Palestra do ministro Marcos Pereira no Instituto Brasiliense de Direito Público
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6º Seminário Internacional de Direito Administrativo e Administração Pública, do
Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP
Brasília, 29 de junho de 2016
Marcos PereiraMinistro de Estado da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços
MDIC
Contextualização
• A indústria nacional passa por um momento bastante desafiador. A produção
industrial no Brasil vem apresentando uma tendência de retração desde 2014;
• Em 2016, até o momento, mantem-se a mesma tendência negativa.
MDIC
• Pode-se perceber uma redução da participação da indústria no PIB, tanto da indústria
total quanto da indústria de transformação;
• Vale ressaltar que, nos anos 80, a participação da indústria total no PIB chegou aos 47%,
com a indústria de transformação representando cerca de 36% desse total;
• Ademais, o nível de investimento também recuou, retornando ao mesmo patamar do ano
de 2007.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 20155.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0% 23.5% 23.1% 23.1%21.9%
23.3% 23.1% 22.2% 21.3% 20.6%19.5%
14.1% 14.2% 14.0% 13.1% 12.7% 11.8%10.7% 10.5% 10.0% 9.8%
Participação da indústria no PIBIndústria total e de transformação
Indústria totalIndústria de transformação
Fonte: Contas Nacionais trimestrais/IBGE Elaboração: SDCI/MDIC .
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 20155.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
17.2% 18.0%19.4% 19.1%
20.5% 20.6% 20.7% 20.9% 20.2%18.2%
Participação do investimento no PIB
Fonte: Contas Nacionais trimestrais/IBGE Elaboração: SDCI/MDIC MDIC
Contextualização
MDIC
Contextualização
• O arrefecimento da economia brasileira também pode ser sentido pelos reflexos no
mercado de trabalho;
• Nos últimos dois anos, a indústria de transformação apresentou um saldo negativo
no emprego formal de 917.925 empregos, o que denota o baixo dinamismo do
setor.
Mar-14
Apr-14
May-14Jun-14
Jul-14
Aug-14
Sep-14
Oct-14
Nov-14
Dec-14Jan-15
Feb-15
Mar-15
Apr-15
May-15Jun-15
Jul-15
Aug-15
Sep-15
Oct-15
Nov-15
Dec-15Jan-16
Feb-16
Mar-16
-200,000
-150,000
-100,000
-50,000
0
50,000
-165,602
Evolução mensal do emprego formalIndústria de Transformação
Fonte: CAGED/MTE Elaboração: SDCI/MDIC
MDIC
Contextualização
• Uma das razões apontadas como causa do atual período desafiador da
indústria doméstica é a baixa produtividade.
• O crescimento da produtividade no país estagnou-se nos últimos anos.
SetorBrasil/País Menos Produtivo País Mais Produtivo/Brasil
1995 2000 2005 2009 1995 2000 2005 2009
Indústria de transformação 5,4 4,2 2,9 2,1 4,7 4,9 7,4 9,0
Total da economia 8,6 6,4 4,2 3,0 6,6 6,6 7,3 7,1
Fonte: Adaptado de De Negri e Cavalcante, 2014.
MDIC
• O Relatório Doing Business 2016 , produzido pelo Banco Mundial, classifica o
Brasil na 116ª posição entre 189 países, 5 posições abaixo do que em 2015 e
atrás de países como Namíbia (101), Honduras (110) e Paraguai (100);
• O cenário macroeconômico desafiador deve nos impulsionar para uma agenda
positiva, na qual consigamos soluções conjuntas e com impacto positivo para
todo o país;
• Devemos inserir a agenda da indústria como parte dessa estratégia nacional de
desenvolvimento. O crescimento consistente está associado à retomada de
dinamismo da indústria; à geração de empregos e a uma produção competitiva
da nossa indústria.
Agenda da Competitividade O papel da indústria
MDIC
• Atualmente, a agenda de competitividade está pulverizada em diversos
ministérios e órgãos governamentais, o que gera ações setorizadas, pouco
coordenadas, e, consequentemente, fragmentadas;
• Há, ainda, a necessidade do monitoramento e avaliação dos resultados efetivos,
com mais foco no resultado do que no processo burocrático;
• O MDIC é peça-chave para fortalecer uma atuação governamental coesa e com
o objetivo de realizar as reformas necessárias à melhoria do ambiente de
negócios do país, o que envolve necessariamente a desburocratização e
racionalidade tributária e regulatória.
Agenda da Competitividade O papel do MDIC
MDIC
• Estão sendo discutidas internamente medidas em pelo menos quatro áreas que
interessam imediatamente ao setor produtivo: (i) produtividade, (ii)
desburocratização, (iii) redução de custos e (iv) investimentos.
i. Para ampliar a produtividade, vamos avançar no Programa Brasil Mais Produtivo.
ii. A desburocratização precisa sair dos discursos para a prática. Nota-se que muitas das “travas”
do setor produtivo estão relacionadas a normas, regulamentações e outras instruções infra-
legais, ou seja, que não dependem de aprovação do Congresso Nacional (ex: NR-12).
iii. A redução dos custos industriais é outra agenda ampla e que já está sob avaliação. Inicialmente,
entende-se que é necessário coordenar esforços para reduzir o custo da energia elétrica e
aumentar a oferta de gás natural para a indústria.
iv. Por fim, é certo que a solução para certos impasses da nossa economia virá pelo aumento dos
investimentos. A agenda de desburocratização e facilitação de investimentos também está em
discussão.
