PALAVRAS DE VIDA ETERNA

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Caro Amigo Se você gostou deste livro e tem condições de comprá-lo, faça-o, pois os direitos autorais desta obra são destinados a instituições de caridade. Que Jesus o abençoe. Muita Paz

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  1. 1. Caro Amigo Se voc gostou deste livro e tem condies de compr-lo, faa-o, pois os direitos autorais desta obra so destinados a instituies de caridade. Que Jesus o abenoe. Muita Paz
  2. 2. 2 ANTE O DIVINO MESTRE...........................................................................................................................5 1 - RECOMECEMOS......................................................................................................................................6 2 - CRESAMOS PARA O BEM...................................................................................................................7 3 - EVITANDO A TENTAO .......................................................................................................................8 4 - AMOR E TEMOR ....................................................................................................................................9 5 - F E OBRAS ........................................................................................................................................10 6 - NO RUMO DO AMANH.......................................................................................................................11 7 - MELHORAR PARA PROGREDIR...........................................................................................................12 8 - VIDA E POSSE.......................................................................................................................................13 9 - SOCORRO E CONCURSO....................................................................................................................14 10 - VENCER O MAL..................................................................................................................................15 11 - AJUDEMOS TAMBM...........................................................................................................................16 12 - PERANTE JESUS ................................................................................................................................17 13 - BOAS OBRAS......................................................................................................................................18 14 - BENIGNIDADE......................................................................................................................................19 15 - NO ROTEIRO DA F...........................................................................................................................20 16 - NA SENDA DO CRISTO .....................................................................................................................21 17 - EXALTAO DO REINO DIVINO ........................................................................................................22 18 - ATITUDES ESSENCIAIS ......................................................................................................................23 19 - AO DE GRAAS.............................................................................................................................24 20 - VIGIANDO ............................................................................................................................................25 21 - COMPREENDENDO .............................................................................................................................26 22 - NA PALAVRA E NA AO .................................................................................................................27 23 - ADORAO E FRATERNIDADE..........................................................................................................28 24 - LIBERDADE EM CRISTO.....................................................................................................................29 25 - OUVIRS DECERTO ...........................................................................................................................30 26 - AOITANDO O AR..............................................................................................................................32 27 - LIBERDADE EM JESUS ......................................................................................................................33 28 - NA CONQUISTA DA LIBERDADE .......................................................................................................35 29 - NO ESTUDO DA SALVAO..............................................................................................................36 30 - PARA VENCER O MAL.......................................................................................................................37 31 - COMBATENDO A SOMBRA ................................................................................................................38 32 - O AMOR TUDO SOFRE......................................................................................................................39 33 - ACALMA-TE .........................................................................................................................................40 34 - PROSSIGAMOS....................................................................................................................................41 35 - OBSERVEMOS AMANDO.....................................................................................................................42 36 - CORAO PURO ................................................................................................................................43 37 - REPAREMOS NOSSAS MOS............................................................................................................44 38 - SALVAR - SE........................................................................................................................................45 39 - NO AUXLIO DE TODOS.....................................................................................................................46 40 - ENQUANTO PODES ............................................................................................................................47 41 - SE ANDARMOS NA LUZ.....................................................................................................................48 42 - NO SERVIO MEDINICO..................................................................................................................49 43 - NA MEDIUNIDADE...............................................................................................................................50 44 - AO...................................................................................................................................................51 45 - NO SUSTENTO DA PAZ.....................................................................................................................52 46 - NA TAREFA DA PAZ ..........................................................................................................................53 47 - ESTEJAMOS EM PAZ .........................................................................................................................54 48 - DINHEIRO E ATITUDE .......................................................................................................................55 49 - CARIDADE E RIQUEZA.......................................................................................................................56 50 - CONFIEMOS ALEGREMENTE..............................................................................................................57 51 - NO SOLO DO ESPRITO ....................................................................................................................58 52 - PALAVRA FALADA ..............................................................................................................................59 53 - PALAVRA ESCRITA.............................................................................................................................60 54 - APRIMOREMOS ...................................................................................................................................61 55 - SUPORTEMOS.....................................................................................................................................62 56 - JESUS E DIFICULDADE......................................................................................................................63 57- JESUS E PAZ ......................................................................................................................................64 58 - EM HONRA DA LIBERDADE...............................................................................................................65 59 - EM LOUVOR DO EQUILBRIO............................................................................................................66 60 - TERRA - BENO DIVINA..................................................................................................................67 61 - PERDO - REMDIO SANTO.............................................................................................................68 62 - NO CAMPO DO VERBO .....................................................................................................................69 63 - NO CAMPO DA VIDA ............................................................................................................................70
  3. 3. 3 64 - XITO ..................................................................................................................................................71 65 - DEFESA...............................................................................................................................................72 66 - O PRIMEIRO PASSO ..........................................................................................................................73 67 - A MELHOR MEDIDA ...........................................................................................................................74 68 - AGUARDEMOS ....................................................................................................................................75 69 - NA LUZ DA COMPAIXO ...................................................................................................................76 70 - PACIFICA SEMPRE .............................................................................................................................77 71 - OLHOS.................................................................................................................................................78 72 - OUVIDOS.............................................................................................................................................79 73 - EXCESSO ............................................................................................................................................80 74 - NOSSA CRUZ......................................................................................................................................81 75 - LIBERTEMOS.......................................................................................................................................82 76 - SOCORRAMOS ....................................................................................................................................83 77 - SE PROCURAS O MELHOR...............................................................................................................84 78 - MELHORANDO SEMPRE.....................................................................................................................85 79 - PACIFIQUEMOS...................................................................................................................................86 80 - BENDIGAMOS......................................................................................................................................87 81 - PROSSEGUINDO .................................................................................................................................88 82 - TUA OBRA...........................................................................................................................................89 83 - PRESENA DIVINA .............................................................................................................................90 84 - DIVINOS DONS ...................................................................................................................................91 85 - SE ASPIRAS A SERVIR .......................................................................................................................92 86 - NO TE INQUIETES ...........................................................................................................................93 87 - ALIMENTO VERBAL.............................................................................................................................94 88 - VASOS DE BARRO.............................................................................................................................95 89 - INESQUECVEL ADVERTNCIA...........................................................................................................96 90 - EM CONSTANTE RENOVAO ..........................................................................................................97 91 - APREO ..............................................................................................................................................98 92 - SOLIDARIEDADE..................................................................................................................................99 93 - SERVIO E INVEJA ..........................................................................................................................100 94 - BENEFICNCIA E PACINCIA ..........................................................................................................101 95 - APRENDENDO...................................................................................................................................102 96 - NAS PALAVRAS ................................................................................................................................103 97 - PAI E AMIGO....................................................................................................................................104 98 - FILHO E CENSOR.............................................................................................................................105 99 - RECLAMAES.................................................................................................................................106 100 - QUEIXUMES.....................................................................................................................................107 101 - DE ACORDO....................................................................................................................................108 102 - NAS CONTAS ..................................................................................................................................109 103 - PRODUZIMOS ..................................................................................................................................110 104 - EXISTIMOS ......................................................................................................................................111 105 - ESTEJAMOS ATENTOS ...................................................................................................................112 106 - CONFIEMOS SERVINDO .................................................................................................................113 107- COMPAIXO EM FAMLIA..................................................................................................................114 108 - PAZ EM CASA ................................................................................................................................115 109 - NA ESFERA DA LNGUA ................................................................................................................116 110 - NO CAMPO DO AFETO..................................................................................................................117 111 - PERANTE OS INIMIGOS .................................................................................................................118 112 - DIANTE DA JUSTIA ........................................................................................................................119 113 - AGRADEAMOS SEMPRE...............................................................................................................120 114 FRATERNALMENTE AMIGOS ..........................................................................................................121 115 - COM FIRMEZA................................................................................................................................122 116 - NA EXECUO DO MELHOR.........................................................................................................123 117 - ESPERA POR DEUS .......................................................................................................................124 118 - ANTE A PALAVRA DO CRISTO .....................................................................................................125 119 - NOS PROBLEMAS DA POSSE .......................................................................................................126 120 - NOS DOMNIOS DO BEM...............................................................................................................127 121 - CHAMAMENTO AO AMOR ..............................................................................................................128 122 - CONVITE AO ESTUDO....................................................................................................................129 123 - NO PO ESPIRITUAL......................................................................................................................130 124 - PERMANEAMOS FIEIS..................................................................................................................131 125 - NO CONVVIO DO CRISTO ............................................................................................................132 126 - NA ROTA DO EVANGELHO............................................................................................................133 127 - CHAMAMENTO DIVINO ...................................................................................................................134
