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30 maio 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4473 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 8 Mensagem do Papa Francisco para o 53.º Dia Mundial das Comunicações Sociais Das comunidades de redes sociais à comunidade humana «Somos membros uns dos outros» (Ef 4, 25) Queridos irmãos e irmãs! Desde que se tornou possível dispor da internet, a Igreja tem sempre procurado que o seu uso sirva o encontro das pessoas e a solidariedade entre todos. Com esta Men- sagem, gostaria de vos con- vidar, mais uma vez, a refletir sobre o fundamento e a impor- tância do nosso ser-em-re- lação e descobrir, nos vastos desafios do atual panorama comunicativo, o desejo que o homem tem de não ficar en- cerrado na própria solidão. 1 de junho Dia Mundial da Criança desde 1950 Este Dia, iniciativa da Fede- ração Democrática Interna- cional das Mulheres, no pós 2ª Guerra Mundial, num mundo martirizado, em ter- mos sociais e humanitários, quis defender as crianças dessa destruição. A criança deve ser prote- gida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, reli- giosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraterni- dade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas ener- gias e aptidões ao serviço de seus semelhantes”. Este princípio, estabelecido na Declaração dos Direitos da Criança, proclamada por Resolução da Assembleia Geral de 20 de Novembro de 1959 da Unicef, continua por cumprir, mais de 50 anos depois. Oxalá este Dia reforce a necessidade de refletir sobre todas as crianças ainda desnutridas e as que, em qualquer parte do mundo, mesmo nos chamados países desenvolvidos, continuam a não ser respeitadas e sofrem as consequências dos mais variados tipos de abusos e exploração. Por isso, o Dia Mundial da Criança deve ser celebrado, ainda que as repetidas cele- brações do 1 de junho não tenham conduzido ao cumpri- mento de todos os princípios da Declaração Universal. Neste dia 1 de junho, em 1945, na II Guerra Mundial, os Aliados bombardearam e arrasaram Osaka, a segunda cidade do Japão, com milha- res toneladas de explosivos (6.110) lançados por bom- bardeios, três meses depois de uma outra destruição por ataque semelhante. Este conflito mundial esteve na origem da celebração do Dia Mundial da Criança. Após esta guerra, com a Europa destruída, um grupo de paí- ses da Organização das Nações Unidas começou a reconstrução social e huma- nitária, criando instituições como a Unicef, de proteção das crianças. Em 1950, a Federação De- mocrática Internacional das Mulheres propôs à ONU a definição de um dia dedicado às crianças de todo o mundo, o qual veio a ser fixado no dia 01 de Junho. Europeias 2019: PS vence com 35,32% dos votos e elege 9 deputados Página 7 Benção das Pastas no IPBeja Página 5

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30 de maio de 2019

30maio2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 € c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4473

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 8

Mensagem do Papa Franciscopara o 53.º Dia Mundial

das Comunicações Sociais

Das comunidades deredes sociais à

comunidade humana

«Somos membros uns dosoutros» (Ef 4, 25)Queridos irmãos e irmãs!

Desde que se tornou possíveldispor da internet, a Igreja temsempre procurado que o seuuso sirva o encontro daspessoas e a solidariedadeentre todos. Com esta Men-sagem, gostaria de vos con-vidar, mais uma vez, a refletirsobre o fundamento e a impor-tância do nosso ser-em-re-lação e descobrir, nos vastosdesafios do atual panoramacomunicativo, o desejo que ohomem tem de não ficar en-cerrado na própria solidão.

1 de junhoDia Mundial da Criança desde 1950

Este Dia, iniciativa da Fede-ração Democrática Interna-cional das Mulheres, no pós2ª Guerra Mundial, nummundo martirizado, em ter-mos sociais e humanitários,quis defender as criançasdessa destruição.“A criança deve ser prote-gida contra as práticasque possam fomentar adiscriminação racial, reli-giosa, ou de qualqueroutra índole. Deve sereducada dentro de umespírito de compreensão,tolerância, amizade entreos povos, paz e fraterni-dade universais e complena consciência de quedeve consagrar suas ener-gias e aptidões ao serviçode seus semelhantes”.Este princípio, estabelecidona Declaração dos Direitosda Criança, proclamada porResolução da AssembleiaGeral de 20 de Novembro de1959 da Unicef, continua porcumprir, mais de 50 anosdepois. Oxalá este Dia reforce anecessidade de refletir sobretodas as crianças aindadesnutridas e as que, emqualquer parte do mundo,mesmo nos chamados paísesdesenvolvidos, continuam anão ser respeitadas e sofrem

as consequências dos maisvariados tipos de abusos eexploração.Por isso, o Dia Mundial daCriança deve ser celebrado,ainda que as repetidas cele-brações do 1 de junho nãotenham conduzido ao cumpri-mento de todos os princípiosda Declaração Universal. Neste dia 1 de junho, em1945, na II Guerra Mundial,os Aliados bombardearam earrasaram Osaka, a segundacidade do Japão, com milha-res toneladas de explosivos(6.110) lançados por bom-bardeios, três meses depoisde uma outra destruição porataque semelhante. Esteconflito mundial esteve naorigem da celebração do DiaMundial da Criança. Apósesta guerra, com a Europadestruída, um grupo de paí-ses da Organização dasNações Unidas começou areconstrução social e huma-nitária, criando instituiçõescomo a Unicef, de proteçãodas crianças.Em 1950, a Federação De-mocrática Internacional dasMulheres propôs à ONU adefinição de um dia dedicadoàs crianças de todo o mundo,o qual veio a ser fixado nodia 01 de Junho.

Europeias2019:

PS vencecom

35,32% dosvotos e elege9 deputados

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30 de maio de 2019SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

A Sociedade daInformação

e da Imagem

O Papa Francisco, na sua Men-sagem para o 53.º Dia Mundialdas Comunicações Sociais,celebrado no dia 02 de Junho/2019, começa por se referir àpreocupação da Igreja para queo uso da Internet sirva o en-contro das pessoas e a soli-dariedade entre todos.Enquanto recurso, é uma fontede conhecimentos e favorece asrelações entre as pessoas,apesar dos seus riscos: desin-formação e distorção cons-ciente, manipulação dos dadospessoais, cyberbullying, fomen-tação de espirais de ódio, oautoisolamento e alheamentoda própria sociedade.Situados entre o isolamentoproporcionado e o desejadoencontro, além da responsa-bilidade dos governos na regu-lamentação legal do seu fun-cionamento, há a responsa-bilidade de todos quanto à suautilização. O bem que a Internetproporciona não nos pode es-quecer dos seus riscos, aoponto de perturbarem as rela-ções familiares, mesmo às horas

