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PAISAGISMO MODERNO NA EUROPA E EUA

Euler Sandeville Jr. (FAU/USP; PROCAM/USP)

Aion Poéticas da Paisagem e Ações Socioambientaisfevereiro 2009

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APRESENTAÇÃO

OBJETIVOS

O curso apresenta aspectos introdutórios visando ordenar os movimentos e experiências de vanguarda, que estabelecem as bases da renovação da forma de entender e projetar o paisagismo na Europa e nos EUA, no período entre-guerras.

Aproximação inicial ao tema das relações entre paisagismo e modernidade na década de 1920, tendo por objeto as experiências inspiradas nas vanguardas nas artes e a produção de jardins em obras de arquitetos ligados ao movimento moderno.

Trata de um assunto bem pouco difundido até agora entre arquitetos e historiadores do paisagismo, abrindo uma série de módulos que no decorrer de 2009 apresentarão um panorama do paisagismo até o momento atual, estabelecendo suas relações com as artes, fundamental para as questões de linguagem do projeto, e a transformação na forma de pensar o paisagismo.

Ponto de partida: a historiografia corrente não a analisa a produção paisagística desse período de modo mais detido e não reconhece suficientemente os desenvolvimentos no campo dos jardins no período das vanguardas artísticas

Por exemplo, Jellicoe dedica o último quarto de seu livro (p284-389) ao século 20, dividindo-o em até 1945 e depois até 1986 (a primeira edição é de 1975, revisada em 1987), distinguindo entre América e Europa.

Nessa primeira fase, na Europa, destaca que a grande fator singular no desenho do território foi o nascimento da “modern science of town - and country - planning” (p. 287).

Destaca Patrick Geddes, Howard, Munford, os movimentos artísticos da vanguarda construtivista, Le Corbusier, Gropius, , Mondrian, Asplund.

Apresenta trabalhos dos seguintes paisagistas:

Gertrude Jeckyll, Antonio Gaudí, Gunnar Asplund, algumas cidades jardins (Diagrama, Welwyn) e Christopher Tunnard (com Chermayeff em Sussex), C. Th. Sorensen (Aarhus University), Holger Blom (Diretor de Parques de Estocolmo), o Bos Park, Amsterdã.

A maioria dos projetos mostrados não se encaixa dentro de uma linguagem artística modernista, propriamente dita.

Uma bibliografia específica sobre a história do paisagismo (BROWN 2000, TREIB 1993, TREIB 2002, WAYMARK 2003, IMBERT 1993, LE DANTEC 2002) vem contribuindo para ampliar o conhecimento das idéias e intenções dos projetos de jardins

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PROGRAMA

aula 1. O contexto para uma renovação estética do projeto a. Os estilos tradicionais, perspectivas e impasses abertos no século 19 e a situação em torno a 1900. b. As vanguardas artísticas e arquitetônicas no início do século 20: principais tendências

aula 2. Primeiras experimentações com a renovação da linguagem do projeto de paisagismo europeu e estadunidense a. Paisagismo e vanguarda européia. Tony Garnier, Le Corbusier, Van Doesburg, Exposição de Artes decorativas, Guevrekian b. A renovação do projeto nos EUA. A influência de Gropius em Harvard. Thomas Church.

CARGA HORÁRIA: 8 horas/aula VAGAS: máximo 9 alunos Local: Ateliê da Rua Cayowaá 1005, Perdizes, São Paulo. Informações e inscrições: [email protected] contato: (5511) 83393903 será fornecido certificado de participação (mínimo de 75% de frequência) Produção: Aion Poéticas da Paisagem As imagens serão transmitidas em uma TV de 21" ou monitor 17". Os valores arrecadados com os cursos serão integralmente revertidos para a manutenção e ampliação da proposta da Espiral da Sensibilidade e do Conhecimento (http://www.espiral.org.br), excetuando-se apenas honorários de terceiros, serviços e custos que venham a ser necessários para sua realização.