  4. 4. 4 128 - DESCULPISMO ................................................................................................................................135 129 - NA FONTE DO BEM.......................................................................................................................136 130 - NA LUZ DA VERDADE....................................................................................................................137 131 - DIANTE DO CONFORMISMO ..........................................................................................................138 132 - DIANTE DA PROVIDNCIA .............................................................................................................139 133 - EM TORNO DA LIBERDADE...........................................................................................................140 134 - PO .................................................................................................................................................141 135 - DIANTE DO MESTRE......................................................................................................................142 136 - NA VITRIA REAL ..........................................................................................................................143 137 - CRENA...........................................................................................................................................144 138 - ORDEM ............................................................................................................................................145 139 - RELIGIO PURA..............................................................................................................................146 140 - DIANTE DA JUSTIA ......................................................................................................................147 141 - HOSPITALIDADE..............................................................................................................................148 142 - NO BEM DE TODOS.......................................................................................................................149 143 - AO CLARO DA VERDADE ............................................................................................................150 144 - EXEMPLIFICAR ................................................................................................................................151 145 - ENQUANTO TEMOS TEMPO...........................................................................................................152 146 - SIRVAMOS EM PAZ........................................................................................................................153 147 - MOS EM SERVIO .......................................................................................................................154 148 - NO BOM COMBATE........................................................................................................................155 149 - TODOS OS DIAS.............................................................................................................................156 150 - SEMPRE AGORA.............................................................................................................................157 151 - ROGAR ............................................................................................................................................158 152 - DESCANSAR....................................................................................................................................159 153 - CONCEITO DE SALVAO.............................................................................................................160 154 - NAS TRILHAS DA F .....................................................................................................................161 155 - PAZ EM NS ..................................................................................................................................162 156 - SEGUNDO AGIMOS.........................................................................................................................163 157 - NA CONSTRUO DO MESTRE ....................................................................................................164 158 - VONTADE DIVINA............................................................................................................................165 159 - APRENDAMOS, NO ENTANTO.........................................................................................................166 160 - RECONHEAMOS, PORM.............................................................................................................167 161 - NOS PADRES DE JESUS ...............................................................................................................168 162 - TENDE F EM DEUS .....................................................................................................................169 163 - NO PLANO DO BEM.......................................................................................................................170 164 - ASSEIO VERBAL .............................................................................................................................171 165 - NOS DOMNIOS DA AO .............................................................................................................172 166 - NO ATO DE ORAR............................................................................................................................173 167 - LEGIO ............................................................................................................................................174 168 - TESTE..............................................................................................................................................175 169 - TESTEMUNHO DOMSTICO...........................................................................................................176 170 - CONTA PESSOAL............................................................................................................................177 171 - PACINCIA EM ESTUDO ................................................................................................................178 172 - ORAO E COOPERAO.............................................................................................................179 173 - RIXAS E QUEIXAS ..........................................................................................................................180 174 - AMIGOS DE JESUS ........................................................................................................................181 175 - NO CONVVIO DE CRISTO I...........................................................................................................182 176 - NO DIA DA INCERTEZA .................................................................................................................183 177 - NA ESFERA DO REAJUSTE...........................................................................................................184 178 - ADVERSRIOS E DELINQENTES..................................................................................................185 179 - DISCERNIR E CORRIGIR................................................................................................................186 180 - DEUS TE ABENOA .......................................................................................................................187 QUADRO DE REFERENCIAS BIBLICAS ............................................................................................188
  5. 5. 5 ANTE O DIVINO MESTRE Senhor! No dia de Pentecoste, quando quiseste reafirmar as boas novas do intercmbio, entre o Mundo dos Homens e o Mundo dos Espritos, deliberaste agir de pblico, sem que ministros ou lderes humanos estivessem superintendendo a reunio. Pedro e os companheiros oravam, depois de providncias para que algum ocupasse o lugar vazio de Judas, quando (1) todos ficaram repletos do Esprito Santo e passaram a falar em outras lnguas, segundo o Esprito lhes concedia que falassem. Com isso no desejamos dizer que desprestigiavas a autoridade e a organizao que honorficas com o teu apreo, e sim que podes administrar os teus dons inefveis sem a interveno de ningum. O narrador evanglico vai mais longe. Conta-nos, ainda, que a multido te escutou o verbo renovador, tomada de assombros, porquanto, fizeste com que cada um dos circunstantes te ouvisse o comunicado em seu prprio idioma(2) Rememoramos semelhante passagem dos primeiros dias apostlicos, para rogar-te apoio no limiar deste livro. Estamos agrupados nestas pginas, - os leitores amigos e ns outros, - procurando o sentido de teus ensinamentos com as chaves da Doutrina Esprita, que nos legaste pelas mos de Allan Kardec. Aqui entrelaamos ateno e pensamento, sem outras credenciais que no sejam as nossas necessidades do corao. Respeitamos, Senhor, todos os templos que te reverenciam o nome e todos os poderes religiosos que te dignificam no mundo, mas temos sede das tuas palavras de vida eterna, escoimadas de qualquer suplementao. Viajores de longos e escabrosos caminhos, trazemos a alma fatigada de supremacias e domnios, pretenses e contendas estreis!... Reunidos, pois a fim de ouvir-te as lies claras e simples, ns te pedimos entendimento. E, lembrando-te a presena no monte, frente da turba sequiosa de consolo e esperana, ns te suplicamos, ainda, inspirao e bno, para que te possamos compreender e aproveitar o exemplo de amor e a mensagem de luz. Emmanuel Uberaba, 14 de Setembro de 1964 (1) Atos, 2:4 (2) Atos. 2:6 Nota do autor espiritual
  6. 6. 6 1 - RECOMECEMOS " Ningum pe remendo de pano novo em vestido velho " - Jesus. (Mateus, 9 : 16.) No conserves lembranas amargas. Viste o sonho desfeito. Escutaste a resposta de fel. Suportaste a desero dos que mais amas. Fracassaste no empreendimento. Colheste abandono. Padeceste desiluso. Entretanto, recomear beno na Lei de Deus. A possibilidade da espiga ressurge na sementeira. A gua, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte. Torna o calor da primavera, na primavera seguinte. Inflama-se o horizonte, cada manh, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia. Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho. como se tudo estivesse a dizer : "Se quiseres, podes recomear ". Disse, porm , o Divino Amigo que ningum aproveita remendo novo em pano velho. Desse modo, desfaze-te do imprestvel. Desvencilha-te do intil. Esquece os enganos que te assaltaram. Deita fora as aflies improfcuas. Recomecemos, pois, qualquer esforo com firmeza, lembrando-nos , todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que ser sempre uma perda real.
  7. 7. 7 2 - CRESAMOS PARA O BEM "Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois no lhe d Deus o Esprito por medida" JESUS (JOO, 3:34.). Observa a munificncia das concesses Divinas por toda a parte. Enquanto o homem raciona a distribuio desse ou daquele recurso, Deus no altera as suas Leis de abundncia. Anota na Terra em torno de ti: O Sol magnificente nutrindo a vida em todas as direes... O ar puro e sem medida... A fonte que se d sem reservas... Tudo infinitamente doado a todos. Tudo liberalmente repartido. Qual ocorre s concesses do Senhor na ordem material, acontece no Reino do Esprito. As portas da sabedoria e do Amor jazem constantemente abertas. Os tesouros da Cincia e as alegrias da compreenso humana, as glrias da arte e as luzes da sublimao interior so acessveis a todas as criaturas. No entanto, do rio de graas da vida, cada alma somente retira a poro de riquezas que possa perceber e utilizar proveitosamente. Estuda, observa, trabalha e renova-te para o bem. Amplia a viso que te prpria e auxilia os outros, ajudando a ti mesmo. Recorda que Deus a ningum d seus dons por medida, contudo, cada alma traz consigo a medida que instalou no prprio ntimo para recepo dos dons de Deus.
  8. 8. 8 3 - EVITANDO A TENTAO Vigiai e orai para no entrardes em tentao. JESUS (MARCOS, 14:38.) Vigiar no quer dizer apenas guardar. Significa tambm precaver-se e cuidar. E quem diz cuidar, afirma igualmente trabalhar e defender-se. Orar, a seu turno, no exprime somente adorar e aquietar-se, mas, acima de tudo, comungar com o Poder Divino, que crescimento incessante para a luz, e com o Divino Amor, que servio infatigvel no bem. Tudo o que repousa em excesso relegado pela Natureza inutilidade. O tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura. A gua estagnada cria larvas de insetos patognicos. No te admitas na atitude de vigilncia e orao, fugindo luta com que a Terra te desafia. Inteligncia parada e mos paradas impem paralisia ao corao que, da inrcia, cai na cegueira. Vibra com a vida que escoa, sublime, ao redor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando as fronteiras do bem, aprendendo e ajudando aos outros em teu prprio favor. Essa a mais alta frmula de vigiar e orar para no cairmos em tentao.
  9. 9. 9 4 - AMOR E TEMOR "O perfeito amor lana fora o temor". (I JOO, 4:18.) Para que nossa alma se expanda sem receio, atravs das realizaes que o Senhor nos confia, no basta o imperfeito Amor que estipula salrios de gratido ou que se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio. necessrio rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distino. O imperfeito Amor, procurando o gozo prprio no concurso dos outros, quase sempre o egosmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para atorment-las sob mltiplas formas de temor, quais sejam a exigncia e o cime, a crueldade e o desespero, acabando ele prprio no inferno da amargura e da frustrao. O perfeito Amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traou caminhos infinitos para a evoluo e aprimoramento das almas, que a felicidade no a mesma para todos e que amar significa entender e ajudar, abenoar e sustentar sempre os coraes queridos, no degrau de luta que lhes prprio. Para que te libertes, assim, das algemas do medo, no basta te acolhas no anseio de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposies do Amor incompleto. indispensvel saibas amar, com abnegao e ternura, entre a esperana incansvel e o servio incessante pela vitria do bem, sob a tutela dos quais vivers sempre amando, segundo o Amor equilibrado e perfeito pela fora Divina que nos ergue triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz.