Editorialsagradas das refeições. Nãodeixa de ser contraditório mos-trarmo-nos críticos em relaçãoà tradicional “vida dos ere-mitas” e não nos apercebermosdo moderno fenómeno dosfilhos, “eremitas sociais”, quedeixaram de ouvir os seus pais,distraídos com a internet eseguindo atentamente os seus“amigos do Facebook”. A gran-de dificuldade em compre-endermos hoje os nossos “ve-lhos amigos” dos tempos daEscola, aumenta a dificuldadena compreensão ou utilidade deter tantos amigos virtuais, cujorosto, muito provavelmente,nunca contemplaremos face aface.Como refere o Papa, é neces-sário que o uso social da Webseja complementar do encontroem carne e osso, vivido atravésdo corpo, do coração, dosolhos, da contemplação e darespiração do outro. Nestalinha, atrevo-me a referir quãogrande é o erro daqueles quepensam que, pela internet,darão resposta aos desafios da“nova evangelização”, dadoque esta, nunca dispensará oencontro e a relação pessoalque favorecem a bondade, ne-cessidade da escuta, de apren-der, rezar e celebrar juntos aEucaristia.Nesta sociedade do “diretotelevisivo”, incluindo os cená-rios da “guerra em direto” e tudoquanto é sensacionalista, éindispensável a defesa da nos-sa capacidade de reflexão quepossibilita a perspetiva críticada realidade e a recusa dabanalização na indiscrição, naviolação do outro e da suaintimidade.

António Novais Pereira, Diretor

Mensagem da Comissão Episcopaldo Laicado e Família para o dia dos Irmãos

31 de Maio 2019

É sempre possível recomeçar!

Encerramos o mês de maio com oDia dos Irmãos. Um dia paraagradecer os laços que nos unemaos nossos irmãos e irmãs. Umaforma de celebrar os mais pró-ximos, aqueles com quem cres-cemos em família.Que bem nos fazem os rela-cionamentos verdadeiramentefraternos construídos na vida emcomum, nas aventuras, nasdescobertas, na solidariedade, naproximidade, na cumplicidade, nadiversidade, na entreajuda, nacooperação e divisão de tarefas,na alegria e na tristeza, nasemoções boas e más, na tole-rância, na reconciliação, nasraízes e na memória.É fundamental conservar e cuidardos nossos laços fraternos, so-bretudo quando surgem e seprolongam conflitos e desaven-ças. Neste capítulo, o convívio deirmãos pode ser o espaço onde sevai descobrindo como Deus tam-bém nos fala através do erro e dofracasso. Isto pode acontecer nafamília, como no mundo onde

vivemos e trabalhamos.É oportuno evocar a passagembíblica do reencontro de José comos seus irmãos no Egipto: “Nãose aflijam nem tenham remorsospor me terem vendido para aqui,porque foi Deus que me enviouà vossa frente para podermossobreviver”. E conclui, afirmandode novo: “Não foram, portanto,vocês que me mandaram paraaqui; foi Deus que me enviou”(Gn 45, 5-8).Estamos perante uma obra-primada arte da reconciliação depoisde feridas profundas. Para curara fraternidade traída não existemoutras palavras. São precisaspalavras que olhem para o pas-sado de um modo diferente; queo amem e salvem.Para curar em profundidade umagrande traição ou ofensa, éimperioso descobrir uma leiturados factos que evidencie o bemque nasceu do mal. Estas leituras,que só as vítimas – com o auxílioimprescindível da Graça de Deus- as podem fazer, não são nem

simples nem indolores; é precisoque sejam verdadeiras e nãoinventadas; é necessário muitoesforço-amor para descobrir umaverdade mais profunda do que aque vemos diante dos olhos.Sem tal interpretação transfor-mante, que tem a força de ressus-citar relações mortas e de dar aforça para reatar a amizade, areconciliação é frágil; à primeiracrise regressam a revindicação, aacusação recíproca, o sentimentode culpa; e a antiga ferida sangrade novo.A história de José diz-nos algosempre novo e importante: aPalavra é capaz de recriar até asnossas relações despedaçadas,fazê-las ressurgir dos sepulcros-poço em que o nosso egoísmo eorgulho insiste em lançá-las.É possível curar com a Palavra anossa fraternidade ferida, bus-cando interpretações de históriaque a ressuscitem. É possível atéuma fraternidade diferente, maisprofunda e universal que a dosangue; é o dom maior que Josécontinua a oferecer-nos.Se a Bíblia pôs no centro dahistória da Aliança e da Promessauma fraternidade que morreu eressuscitou, é porque o milagreda tentativa de um fratricídio quese transforma em nova frater-nidade é possível, faz parte dorepertório das coisas humanas.Pode repetir-se sempre e em todaa parte; aqui e agora também, emcada família.Que, sob o olhar e a bênção deMaria, o Dia dos Irmãos seja umacalorosa celebração familiar!

Diocese de Beja - Pré-Seminário

Tu, , que és cristão católico;

que frequentaue frequentas a catequese, ggrupos de adolescentes ou de jovens da a tua paróquia; que estás empenhado na vida da tua comunidade; que estás disposto a discernir a tua vocação;

VeVem participar nestes encontros:

Contacta o teu pároco ou a equipa!

[email protected]

[email protected]

7 a 9 de Junho de 2019

Solenidade do PentecostesIgreja Catedral de Beja

8 de junho 21h30Vígilia de Pentecostes

9 junho 17h00Missa do Dia com

celebração do Crismaou Confirmação

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30 de maio de 2019

Ergue-Se Deus, o Senhor, em júbilo e ao som da trombeta.

RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

Solenidade daAscensão

O nosso Domingo

Ano C2 de junho de 2019

Leitura dos Actos dos ApóstolosNo meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesuscomeçou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foielevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suasinstruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que,depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas provas,aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino deDeus.Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não seafastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai,«da Qual – disse Ele – Me ouvistes falar. Na verdade, João baptizoucom água; vós, porém, sereis baptizados no Espírito Santo, dentrode poucos dias». Aqueles que se tinham reunido começaram aperguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?»Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou osmomentos que o Pai determinou com a sua autoridade; masrecebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós,e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e naSamaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vistadeles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olharfito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes doishomens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia,porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vósfoi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para oCéu».

I Leitura

Leitura do Livro do ApocalipseIrmãos: O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vosconceda um espírito de sabedoria e de luz para O conhecerdesplenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdesa esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da suaherança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poderpara nós os crentes.Assim o mostra a eficácia da poderosa força queexerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à suadireita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania,acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo,mastambém no mundo que há-de vir. Tudo submeteu aos seus pése pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seuCorpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São JoãoNaquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Está escrito queo Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceirodia e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e operdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.Vós sois testemunhas disso. Eu vos enviarei Aquele que foiprometido por meu Pai. Por isso, permanecei na cidade, até quesejais revestidos com a força do alto».Depois Jesus levou osdiscípulos até junto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os.Enquanto os abençoava, afastou-Se deles e foi elevado ao Céu.Eles prostraram-se diante de Jesus, e depois voltaram para Jerusalémcom grande alegria. E estavam continuamente no templo, ben-dizendo a Deus.

