Para Sustentar o Planeta

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Publicação Interna da Rede VITA • Ano XII • 1º Trimestre 2012 Para Sustentar o Planeta A sustentabilidade é uma ideia simples, mas difícil de realizar; entenda porque é tão importante e o que está sendo feito na Rede VITA “Dr Google” Seja cuidadoso ao consultar o Mais de 4.600 crianças já nasceram na Maternidade VITA eleva segurança do paciente Central de Prescrição

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Publicação Interna da Rede VITA • Ano XII • 1º Trimestre 2012

Para Sustentar o PlanetaA sustentabilidade é uma ideia simples, mas difícil de realizar; entenda porque é tão importante e o que está sendo feito na Rede VITA

“Dr Google”

Seja cuidadoso ao consultar o

Mais de 4.600 crianças já nasceram na Maternidade VITA

eleva segurança do pacienteeleva segurança eleva segurança

Central de Prescrição

Page 2: Para Sustentar o Planeta

capa• Sustentabilidade: um conceito que está

transformando o mundo

VITAwww.redevita.com.br

Hospital VITA Batel(41) 3883-8482;[email protected]

Hospital VITA Curitiba(41) 3315-1900;[email protected]

Hospital VITA Volta Redonda(24) 2102-0001;[email protected]

Maternidade VITA Volta Redonda(24) 3344-3333;[email protected]

Grupo VITA(11) 3030-5333;[email protected]

Presidente:Edson Santos

Vice-Presidente Executivo:Francisco Balestrin

Diretor Regional Rio de Janeiro:José Mauro Rezende

Diretor Regional Curitiba:José Octávio Leme

Diretor de Controladoria e Finanças:Ernesto Fonseca

Superintendente Hospital e Maternidade VITA Volta Redonda:Deumy Rabelo

VITAL é uma publicação interna daRede VITA.Editor: Francisco BalestrinConselho Editorial: Ligia Piola, Josiane Fontana e Iana Adour.Apoio Volta Redonda: Ygor Rodrigues SalgueiroFotos Volta Redonda: Fátima FonsecaApoio Curitiba: Rafael Martins, Carlos Zermiani, Luis Felipe Thomé e Central PressFotos Curitiba: Rafael Danielewicz e Rafael MartinsProdução: Headline Publicações eAssessoria (11.3951-4478).Jornalista responsável: João Carlos de BritoMtb 21.952. Direção de arte: Alex Franco. Revisão: Ligia Piola. Tiragem: 10.000 exemplares. Impressão: Gráfica Josemar (11.3865-6308)Email: [email protected]ência: Av. Pedroso de Moraes 1788São Paulo SP Cep 05420-002

expediente

Nesta edição, inauguramos uma nova e simpática seção: “Histórias de nossa VITA”, que vai trazer sempre uma crônica baseada em histórias reais ocorridas com pessoas ligadas aos hospitais da Rede VITA. Se você conhece ou viveu alguma história divertida, envie-nos pelo email [email protected]. Quem sabe sua história não vira uma crônica?

Equipe Revista Vital

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opinião

índice

qualidade assistencial

saúde

vida digital

em rede

perfil

histórias de nossa VITA

túnel do tempo

ping pong

• Educação, por Francisco Balestrin

• “Gestão de Indicadores”, por Alexandre Raicherth

• Tratamento para hemorroidas com recuperação rápida• Separação de hemocomponentes beneficia paciente

• Buscar informações no “Dr Google” requer cautela• Saiba mais sobre o refluxo gastroesofágico

• Equipe bicampeã em trabalho sobre cirurgia bariátrica

• Paulo Câmara, da Pró-Saúde, explica por-que é vantajoso para os hospitais adotarem atitudes sustentáveis

• Aplicativos para iPad que vão auxiliar os médicos

• A estranha evolução da transfusão de sangue

• Novos credenciamentos na Rede VITA em Curitiba• Hospital VITA Batel cria Central de Atenção à Prescrição

• Em Volta Redonda, Maternidade completa sete anos de atividade• Hospital Regional do Médio Paraíba vai ampliar rede pública

• O talento inato de Ernesto Fonseca para os números

• A curiosa história de amor que começou com uma internação

artigo médico• “O papel do Enfermeiro Hospitalar”, por Rucieli Toniolo

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opinião

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Educação

Francisco Balestrin

Charles H. Mayo

Há alguns anos (aliás, muitos), tive a oportu-nidade de visitar junto com o Edson Santos a unidade central da Mayo Clinic, em Rochester, no estado americano de Minnesota. Uma cidade aprazível, porém situada no norte dos EUA e, consequentemente, próxima ao Canadá, com todas as condições meteorológicas ligadas a esta região. Os diversos prédios da cidade, inclusive hotéis, shopping centers, cinema e até o edifício hospitalar central, eram interligados por passarelas de vidro que favoreciam um deslocamento entre os edifícios sem sair à rua. A explicação, mais do que a modernidade e o conforto, era de que podíamos ter temperaturas no inverno próximas a 20 graus negativos, com muita neve e condições impossíveis de se locomover ao ar livre. Pensei comigo: o que faz alguém morar por aqui e, ainda, o que atrai alguém para trabalhar aqui, e mais, o que faz alguém vir buscar assistência médica nesta “filial do Polo Norte”? Ao se conhecer melhor a história desta grande Instituição, uma das maiores referências médicas do Mundo, constata-se que, realmente, muitas vezes o não conhecimento histórico nos faz pagar um alto preço à falta de percepção

Pois não é que a Clínica aí está exatamente pela visão de futuro e responsabilidade social de dois irmãos, Charles e William Mayo? Que unindo a percepção empreendedora, junta-mente com a vontade de servir e retornar à sociedade parte daquilo que esta os havia permitido usufruir, resolveram criar uma Insti-tuição de saúde num lugar inóspito, onde até por falta de outros atrativos, a dedicação aos doentes seria máxima, junto com a localiza-ção da cidade como grande entroncamento ferroviário, o que, com certeza facilitaria a

A ciência e a educação são igualmente importantes, mas a educação perdura.

locomoção dos clientes. Bingo! Simples assim, claro e evidente se não fossem as condições há mais de 100 anos. A fixação e a atração de pessoas, adeptos, cientistas, pacientes deveu-se a intensa atividade de produção educacional aí desenvolvida. A sabedoria de educar, de desenvolver tesouros internos em cada profissional onde certamente eles seriam os donos desse precioso bem – o saber – atraiu e ainda atrai multidões!

Que nós possamos também, como geradores de bem estar, cultura, sabedoria e educação termos uma legião de seguidores que permi-tam ao Grupo VITA, inclusos aí todos os que militam ou militaram em nossos Hospitais, seja nas áreas técnica ou administrativa, e que no dia a dia estejam conosco ou em novos desafios, que aquilo que aprenderam aqui lhes seja útil para si próprios, sua família e para a sociedade que juraram respeitar.

Tudo isto, com muito orgulho, para falar desta nossa VITAL que chega às mãos de seus fieis leitores. Temos coisas belíssimas e novas desta vez. Aliás, a gente sempre busca fazer com muita paixão este instrumento de comunicação. Sabemos que muitas vezes ele ocupa ou ajuda a ocupar um pouco o tempo das pessoas que nos querem conhecer melhor ou daquelas que precisam de um leitura que os ajude, às vezes, numa angustiante espera. Seria injusto se dessa vez colocássemos luzes sobre esta ou aquela matéria. Leiam com paz e tranquilidade, com sua visão crítica e ana-lisando se, no final, se “educaram” com algo que foi publicado. Daí, se gostarem, por favor, nos digam. Ah! Se não gostarem, nos digam também, assim a gente se educa.

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Alexandre Raicherth

O espaço Qualidade Assistencial abordou, nas últimas edições da revista VITAL, as principais e melhores práticas que os Hospitais VITA adotam para a manutenção e garantia da qualidade e segurança assistencial, temas abordados por Paulo Pontes, auditor clínico, e Vanuza Vitoreli, coordenadora do Escritório da Qualidade, am-bos do Hospital VITA Volta Redonda.

Gostaria de apresentar neste número a Gestão de Indicadores, que está intimamente ligada aos assuntos tratados. Em linhas gerais e no conceito mais simplificado, indicadores seriam o conjunto de metas e números que medem o desempenho e resultados de uma instituição, frente ao planejamento e melhores práticas adotadas.

A qualidade, enquanto conceito, foi uma das linhas de conhecimento na administração mo-derna que mais evoluiu nos últimos anos. Esta evolução em grande parte foi determinada pelo nível crescente de exigências e expectativas que os clientes, correta e legitimamente, têm imposto às indústrias e prestadores de serviços. Afinal, é o cliente quem deve ser o centro das atenções e esforços de qualquer organização.

Neste cenário de mudança constante e evolução é que ganha importância a Gestão de Indicadores, como um método de obter envolvimento e comprometimento de todos colaboradores, independentemente dos níveis hierárquicos, em uma mesma linha de visão, planejamento e ações, já que os resultados vão indicar claramente como está desempe-nhando a organização.

Vale também ressaltar que, acompanhando a evolução da qualidade, tratar a Gestão de Indi-cadores como estratégia, e não apenas como uma boa prática, é fundamental para que as empresas façam uma reavaliação constante de seu próprios processos e desempenho. O que deve ser medido se altera em função de uma série de variáveis, tais como: tecnologia,

Gestão de Indicadores

evolução da ciência, mercado, legislação, ex-pectativa de clientes entre outros itens.

O sistema de indicadores dos Hospitais VITA é desenhado de tal forma que mostra em tempo real como estamos executando nossas práticas clínicas e cuidados, com qual nível de qualida-de e segurança, qual é o impacto e o valor para os clientes e, por último, quais os esforços de investimentos estamos despendendo.

O acompanhamento é constante e se dá sob quatro perspectivas: desempenho dos cola-boradores; resultado de nossos processos e atividades; percepção e expectativa dos clientes em relação aos nossos serviços; e os resulta-dos de sustentabilidade. São informações que permitem às equipes e seus gestores tomar as decisões necessárias e oportunas para melhoria contínua dos cuidados na assistência.

São vários os exemplos de indicadores, que vão desde os tempos necessários para defini-ção de um diagnóstico da forma mais rápida e precisa, passando pela medição da atuação das equipes multidisciplinares, até o nível de adesão às praticas assistenciais internacionais como os Bundles (pacotes) de segurança e Protocolos Assistenciais, assuntos detalhados em edições anteriores. O mais importante: todos estes indicadores traduzem claramente os resultados assistenciais e de qualidade que estamos entregando aos nossos clientes.

