho e de outros ma-
teriais descartados pela comunidade do
bairro”.
Projetos RecentesCesar Shundi Iwamizu, arquiteto,
São Paulo-SP
Para o arquiteto Cesar Shundi Iwami-
zu os concursos públicos têm servido
para aumentar o entusiasmo dos pro-
fissionais da arquitetura. “Mais do que
ganhar a concorrência, o importante é
fazer o projeto”. Com o tempo, ele per-
cebeu que a elaboração de um projeto
não é o fim e sim um processo de ex-
perimentação, de estudo e de conheci-
mento que poderá ser aplicado em ou-
tros trabalhos.
Influência de Vilanova ArtigasIwamizu conta que na primeira casa
que projetou, u�lizou alguns conceitos
do Vilanova Ar�gas (veja a matéria so-bre o centenário do arquiteto na Painel244). “As técnicas até então vinham
sendo usadas apenas em galpões e
em obras industriais, como a laje pré-
-moldada e o bloco aparente”. Durante
a construção desta casa surgiu a oportu-
nidade de projetar uma escola pública
na periferia de São Paulo (SP).
O arquiteto lembra que a ins�tuição
que o contratou para projetar a escola
também se interessava por estruturas
pré-moldadas em concreto, caracte-
rís�ca adotada na obra. Uma das prio-
ridades deste projeto era aproveitar a
declividade do lote para valorizar o es-
paço. Outro diferencial foi a criação de
um passeio público, que iniciava na rua
e atravessava a escola. Este espaço ser-
viu também como uma praça nos finais
de semana, tornando-se opção de lazer
para a comunidade.
SESCEm Franca (SP), a visão urbanís�ca
da localidade – o município conheci-
do como a cidade das três colinas – foi
essencial para a elaboração do projeto
do SESC-Serviço Social do Comércio. “OCesar Shundi Iwamizu
Workshop mostrou técnica de construção Workshop tratou do Código de Obras do município
Michel Habib
21
AEAARP
terreno era muito íngreme, �nha quase
20 metros de desnível, porém aprovei-
tamos a topografia do local. Daí a liga-
ção da arquitetura com a geografia da
cidade”. O que era um grande desafio
passou a ser visto como primordial para
a concepção do projeto.
O projeto de ampliação do SESC de Ri-
beirão Preto também foi outra conquista
do escritório de Iwamizu. O desafio não
era a topografia. “Tivemos duas grandes
dificuldades: terreno muito pequeno,
então a solução era ver�calizar a cons-
trução, e não interferir na arquitetura do
edi|cio já existente”. O edi|cio original
foi projetado pelo arquiteto Osvaldo Cor-
rêa Gonçalves – um dos representantes
da primeira geração de arquitetos mo-
dernos de São Paulo – e a maior respon-
sabilidade no processo de ampliação era
preservar essa arquitetura e fazer com
que a nova construção estabelecesse re-
lação de con�nuidade com o an�go.
Patrimônio histórico“O risco de restaurar um patrimônio
histórico e ele con�nuar esquecido é um
problema”, afirma Iwamizu. Foi esse um
dos argumentos que convenceu o júri
do concurso realizado pelo Programa
de Ação Cultural (ProAC) para restau-
ração e revitalização da Estação Ferro-
viária de Mairinque (SP), projetada pelo
arquiteto Victor Dubugras, em 1906.
Iwamizu explica que a visão urbanís�ca
da cidade pode contribuir, e muito, para
a valorização e aumento da visibilidade
do patrimônio. “Dar um novo uso para
o local é mais uma garan�a de que ele
seja preservado ao longo do tempo”.
Outro patrimônio histórico no qual
Iwamizu está trabalhando é a revitali-
zação da Casa Caramuru, localizada em
Ribeirão Preto. Acredita-se que a casa
foi construída antes do ano de 1883.
Em 1890 houve a inversão da facha-
da principal para a Avenida Caramuru.
Tombada como patrimônio histórico
pelo Conselho de Defesa do Patrimô-
nio Histórico, Arqueológico, Ar�s�co e
Turís�co (Condephaat) em 1988, foram
necessários 24 anos para o início do
processo de revitalização, que aconte-
ceu por meio de um concurso público
de arquitetura. Assim como a Estação
Ferroviária de Mairinque, o concurso foi
promovido por meio do ProAC.
