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PENSILVANIANO
No Pensilvaniano esto assinalados dois impor-tantes eventos na bacia. O primeiro, de naturezageolgica, mostrando a fase de continentalizao edesertificao que uma das caractersticas depo-sicionais do final do Paleozico. O outro, de nature-za biolgica, representado pelas manifestaesde vida que alcanam as caractersticas tropicais emostram afinidades com as provncias biogeogrfi-cas do Hemisfrio Norte.
9.1 Histrico
A denominao de Formao Piau, unidade lito-estratigrfica do Pensilvaniano, deriva do termosrie Piau que foi utilizado por Small em 1913,para designar toda a seqncia paleozica da ba-cia. Duarte (1936) identificou os primeiros fsseisrepresentados por invertebrados marinhos coleta-dos nos testemunhos da sondagem de Teresina,Piau. O trabalho possibilitou melhores definiespara as unidades e correlaes no Carbonfero nasbacias do Norte e Nordeste.
Nas camadas da Formao Piau foram delimita-das e estabelecidas as relaes de base com osarenitos da Formao Poti e de topo com as cama-das de slex basal da Formao Pedra de Fogo.
Nas camadas situadas na parte superior da for-mao, denominadas informalmente de CalcrioMocambo, ocorre uma fauna de invertebrados,com trilobitas (Kegel, 1951) e moluscos (Kegel &Costa, 1951). Kegel (1952) assinalou tambm,ocorrncias de invertebrados fsseis na borda oes-te da bacia. A fauna marinha, do Calcrio Mocam-bo, foi mencionada por Mesner & Wooldridge(1964), e analisada por Campanha & Rocha Cam-pos (1979), Assis (1979, 1980) e Anneli et al. (1994).H apenas um registro macroflorstico (Dolianiti,1972).
A unidade foi mapeada pela PETROBRAS e inte-grada por Mesner & Wooldridge (1964), que regis-traram uma discordncia de cunho regional entreas unidades Poti e Piau. Na pesquisa para carvo,efetuada pela CPRM (Cruz et al., 1973a, 1973b), omodelo paleogeogrfico obtido para o topo doPoti/base do Piau, mostrou que a esta discordn-cia correspondia um soerguimento da regio sul dabacia. De acordo com Cunha (1986) este o limitepara a terceira seqncia deposicional, que ocorreentre o Pensilvaniano e o Trissico, em modelo ado-tado por Ges & Feij (1994).
Esta unidade foi mapeada em superfcie porLima & Leite (1978), e os sistemas deposicionaisanalisados por Lima Filho (1992).
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9.2 rea de Ocorrncia
Os sedimentos da Formao Piau, que ocorremnas bordas leste e oeste, ocupam ampla rea da re-gio centro-sul da bacia, acompanhando a direodos estratos paleozicos, em faixas de direo nor-te-sul, que se estreitam para o norte.
Os contatos de topo so com a Formao Pedrade Fogo. Na parte centro-norte da bacia recober-ta discordantemente pelas formaes Sambaba ePastos Bons, no extremo centro-sul pelos GrupoAreado e Formao Urucuia, da Bacia Sanfrancis-cana. A espessura mxima em subsuperfcie de340 metros (Ges & Feij, 1994).
9.3 Geocronologia e Idade
Pelo zoneamento bioestratigrfico estabeleci-do por Mller (1962), os sedimentos da FormaoPiau so de idade vestfaliana e estefaniana. Aidade determinada pela fauna de conodontes do Mesopensilvaniano (Campanha & RochaCampos, 1979).
9.4 Sedimentao
As camadas da Formao Piau foram divididaspor Lima & Leite (1978) e Lima Filho (1992) emduas partes: a inferior, constituda de arenitos r-seos, mdios, com intercalaes de siltitos ver-melhos e verdes; e a superior, composta porarenitos avermelhados com intercalaes de leitose lminas de siltitos vermelhos, finos leitos de cal-crios e evaporitos. Lima & Leite (1978) atriburam
Formao Piau um ambiente deposicional conti-nental do tipo fluvial com contribuio elica, emclima semi-rido a desrtico, com incurses mari-nhas. Lima Filho (1992) assinala sistemas deposi-cionais lacustre, deltaico, fluvial, evaportico emarinho raso (plataforma carbontica), com ari-dez de clima em condies severas e com a sedi-mentao sob influncia das variaes da linhade costa.