  10. 10. 10 5 - F E OBRAS A f se no tiver obras, morta em si mesma. TIAGO 2:l7 Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitvel sem dvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adorao ao Cu. Por dentro, a f reinando sublime: Oraes primorosas... Discursos admirveis... Louvores e cnticos... Mas, por fora, o trabalho esquecido: Campos ao desamparo... Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza... De que teria valido a exaltao exclusiva da f, seno para estender a morte no mundo que o SENHOR nos confiou para a glria da vida ? No te creias, desse modo, em comunho com a Divina Majestade, simplesmente porque te faas cuidadoso no culto externo da religio a que te afeioas. Conhecimento nobre exige atividade nobre. Elevao espiritual tambm dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes. por isso que f e obras se completam no sistema de nossas relaes com a vida superior. Prece e trabalho. Santurio e oficina. Cultura e caridade. Ideal e realizao. Nesse sentido, Jesus o nosso exemplo indiscutvel. No se limitou o Senhor a simples glorificao de DEUS nos Paos Divinos, quanto edificao dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na Sublime Tarefa que lhe foi cometida, desceu esfera dos homens e entregou-se obra do Amor infatigvel, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual.
  11. 11. 11 6 - NO RUMO DO AMANH "Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma ?" Jesus (Marcos, 8:36.) Lembra-te de viver, conquistando a glria eterna do Esprito. Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos angustiosos tormentos da frustrao... Estendem os braos para o ouro que amontoaram, contudo... esse ouro apenas lhes assegura o mausolu em que se lhes guardam as cinzas. Alongam a lembrana para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos, todavia... quase sempre a fulgurao pessoal de que se viram objeto apenas lhes acorda o corao para a dor do arrependimento tardio. Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitrio domnio, mas... no enxergam seno a poeira da desiluso que lhes soterra os sonhos mortos. Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo na poltica, na fortuna, na cincia, na religio, no poder... No entanto, incapazes do verdadeiro servio aos semelhantes, enganaram to somente a si prprios, no culto ao egosmo e ao orgulho, intemperana e vaidade que lhes devastaram a vida. E despertaram, alm da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz. Recorda os que padecem na derrota de si mesmos, depois de se acreditarem vencedores, dos que choram as horas perdidas, e procura, enquanto hoje, enriquecer o prprio esprito para o amanh que te aguarda, porque, consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o esplendor de todos os imprios do mundo, conservando a treva por dentro do corao.
  12. 12. 12 7 - MELHORAR PARA PROGREDIR "E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade..." - Jesus. (MATEUS, 25:15.) Melhorar para progredir - eis a senha da evoluo. Passa o rio dos dons divinos em todos os continentes da vida, contudo, cada ser lhe recolhe as guas, segundo o recipiente de que se faz portador. No olvides que os talentos de Deus so iguais para todos, competindo a ns outros a soluo do problema alusivo capacidade de receb-los. No te percas, desse modo, na lamentao indbita. Uma hora anulada na queixa vasto patrimnio perdido no preparo da justa habilitao para a meta a alcanar. Muitos suspiram por tarefas de amor, confiando-se averso e discrdia, enquanto que muitos outros sonham servir luz, sustentando-se nas trevas da ociosidade e da ignorncia. A alegria e o fulgor dos cimos jazem abertos a todos aqueles que se disponham jornada da ascenso. Se te afeioas, assim, aos ideais de aprimoramento e progresso, no te afastes do trabalho que renova, do estudo que aperfeioa, do perdo que ilumina, do sacrifcio que enobrece e da bondade que santifica... Lembra-te de que o Senhor nos concede tudo aquilo de que necessitamos para comungar-Lhe a glria divina, entretanto, no te esqueas de que as ddivas do Criador se fixam, nos seres da Criao, conforme a capacidade de cada um.
  13. 13. 13 8 - VIDA E POSSE "No a vida mais que o alimento ?" Jesus (Mateus, 6:25.) Aconselha-te com a prudncia para que teu passo no ceda loucura. H milhares de pessoas que efetuam a ramagem carnal, amontoando posses exteriores, gana de ilusria evidncia. Senhoreiam terras que no cultivam. Acumulam ouro sem proveito. Guardam larga cpia de vestimenta sem qualquer utilidade. Retm grandes arcas de po que os vermes devoram. Disputam remuneraes e vantagens de que no necessitam. E imobilizam-se no medo ou no tdio, no capricho maligno ou nas doenas imaginrias, at que a morte lhes reclama a devoluo do prprio corpo. No olvides, assim, a tua condio de usufruturio do mundo, e aprende a conservar no prprio ntimo os valores da grande vida. Vale-te dos bens passageiros para estender o bem eterno. Aproveita os obstculos para incorporar a riqueza da experincia No retenhas recursos externos de que no careas. No desprezes lio alguma. Comea a luta de cada dia, com o deslumbramento de quem observa a beleza pela primeira vez e agradece a paz da noite como quem se despede do mundo para transferir- se de residncia. Ama pela glria de amar. Serve sem prender-te. Lembra-te de que amanh restituirs vida o que a vida te emprestou, em nome de DEUS, e que os tesouros de teu esprito sero apenas aqueles que houveres amealhado em ti prprio, no campo da educao e das boas obras.
  14. 14. 14 9 - SOCORRO E CONCURSO Quantos pes tendes? Jesus. (Marcos, 8:5.) Observemos que o Senhor, diante da multido faminta, no pergunta aos companheiros: - " de quantos pes necessitamos?" mas, sim, "quantos pes tendes?". A passagem denota a precauo de Jesus no sentido de alertar as discpulos para a necessidade de algo apresentar a Providncia Divina como base para o socorro que suplicamos. Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas no prescindiu das migalhas que os apstolos lhe ofereciam. O ensinamento precioso para a nossa experincia de orao No vale rogar as concesses do Cu, alongando mos vazias, com palavras brilhantes e comoventes, mas sim pedir a proteo de que carecemos, apresentando, em nosso favor, as possibilidades ainda que diminutas de nosso esforo prprio. No adianta solicitar as bnos do po imobilizando os braos no gelo da preguia, como de todo Imprprio rogar aos talentos do amor, calcinando o corao no fogo do dio. Decerto, o Senhor operara maravilhas, no amparo a todos aqueles que te partilham a marcha... Dispensar socorro aos que amas, transformar o quadro social em que te situas e exaltar o templo domstico em que respiras... Contudo, para isso, e necessrio lhe ofereas os recursos que j conseguiste amontoar em ti mesmo para a extenso do progresso e para a vitria do bem. No te esqueas, pois, de que no auxilio aos outros no prescindir o Senhor do auxilio, pequenino embora, que deve encontrar em ti.
  15. 15. 15 10 - VENCER O MAL No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. Paulo. (Romanos, 12:21.) Comumente empregamos a expresso guerrear o mal, como se bastassem nossas atitudes mais fortes para extermin-lo e venc-lo. Sem dvida, semelhante conceituao no de todo imprpria, porque, em muitas circunstncias, para limit-lo no podemos dispensar vigilncia e firmeza. Ainda assim, muitas vezes, zurzindo-lhe as manifestaes com violncia, criamos outros males a se expressarem atravs de feridas que apenas o blsamo do tempo consegue cicatrizar. O apstolo, contudo, claro na frmula precisa ao verdadeiro triunfo. No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. Perseguir, quase sempre, fomentar. O melhor processo de extinguir a calnia e a maledicncia confiar nosso prprio verbo desculpa e bondade. O recurso mais eficiente contra a preguia o nosso exemplo firme no trabalho constante. O meio mais seguro de reajustar aqueles que desajudam ao prximo ajudar incessantemente. O remdio contra a maldio a bno. Os antdotos para o veneno da injria so a paz do silncio e o socorro da prece. Por isso mesmo, Jesus ensinou: Amai os vossos inimigos. Bendizei os que vos maldizem. Orai por aqueles que vos maltratam e caluniam. Perdoai setenta vezes sete. Ofertai amor aos que vos odeiam. Podemos, pois, muitas vezes, combater o mal para circunscrever-lhe a rbita de ao, mas a nica maneira de alcanar a perfeita vitria sobre ele ser sempre a nossa perfeita consagrao ao bem irrestrito.
  16. 16. 16 11 - AJUDEMOS TAMBM "Ele respondeu e disse: Da-lhes vs, de comer..." (MARCOS, 6:37.) Em muitas ocasies propomos a Benfeitores Espirituais determinados servios que, acima de tudo, so oportunidades de trabalho que o Senhor, abnegado e vigilante, nos oferece. Enunciamos rogativas e relacionamos diversos quadros de ao para a caridade. O doente de certa rua. O parente necessitado. O obsesso que sofre no distante. A casa conflagrada do vizinho. O companheiro algemado ao leito. O amigo em prova inquietante. Os obreiros da Espiritualidade movimentam-se e ajudam, devotados e operosos; contudo, em suplicando o socorro alheio, no nos cabe olvidar o socorro que podemos prestar por ns mesmos. indispensvel acionar as possibilidades da nossa cooperao fraterna, os recursos ainda que reduzidos de nossa bolsa, o nosso concurso pessoal, o nosso suor e as nossas horas, a benefcio daqueles que a sabedoria Divina situou em nossa estrada para testemunharmos a prpria f. Diante da turba faminta, ouvindo as alegaes dos discpulos que lhe solicitavam a ateno para as necessidades do povo, disse-lhes o Senhor: - "Dai-lhes vs, de comer.... E os discpulos angariaram diminuta poro de alimentos, antes que o Mestre a convertesse em po para milhares. A lio expressiva. No basta rogar a interveno do cu, em favor dos outros, com frases bem feitas, a fim de que venhamos a cumprir o nosso dever cristo. Antes de tudo, necessrio fazer a nossa parte, quanto nos seja possvel, para que o bem se realize, de modo a entrarmos em sintonia com os poderes do bem eterno.