Ascensão, estímulo para um mundomais justo e fraterno

Lc 24,46-53

Aleluia

António Aparício

Ef 1,17-23II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 46 (47)

Actos 1,1-11

Ide e ensinai todos os povos, diz o Senhor:Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.

Recordo, sorrindo, a missa daSolenidade da Ascensão doSenhor, em Alvoco da Serra, aminha terra natal, em tempos decriança. Em vários momentos, docimo do grande retábulo, porentre um resplendor em forma desol, o sacristão deitava pétalasvermelhas sobre o altar. Um gestosimbólico que unia Ascensão ePentecostes e uma catequesepopular riquíssima da missão deJesus no Céu, “à direita do Pai”,derramando as suas graças sobrea Igreja e o mundo. A Ascensão,é um dia de exaltação, vitória,júbilo e alegria assim cantadopelo povo: «Se os passarinhossoubessem, / em que dia era aAscensão, / não comiam, nãobebiam, / não buliam no seuninho / e não punham o pé nochão», com a alegria da glo-rificação de Cristo e nossa, comomembros do seu corpo.

1 –«Porque estais a olhar parao Céu?» (At 1, 11). Esta cenagrandiosa, lembra outra em queElias é arrebatado ao Céu numcarro de fogo, passando a Eliseua sua missão de profeta. (2 Rs 2,9-15). Naquele momento, Eliseurecebe o espírito do Mestre e ficacapacitado a continuar a suamissão entre no povo. De modosemelhante, a Solenidade jubilosada Ascensão, é o render daguarda, o começo da grandeestafeta missionária da Igreja. «Éagora que vais restaurar o reinode Israel?”, perguntam os Após-tolos. Agora já não é Jesus.Agora entram em cena os seusdiscípulos. A sua tarefa, não éperguntar, filosofar sobre ques-tões teológicas, mas anunciar,com urgência, a todos os povosa Boa Nova da salvação: que

ENTRADAHomens da Galileia – M. Luis, CEC I, 153

SALMO RESPONSORIALErgue-se Deus, o Senhor – M.Luis, SR, 94

COMUNHÃOA nossa Páscoa imolada, Aleluia – A. Cartageno,CEC I, 120, ou: Jesus,Filho de David, in Cânticos Alentejanos, 23

Sugestões de Cânticos

Mt 28,19a.20bAleluia

Jesus é o Messias que se fez“Filho do Homem”, para nostornar filhos de Deus e nos dar avida eterna. Morreu à mão doshomens, mas ressuscitou pelopoder de Deus e se tornou paranós o Deus vivente que nos fazviver agora e para sempre. Anossa missão, á luz da Páscoanão é olhar para o céu, mas fazerda terra um caminho para o Céu.Todos somos chamados à mis-são, a construir com todas asnossas forças, um mundo maishabitável, mais justo, igualitárioe fraterno, uma terra à imagem doCéu. É pertinente recordar apalavra de S. Paulo VI: «Que-remos confirmar, uma vez mais,que a tarefa de evangelizartodos os homens constitui amissão essencial da Igreja. […]Evangelizar constitui, de facto,a graça e a vocação própria daIgreja, a sua mais profundaidentidade» (E.N.14)

2 –Ascensão, despedida, compresença multiplicada. Os Após-tolos voltaram cheios de alegriadepois de contemplar a As-censão do Senhor. Compre-enderam que a sua presençacorporal era uma graça, mastambém um limite. Se falava comPedro, não falava com Madalena.Se estava no templo, não estavano Cenáculo. Com a sua As-censão, a sua presença real, masde foro espiritual, multiplicou-se,estando presente em cada co-munidade e na vida e no coraçãode cada crente, sem qualquerlimite. O Espírito Santo será oartífice desta presença fecunda ecriadora. Preparando os discí-pulos para este novo modo epresença, Jesus, no discurso dadespedida, promete cinco vezeso Espírito Santo, “o prometido doPai”, que acompanhará a Igreja

na sua vocação e missão, no seuser e agir (Jo 14,15-17; 14,26;15,26-27; 16, 5-7; 16, 12-15) É esteo sentido teológico e espiritualde “Jesus sentado à direita doPai”. Os discípulos não sesentem abandonados. Sabemque Jesus está presente de modonovo, no meio deles, com graça epoder. Foi “elevado”, colocou, àdireita de Deus a nossa frágilnatureza humana, como nossacabeça, em sinal de vitória. Na fée na esperança, também já láestamos com membros do seucorpo, em voto, em desejo, comograça que ilumina a nossa vida ecaminhar. Somos testemunhasdeste amor louco e sem limites,que em vez de nos matar, porquesomos pecadores, morre por nóse em nossa vez. Jesus é Aqueleque vive, o Vencedor da morte, oVivente que nos faz viver agora epara sempre.

3 - «Enquanto os abençoava, foielevado ao Céu». Aqui está amelhor e a mais perfeita imagemde Jesus. S. Paulo o afirma:«Bendito seja Deus, Pai deNosso Senhor Jesus Cristo, quedo alto do Céu nos abençooucom todas as bênçãos espi-rituais em Cristo» (Ef 1,3). Nasegunda leitura da missa de hoje,o mesmo S. Paulo, com assombro,fitando os olhos em Jesus àdireita do Pai, isto é, igual ao Paie igual aos homens pela suanatureza humana, fica deslum-brado ao ver a nossa humanidadena comunhão definitiva comDeus. É este o fruto da Páscoade Jesus, a comunhão e uniãocom Deus. Agora na fé, na es-perança e no amor. Depois navisão e posse plena, quandoatingirmos a nossa verdadeiraidentidade e plenitude. Que festatão bonita!

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30 de maio de 2019SOCIEDADE4 – Notícias de Beja

Media: Prémio de Jornalismo Dom ManuelFalcão distingue grande reportagem«É como se a Mãe descesse à terra»

A vencedora do Prémio de Jor-nalismo Dom Manuel Falcãodisse à Agência ECCLESIA queé “uma honra e um orgulho”receber o galardão que distinguea reportagem “É como se a Mãedescesse à Terra”, emitida na TVI.“É uma honra e um orgulhoimenso que eu sinto por estadistinção tão nobre”, afirmouCatarina Canelas, acrescentandoque o trabalho de que é autora“foi muito especial”.“A Mãe soberana é uma históriamuito envolve, nas emoções, nosafetos, vai ao mais intimo de cadaum”, referiu a jornalista.O Prémio de Jornalismo DomManuel Falcão é uma iniciativada Igreja Católica em Portugal,através do Secretariado Nacionaldas Comunicações Sociais emparceria com o Grupo Renas-cença Multimédia, e distingue, emcada ano, um trabalho jornalísticode temática religiosa.Para Catarina Canelas, a temá-tica religiosa “está muito viva”em Portugal, mesmo que “nãose fale tanto da Igreja”, e “nãohá que ter pudor no jornalismode causas”.“Este tipo de trabalhos vemprovar que há jornalismo decausas e não há que ter pudor nojornalismo de causas. E esta éuma causa tão nobre ou maisnobre que todas as outras, por-que estamos a falar de um senti-mento de cada pessoa, nestecaso a fé e a religião”, sublinhou.

