Paisagens do Traje

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Paisagens do Traje Roteiro Pedagógico 2010-2011 Museu Nacional do Traje

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Roteiro Pedagógico 2010-2011 Mapa das Ideias no Museu Nacional do Traje

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Paisagens do Traje Roteiro Pedagógico 2010-2011

Museu Nacional do Traje

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1 Salão Nobre2 Sala Cantonal (Império)3 Escadas4 Hall5 Sala das Armas (Séc. XIX)6 “Taberna”7 Sala da Música (Séc. XIX)8 Sala da Vitrina (Interior do Traje)9 Sala Chinoiserie (Interior do Traje)10 Passadiço11 Coro Alto12 Capela13 Vitrina - Peças Religiosas14 Passadiço15 Séc. XX (da Monarquia à República)16 Séc. XX (da Monarquia à República)17 Séc. XX (da Monarquia à República)18 Sala Séc. XX19 Sala Séc. XX

Coordenação geral: Museu Nacional do Traje, Mapa das Ideias Concepção e Conteúdos Mapa das Ideias Supervisão científica Museu Nacional do Traje Projecto gráfico Subsolo – Soluções de entretenimentoSetembro de 2010www.mapadasideias.ptMapa das Ideias - Serviços e Produtos Culturais Telf.: 21 4262650 | 21 4263212 Fax: 21 4264428 [email protected] Avenida do Brasil, 165-A 2735-676 S.Marcos – Sintra Portugal

PLANTA DO MUSEU

FICHA TÉCNICA

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Horário

3ª feira : 14h00 - 18h00 4ª feira a Domingo: 10h00 - 18h00 (última entrada às 17h30) Encerrado à 2ª feira (dia) e 3ª feira (manhã)

Como chegar

Transportes Autocarros: nº 3, 106, 196, 703Metro: Linha Amarela - Estação do Lumiar

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O roteiro para docentes do Ensino Básico e Secundário para o ano lectivo 2010-2011 tem como tema Paisagens do Traje.

O programa educativo é dedicado a diferentes es-calas de análise, adaptadas às exigências do cur-rículo escolar, explorando como o traje acompanha as relações do Homem com o Mundo, quer através do detalhe de uma flor, quer através da análise dos fluxos do comércio global.

Num traje encontramos as nossas paisagens, entre a relação com o meio, as matérias-primas e as ino-vações tecnológicas, entre o símbolo e a palavra.

Neste roteiro encontrará os conteúdos necessári-os para a preparação da visita. Uma primeira parte é dedicada ao Museu, à sua colecção e ao magní-fico Parque Botânico. Em seguida, encontrará as ferramentas necessárias para a preparação de actividades em sala de aula, assim como fichas de trabalho que poderá descarregar nos websites do Museu Nacional do Traje e da Mapa das Ideias.

• Entrada gratuita do docente.

• Este roteiro pedagógico (enviado por correio para o docente).

• Ficha de preparação para cada aluno, disponibili-zada em formato digital.

Email: [email protected].: 217 543 924 – das 10h às 13h e das 14h30 às 17h30Tmv. : 92 541 94 20

Marcação com 5 dias úteis de antecedência.

Consulte os websites do Museu e da Mapa das Ideias para saber mais sobre as actividades do Serviço de Educação e Mediação, incluindo: férias no Museu, actividades em família, conferências e oficinas para adultos.

Para saber mais, espreite em http://museudotraje.imc-ip.pt e http://www.mapadasideias.pt

MARCAÇÃO DE VISITAS

TODAS AS MARCAÇÕES PODEM SER FEITAS ATRAVÉ S DOS SEGUINTES CONTACTOS:

TODAS AS ACTIVIDADES INCLUEM:

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SOBRE A EXPOSIÇÃO

Traje Império1800-1820

Nascido numa época em que o interesse pelos cânones de beleza da Antiguidade Clássica flores-ceu, o Traje Império reflectiu um desejo de ruptura com os modelos do passado - apostando na sim-plicidade de linhas e na leveza e transparência dos tecidos – ao mesmo tempo que se identifica com os princípios universais da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O estilo Império define-se, por isso, em linhas direi-tas e cintura alta, onde predominam os cetins, as sedas, os alvos e transparentes tecidos numa sin-fonia de brancos. Estes vestidos, decotados e com pequenas mangas curtas de balão, lembravam as figuras de estátuas e as colunas jónicas, em tudo semelhantes às que se tinham descoberto em Pompeia e Herculano. A luva é alta e o sapato raso, dando azo a uma marcha natural. A ausência dos espartilhos nos corpos e a maleabilidade dos teci-dos conferiam a ideia de fragilidade da mulher em comparação com a postura do homem.

Mesmos os camponeses usam frequentemente botas. O fraque é uma invenção do famosíssimo dandy, Lord Brummel, também conhecido por Beau Brummel que inaugura o preto como sinal de dis-creta distinção, característica que vai gerar a moda masculina do vestir à inglesa que perdurará até hoje como o nec plus ultra do traje do homem. No entan-to, também se usavam fraques verde-esmeralda e sobretudo azuis, à Werther, o famoso romance de Goethe que foi lido por toda a Europa culta.

O homem virilizava-se, mantendo, todavia, o colete bordado e, após a queda do Império de Napoleão Bonaparte, o uso das calças compridas generali-zou-se. Cerca de 1818, estas sobem, deixando ver a meia. O laço advém o mais característico acessório masculino. É, ainda, frequente o uso de chapéu alto, luvas, bengala ou pingalim.

Nas senhoras, as alterações acontecem durante a década de 1820: o vestido encurta, mostrando a meia de renda. A cintura mantém-se alta, mas a saia ganha um pouco de volume, adquirindo uma larga barra decorada. As mangas são compridas, com cabeça franzida em forma de balão, ligeira-mente menos enformada que no período Império.

