Parâmetros de qualidade para a educação infantil mec, 2006 ... · e indicadores de qualidade....

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(não é apostila, apenas tela de projeção da aula do Professor Rodrigo Merli - presencial) Página 1 de 12 Material de apoio fornecido por: Professor Rodrigo Machado Merli ( [email protected] ou causosescolares.wordpress.com ) Pedagogo, Especialista em Didática do Ensino Superior (PUC/SP) Parâmetros de qualidade para a educação infantil mec, 2006 Volume 1 SEB: Secretaria de Educação Básica COEDI: Coordenação Geral de Educação Infantil DPE: Departamento de Políticas de Educação Infantil Publicação: referências de qualidade para a Educação Infantil a serem utilizadas pelos sistemas educacionais. Igualdade de oportunidades, considerar diferenças, diversidades e desigualdades. Meta MEC: Construção coletiva e democrática de políticas públicas para a educação. Gestão democrática e participativa amplo debate. Organização de seminários regionais. Distinção conceitual que deve ser feita entre parâmetros de qualidade e indicadores de qualidade. Entende-se por parâmetros a norma, o padrão, ou a variável capaz de modificar, regular, ajustar o sistema (Houaiss e Villar, 2001). Parâmetros podem ser definidos como referência, ponto de partida, ponto de chegada ou linha de fronteira. Indicadores, por sua vez, presumem a possibilidade de quantificação, servindo, portanto, como instrumento para aferir o nível de aplicabilidade do parâmetro. Parâmetros são mais amplos e genéricos, indicadores mais específicos e precisos. Um desdobramento necessário e esperado do documento que está sendo apresentado seria a definição dos indicadores de qualidade. Definição de requisitos necessários para uma Educação Infantil que possibilite o desenvolvimento integral da criança até os cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Qualidade na educação infantil - fundamentos Essa contextualização busca contemplar: 1) a concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil; 2) o debate sobre a qualidade da educação em geral e o debate específico no campo da educação da criança de 0 até 6 anos; 3) os resultados de pesquisas recentes; 4) a qualidade na perspectiva da legislação e da atuação dos órgãos oficiais do país. 1. Concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil Marcada pelo meio social em que convive.

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Material de apoio fornecido por: Professor Rodrigo Machado Merli ( [email protected] ou causosescolares.wordpress.com ) Pedagogo, Especialista em Didática do Ensino Superior (PUC/SP)

Parâmetros de qualidade para a educação infantil – mec, 2006 – Volume 1

SEB: Secretaria de Educação Básica

COEDI: Coordenação Geral de Educação Infantil

DPE: Departamento de Políticas de Educação Infantil

Publicação: referências de qualidade para a Educação Infantil a

serem utilizadas pelos sistemas educacionais.

Igualdade de oportunidades, considerar diferenças, diversidades e

desigualdades.

Meta MEC: Construção coletiva e democrática de políticas públicas

para a educação.

Gestão democrática e participativa – amplo debate.

Organização de seminários regionais.

Distinção conceitual que deve ser feita entre parâmetros de qualidade

e indicadores de qualidade. Entende-se por parâmetros a norma, o

padrão, ou a variável capaz de modificar, regular, ajustar o sistema (Houaiss e Villar, 2001). Parâmetros

podem ser definidos como referência, ponto de partida, ponto de chegada ou linha de fronteira. Indicadores,

por sua vez, presumem a possibilidade de quantificação, servindo, portanto, como instrumento para aferir o

nível de aplicabilidade do parâmetro. Parâmetros são mais amplos e genéricos, indicadores mais específicos

e precisos.

Um desdobramento necessário e esperado do documento que está sendo apresentado seria a definição dos

indicadores de qualidade.

Definição de requisitos necessários para uma Educação Infantil que possibilite o desenvolvimento integral

da criança até os cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.

Qualidade na educação infantil - fundamentos

Essa contextualização busca contemplar: 1) a concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil; 2)

o debate sobre a qualidade da educação em geral e o debate específico no campo da educação da criança de 0

até 6 anos; 3) os resultados de pesquisas recentes; 4) a qualidade na perspectiva da legislação e da atuação

dos órgãos oficiais do país.

1. Concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil

Marcada pelo meio social em que convive.

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Ser produtor e produto da história e da cultura.