A jornalista da TVI considera quea existências de prémios como oque é atribuído pelo SecretariadoNacional das Comunicações So-ciais é “muito importante” porquesão uma possibilidade de “darvisibilidade” a trabalhos como oque realizou na Mãe Soberana, naDiocese do Algarve.“Os órgãos de comunicaçãosocial portugueses têm de darvisibilidade a esta temática comodão a outras temáticas e a outrascausas”, acrescentou.Catarina Canelas referiu aindaque foi “muito desafiante” rea-lizar a reportagem, que fez comque acompanhasse as tradiçõesreligiosas de Nossa Senhora daPiedade, a “Mãe Soberana”, emLoulé, durante três semanas,porque “não é fácil traduzir a féde uma cidade, de uma região, decada pessoa”.“Fiquei extremamente comovida,sobretudo por ver uma comu-nidade tão jovem ligada à Igreja.Não estava a contar com essaenvolvência tão grande dascamadas mais jovens”, afirmou.Catarina Canelas disse que otrabalho teve muito impacto “anível nacional” porque traduz “afé de um povo” e fez com que “aspessoas ficassem comovidas e sesentissem inspiradas”.“O carinho de devoção que existepor Nossa Senhora da Piedade étransversal a toda a cidade,porque envolve a Igreja, a Câ-mara, a banda, os homens do

andor, o clube de futebol, mas étransversal ao Algarve e a todo oPortugal, porque interfere com asnossas raízes, a nossa cultura, afé de cada um de nós, tenha ela adimensão que tiver”, afirmou.A jornalista da TVI considera quea reportagem que realizou noAlgarve foi uma prova de que “asdemonstrações de fé não sãoraras”.“O sentimento a fé que estaspessoas têm em Deus, neste casoem Nossa Senhora, é algo queestá ali muito explícito, muitovincado, muito firme e isso provaque não é só em Loulé, mas poreste país fora e daí esta reaçãomuito apoteótica em relação àreportagem”, sublinhou.A edição 2018 do Prémio deJornalismo Dom Manuel Falcão,relativa a trabalhos jornalísticosemitidos ou publicados duranteesse ano, distingue a reportagem“É como se a Mãe descesse àTerra” da jornalista CatarinaCanelas, com imagem João Fran-co, Tiago Donato e RodrigoCortegiano e edição de imagemde João Pedro Ferreira.A entrega do Prémio de Jorna-lismo Dom Manuel Falcão vaidecorrer na sessão de apresen-tação da Mensagem do Papa parao Dia Mundial das ComunicaçõesSociais, no dia 30 de maio, noauditório do Grupo RenascençaMultimédia, em Lisboa.

Fonte Ecclesia

Amazónia: Papa Franciscoencontrou-se com líderindígena no Vaticano

O Papa Francisco recebeu, no dia 28, com um abraço ,o líder indígenabrasileiro Raoni Metuktire, da etnia caiapó, para uma audiência privadana Casa Santa Marta, Vaticano.O encontro realizou-se no contexto da preparação da AssembleiaEspecial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazónica, queFrancisco convocou a 15 de outubro de 2017.Com o tema ‘Amazónia: Novo Caminhos para a Igreja e por umaEcologia Integral’, o sínodo vai se realizar entre 6 a 27 de outubro de2019, no Vaticano.Após a 2.ª reunião do conselho pré-sinodal foi publicado o documentode trabalho do sínodo especial que foi dividido em três partes queabordam as seguintes temáticas: A voz da Amazónia, entendida comoescuta daquele território; ecologia integral; Igreja com o rostoamazónico.No texto preparatório da assembleia especial do sínodo, o Vaticanodenuncia a exploração levada a cabo por “interesses económicos”que ameaçam a natureza e os direitos dos povos indígenas.A riqueza da selva e dos rios da Amazónia está ameaçada pelos grandesinteresses económicos que se alastram sobre diferentes regiões doterritório. Tais interesses provocam, entre outras coisas, aintensificação do desmatamento indiscriminado na selva, acontaminação dos rios, lagos e afluentes”.Raoni Metuktire é o líder do povo Caiapó que está a ser “ameaçadopor madeireiros e pelo agronegócio”, assinala o portal ‘Vatican News’.“O Papa reitera a sua atenção pela população e pelo ambiente da áreaamazónica, e o seu compromisso pela preservação da Casa Comum”,antecipou o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé,Alessandro Gisotti, sobre o encontro do Papa com o líder do povoCaiapó.O líder indígena brasileiro está na Europa para alertar para as crescentesameaças à Amazónia com diversos encontros com chefes de Estado eopinião pública, num périplo de três semanas.

Fonte Ecclesia

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30 de maio de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

Benção das Pastas no IPBeja

No passado dia 25 de maio, noanfiteatro exterior do IPBeja, entrea Escola Superior Agrária e aEscola Superior de Educação,num ambiente muito festivo,cheio de colorido e alegria, reali-zou-se a Bênção das Pastas dosquase 300 Finalistas, que esteano concluíram um ciclo deestudos.A Celebração da Palavra foipresidida pelo Sr. Vigário Geral,P. Rui Mendes, que, na homilia,destacou a importância de louvare dar graças a Deus pela conclu-são dos estudos. Seguidamente,os Finalistas rezaram a oração decompromisso, manifestando o

desejo de colocar as aprendi-zagens adquiridas ao serviço dasociedade humana. Realizou-se,então, o rito de bênção daspastas, composto de dois mo-mentos – uma oração e a asper-são dos finalistas e das pastascom água benta. Fez-se depoisum peditório, este ano destinadoao “Cantinho dos Animais”.Após os agradecimentos feitospelo Sr. Pe. Cartageno, Coorde-nador da Pastoral do EnsinoSuperior, os Finalistas receberama bênção solene. E assim seconcluiu a celebração, que foianimada musicalmente por umCoro de Finalistas e alunos mais

novos.Na ausência do Presidente doIPBeja, Prof. João Paulo Trindade,que estava fora do país a repre-sentar o Instituto, estiverampresentes ao acto os dois Vice-Presidentes, Profs. João Portugale João Leal. Presentes igualmenteos Directores das 4 Escolas doIPBeja.Foi um momento muito belo, derecordações e gratidão, de ami-zade e fraternidade, onde parti-ciparam, ao lado dos Finalistas,os seus colegas, familiares eamigos – uma multidão de algunsmilhares de pessoas. Louvadoseja Deus por estes rapazes eraparigas, que concluíram os seusestudos; pelas suas famílias, que,não sem esforço, deram aos seusfilhos a possibilidade de estudar;pelos colegas e amigos, que, nosmomentos bons e menos bons,deram alento e força para con-tinuar o percurso. Peçamos aoSenhor que estes jovens Finalis-tas contribuam para a construçãode um mundo melhor, mais justoe mais fraterno, sob o olharprovidencial de Deus.