Como acessórios fundamentais, usava-se o chapéu e o pequeno casaquinho spencer, inventado pela Condessa Spencer, constituído por uma espécie de bolero que tinha apenas o comprimento do corpete do traje Império. As bolsinhas, executadas em cetins e frequentemente bordadas a lantejoulas, sedas, missangas de aço polido, constituíam os acessórios da mulher de 1820 que, raramente, saía à rua sozinha. As luvas usadas para as cerimónias eram tanto al-tas como curtas, pois o vestido aparece inovadora-mente com mangas excessivamente compridas, ao ponto de atingirem os dedos.

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Traje Romântico1830-1890

Numa época em que uma pluralidade de tendên-cias caracterizou a capacidade de emoção esté-tica perante tudo o que era considerado original e pitoresco, um sentimentalismo e encenação lírica conjugavam-se numa variegada acumulação de ob-jectos, submersos pelo horror ao vazio que a esté-tica do bric-à-brac aprecia. As artes decorativas en-riquecem-se de alusões orientais e de chinoiseries. Assim entra, timidamente, na moda o Romantismo, transformando, aos poucos, a silhueta Império de linhas direitas. A modificação é introduzida em três pontos essenciais: pequenas golas sobrepostas ao pescoço, de intenção revivalista renascentista e maneirista; o mesmo acontece nas mangas, que lembram os recortes do fim da Idade Média; a saia comprida inicia um processo de alargamento e a linha de cintura desce para o seu lugar natural. Es-tas tendências visam novamente encobrir o corpo da mulher que vivera temporariamente liberta de compressão corporal.

As décadas de 1830, 1840 e 1850 caracterizam-se pelo crescente avolumar da imagem visual da mulher, idealizando assim a figura dos amores impossíveis, trágicos ou apaixonados, cantados pelos poetas, descritos pelos romancistas ou dramatizados no te-atro e na ópera e até na própria expressão balética.

A Revolução Industrial e as mudanças tecnológicas que lhe estão associadas transformaram o proces-so de produção. Surgem os mais diversos artigos a preços acessíveis a outros estratos da população. Este facto, aliado ao similar desenvolvimento da imprensa, conjuga-se com a divulgação dos jornais da moda que, enviados de Paris, são distribuídos pelo correio, por mala-posta ou por navio.O primeiro romantismo na indumentária feminina está figurado no extraordinário volume das mangas,

quais asas, que as mulheres irão deixar cair ao as-sumirem os preceitos e preconceitos vitorianos da década seguinte. Cerca dos anos 40 do século XIX, os vestidos das senhoras voltam a ser confeccio-nados como durante o Ancien Régime em dois ele-mentos: saia e corpete. O segundo é usado sobre o espartilho, a manga diminui de volume, mas o decote alarga-se até aos ombros para as noites de festa.

A saia de 1850 muda de formato, apresentando três grandes folhos, os quais permitem o seu alarga-mento progressivo. Esta é usada sobre as culotes, a crinolina e os saiotes, sempre brancos, engoma-das e com folhos, que suavizam e realçam o cair das sedas. Esta obscurece o corpo e reflecte um tipo de sensibilidade característica do mundo vitoriano.

Uma das características do traje desta época reside na crescente importância que é dada à roupa interi-or. A sua manufactura, formas e decoração vão pro-digalizar um sem número de acessórios e a execução do enxoval representa a pedagogia dos lavoures.

O traje masculino de 1822 a 1855 sofre consideráveis alterações. A calça comprida é de regra. O chapéu alto surge nestes primeiros anos do século XIX, de proveniência inglesa, em substituição do bicórnio napoleónico. Nos anos 30 e 40, o homem tem uma aparência elegante e sóbria, apresentando-se formal e austero. Sobre ele recaía a transformação da cidade que, em mudança, era conduzida pela ascensão da bur-guesia. O fraque tinha a cintura no lugar e era assertoa-do com quatro botões, deixando aparecer o colete.

O sobretudo é a inovação da época: cortado na cin-tura, era assertoado com alamares, assemelhando--se a um traje militar.Durante a década de 1850, a calça é sempre de tom claro, mesmo para cerimónia, esticada com presilha sob o sapato. A grande novidade é a cintura, vincada com pinças ou mesmo com pequenas cintas interiores,

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evidenciando o gosto romântico pela cintura fina, mesmo entre os homens.

A sobriedade foi-se tornando, assim, um vector im-portante no traje masculino que, tal como no das senhoras, irá distinguir as formas e os tons para as diversas circunstâncias da vida social.

O aparato cénico da indumentária feminina do século XIX, sobretudo de 1840 a 1875, organiza-se numa escultura de vulto perfeita, recheada de contrapontos simétricos entre o ser e o parecer, o alto e o baixo, o vertical e o horizontal, como sinal de harmonia. A profusão do pormenor amplifica o conjunto, resultando numa leitura paradoxalmente excessiva e cheia de pleonasmos. Os acessórios são múltiplos, desde as toucas às botinas. A mu-lher romântica larga aos poucos a imensidão da sua crinolina, passando à armação traseira, a tournure, que é usada de 1875 a 1890, para se reduzir a uma pequena almofada que é colocada sobre os rins até ao início do século XX.

Cerca do final do século XIX, entra também em moda uma gola exageradamente alta, de modo a pronun-ciar o pescoço, o que acentuava o desenho do rosto e conferia distância social e individual à sua propri-etária. No tocante à figura feminina, esta continu-ava a estruturar-se através do espartilho. A cintura de vespa constituía o centro bem marcado da sil-hueta de 1900. A parte inferior do corpo ficava en-coberta pela saia esvoaçante, em forma de sino ou campânula, com cauda. A parte superior regurgitava com o peito de rola arqueado e preponderante. O uso de gargantilhas nos vestidos decotados e de go-las altas proporcionava um porte majestático, com os cabelos enrolados em totó no alto da cabeça. A linha sinuosa que o moldar do corpo desenha é a de-rivação, na indumentária, das preferências estilísti-cas do Modern Style. A saia ainda é usada com uma ligeira almofadinha interior, mas passa a ser feita num corte virilizado que, conjugadamente com um casaco espartilhado, se denomina de tailleur.