No momento em que desejamos “Ser reco-nhecidos internacionalmente por utilizar as melhores práticas e, através da melhoria contínua, alcançar a excelência na qualidade dos serviços prestados a todos os clientes”, nosso sistema de indicadores mostra de forma objetiva o quanto nós nos aproximamos e o que temos que corrigir para mantermos a nossa Missão como Instituição...

Alexandre Raicherth é Coordenador da Qualidade

dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel

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saúde

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saúde

Uma nova técnica deve revolucionar o tratamen-to de hemorroidas: trata-se da THD, ou Desarte-rialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler, um procedimento que ataca a origem do problema, o fluxo arterial aumentado. A pioneira em THD no Paraná é a médica colo-proctologista Sonia Time, do Hospital VITA Batel.

Até hoje o único tratamento disponível para hemorroidas era uma cirurgia que atua sobre as veias. O procedimento dá bons resultados, mas a recuperação costuma ser demorada e incômoda. Já a THD atua sobre o fluxo sanguí-neo nas artérias que dão origem ao problema.

A THD utiliza um exame do tipo Doppler para localizar o fluxo arterial que está originando a hemorroida. Uma vez identificadas as artérias, o fluxo sanguíneo nelas é reduzido com uma ligadura, feita com um aparelho que dispensa incisões. Isso permite uma recuperação muito

Nova técnica trata origem arterial de hemorroidasO Hospital VITA Batel oferece um novo procedimentopara tratamento de hemorroidas que dispensa incisões

mais rápida do paciente: em média, a pessoa volta a suas atividades normais em quatro dias. Sonia explica que a THD não é indicada para todos os casos: “é preciso fazer uma ava-liação de cada paciente, mas de modo geral a THD pode ser usada para tratar hemorroidas internas ou externas pequenas”.

Mitos e tratamentoA hemorroida é uma doença venosa caracte-rizada pela dilatação das veias da região do ânus, com possível inflamação, hemorragia ou trombose, e seu aparecimento em geral é devi-do a um fator hereditário. Ter uma alimentação rica em fibras e beber água regularmente pode diminuir as chances de ter o problema, mas estamos todos sujeitos a sofrer de hemorroidas.

Segundo Sonia, existem muitos mitos sobre hemorroidas, suas causas e tratamento. Ela ressalta que não se trata de uma doença grave

e que não evolui para câncer. “Fala-se muito da pimenta”, diz Sonia, “que pode provocar incômodo durante uma crise, mas não causa hemorroidas”.

Embora nem todos precisem operar, não existe cura apenas com medicamentos: o tratamento é sempre cirúr-gico. “Cada caso é um caso”, explica Sonia. “Há pessoas que podem conviver com o problema se não lhes cau-sa muito incômodo”. Mas se as crises ficam mais frequentes e atrapalham a vida do paciente, é indi-cado fazer uma cirurgia, convencional ou THD.

A medicina considera o sangue um tecido como a pele e os músculos, porque é composto por diversos tipos de células, como hemácias, pla-quetas e glóbulos brancos. Algumas pessoas sofrem de doenças que afetam somente um tipo de célula; por exemplo, glóbulos brancos. Outras precisam receber apenas um compo-nente; por exemplo, plaquetas, responsáveis pela

O sangue e seus componentesO Hospital VITA Volta Redonda oferece aférese, procedimento para separar hemocomponentes no paciente

Luiz Gonzaga Lula de Oliveira Lima, o doutor Lula

Ainda são raras as pessoas que no Brasil se dispõem a fazer doação voluntária de sangue, o que resulta em uma falta constante do material nos hospitais. Se apenas 3% da população tivesse o hábito de doar uma vez por ano, isso já seria suficiente para manter os bancos de sangue abastecidos.

Para doar basta ter entre 16 e 67 anos, pesar mais de 50 kg e não estar doente. A doação é precedida de uma entrevista, e depois o doador ganha um belo lanche. Os telefones do Banco de Sangue do Hospital VITA Volta Redonda são (24)3344-3298 e (24)3344-3297.

Faça da doação um hábito

coagulação. A separação dos diferentes componentes do sangue em uma pessoa, seja para tratamento, seja para doação, é conhecida como aférese.

Luiz Gonzaga Lula de Olivei-ra Lima, o doutor Lula, está há aproximadamente 15 anos no Hospital VITA Volta Redonda, onde atua como responsável técnico pelo Serviço de Hemoterapia e Aférese. Ele explica que a aférese terapêutica consiste na retirada de al-

gum componente anômalo prejudicial do sangue. Existe também a aférese não-terapêutica, que é a doação de apenas um componen-te do sangue, geralmente plaquetas. “A vantagem de se fazer aférese é elevar a segurança para o receptor, que vai receber plaquetas de um doador apenas, em vez de vários”, explica Lula.

No Hospital VITA Volta Re-donda ocorre diariamente o processamento dos três hemocomponentes: concen-trado de hemácias, concen-

trado de plaquetas e plasma fresco. O serviço de Hemoterapia e Aférese oferece todo tipo de procedimento, inclusive coleta, triagem clínica e sorológica, pesquisa de anticorpos irregulares, fenotipagem e outros.

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Uma pesquisa realizada em 2011 pela British United Provident Association com 12 mil pessoas em 12 países (Austrália, Ingla-terra, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Rússia, Espanha, Brasil, México e Estados Unidos) indica que 81% das pessoas que acessam a Internet buscam informações sobre saúde, remédios e médicos na rede. O Brasil estava em quarto lugar entre os que mais pesquisavam.

Isso é natural, e os médicos até incentivam; é uma forma de ajudar o paciente a entender sua doença e o tratamento proposto. “Eu in-dico páginas da Internet para que o paciente compreenda o que está acontecendo com ele, e porque estou recomendando determinado tratamento”, diz Jackson Baduy, diretor clínico do Hospital VITA Curitiba.

Dr Google, use com moderação

Rônel Mascarenhas

A Internet está repleta de informações sobre saúde, mas não é fácil distinguir o que é confiável e o que se adequa ao caso de cada pessoa

Mas a Internet pode ser má conselheira. Pessoas mais ansiosas podem ir além da simples pes-quisa e cair na tentação de não só informar-se, mas também diagnosticar-se e até escolher um tratamento, com base nas informações que coletou.. “O paciente pode formar um conceito da doença completamente diferente da realidade”, diz Luiz Fernando Kubrusly, diretor clínico do Hospital VITA Batel. “Tive um paciente que ficou tão transtornado com as informações que obteve na Internet que chegou a cancelar uma cirurgia, dois dias antes da data, porque estava com medo de morrer na operação”. Para Kubrusly, a maior parte das pessoas não sabe como a Internet funciona e tende a acreditar em tudo que acessa, simplesmente porque está na tela do computador.

Não é recomendável confiar em tudo que o “dr Google” indica. A Internet é um ambiente aberto e qualquer um pode publicar qualquer coisa. “O problema é a quantidade de informações, que não vêm filtradas”, afirma Rônel Mascarenhas, diretor clínico do Hospital VITA Volta Redonda. “Algumas são muito boas, e algumas são muito ruins, e até perigosas”, acrescenta.

Uma pesquisa no Google não pode substituir a experiência que um médico adquiriu após anos de estudo, de orientação por professores e colegas, e de experiência prática diária. Estar informado é uma coisa, achar que sabe tanto quanto o médico é outra e pode levar a um estremecimento na confiança entre médico e paciente. “Mesmo depois de formados, os médicos não param de estudar, de ir a con-gressos, de se atualizar”, diz Baduy, “e a própria Internet é uma importante via de acesso para pesquisas e acesso a bibliografia”.

“É importante ressaltar que, ao fazer uma pes-quisa no Google, você não está consultando um médico eletrônico, está simplesmente acessando um mecanismo de busca”, diz Mascarenhas. Seu médico pode ser parceiro na busca de informações confiáveis sobre o seu tratamento. Pergunte para ele quais sites ele recomenda, faça dele seu orientador na busca por mais informações na Internet.

A Internet é formada por uma imensa rede de computadores que hospedam informações, as quais foram colocadas neles por diversas pessoas, empresas e instituições. Não existe uma “lista telefônica” da Internet, e seria impossível encontrar essas informações se não fossem os mecanismos de pesquisa, e é aí que entra o Google.

O Google é uma empresa que desenvolveu um poderoso sistema de pesquisa: são com-putadores que ficam acessando dia e noite a Internet e catalogando as páginas publicadas. Quando alguém acessa a página do Google e digita uma palavra, por exemplo, “aspirina”, o sistema do Google devolve uma lista de páginas publicadas na Internet que contêm esse termo. Essas páginas são classificadas de acordo com critérios do próprio Google, inclusi-ve comerciais: é possível pagar para estar entre os primeiros resultados de uma pesquisa.

Ou seja, não existem especialistas humanos examinando a lista que é entregue ao inter-nauta e selecionando apenas os resultados confiáveis. Vem tudo junto: pesquisas científi-cas, notícias, anúncios, lendas, piadas, sites de empresas confiáveis e sites mentirosos. Cabe ao leitor a tarefa de escolher em quais infor-mações acreditar, o que nem sempre é fácil. É importante ressaltar que essas informações não foram publicadas pelo Google, que apenas as cataloga, mas não se responsabiliza pela confiabilidade do conteúdo.

Como o Google funciona

Luiz Fernando Kubrusly

Jackson Baduy

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saúde

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saúde

O paciente entra no consultório e, sério, afir-ma para o médico: “Doutor, preciso operar da hérnia”. Surpreso, o médico questiona qual o motivo de uma decisão tão drástica, ao que o paciente responde: “Tenho refluxo”.

É uma cena inventada, mas o médico Gassan Traya, cirurgião do aparelho digestivo e gas-troenterologista dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, já viu algumas parecidas no seu consultório, com ele no papel do médico sur-preso. “As pessoas se informam pela internet e descobrem que o refluxo muitas vezes é provocado pela hérnia hiatal, e concluem que é preciso operar”, explica. “Mas a cirurgia é apenas uma das possibilidades de tratamen-to, e na maioria dos casos há alternativas a serem experimentadas antes”.