Agenda da Competitividade Linhas gerais de ação do MDIC
MDIC
• O Programa Brasil Mais Produtivo, lançado em abril de 2016, é fruto de uma parceria
entre MDIC, CNI/SENAI, Apex-Brasil e ABDI, com apoio do BNDES e SEBRAE. A
proposta inicial do Programa é atender 3 mil empresas em todo o país;
• Até o momento, temos 1.433 empresas inscritas em todos os Estados da Federação;
• O Programa consiste na consultoria a empresas de pequeno e médio porte com o
uso da metodologia de manufatura enxuta, focada na redução dos desperdícios no
processo produtivo;
• A meta do Programa é atingir um ganho médio de, pelo menos, 20% de
produtividade;
• Espera-se, a partir dessa iniciativa, que seja criado um ambiente favorável para
novos programas e metodologias de aumento de produtividade, dando início a uma
estratégia nacional em prol da competitividade.
Agenda da Competitividade Produtividade: o Programa Brasil Mais Produtivo
MDIC
• Entre as diversas propostas de melhoria do ambiente de negócios, é possível
destacar:
Elevar a eficiência, agilidade e suporte competitivo do sistema regulatório
(Inmetro, Anvisa, INPI, Ibama, Órgãos Estaduais);
Racionalizar as normas de segurança no trabalho (segurança e competitividade:
rever a NR-12);
Adotar medidas de estímulo, reconhecimento e valorização da negociação
coletiva;
Adequar, progressivamente, a estrutura tarifária e simplificar procedimentos
aduaneiros;
Negociar novos Acordos de Livre Comércio e aprofundar aqueles já existentes.
Agenda da Competitividade Ambiente de Negócios
MDIC
• No que tange ao custo do investimento no Brasil, mudanças no sistema
tributário são de extrema importância para sua redução, com impacto
significativo sobre o potencial de crescimento da economia;
• No contexto do estímulo ao investimento, é importante que se busque:
a redução da incidência de tributos cumulativos nas aquisições de bens de
capital;
a melhora das regras para restituição de tributos não cumulativos e de
tributação sobre a renda; e
desoneração da tributação indireta na fase de construção.
Agenda da Competitividade Custo de Investimento
MDIC
• O custo do trabalho na indústria de transformação brasileira é parte considerável
dos custos totais da indústria;
• A produtividade do trabalho e, consequentemente, o seu baixo crescimento, reflete
o aumento desse custo, ainda que também seja reflexo de outros fatores.
• Segundo dados da CNI, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) cresceu mais de três
vezes entre 2002 e 2014;
• Nossa visão é a de que a legislação trabalhista deve evoluir no sentido de refletir os
novos modelos de produção e de trabalho, ajustando o regime de trabalho à
realidade das empresas;
• O crescimento das empresas, com a geração de empregos em maior número e
qualidade, que garanta a proteção aos trabalhadores, está associada a uma agenda
de modernização e desburocratização.
Agenda da Competitividade Custos da Indústria
MDIC
• Quanto ao componente infraestrutura, é consenso que a taxa de investimento
em infraestrutura no Brasil é baixa, mesmo na comparação com outros países
da América Latina;
• O MDIC precisa ter atuação coordenada com os demais entes governamentais
para alavancar a agenda de investimentos em logística, dado que ela é crucial
para estimular a competividade das empresas, atrair investimentos para o país
e possibilitar a expansão dos negócios existentes;
• Nesse sentido, a integração do Brasil às cadeias globais de valor está associada
também à modernização da estrutura logística nacional, nos seus mais distintos
elos (portos, cabotagem, ferrovias, rodovias e armazenamento).
• Um sistema logístico mais eficiente é fundamental para uma política industrial
bem sucedida.
Agenda da Competitividade Eixo Infraestrutura
MDIC
• Outro elo relevante no ambiente de negócios é a realização de investimentos
brasileiros no exterior;
• Dados mostram uma presença modesta do Brasil em outros mercados, havendo
ainda uma tendência de retração nesse fluxo de investimentos brasileiros,
situação oposta àquela observada em vários países em desenvolvimento;
• A agenda do comércio exterior permitirá o acesso a novos mercados e a
ambientes mais competitivos e inovadores, o que ocorrerá por meio da
internalização dos acordos internacionais assinados pelo país, bem como a
negociação de novos acordos comerciais e ampliação dos existentes;
• Seguindo a nova diretriz de abertura comercial e de promoção da
internacionalização do país, o MDIC já se manifestou favoravelmente a entrada
nas negociações do TISA (Acordo Internacional de Comércio de Serviços),
Agenda da Competitividade Comércio Exterior