Novo paradigma: Pedagogia para a infância. Os novos paradigmas englobam e transcendem a história, a

antropologia, a sociologia e a própria psicologia resultando em uma perspectiva que define a criança como

ser competente para interagir e produzir cultura no meio em que se encontra.

A interação social torna-se o espaço de constituição e desenvolvimento da consciência do ser humano desde

que nasce (VYGOTSKI, 1991).

Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas têm seu universo pessoal de

significados ampliado, desde que se encontrem em contextos coletivos de qualidade. Essa afirmativa é

considerada válida para todas as crianças, independentemente de sua origem social, pertinência étnico-racial,

credo político ou religioso, desde que nascem.

especificidade da pedagogia da Educação Infantil, como afirma

Rocha (1999):

Enquanto a escola tem como sujeito o aluno, e como objeto fundamental o ensino nas diferentes áreas

através da aula; a creche e a pré-escola têm como objeto as relações educativas travadas num espaço de

convívio coletivo que tem como sujeito a criança de 0 até 6 anos de idade.

É importante destacar que essas relações educativas, às quais a autora se refere, na instituição de Educação

Infantil são perpassadas pela função indissociável do cuidar/educar...

Acesso ao conhecimento sistematizado: aspecto especialmente relevante no caso das creches no Brasil, onde

em muitas delas ainda predomina um modelo de atendimento voltado principalmente à alimentação, à

higiene e ao controle das crianças.

Não-superação do caráter compensatório da Educação Infantil. Polarização assistência versus educação.

Não basta apenas transferir as creches para os sistemas de ensino, pois “na sua história, as instituições pré-

escolares destinaram uma educação de baixa qualidade para as crianças pobres, e isso é que precisa ser

superado”.

Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação Infantil, é imprescindível levar em conta

que as crianças desde que nascem são:

cidadãos de direitos;

indivíduos únicos, singulares;

seres sociais e históricos;

seres competentes, produtores de cultura;

indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.

As crianças precisam:

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ser auxiliadas nas atividades que não puderem realizar sozinhas;

ser atendidas em suas necessidades básicas físicas e psicológicas;

ter atenção especial por parte do adulto em momentos peculiares de sua vida.

As crianças precisam ser apoiadas em suas iniciativas espontâneas e incentivadas a:

brincar;

movimentar-se em espaços amplos e ao ar livre;

expressar sentimentos e pensamentos;

desenvolver a imaginação, a curiosidade e a capacidade de expressão;

ampliar permanentemente conhecimentos a respeito do mundo da natureza e da cultura apoiadas por

estratégias pedagógicas apropriadas;

diversificar atividades, escolhas e companheiros de interação em creches,

pré-escolas e centros de Educação Infantil.

A criança, parte de uma sociedade, vivendo em nosso país, tem direito:

à dignidade e ao respeito;

autonomia e participação;

à felicidade, ao prazer e à alegria;

à individualidade, ao tempo livre e ao convívio social;

à diferença e à semelhança;

à igualdade de oportunidades;

ao conhecimento e à educação;

a profissionais com formação específica;

a espaços, tempos e materiais específicos.

2 - O debate sobre a qualidade da educação e da Educação Infantil

Apple (2000) mostra como a importação de critérios de qualidade baseados na lógica do mercado— que

incentivam a competição entre escolas, premiam os professores de acordo com os resultados dos alunos e

equiparam as famílias a consumidores de produtos e serviços— tende a ampliar as desigualdades nas

escolas. Outros autores argumentam que a qualidade da educação não se mede somente pelos resultados

obtidos pelos alunos nos testes de aprendizagem, mas também pelo processo educativo vivido na escola, que

envolve aspectos mais amplos de formação para a cidadania, o trabalho e o desenvolvimento da pessoa.

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DEMANDA POR PROCESSOS MAIS PARTICIPATIVOS DE DEFINIÇÃO E AFERIÇÃO DA

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO.

No Brasil, iniciativas nesse sentido têm sido realizadas por administrações municipais que adotaram a

concepção de “qualidade social” e por grupos que militam na área educacional.

Exemplos:

Consulta sobre qualidade da educação na escola (2002);

Projeto Indicadores da Qualidade na Educação (2004).