Iwamizu explica que a proposta inicial
era adequar a Casa Caramuru para ser
sede do Conselho Municipal de Preser-
vação do Patrimônio Cultural (Conppac)
de Ribeirão Preto. O projeto contempla
salas de leitura, biblioteca e departa-
mentos administra�vos, além de um
espaço para cafeteria e para programas
de caráter cultural abertos ao público.
22
Revista Painel
Imaginemos a seguinte situação: um
córrego que passa por seu bairro terá seu
eixo re�ficado e suas margens recupera-
das e, com isso, sua famosa Área de Pre-
servação Permanente (APP) implantada
dentro dos critérios do “novo Código
Florestal” (Lei Federal n. 12.651/12).
Pois bem, quanto ao eixo do canal,
não há muito que se opinar, isto é basi-
camente determinado pela topografia
original do terreno. Os taludes laterais,
por sua vez, são mais determinados por
uma questão de segurança do que por
qualquer outra coisa. Porém, e quanto
às margens? Ou melhor, aos 30 metros,
50 metros ou 100 metros de APP que se
estendem após a linha do canal? Por qual
�po de uso e ocupação optar?
Vejamos, é preferível que a área conte
com uma floresta urbana ou um parque?
Traduzindo,épreferível implantarumsiste-
ma de lazer contempla�vo ou recrea�vo?
Ou,simplificandoaocernedaquestão,vale
mais a área ser integralmente recomposta
– e, por isso, entende-se a implantação de
um reflorestamento que desenvolva nela
um fragmento florestal na�vo consolidado
e rico em espécies arbóreas, daqueles que
visualizamos na Serra do Mar, ao lado da
Rodovia Imigrantes, quando seguimos
rumo a Santos ou Guarujá? Ou, prefere-se
naáreaumajardinamentocomaimplanta-
ção de um projeto paisagís�co que preveja
o plan�o de grama, árvores ornamentais
e bancos para o convívio social, ainda que
com uma mescla de árvores na�vas em
pontos estratégicos?
Caso eu esteja sendo falho na descrição,
tomemos alguns exemplos. O trecho final
da Avenida Eduardo Andrea Matarazzo,
conhecida como Via Norte, logo antes de
chegar na Rodovia Alexandre Balbo (Anel
Viário – Contorno Norte), é um exemplo
de uma recomposição integral bem su-
cedida. O fragmento florestal garante as
funções ecológicas de uma APP devida-
mente preservada, tal qual a infiltração
das águas pluviais e a locomoção da
fauna, bem como, neste caso específico,
impede a ocupação habitacional irregular
em um dos lados e o depósito de entulho
do outro. Caso este exemplo não faça
parte de seu i�nerário, tomemos outro:
a Avenida Carlos Consoni, entre a Ave-
nida Celso Charuri e a Avenida Portugal,
mais especificamente entre o Centro de
Eventos Pereira Alvim e o supermercado
Savegnago, onde foram plantadas mudas
de espécies arbóreas na�vas e, após ter
sido aplicada a manutenção necessária,
como o controle das gramíneas, a irri-
gação nos meses de escassez hídrica e
a subs�tuição das mudas que vieram a
perecer, se estabelecerá uma cobertura
arbórea na�va e consolidada, ou seja,
uma “mata natural”, ainda que induzida.
Tomemos o exemplo oposto agora.
Podemos querer u�lizar estas faixas para
recreação e lazer, implantando amplas
áreas gramadas onde você pode passear
com seu cachorro e levar as crianças em
um domingo ensolarado, tal como no
Parque Luiz Roberto Jábali (Curupira)
ou no Parque Luiz Carlos Raia, na Zona
Central e Sul da cidade, respec�vamente.
