Para Comitê do Rio 2016, Copa mudou humor do país · Copa mudou o humor do país, há muito mais...

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O sucesso da Copa do Mun- do foi um alívio para o Comitê Organizador dos Jogos Olím- picos de 2016. Para o grupo, o clima de pessimismo que pai- rava sob o país ficou para trás com o fim do Mundial, o que deve facilitar a organização do evento no Rio de Janeiro, seja na prospecção de novos patro- cinadores, nas relações com o Comitê Olímpico Internacional e até mesmo com a imprensa. Segundo o diretor de comuni- cação do Comitê, Mario Andra- da, o clima pós-Copa do Mundo foi uma grande vantagem. “A Copa mudou o humor do país, há muito mais otimismo ago- ra. E isso nos ajuda em tudo”, afirmou à Máquina do Esporte. Esse clima surge em um momento importante para as organizações dos Jogos. No início de agosto, o Rio de Janei- ro receberá o primeiro de uma série de eventos-testes, com uma regata na Baía da Guana- bara. Na mesma semana, será celebrado o fato de que faltarão apenas dois anos para o even- to; a abertura está marcada para 5 de agosto de 2016. Quanto aos patrocínios, há ainda uma série de categorias para entrar na lista das mar- cas oficiais dos jogos. Nesse período pós-Copa, ainda faltam 30% dos aportes para serem fechados, o que acon- tecerá nos próximos meses. Há também fatores mais prá- ticos que o Comitê pôde con- cluir com a realização da Copa do Mundo. Um exemplo está na recepção de turistas que ficarão em trailers ou acampados. No Mundial, uma estrutura foi im- provisada no Sambódromo, que receberá a maratona e as pro- vas de arco e flecha durante os Jogos. O alto número de pesso- as, em especial sul-americanos, que adotaram o método para se hospedar no Rio, surpreendeu. A organização então preparará um local no bairro de Deodo- ro e aumentará a capacidade do Rio para receber turistas. Para Comitê do Rio 2016, Copa mudou humor do país 55 B O L E T I M 18/07/2014 OFERECIMENTO NÚMERO DO DIA R$ 325,8 mi foi o quanto gastaram os quase 120 mil turistas que estiveram em Manaus durante a Copa 1 POR DUDA LOPES

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O sucesso da Copa do Mun-do foi um alívio para o Comitê Organizador dos Jogos Olím-picos de 2016. Para o grupo, o clima de pessimismo que pai-rava sob o país ficou para trás com o fim do Mundial, o que deve facilitar a organização do evento no Rio de Janeiro, seja na prospecção de novos patro-cinadores, nas relações com o Comitê Olímpico Internacional e até mesmo com a imprensa.

Segundo o diretor de comuni-cação do Comitê, Mario Andra-

da, o clima pós-Copa do Mundo foi uma grande vantagem. “A Copa mudou o humor do país, há muito mais otimismo ago-ra. E isso nos ajuda em tudo”, afirmou à Máquina do Esporte.

Esse clima surge em um momento importante para as organizações dos Jogos. No início de agosto, o Rio de Janei-ro receberá o primeiro de uma série de eventos-testes, com uma regata na Baía da Guana-bara. Na mesma semana, será celebrado o fato de que faltarão

apenas dois anos para o even-to; a abertura está marcada para 5 de agosto de 2016.

Quanto aos patrocínios, há ainda uma série de categorias para entrar na lista das mar-cas oficiais dos jogos. Nesse período pós-Copa, ainda faltam 30% dos aportes para serem fechados, o que acon-tecerá nos próximos meses.

Há também fatores mais prá-ticos que o Comitê pôde con-cluir com a realização da Copa

do Mundo. Um exemplo está na recepção de turistas que ficarão em trailers ou acampados. No Mundial, uma estrutura foi im-provisada no Sambódromo, que receberá a maratona e as pro-vas de arco e flecha durante os Jogos. O alto número de pesso-as, em especial sul-americanos, que adotaram o método para se hospedar no Rio, surpreendeu. A organização então preparará um local no bairro de Deodo-ro e aumentará a capacidade do Rio para receber turistas.

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R$ 325,8 mi foi o quanto gastaram os quase 120 mil turistas que estiveram

em Manaus durante a Copa

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POR DUDA LOPES

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São Paulo muda política pré-Copa e deixa de lado patrocínio pontual

A diretoria do presidente Carlos Miguel Aidar começa a ter rostos mais definidos e, com isso, acerta aos poucos o modo como o São Paulo vê o mercado esportivo. Após contratar o diretor comer-cial Marcelo Pepe para vender o máximo possível, o clube come-ça o semestre segurando novos contratos. A meta agora é acabar com os patrocínios pontuais.

A estratégia veio de mais um contratado por Aidar, o dire-tor de marketing Ruy Barbosa. “Eu, pessoalmente, não quero

mais patrocínio pontual. Hoje, o foco é mais em trabalhos de longo prazo”, sentenciou.

Essa nova medida já pôde ser vista na partida entre São Paulo e Bahia, pelo Campeonato Bra-sileiros. Mesmo com a partida transmitida em rede aberta, o uni-forme do clube permaneceu sem novas marcas. Foi mantida ape-nas a marca da Semp, que tem o contrato encerrado neste mês.

No primeiro semestre, antes da entrada de Barbosa, o cenário foi o inverso, com a presença cons-tante de aportes pontuais. Sil, Divena, Cotação e outras marcas

puderam ser vistas no uniforme são-paulino em partidas com transmissão na rede aberta.

