Painel I - Escola e EDS: uma via para a

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Escola e EDS: uma via para a sustentabilidade, no exercício da cidadania Courela, C. & César, M. Escola Sec. Manuel Cargaleiro e Universidade Aberta; Universidade de Lisboa, Instituto de Educação da Universidade de Lisboa conceicaocourela@gmail. com & [email protected] 1

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Escola e EDS: uma via para a sustentabilidade, no exercício da cidadania

Courela, C. & César, M.

Escola Sec. Manuel Cargaleiro e Universidade Aberta; Universidade de Lisboa, Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

[email protected] & [email protected]  

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2Os espaços verdes urbanos são locais onde as pessoas se podem reencontrar com a natureza, relaxar e desenvolver diversas actividades

recreativas. (CMS, s.d, s.p., grafia original)

Os espaços verdes urbanos são locais onde as pessoas se podem reencontrar com a natureza, relaxar e desenvolver diversas actividades recreativas.

(CMS, s.d, s.p., grafia original)

Agradecimentos:Projeto Interação e Conhecimento (parcialmente subsidiado pelo IIE, em 1996/97 e em 1997/98, medida SIQE 2, e pelo CIEFCUL, desde 1996);Participantes no estudo;Câmara Municipal do Seixal;Colegas de grupo de recrutamento 520 da ESMC;Direção da ESMC.

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INTRODUÇÃO

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Experiência de EDS, em EA de adultos, num currículo em alternativa ao SEUC.

Assumimos:

Educação de adultos inclusiva (Ainscow & César, 2006).

EA orientada para a sustentabilidade (Freitas, 2005) e EDS como um suporte do DS (Scoullos, 2004).

Cada educando é um sujeito ativo da sua aprendizagem e da sua avaliação (Romão, 2007).

EDS como forma de operacionalizar a DEDS (UNESCO, 2005).

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Aprendizagem sócioconstrutivista (Lave & Wenger, 1991) - interações sociais com colegas, professores, instituição e comunidade social (César, 2003, 2009; Courela, 2007).

Contrato didático (Brosseau, 1988; Schubauer-Leoni, 1986) com uma distribuição mais equitativa do poder entre o educador e o educando adulto.

Trabalho de projeto parte de situações problemáticas (Abrantes, 1994; Mendonça, 2002), relevantes para o grupo e e negociadas, para que o trabalho de projeto seja um empreendimento conjunto (Wenger, 1998).

Assumimos:

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METODOLOGIA

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Projeto Interação e Conhecimento.

Inspiração etnográfica (Hamido & César, 2009): trabalho de campo prolongado, ênfase no processo, design de investigação flexível, a descrição e a indução (André, 1991; Hamido & César, 2009).

Após a conclusão do curso, o projeto de investigação-ação e o follow up constituiram-se como um estudo de caso intrínseco (Stake, 1995).

Paradigma interpretativo (Denzin, 2002), histórico, cultural e institucionalmente situado (Hamido & César, 2009; Kumpulainen et al., 2009).

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METODOLOGIA

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Participantes:

Instrumentos de recolha de dados:

Observação participante (com recurso a diário de bordo – DB), entrevistas semiestruturadas, tarefas de inspiração projetiva e os trabalhos realizados pelos estudantes.

Sete estudantes, a professora/investigadora, os professores do conselho de turma, uma técnica da Divisão de Ambiente da Câmara Municipal do Seixal (CMS), a comunidade escolar do concelho do Seixal e a comunidade educativa da ESMC, durante os anos de follow up.

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METODOLOGIA

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Procedimentos:

Currículo com três componentes de formação: geral, sociocultural e vocacional (ESMC, 2000). A EA pertencia à componente sociocultural, presente nos 1.º e 2.º anos do curso.

O curso de Auxiliar de Laboratório/Técnico Bibliotecário, decorreu do ano lectivo de 2000/2001 a 2002/2003, planificado, operacionalizado e avaliado por um conselho de turma da ESMC.