As abordagens de avaliação da qualidade também passaram a conferir maior atenção aos contextos

familiares e locais, emergindo desses trabalhos um consenso a respeito da importância da formação em

serviço e da participação das famílias. Foram consideradas também nesse debate as diferenças de tradição e

as várias modalidades nacionais de oferta de atendimento educacional, as questões das desigualdades sociais

e o respeito à diversidade cultural.

No Brasil...

Resultados de pesquisas recentes

Identificar o peso dos fatores escolares na avaliação dos resultados obtidos pelas crianças em diversos

momentos, desde o final da etapa pré-escolar até as primeiras séries do Ensino Fundamental.

Esses resultados são importantes no sentido de sugerir quais seriam as dimensões de qualidade estratégicas a

serem priorizadas para se obter os resultados mais positivos no desempenho presente e futuro das crianças.

4 - A qualidade na perspectiva da legislação e da atuação dos órgãos oficiais no Brasil

1980 – redemocratização do país grande impulso à educação infantil (pesquisas/debates teóricos,

intervenções na realidade).

1988 – Constituição Federal reconhece o dever do Estado e o direito da criança a ser atendida em creches e

pré-escolas e vincula esse atendimento à área educacional.

1990 – ECA: ratifica o anunciado na Constituição

1994 – 1996: MEC realiza seminários e debates que deram origem à diversas publicações: Política Nacional

de Educação Infantil (Brasil, 1994a); Educação Infantil no Brasil: situação atual (Brasil, 1994b); Por uma

política de formação do profissional de Educação Infantil (Brasil, 1994c); Critérios para um atendimento em

creches que respeite os direitos fundamentais das crianças (Brasil, 1995a); Educação Infantil: bibliografia

anotada (Brasil, 1995b) e Propostas pedagógicas e currículo em Educação Infantil (Brasil, 1996).

LDB – 9394/96

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EI como primeira etapa da educação básica com a função de iniciar a formação necessária a todas as pessoas

para que possam exercer sua cidadania.

Definição da finalidade da Educação Infantil como sendo o “desenvolvimento integral da criança até 6 anos

de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade” evidencia a necessidade de se tomar a criança como um todo para promover seu

desenvolvimento e implica compartilhamento da responsabilidade familiar, comunitária e do poder público.

A avaliação na Educação Infantil é definida a partir dessa concepção de desenvolvimento integrado, e assim

deve ser processual acontecendo de forma sistemática e contínua. Seu acompanhamento e registro têm

Objetivos de diagnóstico e não de promoção ou retenção, exigindo a redefinição das estratégias

metodológicas utilizadas com as crianças de 0 até 6 anos de idade.

Formação do professor: a formação exigida para o profissional que atua com essa faixa etária passa a ser a

mesma daquele que trabalha nas primeiras séries do Ensino Fundamental: nível superior em curso de

licenciatura, admitindo-se, como formação mínima, a oferecida em nível médio na modalidade normal.

Outras publicações:

Subsídios para credenciamento e funcionamento de instituições de Educação Infantil (BRASIL, 1998a).

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998b).

Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação Infantil, como Resolução CNE/CEB n° 1 de 07/04/1999

(BRASIL, 1999b): caráter mandatório, diferentemente dos referenciais.

Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do

Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal (Resolução CNE/CEB nº 2, de 19/04/1999a).

Educação indígena

Educação no campo

Educação para as relações étnico raciais

Educação para as relações de gênero

Considerações finais

Dados do censo: número de alunos matriculados na EI versus condições financeiras e faixa etária.

Apresentados no volume II da presente publicação e parte integrante dele, os Parâmetros Nacionais de

Qualidade para a Educação Infantil para os sistemas educacionais deverão contemplar aspectos

unanimemente apontados como relevantes para a melhoria permanente da qualidade do atendimento às

crianças, a saber:

as políticas para a Educação Infantil, sua implementação e acompanhamento;

as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil;

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a relação estabelecida com as famílias das crianças;

a formação regular e continuada dos professores e demais profissionais;

a infraestrutura necessária ao funcionamento dessas instituições.

Competências dos sistemas de ensino

A qualidade não pode ser pensada exclusivamente em

função do que é oferecido em cada instituição de Educação

Infantil, pois depende do apoio e da orientação oferecidos

pelo poder público. Dessa forma, um sistema educacional

de qualidade é aquele em que as instâncias responsáveis

pela gestão respeitam a legislação vigente, têm papéis

definidos e competências delimitadas e apoiam financeira,

administrativa e pedagogicamente as instituições de

Educação Infantil a ele vinculadas.