Traje do século XX1890-1965

Em 1900, o estilo Arte Nova reflecte uma apetência para a estilização das formas ondulantes. Esta silhue-ta exaltadora da mulher, expressa-se através de linhas curvas de grande recorte, que reflectia um novo modo de estar, de viver e consequentemente de trajar.Paris constituía, no contexto europeu, o centro da moda e o mito da elegância numa época que ficou designada como Belle Époque. Este título define por si só uma idade de ouro na Europa.A moda, em 1906, sofre uma grande transformação com Paul Poiret, o célebre costureiro parisiense que apresenta uma nova colecção inspirada na época na-poleónica, com cintura alta e linhas direitas.

A implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, traz consigo a suavização das hierarquias sociais, traduzindo-se no contexto da moda pela ausência de referências majestáticas. As mulheres portuguesas foram assumindo um novo estilo através das informa-ções das revistas francesas, onde se manteve o traje comprido, subindo ligeiramente a saia que descobre o sapato. Usa-se saia e casaco com blusa interior, fre-quentemente enfeitada com jabots de renda e até com gravatas masculinas de inspiração inglesa. Com o eclodir da I Guerra Mundial (1914-1918), as di-ficuldades financeiras e as restrições geradas pelo encerramento de inúmeras unidades fabris condu-ziram as mulheres à improvisação. A roupa deixada no guarda-fatos pelo homem que partira para a guerra foi usada e transformada em indumentária feminina. O tailleur resultou, assim, de um aproveitamento e de uma adaptação do traje masculino, fenómeno que se estendeu de França e Inglaterra para os restantes países europeus.

A exposição de Artes Decorativas, que teve lugar em Paris, em 1925, vem padronizar a silhueta dos Loucos Anos 20. O figurino é constituído pela colocação da cintura à altura das ancas e pelo comprimento das saias, que apenas cobrem os joelhos. Revolução na moda, no penteado e na maquilhagem, eis as grandes

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inovações da Garçonne, a famosa e emblemática fi-gura desta época.A década de 1930 caracteriza-se pelo glamour que o cinema veiculou. A moda foi profundamente marcada pela influência das estrelas de cinema e, em Portu-gal, o expoente máximo da diva é atingido por Beatriz Costa. O cabelo usa-se encaracolado, suavizando a geometria do corte à rapaz da década anterior. Vai-se tornando mais comprido e usa-se quase sempre co-berto por chapéus de todos os tamanhos e feitios.Na moda, a linha evasé e a revolucionária técnica do corte dos tecidos em viés, exploram a figura do losan-go que causa grande efeito visual. Assim, a silhueta torna-se fluida, deslizante, voltando a valorizar o cor-po feminino. A cintura volta ao seu lugar natural e a saia desce até meio da perna, modelando o corpo de forma harmoniosa, lânguida e aparentemente simples.

A II Guerra Mundial (1939-1945) influenciou profunda-mente a indumentária feminina. A silhueta possuía um carácter militarizante, os ombros alargaram-se, a saia voltou a subir até aos joelhos, regressaram os tailleurs e as saias-calça, já que a bicicleta foi um importante meio de transporte, na altura. Com o fim das hostili-dades em 1945, dá-se o início de um período de liber-dade e de hino à vida. Christian Dior é a personalidade que cria, em 1947, o New-Look, caracterizado por um corpo modelado e extremamente feminino, com sa-ias muito rodadas que descem até meio da perna. Na cabeça, podiam ver-se chapéus extravagantes, lenços e turbantes, feitos manualmente, terminando em laço.

Nos anos 60, a juventude impõe novos conceitos na moda. Em 1963, Mary Quant, divulga a mini-saia em Londres, que rapidamente vai revolucionar o traje feminino e, em 1965, André Courrèges apresenta uma colecção de Alta-costura onde a mini saia assume um papel de relevo. A mini-saia é usada com collants de lã e botas altas, constituindo o paradigma de todas as jovens, e os penteados inspiram-se nas célebres ca-beleiras dos Beatles criadas por Vidal Sassoon.A partir desta época a moda de rua passará a influen-ciar as criações da Alta-costura alterando até à actuali-dade o seu relacionamento, que se torna bidireccional.

1970 – 2000

As calças de ganga, originalmente usadas por mi-neiros e operários no final do século XIX, têm a car-ga histórica necessária para representar uma dis-posição contestatária. A t-shirt simboliza também a liberdade de movimentos e, simultaneamente, critica o enfatuamento das gerações mais velhas. Estes elementos perduraram até aos nossos dias.

O vestuário constitui um meio de expressar as reivin-dicações feministas da década de 1970. A igualdade de vestir pretendeu abrir caminho à igualdade de direitos e oportunidades. Generalizou-se o uso de calças pelas mulheres e nasceu a moda unissexo. A Revolução de 25 de Abril de 1974 foi decisiva para transformar a maneira de vestir da mulher. Por ou-tro lado, as marcas de pronto-a-vestir passaram a ganhar importância, com o surgimento dos estilis-tas que, paralelamente à Alta Costura, vêm con-tribuindo para equilibrar a massificação advinda do desenvolvimento da indústria da moda. A relativa estabilidade e prosperidade dos anos 80 favoreceram, uma vez mais, o revivalismo de valores e gostos tradicionais. Todavia, a década de 1990 configurou-se a nível internacional, fazendo jus ao conceito de Aldeia Global do canadiano Mar-shall McLuhan. A televisão, as revistas de moda, o turismo, o nomadismo cultural e a Internet desfi-zeram as fronteiras, propiciando a divulgação das criações francesas, mas também italianas, ingle-sas, japonesas e americanas.

A moda-de-autor desenha-se minimalista propi-ciando a personificação na indumentária. O milénio apresenta a necessidade de veicular formas de individualismo, projectando-se numa moda de quotidiano, cada vez mais confortável, prática e estruturada. Surge também com ênfase a moda-espectáculo, ditada pelas passarelles como opera-ções estéticas.