  17. 17. 17 12 - PERANTE JESUS Porventura sou eu, Senhor? (MATEUS, 26:22.) Diante da palavra do Mestre, reportando-se ao esprito de leviandade e defeco que o cercava, os discpulos perguntaram afoitos : Porventura sou eu, Senhor? E quase todos ns, analisando o gesto de Judas, incriminamo-la em pensamento. Por que teria tido a coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas? Entretanto, bastar um exame mais profundo em ns mesmos, a fim de que vejamos nossa prpria negao frente do Cristo. Judas teria cedido paixo poltica dominante, enganado pelas insinuaes de grupos famintos de libertao do jugo romano... Teria imaginado que Jesus, no Sindrio, avocaria a posio de emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestvel triunfo humano... E, apenas depois da desiluso dolorosa e terrvel, teria assimilado toda a verdade!... Mas ns? Em quantas existncias e situaes t-lo-emos vendido no altar do prprio corao, ao preo mesquinho de nosso desvairamento individual? Nos prlios da vaidade e do orgulho... Nas exigncias do prazer egosta... Na tirania da opinio... Na crueldade confessa... Na caa da fortuna material... Na rebeldia destruidora... No olvido de nossos deveres... No aviltamento de nosso prprio trabalho... Na edificao ntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou no, definindo nossas responsabilidades e dbitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram desero perante o Cristo, teremos bastante fora para desculpar as faltas do prximo, perguntando, com sinceridade, no mago do corao: Porventura existir algum mais ingrato para contigo do que eu, Senhor?
  18. 18. 18 13 - BOAS OBRAS "Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que ests nos Cus." JESUS (MATEUS, 5:16.) Brilhe vossa luz disse-nos o MESTRE - e muitas vezes julgamo-nos unicamente no dever de buscar as alturas mentais. E suspiramos inquietos pela dominao do crebro. Contudo, o CRISTO foi claro e simples no ensinamento: brilhe tambm a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que est nos cus. No apenas pela cultura intelectual. No somente pela frase correta. Nem s pelo verbo flamejante. No apenas pela interpretao eficiente das Leis Divinas. No somente pela prece labial, apurada e comovedora. Nem s pelas palavras e pelos votos brilhantes. indiscutvel que no podemos menosprezar a educao da inteligncia, mesmo porque escola, em todos os planos, obra sublime com que nos cabe honrar o Senhor, mas JESUS, com a referncia, convidava-nos ao exerccio constante das boas obras, seja onde for, pois somente o corao tem o poder de tocar o corao e, somente aperfeioando os nossos sentimentos, conseguiremos nutrir a chama espiritual em ns, consoante o Divino apelo. Com o amor estimularemos o amor... Com a humildade geraremos a humildade... Com a paz em nos ajudaremos a construir a paz dos outros... Com a nossa pacincia edificaremos a pacincia alheia. Com a caridade em nosso passo, semearemos a caridade nos passos do prximo. Com a nossa f garantiremos a f ao redor de ns mesmos. Atendamos, pois, ao nosso prprio burilamento, porquanto apenas contemplando a luz das boas obras em ns, que os outros entraro no caminho das boas obras, glorificando a bondade e a sabedoria de Deus.
  19. 19. 19 14 - BENIGNIDADE Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como tambm DEUS em Cristo vos perdoou - PAULO (Efsios, 4:32.). Meditemos na Tolerncia Divina, para que no venhamos a cair nos precipcios da violncia. Basta refletir na desculpa incessante do Cu s nossas fraquezas e crueldades, frente do Cristo, para que abracemos a justa necessidade da compaixo infatigvel uns para com os outros. Desce Jesus da Espiritualidade Solar, dissipando-nos a sombra. Negamos-lhe guarida. O Supremo Senhor, porm, no nos priva de Sua Augusta Presena. O Divino Benfeitor exemplifica o Amor incondicional, sanando-nos as mazelas do corpo e da alma, a ensinar-nos a bondade e a renncia como normas de justa felicidade; contudo, recompensamo-lo com a saliva do escrnio e com a cruz da morte. A Infinita Sabedoria, no entanto, no nos recusa a herana do Seu Evangelho renovador. Em nome do Mestre Sublime, prottipo do Amor e da Paz fizemos guerras de dio, acendendo fogueiras de perseguio e extermnio; todavia, o Altssimo Pai no nos cassa a oportunidade de prosseguir caminhando no tempo e no espao, em busca da evoluo. Reflete na magnanimidade de Deus e no coleciones desapontamentos e mgoas, para que o bem te encontre feio de canal seguro e limpo. Guardar ressentimento e vingana, melindre e rancor, o mesmo que transformar o corao num vaso de fel. Segundo a advertncia do Apstolo Paulo, usemos constante benignidade uns para com os outros, porque somente assim viveremos no clima de Jesus, que nos trouxe vida a ilimitada compaixo, e o auxlio incessante da Providncia Celestial.
  20. 20. 20 15 - NO ROTEIRO DA F "Se algum quer vir aps mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me." Jesus - LUCAS 9:23 O aviso do Senhor insofismvel. "Siga-me" - diz o Mestre. Entretanto, h muita gente a lamentar-se de fracassos e desiluses, em matria de f, nas escolas do Cristianismo, por no Lhe acatarem o conselho. Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermedirios humanos e, como toda criatura terrestre, os intermedirios humanos do Evangelho no podem substituir o Cristo, junto sede das almas. Aqui, o padre catlico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santidade perfeita. Ali, o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas inabilitado demonstrao de todas as virtudes. Acol, o mdium esprita, abnegado e diligente, todavia distante da prpria sublimao. Mais alm, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeioados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integrao com o Benfeitor Eterno. E quase sempre aqueles que o acompanham, na suposio de buscarem o Cristo, ante os mnimos erros a que se arrojam, por fora da invigilncia ou inexperincia, retiram-se, apressados, do servio espiritual, alegando desapontamento e amargura. O convite do Senhor, no entanto, no deixa margem dvida. No desconhecia Jesus que todos ns, os Espritos encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunho com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflies, dvidas e defeitos, muitas vezes escabrosos. Da o recomendar-nos: - "Se algum quer vir aps mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me". Se te dispe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificao da tua felicidade, renuncia com desassombro s bagatelas da estrada, suporta corajosamente as conseqncias dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo. No olvides que h muita diferena entre seguir o Cristo e seguir os cristos.
  21. 21. 21 16 - NA SENDA DO CRISTO Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Jesus. (Mateus. 5:44.) O caminho de Jesus de vitria da luz sobre as trevas e, por isso mesmo, repleto de obstculos a vencer. Senda de espinhos gerando flores, calvrio e cruz indicando ressurreio... O prprio Mestre, desde o incio do apostolado, desvenda s criaturas o retiro da elevao pelo sacrifcio. Sofre, renunciando ao divino esplendor do Cu, para acomodar-se sombra terrestre na estrebaria. Experimenta a incompreenso de sua poca. Auxilia sem paga. Serve sem recompensa. Padece a desconfiana dos mais amados. Depois de oferecer sublime espetculo de abnegao e grandeza, iado ao madeiro por malfeitor comum. Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e volta do tmulo para ajudar. Todos os seus companheiros de ministrio, restaurados na confiana, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martrio e flagelao. Inteis, desse modo, nos crculos de nossa f, os petitrios de protecionismo e vantagens inferiores. Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faz-nos sentir que tornamos carne para regenerar e reaprender. Com o corpo fsico, retomamos nossos dbitos, nossas deficincias, nossas fraquezas e nossas averses... E no superaremos os entraves da prpria liberao, providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconseqentes. Acusar, reclamar, queixar-se, no so verbos conjugveis no campo de nossos princpios. Disse-nos o Senhor -"Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Isso no quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de penitncia p de nossos adversrios, mas sim que nos compete viver de tal modo que eles se sintam auxiliados por nossa atitude e por nosso exemplo, renovando-se para a o bem, de vez que, enquanto houver crime e sofrimento, ignorncia e misria no mundo, no podemos encontrar sobre a Terra a luz do Reino do Cu.
  22. 22. 22 17 - EXALTAO DO REINO DIVINO Nisto glorificado meu Pai, em que deis muito fruto e assim tornar-vos-eis meus discpulos. Jesus. (Joo, 15:8.) Glorificars o Senhor Supremo e sers discpulo do Grande Mestre... Contudo, no apenas porque te mostres entendido nas Divinas Escrituras... No somente porque saibas apregoar os mritos da Sublime Revelao, comovendo a quem te ouve... No apenas por guardares de cor as tradies dos antepassados... No somente por te sustentares no culto externo... No apenas pelo reconforto recebido de mensageiros da Vida Superior... No somente por escreveres pginas brilhantes... No apenas porque possuas dons espirituais... No somente porque demonstres alevantadas aspiraes... A palavra do Evangelho insofismvel. Glorifiquemos a Deus e converter-nos-emos em discpulos do Cristo, produzindo frutos da paz e aperfeioamento. Regenerao e progresso, luz e misericrdia. A semente infecunda, por mais nobre, esperana cadaverizada no seio da terra. Assim tambm, por mais ardente, a f que no se exprime em obras de educao e de amor, redeno e bondade, talento morto. Se te dizes seguidor de Jesus, segue -lhe os passos. Ajuda, ampara, consola, instrui, edifica e serve sempre. Faamos algo na extenso do bem de todos. Somente assim, cresceremos para o Cu, na construo do Reino de Deus.