Francisco Molho

Coro do Carmo de Beja noVIII Encontro de Coros Litúrgicos

em Sobreda da Caparica

Prosseguindo a sua missão, mais uma vez o Coro do Carmo de Bejasaiu da sua cidade, no passado domingo, dia 26 de maio, rumo a Sobredada Caparica, para participar no VIII Encontro de Coros, na Igrejaparoquial, onde foi celebrado o décimo aniversário do Coro daParóquia de Nossa Senhora do Livramento daquela localidade.Para além do coro visitante, participaram também no encontro o coroanfitrião, o Grupo Jovens MissionArte, Talentos da Paróquia eGrupos/Movimentos.O Coro da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento deu início aoevento e interpretou oito peças, sendo quatro alusivas aos Mistériosde Natal e as restantes aos Mistérios Pascais. De salientar que, paraalém dos cantores que compõem este coro, participou no desempenhodas peças apresentadas uma dezena de jovens músicos, cominstrumentos variados, o que permitiu, para além duma enormevariedade musical, uma sadia colaboração intergeracional, em prol deobjetivos comuns nos caminhos da Fé.Seguiu-se a participação do coro visitante, que interpretou tambémoito composições integradas nos Mistérios Gozosos, Dolorosos eGloriosos, sob a direção do seu maestro, Padre António Cartageno,acompanhado ao órgão pelo Prof. José Filipe Guerreiro.Finalmente, juntaram-se os dois coros participantes, para entoarem oHino de Nossa Senhora do Livramento, composto por Jaime Ribeiro,Maestro do Coro aniversariante, com harmonização do P. Cartageno.Foram momentos vividos com enorme emoção, fé e entrega de todosos elementos envolvidos, seguindo-se-lhes, para encerrar o encontro,a troca de lembranças e flores entre os dois coros participantes e areferência à presença, no local, do Dr. Luís Paulino Pereira, quepublicou, através da Paulus Editora, o livro “PARA QUE TENHAMVIDA”, que está a ser divulgado e vendido a favor de uma nobrecausa: o apoio ao Instituto Português de Oncologia.

Lídia Cunha

Encontro de Doentes e Idosos em CubaNo passado dia 25 de Maioreuniram-se em Cuba cerca de 150idosos e doentes do Arcipres-tado de Cuba e do Lar do Salvador– Beja para participarem doEncontro para doentes e idosos,promovido pelo SecretariadoParoquial de Cuba do Movimentoda Mensagem de Fátima.O dia começou com a oração damanhã e uma pequena comu-nicação sobre o Ano Missionárioem curso, proferida pelo Rev.Pároco de Cuba. Seguiu-se acelebração da Eucaristia, após aqual teve lugar o almoço par-tilhado. Depois do almoço, oGrupo de Jovens Renascer deCuba presenteou os participantescom um momento musical deanimação e louvor. O dia terminoucom a recitação do terço.Porém, para as gentes de Cuba odia prolongou-se, tendo ter-minado com a Procissão de velasem honra de Nossa Senhora deFátima, pelas 21.30 Horas.

O Secretariado ParoquialMMF

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30 de maio de 2019SOCIEDADE6 – Notícias de Beja

Vida, éticas e Vincent Lambert

Realizou-se a semana de defesada vida humana (12-19 maio) eparece que, em tempo de cul-tura e morte, bem preciso édefender a vida dos seres hu-manos contra os lobos devora-dores e os que vão fazendodescarte das pessoas conside-radas vidas sem utilidade.No dia 21 de maio 2019 VincentLambert está no hospital uni-versitário de Reims, tetraplé-gico de um acidente. Não tomamedicamentos, nem precisa;precisa, sim, de ser alimentado,hidratado por sonda e recebercuidados para se manter comvida, sem ficar com escaras.Abre os olhos, respira normal-mente, sem máquinas. E queremtirar-lhe a alimentação para odeixar morrer. Tem-se multi-plicado as correntes e con-tendas éticas, desligadas dosdez mandamentos, do Evan-gelho e da fé em Deus criador eSenhor da vida com o pretexto,

Aires Gameiro (mesmo de alguns católicos) deque convém aplicar as filo-sofias e éticas sem religião, semBíblia, sem cristianismo, porterem mais confiança nelas epoderem ser aceites por todos,como não acontece com a éticacristã católica. Entretanto proli-feraram as escolas e correntesde ética sem Deus, mas o nívelético continua a descer até àdesumanidade, apontando-se acontradição de a Bélgica e aHolanda, onde desceu mais,serem, supostamente, paísesmodelos de ética. Porquê? Porneles se poder “matar” doen-tes, adultos e crianças com maisfacilidade; e deitá-los foracomo lixo. Noutros países aindase respeita um pouco mais odireito à vida, o direito humanonúmero um, mas esses sãoconsiderados países atrasados.Com efeito, alguns defensoresdestas éticas à deriva decidiramque Vincent Lambert deviamorrer porque a sua vida não éútil e já não merece ser ali-mentado. Ia-lhe ser retirada

alimentação no dia 21 de maio.Não interessava a obrigação decuidar da sua vida do governofrancês, o qual se comprometeua defendê-la em 18.02.2010 aoassinar as diretivas do Comitéde Defesa das Pessoas Defi-cientes (CDPH) da ONU, comolembra a carta ao presidenteda república (18.05.2019) dosadvogados dos pais de Vin-cent Lambert. É triste que oConselho de Estado francêsconcordasse com a morte deVincent. Entretanto o ex-cam-peão da Formula 1, MichaelSchumacher, apesar de ser umcaso semelhante continua ro-deado de cuidados. E aindabem, não lhe foi aplicada amoda de o considerar um serhumano como «robot funcio-nal», como disse D. MichelAupetit, arcebispo de Paris,médico, na sua declaração dedefesa da vida de VincentLambert em que reprovou quese possam deitar fora as pes-soas quando já não tem utili-dade. O Vincent foi salvo in

