PANTOKRATORInformativo da Comunidade Católica Pantokrator Ano III - Outubro/2014 - nº 33

João Alves, Domingos Garcia e Filipe Pedroso, pescadores da Vila de Guaratinguetá foram os escolhidos da Virgem Maria para portar o mistério de sua manifestação. Muito além dos fatos extraordinários que acompanharam a aparição da imagem, a Mãe do Senhor se dirige a nós brasileiros sem sequer pronunciar uma palavra! É um silêncio que tem muito a nos ensinar.

O que pouca gente consegue per-ceber ao visitar a Basílica Nacional de Aparecida é que a pequenina imagem (ela possui 36 cm apenas) de Maria a representa grávida do Menino Jesus. Trata-se de uma típica representação de Nossa Senhora da Conceição que uti-liza os elementos da visão de São João expressa no capítulo 12 do livro do Apocalipse: a “mulher vestida de Sol e com a Lua debaixo de seus pés”. A gra-videz é ressaltada por uma faixa amar-rada abaixo dos seios, um sinal comum entre as mulheres judias do tempo de Jesus, que assim se vestiam para indicar sua maternidade.

A imagem traz as mãos unidas em prece e um sorriso desconcertante em seu rosto, a ponto de que tal sorriso chega a descobrir seus dentes da fren-te, contraindo o rosto em uma alegre proporção que revela uma covinha em seu queixo. A Mãe de Deus e nossa sorri para todos quantos observam sua imagem e o faz de um modo singular e pouco comum em suas imagens que, em geral, possuem um aspecto mais sério ou sereno, mas que quase nunca representada sorrindo.

Em 1978 a imagem original sofreu

um atentado que a partiu em 163 peda-ços. Mesmo com o atentado, o rosto e as mãos da imagem de Nossa Senhora per-maneceram intactos e foram interpreta-dos como um sinal inequívoco de que Maria Santíssima, mesmo quando inju-riada, permanece intercedendo por seus filhos e mantêm seu maternal sorriso para acolher os que lhe foram confiados.

De modo geral, a mensagem de Aparecida é cristológica, no sentido de que todos os elementos da imagem se orientam para Jesus, a quem Nossa Senhora traz em seu ventre; inclusive a própria cor enegrecida da imagem que surge das águas no tempo dos horrores da escravidão. A Mãe do “Libertador”, do “Redentor” surge das águas para nos lembrar que todos fomos escra-vos do pecado, mas em Cristo somos libertos, tal como o Povo de Deus, que

Fórum da Família: em favor da vida e dignidade humana p. 2- Desafios para a família cristã

Dom Airton p. 3Arcebispo metropolitano de Campinas visita a Comunidade Pantokrator

A devoção dos santos à Virgem Maria p. 4- Espiritualidade mariana no cotidiano

o

ao atravessar as águas do Mar Verme-lho foi liberto da escravidão. No Brasil, nosso povo colheu das águas a imagem da Mãe do Libertador.

Curiosamente, anos mais tarde, a Princesa Isabel, herdeira do trono do Brasil daria à Nossa Senhora a coroa de ouro que até hoje se encontra na cabe-ça da imagem. A Virgem, Mãe do Li-bertador recebe sua coroa daquela que aboliu a escravidão no Brasil!

Diante das lutas diárias de nossas vi-das que Nossa Senhora Aparecida siga nos fortalecendo e amparando, porque nós a honramos como imperatriz e de-fensora perpétua de nossa pátria, devo-tando-lhe todo nosso amor filial!

Luiz Raphael Tonon Consagrado da

Comunidade Católica Pantokrator

Viva a Mãe de Deus e nossa!