Agora, a diretoria do São Paulo almeja contratos maiores com foco na exposição de um time que estará estrelado neste ano, com Kaká e cia. Uma das possibilidades é fechar acordos com valores menores e fazer um rodízio nos espaços da camisa. Ainda que o clube não revele detalhes da estratégia, ela remete a uma tentativa do Flamengo em 2013. Nesse caso, o revezamen-to acabou após a Caixa assinar o cheque pelo espaço máster.

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Sem patrocínio, Grêmio contrata SAP por futebol, gestão e fãs

O futebol brasileiro retornou após a Copa do Mundo, mas nos gramados está a clara mensagem que pouco se aprendeu no trato ao consumidor. Nesta quinta-feira, a Arena Corin-thians foi um retrato desta situação.

Ainda que o acesso continue fácil e rápido, mesmo sem o “expresso Copa”, o horário da partida mostra o claro desdém com o público que fre-quenta estádios no Brasil. Às 19h30, a saída coincidiu com o pico do metrô e do trem paulistanos. Além do trans-torno de quem foi à Arena, a popula-ção em geral conviveu com uma lota-ção acima do normal, no metrô que é um dos mais superlotados do mundo.

Não há argumento razoável para a partida não ser uma hora mais tarde. Nem mesmo a TV teria essa neces-sidade. Na próxima quarta, o Corin-thians volta a seu estádio às 22 horas, o que significa que não haverá metrô e trem para o retorno. Ou seja, o prin-cipal modo de acesso não existirá.

Dentro do estádio, a Polícia Militar deixa a sua marca. Ao barrar a circula-ção no entorno, um dos pontos posi-tivos da Arena, houve confusão entre os que queriam ir embora pelo trem. Acuados e espremidos, torcedores derrubaram as barreiras impostas. No caminho aberto, era preciso tomar cuidado para não escorregar nas fe-zes deixadas pelos cavalos da PM.

Na Arena Pernambuco, os transpor-tes públicos sofreram com lotação e com a ausência dos serviços de Copa. Na Arena Pantanal, idem. O padrão Fifa foi embora com Blatter, e o torce-dor segue tratado como lixo.

O Grêmio apresentou uma parceria com a empresa alemã de tec-nologia SAP para desenvolver três softwares para o clube.

Não se trata de um patrocínio, mas uma contratação dos serviços da empresa de tecnologia, ainda que a diretoria gaúcha espere uma ampliação da parceria com foco na manutenção dos sistemas. Foram três sistemas acertados, centrados em atletas, na administração do clube e nos torcedores, todos personalizados para o clube.

Entre os jogadores, o Grêmio fechou com o SAP HANA, que mede e monitora o desempenho dos jogadores. A ideia é manter uma série de dados sobre o elenco do time em uma interface que seja simples de administrar. O sistema é o mesmo utilizado pela seleção alemã durante a Copa do Mundo. Nesse caso, a SAP era patrocinadora da equipe e usou o Mundial para divulgar a tecnologia. Deu certo.

Entre os torcedores, será criado um aplicativo para tablets e smar-tphones. A ideia é exibir uma série de estatísticas e conteúdos exclu-sivo para os fanáticos pelo Grêmio. Anteriormente, a diretoria irá fazer uma pesquisa entre os fãs do time para levantar quais assuntos são mais relevantes antes, durante e depois das partidas.

Por fim, o clube fechou com o software SAP Business Suite, que é mais popular entre empresas. O programa padroniza processos administrativos internos, como compras, finanças e ativos.

Dessa maneira, o Grêmio se tornou o primeiro clube de futebol da América Latina a utilizar os serviços da empresa de tecnologia. No esporte, além da seleção da Alemanha, a SAP mantém diversos acordos, como a NBA, a NFL e McLaren na Fórmula 1.

POR DUDA LOPES

A COPA FOI EMBORA. E A ESTUPIDEZ FICOU

DA REDAÇÃODuda Lopes é gerente

de novos negócios da

Máquina do Esporte

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Conseguir espalhar seu evento pelas redes sociais é o sonho de qualquer organizador de uma competição. Mas, no caso da ASO, que comanda o Tour de France, maior prova mundial do ciclismo, o uso das redes sociais para compartilhar as emoções do evento se tornou um problema.

Desde o início do Tour, em 5 de julho, na Inglaterra, os torcedores têm gerado dor de cabeça para a organização. No intuito de regis-trar a presença no evento, eles têm invadido a área de compe-tição para fazer um auto-retrato.

Assim, ficam de costas para a pro-va, o que pode causar acidentes.

Até agora, nenhum caso grave foi registrado, mas alguns ciclistas têm se irritado com os “selfies” dos torcedores. Numa das etapas, um torcedor teve o celular jogado para longe enquanto o pelotão passava em meio a um corredor de gente que invadia a pista.

Nas redes sociais, a expressão #TDFselfie tem sido recorrente. Os próprios atletas usam-na para dar retorno de exposição a pa-trocinadores, usando as marcas.

Mas o abuso dos celulares no Tour ganhou novas propor-

ções na última segunda-feira, quando o ciclista italiano Luca Paolini foi flagrado usando o seu aparelho... Durante a prova!

Paolini, que usou sua conta no Twitter para dizer que estava ape-nas desligando o aparelho, e não mandando mensagem, foi multa-do, numa forma encontrada pela ASP para punir o mau exemplo.

Envolto em escândalos recentes de doping, o ciclismo comemora o fato de estar mais “limpo” no Tour de France. Mas a vontade de espalhar pelas redes sociais a par-ticipação na prova tem dado nova dor de cabeça à organização.

Telefone celular domina o Tour de France e causa medo em gestores

POR ERICH BETING