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Desde o início do século XVIII que está consagrada na toponímia local a Quinta do Monteiro-Mor. Isto porque aqui tinha residência o Monteiro-Mor do Reino. No seu palácio, funciona hoje o Museu Nacio-nal do Teatro. Confinante com esta casa, existia no século XVIII o palácio Angeja, onde hoje se encontra instalado o Museu Nacional do Traje. Foi mandado construir em 1766 por D. Pedro José de Noronha de Albuquerque Moniz e Sousa, 3.º Marquês de Angeja (1716-1788), herdeiro e senhor do palácio e da quinta.

A mais relevante qualidade deste edifício é sem dúvida o seu aparente equilíbrio e harmonia, con-seguido a partir do entrosamento de uma manta de construções anteriores aproveitadas ao máximo, com uma capacidade de improvisação e de sentido das proporções. Este edifício sofreu duas principais alterações ar-quitectónicas até ao momento da sua aquisição pelo Estado em 1975: a primeira com o 3.º Marquês de Angeja e a segunda pelo 2.º Duque de Palmela, posterior a 1840, data em que este aristocrata ad-quiriu o Palácio e a Quinta de Recreio.

O edifício desenha-se para o exterior em duas fachadas, uma das quais termina com a Capela. A fachada principal encontra-se virada para o pátio ou terreiro interior correspondendo à actual entrada principal. Abre-se numa galilé de tripla arcaria em mármore. A articulação entre os andares é feita por uma escadaria de pedra de quatro lanços rectos.

No andar nobre, destaca-se o tecto abobadado e a profusa decoração rocaille dos estuques do Salão sobre temas ligados à história natural e nos quatro cantos alegorias às quatro estações. São ainda de referir as pinturas ornamentais da Sala Oriental com as suas chinoiseries, os frescos da Sala da Música e da Sala das Bandeiras, bem como os diver-sos cillhares de azulejos setecentistas da Fábrica do Rato.

Há quem distinga, pela raridade da concepção, a Sala Cantonal, não só pela qualidade pictórica das telas que cobrem convexamente os quatro armári-os que definem a esquadria desde compartimento, como pelo harmonioso programa decorativo que reúne as diversas artes aqui aplicadas, desde o azulejo à talha, à pintura e aos marmoreados que também se encontram no espaço religioso.

A Capela, dedicada a St.ª Rita, constitui um exem-plo interessante da época de charneira, contem-porânea de D. Maria I, pois estabelece a transição entre o gosto rocaille e o neo-clássico. Neste sen-tido, podem observar-se os ditos marmoreados, os quais foram utilizados, não porque a sua aplicação e mão-de-obra tivessem mais baixo custo finan-ceiro que os verdadeiros mármores, mas por indi-carem a mudança para um gosto de pendor neo-clássico. O altar, encimado pelo sacrário de talha dourada ainda apresenta trono com vários degraus e com tocheiros da mesma talha. De ambos os la-dos, podem ver-se nichos com imagens estofadas representando Sto. António e S. Francisco Xavier, também do século XVIII.

Parque Botânico do Monteiro-MorD. Pedro José de Noronha de Albuquerque Moniz e Sousa, 3.º Marquês de Angeja (1716-1788), foi presi-dente do Erário Nacional e primeiro-ministro do governo posterior a Pombal. Grande estadista e coleccionador, naturalista, juntou uma magnífica colecção com espécies animais embalsamadas, um herbário, variados minerais, fósseis e peças etnográficas do Brasil e inúmeras obras de arte. Na sua casa de campo (este palácio no Lumiar) o marquês projecta um museu para albergar as suas colecções, tendo como complemento natural, um jardim botânico.

PALÁCIO E JARDINS

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Após o Terramoto de 1755, decidiu empreender uma reforma na sua quinta com três objectivos fundamentais: modernizar o palácio já existente, edificar um Museu de História Natural para alber-gar as suas colecções (o que não veio a acontecer) e plantar um Jardim Botânico com um Aviário para espécies vivas que serviria de complemento a este empreendimento museológico decorrente do es-pírito enciclopedista da época.Mais tarde, no século XIX, por volta de 1840, o 1º Duque de Palmela, D. Pedro de Sousa Holstein (1781-1850), adquire o palácio e toda a propriedade à viúva do 6º marquês de Angeja, efectuando nova remodelação no Parque. Como diplomata viajado, conhecia bem os jardins europeus, faz com que o gosto romântico da época chegue também ao jardim, retirando-se a estatuária de pedra, natura-lizando-se os contornos dos canteiros com pedra tosca, tornando-se sinuosos os percursos e ocul-tando os muros com exuberantes trepadeiras. D. Pedro encomenda um conjunto de novas espé-cies exóticas, vindas especialmente de Inglaterra. São dessa época a Araucaria heterophylla (primeiro exemplar da espécie, originária das ilhas Norfolk, a leste da Austrália, plantado ao ar livre na Europa) e os dois Platanus x acerifolia existentes no centro do jardim, plantados em 1842.

Jardim das EsculturasInaugurado em 1995, o Jardim das Esculturas teve como objectivo enriquecer o Parque Botânico do Monteiro-Mor, juntando ao património paisagístico a vocação museológica do Jardim Botânico. Porque são raros os espaços onde é possível apresentar e realçar peças escultóricas de grandes dimensões e tonelagem, os onze hectares do Parque propiciam a sua apresentação, podendo o visitante desfrutar em simultâneo das obras e do silêncio característico do Jardim, permitindo privilegiada fruição das escultu-ras nas devidas condições de contemplação.

Uma dedicatória muito especial do Jardim de Es-culturas é feita a Santo António, por altura dos 800 anos do seu nascimento e aos Mártires do Japão (23 Franciscanos e 3 Jesuítas) que pereceram na cidade de Nagasaki.