Segundo Traya, com o aumento de peso da população, a incidência de refluxo gastroe-

As muitas faces do refluxoO sintoma mais comum é a queimação, mas o refluxo pode ter outros efeitos

Gassan Traya

sofágico aumentou no mundo todo. Trata-se da subida do ácido clorídrico produzido no estômago para o esôfago, tubo que liga a boca ao estômago, e que não tem uma mucosa própria para resistir à acidez, por isso a sensação de queimação. O refluxo pode gerar vários outros sintomas, além desse: “Alguns pacientes procuram primeiro o cardiologista, porque sentem dor no peito, e outros, o otorrinolaringologista, porque têm uma tosse que não passa, mas a origem era o refluxo”, conta Traya.

Segundo ele, a maioria dos pacientes com refluxo está acima do peso, mas pode ocorrer a qualquer pessoa, inclusive a quem faz muitos exercícios abdominais, que podem provocar um deslocamento do esôfago. “Existem hábitos que aumentam a propensão ao refluxo; por exem-plo, dormir logo depois das refeições, ou tomar muito líquido nas refeições, consumo de álcool

e café também favorecem o aparecimento do problema”, explica.

Medidas preventivas, ou para reduzir um refluxo leve, são: elevar a cabeceira da cama (não basta colocar travesseiros extras); evitar consumo de álcool, cigarro, alimentos gordurosos, chocolate, café, etc.; perder peso; não usar roupas muito apertadas. O recomendável é fazer uma consulta com um gastroenterologista, que poderá avaliar o problema e sugerir um tratamento.

Pelo segundo ano consecutivo, a equipe liderada pelo cirurgião José Alcides Branco Filho apresentou o melhor trabalho sobre videolaparoscopia no Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica, realizado em novembro do ano passado na cidade de Gramado (RS). A equipe havia recebido a mesma distinção também na edição anterior do evento, ocorrido em novembro de 2010 em Bonito (MS). O Congresso é realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

A equipe de Branco Filho faz cirurgias bariá-tricas (redução do estômago) por videolapa-roscopia, minimamente invasivas, no Hospital VITA Batel, o qual é membro do Programa Internacional de Excelência em Cirurgia

Equipe de cirurgia bariátrica do Hospital VITA Batel é bicampeã em Congresso A equipe do cirurgião José Alcides Branco Filho também realizou a transmissão de uma videolaparoscopia para um evento nos EUA

Alcides Branco Filho faz apresentação no Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica, em Gramado (RS)

Bariátrica da entida-de Surgical Review Corporation (SRC).

Outro destaque da atuação da equipe de Branco Filho foi a transmissão de uma cirurgia para o con-gresso internacional Best (Bariatric Endosco-pic Surgical Trend), um dos mais importantes da especialidade, que aconteceu dias 3 e 4 de novembro no Mount Sinai Hospital, em Nova York.

Em 2010, essa mesma equipe de cirurgia bariátrica realizou um procedimento durante

o congresso Best em Portugal. Mas segun-do Branco, os EUA exigem uma licença especial para se fazer cirurgia em território americano, de modo que a solução foi realizá-la no Brasil e transmitir, ao vivo, para os EUA.

O procedimento realizado foi uma re-operação de cirurgia bariátrica, um caso de fístula, uma comunicação inesperada no tubo digestivo por onde passa o alimento. “É um caso raro e por isso foi selecionado e coincidiu com o congresso”, diz Branco. Segundo ele, pode ter sido a primeira transmissão de uma cirurgia do Brasil para os EUA.

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artigo médico-hospitalar

A Enfermagem historicamente tem se des-tacado como a “ciência do cuidar”, tendo como principal objetivo restaurar a saúde do paciente e realizar assistência integral quando a doença não responde ao tratamento cura-tivo. É uma das poucas profissões na área da Saúde que mescla o humano com o científico, cuidando do paciente quando enfermo, na prevenção de doenças e na produção de pesquisas preventivas. Seu foco de atuação no ambiente hospitalar é garantir a melhora da qualidade de vida, tanto para o paciente, como para seus familiares, que têm a Enfermagem como elemento de referência, uma vez que é sempre a ela que recorrem.

No segmento hospitalar, a Enfermagem re-presenta mais de um terço dos profissionais que atuam nestes estabelecimentos; segundo o Ministério da Saúde, o total abrange mais de 650 mil profissionais da área em todo o País. Não existe dúvida sobre a importância, necessidade e valor das ações assistenciais desenvolvidas por esses profissionais nas instituições de Saúde.

Pode-se imaginar, hoje, uma organização hospitalar saudável sem a presença marcante da equipe de Enfermagem?

O papel do Enfermeiro Hospitalar, uma nobre missão

No Brasil, temos atualmente um sistema de En-fermagem que comporta três níveis profissionais com funções muito específicas no atendimento ao paciente: o Enfermeiro (nível superior), o Téc-nico de Enfermagem (nível médio) e o Auxiliar de Enfermagem (nível fundamental).

Dentre os vários papéis exercidos pela equipe de Enfermagem, o profissional Enfermeiro é res-ponsável por coordenar, planejar e supervisionar a assistência prestada pela equipe, por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), método que proporciona melhoria signi-ficativa da qualidade da assistência prestada ao paciente através do planejamento individualiza-do das ações de Enfermagem, proporcionando visibilidade à profissão. É preparado para atuar nas áreas assistencial, administrativa, gerencial e, opcionalmente, educacional (exercendo a função de professor e mestre).

Desta forma, compete ao Enfermeiro monitorar a evolução do paciente, para certificar-se de que seus cuidados foram efetivos, cabendo-lhe a responsabilidade final pela qualidade dos cuidados prestados aos pacientes durante a internação e na preparação para alta. Cabe ao Enfermeiro realizar Educação em Saúde, por meio de orientação do paciente e/ou fa-miliar, com o intuito de estabelecer segurança para garantir a continuidade dos cuidados no ambiente domiciliar.

É, também, responsabilidade do profissional Enfermeiro trabalhar de forma integrada com a equipe multidisciplinar, o que permite atender de forma mais abrangente as neces-sidades do paciente; nesse caso, o Enfermeiro tem o papel de facilitador da relação do cliente com os outros profissionais da equipe.

Garantido pelo Ministério da Saúde, o En-fermeiro está habilitado a conduzir todo e qualquer parto normal, desde que não haja doença associada à gravidez, como hiperten-são, diabetes ou cardiopatias. Pode examinar a gestante, verificando contrações, dilatações ou encaminhando-a aos cuidados médicos se houver qualquer alteração patológica. No período pós-parto, realiza cuidados necessá-rios à mãe, orientando-a no auto-cuidado e no cuidado com o recém-nascido.

No acompanhamento geriátrico, o Enfermeiro enfrenta desafios devido à diversidade da saúde física, cognitiva e psicossocial dos pacientes, pois o envelhecimento é um pro-cesso complexo.

Na reabilitação de pessoas, os cuidados do Enfermeiro têm o intuito de restaurar o seu desempenho individual normal ou adaptá-los às novas situações de saúde, nunca descui-dando do aspecto psicológico.

Além da ação de cuidar, mais uma atividade do Enfermeiro é a de administrar, cuja função é organizar, controlar e favorecer as práticas de cuidar, seja na elaboração de processos, na auditoria e manutenção da qualidade.

Neste cenário, a Enfermagem é fundamental na área da Saúde, valorizada por seu co-nhecimento científico e especializado e suas habilidades no cuidado, que contribuem para melhorar o padrão de saúde da população, garantindo uma assistência segura, efetiva e de qualidade.

Rucieli Toniolo é gerente de Enfermagem do

Hospital VITA Curitiba

Rucieli Toniolo

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VITAL - A sustentabilidade é um tema impor-tante para os hospitais hoje?

Paulo Câmara - Sem dúvida. A Federação Brasileira de Administradores Hospitalares tem concentrado seu foco em dois temas: a sus-tentabilidade na área da Saúde e as parcerias público-privadas, que temos abordado no nos-so congresso, alternadamente, há alguns anos.

VITAL - E certamente é importante para os hospitais geridos pela Pró-Saúde, também.

Câmara - Sim, do ponto de vista do meio ambiente, nossa sede, em São Paulo, é como um laboratório de testes: reciclamos todo o lixo, fazemos treinamento com os colabora-dores, trocamos todas as torneiras para evitar o desperdício de água, abolimos o uso de copos descartáveis internamente, e os resíduos recicláveis são encaminhados para uma insti-tuição, o que gera receita para a comunidade. Estamos trocando nossas lâmpadas fluores-

As vantagens de ser sustentável

Para Paulo Câmara, sustentabilidade não é apenas uma questão ética, é uma questão de sobrevivência para um hospital. Segundo ele, que é superintendente da Pró-Saúde (associação beneficente que administra mais de 20 hospitais em todo o País), só seguindo os princípios da sustentabilidade e tendo uma gestão profissionalizada e eficiente uma entidade tem condição de manter-se competitiva. Câmara é também presidente da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares, e vice-presidente da Federação Latino Americana de Administradores de Saúde. Ele recebeu a reportagem da revista VITAL para conversar sobre Sustentabilidade, um assunto que toma boa parte da sua agenda.

centes por lâmpadas de LED, o que vai nos proporcionar uma economia de quase 70% na energia gasta com iluminação, além de evitar os resíduos tóxicos das fluorescentes. Quando as experiências que a gente faz na sede dão bons resultados, nós as levamos para as unidades hospitalares. São mais de 20 hospitais no País todo e aproximadamente 15 mil colaboradores. Ter ações sustentáveis na sede nos ajuda a passar a imagem de susten-tabilidade e economia para os colaboradores e o mercado. É uma cultura que a Pró-Saúde tenta espalhar por toda a sua rede e temos que ser exemplo. Em Cubatão, que era uma das cidades mais poluídas do planeta, temos um projeto muito forte, apoiado pela prefeitura, de sustentabilidade no nosso hospital.

A sustentabilidade também passa pela via-bilidade financeira: antes de mais nada, a empresa tem que ser viável. Os projetos sociais são o terceiro pilar da sustentabilidade, e te-mos vários: mais de mil crianças em creches

patrocinadas pela Pró-Saúde, temos casas de idosos, treinamento de jovens para afastá-los das drogas e do álcool, estamos implemen-tando casas de tratamento em São Paulo para dependentes de droga e álcool. Quanto à saúde do trabalhador, além da assistência médica, também criamos um projeto chamado "Alimentação Saudável", que funciona assim: toda semana cada colaborador recebe uma fruta, de preferência de cultivo orgânico, para estimular uma alimentação melhor, mais rica em vegetais; também trazemos palestrantes e incentivamos o esporte.