A sedimentao iniciada com camadas de are-nitos rseos de cor avermelhada e arroxeada, comgros foscos, estratificaes cruzadas acanala-das, estratificao cruzada de grande escala, comas lminas em ngulos agudos com a superfcie ho-rizontal. As superfcies de acamamento so debase quase horizontal. So interpretadas como de-posio de duna elica, que intercalam estratifica-es plano-paralelas, que so interpretadas comosedimentao interdunas.
Os bancos de arenitos rseos, com estratifica-o cruzada acanalada esto amplamente distri-budos na parte inferior da formao (Figuras 9.1 e9.2), e indicam o predomnio das deposies s ub-areas.
Os arenitos rseos so recobertos por folhelhosvermelhos, que intercalam marcas de onda e gre-tas de ressecamento (Figura 9.3). Ocorrem na par-te central da bacia, e so interpretados como deorigem lagunar ou lacustre. Os folhelhos averme-lhados em variaes laterais de fcies intercalamcarbonatos (Calcrio Mocambo).
Bancos de calcarenitos apresentam seqnciasrtmicas, com folhelhos com acamamento lenticu-lar, folhelhos avermelhados e carbonatos argilososlistrados, creme, intercalados. Os acamamentoslenticulares so formados por lentes de arenito, in-
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Figura 9.1 Formao Piau. Arenitos amarelados, em bancos que intercalam estratificaes cruzadas acanaladase festonadas. Localidade: Rodovia BR-343, km 300, distante 10km a nordeste da cidade de Altos, Piau.
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Figura 9.2 Formao Piau - arenitos com estratificao cruzada acanalada e perfuraes por icnofsseisArenicolites. Localidade: Cidade de Jos de Freitas, torre da Telepisa, Piau.
Figura 9.3 Perfil da Formao Piau, mostrando a transio de sedimentao subarea para subaqutica.Localidade: Cidade de Jos de Freitas, torre da Telepisa, Piau.
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cludos em camadas de lama (Figuras 9.4 e 9.5).So interpretados como pequenas cristas de areiaoriginadas por ao de ondas em substrato delama e preservadas com a deposio de nova ca-mada, em ambiente marinho costeiro.
Em reas localizadas (Estrada PI-112, 14 km aosul de Unio, Piau), arenitos finos de geometria sig-moidal mostram que a sedimentao encerradacom frentes deltaicas penetrando no sistema lacus-tre (Ribeiro & Melo, 1996).
9.5 Fsseis
9.5.1 Microfsseis
O zoneamento bioestratigrfico do Pensilvania-no (Vestfaliano e Estefaniano), foi estabelecido porMller (1962). Semelhante ao que ocorre no Hemis-frio Norte, a passagem do Mississipiano para oPensilvaniano marcada por mudana brusca noespectro palinolgico, com predomnio dos Mono-saccites e Disaccites.
9.5.2 Faunas
As faunas marinhas ocorrem nos sedimentos detopo, informalmente denominados de Calcrio Mo-cambo. Trilobitas do gnero Ameura, descritos porKegel (1951), ocorrem com os moluscos bivlviosAviculopecten (Kegel & Costa, 1951). Na bordaoeste da bacia, Kegel (1952) assinalou invertebra-dos referidos a Bellerophon, Eomphalos, Astartella,Linoproductus, Leiopteria, Bakewellia, Derbya eGoniasma.
Campanha & Rocha Campos (1979) identificaramno Calcrio Mocambo, moluscos, aneldeos, brio-zorios, esponjas, ostracodes, fragmentos de crini-des, equinides, holoturides, peixes, foraminferosarenceos, conodontes, escolecodontes, braqui-podos e trilobitas. Pelos conodontes encontrados, aidade pensilvaniana (eomesopensilvaniana) foi assi-nalada na parte superior da formao.
