Panorama do teatro brasileiro
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PANORAMA DO TEATRO
BRASILEIRO
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História do teatro no Brasil
O teatro brasileiro surgiu
quando Portugal começou a
fazer do Brasil sua colônia
(Século XVI).
Os Jesuítas, com o intuito de
catequizar os índios, trouxeram
não só a nova religião católica,
mas também uma cultura
diferente, em que se incluía a
literatura e o teatro.
Aliada aos rituais festivos e
danças indígenas, a primeira
forma de teatro que os
brasileiros conheceram foi a
dos portugueses, que tinha um
caráter pedagógico baseado na
Bíblia.
Nessa época, o maior
responsável pelo ensinamento
do teatro, bem como pela
autoria das peças, foi Padre
Anchieta.
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Teatro dos jesuítas - Século XVI
Eles encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação natural para a
música, à dança e a oratória, o que era considerado como tendências
positivas para o desenvolvimento do teatro.
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As primeiras peças foram escritas pelos Jesuítas. Utilizavam-se de
elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de "sagrado"
que o índio já tinha absorvido em sua cultura) até porque era preciso
"tocar" o índio. Misturados a esses elementos, estavam os dogmas da
Igreja Católica.
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu
até 1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens
eram santos, demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam
apenas simbolismos, como o Amor ou o Temor a Deus, conforme a
imagem a seguir:
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Luis Carlos de Martins Pena
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Classe baixa, órfão de pai e mãe aos 10 anos
Sem acesso a cultura da época
Foi estudar, a mando de seus tutores, aulas de
comércio, onde conclui o curso, porém não se
agradava da profissão.
Foi estudar na Academia de Belas Artes, onde
obteve conhecimentos de pintura e arquitetura,
também estudou música e canto. Paralelo a isso,
estudava literatura e inglês, francês e italiano.
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Suas obras tem o foco no social , como em Os dois
ou O inglês maquinista, que estreou em 1845.
Peça que logo foi censurada pela Câmara dos
deputados por seu conteúdo fazer alusão ao
tráfico negreiro.
Suas obras representavam uma denúncia social.
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Negreiro — Boas noutes.
Clemência — Oh, pois voltou? O que traz com este preto?
Negreiro— Um presente que lhe ofereço.
Clemência — Vejamos o que é.
Negreiro — Uma insignificância...Arreia, pai! (Negreiro ajuda o preto a botar o cesto no chão. Clemência, Mariquinha chegam-se para junto do cesto, de modo porém que este fica à vista dos espectadores.)
Clemência — Descubra. (Negreiro descobre o cesto e dele levanta-se um moleque de tanga e carapuça encarnada, o qual fica em pé dentro do cesto.) Ó gentes!
Negreiro — Então, hem? (Para o moleque) Quenda! Quenda! (puxa o moleque para fora.)
Clemência — Como é bonitinho!
Negreiro — Ah, ah!
Clemência — Por que o trouxe no cesto?
Negreiro — Por causa dos malsins...
Clemência — Boa lembrança. (Examinando o moleque.) Está gordinho...bons dentes...
Negreiro, à parte, para Clemência — É dos desembarcados ontem no Botafogo.
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Nelson Rodrigues (1912-1980)
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Com 13 anos de idade já trabalhava, como repórter policial, no jornal “A Manhã”, um dos jornais fundado por seu pai, Mário Rodrigues.
Escritor, jornalista e dramaturgo brasileiro
Peças: Vestido de Noiva, Boca de Ouro, A Falecida, Toda Nudez Será Castigada, entre outras
Teve a carreira marcada pela crítica, ao explorar a vida cotidiana do subúrbio carioca, com crimes, incestos e diálogos carregados de tragédia e humor.
Revolucionou a literatura dramática brasileira
Escreveu um total de 17 peças teatrais, entre os anos de 1941 e 1978
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Primeira peça “Mulher Sem Pecado” (1942),
apresentada no Teatro Carlos Gomes.
Em 1943, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro
torna-se o palco do surgimento do teatro brasileiro
moderno, com a montagem de sua segunda peça,
“Vestido de Noiva”, com o grupo Os Comediantes,
e direção de Ziembinski .
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O nascimento do TEATRO BRASILEIRO
MODERNO
1943: Encenação de “Vestido de noiva”, de Nelson
Rodrigues, dirigida pelo polonês Z. Ziembinski, com
o grupo amador Os comediantes e cenário de
Tomás Santa Rosa.
![Page 14: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/14.jpg)
A peça “Vestido de Noiva” representou para o
teatro um divisor de águas.
![Page 15: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/15.jpg)
Em 1973, “Toda Nudez Será Castigada” é levada
ao cinema, com direção de Arnaldo Jabor, ganha o
Urso de Prata no Festival de Berlim e é premiada
no primeiro Festival de Gramado.
No ano seguinte, estreia a peça “Anti-Nelson
Rodrigues”.