The Castle of the Eye ou Armadura para a Ausência

Niizuma viveu entre Nova Iorque e Sintra, nasceu em 1930 e faleceu em Portugal em 1988.

Este escultor japonês pertence à descendência da sentinela do Samurai, o que pode justificar a verti-calidade e forma totémica desta obra que se eleva sobre a superfície das águas. Os cubos estriados formando estruturas labirínticas côncavas são ca-racterísticos da sua escultura, aqui apresentada em mármore português.

Senhoras de forte carácter cultivam ervas silvestres

Catarina Baleiras nasceu em Lisboa, em 1963 e fa-leceu em 2000.Nesta obra, a artista aproxima-nos do gesto primeiro, do princípio que origina a criação da forma perfeita. Um novelo de fita de aço com dois metros de diâmetro neste jardim, poderá remeter--nos para a ideia de bola, de planeta, de rabisco ou até dos novelos têxteis.

A Mola

Esta escultura em mármore de José Lucas é uma interpretação monumental de um objecto do quo-tidiano das lavadeiras, para que o seu trabalho não fosse levado pelo vento. A obra “A mola” valoriza este simples utensílio ao mesmo tempo que o as-socia à mulher quer pelo cuidado que esta mantém com o vestuário, quer pelas formas sinuosas do próprio objecto.

Janela de Soror Mariana João Cutileiro nasceu em 1937 e defende que to-das as suas obras nascem das paixões, aspirações, dúvidas e receios que vem sentindo ao longo da vida. Os seus temas são o amor, o desejo e a pleni-tude do ser, cuja revelação no domínio da natureza é celebrado com respei to e simplicidade. Assim, o seu encanto pela estória de Soror Mari-ana Alcoforado não é de estranhar e dedicou-se à construção de uma réplica exacta da janela do Con-vento da Conceição, em Beja, onde se pensa que esteve enclausurada. Este escultor é o responsável pela grande viragem da escultura portuguesa nos anos 80 e pela ruptura com a estatuária oficial, fazendo-a evoluir do clas-sicismo estilizado para uma nova era completa-mente liberta da iconografia vigente.

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1.º ciclo do Ensino Básico

Tu e a tua família.

1.

Com o intuito de aproximar a criança da sua história familiar, explora-se o traje como objecto intergeracio-nal, que evidencia os usos e costumes de cada época.A partir da selecção de imagens apresentada na proposta, pretende-se que cada aluno faça a história da sua família, através da fotografia. Para relacionar….

• Aproveite para explorar com os seus alunos as diferenças observáveis no traje de cada época.

• Tendo como ponto de partida as invenções apre-sentadas no friso cronológico, propomos que as relacione com a história da evolução do traje.

2.

Muitas vezes, a relação entre a forma e a função do traje não é óbvia…Desde sempre que se exploraram novos materiais e técnicas, que tornassem o traje numa peça única, de vanguarda. Com esta actividade, pretende-se que os alunos imaginem para que servem as peças apresentadas e, mais tarde, descobrirem a sua verdadeira função. Para relacionar….

• Divirta-se a explorar com os seus alunos as dife-rentes funções do traje, usado no local de trabalho, para desempenhar uma determinada função.

• No Parque Botânico do Monteiro-Mor pode encon-trar várias esculturas que, apesar de não serem ób-vias, se encontram directamente ligadas à colecção do Museu.

Para experimentar…

Proponha aos seus alunos a recolha de pequenas entrevistas familiares sobre os trajes retratados nas fotografias recolhidas por cada um.

Para descobrir…

Andersen, H. C. (2005), O Rei vai Nú, Everest Editora

Canton, K. & Schiller, L. (2004). Moda: uma história para crian-ças. São Paulo: Cosac Naify.

Grillon, C. & Cosneau, G. (2009). Tudo para desenhar a minha moda através dos séculos. Lisboa: Edicare Editora.

Menéres, M. A. (2000). Histórias de tempo vai tempo vem. Lis-boa: Edições ASA.

Para experimentar…

Proponha aos seus alunos que descubram peças de roupa utilizadas no contexto profissional que te-nham um aspecto estranho ou pouco óbvio da sua função. No final, em grupo, podem eleger a mais esquisita!

Para descobrir…

Matriznet: www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Teixeira, M. B. (2002). O sonho de qualquer peça de roupa. Lis-boa: Museu Nacional do Traje.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

No Museu…

Poderá participar em visitas jogadas onde se desco-brem mistérios floridos e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

ACTIVIDADES E FICHAS

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1.º ciclo do Ensino Básico

Eu e os outros.

1.

Através das roupas, podem-se descobrir diversas pistas sobre o outro: os gostos, interesses, crenças, passatempos ou até profissões.Partindo das fotografias apresentadas, propõe-se que os alunos criem personagens. Para relacionar….

• As profissões não são apenas identificáveis pelo traje. Existem espaços apropriados para o desem-penho de cada função. Aproveite e explore com os seus alunos os diferentes espaços que constituem um museu e as pessoas que ali trabalham: conser-vador, segurança, director, assistente de exposição, recepcionista, entre outros.

2.

O traje pode ainda fornecer-nos pistas sobre a na-cionalidade de cada pessoa: seja pela relação entre os materiais e o clima ou mesmo entre a profissão e a festa!Com esta proposta, pretende-se que os alunos iden-tifiquem os trajes tradicionais de comunidades imi-grantes representadas no nosso país. Para relacionar….

• Aproveite para descobrir com os seus alunos o traje popular de cada região do nosso país e os seus elementos identificativos.

3.

Muitas vezes, apesar do ponto de partida ser o mes-mo, o resultado é diferente porque somos únicos! Nesta actividade, propõe-se que este seja o ponto de partida para o debate. Para descobrir…

Matriznet:www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Para experimentar…

Reutilizando revistas, proponha aos seus alunos que recolham imagens em que o traje reflicta uma determinada profissão.Recorrendo à Internet, podem também descobrir profissões que já não existem. Para descobrir…

Júnior – Texto Editores: http://www.junior.te.pt/servlets/Jardim?P=QueFaz

Baussier, S. (2009). As profissões. Lisboa: Edicare Editora.