Competências em nível:

Federal Estadual Municipal

Páginas 14 - 23

Caracterização das instituições de educação infantil no brasil

Creches;

Pré-escolas;

Centros ou núcleos de educação infantil;

Salas anexas em EMEFs;

Públicas ou privadas.

A Educação Infantil “tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade em

seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”

(art. 29 da LDB). A Política Nacional de Educação Infantil parte dessa finalidade para estabelecer como uma

de suas diretrizes a indissociabilidade entre o cuidado e a educação no atendimento às crianças da Educação

Infantil (BRASIL, 2005a).

Parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil

MEC: estabelecer referência nacional a ser discutida e utilizada pelos sistemas de ensino na definição de

padrões de qualidade locais para as instituições de Educação Infantil.

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Parâmetros organizados em sessões:

Proposta pedagógica das instituições de EI.

Gestão das instituições de EI.

Professoras, professores e demais profissionais que atuam na instituição de EI.

Interações de professoras, professores, gestores, gestoras e demais profissionais das instituições de Educação

Infantil.

Infraestrutura das instituições de Educação Infantil.

Instrumento de autoavaliação da qualidade das instituições de educação infantil, por meio de um processo

participativo e aberto a toda a comunidade.

Elaboração: MEC, SEB, Ação Educativa, Fundação Orsa, Undime e Unicef.

Versão discutida e alterada em 8 seminários regionais. Pré-testada em instituições de EI públicas e privadas.

A qualidade na educação infantil

Mas como deve ser uma instituição de educação infantil de qualidade?

Quais são os critérios para se avaliar a qualidade de uma creche ou de uma pré-escola?

Como as equipes de educadores, os pais, as pessoas da comunidade e as autoridades responsáveis podem

ajudar a melhorar a qualidade das instituições de educação infantil?

Sendo assim, a qualidade pode ser concebida de forma diversa, conforme o momento histórico, o contexto

cultural e as condições objetivas locais. Por esse motivo, o processo de definir e avaliar a qualidade de uma

instituição educativa deve ser participativo e aberto, sendo importante por si mesmo, pois possibilita a

reflexão e a definição de um caminho próprio para aperfeiçoar o trabalho pedagógico e social das

instituições.

Este documento foi construído com o objetivo de auxiliar as equipes que atuam na educação infantil,

juntamente com famílias e pessoas da comunidade, a participar de processos de autoavaliação da qualidade

de creches e pré-escolas que tenham um potencial transformador. Pretende, assim, ser um instrumento que

ajude os coletivos – equipes e comunidade – das instituições de educação infantil a encontrar seu próprio

caminho na direção de práticas educativas que respeitem os direitos fundamentais das crianças e ajudem a

construir uma sociedade mais democrática.

O Ministério da Educação sintetizou os principais fundamentos para o monitoramento da qualidade da

educação infantil no documento Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2006). Esta

publicação, Indicadores da Qualidade na Educação Infantil, objetiva traduzir e detalhar esses parâmetros em

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indicadores operacionais, no sentido de oferecer às equipes de educadores e às comunidades atendidas pelas

instituições de educação infantil um instrumento adicional de apoio ao seu trabalho.

Definição de 7 dimensões fundamentais que devem ser consideradas para a reflexão coletiva sobre a

qualidade de uma instituição de educação infantil. Para avaliar essas dimensões, foram propostos

sinalizadores da qualidade de aspectos importantes da realidade da educação infantil: os indicadores.

O que são indicadores?

Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo. Por

exemplo, para saber se uma pessoa está doente, usamos vários indicadores: febre, dor, desânimo. Para saber

se a economia do país vai bem, usamos como indicadores a inflação e a taxa de juros. A variação dos

indicadores nos possibilita constatar mudanças (a febre que baixou significa que a pessoa está melhorando; a

inflação mais baixa no último ano diz que a economia está melhorando). Aqui, os indicadores apresentam a

qualidade da instituição de educação infantil em relação a importantes elementos de sua realidade: as

dimensões.

Como utilizar os Indicadores da qualidade na Educação Infantil

Recomendamos que a instituição de educação infantil constitua um grupo para organizar o processo, planejar

como será feita a mobilização da comunidade, providenciar os materiais e o tempo necessários, além de

preparar espaços para as reuniões dos grupos e plenária final.