VITAL - Ter uma gestão profissionalizada contribui para a sustentabilidade?

Câmara - É fundamental. Ter uma gestão profissionalizada é essencial, porque sem ela você não implementa projeto nenhum. Tem que ter organização, política de ação, defini-ção de metas e financiamento. Sem gestão é impossível implementar sustentabilidade; mas,

Paulo Câmara

Ter uma gestão profissionalizada é

essencial, porque sem ela você não

implementa projeto nenhum. Tem que ter

organização, política de ação, definição

de metas e financiamento. Sem gestão é

impossível implementar sustentabilidade ”“

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infelizmente, do meu ponto de vista, ainda há uma grande falta de profissionalização da gestão na área de Saúde, como também em outros setores. Para minha tese de mestrado, realizei uma pesquisa junto a 2 mil entidades filantrópicas hospitalares, e constatamos que na maioria delas o executivo principal não é administrador, e em 7,4% delas o executivo principal não tem formação nenhuma. Esta-mos empenhados na Federação (Federação Brasileira de Administradores Hospitalares) para melhorar esse quadro.

VITAL - Como ser competitivo e viável financei-ramente em um mercado em que nem todos adotam a mesma atitude?

Câmara - Quando você fala em sustentabi-lidade do meio ambiente, você está falando em economizar. Não desperdiçar, poupar, otimizar. Quando de fato se implementa e controla esses projetos, percebe-se que, não a curto prazo, mas a médio e longo existe um retorno financeiro. A troca de uma torneira é um investimento alto, mas já sabemos em quanto tempo essa torneira vai se pagar.

Isso só é possível quando se tem informa-ções, quando se medem os gastos. É muito importante ter os indicadores, saber quanto você consome de papel, de água, de ener-gia, quanto lixo você produz. Por exemplo, quando fizermos o projeto de troca das lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de led, nós chamamos um engenheiro e fize-mos o teste em algumas salas para medir a economia de energia. Então nós percebemos que o investimento, além de trazer benefícios ecológicos para o País, também iria dar re-torno financeiro. Não vamos ter prejuízo com essa medida; a longo prazo nós vamos ser reembolsados pelo investimento. Um caso curioso foi o do tomate...

VITAL - Tomate? Vocês têm um indicador para consumo de tomates?

Câmara - Aconteceu em um hospital no Maranhão. Quando analisamos os dados do mês desse hospital, vimos que o orçamento de nutrição havia estourado. Fomos analisar o que aconteceu e descobrimos que o culpado era o tomate. A nutricionista esqueceu de que não era época de tomate, e ela manteve o produto no cardápio. Ela não teve a sen-sibilidade de mudar para vegetais da safra

e o custo ficou muito alto. Essa informação nos chegou como um custo muito elevado por refeição, e fomos investigar a causa. As informações são fundamentais, você precisa ter parâmetros para tudo.

Um hospital que não tiver informações e parâmetros sobre sua atividade está liqui-dado, ou estará em breve. Sem controle de medicamentos, de consumo de produtos, de energia, de água, os custos ficam elevados e esse hospital não tem condições de sobreviver.

VITAL - Quais outros benefícios as ações sustentáveis trazem?

Câmara - Estar comprometido com a susten-tabilidade é muito positivo para a imagem da instituição, em outras palavras, marketing. Quando realizamos essas ações, temos um marketing que não custa nada, que atua por si só. E não apenas isso: passamos a ser modelo para outras instituições, somos convidados a falar sobre as nossas experi-ências, nossos diretores foram à Inglaterra, eu inclusive, e a instituição não teve de arcar com o custo, pois o Reino Unido tinha inte-resse em conhecer nosso trabalho. Isso vai agregando valor à marca. Isso é fundamental em qualquer setor, seja saúde, finanças, comércio, etc. Além disso, a gente percebe que, graças a essas iniciativas sustentáveis, a comunidade nos aceita melhor.

Mesmo sendo uma entidade filantrópica e nacional, quando íamos a uma cidade o que se dizia era mais ou menos "os paulistas chegaram pra invadir nossa praia". Graças às nossas ações e ao trabalho integrado com a comunidade, o relacionamento com as populações locais fica muito mais fácil. Por exemplo, se acontece uma enchente no Pará, os nossos colaboradores estão ali, apoiando a comunidade, trabalhando e ajudando no que for preciso. Temos sete hospitais no Pará, todos fora da capital. Em 1999 assumimos a gestão do Hospital de Trombetas, em Oriximiná (PA), e começamos a monitorar os casos de malária da região, e eram mais de 2 mil casos por ano; atualmente são 27 por ano. Isso nos valeu um prêmio na Austrália sobre prevenção de malária. O atendimento à população ribeirinha é feita por barco.

Na Amazônia fazemos tratamento de água, de esgoto, vacinação, combate ao mosquito,

campanha contra a malária; no interior de São Paulo temos centro de atividades para idosos, centro de educação infantil; e muitas outras ações nos Estados em que estamos presentes: Maranhão, Rio Grande do Norte, Tocantins, Minas Gerais e outros. Em muitas iniciativas, nosso porta-voz é o Prozinho.

VITAL - O que é o Prozinho?

Câmara - É o mascote da Pró-Saúde que usamos nas campanhas de sustentabilidade. Em vez de colocar alguém da diretoria falan-do, nós colocamos o Prozinho. Temos filmes educativos para crianças em que ele é o personagem, por exemplo, ensinando hábitos alimentares, escovar os dentes. Também temos um Manual de Práticas em Saúde Ambiental, que é distribuído para todos os colaboradores, com algumas orientações para seguir dentro da instituição, mas também levar para sua residência e sua comunidade.

VITAL - Como criar um compromisso da ins-tituição com a sustentabilidade?

Câmara - Sustentabilidade não pode ser uma coisa jogada na instituição. Na Pró-Saúde, ela faz parte da missão ("Promover soluções na área de Saúde e de Assistência Social, orientando-se pelas necessidades dos clien-tes e qualidade de vida do ser humano") e dos valores da instituição (Profissionalismo, Qualidade, Responsabilidade Social, Trabalho em Equipe, Ética).

VITAL - Quando um hospital planeja começar a trabalhar a sustentabilidade, por onde você acha que ele deve começar?

Câmara - Em primeiro lugar, pela cons-cientização dos colaboradores. Se não fizer isso, iniciativa nenhuma vai dar certo. A sustentabilidade está nas ações e no com-portamento das pessoas. É difícil, mas com muita conversa, treinamento, uma política definida e a participação dos colaboradores nessa política é possível. Mas a diretoria tem que querer e acreditar, senão também não vai funcionar. Felizmente, hoje está muito mais fácil passar essa mensagem de susten-tabilidade do que antigamente. A população brasileira, de uma maneira geral, está se conscientizando do problema climático e pensando que se não cuidarmos do planeta teremos problemas em breve.

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“A civilização, no verdadeiro sentido da palavra, não consiste em multiplicar nossas necessidades, mas em reduzi-las voluntariamente, deliberadamente.”

Mahatma Gandhi

Os pilares daPreservação do meio ambiente, justiça social e viabilidade dos negócios: esse é o tripé que torna uma empresa ou instituição sustentável; entenda o conceito de sustentabilidade e conheça as iniciativas da Rede VITA nesse setor.

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“Essa situação é insustentável!” Quem ouve essa frase já fica alerta para os perigos à frente. O conceito de sustentabilidade deriva exatamente dessa ideia: estamos em um momento da história em que os recursos naturais, o equilíbrio social e a economia enfrentam desafios inéditos, e se não tomarmos medidas em breve, as futuras gerações herdarão sérios problemas. A reunião de líderes internacionais que acontece este ano no Brasil, a Rio+20 (leia box), tenta alcançar um acordo mundial para que os países, a economia e as pessoas mudem os comporta-mentos que estão colocando a sobrevivência da humanidade em risco. O tema principal da conferência é “desenvolvimento sustentável”.

Para que uma instituição (ou um país, ou uma empresa, ou mesmo uma pessoa) possa considerar-se “sustentável”, precisa levar em consideração três aspectos de sua existência no mundo: a ecologia, a viabilidade e a responsabilidade social. Para não complicar muito, podemos dizer que a ecologia é a preocupação com o ambiente, a viabilidade é a preocupação com os negócios, e a responsabilidade social, com a comunidade. Trata-se de uma tendência irreversível. As empresas estão sendo cada vez mais pressionadas, pela opinião pública, pelo governo e pelo próprio mercado, a adotarem cada vez mais atitudes sustentáveis.

Cada resíduo, um destino

A face mais visível da sustentabilidade é, sem dúvida, a ecologia. Todos os hospitais da Rede VITA fazem segregação entre resíduo comum, re-ciclável e infectante, e aprimoram constantemente o processo. “Quando eu faço o descarte correto de cada resíduo para o local correto, e depois dou o destino correto para eles, nós não só poupamos o meio ambiente como também reduzimos o risco para a comunidade”, diz Vanuza Vitoreli, coordenadora do Escritório da Qualidade do Hospital VITA Volta Redonda.

Vanuza considera que notícias sobre descarte inadequado de resíduos criaram certa apreensão na população quanto a resíduos hospitalares, mas muitas vezes infundada. “Nem tudo que sai do hospital é resíduo hospitalar”, explica Vanuza. “Os resíduos comuns e recicláveis que um hospital produz são como quaisquer outros e não oferecem perigo, até mesmo um frasco de soro, dependendo do uso, pode perfeitamente ser descartado como resíduo reciclável”. O descarte correto tem como primeiro objetivo a segurança, mas considera também o aspecto financeiro, porque o descarte de material contaminante e perfurocor-tante envolve custos elevados (leia box). Resíduos comuns podem ser recolhidos pela prefeitura, infectantes devem ser recolhidos e tratados por empresas especializadas. Bateria e lâmpadas fluorescentes têm destinação específica devido ao potencial contaminante. O Hospital também implantou um importante programa para economia de energia, conhecido como “VITA Consciente”.