Parafita, A. (2000). As três touquinhas brancas. Porto: Plátano Editora.

Andersen, H. C. (2005), O Rei vai Nú, Everest Editora

Para experimentar…

Se na sua turma existirem crianças de outras na-cionalidades, aproveite para as explorar através do traje popular.Podem também escolher no globo terrestre cinco países sobre os quais se possa realizar a mesma pesquisa.

Para descobrir…

Blog do Museu de Arte Popular: http://museuartepopular.blogspot.com/

Matriznet:www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

No Museu…

Poderá participar em visitas jogadas onde se desco-brem mistérios floridos e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

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Page 12: Paisagens do Traje

2.º ciclo do Ensino BásicoLíngua Portuguesa

Histórias sobre nós.

1.

O traje é uma fonte de histórias inesgotável, à me-dida da criatividade e imaginação de cada um!Com esta proposta, pretende-se que, em grupo, os alunos criem a história de cada personagem retra-tada nas fotografias apresentadas.

Para relacionar….

• A partir de A Floresta de Sophia de Mello Breyner, descubra no Parque Botânico do Monteiro-Mor os diferentes espaços/locais descritos no livro.

• O traje pode reflectir uma acção/função, mas também um estilo. Através da colecção do Museu Nacional do Traje, in-vestigue e identifique os estilos que a constituem.

2.

Por vezes, através do traje podemos identificar de imediato a profissão de uma pessoa. Mas nem sempre assim é… A partir de uma citação que descreve um persona-gem, pretende-se que os alunos descubram a sua função através de um jogo de palavras. Para relacionar….

• Tendo a colecção do Museu Nacional do Traje como ponto de partida, explore com os seus alunos as diferentes formas de representação do traje de festa ao longo do tempo.

Para experimentar…

Dividindo a turma em dois grupos, escolham em conjunto 20 palavras do glossário disponibilizado no website www.mapadasideias.pt e construam jo-gos de palavras cruzadas para o grupo adversário adivinhar.

Para experimentar…

O corpo também fala! Partindo das peças jornalís-ticas criadas pelos alunos, grave um bloco de infor-mação televisivo.

Para descobrir…

Câmara Municipal de Lisboa (2009). Guia dos Parques e dos Jardins e Geomonumentos de Lisboa. Lisboa: Câmara Munici-pal de Lisboa.

Enciclopédia pela Imagem – História do trajo em Portugal. Por-to: Lello & Irmãos – Editores.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Braga, J. S. (2003). Herbário. Lisboa: Assírio & Alvim.

Para descobrir…

Matriznet: www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Museu Nacional do Traje (2000). A moda do século: 1900-2000. Lisboa: Museu Nacional do Traje.

No Museu…

Poderá participar em visitas jogadas que desven-dam mistérios (des)confortáveis e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

Page 13: Paisagens do Traje

2.º ciclo do Ensino BásicoHistória e Geografia de Portugal

Como um traje pode contar a história de um país.

1.

Hoje em dia, o nosso país está muito associado ao turismo, mas será que sempre foi assim? Com esta actividade, propomos que os seus alunos fiquem a conhecer melhor a evolução do traje, a partir da praia e do conceito de “veraneio”. Para relacionar….

• Aproveite para descobrir com os seus alunos a evolução do traje desportivo ou de outras activi-dades de lazer.

• Aprofunde o conceito de “arquitectura de vera-neio” explorando, por exemplo, o plano de urbaniza-ção da Costa do Sol (Cascais-Algés).

2.

O tipo de traje que usamos é o reflexo da nossa relação com o meio envolvente. Através desta ac-tividade, cada aluno poderá descobrir a relação do traje popular português com as diferentes regiões de onde é proveniente. Para relacionar….

• Porque não descobrir a arquitectura, as danças ou as receitas tradicionais de cada região?

Para experimentar…

Divida a turma em pequenos grupos e escolha um dos temas anteriores: arquitectura, dança, gastro-nomia. Cada grupo explorará a relação de uma região portuguesa com o tema (século XIX e XX). No final, poderão expor o retrato do país que construíram.

Para experimentar…

Peça aos seus alunos que recolham fotografias suas e de familiares na praia, começando nos nossos dias e recuando até onde conseguirem. Comparem a evolução do traje e da relação das pessoas com a praia. Registem todas as diferenças marcantes (zo-nas geográficas, classes sociais, entre outras).

Para descobrir…

Matriznet: www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Early sports fashion to 1960: http://www.fashion-era.com/sports_fashion_until_1960.htm

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Museu Nacional do Traje (2000). A moda do século: 1900-2000. Lisboa: Museu Nacional do Traje.

Breyner, S. M. (2008). A menina do mar. Porto: Figueirinhas.

Para descobrir…

Cela, D. (2005). Conta-me coisas do teu país. Lisboa: Didáctica Editora.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lisboa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Museu Nacional do Traje (2000). A moda do século: 1900-2000. Lisboa: Museu Nacional do Traje.

No Museu…

Poderá participar em visitas jogadas que desven-dam mistérios (des)confortáveis e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

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Page 14: Paisagens do Traje

3.º ciclo do Ensino Básico7º ano

Se eu fosse um traje, era feito de quê?

1.

A roupa que vestimos pode ser feita de diferentes matérias-primas, provenientes de vários pontos do globo. Com esta proposta, pretende-se que os alu-nos analisem em detalhe os materiais usados na exe-cução do traje, a partir das suas peças de vestuário.

Para relacionar….

• Descubra com os seus alunos a actual indústria de vestuário e calçado nacional.

• O traje não é só a roupa que vestimos! A partir da colecção do Museu Nacional do Traje, descubra com os seus alunos a variedade de acessórios que a compõem: chapéus, malas, leques e bijuteria, en-tre outros.