extremis por sentença do Tribu-nal de Apelo de Paris queobrigou, na tarde do dia 21, anão interromper a sua alimen-tação e hidratação.Circulam muitas teorias, ateiasou não, de melhorar a huma-nidade com estes descartes. Aspessoas que as defendem comboa intenção merecem o res-peito, não o merecem, contudo,as suas teorias éticas de podertirar a vida às pessoas a quemnem sequer se estão a aplicartratamentos excessivos ouencarniçados, como no caso doVincent que não estava a rece-ber medicação. O que os paispediam para ele é que o deixas-sem viver e que o deixassemtransferir para uma das seteinstituições dispostas a con-tinuar a dar-lhe alimentação elíquidos.Não deixa de impressionar queatravés dos tempos muitosestudiosos lembrem e citem osfamosos filósofos gregos daantiguidade como Aristóteles,Sócrates e outros, como mo-

delos de teorias éticas e seesqueçam de citar Cristo. Es-quecem a informação de queesses «éticos» concordavam edefendiam o sistema que man-tinha na escravatura mais pes-soas que aqueles a quem re-conheciam como cidadãos li-vres; permitiam que os paismatassem os filhos deficientese mesmo não deficientes. Tan-tas teorias também esquecemque o Cristianismo forma umtodo mais ético que qualqueroutra corrente ou ideologia.Associado à fé em Jesus Cristo,Filho de Deus, existe a «Sua»Comunidade Cristã, a Igreja,formada de todos os que Oaceitam, e aceitam, como Ele,defender os pobres, doentes,crianças e deficientes como Eledefendeu. E mais. Vivem comeles. Uma comunidade que nãosiga Jesus também nesta ajudae comunhão de vida e, em vezdisso, abandone os pobres edoentes e escandalize as crian-ças, não se pode dizer cristã.

Os outros são o nosso espelho

Sílvio Couto

Na sua sábia e apurada vivênciada vida, os adágios popularespodem servir-nos de alavanca dereflexão sobre aquilo que somos,o que desejamos ser ou aquiloque poderemos vir a ser.Assim o ditado popular – ‘osoutros são o nosso espelho’ ou‘os outros são o espelho do quesomos’ – como que nos poderáservir de motivo de análise paraalgumas das questões mais sen-síveis… coletivas e pessoais.Com efeito, têm sido muitas edíspares (nalguns casos dispa-ratadas) as reações degeneradasem catadupa sobre o modo como

um tal ‘self-made man’ madei-rense, que fez fortuna na Áfricado Sul e encantou com os seussucessos os governantes, osbanqueiros e uma onda da modanos espaços ligados à compra/venda de obras de arte de grandevalor.Uma boa parte dos reacionários– os que reagiram – ao tal senhornão conseguiram perceber queele tipifica um tempo/época, umpaís/nação, um estilo/modo deestar de tantos/as portugueses/as. De facto, a forma (quase)meteórica como ele venceu cápelas terras do continente tor-nou-se um caso de estudo, poisà sua sombra e à sua volta muitossubiram também… esses mes-mos que se sentem incomo-dados por constarem das foto-grafias e dos vídeos com ele,atacando certos trejeitos doseu feitio como se fossemarrepios por se verem denun-ciados em idênticas lacunas…Alguma comunicação socialpromove, incentiva e ataca o talsenhor, mas foi a mesma que oengrandeceu, beneficiou e se

regalou com festas e vernissagesde uma sociedade do faz-de-conta à mistura com resultadosde outra dimensão não-assumida.Como é recorrente também aquise passou de ‘bestial a besta’num ápice, bastando, agora, quese arvorem em moralistas dachafurdice não lavada. Efeti-vamente, muita da comunicaçãosocial apadrinhada pelas redessociais desempenha visivelmentea sua função de abutre banque-teando-se com os destroçosainda não incinerados…Numa leitura ética/moral – pelomenos o que se sabe e/ou se vaidizendo – o que tem aparecido,esta figura tão malquista põe-nosa todos à radiografia do quesomos ou que vamos disfarçandoenquanto é possível. Eis algunsaspetos que considero poderemser lidos e analisados:- Sucesso antes de trabalho –esta leitura algo recorrente nostempos mais próximos (para tráse para a frente) parece que cadaportuguês está fadado para seruma reprodução do tal senhor desucesso, sem grande esforço e,

se possível, sem trabalho. Ora sóno dicionário é que ‘sucesso’aparece antes de ‘trabalho’…- Reinar quanto baste – nosanseios de muitos de nós, portu-gueses, é preferível aproveitar oque dá enquanto dura, antes quese esgote a fonte do que prevenir,poupando, para quando possavir a faltar. O consumismo tor-nou-se a nova e mais seguidareligião…popular.- Chama-lhe antes de que techamem – como em certas discus-sões de bairro é preferívelcolocar em causa a honora-bilidade dos outros, antes quereparem na nossa desfaçatez. Oanátema lançado sobre o talsenhor como que parece exor-cizar muitos dos nossos fan-tasmas de incongruência e dementira encoberta…

= Este senhor é uma espécie debode expiatório de tantos doserros de políticos, de jornalistas,de autarcas, de governantes, defazedores de opinião, de homens/mulheres da rua, pois enquantoolham para ele e invetivam o seu

comportamento poderão corrigiras manhas de tantas situaçõesgraves e gravosas. Não bastaexigir justiça sobre um caso,quando tantos outros – maisculposos e culpáveis – parecemcontinuar impunes, senão nojuízo ao menos no julgamento nolugar correto.Ao espelho daquilo que po-demos ver, exige-se-nos queaprendamos as lições daquiloem que podemos ter preva-ricado. Quantos ‘berardos’ sepavoneiam nos carros de alta-cilindrada, se banqueteiam nosrestaurantes caros, fazem com-pras nos espaços mais exoté-ricos, emitem comentários pe-los posts mais efusivos ou seescondem até que os descu-bram envergonhados das faça-nhas menos recomendáveis!...Deixamos um pensamento doEvangelho: cuidai de conseguiramigos com o vil dinheiro paraque eles vos acolham na hora dadificuldade… Todos temos te-lhados de vidro bem mais que-bráveis e esburacados…do quepensamos.

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30 de maio de 2019

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

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30maio2019

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Editado emPortugal

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REGIONAL Notícias de Beja – 7

Bom humorBom humorBom humorBom humorBom humorUm jantar na selva

O leão e a gazela entram num restaurante na selva e chamam oempregado:- Eu queria uma salada mista de grama, relva e capim - pede agazela.- Pois não. E o senhor, o que vai pedir? - diz o empregado ao leão.- Nada, obrigado.- Ele não está com fome? - pergunta o empregado para a gazelaacompanhante.- Você acha que se ele estivesse com fome eu estaria aqui sentada?

A grande viagemA professora aponta para o mapa e diz:- Hoje vamos até a Coimbra - disse a professora.E então diz o Joãozinho:- Ó professora, espere um bocadinho tenho de avisar os meuspais!