Sustentabilidade

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O Hospital VITA Volta Redonda está perto de concluir um grande processo de reforma na estação de tratamento do esgoto que lança na rede pública. “São quatro sistemas, dimensio-nados para as necessidades do Hospital e com diferentes tipos de tratamento conforme o tipo de efluente gerado por diferente setores”, explica José Paulo Coimbra Lages, chefe do Setor de Ma-nutenção do Hospital. Segundo ele, o sistema de tratamento funciona há muitos anos, a reforma atual está sendo realizada para atender uma

mudança nas normas ambientais do Estado. Os efluentes são tratados por oxidação química, por ultravioleta e por processos físicos, para evitar qualquer risco de contaminação. Outra medida para reduzir o impacto ambiental foi a instalação de arejadores em todas as torneiras, o que reduz o consumo de água em até 70%.

Reciclagem máxima

No último ano, o Hospital VITA Curitiba conseguiu aumentar em duas toneladas por mês a quantidade de resíduos enviados para reciclagem. Segundo Rosana Cruz, chefe de Hotelaria, isso foi possível com a troca da empresa de reciclagem, por uma capacitada a reciclar mais tipos de resíduos que o fornece-dor anterior, de modo que uma parte do que era tratado como resíduo comum passou a ser visto como reciclável. “A Recisul tem uma usina de reciclagem e é capaz de reciclar praticamente tudo”, diz Rosana.

“A partir do segundo semestre de 2012, preten-demos também fazer campanhas com pacientes e visitantes, para que eles também entendam e pratiquem a segregação de resíduos, e levem esse hábito para suas casas”, diz Rosana. Outra iniciativa no Hospital VITA Curitiba é o Projeto Consumo Consciente, para redução de con-sumo de energia, copos recicláveis e papel de impressão. “Vamos recomendar que as pessoas usem as folhas de sulfite como rascunho, que imprimam os dois lados do papel e que só imprimam o necessário”, diz Rosana.

No Hospital VITA Batel está sendo preparada a campanha “Meu Setor, Minha Casa”, que vai abranger todos os setores, inclusive médicos, enfermagem e demais colaboradores. “Nós vamos ter painéis de acompanhamento com os resultados de cada setor, em termos de consumo consciente e separação de resíduos”,

explica Luciana Zanetti, chefe de Hotelaria. Segundo ela, o objetivo é elevar a conscien-tização de todos para reduzir o consumo de material de expediente (papel de impressão, toners, etc.), aumentar a segregação de lixo, economizar energia, e fazer uso consciente dos serviços de rouparia, entre outras ques-tões. O Hospital VITA Batel, além de separar lixo comum de lixo reciclável, ainda segrega os recicláveis entre plástico, papel e papelão.

Energia renovável

A maior inovação do Hospital VITA Curitiba em termos de sustentabilidade foi a troca do combustível de seu gerador de energia elétri-ca para emergências. Antes movido a diesel, agora funciona com pellets, bolinhas feitas com restos de madeira. “Em 2010 o Hospital consumiu 66.500 litros de diesel”, conta José Roberto Pimenta, chefe de manutenção e segurança do trabalho do Hospital, “e esse consumo caiu para 10.000 litros em 2011 com o uso de pellets”. Segundo Pimenta, além de ser um combustível muito mais ecológico que o diesel, o uso de pellets também representou uma economia de 50% em termos de custo: ou seja, melhorou a viabilidade financeira do Hospital. “Nossos fornecedores são cer-tificados”, acrescenta, “e isso quer dizer que os pellets são feito com resíduos de madeira, temos certeza de que esse material não é feito a partir de desmatamento”.

Para contribuir com a redução do consumo, foram instalados sensores de presença nos setores de expurgo de resíduos hospitalares e no depósito de material de limpeza: “essa medida também contribui na prevenção de contamina-ções, porque evita que os colaboradores tenham de acionar interruptores”, diz Pimenta. O Hospital VITA Curitiba também instalou torneiras com acionamento por pedal nas áreas em que são

Rafael Marting

José Octávio LemeJosé Roberto PimentaFrancisco Naruke

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feitos procedimentos médicos, e foram iniciados três projetos para redução de consumo de copos, de papel de impressão e de papel toalha.

Socialmente responsáveis

As ações de responsabilidade social dos Hos-pitais VITA Curitiba e VITA Batel estão sob a responsabilidade do setor de marketing que atende ambos. “Temos várias ações sociais, algumas que são compartilhadas entre os dois Hospitais, outras que são exclusivas de cada um”, explica Rafael Martins, analista de marketing. Por exemplo, cada convidado para o Camarote VITA (espaço para assistir confortavelmente as apresentações do coro infantil de Natal do HSBC, no centro de Curitiba) contribuiu este ano com CDs ou DVDs infantis que foram doados para o instituto Pequeno Cotolengo, que atende crianças carentes.

Os Hospitais patrocinam a Universidade Livre para Eficiência Humana (Unilehu), entidade que atua na empregabilidade de portadores de deficiência, e mantêm portadores de defi-ciência em seus quadros. Também participam anualmente do Feijão da Fundação, promo-vido pela Fundação Francisco Bertoncello, que mantém o Lar André Valério Correa, que atende crianças órfãs ou em situação de risco, encaminhadas por órgãos competentes sob a tutela da Vara de Infância e Juventude. Os pacientes também estão sendo convidados a participar das ações sociais dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba através do preenchimento das pesquisas de satisfação. “A cada pesquisa preenchida, nós iremos doar uma quantia para o lar André Valério Correa”, explica Martins. Além disso, são realizadas regular-mente em Curitiba campanhas preventivas, de hipertensão, diabetes e outras doenças,

Ewaldo Russo, sócio-conselheiro dos Laboratórios Fleury, empresário e médico endocrinologista, vem se dedicando ao tema da Sustentabilidade há alguns anos, dando palestras sobre o assunto e incentivando, como investidor, iniciativas empresariais sus-tentáveis. Nesta entrevista, ele defende que a sociedade pressione governos e empresas para que adotem atitudes mais sustentáveis.

É viável para uma empresa abraçar a susten-tabilidade?

Sustentabilidade é ambiente, social e negócio, mas é preciso pensar nos três conceitos ao mesmo tempo, não um separado do outro. A Unilever, por exemplo, ganhou o prêmio de empresa mais sustentável, porque diminuiu a quantidade de sal e sódio nos seus alimentos. Provavelmente os seus produtos ficaram menos saborosos por conta da mudança, o que pode afetar as vendas. Em compensação, a imagem da marca melhorou muito; há um benefício de marketing por adotar uma postura sustentável.

E no setor de Saúde, como adotar essa atitude?A maior diferença do setor de Saúde é lidar

A sociedade tem que pedir com o ser humano, o que torna as coisas bem mais complexas, são muitos detalhes e as dis-cussões que envolvem o atendimento ao ser hu-mano são amplas. Muitos hospitais estão tendo iniciativas de ecologia, por exemplo, redução no consumo de papel ou de energia, mas isso tem que acontecer em conjunto com a viabilidade do negócio e envolver os colaboradores e pacientes. É essencial envolver toda a rede de suporte da empresa na sustentabilidade; por exemplo, não comprar produtos de empresas que utilizem madeira não certificada, ou que trabalhem com mão de obra infantil ou escrava.

A Medicina pode reduzir o uso de descartá-veis?

Penso que devemos usar menos descartá-veis, em todos os setores. Por exemplo, eu vou à academia e recebo duas toalhas limpas, embaladas em saquinhos de plástico. Aí eu sempre pergunto: pra quê? É um gasto des-necessário de descartáveis. Temos de mudar de atitude e passar a reaproveitar ao máximo tudo que pudermos para gerar a menor quan-tidade de lixo possível.

Os fabricantes de produtos médicos têm interesse em vender mais, mas isso também precisa mudar. A indústria precisa passar a produzir materiais que possam ser reutilizados ou descartados mais facilmente. A tendência é que isso mude, porque em breve os fabrican-tes passarão a ser responsabilizados quanto ao destino final de seus produtos.

Como podemos fazer surgir uma sociedade mais sustentável?

Nós cidadãos temos que pressionar pela sustentabilidade, escolhendo as empresas e os políticos que têm preocupação ambiental. Nin-guém muda de atitude espontaneamente, só porque tem bom coração; as coisas só mudam quando há uma pressão da sociedade. Então é nossa responsabilidade criar uma sociedade que exija isso

Ewaldo Russo

que são realizadas em locais públicos, como shoppings e parques, e também estendidas para o público interno dos Hospitais. “Uma

ação de responsabilidade social, além de beneficiar a comunidade, sempre é positiva para a imagem da instituição”, diz Martins.

Uma segregação positivaEm hospitais, é essencial que os colaborado-

res separem o lixo infectante do lixo comum. O lixo infectante, como o próprio nome diz, pode transmitir doenças, e deve ser processado por empresas especializadas em tornar esses resídu-os inofensivos para serem descartados. É um pro-cesso caro, que envolve produtos químicos e calor, e quanto menos lixo infectante o hospital produz, melhor. Então, mesmo que seja só um papel de bala ou uma embalagem de chocolate, é impor-tante não descartá-lo junto com o lixo infectante, porque no fim do ano milhares de embalagens podem representar dezenas de quilos a mais de processamento, a um custo bastante elevado. Marta Fragoso José Paulo Coimbra Lages

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A Conferência das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. O nome Rio+20 marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). A pauta principal da conferência é a definição da agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Ativistas temem que na Rio+20 a ques-tão da ecologia seja ofuscada pelos problemas econômicos e sociais que diversos países vêm enfrentando.

“Nos últimos 20 anos o que vimos? Vimos de-senvolvimento econômico, mas ao mesmo tempo vimos o mundo ficando cada vez mais insusten-tável. Falta integração dos três pilares da susten-tabilidade”, disse o secretário-geral da ONU para a Rio+20, o chinês Sha Zukang, durante sua visita ao Brasil em março deste ano. A ONU recomenda aos países o investimento de 2% do PIB mundial em meio ambiente. Para o físico José Goldem-berg, o esboço das discussões da conferência Rio+20 já mostra que o evento tende a ser muito mais focado no desenvolvimento social, um dos temas prediletos do governo brasileiro. Goldem-berg defende que os avanços sociais precisam estar associados a uma reformulação do modelo produtivo e da forma de consumo.