  23. 23. 23 18 - ATITUDES ESSENCIAIS Qualquer que no tomar a sua cruz e vier aps mim, no pode ser meu discpulo. Jesus. (LUCAS, 15:27.) Neste passo do Novo Testamento, encontramos a verdadeira frmula para o ingresso ao Sublime Discipulado. Qualquer que no tomar a sua cruz e vier aps mim, no pode ser meu discpulo afirma-nos o Mestre. Duas atitudes fundamentais recomenda -nos o Eterno Benfeitor se nos propomos desfrutar-lhes a intimidade tomar a cruz redentora de nossos deveres e seguir-lhe os passos. Muitos acreditam receber nos ombros o madeiro das prprias obrigaes, mas fogem ao caminho do Cristo; e muitos pretendem perlustrar o caminho do Cristo, mas recusam o madeiro das obrigaes que lhes cabem. Os primeiros dizem aceitar o sofrimento, todavia, andam agressivos e desditosos, espalhando desnimo azedume por onde passam. Os segundos crem respirar na senda do Cristo, mas abominam a responsabilidade e o servio aos semelhantes, detendo-se no escrnio e na leviandade , embora saibam interpretar as lies do Evangelho, apregoando-as com arrazoado enternecedor. Uns se agarram lamentao e ao aviltamento das horas. Outros se cristalizam na ironia e na ociosidade, menosprezando os dons da vida. No nos esqueamos, assim, de que preciso abraar a cruz das provas indispensveis nossa redeno e burilando, com amor e alegria,marchando no espao e no tempo, com o verdadeiro esprito cristo de trabalho infatigvel no bem, se aspiramos a alcanar a comunho com o Divino Mestre. No vale apenas sofrer. preciso aproveitar o sofrimento. Nem basta somente crer e mostrar o roteiro da f. imprescindvel viver cada dia, segundo a f salvadora que nos orienta o caminho.
  24. 24. 24 19 - AO DE GRAAS "Tomou o clice e, tendo dado graas, o deu aos discpulos, dizendo: Bebei dele todos. (MATEUS, 26:27). No mundo, as festividades gratulatrias registram invariavelmente os triunfos passageiros da experincia fsica. Lautos banquetes comemoram reunies da famlia consangnea, msicas alegres assinalam o trmino de contendas na justia dos homens, nas quais, muitas vezes, h vtimas ignoradas, soluando na sombra. Com JESUS, no entanto, vemos um ato de ao de graas que parece estranho primeira vista. O Mestre Divino ergue hosanas ao Pai, justamente na hora em que vai partir ao encontro do sacrifcio supremo. Conhecer desoladora solido no Jardim das Oliveiras... Padecer injuriosa priso... Meditar na incompreenso de Judas... Ver-se- negado por Simo Pedro... Experimentar o escrnio pblico... Ser preterido por Barrabs, o delinqente infeliz... Sorver fel, sob a coroa de espinhos... Recolher o abandono e o insulto. Sofrer injustificvel condenao... E receber a morte na cruz entre dois malfeitores... Entretanto, agradece... que na lgica do senhor, acima de tudo, brilham os valores eternos do esprito. O CRISTO louva o Todo-Misericordioso pela oportunidade de completar com segurana o seu Divino Apostolado na Terra, rendendo graas pela confiana com que o Pai o transforma em exemplo vivo para a redeno das criaturas humanas, embora essa redeno lhe custe martrio e flagelao, suor e lgrimas. No te percas desse modo, em lances festivos sobre pretensas conquistas na carne que a morte confundir hoje ou amanh, mas, no turbilho da luta que santifica e aperfeioa, saibamos agradecer os recursos com que Deus nos aprimora para a beleza da luz e para a glria da vida.
  25. 25. 25 20 - VIGIANDO ...Se alguma virtude h e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. Paulo. (FILIPENSES, 4:8.) Trabalhemos vigiando. Aquilo que nos ocupa o pensamento a substncia de que se nos constituir a prpria vida. Retiremos, dessa forma, o corao de tudo o que no seja material de edificao do Reino Divino, em ns prprios. Em verdade, muita sugesto criminosa buscar enevoar-nos a mente, muito lodo da estrada procurar-nos- as mos na jornada de cada dia e muito detrito do mundo tentar imobiliza-nos os ps. a nuvem da incompreenso conturbando-nos o ambiente domstico... a acusao indbita de permeio com a calnia destruidora... a maledicncia convidando-nos mentira e leviandade... o amigo de ontem que se rende s requisies da treva, passando condio de censor das nossas qualidades ainda em processo de melhoria... Entretanto, frente de todos os percalos, no te prendas s teias da perturbao e da sombra. Em todas as situaes e em todos os assuntos, guardemos a alma nos ngulos em que algo surja digno de louvor, fixando o bem e procurando realiza-lo com todas as energias ao nosso alcance. Aos mais infelizes, mais amparo. Aos mais doentes, mais socorro. E, ocupando o nosso pensamento com os valores autnticos da vida, aprenderemos a sorrir para as dificuldades, quaisquer que sejam, construindo gradativamente, em ns mesmos, o templo vivo da luz para a comunho constante com o nosso Mestre e Senhor.
  26. 26. 26 21 - COMPREENDENDO Temos, porm, este tesouro em vasos de barro para que a excelncia do poder seja de DEUS e no de ns."Paulo (II Corntios, 4,7) Sigamos compreendendo. Lembra-te de que os talentos da f e o conhecimento superior, o Dom de consolar, e a capacidade de servir, no obstante laboriosamente conquistados por teu esforo, constituem benos do Criador em teu corao de criatura. No te furtes, desse modo, lavoura do bem, a pretexto de te sentires ainda sob a influncia do mal. At alcanarmos triunfo pleno sobre nossos desejos malsos, sofreremos na vida, seja no corpo de carne ou alm dele, os flagelos da tentao. Tentao da luxria... Tentao da vingana... Tentao da cobia... Tentao da crueldade... Tentaes de todos os matizes que emergem do poo de nossos impulsos instintivos ainda no dominados... Se a tentao, contudo, nasce de ns, a flama da educao e do aprimoramento vem de DEUS, conduzindo-nos para a Esfera Superior. No te espantes, assim, frente do conflito da luz e da treva em ti mesmo... Segue a luz e acertars o caminho. Riqueza medinica, fulguraes da inteligncia, recursos geniais e consagrao virtude so tesouros do Senhor que, na feliz definio do Apstolo Paulo, transportamos no vaso de barro de nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda sabedoria, toda santificao, toda excelncia e toda beleza da vida, no nos pertencem de modo algum, mas sim glria de Nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre.
  27. 27. 27 22 - NA PALAVRA E NA AO E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graas a Deus Pai. Paulo. (COLOSSENSES, 3:17.) Dizes-te cristo, declaras-te seguidor de Jesus, afirmas-te cultor do Evangelho... Isso quer dizer que o nome do Senhor se encontra empenhado em tuas mos. Se buscamos o Cristo, decerto necessrio refleti-lo. imprescindvel, assim, saibamos agir como se lhe fssemos representantes fiis, no caminho em que estagiamos. Lembra-te de semelhante obrigao e, cumprindo-a, libertar-te-s com facilidade das sombras que te atormentam a marcha. Assevera-nos o Apstolo: - e tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graas a Deus Pai. Efetivamente, a palavra e os atos representam a fora de exteriorizao dos nossos sentimentos e pensamentos. O corao inspira o crebro.O crebro dirige a existncia. A emoo cria a idia. A idia plasma as aes. preciso, pois, sentir com Jesus para que aprendamos a raciocinar e a servir com ele. Algum nos sugere a extenso da maledicncia, nas teias do julgamento precipitado? H quem nos chame contemplao das chagas e cicatrizes alheias? Surgem desavenas e mgoas em nosso campo de ao? Usemos a palavra nos moldes do Benfeitor Sublime, ajudando para o bem de todos, entre a bondade e o perdo. Somos tentados ao revide por ofensas inesperadas? Sofremos preterio e calnia, apodo e perseguio? Padecemos ntimo desencanto ou desgostos e angstias no templo familiar? Usemos a conduta do Sublime Benfeitor, ajudando para o bem de todos, entre o perdo e a bondade. Seja onde for e com quem for, busca o lado luminoso das criaturas, mobilizando o amor puro, a fim de que estejas em verdade na companhia do Excelso Cultivador, purificando a eira do mundo. No basta declarar a nossa condio de aprendizes do Mestre dos mestres. indispensvel estejamos realmente com ele, para com ele colaborar na construo da Vida Melhor.