Este instrumento foi elaborado com base em aspectos fundamentais para a qualidade da instituição de

educação infantil, aqui expressos em dimensões dessa qualidade, que são sete:

1 – planejamento institucional;

2 – multiplicidade de experiências e linguagens;

3 – interações;

4 – promoção da saúde;

5 – espaços, materiais e mobiliários;

6 – formação e condições de trabalho das professoras e demais profissionais;

7 – cooperação e troca com as famílias e participação na rede de proteção social.

As dimensões podem ser constatadas por meio de indicadores. Cada indicador, por sua vez, é avaliado após

o grupo responder a uma série de perguntas. As respostas a essas perguntas permitem à comunidade avaliar a

qualidade da instituição de educação infantil quanto àquele indicador. Para facilitar a avaliação, sugere-se

que as pessoas atribuam cores aos indicadores. As cores simbolizam a avaliação que é feita: se a situação é

boa, coloca-se cor verde; se é média, cor amarela; se é ruim, cor vermelha.

Como conduzir a avaliação

Preparação prévia dos funcionários para que saibam do que se trata.

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Dividir os participantes em 7 grupos, para que cada um discuta uma dimensão.

Máximo de 20 pessoas. Integrantes de todos os segmentos da comunidade e da equipe. Um coordenador e

um relator.

Materiais necessários: cópias do material, caneta/lápis, cartolina para elaboração de quadro síntese, cartões

com as cores utilizadas na avaliação, fita adesiva.

Plenária: todos os grupos juntos para expor os resultados de sua discussão (quadro síntese). Tirar dúvidas,

discutir resultados. Em seguida, todos definem coletivamente quais são os problemas prioritários, aqueles

que devem ser resolvidos primeiramente pela sua urgência e importância.

Sobre a atribuição das cores

Caso o grupo avalie que essas ações, atitudes ou situações existem e estão consolidadas na instituição de

educação infantil, deverá atribuir a elas a cor verde, indicando que o processo de melhoria da qualidade já

está num bom caminho.

Se, na instituição de educação infantil, essas atitudes, práticas ou situações ocorrem de vez em quando, mas

não estão consolidadas, o grupo lhes atribuirá a cor amarela, o que indica que elas merecem cuidado e

atenção.

Caso o grupo avalie que essas atitudes, situações ou ações não existem na instituição de educação infantil,

atribuirá a elas a cor vermelha. A situação é grave e merece providências imediatas.

Perguntas que se referem a realidades específicas (ex: sobre povos indígenas ou população do campo) não

devem ser preenchidas caso não se apliquem à instituição.

A partir das cores atribuídas às perguntas, o grupo avalia qual cor melhor representa o indicador. Não é

necessário atribuir cores às dimensões.

Sobre as faixas etárias

Em cada dimensão e indicador, a maioria das questões diz respeito a todas as faixas etárias. Logo, podem ser

respondidas por qualquer instituição de educação infantil. Entretanto, observe que algumas perguntas se

aplicam de forma específica, estão devidamente assinaladas e vêm depois daquelas questões que se referem a

todas as crianças.

Questão que se refere apenas a bebês (crianças até 1 ano e meio) e/ou crianças pequenas (de 1 ano e meio

até 3 anos);

Questão que se refere apenas a crianças de 4 até 6 anos.

Avaliação sincera ajuda a resolver problemas

É importante lembrar que os indicadores que receberam a cor vermelha ou amarela sinalizam prioridades de

ação. Assim, é fundamental que a avaliação seja fiel. Se algo é vermelho e o grupo diz que é verde, não

ajuda, apenas dificulta que a ação coletiva ocorra para mudar aquela situação. Com isso, toda a comunidade

sai perdendo, principalmente as crianças.

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Outras orientações...

Lidando com conflitos: É necessário ouvir e respeitar o que o outro tem a dizer, aproveitando o momento

para o diálogo. O processo de escolha das cores deve ser negociado entre todos.

A participação de pessoas com deficiência.

Governabilidade: papel do governo na melhoria da educação. Identificar e encaminhar os indicadores que

receberam cor amarela/vermelha para a Secretaria de Educação e ao Conselho Municipal de Ensino, quando

necessário.