Assis (1979 e 1980) apresentou uma reviso dosbivlvios assinalando os gneros Pteria, Schizo-dus, Phestia, Edmondia, Wilkingia, Aviculopecten,Cypricardella, Permophorus, Rimmijymina, Sangui-nolites, Streblopteria, Astartella, Posidonia, Lepto-desma e Septimyalina, identificando ainda os gas-trpodos Bellerophon, Euphemites, Euconospira eItaitubia e braquipodos das famlias Productidae,Spiriferidade e Cyrtospiriferidae (Figura 9.6). Se-
gundo este autor, as faunas tm afinidades com asque ocorrem na Bacia do Amazonas, nos gruposTarma e Copacabana no Peru, e com as de forma-es da Amrica do Norte. As associaes das as-semblias de bivlvios so com a Provncia Biogeo-grfica de Ttis.
Anneli et al. (1992 e 1994) apresentaram os bivl-vios do Calcrio Mocambo Paleonucula levatifor-mis, Phestia bellistriata, Pteronites sp., Leptodesmasp, (?)Pteria sp., Aviculopecten trichotomus, Schi-zodus alpinus, Schizodus sp., Schizodus sp., Per-mophorus subcostatus, Astartella subquadrata,Oriocrassatella sp., Sanguinolites sp., Myonia sp.,Wilkingia terminalis e no Calcrio ContendasPhestia bellistriata, (?)Pteria sp., Aviculopecten tri-chotomus, Permophorus subcostatus, Myonia sp.Os autores citam a ocorrncia de foraminferos are-nceos e calcrios, conodontes, fragmentos de cri-nides e equinides, ostracodes, escolecodontes,espculas de esponja e fragmentos de peixes eplantas.
Os arenitos com estratificao cruzada acanala-da so interpretados como de dunas elicas, apre-sentam perfuraes de icnofsseis Arenicolites,caracterizadas por dois orifcios prximos, que soas marcas de perfurao deixadas pelo animal nosedimento (Figura 9.2).
9.5.3 Flora
O nico registro macroflorstico de Dolianiti(1972) que assinalou a existncia de restos de for-mas pecopterides (Pecopteris sp.).
9.6. Paleogeografia
Uma notvel mudana do regime sedimentarocorreu no Pensilvaniano, com episdios consp-cuos de exposio subarea e formao de dunaselicas, que tm expresso regional. Marca umadiscordncia na bacia, com incio da terceira se-qncia deposicional definida por Cunha (1986) eGes & Feij (1994). O controle evidenciado como soerguimento de blocos na borda sul da bacia,conforme o mapa de contorno estrutural da base daFormao Piau e os conglomerados e arenitosconglomerticos da base da formao, que so de-rivados de um tectonismo sinsedimentar (Cruz etal., 1973b; Ges, 1995).
O evento geolgico corresponde em termos re-gionais ao arqueamento do Alto do Parnaba regis-
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Figura 9.4 Formao Piau - Calcrio Mocambo, bancos de carbonatos intercalados com folhelhos.Localidade: Fazenda Felicidade, Rodovia PI-113, 20km a sul de Jos de Freitas, Piau.
calcarenitos
folhelhos com laminao lenticular
calcarenitos
folhelhos vermelhos
folhelhos vermelhos intercaladoscom laminao lenticular
folhelhos vermelhos
calcrios creme argilosos, laminados1m
Figura 9.5 Formao Piau. Perfil esquemtico da seqncia de Calcrio Mocambo.Localidade: Fazenda Felicidade. Rodovia PI-113, 20km a sul de Jos de Freitas. Piau.
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Figura 9.6 Bivlvios do Calcrio Mocambo, Formao Piau (Assiz, 1979).Localidade: Fazenda Mocambo, municpio de Jos de Freitas, Piau.