sobre o professor EULER SANDEVILLE JR. Arquiteto e Urbanista (PUCC, 1981), Arte educador (Faculdade de Belas Artes, 1984), mestre e doutor em Estruturas Ambientais Urbanas pela Universidade de São Paulo ("A Herança da Paisagem" 1993, As Sombras da Floresta, Vegetação, Paisagem e Cultura no Brasil" 1999), com ênfase em história e gestão da paisagem , com pós-graduação em Ecologia (USJT, 1996). Foi sócio da firma Arte Ambiente Projetos Ltda desenvolvendo projetos de arquitetura e paisagismo, tendo trabalhado em Museus, no Departamento de Cultura e na Secretaria de Habitação do Município de São Paulo, onde desenvolveu projetos de arte-educação, pesquisa e de gestão do espaço público, tendo gerado esses trabalhos importantes referências. Trabalhou como professor de I e II Graus e Supletivo, e nos cursos de Arquitetura da FAU Santos, UBC, FAAP, São Judas, EESCUSP, nas áreas de Paisagismo e História da Arquitetura, tendo coordenado Departamentos e outras atividades, em diversas instituições de ensino superior (http://www.ensino.pro.br). Tem projetos premiados, desenvolve trabalhos na área das artes (http://www.arte.arq.br) e tem trabalhos científicos publicados disponíveis (http://www.ambiente.arq.br). Atualmente é professor da Universidade de São Paulo, Vice-Coordenador da Área de Concentração Paisagem e Ambiente do Programa de Pós-Graduação da FAU.USP e Coordenador do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM.USP). Participa da coordenação dos Grupos de Pesquisa (CNPQ) "Gestão e Projeto do Espaço" e "Natureza, Cidade, Paisagem" e desenvolve o projeto "Espiral da Sensibilidade e do Conhecimento" (http://www.espiral.org.br). Para acessar o currículo lattes e conhecer mais trabalhos nessas áreas, acesse: http://lattes.cnpq.br/0285344763071129

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AULA 1. O CONTEXTO PARA UMA RENOVAÇÃO ESTÉTICA DO PROJETO

A. OS ESTILOS TRADICIONAIS, PERSPECTIVAS E IMPASSES ABERTOS NO SÉCULO 19 E A SITUAÇÃO EM TORNO A 1900.

principais referências estilísticasprincipais referências estilísticas

“jardim formal” : renascença ao barroco (Itália e França)

“jardim informal”: século 18 (Inglaterra)

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século 19: crise ambiental e social

Nova função social do espaço livre na construção do espaço urbano

Sistema de parques e praças urbanos de lazer e convívio para as massas

Sistema de espaços urbanos de controle ambiental

Parques Naturais

Linguagem do projeto

No século XIX, a revolução industrial, o êxodo do campo e o crescimento das cidades formando as primeiras metrópoles modernas, tornaram as condições de vida as piores possíveis, gerando a consciência dos problemas sociais, sanitários, ambientais e de lazer coletivo.

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"O meu conceito de arquitetura está na união e colaboração das artes, de modo que cada coisa esteja subordinada às outras e com essas em plena harmonia e, quando uso essa palavra, esse será o significado, não um mais restrito. É uma concepção ampla, porque abraça o inteiro ambiente da vida humana: não podemos nos subtrair da arquitetura enquanto somos parte da civilização, pois que representa o conjunto de modificações sobre a superfície terrestre, em vista das necessidades humanas. Nem podemos confiar nossos interesses a uma elite de homens preparados, pedindo a eles que investiguem, descubram e criem o ambiente destinado a nos hospedar, para depois nos admirarmos perante a obra pronta, apreendendo-a como coisa acabada. Isso cabe a nós mesmos; a cada um de nós cabe empenhar-se no controle e na proteção da orientação justa da paisagem terrestre, cada um com seu espírito e suas mãos, na parte que lhe cabe, para evitar que deixemos a nossos filhos um tesouro menor do que aquele que nos foi deixado por nossos pais" (Willian Morris, 1881).

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AULA 1. O CONTEXTO PARA UMA RENOVAÇÃO ESTÉTICA DO PROJETO

B. AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS E ARQUITETÔNICAS NO INÍCIO DO SÉCULO 20: PRINCIPAIS TENDÊNCIAS

a aproximação com as vanguardas nas artes plásticas contribuiu para introduzir uma noção de modernidade em jardins da década de 1920 na Europa.

- Em relação à tendência modernizante derivada das experiências do nascente movimento moderno de arquitetura, pode-se notar que, naquele período, o emprego da vegetação de crescimento livre convive com projetos apresentando vínculos com uma forte experimentação de caráter geométrico e com tradições recentes.

Duas tendências:

1- a tentativa de aproximação às novas correntes plásticas que se desenvolviam desde o início do século XX parece ter contribuído para a aplicação de motivos geométricos em jardins que trazem referências do art déco, do cubismo e do expressionismo.

2- Outra tendência da modernidade nos jardins nas décadas de 20 e 30 está relacionada aos arquitetos envolvidos na pesquisa de uma nova síntese na relação do edifício com seu exterior.