Em 1978, “A Dama do Lotação”, uma crônica de A
Vida Como Ela É, estreia no cinema, com a atriz
Sonia Braga.
![Page 16: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/16.jpg)
DRAMATURGOS DA SEGUNDA
METADE DO SÉCULO XX
Após Nelson Rodrigues, diversos dramaturgos passam a ocupar espaço de destaque no cenário teatral brasileiro:
Gianfrancesco Guarnieri
Jorge Andrade
Plínio Marcos
Chico Buarque
Paulo Pontes
Ariano Suassuna
Dias Gomes
Augusto Boal
Alcione Araújo
Oduvaldo Vianna Filho (Vianninha)
Abdias do Nascimento
Millôr Fernandes
(entre outros)
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DRAMATURGOS DA SEGUNDA
METADE DO SÉCULO XX - RS
Carlos Carvalho
Ivo Bender
Caio Fernando Abreu
Vera Karam (nascida em Pelotas)
![Page 18: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/18.jpg)
CARACTERÍSTICAS DO DRAMA NA
LITERATURA
TEMPO, ESPAÇO, PERSONAGENS
![Page 19: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/19.jpg)
Bem ao contrário, no drama o futuro é desconhecido; brota do evolver atual da ação que, em cada apresentação, se origina por assim dizer pela primeira vez. Quanto ao passado, o drama puro não pode retornar a ele, a não ser através da evocação dialogada dos personagens; o flash back (recurso antiquíssimo (sic) no gênero épico e muito típico do cinema que é uma arte narrativa), que implica não só a evocação dialogada e sim o pleno retrocesso cênico ao passado, é impossível no avanço ininterrupto da ação dramática, cujo tempo é linear e sucessivo como o tempo empírico da realidade; qualquer interrupção ou retorno cênico a tempos passados revelariam a intervenção de um narrador manipulando a estória. (1985, p. 31)
![Page 20: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/20.jpg)
No romance, a personagem é um elemento entre
vários outros, ainda que seja o principal. [...] No
teatro, ao contrário, as personagens constituem
praticamente a totalidade da obra: nada existe a
não ser através delas.(2009, p. 84)
![Page 21: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/21.jpg)
No teatro o enredo acontece sempre no tempo
presente, jamais é uma recontagem e sim uma ação
primária. A história nunca será recontada da
mesma maneira, mesmo tratando-se de uma trama
histórica, porém é algo totalmente novo a cada
apresentação, trazendo à tona a originalidade do
teatro.
![Page 22: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/22.jpg)
Narrativa Drama
ENREDO Permite
multiplicidade
de núcleos
narrativos.
Pode se
desenvolver e
se desenrolar
em muitos
episódios.
Concentrado
em uma ação
nuclear.
Circunscrito a
poucos
episódios.
![Page 23: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/23.jpg)
PERSONAGENS
Podem ser
inumeráveis e
apresentar
múltiplas
dimensões, sendo
possível descrevê-
las em pormenores
e analisar seu
íntimo
cuidadosamente.
Em número
reduzido e
retratadas com
pinceladas
precisas. Traços
essenciais, valores
e formas de pensar
são revelados por
atitudes e pelo
diálogo.
Narrativa Drama
![Page 24: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/24.jpg)
TEMPO
Pode ser distendido
indefinidamente,
acolhendo
antecipações ou
flashback.
Possibilita grandes
transformações das
personagens.
Reduzido ao
necessário para o
desenlace do
conflito,
focalizando as
personagens numa
situação bastante
específica.
Narrativa Drama
![Page 25: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/25.jpg)
ESPAÇO
Múltiplo e variado.
Pode ser descrito
minunciosamente.
Limitado ao
essencial.
Organizado em
função das
necessidades do
desenrolar da ação.
Geralmente
reduzido a um ou
dois ambientes.
Narrativa Drama
![Page 26: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/26.jpg)
RECEPÇÃO
Ritmo da leitura
solitária.
A leitura das
indicações cênicas
possibilita a
construção
imaginária de
espaços,
movimentos e
caracteres. Prevê a
recepção coletiva
pelo público no
teatro.
Narrativa Drama
![Page 27: Panorama do teatro brasileiro](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022051404/588406381a28ab884b8b68e5/html5/thumbnails/27.jpg)
Referências:
http://www.e-biografias.net/nelson_rodrigues/ Acessado em 07/04/2015
-- BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo. Editora Perspectiva, 2001.
-BROSE, Elisabeth R. Z. O auto da compadecida transtextualidade do sério-cómico. In_______.
Texto dramático/Organização [de] André Luis Mitidieri, Denise Almeida Silva. Frederico
Westphalen: URI/FW, 2010.
- PRADO, Décio de Almeida. A personagem no teatro. In______. A personagem de
ficção/Antonio Candido...[et.al.]. São Paulo: Perspectiva, 2009. (Coleção debates; 1/dirigida
por J. Guinsburg)
- ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo. Editora perspectiva, 1985.