1 Posidonia sp.Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5428-I.
2 Strebloperia sp.Coleo: Museu Nacional da UFRJ-5431-I.
3 Rimmyjmina brasiliensis Chronic,1952Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5435-I.
4 Pteria duartei Mendes, 1966Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5441-I.
5 Astartella sp.Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5434-I.
6 Phestia bellistriata (Stevens, 1858)Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5438-I.
7 Permophorus subcostatus (Meek &.Worthen, 1865)Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5437-I.
8 Sanguinolites cf. S. meslerianus(Girty, 1910)Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5432-I.
9 Schizodus amazonicus Mendes1966Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5430-I.
10 (?) Septimyalina sp.Coleo: Museu Nacional da UFRJ -5440-I.
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trado por Castelo Branco & Coimbra (1984) no Per-miano/Trissico, e em termos globais OrogeniaEoherciniana (Ges & Feij, 1994). Representa ain-da o incio do processo de encerramento da Baciado Parnaba strictu senso de Ges (1995).
A seqncia tem na base sedimentao deriva-da de exposio subarea, formando dunas eli-cas. Correspondem a uma fase regressiva e de ter-restrializao. As tendncias climticas foram ri-das e desrticas.
Na parte superior e em reas localizadas no cen-tro da bacia, ocorreu sedimentao subaqutica,em ambientes marinhos rasos. So de uma se-qncia transgressiva, com elevao progressivado nvel eusttico.
9.7 Eventos Biolgicos
Dois tipos de eventos biolgicos podem seridentificados. O primeiro bioevento de colonizaoem ambiente terrestre de ocorrncia rara, e estassociado fase regressiva. So os traos de per-furadores de areias, os Arenicolites instalados nasdunas elicas, e os vegetais que so as folhas dePecopteris.
No topo da formao est registrada uma fasetransgressiva, qual corresponde um bioevento lo-cal, que a existncia e preservao da fauna deMocambo. o segundo bioevento, marcado pelafauna marinha de caracterstica evolutiva do Paleo-zico, com predomnio dos componentes moder-nos, os moluscos bivlvios e gastrpodos (Sepkos-ki, 1990). Alm dos exemplares de invertebradosmarinhos, os fragmentos determinados por Cam-panha & Rocha Campos (1979), apontam para umhabitat favorvel colonizao de faunas tropicaise sua caracterstica biodiversidade.
Como evento biolgico regional e global, refle-tem a expanso da Provncia Biogeogrfica Ame-ricana Andina, que tm afinidade com a ProvnciaBiogeogrfica de Ttis (Assis, 1980 e Anneli et al.,1994). O evento biolgico derivou da elevaoeusttica e conexes com o mar de Ttis.
Do evento geolgico de expresso regional (en-docclico), representado pelo soerguimento doArco do Tocantins na parte sul da bacia, resultou arestrio do espao deposicional subaqutico e adiminuio dos bitopos.
Os mecanismos e processos geolgicos comoderiva, clima e variao do nvel do mar, foram denatureza alocclica e atuaram para a ocorrnciados bioeventos, sob aspectos regional e global.
9.8 Tafonomia
O primeiro sistema tafonmico do domnio daicnologia. So as perfuraes denominadas Areni-colites, traos de comportamento animal, preserva-dos por acumulao in situ nas camadas de areni-tos das dunas elicas. Embora de ocorrncia es-parsa, mostram que nas reas de ambiente desrti-co houve manifestaes de vida traduzidas porentidades paleobiolgicas eudmicas, isto , quea viveram e se reproduziram.
O segundo, representado por associaes combivlvios de gneros da infauna e da epifauna, gas-trpodos, braquipodos, trilobitas, fragmentos es-queletais de outros ramos de invertebrados e verte-brados. No conjunto ocorreu a mistura de materialde regies diferentes da plataforma. O material origi-nal que constituiu as conchas est dissolvido; as uni-dades registradas se apresentam como moldes in-ternos de valvas isoladas, unidas. Indicam que pri-meiro houve acumulao sem exposio e transpor-te. Posteriormente, na ressedimentao, sofreramdeslocamento no substrato e enterramento.