Vejamos, ambas as opções oferecem
atra�vos e desvantagens. Por que eu iria
querer uma área inteiramente ocupada
por vegetação na�va no meu bairro, do
�po que, se eu quisesse chegar à água,
teria que abrir picada com um facão,
e que, se não houver um policiamento
permanente, torna-se um atrativo à
indigentes e bandidos? Por outro lado,
quem não gostaria de uma redução na
temperatura média do bairro no verão
que a�nge a cidade no início do ano, ou
mesmo ques�onaria a intenção de dimi-
nuir as enchentes que assolam Ribeirão
ou garan�r que nosso Aquífero Guarani
se mantenha com os níveis admissíveis
de saturação, uma vez que a vegetação
na�va não só garante as funções ecológi-
cas de uma APP devidamente protegida,
mas também incrementa a infiltração das
águas pluviais no município?
Assim, está lançada a dúvida. E se
acharam que eu daria a resposta certa, ou
mesmo arriscaria dar minha opinião, se
equivocaram. Não há certo ou errado na
presente comparação. Minha opinião é a
de que cada situação deve ser analisada
separadamente, levando-se em consi-
deração todos os aspectos incidentes
na região e, principalmente, na comu-
nidade envolvida. Mas, agora você terá
argumentos mais concretos para opinar
com propriedade na próxima Audiência
Pública em um Estudo de Impacto Am-
biental/Relatório de Impacto Ambiental
(EIA-RIMA) – etapa do licenciamento am-
biental que envolve toda a comunidade
na concepção do projeto – de um grande
empreendimento a ser lançado próximo
à sua casa. Boa escolha.
Parques Ecológicos?Florestas Urbanas ou
ARTIGO
Engenheiro Ambiental
Gustavo Sicchieri
CREA-SP
Responsabilidadetécnica
em elevadores e escadas rolantes
Aos CREAs cabe a responsabilidade
pela fiscalização das a�vidades técnicas
afetas à área tecnológica, como as en-
genharias, área agronômica, tecnólogos
e técnicos de nível médio entre outras.
Dentre tais a�vidades destacamos neste
texto o projeto, a fabricação, a instalação,
montagem, manutenção e laudos técni-
cos de equipamentos eletromecânicos,
como elevadores, escadas rolantes ou
similares, que são disciplinados pelo
CONFEA na Decisão Norma�va Nº 36 de
31 de julho de 1991.
Todas as atividades acima citadas
somente poderão ser executadas sob a
responsabilidade técnica de profissional
ou empresa devidamente habilitados e
registrados no CREA.
Como em todas as a�vidades técnicas
regulamentadas pelo Sistema CONFEA/
CREA também aquelas relativas aos
elevadores e escadas rolantes estão
sujeitas à formação dos profissionais e à
atribuição que cada a�vidade exige, de
acordo com a área e a complexidade do
serviço a ser desenvolvido.
Assim, de acordo com a DN 36/1991,
profissionais de nível superior da área
de mecânica, com atribuições do Art. 12
da Resolução 218/73 do CONFEA, estão
habilitados para as a�vidades de projeto,
fabricação, instalação ou montagem,
manutenção e laudos técnicos desses
equipamentos. Para as atividades de
manutenção, poderão responsabilizar-
-se os profissionais de nível técnico,
com atribuições do Art. 4º da Resolução
278/83 do CONFEA.
Como toda a�vidade técnica desen-
volvida pelos profissionais do Sistema
CONFEA/CREA, é obrigatório o recolhi-
mento da respec�va Anotação de Res-
ponsabilidade Técnica (ART), conforme a
Lei 6496/77, que deverá ser efetuado de
uma só vez antes do início da execução
para as a�vidades de projeto, fabrica-
ção, instalação ou montagem e laudos
técnicos.
Para a a�vidade de manutenção exis-
tem duas hipóteses. Quando o contrato
de manutenção �ver validade igual ou
superior a um ano, deverá ser recolhi-
do de uma só vez antes, no início da
vigência do contrato. Porém, se possuir
validade superior a um ano, deverá ser
recolhida uma ART por ano, com a taxa
proporcional ao período restante de
vigência do contrato. Caso o contrato
de manutenção seja por prazo indeter-
minado deverá ser recolhida uma ART
correspondente ao valor de contrato
para cada período de 12 meses.Contamos com suacolaboração!