O Pantokrator . 2

EXPEDIENTE O Pantokrator é uma publicação mensal dirigida aos sócios, membros, engajados e amigos da Comunidade Católica PantokratorDireção Geral: Edgard Gonçalves | Grupo de Comunicação: Eliana Alcântara, Jildevânio Souza, Juliana Campos, Vanessa Cícera, Vanessa Ozelin e Renata Andrade | Jornalista Responsável: Renata Andrade MTB 56 525 | Planejamento, Criação, Edição e Revisão: Comunidade Católica Pantokrator - www.pantokrator.org.br

Aconteceu nos dias 29, 30 e 31 de agosto deste ano em João Pessoa – PB o Congresso Sul Americano das Novas Comunidades. O Encontro foi sediado pela Comunidade Doce Mãe de Deus que também comemorou seu Jubileu de Prata. Estiveram presentes no Congresso mais de 3 mil pessoas de Comunidades de todo o Brasil, o evento foi uma grande festa de comunhão deste belo jardim que é a nossa Igreja com sua grande diversida-de de Carismas. Na programação intensa foram vivenciados momentos de oração, missas, pregações e workshops onde to-dos saíram edificados e ao mesmo tempo convocados a anunciar ao mundo a Boa Nova do Evangelho a partir da identidade própria de cada Carisma.

Jildevânio SouzaDiscípulo da Comunidade Católica Pantokrator

No mês de agosto a Igreja recorda as Vocações, dentre elas, a vocação ma-trimonial e, por consequência, a missão da família. Nesse sentido, a Comunida-de Católica Pantokrator promoveu nos dias 25 a 28 agosto de 2014 o IV Fó-rum da Família promovido pelo Proje-to “Família, torna-te o que és”. Temas como a Sacralidade do Corpo Humano, Vida Sexual no Matrimônio, Sexo ou Gênero, Educação Sexual dos Filhos foram os assuntos abordados nesses dias. Sobre a importância destes temas, s. João Paulo II já recordava: “Igreja Santa de Deus, tu não podes cumprir a tua missão, não podes realizar a tua missão, no mundo, senão por meio da Família e sua missão!”

Ainda nos dias 24 e 25 de setem-bro de 2014 aconteceu na Comunidade Católica Pantokrator o IX Seminário em Favor da Vida e da Dignidade Humana, promovido pelo Projeto Filhos no Filho com o Tema: Política o futuro do Brasil em suas mãos.

Nesses dias foram tratados assuntos como: Política: o que é e como funcio-

na, Eu e a política: Responsabilidade Social. Temas que ajudaram as pessoas a pensar e refletir sobre a política atual e a terem consciência sobre o seu voto. Em outubro temos as eleições presidenciais, onde o futuro do nosso país é decidido pelos representantes que elegemos com o nosso voto.

Fórum da Família em Favor da Vida e da Dignidade Humana

“O futuro da humanidade está nas mãos daqueles que são capazes de trans-mitir às gerações do amanhã razões de vida e de esperança”, como bem recor-dava S. João Paulo II.

Juliana CamposConsagrada da Comunidade Católica Pantokrator

Entre os dias 30 de outubro a 2 de no-vembro de 2014, Roma será o palco de um acontecimento muito significativo para as Comunidades Novas do mundo todo. Trata-se do “XVI Congresso In-ternacional das Comunidades Novas”, promovido pela Fraternidade Interna-cional das Comunidades Novas. Este encontro contará com a presença e pre-gação de Raniero Cantalamessa, reno-mado padre franciscano italiano, pre-gador da Casa Pontifícia e RCC, assim como de Prado Flores, leigo mexicano, também pregador da RCC, internacio-nalmente conhecido. Tanto um, quanto outro encontram-se entre aqueles que participaram do crescimento da RCC, em nível mundial.

O tema que será abordado no con-gresso desse ano será “Louvor e Ado-ração carismática para a Nova Evange-lização”. A decisão de abordar tal tema

tem por objetivo ser um eco da tão al-mejada Nova Evangelização. Segundo informado pela Fraternidade das No-vas Comunidades, este tema foi inspira-do a partir de I Cor 14, 24-25.