  28. 28. 28 23 - ADORAO E FRATERNIDADE Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame tambm a seu irmo. Joo. ( I JOO, 4:21.) Construirs santurios primorosos no culto ao Senhor da Vida... Pronunciars oraes sublimes, exaltando-Lhe a glria excelsa... Tecers com cintilaes divinas a palavra comovente e bela com que Lhe definirs a grandeza... Combinars com mestria os textos da Escritura Divina para provar-Lhe a existncia... Exibirs dons medinicos dos mais excelentes de modo a falares dEle, com eficincia e segurana, s criaturas irms... Escrevers livros admirveis, comentando-Lhe a sabedoria... Compors poemas preciosos, tentando ornamentar-Lhe a magnificncia... Clamars por Ele, em splicas ardentes, revelando confiana e fidelidade... Adora-Lo-s com a tua prece, com a tua arte, com o teu carinho e com a tua inteligncia... Contudo, se no amas a teu irmo, por amor a Ele, Pai Amoroso e Justo, de que te vale o culto filial, estril e egosta? Um simples pai de famlia, no campo da Humanidade imperfeita, alegra-se e dilata-se nos filhos que, em lhe compreendendo a dedicao, se empenham no engrandecimento da prpria casa, atravs do amparo constante aos irmos menos felizes. Incontestavelmente, a lealdade de tua f representa o perfume de alegria nas tuas relaes com o Eterno Senhor, mas no olvides que o teu incessante servio, na plantao e extenso do bem, a nica maneira pela qual podes realmente servi- Lo. Seja qual for a igreja em que externas a tua reverncia Majestade Divina, guarda, pois, a orao por lmpada acesa em tua luta de cada dia, mas no te esqueas de que somente amparando os nossos irmos inexperientes e frgeis, cados e desditosos, que, de fato, honraremos a Bno de Nosso Pai.
  29. 29. 29 24 - LIBERDADE EM CRISTO Estais pois firmes na liberdade com que o Cristo nos libertou e no vos submetais de novo ao jugo da escravido. Paulo. (GLATAS, 5:1.) Meditemos na liberdade com que o Cristo nos libertou das algemas da ignorncia e da crueldade. No lhe enxergamos qualquer trao de rebeldia em momento algum. Atravs de todas as circunstncias, sem perder o dinamismo da prpria f, submete-se, valoroso, ao arbtrio de nosso Pai. Comea a Misso Divina, descendo da Glria Celestial para o estreito recinto da manjedoura desconhecida. No exibe uma infncia destacada no burgo em que se acolhe a sua equipe familiar; respira o ambiente da vida simples, no obstante a Luz Sublime com que supera o nvel intelectual dos doutores de sua poca. Inicia o apostolado da Boa Nova, sem constranger as grandes inteligncias a lhe aceitarem a doutrina santificante, contentando-se a adeso dos pescadores de existncia singela. Fascinando as multides com a sua lgica irresistvel, no lhes aula qualquer impulso de reivindicao social, ensinando-as a despertar no prprio corao os valores do esprito. Impondo-se pela grandeza nica que lhe assinala a presena, acenam-lhe com uma coroa de rei, que Ele no aceita. Observando o povo jugulado por dominadores estrangeiros, no lhe aconselha qualquer indisciplina, recomendado-lhe, ao invs disso, dar a Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus. Sabe que Judas, o companheiro desditoso, surge repentinamente possudo por desvairada ambio poltica, firmando conchavos com perseguidores da sua Causa Sublime, contudo, no lhe promove a expulso do crculo mais ntimo. No ignora que Simo Pedro traz no mago da alma a fraqueza com que o negar diante do mundo, mas no se exaspera, por isso, e ajuda-o cada vez mais. Ele, que limpara leprosos e sarara loucos, que restitura a viso aos cegos e o movimento aos paralticos, no se exime priso e ao escrnio pblico, flagelao e cruz da morte. Reflitamos, pois, que a liberdade, segundo o Cristo, no o abuso da faculdade de raciocinar, empreender e fazer, mas sim a felicidade de obedecer a Deus, construindo o bem de todos, ainda mesmo sobre o nosso prprio sacrifcio, porque somente nessa base estamos enfim livres para atender aos desgnios do Eterno Pai, sem necessidade de sofrer o escuro domnio das arrasadoras paixes que nos encadeiam o esprito por tempo indeterminado s trevas expiatrias.
  30. 30. 30 25 - OUVIRS DECERTO Salva-te a ti mesmo e desce da cruz. (MARCOS, 15:30.) Se te encontras realmente empenhado na execuo do bem, ouvirs, decerto, as provocaes do mal em todos os instantes de testemunho. - Se, em verdade, vives procura do Cristo, por que choras sob o fardo das provaes? -De que te serve a f para o caminho de tanta dor? - Se s mdium com tarefa na caridade, onde esto os Espritos protetores que te no aliviam as amarguras? - Se guardas confiana em Jesus, mostra-te livre dos obstculos... - Se louvas o Espiritismo como Doutrina de luz, por que te demoras na sombra das aflies? Registrars interrogaes como essas a cada passo. necessrio te reveres altura do conhecimento superior com que a Bondade Divina te favorece, demonstrando que os princpios sublimes de tua f no se movimentam na direo do conforto imediatista da carne, mas sim no rumo do burilamento espiritual, elos tempos afora. Ensinars com o teu exemplo que o Evangelho no oficina de vantagens na experincia material, mas sim templo de trabalho redentor para que venhamos a consertar ns mesmos, diante da Vida Eterna. Fars da mediunidade instrumento para a lavoura do bem, ainda mesmo te custe imensurveis sacrifcios , ajudando aos outros sem cogitar de auxlio a ti mesmo, como quem sabe que a Lei do Amor o sustentculo do Universo, providenciando socorro natural a quem se consagra ao socorro dos semelhantes. Converters o Espiritismo, na tua senda, em fora educativa da alma, sem exigir que o mundo se te afeioe s convenincias. Buscars a luz onde a luz se encontre. Desculpars toda ofensa. Elegers na fraternidade a tua bandeira. Conjugars o verbo servir onde estiveres. Comears o trabalho de redeno em ti mesmo.
  31. 31. 31 Orars por quem te fira ou calunie. Amars os prprios adversrios. Ajudars sem exigncia. Contudo, para o exerccio de semelhante apostolado, no passars sobre a Terra sem o assdio da incompreenso e do escrnio, porque o prprio Cristo foi por eles visado, atravs daqueles que, em lhe rodeando o madeiro de sacrifcio, lhe gritavam, zombeteiros e irnicos: - Salva-te a ti mesmo e desce da cruz.
  32. 32. 32 26 - AOITANDO O AR Eu por minha parte assim corro, no como na incerteza; de tal modo combato, no como aoitado o ar. - Paulo. ( I CORNTIOS, 9:26.) Definindo o trabalho intenso que lhe era peculiar na extenso do Evangelho, disse o apstolo Paulo com inegvel acerto: Eu por minha parte assim corro, no como na incerteza; de tal modo combato, no como aoitado o ar. Hoje como ontem, milhares de aprendizes da Boa Nova gastam-se inutilmente, atravs da vida agitada, asseverando-se em atividade do Mestre, quando apenas simbolizam nmeros vazios nos quadros da precipitao. Possuem planos admirveis que nunca realizam. Comentam, apressados, os mritos do amor, guardando lamentvel indiferena para com determinados familiares que o Senhor lhes confia. Exaltam a tolerncia, como fator de equilbrio no sustento da paz, contudo se queixam amargamente do chefe que lhes preside o servio ou do subordinado que lhes empresta concurso. Recebem os problemas que o mundo lhes oferece, buscando o escape mental. Expressam-se, acalorados, em questes de f, alimentando dvidas ntimas quanto imortalidade da alma. Exigem a regenerao plena dos outros, sem cogitar de reajustamento a si mesmos. Clamam, acusam, projetam, discutem, correm, sonham... Mas, visitados pela crise que afere em cada Esprito os valores que acumulou em si prprio, diante da vida eterna, vacilam, desencantados, nas sombras da incerteza, e, quando chamados pela morte do corpo grande renovao, reconhecem, aflitos, que em verdade estiveram na carne combatendo improficuamente, como quem passa na Terra aoitando o ar.
  33. 33. 33 27 - LIBERDADE EM JESUS Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e no vos dobreis novamente a um jugo de escravido. - Paulo. (GLATAS, 5:1.) Disse o apstolo Paulo, com indiscutvel acerto, que para a liberdade Cristo nos libertou. E no so poucos aqueles que na opinio terrestre definem o Senhor como sendo um revolucionrio comum. No raro, pintam-no feio de petroleiro vulgar, ferindo instituies e derrubando princpios. Entretanto, ningum no mundo foi mais fiel cultor do respeito e da ordem. Atravs de todas as circunstncias, vemo-lo interessado, acima de tudo, na lealdade a Deus e no servio aos homens. No exige bero dourado para ingressar no mundo. Aceita de bom grado a infncia humilde e laboriosa. Abraa os companheiros de ministrio, quais se mostram, sem deles reclamar certido de herosmo e de santidade. Nunca se volta contra a autoridade estabelecida. Trabalha na extino da crueldade e da hipocrisia, do simonismo e da delinqncia, mas em momento algum persegue ou golpeia os homens que lhes sofrem o aviltante domnio. Vai ao encontro dos enfermos e dos aflitos para ofertar - lhes o corao. Serve indistintamente. Sofre a incompreenso alheia, procurando compreender para ajudar com mais segurana. No espera recompensa, nem mesmo aquela que surge em forma de simpatia e entendimento nos crculos afetivos. Padece a ingratido de beneficiados e seguidores, sem qualquer idia de revide. Recebe a condenao indbita e submete-se aos tormentos da cruz, sem recorrer justia. E ningum se fez mais livre que Ele - livre para continuar servindo e amando, atravs dos sculos renascentes.