O Programa das Nações Unidas para o Desen-volvimento (PNUD) calcula que, se a degradação ambiental continuar nos níveis atuais, até 2050 os avanços sociais conquistados começarão a regredir. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) vem aumentando desde os anos 1970: cerca de 41% na média mundial e 61% nos países com baixo IDH. Mas o PNUD prevê que em 2050 o IDH já não será tão positivo, devido principalmente aos efeitos do aquecimento global na produção agríco-la, no acesso à água potável, além dos fatores sa-neamento e poluição. Em outras palavras, é preciso que a economia continue crescendo, para que mais pessoas saiam da pobreza; mas o crescimento eco-nômico sem preocupação ambiental a longo prazo fará com que esses ganhos desapareçam.

Desafios da Rio+20As palestras do programa

Viver Mais VITA, promovidas pelo Hospital VITA Batel, são gratui-tas e voltadas para o público da terceira idade. Incluem exame de saúde, café da manhã, integração, palestra e uma atividade física ou cultural. Para participar, inscreva-se pelo telefone (41) 3883-8414 ou 3883-8465.

• 28 de abril - Alimentação saudável• 26 de maio - Incontinência urinária• 30 de junho - Artrose e osteoporose• 28 de julho - Doenças do coração• 25 de agosto - Doenças do aparelho digestivo• 29 de setembro - Depressão e stress

Local: Hospital VITA Batel - r. Alf. Ângelo Sampaio, 1896, Curitiba (PR)

Viver Mais VITA

“Viver Mais VITA” é um programa de palestras promovido pelo Hospital VITA Batel e empresas parceiras, que reúne periodicamente pessoas da terceira idade, para uma manhã de infor-mação, exames e confraternização. Coorde-nado pela médica Marta Fragoso, gerente do Núcleo de Segurança Assistencial do Hospital, o programa começa com um exame clínico gratuito, normalmente glicemia ou hemograma, oferecido pelo Laboratório Frischmann. Depois os participantes recebem um café da manhã saudável, oferecido pela MedRest, empresa de refeições hospitalares. Acontece ainda uma atividade de integração orientada por psicó-logos e também uma palestra sobre assuntos relativos à terceira idade, como osteoporose, vacinação, obesidade, etc. (veja box com a programação dos próximos eventos). “É uma forma de construir um relacionamento sólido com a comunidade”, comenta Marta; “além disso, os participantes passam a nos ver como referência para qualquer assunto de saúde”.

Negócios viáveis

Um dos avanços mais importantes do conceito de sustentabilidade foi reconhecer a viabilidade dos negócios como um de seus três pilares fun-damentais. Ou seja, se as empresas não tiverem lucro e gerarem empregos, não haverá como preservar o meio ambiente nem como fazer inclusão social. “O planejamento estratégico da Rede VITA prevê que ela seja sustentável ao longo do tempo”, diz José Octávio Leme, diretor regional para Curitiba. “Uma empresa do setor de Saúde precisa, como qualquer outra,

ser lucrativa, de modo a atrair os investimentos necessários para atualização tecnológica, ampliação, capacitação e mui-tos outros”, acrescenta Leme. “Sem rentabilidade, a empresa não é viável”. Para ele, a sus-tentabilidade vai exigir uma grande mudança na cultura empresarial: “É preciso que os lí-deres de uma empresa tenham consciência da importância da sustentabilidade, para que

essa cultura se desenvolva e as ações tenham resultado”.

Existem muitas oportunidades para fazer esco-lhas sustentáveis dentro das atividades de um hospital, inclusive na escolha dos materiais utilizados, por exemplo, as embalagens de soro. “Utilizamos uma grande quantidade de soro, e decidimos por um fornecedor que aten-de os quesitos de qualidade e preço, e fornece uma embalagem flexível, que ocupa muito menos espaço no momento do descarte”, conta Francisco Naruke, gerente de Logística dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba.

Os fornecedores também devem fazer parte do esforço de sustentabilidade. “Buscamos selecionar fornecedores que tenham a mesma proposta, que obedeçam aos mesmos valores”, diz Naruke. Um exemplo é a campanha que a Johnson & Johnson tem feito junto aos médicos para evitar desperdício de material cirúrgico. “O fabricante também tem interesse em ser sus-tentável”, acrescenta. “Neste momento, temos de reinventar os modelos de prestar serviços e de fazer negócios, e utilizar nossos recursos com muito mais responsabilidade”, comenta Naruke.

Vanuza Vitoreli

Rosana Cruz

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túnel do tempo

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Desde a antiguidade, os homens veem o sangue como um elemento essencial para sustentação da vida. Há relatos de que na Roma antiga, nobres bebiam sangue de gladiadores mortos para incorporar sua força e também como tratamento da epilepsia. Na tradição cristã, o vinho simboliza o sangue de Cristo, e a ressurreição para a vida eterna.

Mesmo sem ter o conhecimento científico necessário, os médicos da antiguidade já imaginavam que uma transfusão poderia ser benéfica, já que aumentaria as chances de sobrevivência das vítimas de hemorragia. Não há consenso sobre a data, mas por volta de 1492 o papa Inocêncio VIII foi convencido a beber sangue como tratamento de saúde, sem muito sucesso. Além do próprio papa, os “doadores” também vieram a morrer.

Em 1569, o médico italiano Andrea Cesalpino descobre a circulação sanguínea, que é descrita em 1627 pelo inglês William Harvey. Essas descobertas tornam-se a base do conhecimento científico que levará, séculos depois, ao desen-volvimento da Hemoterapia. Em 1667, em Paris, o médico Jean Baptiste Denis, fez a primeira transfusão em humanos, mas com sangue de animal. O “voluntário” para a experiência foi Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que andava pelas ruas de Paris. Denis acredi-tava que o sangue de animais estaria menos contamina-do que o humano, e infundiu sangue de carneiro em Mauroy, que suportou duas “transfusões”, mas não resistiu à terceira.

A primeira transfu-são humanaEm 1818, o médico inglês James Blundell concluiu que uma trans-fusão de sangue seria apropriada para tratar

Uma história escrita com sangueNa busca pela tranfusão usou-se até sangue de animais

Ilustração de 1692 mostra transfusão de sangue de ovelha para homem

hemorragias severas pós-parto. Ele havia testemu-nhado a morte de muitas de suas pacientes e bus-cou criar uma transfusão humana - na época já estava comprovado que a transfusão sanguínea interespécies era fatal. Blundell tirou cerca de 120 ml de sangue do braço do marido de uma paciente usando uma seringa e conseguiu transfundi-lo nela. Ao longo de cinco anos, ele realizou dez transfusões de sangue, cinco das quais foram benéficas para os pacientes. Blundell desenvolveu diversos instrumentos para transfusão de sangue, e também descobriu a importância de retirar o ar da seringa antes da transfusão.

Mas foi só em 1901 que o pesquisador austrí-aco Karl Landsteiner descobriu e descreveu os tipos de céulas vermelhas: A, B, O e AB; foi ele também o descobridor do fator RH anos mais tarde. A partir de então, foi possível determinar a compatibilidade entre o sangue de doadores e receptores. O armazenamento de sangue foi possibilitado pela descoberta de substâncias anticoagulantes, e o primeiro banco de sangue foi criado na Espanha em 1936. No Brasil, os primeiros Bancos de Sangue foram os de Porto

Alegre e Recife, em 1942, e o da Lapa, no Rio de Janeiro, em 1944.

Ajuda inesperadaSegundo Cr i s t ina Balestrin, superinten-dente do Centro de Hematologia de São Paulo (CHSP), a epi-demia da Síndrome de Imunodeficiência

Adquirida (AIDS, pela sigla em inglês), que tomou as manchetes dos jornais no início dos anos 1980, tornou-se paradoxalmente um grande incentivo para o desenvolvimento de testes que elevaram a segurança das trans-fusões. Os testes de AIDS surgiram em 1985. Na época, o prazo mínimo para se detectar AIDS era de 60 dias após a contaminação do doador; hoje, os testes de biologia molecular para AIDS e Hepatite C, conhecidos como NAT, têm um prazo de apenas 10 a 15 dias após a contaminação para uma detecção positiva.

Outro fator que tornou a transfusão mais segura foi o fim das doações pagas. Segundo Fabio Nas-tari, superintendente do Banco de Sangue de São Paulo, até 1980 no Brasil havia doações pagas e boa parte do sangue doado era de má qualidade e não podia ser aproveitado, porque os doadores mentiam na entrevista, para poderem vender o sangue. Pela constituição brasileira de 1988, o sangue deixa de ter valor comercial, portanto não pode ser vendido. Além disso, as entrevistas com os doadores tornaram-se mais rigorosas, o que elevou a qualidade do sangue coletado.

Mesmo com toda a segurança e as campanhas por doação, o Brasil vive um déficit constante de sangue para seus hospitais. “A porcentagem da população brasileira que doa sangue não chega a 2%, enquanto o ideal seria pelo menos 3%”, afirma Cristina. Ainda hoje o sangue é um material extremamente perecível, e seu tempo de armazenamento é limitado a cerca de 30 dias, o que exige que haja uma renovação constante nos estoques. Seja você também um doador e ajude a diminuir essa carência.

Os médicos recomendaram ao papa Inocêncio VIII a ingestão de sangue humano

como tratamento

Selo em homenagem a Karl Landsteiner

Ilustração de 1692 mostra transfusão de sangue de ovelha para homem

Alegre e Recife, em 1942, e o da Lapa, no Rio de Janeiro, em 1944.

Ajuda inesperadaSegundo Cr i s t ina Balestrin, superintendente do Centro de Hematologia de São Paulo (CHSP), a epidemia da Síndrome de Imunodeficiência

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vida digital

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Genéricos BR (gratuito) (iPad / iPhone)

Guia em português de medi-camentos de referência e seus

equivalentes genéricos destinado tanto a profissionais de saúde

brasileiros como também ao pú-blico em geral. Oferece busca por

princípio ativo ou medicamento de referência, consulta às bulas e

lista de fabricantes.

iPad para iDoutorAcaba de chegar às lojas nos EUA a nova versão do iPad, o tablet digital da Apple que definiu o padrão para esse tipo de dispositivo. Como muitos médicos já utilizam o iPad, decidimos publicar uma pequena lista de alguns dos apli-cativos mais populares voltados especificamente para a Medicina – a maioria também funciona no iPhone. É uma lista restrita, mas escolhida conforme indicações em sites e blogs feitos por profissionais de saúde. Não incluímos os links para baixar os aplicativos, mas é fácil encontrá-los na loja da Apple (http://itunes.apple.com/br/) ou pesquisando no Google.