A Fraternidade das Comunidades re-úne hoje em torno de 89 comunidades do mundo todo. Estas Comunidades estarão presentes com o objetivo de testemunharem a comunhão entre os carismas, viverem a partilha de vida e se alimentarem da experiência de Deus. Somos convidados, a nos unirmos a esse acontecimento eclesial, através de nossas orações, a fim de que ele seja frutuoso para toda a missão confiada a cada das comunidades, inseridas em suas realidades próprias, gerando frutos para a Igreja.

Leonardo José dos Santos Seminarista e Consagrado da

Comunidade Católica Pantokrator

Novas Comunidades reunidas Novas Comunidades pelo mundo

O Pantokrator .3

No mês de setembro, a Comunida-de Católica Pantokrator deu início aos trabalhos de sua Assembléia Geral, mo-mento em que a comunidade se reúne para que, à luz do Espírito Santo, pos-sa decidir os caminhos pelos quais ela deve seguir nos próximos cinco anos.

Esse momento tão importante na vida da Comunidade Pantokrator iniciou-se com uma Santa Missa Votiva ao Espírito Santo, presidida por Dom Airton José dos Santos, Arcebispo Metropolitano de Cam-pinas. Essa foi a primeira vez que nosso arcebispo visitou a comunidade. Foi um momento de muita alegria, uma vez que o carisma de fidelidade que Deus um dia suscitou no coração de André Botelho, o fundador, e que move o coração de cada consagrado, não tem razão de ser se não for pela Igreja, na Igreja e para a Igreja.

Receber Dom Airton na Casa Sede da Comunidade e celebrar com ele esse mo-mento tão importante foi como acolher o próprio Cristo que vem ao encontro da-queles que são Seus, na figura do pastor, que acolhe suas ovelhas em seu redil, que é a Santa Mãe Igreja. “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar”. Nós também, quando nos reunimos, temos essa sensação de que estamos todos no mesmo lugar, mas não somos a Igreja toda... “Como parte da Igreja, todas as vezes que nos reunimos como um grupo, a Comunidade Pan-tokrator, a Paróquia São Paulo Apóstolo, todos deveriam ter a mesma sensação: os discípulos estavam reunidos no lugar; não somos toda a Igreja reunida e nem todos os discípulos de Cristo, mas nos sentimos assim”, disse o arcebispo em sua homilia.

Falou ainda da paz, como fruto desta comunhão em Jesus Cristo e da responsabilidade que cada um tem de produzirmos entre os irmãos, no seio

da comunidade e no mundo essa paz, que não é um simples silêncio ou sen-timento humano, mas atitude de vida..

Por fim, confirmou no coração da comunidade o seu chamado de ser no mundo um sinal profético de Cristo. “Que essa assembléia, queridos irmãos e irmãs da Comunidade Pantokrator, seja esta porta aberta através da qual Jesus Cristo entre e diga no coração de cada um, na vida de cada um “a Paz es-

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Missas Dominicais às 11h00 - Grupos de Oração (para todas as idades) às quintas-feiras às 20h00 Grupo Sempre Fiel (dependentes químicos) segundas-feiras às 20h00

Atendimento de Oração (com agendamento) - Cursos e Formações - Visita a casas (com agendamento)

teja convosco! Assim como o Pai me enviou eu também vos envio” por isso, esse momento de encontro importante para a comunidade, é importante não só para ela, mas para o seu trabalho, para o seu ministério de evangelização no mundo, em cada ambiente em que Deus colocou cada membro da comunidade”.

Vanessa Ozelin Discípula da Comunidade Católica Pantokrator

Dom Airton, Arcebispo Metropolitano de Campinas, visita a Comunidade Pantokrator

O Pantokrator .4

O culto à Virgem Maria é muito an-tigo. Ele nasce junto com a compreen-são de seu papel dentro do plano de sal-vação e de seu reconhecimento como mãe de Deus, ou, como dizemos em grego “Theotokos”.