Um veterinário vai ao médicoUm veterinário sentia-se doente e foi ao médico.O médico faz-lhe uma série de perguntas: quais os sintomas, quala frequência dos mesmos, há quanto tempo os tem, etc.A dada altura o veterinário chateia-se de estar a responder àsperguntas e diz:- Olhe lá! Eu sou veterinário e consigo descobrir o que os meuspacientes têem sem lhes fazer perguntas! Porque é que você nãoconsegue fazer o mesmo?O médico faz uma pausa, sem saber o que dizer. Depois olha paraos seus papéis e começa a escrever.Quando termina, passa uma receita para as mãos do veterinário ediz-lhe:- Aqui tem. Isto deve resolver o seu problema.- Ótimo!- Claro que se não resolver... vamos ter que o abater...

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejalevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 20 a 26 de maio, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fiscali-zação rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais:

1. Detenções: 11 detidos emflagrante delito, destacando-se:Quatro por condução sob o efeitodo álcool; um por condução semhabilitação legal; um por tráfico

de estupefacientes.2. Apreensões: 100 doses de ha-xixe; duas armas de caça; duasarmas de pressão de ar.

3. Trânsito:Fiscalização: 270 infrações dete-tadas, destacando-se: 43 rela-cionadas com tacógrafos; 21 porexcesso de velocidade; noverelacionadas com iluminação/sinalização; oito por falta ouincorreta utilização do cinto desegurança; oito por uso indevidodo telemóvel no exercício da

condução; sete por conduçãocom taxa de álcool no sanguesuperior ao permitido por lei;quatro por infrações relacionadascom os pneumáticos.Sinistralidade: 21 acidentesregistados, resultando: doisferidos graves e oito feridosleves.

4. Fiscalização Geral: 19 autosde contraordenação: 15 no âm-bito da legislação da proteção danatureza e do ambiente; quatrono âmbito da legislação policial.

PSP - SÚMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de prevençãoe combate permanente à práticade ilícitos criminais e contraor-denacionais, entre 17 e 23 MAIO2019, na sua área de jurisdição,registou e destaca os seguintesresultados operacionais: Deten-ção de 1 homem, de 45 anos deidade, por suspeita de tráfico deproduto estupefaciente, tendo-lhe sido apreendidas 21 doses dehaxixe; identificação de 1 homem,de 41 anos de idade, por suspeitada prática de atropelamento deduas pessoas, com fuga. Desta

ação policial, resultou também aapreensão de um veículo ligeirode passageiros.Acidentes rodoviários: Em Bejae Moura, registo de 6 acidentesrodoviários, dos quais resultaram1 ferido leve e danos materiais.Operações de Fiscalização: 1Operação de Fiscalização Rodo-viária, em Beja, com recurso aRadar, que contabilizou 635veículos controlados, com adeteção de 3 infrações.16 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional do CDBeja e no Plano Nacional de

Fiscalização, que contabilizaram:212 Veículos fiscalizados; 160Condutores submetidos ao testede alcoolemia; 34 Infraçõesdetetadas.No âmbito das Ações preven-tivas/de sensibilização e outras,o Núcleo de Armas e Explosivosdo CD Beja, nas suas instalaçõese também através do seu Balcãode Atendimento Não Permanente,realizado esta semana no Muni-cípio de Serpa, procedeu à re-colha de 26 armas de fogo decaça, perdidas a favor do Estado.

Europeias 2019: PS vence com35,32% dos votos e elege 9 deputados

Com a excepção do distrito de Vila Real, o PS foi o partido mais votado em todo o país, nas eleiçõeseuropeias de 26 de Maio, com 35,32% dos votos, segundo os dados oficiais da Secretaria-Geral do Ministérioda Administração Interna.

Resultados Nacionais

Votos % Deputados

PS 1.106.300 33,38 9

PPD-PSD 727.210 21,94 6

BE 325.523 9,82 2

PCP-PEV 228.152 6,88 2

CDS-PP 205.101 6,19 1

PAN 168.489 5,08 1

Resultados no

Distrito de Beja

Votos %

PS 14.572 36,64

PCP-PEV 10.030 25,22

BE 3.524 8,86

PPD-PSD 3.504 8,81

CDS-PP 1.444 3,63

PAN 1.181 2,97

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30 de maio de 2019ÚLTIMA PÁGINA

Mensagem do Papa Francisco para o 53.º Dia Mundialdas Comunicações Sociais

As metáforas da “rede”e da “comunidade”

Hoje, o ambiente dos mass-mediaé tão invasivo que já não seconsegue separar do círculo davida quotidiana. A rede é umrecurso do nosso tempo: umafonte de conhecimentos e rela-ções outrora impensáveis. Masnumerosos especialistas, a pro-pósito das profundas trans-formações impressas pela tecno-logia às lógicas da produção,circulação e fruição dos con-teúdos, destacam também osriscos que ameaçam a busca e apartilha duma informação autên-tica à escala global. Se é verdadeque a internet constitui umapossibilidade extraordinária deacesso ao saber, verdade é tam-bém que se revelou como um doslocais mais expostos à desin-formação e à distorção conscientee conduzida dos factos e relaçõesinterpessoais, a ponto de muitasvezes cair no descrédito.É necessário reconhecer que se,por um lado, as redes sociaisservem para nos conectarmosmelhor, fazendo-nos encontrar eajudar uns aos outros, por outro,prestam-se também a um usomanipulador dos dados pessoais,visando obter vantagens noplano político ou económico, semo devido respeito pela pessoa eseus direitos. As estatísticasrelativas aos mais jovens revelamque um em cada quatro adoles-centes está envolvido em episó-dios de cyberbullying.Na complexidade deste cenário,pode ser útil voltar a refletir sobrea metáfora da rede, colocadainicialmente como fundamento dainternet para ajudar a descobriras suas potencialidades positi-vas. A imagem da rede convida-nos a refletir sobre a multiplici-dade de percursos e nós que, nafalta de um centro, uma estruturade tipo hierárquico, uma organi-zação de tipo vertical, assegurama sua consistência. A rede fun-ciona graças à comparticipaçãode todos os elementos.Reconduzida à dimensão antro-pológica, a metáfora da redelembra outra figura densa designificados: a comunidade. Umacomunidade é tanto mais fortequando mais for coesa e soli-dária, animada por sentimentosde confiança e empenhada emobjetivos compartilháveis. Como