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METODOLOGIA

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Questões de investigação:

De que modos os estudantes se envolvem num trabalho de projeto colaborativo?

Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

Quais os impactos, para os estudantes, da participação neste trabalho de projeto colaborativo?

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Resultados

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De que modos os estudantes se envolvem num trabalho de projeto colaborativo?

Currículo com três componentes de formação: geral, sociocultural e vocacional (ESMC, 2000). A EA pertencia à componene sociocultural, presente nos 1.º e 2.º anos do curso.

Convite para participarem na Mostra de Trabalhos Criativos: A Árvore na Cidade, promovida pela CMS.

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Resultados

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Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

Construção coletiva de uma maqueta sobre as funções da árvore.

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Resultados

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Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

TIP1: Desenhe ou escreva o que o seguinte texto lhe sugerir: Imagine o local em que habita, o percurso para o seu local de trabalho e os espaços que vulgarmente utiliza para lazer sem árvores. Em resumo, um mundo sem árvores...).

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Resultados

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Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

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Resultados

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Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

Painel: O Mundo sem árvores.

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Resultados

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Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

TIP2: Desenhe ou escreva o seu elogio à árvore.

Beleza, sombra, esplendor, chuva, frutos, madeira, verde, fixação de poeiras atmosféricas reduzindo a poluição, purifica o ar, dá-nos oxigénio, é uma barreira contra o vento, amortece o ruído, o que seria de nós sem os seus frutos, madeira e tudo o mais que as árvores nos oferecem?

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Resultados

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Como é que os estudantes promovem a participação das comunidades escolar, educativa e social?

Recortes de cartolina, em forma de folha de plátano, uma caneta e um convite à escrita do elogio da árvore…Deixámos bostik, para que os autores pudessem aplicar o seu pequeno texto no painel…

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Resultados

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Quais os impactos, para os estudantes, da participação neste trabalho de projeto colaborativo? “Da árvore, esse eu gostei muito. Aí eu apercebi-me que estávamos a fazer um projecto. (…) Gostei porque... como é que hei-de dizer... porque é uma coisa... (…) Foi tudo coisas práticas” (E1, Luísa).

“(...) Agora a sério, tenho saudades de tudo. Mesmo de tudo. Tenho mesmo muitas saudades. (...) Era o… eram os trabalhos de grupo, depois fazíamos exposições nas escolas, na escola… também gostei [caso do trabalho A Árvore na Cidade]”. (E2, Luísa)

“Bem, houve, houve uma grande colaboração entre todos nós. Tanto entre colegas, como os professores e colegas. Houve… acho que foi bom o aproveitamento.” (E3, Daniela)

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O que fazer para que esta história não acabe aqui?

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Transição das aprendizagens (Zittoun, 2006) para outros cenários.

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Resultados

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No ano letivo de 2010/2011, na ESMC (Programa EcoEscolas e da Semana da Leitura- Exposição acerca da importância da árvore e da floresta .

Ex. de uma transição das aprendizagens (Zittoun, 2006) para outros cenários…

PEE: “Cidadania, Saúde, Ambiente e Segurança” (ESMC, 2010, p. 14).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Tendo já prática em trabalho de projeto colaborativo, os estudantes aceitaram o convite para participarem na Mostra de Trabalhos Criativos: A Árvore na Cidade, promovida pela CMS.

Os impactos, para os estudantes, da participação nesta comunidade de aprendizagem foram notórios pois, em diversos momentos do follow up, estes foram considerados os acontecimentos mais significativos do curso e os estudantes continuaram disponíveis para a participação em ações de EDS, após a conclusão do curso (Courela, 2007).

Os participantes constituíram-se como uma comunidade de aprendizagem (Lave & Wenger, 1991), que desenvolveu os vários trabalhos de projeto, envolvendo-se na EDS das comunidades escolar e educativa.