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AULA 2. PRIMEIRAS EXPERIMENTAÇÕES COM A RENOVAÇÃO DA LINGUAGEM DO PROJETO DE PAISAGISMO EUROPEU E ESTADUNIDENSE

A. PAISAGISMO E VANGUARDA EUROPÉIA. TONY GARNIER, LE CORBUSIER, VAN DOESBURG, EXPOSIÇÃO DE ARTES DECORATIVAS, GUEVREKIAN

Duas tendências:

1- a tentativa de aproximação às novas correntes plásticas que se desenvolviam desde o início do século XX parece ter contribuído para a aplicação de motivos geométricos em jardins que trazem referências do art déco, do cubismo e do expressionismo.

2- Outra tendência da modernidade nos jardins nas décadas de 20 e 30 está relacionada aos arquitetos envolvidos na pesquisa de uma nova síntese na relação do edifício com seu exterior.

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AULA 2. PRIMEIRAS EXPERIMENTAÇÕES COM A RENOVAÇÃO DA LINGUAGEM DO PROJETO DE PAISAGISMO EUROPEU E ESTADUNIDENSE

B. A RENOVAÇÃO DO PROJETO NOS EUA. A INFLUÊNCIA DE GROPIUS EM HARVARD. THOMAS CHURCH.

EUA:esforço de integrar riquezas e diversidades regionais, inclusive ambientais e culturais, através de uma organização territorial conquistada a duras penas, apoiada num extenso sistema de comunicações regionais e de segregações culturais.

estradas de ferro que já em 1865 excediam a rede européia (Jellicoe, 1987),

migração de colonos,

criação da Capital projetada em 1791,

Guerra civil (1861-1865),

políticas posteriores do New Deal e por uma tradição antiurbana que remonta a

Jefferson (Segre, 1985) e chega a Taliesen West.

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O paisagismo moderno surge nos EUA num diálogo com a organização dos espaços urbanos e regionais e na investigação de uma estética moderna e de um método racional de projeto. Quando mencionamos a investigação de uma estética moderna, não nos referimos a uma transposição para o paisagismo das formas da arte abstrata européia, embora isso também tenha havido. A questão é mais profunda e é reinterpretada no panorama norte-americano.

Laurie reconhece basicamente duas tradições no paisgismo americano: a da costa leste, polarizada por Harvard, e a da costa oeste, na Califórnia, principalmente São Francisco. Nas primeiras décadas deste século o gosto dos jardins e o conceito da profissão irradiou-se a partir de Harvard, que havia abraçado os cânones do ecletismo de inspiração neoclássica e se fechara a qualquer renovação do conceito ou da aparência dos jardins.

Em torno de 1937, entretanto, ocorrerão mudanças substanciais em Harvard, que são o estopim do paisagismo moderno nos EUA. Parte desse grupo de paisagistas irá depois se deslocar para a Califórnia, onde já atuava Church. O processo parece ter alguma correspondência na arquitetura. Segundo Snow (1967), a maior parte das construções modernas, no final dos anos 30, localizava-se no Sul da Califórnia e no entorno de Lincoln e Massachsetts (onde Gropius se estabelecera).

Já em 1936, Eckbo, Kiley e Rose, alunos em Harvard, lideraram uma "revolta estudantil" contra o ensino acadêmico da escola. Porém, é em 1937, com a nomeação de Richard Hudnut como Deão da Harvard Architectural School, que ocorre uma ruptura notável.

"Dentre os ex-professores da Bauhaus, Albers se estabelece nos EUA em 1933 e introuz sua pedagogia formal no Black Mountain College; A.Schowisky prossegue as pesquisas cenográficas de Schlemmer; L.Feininger, americano de nascença, volta a Nova York em 1936; Moholy-Nagy funda em Chicago, em 1937, a New Bauhaus, com a finalidade explícita de continuar a experiência européia; no mesmo período Gropius e Breuer estabelecem-se em Harvard, Mies van der Rohe e Hilberseimer em Chicago, Bayer, Ozenfant e, mais tarde, Mondrian, em Nova York" (Benevolo, 1976). Isso sem mencionar Neutra, Saarinen, Mendelsohn, Duchamp e outros. Segundo Snow, também em 1937 Christopher Tunnard, um dos expoentes do paisagismo moderno europeu e bastante influenciado pelo funcionalismo, e sobretudo um teórico de expressão, transfere-se da Inglaterra para Harvard.

Thomas Church, que estudou em Berkeley e em Harvard e iniciou sua atividade profissional em 1930, desenvolve a partir da década de 40 uma nova conceituação para o jardim residencial californiano.

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