Destine16% dovalorda ARTpara aAEAARP
(Associação deEngenharia, Arquitetura
e Agronomia deRibeirão Preto)
Agora você escreve o nome
da entidade e destina parte do
valor arrecadado pelo CREA-SP
diretamente para a sua entidade
O cardápio é perfeito, comida de boteco com a sofis�ca-
ção de mestres da gastronomia. O ambiente é aconchegan-
te e perfeito para rever colegas de trabalho, amigos e estrei-
tar novas relações de negócios e sociais. Confira as imagens
de agosto e fique atento às novas programações, informa-
das por meio de correio eletrônico e nas mídias sociais.
SocialSocialFOCOSocialFOCOSocialO cardápio é perfeito, comida de boteco com a sofi s� ca-SocialO cardápio é perfeito, comida de boteco com a sofis�ca-
ção de mestres da gastronomia. O ambiente é aconchegan-
Socialção de mestres da gastronomia. O ambiente é aconchegan-
te e perfeito para rever colegas de trabalho, amigos e estrei-
Socialte e perfeito para rever colegas de trabalho, amigos e estrei-
tar novas relações de negócios e sociais. Confi ra as imagens
Socialtar novas relações de negócios e sociais. Confira as imagens
www.facebook.com/aeaarp
25
AEAARPrevistapainel
ANUNCIENA
PAINEL
16 | [email protected]
SUSTENTABILIDADE
A Associação Brasileira dos Profis-
sionais de Sustentabilidade (ABPS), em
parceria com a consultoria Deloi}e,
realizou pesquisa sobre o perfil do pro-
fissional de sustentabilidade no Brasil.
Foram mapeados o foco de atuação,
projetos e aspirações.
Apesar da retração da economia
brasileira, apenas 9% das companhias
reduziram o orçamento des�nado às
ações de sustentabilidade. O índice é
igual aos registrados em 2013 e 2014.
Segundo a en�dade, o resultado de-
monstra que esses profissionais são
vistos como estratégicos em período de
crises energé�ca e hídrica.
Foram coletadas 370 respostas por
meio de ques�onários eletrônicos no
período de 8 a 24 de abril deste ano.
Entre os entrevistados, 42% pertencem
ao sexo masculino, e 58%, ao feminino,
mercado em ascensãoPesquisa revela
com idades que variam de 27 a 35 anos,
com atuação nas áreas de administra-
ção (14%); engenharia (19%); propa-
ganda e marke�ng (10%); gestão am-
biental (20%); e outras (38%). 90% dos
entrevistados trabalham em empresas
com sede no Brasil, e 36% das ins�tui-
ções possuem um faturamento anual
acima de R$ 500 milhões.
O levantamento também buscou sa-
ber a razão que leva um jovem a optar
por essa carreira. Apenas 8% declara-
ram que a razão foi por retorno finan-
ceiro. 70% disseram que buscam a re-
alização pessoal e 55% têm admiração
pelo tema.
De acordo com o estudo, os setores
de bens de consumo (19%), serviços
(17%) e a indústria financeira (11%) são
os de maior representa�vidade dentro
dos setores de empresas.
A pesquisa também levantou a média
salarial dos respondentes. O salário de
50% deles varia de R$ 3 mil até R$ 9 mil.
Os entrevistados atuam na área de sus-
tentabilidade e se reportam aos setores
de comunicação, recursos humanos,
industrial, jurídica, controles internos,
suprimentos, financeira, marke�ng e
relações ins�tucionais.
Números demonstram que inves]r em projetos desustentabilidade pode melhorar desempenho das empresas
Veja a íntegra do relatório na área
de NoLcias na página da AEAARP.