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Referências• Abrantes, P. (1994). O trabalho de projecto e a relação dos alunos com a

matemática: A experiência do projecto MAT789. Lisboa: Associação de Professores de Matemática (APM).

• Ainscow, M., & César, M. (2006). Inclusive education tem ears after Salamanca: Setting the agenda. European Journal of Psychology of Education, XXI(3), 231-238.

• André, M. J. (1991). Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus Editora.• Câmara Municipal do Seixal (CMS) (s.d.). A Árvore: um recurso a preservar no meio

urbano. Seixal: Câmara Municipal do Seixal.• César, M. (2003). A escola inclusiva enquanto espaço-tempo de diálogo de todos e

para todos. In D. Rodrigues (Ed.), Perspectivas sobre a inclusão: Da educação à sociedade (pp. 118-149). Porto: Porto Editora.

• César, M. (2007). Dialogical identities in students from cultural minorities or students categorised as presenting SEN: How do they shape learning, namely in mathematics? In 2nd Socio-cultural theory in educational research and practice conference: Theory, identity and learning proceedings. Manchester: University of Manchester. [On line desde Agosto 2007]

• César, M. (2009). Listening to different voices: Collaborative work in multicultural maths classes. In M. César, & K. Kumpulainen (Eds.), Social interactions in multicultural settings (pp. 203-233). Rotterdam: Sense Publishers.

• Courela, C. (2007). Começar de novo: Contributos de um currículo em alternativa para percursos de vida inclusivos, de estudantes adultos. A mediação dos trabalhos de projecto colaborativos desenvolvidos em educação ambiental. Lisboa: Departamento de Educação da Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa. [Tese de doutoramento, CDrom]

• Denzin, N. (2002). The interpretative process. In A. Haberman, & M. Mieles (Eds.), The qualitative researchers companion (pp. 349-366). Thousand Oaks: Sage Publications.

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Referências• Escola Secundária Manuel Cargaleiro (ESMC). (2010). Projeto Educativo de Escola.

Consultado em 2011 Junho, 5 em http://www.esmcargaleiro.pt/documentos.html#documentos/orientadores/pee/PEE_ 10_13_final.pdf

• ESMC (2010/2011). Plano Anual de Atividades. Consultado em 2011 Junho, 5 em http://www.esmcargaleiro.pt/documentos.html#documentos/orientadores/PAA_geral/PAA_10_11.pdf

• Freitas, M. (2005). Educação ambiental e para a sustentabilidade - olhares cruzados, convergências desejáveis. In Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental (Ed.), IV encontro de educadores ambientais de Mato Grosso: desenvolvimento sustentável: opções e identidades da educação ambiental (pp. 39-41). Cuiabá: Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental.

• Lave, J., & Wenger, E. (1991). Situated learning: Legitimate peripheral participation. Cambridge: Cambridge University Press.

• Mendonça, M. (2002). Ensinar e aprender por projectos. Porto: Edições Asa.• Romão, J. (1998). Avaliação dialógica: desafios e perspectivas (2ª ed.). São Paulo: Cortez

Editora/Instituto Paulo Freire.• Schubauer-Leoni, M. L. (1986). Le contract didactique: Un cadre interprétatif pour

comprendre les savoirs manifestés par les elèves en mathématiques. European Journal of Psychology of Education, 1(2), 139-153.

• Stake, R. (1995). The art of case study research. Thousands Oaks: Sage.• Scoullos, M. (2004). Science and culture in the education for sustainable de development.

Comunicação apresentada na conferência internacional “Education for Sustainable Development – Preparing the UN Decade”, Braga, Portugal, Maio, 19-22, 2004.

• UNESCO (2005). Década da Educação das Nações Unidas para um Desenvolvimento Sustentável, 2005-2014: Documento final do esquema internacional de implementação. Brasília: UNESCO.

• Zittoun, T. (2006). Transitions: development through symbolic resources. Greenwich: Information Age Publishing.

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