Lançado na sexta-feira, 16 de março, em 12 países, o novo iPad vendeu 3 milhões de cópias em 3 dias, o que o torna o mais bem sucedido lançamento da Apple até hoje. Algumas das novas características vão ser úteis para os médicos; por exemplo, a tela com 2.048 x 1.536 pontos de resolução, que pode mostrar imagens com qualidade inédita. A velocidade também aumentou, graças ao processador de quatro nú-cleos, e o iPad agora traz recurso de ditado em quatro idiomas: inglês, francês, japonês e alemão. A câmera de vídeo, capaz de gravar vídeo em alta resolução, também pode contribuir para a telemedicina.

O novo iPad

Medicamentos de A a Z ($) (iPad / iPhone)Medicamentos de A a Z é baseado em um livro de mes-mo nome, que contém mais de 500 drogas comumente usadas na medicina moderna. Inclui informações como pre-ço de mercado, nomes comer-ciais, genéricos, prescrição, etc. Contém um campo de busca para encontrar os medica-mentos de forma rápida.

CID-10 Pro (gratuito) (iPad / iPhone)Guia da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Re-lacionados à Saúde (CID-10), em português, com mais de 12.000 códigos atualizados pelo DATASUS. Tem recurso de pesquisa por código, sintoma, des-crição e nome da doença. Permite compartilhar os códigos por e-mail.

Human Body Encyclopedia ($) (somente iPad)Indicado para estudantes, exce-lente auxílio no aprendizado de anatomia. Traz informações (em inglês) sobre os órgãos, suas funções e partes. É possível ampliar texto e imagens, e copiá-los para utilizar em um documento ou e-mail.

Medscape (gratuito) (iPad / iPhone)

O Medscape, da WebMD, é um dos sites preferidos pelos médicos na pesquisa por no-

tícias e informações científicas atualizadas, tratamentos, além

de educação continuada. Oferece alertas e notícias para

34 especialidades. As infor-mações estão em inglês; parte

dos recursos é gratuita.

MedCalc ($) (iPad / iPhone)Calculadora que facilita o

trabalho com fórmulas, esca-las e classificações médicas.

Possui fórmulas para diversas especialidades, como nefrologia, cardiologia, pediatria, obstetrícia e outras. As telas foram adapta-das para facilitar a utilização na

tela do iPhone.

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em rede

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Elaine Costa

Desde o final de 2010, os Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel realizaram um trabalho de reformu-lação do setor comercial, que atende a ambos. A iniciativa trouxe benefícios para os pacientes, as operadoras de saúde e os Hospitais. “Essa equi-pe possibilita mais agilidade e flexibilidade nas negociações”, explica José Octávio Leme, diretor regional do Grupo VITA em Curitiba. Ele ressalta que isso permitiu alcançar novos e importantes

imprevista, como liberação de procedimentos e outras, para chegar à melhor solução possível.

“A equipe atua além da negociação do credencia-mento”, afirma Elaine. “Estamos sempre visitando e fazendo reuniões com as operadoras de saúde, e essa proximidade é vantajosa para o segurado”. Segundo Elaine, os hospitais da Rede VITA podem atender operadoras de saúde de qualquer porte. “Atendemos por exemplo a Judicemed, a operado-ra de saúde dos juízes do Paraná, que cobre 2.000 vidas”, cita Elaine. O atendimento a particulares também está a cargo da equipe comercial, que negocia procedimentos e internação de acordo com as necessidades do paciente e seu médico. O telefone de contato da equipe comercial da Rede VITA em Curitiba é (41) 3315-1881.

Hospitais VITA em Curitiba conquistam novos credenciamentos

Nova estrutura comercial da Rede VITA em Curitibatambém melhora a comunicação com as operadoras de saúde

credenciamentos, em especial para o Hospital VITA Batel, que tem poucos anos de atividade, entre eles: Saúde Bradesco; Volvo, plano de saúde de autogestão da empresa para funcionários; e Fu-sex, que atende militares do Exército e familiares.

A nova estrutura comercial é composta pela gerente comercial Elaine Costa, três duplas que atendem carteiras de operadoras de saúde, além de um analista de custos e dois colaboradores para atender pacientes particulares de cada Hospital. “As operadoras são muito criteriosas na liberação de procedimentos, o que demanda um bom relacionamento com o departamento comer-cial do Hospital, para que tudo flua de maneira satisfatória para o paciente”, diz Leme. A equipe comercial pode intervir em qualquer situação

O Hospital VITA Batel está colhendo importantes resultados de sua mais recente iniciativa no setor de Farmácia Clínica: a implantação da Central de Atenção à Prescrição (CAP), com duas farmacêuticas e duas estagiárias. Em pouco tempo, as iniciativas do CAP mostraram grandes resultados: cada erro que se previne evita riscos para o paciente e custos para o Hospital.

Christiane Lobo, supervisora de farmácia clínica do Hospital VITA Batel, explica que a CAP dedica-se exclusivamente a examinar os remédios que cada paciente recebe, com o objetivo de evitar erros, doses elevadas, interação com outros medicamentos e alimentos (verificar se um me-dicamento pode causar reações adversas com a alimentação do paciente) ou outros problemas.

Farmácia Clínica aperfeiçoa segurança dos medicamentosA nova Central de Atenção à Prescrição do Hospital VITA Batel confere medicamentos e posologia, evita interações medicamentosas, orienta o paciente e muito mais

Esse tipo de controle faz parte da atividade de qualquer hospital, mas o VITA Batel elevou essa função para um novo patamar de segurança e uti-lidade. Veja a seguir um resumo das principais iniciativas da Central de Atenção à Prescrição:

Análise de prescrição - verifica a legibilidade da prescrição (receita), a po-sologia e outros detalhes.Acompanhamento far-macoterapêutico - pre-vine problemas como interação medicamentosa (quando um medicamento

interfere na ação de outro) e reações adversas.Central de Informação ao Medicamento (CIM) - informações por e-mail e telefone para escla-recer dúvidas sobre dose, prescrição, posologia, etc., tanto para pacientes quanto para profissio-nais da equipe ([email protected]).Orientação de alta para usuários de varfa-rina - orientação específica para pacientes

que utilizam o anticoagulante oral varfarina.Reconciliação de medicamento trazido - evita que o paciente tome medica-mentos duplicados - aqueles que traz de casa e os que recebe no Hospital.

“A Central de Atenção à Prescrição traz maior tranquilidade tanto para o pa-

ciente quanto para o médico, que conta com o apoio de profissio-nais para ajudá-lo a prevenir interações medicamentosas e outros riscos”, diz Francisco Naruke, gerente de Logísti-ca do Hospital VITA Batel. Segundo ele, além de ser um importante diferencial

de mercado, o departamento também atende a padrões inter-nacionais de qualidade.Christiane Lobo

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em rede

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em rede

A Maternidade VITA Volta Redonda acaba de completar sete anos de existência, período no qual buscou uma inovação constante, para aperfeiçoar os padrões de atendimento para mães, bebês e crianças de toda a região. Nesses sete anos, mais de 4.600 crianças nasceram nas sua instalações, além das milhares de outras que foram atendidas ou estiveram internadas. Para comemorar o aniversário, estamos publi-cando as fotos de cinco mamães com seus pimpolhos, e os presentes comemorativos da data.

Várias campanhas educativas para as gestantes foram realizadas ao longo desses anos, inclusive para incentivar a amamentação, tirar dú-

Muita felicidade, muitos anos de Maternidade!vidas quanto aos primeiros cuidados com os bebês e afastar os receios mais comuns das mães de primeira viagem. Uma das experiências mais bem-sucedidas foi a implantação da brinquedoteca, em 2006, um espaço onde as crianças podem se divertir e até esquecer que estão ali para tratar da saúde. A UTI Neonatal também inovou ao permitir e incentivar que os pais fiquem o maior tempo possível ao lado dos seus pequenos. As crianças internadas também tiveram oportunidade de continuarem seus estudos, graças à iniciativa de Pedagogia Hospitalar que a Maternidade implementou em 2010. As novidades não param de chegar, e a Maternidade VITA Volta Redonda prepara grandes mudanças ainda em 2012.

Está previsto para entrar em operação no primeiro semestre de 2013 o maior hospital público da região de Volta Redonda. Quando concluído, o Hospital Regional do Médio Para-íba terá uma área construída de 25 mil metros quadrados, 231 leitos, dos quais 47 em UTI, seis salas de cirurgia de alta complexidade, estacio-namento para 370 veículos e heliponto. O am-bulatório (área de consultórios) terá capacidade para realizar cerca de 7.500 consultas por mês. O hospital está localizado estrategicamente ao lado da Rodovia Presidente Dutra, para facilitar o acesso de pacientes de toda a região.

O engenheiro Sebastião Faria, diretor do Hospital Municipal São João Batista, em Volta Redonda, que já foi presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, coordena a obra do Hospital Regional

Hospital do Médio Paraíba inicia atividades em 2013Unidade atenderá rede pública de toda a região e seconcentrará em procedimentos de média e alta complexidade

Sebastião Faria no canteiro de obras do Hospital Regional do Médio Paraíba

do Médio Paraíba. “A vocação do hospi-tal serão os procedimentos de média e alta complexidade, como neurocirurgia, transplantes renais e de córneas, cirurgia bariátrica e outros”, explica Faria.

As obras foram iniciadas em abril de 2011 e a conclusão está prevista para dezembro deste ano, com entrada em atividade no primeiro semestre de 2013. É um projeto do Governo Estadual, com a participação de 12 prefeituras fluminenses: Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí, Resende, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Rio Claro, Rio das Flores e Valença. Estima-se que quando estiver em funcionamento tenha 1.300 colaboradores, dos quais 180 médicos, 170 enfermeiros e 430 técnicos de enfermagem, além de pessoal de cozinha, limpeza, lavanderia, etc.

“Hoje, casos do SUS de traumato-ortopedia e neurocirurgia de toda a região vêm para o Hospital São João Batista, e o novo hospital vai diminuir a espera e proporcionar me-lhor atendimento”, diz Faria. Segundo ele, a demanda por atendimento de média e alta complexidade no SUS hoje é enorme e a nova unidade irá melhorar significativamente o atendimento em Saúde pela rede pública.