rede solidária, a comunidaderequer a escuta recíproca e odiálogo, baseado no uso res-ponsável da linguagem.No cenário atual, salta aos olhosde todos como a comunidade deredes sociais não é, automati-camente, sinónimo de comuni-dade. No melhor dos casos, taiscomunidades conseguem darprovas de coesão e solidarie-dade, mas frequentemente per-manecem agregados apenas indi-víduos que se reconhecem emtorno de interesses ou argu-mentos caraterizados por vín-culos frágeis. Além disso, nasredes sociais, muitas vezes aidentidade funda-se na contra-posição ao outro, à pessoa es-tranha ao grupo: define-se maisa partir daquilo que divide do quedaquilo que une, dando espaçoà suspeita e à explosão de todo otipo de preconceito (étnico,sexual, religioso, e outros). Estatendência alimenta grupos queexcluem a heterogeneidade, ali-mentam no próprio ambientedigital um individualismo desen-freado, acabando às vezes porfomentar espirais de ódio. E,assim, aquela que deveria ser umajanela aberta para o mundo,torna-se uma vitrina onde seexibe o próprio narcisismo.A rede é uma oportunidade parapromover o encontro com osoutros, mas pode também agra-var o nosso autoisolamento,como uma teia de aranha capazde capturar. Os adolescentes éque estão mais expostos à ilusãode que as redes socias possamsatisfazê-los completamente anível relacional, até se chegar aoperigoso fenómeno dos jovens«eremitas sociais», que correm orisco de se alhear totalmente dasociedade. Esta dinâmica dra-mática manifesta uma graverutura no tecido relacional da

sociedade, uma laceração que nãopodemos ignorar.Esta realidade multiforme e insi-diosa coloca várias questões decaráter ético, social, jurídico,político, económico, e interpelatambém a Igreja. Enquanto cabeaos governos buscar as vias deregulamentação legal para salvara visão originária duma rede livre,aberta e segura, é responsa-bilidade ao alcance de todos nóspromover um uso positivo damesma.Naturalmente não basta multi-plicar as conexões, para vercrescer também a compreensãorecíproca. Então, como reen-contrar a verdadeira identidadecomunitária na consciência daresponsabilidade que temos unspara com os outros inclusive narede online?

“Somos membrosuns dos outros”

Pode esboçar-se uma resposta apartir duma terceira metáfora – ocorpo e os membros – usada porSão Paulo para falar da relaçãode reciprocidade entre as pes-soas, fundada num organismoque as une. «Por isso, despi-vosda mentira e diga cada um averdade ao seu próximo, poissomos membros uns dos outros»(Ef 4, 25). O facto de sermosmembros uns dos outros é amotivação profunda a que recorreo Apóstolo para exortar a despir-se da mentira e dizer a verdade: aobrigação de preservar a verdadenasce da exigência de não negara mútua relação de comunhão.Com efeito, a verdade revela-sena comunhão; pelo contrário, amentira é recusa egoísta dereconhecer a própria pertença aocorpo; é recusa de se dar aosoutros, perdendo assim o únicocaminho para se reencontrar a simesmo.

A metáfora do corpo e dos mem-bros leva-nos a refletir sobre anossa identidade, que se fundasobre a comunhão e a alteridade.Como cristãos, todos nos reconhe-cemos como membros do únicocorpo cuja cabeça é Cristo. Istoajuda-nos a não ver as pessoascomo potenciais concorrentes,considerando os próprios inimigoscomo pessoas. Já não tenhonecessidade do adversário para meautodefinir, porque o olhar deinclusão, que aprendemos deCristo, faz-nos descobrir a alte-ridade de modo novo, ou seja,como parte integrante e condiçãoda relação e da proximidade.Uma tal capacidade de com-preensão e comunicação entre aspessoas humanas tem o seufundamento na comunhão deamor entre as Pessoas divinas.Deus não é Solidão, mas Comu-nhão; é Amor e, consequen-temente, comunicação, porque oamor comunica sempre; mais,comunica-se a si mesmo paraencontrar o outro. Para comu-nicar connosco e comunicar-se anós, Deus adapta-Se à nossalinguagem, estabelecendo nahistória um verdadeiro e realdiálogo com a humanidade (cf.Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm.Dei Verbum, 2).Em virtude de termos sido criadosà imagem e semelhança de Deus,que é comunhão e comunicação-de-Si, trazemos sempre no cora-ção a nostalgia de viver emcomunhão, de pertencer a umacomunidade. Como afirma SãoBasílio, «nada é tão específico danossa natureza como entrar emrelação uns com os outros, ternecessidade uns dos outros».O panorama atual convida-nos,a todos nós, a investir nas rela-ções, a afirmar – também na redee através da rede – o caráterinterpessoal da nossa huma-nidade. Por maior força de razãonós, cristãos, somos chamadosa manifestar aquela comunhãoque marca a nossa identidade decrentes. De facto, a própria fé éuma relação, um encontro; e nós,sob o impulso do amor de Deus,podemos comunicar, acolher ecompreender o dom do outro ecorresponder-lhe.É precisamente a comunhão àimagem da Trindade que distin-gue a pessoa do indivíduo. Da fénum Deus que é Trindade, segue-

se que, para ser eu mesmo,preciso do outro. Só sou verda-deiramente humano, verdadei-ramente pessoal, se me relacionarcom os outros. Com efeito, otermo pessoa conota o ser hu-mano como «rosto», voltado parao outro, comprometido com osoutros. A nossa vida cresce emhumanidade passando do caráterindividual ao caráter pessoal; ocaminho autêntico de humani-zação vai do indivíduo que senteo outro como rival para a pessoaque nele reconhece um compa-nheiro de viagem.

Do “like” ao “amen”A imagem do corpo e dos mem-bros recorda-nos que o uso dasredes sociais é complementar doencontro em carne e osso, vividoatravés do corpo, do coração, dosolhos, da contemplação, darespiração do outro. Se a rede forusada como prolongamento ouexpetativa de tal encontro, entãonão se atraiçoa a si mesma epermanece um recurso para acomunhão. Se uma família utilizaa rede para estar mais conectada,para depois se encontrar à mesae olhar-se olhos nos olhos, entãoé um recurso. Se uma comunidadeeclesial coordena a sua atividadeatravés da rede, para depoiscelebrar juntos a Eucaristia, entãoé um recurso. Se a rede é umaoportunidade para me aproximarde casos e experiências de bon-dade ou de sofrimento distantesfisicamente de mim, para rezarjuntos e, juntos, buscar o bem nadescoberta daquilo que nos une,então é um recurso.Assim, podemos passar do dia-gnóstico à terapia: abrir o ca-minho ao diálogo, ao encontro,ao sorriso, ao carinho… Esta é arede que queremos: uma redefeita, não para capturar, mas paralibertar, para preservar umacomunhão de pessoas livres. Aprópria Igreja é uma rede tecidapela Comunhão Eucarística, ondea união não se baseia nos gostos[«like»], mas na verdade, no«amen» com que cada um adereao Corpo de Cristo, acolhendo osoutros.

Vaticano, na Memória de SãoFrancisco de Sales, 24 de

janeiro de 2019.FRANCISCUS