www.aeaarp.org.br
A As ci ão B sileir do Profi
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ce
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pe
26
Revista Painel
NOTAS E CURSOS
Alberto Alves MunizEngenheiro civil
Antônio Herminio Oliveira LimaEngenheiro civil
Carlos Guimarães RodriguesEngenheiro civil
José Carlos de Alchimim JúniorEngenheiro civil
Conrado Kazon NetoEngenheiro civil
Carlos Henrique Milane}oEngenheiro mecânico
Raquel Vale AbrãoEngenheira mecânica
Anne Caroline Malves�oEngenheira ambiental
João Aparecido da SilvaEngenheiro eletricista
Rafael Almeida do CarmoEngenheiro eletricista
Aracy Maria Moraes ZaccaroEngenheira agrônoma
Orlando José de SouzaTécnico em eletrotécnica
Ricardo Muniz FerreiraTécnico em eletrotécnica
Ana Beatriz Carvalho Fernandes BragaEstudante de agronomia
Caio de Oliveira PaggiaroEstudante de agronomia
Douglas Florian MaiaEstudante de agronomia
Felipe Augusto Pole}o StambowskyEstudante de engenharia civil
José Mário Felix Lima JúniorEstudante de engenharia civil
Guilherme Henrique Jaque� CunhaEstudante de agronomia
novos associados
O agrônomo José Walter
Figueiredo explicou, no
curso Arborização urbana
e poda, a correta forma de
manutenção das árvores
da cidade.
INSTAPAINEL
Envie para aeaarp@aeaarp.
org.br uma foto feita por
você e ela poderá ser
publicada nesta coluna
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e
a Agence Universitaire de la Francophonie (AUF), do Canadá, anunciam
nova chamada de propostas para selecionar projetos de cooperação em
pesquisa em qualquer área do conhecimento cien�fico e tecnológico. Os
projetos devem ser desenvolvidos por equipes de ins�tuições de ensino
superior e de pesquisa no Estado de São Paulo e por pesquisadores asso-
ciados a ins�tuições de pesquisa ou universidades membros da AUF no
mundo. Os selecionados deverão incen�var a difusão do conhecimento
e a implementação de projetos inovadores de pesquisa cien�fica ou
tecnológica e os resultados deverão gerar publicações de ar�gos cien�-
ficos e inovações patenteáveis, quando possível. A primeira modalidade
compreende projetos de pesquisa com obje�vos comuns, nos quais as
a�vidades dos pesquisadores do Estado de São Paulo e dos pesquisadores
de estabelecimentos membros da AUF serão financiadas, respec�vamente,
Chamada para projetos até 16 de novembro
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) lançou segundo fascículo do
Guia Boas Prá�cas em Building Informa�on Modeling (BIM). É mais um passo para a implantação
e disseminação dessa plataforma de trabalho em toda a cadeia da construção civil. O segundo
volume procura mostrar que a implantação do BIM requer novos métodos de trabalho, novas
posturas de relacionamento entre arquitetos, proje�stas, consultores, contratantes e constru-
tores, trazendo resultados da compilação da experiência dos profissionais do GT BIM da Asbea,
na u�lização do BIM nos projetos desenvolvidos em seus escritórios.
Segundo o texto, “o importante antes de implantar o processo BIM é compreender as vantagens
que essa mudança trará. Entender que por meio dele é possível simular uma obra com mais
propriedade e profundidade verificando e equalizando todas as interferências entre os diversos
projetos”. O Guia foi produzido com recursos do edital de patrocínio do CAU/BR. As versões
online dos dois fascículos estão disponíveis no endereço eletrônico do CAU/BR.
Fonte: CAU/BR
Guia de boas práMcas em sistema BIM
pela FAPESP e pela AUF. As propostas dos pesquisadores do Estado de
São Paulo devem ser apresentadas à FAPESP como Propostas de Auxílio à
Pesquisa – Regular. A segunda modalidade envolve solicitações de recursos
suplementares (seed funding) para apoiar o intercâmbio de pesquisadores
no âmbito dos projetos de pesquisa em andamento na FAPESP (Auxílio à
Pesquisa – Regular, Projeto Temá�co, Jovens Pesquisadores em Centros
Emergentes, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão, Programa de Me-
lhoria do Ensino Público, Programa de Pesquisa em Polí�cas Públicas e
Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica) e
apoio a pesquisas em andamento na AUF. A data-limite para submissão
das propostas é 16 de novembro de 2015. FAPESP e AUF des�narão um
total de até € 200 mil para o financiamento dos projetos de pesquisa
selecionados. A chamada está publicada em: www.fapesp.br/9727.
Fonte: Agência Fapesp