Na anlise tafonmica efetuada por Anneli et al.(1994) foi interpretado que os bivlvios da infaunaprofunda foram preservados in situ, enquanto queos gneros da epifauna, semi-infauna, e infauna in-termediria e rasa foram transportados lateralmen-te e ressedimentados.
Os depsitos de plataforma carbontica mos-tram que a preserva o das entidades paleobiol-gicas eudmicas, isto , aquelas que viveram e sereproduziram na rea, foi parcial, com registro ape-nas de uma pequena parte, como comprovadopela variedade de filiao taxonmica dos frag-mentos existentes, referidos a esponjas, aneldeos,conodontes, escolecodontes, crinides, equini-des, holoturides, peixes e a microfauna de forami-nferos e ostracodes.
9.9 Paleoecologia/Comunidades Bentnicas/Ecossistemas
Em ambiente interpretado como uma plataformacarbontica rasa de laguna, Anneli et al. (1994) de-terminaram uma fauna composta por briozorios3%, cefalpodos 3%, trilobitas 5%, gastrpodos10%, braquipodos 23% e bivlvios 56%. Os bivl-vios so 47% escavadores rasos, 26% epifaunsti-cos bissados, 11% semi-infaunsticos bissados, e11% escavadores profundos e 5% escavadores in-termedirios. Os suspensvoros predominam em
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substrato de energia moderada. A alta freqnciade invertebrados marinhos estenohalinos na as-semblia indica salinidade normal.
Assis (1980) identificou os organismos da infau-na com palpos labiais, comedores de depsitos Phestia; da infauna escavadora, com alimentaode matria em suspenso Schizodus, Permopho-rus, Astartella, Edmondia, Rimmyjimina, Wilkingia,Sanguinolites, Cypricardella; organismos fixos nosubstrato e comedores de matria em suspenso Septimyalina, Posidonia, Streblopteria, Aviculopec-ten, Leptodesma, Pteria.
A fauna do Calcrio Mocambo habitou um ecos-sistema marinho, em ambiente protegido, comouma laguna rasa, em faixa de biodiversidade de la-titude tropical (Figura 9.7).
9.10 Paleobiogeografia
As assemblias de bivlvios so relacionadascom a Provncia Biogeogrfica de Ttis, represen-tada pelos gneros Wilkingia, Permophorus, Astar-tella e Pteronites.
A correlao de fauna mais prxima com a ocor-rente na Formao Itaituba, Bacia do Amazonas.Assis (1979) registrou as afinidades com as faunasdos grupos Tarma e Copacabana no Peru, e com asfaunas de formaes da Amrica do Norte.
Anneli et al. (1994) correlacionaram a FormaoPiau com a Formao Cao Indio do Morrowan daVenezuela, comparando-as com as de mares epi-continentais da Amrica do Norte, e Srie Postvillede Ohio, do Pensilvaniano Mdio.
Pelo exposto confirmada a ligao estabeleci-da de oeste para leste, com o mar vindo de noroes-te no Pensilvaniano, admitida desde o clssico tra-balho de Harrington (1962), na apresentao demapas paleogeogrficos da Amrica do Sul.
9.11 Paleoclima
A sedimentao qumica, de carbonatos eevaporitos que pela primeira vez se implanta nabacia, aponta para clima quente, em latitudestropicais durante o Pensilvaniano (Cunha, 1986;Lima Filho, 1992). Este seria rido, no intervalode tempo de deposio dos arenitos elicos daparte basal, em um sistema desrtico, assimcomo durante a deposio de evaporitos na par-te superior.
9.12 Deriva
O Pensilvaniano caracterizado por fenmenoscomo deslocamentos de continentes e fases oro-gnicas, que provocaram uma srie de eventostransgressivos e regressivos, possibilitando expan-ses e conexes de faunas.
As inferncias climticas so indicativas que noPensilvaniano, na latitude correspondente Baciado Parnaba, o Supercontinente Gondwana na rotade deriva em direo ao Equador, havia aumenta-do o distanciamento com o Plo. A posio noMississipiano em latitudes temperadas a subtropi-cais, foi alterada, pois atingiu as latitudes tropicaisno Pensilvaniano.
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