  34. 34. 34 Ensinou-nos, assim, no a liberdade que explode de nossas paixes indomesticadas, mas a que verte, sublime, do cativeiro consciente s nossas obrigaes, diante do Pai Excelso. Nas sombras do eu, a liberdade do fao o que quero freqentemente cria a desordem e favorece a loucura. Na luz do Cristo, a liberdade do devo servir gera o progresso e a sublimao. Assimilemos do Mestre o senso da disciplina. Se quisermos ser livres, aprendamos a obedecer. Apenas atravs do dever retamente cumprido, permaneceremos firmes, sem nos dobrarmos diante da escravido a que, muitas vezes, somos constrangidos pela inconseqncia de nossos prprios desejos.
  35. 35. 35 28 - NA CONQUISTA DA LIBERDADE Porque vs, irmos, fostes chamados liberdade, porm, no useis da liberdade para dar ocasio carne; sede, antes, servos uns dos outros pelo amor. - Paulo. (GLATAS, 5:13.) A mente humana, antes do contato com o Cristo, o Divino Libertador, padecia milenrias algemas de servido. Era o cativeiro da violncia, convertendo o mundo em arena de senhores e escravos... Era o grilho implacvel do dio garantindo impunidade aos crimes de raa... Era a treva da ignorncia aprisionando a inteligncia nas teias do vcio dourado... Era a obsesso da guerra permanente, encarcerando os povos em torrentes de sangue e lama... Cristo veio, porm, e conquistando a libertao espiritual do mundo, a preo de sacrifcio, descerra novos horizontes Humanidade. Da Manjedoura Cruz, movimenta-se o Amigo Divino, reintegrando o homem na posse da simplicidade, do equilbrio, da esperana, da alegria e da vida eterna que constituem fatores essenciais da justa libertao do esprito. Devemos, pois, ao Senhor, a felicidade de nossa gradativa independncia, para a imortalidade; entretanto, para atingir a glria divina a que estamos destinados, preciso saibamos renunciar conscientemente nossa prpria emancipao, sustentando-nos no servio espontneo em favor dos outros, porquanto somente atravs da nossa voluntria rendio ao dever, por amor aos nossos prprios deveres, que realmente alcanaremos a aurola da liberdade vitoriosa.
  36. 36. 36 29 - NO ESTUDO DA SALVAO E todos os dias acrescentava o Senhor Igreja aqueles que se encontravam em salvao. (ATOS, 2:47.) A expresso fraseolgica do texto varia por vezes, acentuando que o Senhor acrescentava comunidade apostlica todos aqueles que estavam se salvando ou que se iam salvar. De qualquer modo, porm, a notcia serve de base a importante estudo da salvao. Muita gente acredita que salvar-se ser livrar-se de todos os riscos, na conquista da suprema tranqilidade. Entretanto, vemos o Cristo apartando as almas em processo de salvao para testemunho incessante no sacrifcio. Muitos daqueles que foram acrescentados, ao servio da Igreja nascente, conheceram aflio e martrio, lapidao e morte. Designados por Jesus para a Obra Divina, no se forraram dor. Mos calejadas em duro trabalho, conheceram sarcasmos soezes e viglias atrozes. Encontraram no Excelso Amigo no apenas o Benfeitor que lhes garantia a segurana, mas tambm o Mestre ativo que lhes oferecia a lio em troca do conhecimento e a luta como preo da paz. que salvar no ser situar algum na redoma da preguia, distncia do suor na marcha evolutiva; tanto quanto triunfar no significa desero do combate. Consoante o ensinamento do prprio Cristo, que no isentou a si mesmo do selo infamante da cruz, salvar , sobretudo, regenerar, instruir, educar e aperfeioar para a Vida Eterna.
  37. 37. 37 30 - PARA VENCER O MAL No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem." - Paulo. (Romanos, 12:21.) Muita gente quando no se mostre positivamente inclinada vingana, perante o mal que recebe, demonstra atitudes de hostilidade indireta, como sejam o favor adiado, o fel da reprovao de permeio com o mel do elogio, o deliberado esquecimento quando se trate da honra ao mrito ou a diminuio do entusiasmo na prestao de servio, em favor da pessoa menos simptica... Entretanto, para vencer o mal no basta essa "meia-bondade", peculiar a quantos se devotam desculpa corts sem adeso do campo ntimo... Todas as nossas manifestaes que acusem essa ou aquela percentagem de mal, so sempre plantao do mal, gerando insucesso e desgosto contra ns mesmos. O Evangelho claro na frmula apresentada para a extino do flagelo. Para que estejamos libertos da baba sinistra do antigo drago que trava o progresso da Humanidade, indispensvel guardemos pacincia contra as suas investidas, procurando esquec-lo, perdo-lo e fazer-lhe o bem tanto quanto nos seja possvel, porque o bem puro a nica fora suscetvel de desarmar-lhe as garras inconscientes. No nos esqueamos de que para anular a sombra noturna no basta arremeter os punhos cerrados contra o domnio da noite. preciso acender uma luz.
  38. 38. 38 31 - COMBATENDO A SOMBRA E no vos conformei com este mundo, mas transformai-vos... Paulo- (Romanos, 12:2.) O aviso evanglico demasiado eloqente, todavia imperioso observar-lhe a expresso profunda. O apstolo devidamente inspirado adverte-nos de que em verdade, no nos ser possvel a tcita conformao com os enganos do mundo do mundo, tanta vez abraados espontaneamente pela maioria dos homens, no entanto, no nos induz a qualquer atitude de violncia. No nos pede rebelio e gritaria. No nos aconselha azedume e discusso. Na palavra da Boa Nova solicita-nos simplesmente a nossa transformao. No nos cabe, a pretexto de seguir o Mestre, sair de azorrague em punho, golpeando aqui e ali, na pretenso de estender-lhe a influncia. imprescindvel adotar a conduta dele prprio que, em nos conhecendo as viciaes e fraquezas, suportou-nos a rijeza de corao, orientando-nos para o bem, cada dia, com o esforo paciente da caridade que tudo compreende para ajudar. No movimentes, desse modo, o impulso da fora, constrangendo os semelhantes a determinadas regras de conduta, diante da iluso em que se comprazem. Renovemo-nos para o melhor. Eleva o padro vibratrio das emoes e dos pensamentos. Cresce para a Vida Superior e revela-te em silncio, na altura de teus propsitos, convertendo-te em auxiliar precioso da divina iluminao do esprito, na convico de que a sementeira do exemplo a mais duradoura plantao no solo da alma. No te resignes aos hbitos da treva. Mas, clareia-te por dentro, purificando-te sempre mais, a fim de que a tua presena irradie, em favor do prximo, a mensagem persuasiva do amor, para que se estabelea entre os homens o domnio da eterna luz.
  39. 39. 39 32 - O AMOR TUDO SOFRE Tudo sofre...- Paulo (I CORNTIOS, 13:7.) O noticirio terrestre reporta-se diariamente a desvarios cometidos em nome do amor. Homicdios so perpetrados publicamente. Suicdios sulcam de pranto e desolao a rota de lares esperanosos. Furto, contenda, injria e perversidade aprecem todos os dias invocando a inspirao do sentimento sublime. Mulheres indefesas, homens dignos, jovens promissores e infelizes crianas, em toda a parte, sofrem abandono e aflio sob a legenda celeste. Entretanto, s o egosmo, traduzindo apego da alma ao bem prprio, que patrocina os golpes da delinqncia, os enganos da posse, os erros da impulsividade e os desacertos da pressa... Apenas o egosmo gera cime e despeito, vingana e discrdia, acusao e cegueira. O amor, longe disso, sabe rejubilar-se com a alegria dos coraes amados, esposando-lhes as lies e dificuldades, as dores e os compromissos. No se atropela, nem se desmanda. Abraa o sacrifcio prprio, em favor da felicidade da criatura a quem ama, a razo da prpria felicidade. Por esse motivo, o amor verdadeiro no h sinal de qualquer precipitao conclamando imoderao ou loucura. O Apstolo Paulo afirmou divinamente inspirado: - O amor tudo sofre.... E, de nossa parte, acrescentamos: - O amor genuno jamais se desregra ou se cansa, porque realmente sabe esperar.
  40. 40. 40 33 - ACALMA-TE ...a Deus tudo possvel... Jesus MATEUS 19:26 Seja qual for a perturbao reinante, acalma-te e espera, fazendo o melhor que possas. Lembra-te de que o Senhor Supremo pede serenidade para exprimir-se com segurana. A terra que te sustenta o lar uma faixa de foras tranqilas. O fruto que te nutre representa um ano inteiro de trabalho silencioso da rvore generosa. Cada dia que se levanta convite de Deus para que lhe atendamos Obra Divina, em nosso prprio favor. Se te exasperas, no Lhe assimilas o plano. Se te afeioas gritaria, no Lhe percebes a voz. Conserva-te, pois, confiante, embora a preo de sacrifcio. Decerto, encontrars ainda hoje, coraes envenenados que destilam irritao e desgosto, medo e fel. Ainda mesmo que te firam e apedrejem, aquieta-te e abenoa-os com a tua paz. Os desesperados tornaro harmonia, os doentes voltaro sade, os loucos sero curados, os ingratos despertaro... da Lei do Senhor que a luz domine a treva, sem rudo, sem violncia. Recorda-te que toda dor, como toda nuvem, forma-se, ensombra-se e passa... Se outros gritam e oprimem, espancam e amaldioam, acalma-te e espera.. No olvides a palavra do Mestre quando nos afirmou que a Deus tudo possvel, e, garantindo o teu prprio descanso, refugia-te em Deus.