2.

Por todo o mundo, a moda é ditada pela tesoura dos criadores mais conceituados da nossa época. Também em Portugal, existem estilistas reconhe-cidos a nível internacional, cujo carácter inovador das suas peças as tornam únicas.Com esta proposta, pretende-se que os alunos des-cubram alguns desses exemplos, tendo como ponto de partida a colecção do Museu Nacional do Traje. Para relacionar….

• Aproveite e convide os seus alunos a explorar a história dos mais importantes e antigos ateliers de cri-ação de moda do mundo (por exemplo, Christian Dior).

Para experimentar…

Desafie os seus alunos a criarem a sua peça de rou-pa ideal, utilizando um texto e/ou um desenho.

Para experimentar…

A partir dos locais assinalados no mapa-mundi, de-safie os seus alunos a escolherem um dos países e a investigarem o seu traje civil.

Para descobrir…

Matriznet: www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Doudna, K. (2004). Clothing around the world. EUA: Minnesota, ABDO Group.

Para descobrir…

Casa Dior: http://www.dior.com/prehomeFlash.htm

Baldini, M. (2005). A invenção da moda. As teorias, os estilistas, a história. Col. Arte & Comunicação. Lisboa: Edições 70.

Wilcox, C. (2007). The golden age of couture. Paris and London 1947-57. UK: London, V&A Publishing.

No Museu…

Poderá participar em visitas de pormenor onde se desfiam descobertas e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

Page 15: Paisagens do Traje

3.º ciclo do Ensino Básico8º ano

Se eu fosse um traje, era feito de quê?

1.

A roupa que vestimos pode ser feita de diferentes matérias-primas, provenientes de vários pontos do globo. Com esta proposta, pretende-se que os alu-nos analisem em detalhe os materiais usados na e-xecução do traje, a partir das pistas fornecidas. Para relacionar….

• Aproveite e proponha aos seus alunos que pes-quisem sobre as novas técnicas e materiais utiliza-dos no traje hoje em dia.

2.

O traje do século XX encetou algumas transforma-ções na forma de vestir da população portuguesa, sobretudo no vestuário feminino.Nesta actividade, pretende-se que os alunos ex-plorem essas alterações, comparando com o traje de hoje em dia. Para relacionar….

• Sob o chapéu das comemorações do centenário da implantação da República em Portugal, aproveite e explore com os seus alunos aspectos da vida quo-tidiana nesta época: gastronomia, transportes e comunicações, desportos e lazer, entre outros.

Para experimentar…

Desafie os seus aluos a recolher imagens sobre a 1.ª República, identificando e analisando as peças de vestuário e acessórios encontrados em cada uma delas (por exemplo, barrete frígio).

Para experimentar…

Desafie os seus alunos, em pequenos grupos, a criarem um peça de vestuário ou acessório, a partir de uma variedade de materiais à escolha (tecidos, plástico, madeira, apliques, pasta de moldar, entre outros).

Para descobrir…

Baldini, M. (2005). A invenção da moda. As teorias, os estilistas, a história. Col. Arte & Comunicação. Lisboa: Edições 70.

Jones, S. J. (2005). Fashion design: o manual do estilista. Barce-lona: Editorial Gustavo Gili.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lisboa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

Para descobrir…

Primeira República: http://www.primeirarepublica.org/portal/

Guinote, P. (2001). Quotidiano feminino 1900-1940. Lisboa: Câ-mara Municipal de Lisboa – departamento de Património Cul-tural – Arquivo Fotográfico de Lisboa.

Letria, J. J. (2009). A Minha Primeira República. Col. Moinho de Vento. Lisboa: Dom Quixote.

Ventura A. (2010). Os Postais da Primeira República. Lisboa: Tinta da China.

Oliveira Marques, A. H. (coord.) (1991). Nova História de Portu-

gal. Vol. XI. Lisboa: Editorial Presença.

No Museu…

Poderá participar em visitas de pormenor onde se desfiam descobertas e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

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Page 16: Paisagens do Traje

3.º ciclo do Ensino Básico9º ano

Como um traje pode contar a História de um país.

1.Hoje em dia, o nosso país está muito associado ao turismo, mas será que sempre foi assim? Com esta actividade, propomos que os seus alunos fiquem a conhecer melhor a evolução do traje enquanto es-pelho das relações entre os meios ambiente, social e cultural, partindo do conceito de “veraneio”.

Para relacionar….

• Explore com os seus alunos a evolução dos mate-riais utilizados na execução do traje de veraneio.

• Aprofunde o conceito de “arquitectura de vera-neio” explorando, por exemplo, o plano de urban-ização da Costa do Sol (Cascais-Algés).

2.

Para cada ocasião, existe um tipo de traje próprio. Através desta actividade, pretende-se que os alu-nos investiguem e identifiquem três momentos marcantes na vida da Rainha D. Amélia, partindo dos trajes por ela envergados. Para relacionar….

• Aproveitando as comemorações do centenário da implantação da República em Portugal, desafie os seus alunos a investigarem as transformações ocorridas no traje entre o período da Monarquia e a transição para o regime republicano, não es-quecendo as transformações sociais associadas.

Para experimentar…

Proponha aos seus alunos a realização de uma pesquisa sobre os códigos de vestuário a adoptar actualmente em diferentes ocasiões (casamentos, funerais, jantares, saídas à noite, concertos, even-tos desportivos, entre outras).

Para experimentar…

Peça aos seus alunos que recolham fotografias suas e de familiares na praia, começando nos nos-sos dias e recuando até onde conseguirem. Compa-rem a evolução do traje e da relação das pessoas com a praia. Legendem as imagens, registando todas as diferenças marcantes zonas geográficas, classes sociais, entre outras). De seguida, poderão associar cada imagem a um poema de Sophia de Mello Breyner.

Para descobrir…

Adrião, A. A. (2004). O Palácio Anjos e a Arquitectura de Vera-neio em Algés. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras.