Antes, porém, de falarmos um pou-co sobre o quanto Maria é invocada por tatos santos que souberam reconhecer nela a figura de mãe e intercessora, va-mos lembrar o que diz Santo Tomás de Aquino quando nos ensina que a devo-ção que temos aos santos (e aqui nos lembramos principalmente de Nossa Senhora), não termina neles, mas , em última instância, se dirige a Deus que os enche de graça e de santidade.

O próprio Jesus, no evangelho de João, no momento da crucifixão diz à sua mãe a ao discípulo que amava: “Mulher, eis aí teu filho. Filho, eis aí tua mãe”. Dessa forma, Jesus entrega toda a humanidade aos cuidados maternais de sua mãe.

Assim também fez o Papa João Pau-lo II, quando em 25 de maio de 1982, visitando o santuário de Fátima em Portugal, consagrou o mundo a Vir-gem Maria. Aliás, ele mesmo já havia se consagrado a ela. O lema de seu ponti-ficado foi “Totus Tuus” , que se traduz como: “Todo Teu”. É assim que vemos no Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, escrito por São Luís Maria Montfort, onde aqueles que se consagram a Nossa Senhora entregam toda sua vida a ela: “Totus Tuus Mariae, “Todo seu Maria”.

Mas nosso querido São João Pau-lo II não foi o único devoto de Nossa Senhora que pode testemunhar o quão poderosa é sua intercessão.

Ainda criança, uma menina órfã de mãe, tendo também “perdido” sua irmã mais velha que havia se decidido pela vida religiosa, cai doente e é diag-nosticada com depressão profunda. Na época, século XIX, uma doença pouco conhecida e sem cura para a medicina.

O pai da menina, muito preocupado com seu estado, pede a todos os fami-liares e amigos que rezem por ela e faz uma novena de missas a Nossa Senhora das Vitórias de quem era devoto. Mais tarde, essa mesma menina, já adulta,

escreve em sua autobiografia intitulada “História de uma Alma”: “No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria, e de repente a ima-gem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lá-grimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Vir-gem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu”.

A partir de então, Santa Terezinha passou a chamar Nossa Senhora das Vitórias de Nossa Senhora do Sorriso. A devoção espalhou-se inicialmente entre seus familiares e depois ganhou corpo entre todos.

Mas se você achar talvez que esses exemplos são longínquos, o que dizer então de Nhá Chica?

Para aqueles que nunca ouviram fa-lar dessa mulher, hoje Beata, ela era neta de escravos e nasceu no distrito de São João del-Rei em Minas Gerais. Ficou órfã ainda muito cedo e por orientação de sua mãe, permaneceu solteira a fim de ter maior disponibilidade em servir ao Senhor. Muito devota de Nossa Se-

nhora da Conceição a quem chamava carinhosamente de “Minha Sinhá”, Nhá Chica teve uma vida simples e dedica-da ao próximo. Mesmo analfabeta e com poucas posses, sempre assistia aos pobres e intercedia por todos que iam lhe pedir orações e conselhos. Quando questionada a respeito de sua fé dizia: “Eu repito o que me diz Nossa Senhora e nada mais”, “Eu rezo a Nossa Senho-ra que me ouve e me responde”.

São inúmeros os exemplos e histó-rias que poderíamos trazer aqui para ilustrar esse texto, mas estas devem nos bastar. Vamos aprender com esses nossos irmãos, os santos, que já parti-ram para junto de Deus, mas que nos deixaram um tesouro precioso aqui na terra: a devoção à Virgem Maria. Vamos aprender então com aquela que é a Rai-nha do Céu, a santa entre os santos, a Mãe de Deus.

Confie! Mas confie não somente que Ela sempre lhe prestará auxílio aqui neste mundo, mas que também lhe rece-berá, sorrindo, quando você chegar ao paraíso.

Virgem Maria, rogai por nós!

Eliana de Alcântara Barreiro Discípula da Comunidade Católica Pantokrator

A devoção dos santos à Virgem Maria