  41. 41. 41 34 - PROSSIGAMOS Irmos, quanto a mim no julgo que o haja alcanado; mas, uma coisa fao, e que, esquecendo-me das coisas que atrs ficam e avanando para as que esto diante de mim...- Paulo. (FILIPENSES, 3:13.) Se te imobilizas na estrada, a pretexto de amarguras acumuladas ou de ofensas recebidas, lembra-te de Paulo, o apostolo intrpido, que, sobrecarregado de problemas, no se resignava a interromper o trabalho que o Mestre lhe conferira. O amigo providencial da gentilidade no se entretinha a escutar os remorsos que trazia do seu tempo de adversrio e perseguidor do Evangelho. No lamentava os amigos descrentes da renovao de que fornecia testemunho. No se queixava dos parentes que o recebiam, empunhando o azorrague da expulso. No se detinha para lastimar a alterao dos afetos que a incompreenso azedara no vaso do tempo. No cultivava a volpia da solido porque lhe faltasse a beno do tlamo domstico. No se fixava nos espinhos que lhe ferreteavam a alma e a carne, no obstante reconhecer-lhes a existncia. No parava com o objetivo de reclamar contra as pedradas do caminho. No se concedia frias de choro intil, ante as arremetidas do mal. No se demorava na rede de elogios, sob o fascnio da iluso. No se cristalizava nos prprios impedimentos. Seguia sempre na direo do alvo que lhe cabia atingir. Assim, tambm ns, endividados ou pecadores, pobres ou doentes, fracos ou inbeis, desiludidos ou torturados, uma coisa faamos... Acima de todos os tropeos inibies, prossigamos sempre adiante, olvidando o mal e fazendo o bem.
  42. 42. 42 35 - OBSERVEMOS AMANDO Por que vs o argueiro no olho do teu irmo?- Jesus (MATEUS, 7:3.) Habitualmente, guardamos o vezo de fixar as inibies alheias, com absoluto esquecimento das nossas. Exageremos as provveis fraquezas do prximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmos... A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educao, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos. A beneficio de nossa edificao recordemos a conduta do Cristo na apreciao de quantos lhe defrontavam a marcha. Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para ele surgiu como sendo um formoso corao feminino, atribulado por indizveis angustias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreio. No conceito da maioria, Zaqueu era usurrio de mos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noes de progresso e riqueza. Aos olhos de muita gente, Simo Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entrando nas sombras do preconceito que fugiria luz do Pentecoste para veicular-lhe o Evangelho. Na opinio do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de esprito endurecido e tiranizante; para ele, porem, era um companheiro mal conduzido que buscaria em pessoa, s portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina. Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancar por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apaream na Beno de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.
  43. 43. 43 36 - CORAO PURO No se turbe o vosso corao...- Jesus (JOO, 14:1.) Guarda contigo o corao nobre e puro. No afirmou o Senhor: -no se vos obscurea o ambiente, ou no se vos ensombre o roteiro, porque criatura alguma na experincia terrestre poder marchar constantemente a cu sem nuvens. Cada bero incio de viagem laboriosa para a alma necessitada de experincia. Ningum se forrar aos obstculos. O pretrito ominoso para a grande maioria de ns outros, os viandantes da Terra, levantar no territrio de nosso prprio ntimo os fantasmas que deixamos para trs, vaguentes e insepultos, a se exprimirem naqueles que ferimos e injuriamos nas existncias passadas e que hoje se voltam pra ns, a feio de credores inflexveis, solicitando reconsiderao e resgate, servio e pagamento. No passars, assim, no mundo, sem tempestades e nevoeiros, sem o fel das provas speras ou sem o assdio das tentaes. Buscando o bem, jornadears, como justo, entre pedras e abismos, pantanais e espinheiros. Todavia, recomendou-nos o Mestre: - no se turbe o vosso corao, porque o corao puro e intimorato garantia de conscincia limpa e reta e quem dispe da conscincia limpa e reta vence toda perturbao e toda treva, por trazer em si mesmo a luz irradiante para o caminho.
  44. 44. 44 37 - REPAREMOS NOSSAS MOS E Jesus, estendendo a mo, tocou-o dizendo: quero, s limpo. (MATEUS, 8:3.) Meditemos na grandeza e na sublimidade das mos que se estendem para o bem... Mos que aram a terra, preparando a colheita... Mos que constroem lares e escolas, cidades e naes... Mos que escrevem, amando em louvor do conhecimento... Mos que curam na medicina, que plasmam a riqueza da cincia e da indstria, que asseguram o reconforto e o progresso... Todas elas se abrem, generosas, na direo do Infinito, gerando aperfeioamento e tranqilidade, reconhecimento e alegria, conjugando-se , abnegadas, para a extenso das bnos da Sabedoria e de Amor na Obra de Deus. Mas pensemos tambm nas mos que se estendem para as sombras do mal... Mos que recolhem o ouro devido ao trabalho em favor de todos, transformando-se em garras de usura... Mos que acionam apetrechos de morte, convertendo-se em conchas de sangue e lagrimas... Mos que se agitam na mmica estudada de quantos abusam da multido para conduzi-la indisciplina em proveito prprio... Mos que ferem, que coagulam o fel da calnia em forma de letras, que amaldioam, que envenenam e que cultuam a inrcia... Todas elas se cerram sobre si mesmas em crculos de aflio e remorsos pelos quais se aprisionam s trevas do sofrimento. Reparemos, assim, a que foras da vida estendemos as nossas mos. Jesus, o Mestre Divino, passou no mundo estendendo-as no auxilio de todos, ensinando e ajudando, cirando e afagando, aliviando corpos enfermos e levantando almas cadas, e, para mostrar-nos o supremo valor das mos consagradas ao bem constante, preferiu morrer na cruz, de mos estendidas, como que descerrando o corao pleno de amor Humanidade inteira.
  45. 45. 45 38 - SALVAR - SE Palavra fiel esta e digna de toda a aceitao: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores...- Paulo. (I TIMTEO, 1:15.) digna de nota a afirmativa do Apstolo, asseverando que Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, para reconhecermos que salvar no significa arrebatar os filhos de Deus lama da Terra para que fulgurem, de imediato, entre os anjos do Cu. Assinalemos que, logo aps a passagem do Senhor entre as criaturas, a fisionomia ntima dos homens, de modo geral, era a mesma do tempo que lhe antecedera a vinda gloriosa. Mantinham-se os romanos no galope de conquista ao poder, os judeus permaneciam algemados a racismo infeliz, os egpcios desciam decadncia, os gregos demoravam-se sorridentes e impassveis, em sua filosofia recamada de dvidas e prazeres. Os senhores continuavam senhores, os escravos prosseguiam escravos... Todavia, o esprito humano sofrera profunda alteraes. As criaturas, ao toque do exemplo e da palavra do Cristo, acordavam para a verdadeira fraternidade, e a redeno, por chama divina, comeou a clarear os obscuros caminhos da Terra, renovando o semblante moral dos povos... Salvar-se, pois, no ser subir ao Cu com alparcas do favoritismo religioso, mas sim converter-se ao trabalho incessante do bem, para que o mal se extinga no mundo. Salvou-nos o Cristo ensinando-nos como reerguer-nos da treva para a luz. Salvar , portanto, levantar, iluminar, ajudar e enobrecer, e salvar-se educar-se algum para educar os outros.
  46. 46. 46 39 - NO AUXLIO DE TODOS Pelos reis e por todos que esto em eminncia, para que tenhamos uma vida justa e sossegada em toda a piedade e honestidade. Paulo. (I TIMTEO, 2:2.) Comumente, em nossos recintos de conversao e prece, voltamo-nos compassivamente para os nossos companheiros menos felizes do mundo. Apiedamo-nos sem dificuldade dos enfermos e dos desesperados, dos que se afundaram nas guas lodosas da misria ou que foram vitimados por flagelos pblicos. Oramos por eles, relacionando-lhes as necessidades que tentamos socorrer na medida de nossos recursos. Entretanto, o Apstolo Paulo, em suas recomendaes Timteo, lembra-nos o amparo espiritual que devemos a quantos suportam na fronte a coroa esfogueante da autoridade, comandando, dirigindo, orientando, esclarecendo e instruindo... So eles, os nosso irmos conduzidos eminncia do poder e da fortuna, da administrao ou da liderana, que carregam tentaes e provas ocultas de toda espcie, padecendo vicissitudes que, muita vez re retratam de lamentvel maneira nas coletividades que influenciam. A feio de pastores dementados, quando se no, compenetram dos deveres que lhe so prprios, sofrem perturbaes aflitivas que se projetam sobre as ovelhas que lhes recolhem a atuao, criando calamidades morais e molstias coletivas de longo curso, que atrasam a evoluo e atormentam a vida. No nos esqueamos, pois, da orao pelos que dirigem, auxiliando-nos com a beno da simpatia e da compaixo, no s para que se desincumbam zelosamente dos compromissos que lhes selam a rota, mas tambm para que vivamos, com o sadio exemplo deles, na verdadeira caridade uns para com os outros, sob a inspirao da honestidade, que base de segurana em nosso caminho.
  47. 47. 47 40 - ENQUANTO PODES Tu, porm, por que julgas teu irmo ? e tu, por que desprezas o teu ? pois todos compareceremos perante o Tribu