Marilan com o Pedro Henrique Ranay com o Paulo Henrique

Jandaíra com o Luiz Felipe

Raquel com o SamuelSidicleia com o Jonathan

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perfil

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Ernesto Fonseca, diretor de Controladoria e Finanças do Grupo VITA, admite que gostar de contabilidade não é realmente para qual-quer um: “contabilidade, ame-a ou deixe-a”, brinca. Para ele, o gosto pela contabilidade é decorrente de uma característica pessoal, a de gostar de planejar, organizar e deixar tudo “certinho”, conforme ele próprio define.

Ernesto nasceu e cresceu na Vila Guilherme, bairro da zona norte de São Paulo, onde viveu

até casar, aos 23 anos. Foram as circunstâncias e as oportu-nidades que o levaram para a Contabilidade: seu plano ini-cial era tornar-se engenheiro. “Quando eu terminei o ginásio, já queria muito trabalhar, então precisava estudar à noite”, conta ele. Procura daqui, procura dali, ele encontrou vaga para o curso técnico noturno de contabilidade, de um colégio particular no Brás. Contabilidade era na área de

exatas, então servia. “Eu já trabalhava no escri-tório de uma empresa de transportes fazendo lançamentos contábeis, mas não sabia o que estava fazendo”, diz Ernesto. “Foi só depois que comecei a estudar contabilidade que passei a entender o que eram todos aqueles números que eu datilografava”. No fim das contas ele acabou gostando do assunto e fez o curso até o final.

Depois do colegial em contabilidade, ele fez faculdade de administração, com especiali-zação em finanças. Após trabalhar em várias empresas do setor de varejo, Ernesto teve a oportunidade de ser gerente financeiro de um hospital paulistano e posteriormente, em 1997, foi convidado a trabalhar para o Grupo VITA.

Intuição numéricaA experiência adquirida na convivência diária com os números trouxe a Ernesto uma espécie de “intuição”: quando ele examina longas listas de dados, muitas vezes consegue perceber rapidamente onde estão as distorções, a origem dos erros, os números que não estão

Um sexto sentidopara os números

como deveriam ser. “Se você conhece a ativi-dade da empresa, uma olhadinha na conta-bilidade já basta pra identificar os erros”, diz.

Segundo ele, um hospital deve dar lucro como qualquer outra empresa, caso contrário não haverá dinheiro para comprar equipamentos, fazer manutenção, pagar os colaboradores e o resultado será um serviço de baixa qualidade: “um hospital tem receitas e despesas como qualquer outra empresa, e quem trabalha nela precisa ser remunerado”.

Com tanta experiência com números e fi-nanças, Ernesto acredita que as pessoas têm problemas com suas finanças pessoais por não saberem como gastam seu dinheiro, e para ele a solução não requer muita tecnologia: “para controlar as finanças pessoais, não precisa nem de uma planilha, basta um pedaço de papel”, afirma. Ele recomenda que as pessoas registrem, durante um mês, tudo que gastam, até o cafezinho, para saber onde o dinheiro está indo, e se ele vai dar retorno no futuro. “Uma coisa é estar em dificuldade financeira por causa da prestação do apartamento ou da faculdade, outra coisa é estar no negativo por causa de uma viagem de férias ou de um carro novo”, diz ele; “os primeiros são investimentos, dão retorno; os últimos representam gastos”.

Viagens e corridasSempre que pode, Ernesto viaja com sua mulher, Adelaide, e a filha, Maíra - o último passeio foi para a Rússia e países escandinavos, em 2011. Na foto, estão os três em Oslo, capital da Noruega. Ernesto corre regularmente, o que lhe permite manter a saúde e continuar comendo e bebendo tudo que gosta. Sua outra diversão é acompanhar a Fórmula 1: ele vai todo ano ao autódromo de Interlagos, em São Paulo, para ver as corridas e ouvir o “maravilhoso” barulho dos carros.

Após 15 anos trabalhando no Grupo VITA, Ernesto se prepara para deixar a posição de diretor de Controladoria e Finanças. “Quero diminuir a carga de trabalho e voltar a atuar como consultor”, comenta. “Além disso, é uma boa oportunidade para a entrada de outras pessoas, com novas ideias para o Grupo”.

exatas, então servia. “Eu já trabalhava no escritório de uma empresa de transportes fazendo lançamentos contábeis, mas não sabia o que estava fazendo”, diz Ernesto. “Foi só depois que comecei a estudar contabilidade que passei a entender o que eram todos aqueles números que eu datilografava”. No fim das contas ele acabou gostando do assunto e fez o curso até o final.

Depois do colegial em contabilidade, ele fez faculdade de administração, com especialização em finanças. Após trabalhar em várias empresas do setor de varejo, Ernesto teve a oportunidade de ser gerente financeiro de um hospital paulistano e posteriormente, em 1997, foi convidado a trabalhar para o Grupo VITA.

Intuição numéricaA experiência adquirida na convivência diária com os números trouxe a Ernesto uma espécie de “intuição”: quando ele examina longas listas de dados, muitas vezes consegue perceber rapidamente onde estão as distorções, a origem dos erros, os números que não estão

Ernesto, Adelaide e a filha Maíra em Oslo

Ernesto Fonsecaprato preferido: feijoada e rabadaesporte: correr e tênis de praiahobby: filmes de ação e Fórmula 1mania: cautelafrase: “Se algo pode dar errado, vai dar errado” (lei de Murphy)

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histórias de nossa VITA

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Adão e Eva, Cleópatra e Marco Antonio, Romeu e Julieta, John Lennon e Yoko Ono, Lampião e Maria Bonita, Rômulo e Hildimila...

Rômulo e Hildimila?Era uma vez um engenheiro metalúrgico,

formado também em matemática e educação física. Ganhava o pão de cada dia como professor de matemática, de física e técnico de natação.

E era uma vez uma psicóloga, que resolveu aplicar sua psicologia também como assessora comercial da Nextel.

Eram contempo-râneos, concluíram o ensino médio na mesma escola, fre-quentavam o mes-mo clube e a mesma roda social da cida-de. Mas raramente se falavam.

Uma paixão ju-venil, uma admira-ção de adolescente que para Rômulo se transformou em atração física. Tentou se aproximar algu-mas vezes, um convite para jantar, um chope num bar, encontrar os amigos numa pizzaria... nada deu certo. Ela sempre o considerou muito antipático.

Até que em 11 de fevereiro de 2011, uma sexta-feira, ele precisou se submeter a um procedimento cirúrgico para implantação de uma prótese via veia cava, para solucionar um problema de comunicação intra atrial. Internou-se no Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá, a cirurgia durou aproximadamente 4 horas e ele teve alta no dia seguinte pela manhã.

Mas na segunda-feira seguinte Rômulo acordou com febre. Deu entrada no Hospital VITA Volta Redonda, pela manhã, com endo-cardite, uma infecção bacteriana no coração.

“Mas tudo isso não adianta nadaSe nesta selva escura e desvairadaNão se souber achar a grande amadaPara viver um grande amor!”

(Vinícius de Moraes, Para Viver um Grande Amor)

Ligia Piola

Duas opções de tratamento foram sugeridas pelos médicos: uma nova cirurgia “a céu aberto”, para retirada da prótese no coração, que com a infecção já existente seria um grande risco para evoluir a uma infecção generalizada; ou um tratamento difícil, a base de antibióticos por 42 dias. Foi escolhida a segunda.

Com essa ocorrência, nem se lembrou de que seu aparelho Nextel tinha sido furtado.

Uma vez internado e por tanto tempo, resolveu “cutucar a onça”. Pediu a uma pri-ma que entrasse em contato com a “Mila”,

assessora comercial da empresa fabricante, para saber como proceder para reaver sua linha telefônica. Claro que esse pedido não foi feito por acaso; estava repleto de segundas e terceiras intenções.

E num belo dia recebeu uma ligação de Mila, que se propôs a dar uma solução ao pro-blema. Como prova de confiança, forneceu a ela todos os seus dados pessoais e passado pouco tempo... surpresa! Recebeu seu rádio de volta.

Obviamente precisava lhe agradecer por tão grande favor. E em um telefonema, convidou-a para jantar assim que tivesse alta do Hospital. E começaram a se falar por telefo-ne, a trocar e-mails e numa dessas conversas, Rômulo lhe disse estar se perguntando o por

quê de tudo isso que estava acontecendo, inconformado e espiritualmente intranquilo. Foi quando ela lhe deixou um livro do Dalai Lama, de presente, na recepção do Hospital.

E a amizade foi se estreitando até que um dia Mila resolveu visitá-lo no VITA.

Ah!, o amor. Como em um conto de fadas, conversaram sobre casamento, noivado, filhos e programaram uma vida nova a partir de quando ele tivesse alta.

Apesar de exercerem profissões distintas, eram muito parecidos. Gostavam das mesmas músicas, tinham muitos amigos em comum desde quando eram mais jovens, adoravam a vida no campo. Enfim, concluíram que foram feitos um para o outro.

E todo o planejamento, não só do casamento, mas de suas vidas, teve início no Hospital. Perce-beram que tinham também sonhos em comum.

Mila sempre quis se casar de branco em uma igrejinha do interior. Rômulo foi criado em Passa Vinte, uma pequena cidade no interior de Minas Gerais. Ela, saída de um relacionamento anterior e já com duas filhas adolescentes, não

acreditava que poderia realizar seu sonho aos 41 anos de idade. Para ele, esse sonho já estava adormecido, pois aos 45 anos de idade achava que já tinha esgotado todas as suas chances.

E resolveram apro-veitar a oportunidade que Deus lhes deu e foram fundo em seus adormecidos sonhos.

Ficaram noivos no dia 26 de agosto (data do aniversário de Rômulo).

Casaram-se no dia 17 de dezembro em uma linda cerimônia, na igrejinha de Passa Vinte, conforme sonhado. A recepção foi na fazenda onde ele foi criado.

Muitos amigos, parentes, só pessoas que-ridas. Uma data realmente emocionante, que ficaria para sempre em suas memórias.

Rômulo e Mila sempre “deixaram a vida lhes levar”. Mas a partir desse reencontro, quando viram tantos planos realmente se concretizando (noivado, casamento) resolveram desejar que um próximo plano lhes brinde com sucesso: se Deus lhes permitir, um filho fruto desse amor.

(Rômulo Rezende é primo do Dr. José Mauro Re-zende, Diretor Regional em Volta Redonda – RJ).

O Cupido passou por aqui

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