Enciclopédia pela Imagem – História do trajo em Portugal. Por-to: Lello & Irmãos – Editores.

Ortigão, R. (1876). As Praias de Portugal. Guia do Banhista e do Viajante. Lisboa: Livraria Clássica Editora.

Breyner, S. M. (2010). Dia do Mar (6.ª ed.). Lisboa: Editorial Caminho.

Para descobrir…

Primeira República: http://www.primeirarepublica.org/portal/

Guinote, P. (2001). Quotidiano feminino 1900-1940. Lisboa: Câ-mara Municipal de Lisboa – departamento de Património Cul-tural – Arquivo Fotográfico de Lisboa.

Museu Nacional do Traje (2000). A moda do século: 1900-2000. Lisboa: Museu Nacional do Traje.

Oliveira Marques, A. H. (coord.) (1991). Nova História de Portu-gal. Vol. XI. Lisboa: Editorial Presença.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lis-boa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

No Museu…

Poderá participar em visitas de pormenor onde se desfiam descobertas e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

Page 17: Paisagens do Traje

Ensino Secundário

Os museus servem para contar histórias. Quando se visita uma exposição, o objectivo de quem a montou é explicar um ponto de vista, ensinar algo sobre aquela temática, fazer sentir um problema ou uma realidade.Partindo desta perspectiva, propomos a explora-ção do espaço museológico do Museu Nacional do Traje, através de uma peça.

Para relacionar….

• O Museu Nacional do Traje está localizado no Pa-lácio Angeja-Palmela, tendo aberto ao público em 1977. Proponha aos seus alunos uma investigação sobre a história deste edifício, não esquecendo o seu estilo arquitectónico e decorativo, bem como as várias utilizações que teve desde a sua con-strução até aos nossos dias.

• O Museu encontra-se rodeado pelo Parque Botâ-nico do Monteiro-mor que, para além de propor-cionar momentos de lazer únicos, encerra um in-teressante conjunto de zona florestal, pequenos bosques de espécies exóticas e indígenas, desen-volvendo-se num meio ecológico raro em Lisboa. Desafie os seus alunos a pesquisarem sobre a riqueza natural deste parque.

Para experimentar…

Explore com os seus alunos o conceito de “traje”, bem como as implicações políticas, económicas, sociais e culturais que este encerra. No final, pro-ponha a realização de uma exposição com os tra-balhos finais.

Para descobrir…

Matriznet: www.matriznet.imc-ip.pt/ipm/MWBINT/MWBINT02.asp

Museums Association: www.museumsassociation.org/home

Câmara Municipal de Lisboa (2009). Guia dos Parques e dos Jardins e Geomonumentos de Lisboa. Lisboa: Câmara Munici-pal de Lisboa.

Baldini, M. (2005). A invenção da moda. As teorias, os estilistas, a história. Col. Arte & Comunicação. Lisboa: Edições 70.

Duarte, C. L. (2004). Moda (1.ªed.). Série O Que É. Lisboa: Quime-ra Editores.

Teixeira, M. B. (2005). Roteiro do Museu Nacional do Traje. Lisboa: Museu Nacional do Traje – Instituto Português dos Museus.

No Museu…

Poderá ainda participar em visitas de pormenor e oficinas onde se poderá bordar e pintar a história de uma t-shirt.

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Page 18: Paisagens do Traje

O Serviço de Educação e Mediação do Museu Nacio-nal do Traje tem como principal objectivo a divulga-ção e a interpretação das suas colecções, através de um programa diversificado de actividades e eventos que tem como objectivo criar relações du-radouras e criativas com públicos específicos.Se a colecção é o ponto de partida, oferecendo um olhar único e pluridimensional sobre o Homem e a sua relação com o Mundo e a Sociedade, os públicos são parte integrante nos processos de construção de significados, Identidade e Memória.

Através da coordenação, interligação e optimiza-ção dos projectos educativos, a colecção do Museu Nacional do Traje, o Palácio e o Parque são o ponto de partida para desafios interdisciplinares e para o intercâmbio de movimentos e áreas artísticas e culturais diferentes.

O SEM também cria serviços que trazem mais qual-idade de vida, funcional e intelectual, aos públicos pelos quais se interessa.

O SEM é um parceiro dos docentes e das escolas na programação de actividades que visam:

• Enriquecimento curricular.

• Ligação entre a sala de aula e o Museu.

• Formação holística para a construção de uma atitude crítica e proactiva perante a Sociedade.

SERVIÇO DE EDUCAÇÃO E MEDIAÇÃO DO MUSEU NACIONAL DO TRAJE

PROJECTOS COM ESCOLAS

• Visitas dinâmicas e de pormenor, onde se misturam as peças da colecção, a arquitectura e as artes decorativas do edifício e a biodiversidade que se respira no Parque.

• Oficinas especialmente pensadas para o desenvolvimento criativo da expressão e da reflexão que podem ser desfru-tadas no espaço do Museu ou em cada escola.

• Projecto educativo integrado, que pretende estreitar a relação do Museu com cada escola, durante um ano lectivo, tornando familiar o espaço do Museu para cada grupo de crianças.

A NOVA PROGRAMAÇÃO DO SEM ENGLOBA:

Page 19: Paisagens do Traje

Queremos que os professores se tornem parceiros do Museu, partilhando projectos, descobertas e críticas.

Por essa razão, cada docente amigo do SEM usufrui de descontos:

Por essa razão, cada docente participante recebe:

• Entrada gratuita com o grupo escolar.

• Roteiro de actividades na marcação da activida-de, enviado por correio. Aqui encontra propostas de trabalho que permitem a contextualização no currículo escolar.

• Nas actividades para o público adulto (conferências, cursos, oficinas, eventos).

• Nas actividades para famílias ao fim-de-semana.

• Férias no Museu (5 - 15 anos).

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DOCENTE AMIGO DO MUSEU NACIONAL DO TRAJE

VENHA VISITAR-NOS!

Page 20: Paisagens do Traje