Funcionamento da plenária

A exposição dos relatores à plenária deve girar em torno de dois pontos:

Apresentação resumida da discussão do grupo;

Relato das justificativas para a escolha das cores atribuídas a cada um dos indicadores (mostrando os

problemas e também o que, na avaliação da comunidade, está indo bem).

DEBATE A DEFINIÇÃO DAS PRIORIDADES.

Planejamento: acompanhamento e avaliação.

Comissão representativa para monitorar a realização do plano de ação.

Reuniões periódicas. Recorrer ao instrumental a cada 1 ou 2 anos.

Expor painel com as cores definidas na plenária, em local visível.

É importante que o uso dos indicadores seja visto como um processo pelo qual a instituição de educação

infantil passa, e não como um evento que só ocorre nos dias de avaliação e planejamento. Para tanto, é

importante que sejam definidos os responsáveis por esse acompanhamento.

Dimensão: planejamento institucional

Clareza a respeito dos objetivos da instituição.

Proposta pedagógica elaborada e discutida por todos.

Registro e documentação das atividades desenvolvidas com as crianças: troca de informações,

acompanhamento de progressos e comunicação com as famílias.

Dimensão: Multiplicidade de experiências e linguagens

Devemos perguntar: o trabalho educativo procura desenvolver e ampliar as diversas formas de a criança

conhecer o mundo e se expressar? As rotinas e as práticas adotadas favorecem essa multiplicidade ou, ao

contrário, como sugere o poeta, roubam a possibilidade de a criança desenvolver todas as suas

potencialidades?

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Favorecer e estimular a autonomia das crianças.

Observação e escuta: sugerir novas atividades, ajustes no planejamento e troca de experiências na equipe.

Dimensão: interações

A cidadania, a cooperação, o respeito às diferenças e o cuidado com o outro são aprendidos na vivência

cotidiana.

As interações entre crianças devem ser observadas pelas professoras, que precisam interferir sempre que

situações com maior grau de conflito ocorram.

As relações de cooperação e amizade infantil devem ser incentivadas e valorizadas.

Dimensão: Promoção da saúde

Assegurar a prevenção de acidentes, os cuidados com a higiene e uma alimentação saudável.

Bom contato com os serviços de saúde mais próximos.

Manter abertos os canais de comunicação com as famílias.

Dimensão: espaços, materiais e mobiliários

Segurança e higiene.

Espaços adequados para a movimentação das crianças.

Materiais, brinquedos e livros adequados à faixa etária e em quantidade suficiente.

Uso previsto nas atividades diárias.

Registro e divulgação dos projetos educativos desenvolvidos e das produções infantis.

Dimensão: formação e condições de trabalho das professoras e demais profissionais

Condições de trabalho sejam compatíveis com as múltiplas tarefas envolvidas no cuidado e na educação das

crianças até seis anos de idade. Na comunidade, é desejável que se estabeleçam canais de diálogo e

comunicação que levem as famílias e demais interessados a conhecer e melhor entender o alcance do

trabalho educativo que é desenvolvido com as crianças e o papel desempenhado pelas professoras e demais

profissionais na instituição.

Dimensão: cooperação e troca com as famílias e participação na rede de proteção social

Os responsáveis por garantir os direitos das crianças não são somente a instituição de educação infantil e a

família, razão pela qual é muito importante que as instituições de educação infantil participem da chamada

Rede de Proteção aos Direitos das Crianças. Trata-se de se articular aos demais serviços públicos, de saúde,

de defesa dos direitos, etc., com a finalidade de contribuir para que a sociedade brasileira consiga fazer com

que todas as crianças sejam, de fato, sujeitos de direitos, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA).

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Índios do Brasil: quem são eles?

Os índios estão entrando em extinção?

São selvagens?

Quando sabem ler e falar português deixam de ser índios?

Os índios são preguiçosos?

O que você sabe sobre o índio brasileiro???

Falta de conhecimento e clareza sobre o povo indígena.

Preconceito.

“Sempre vemos os índios reivindicando coisas, mas nunca sabemos se conseguiram”.

A cultura indígena não é divulgada como deveria.

“AS PESSOAS PRECISAM DESCOBRIR O QUE A GENTE TEM, DEIXAR O ÍNDIO FALAR, OUVIR,

TÊM MUITO O QUE APRENDER COM NÓS”.

Quando sai da aldeia, estuda e trabalha, deixa de ser índio? Saber escrever/falar português deixa de ser

considerado índio?

População indígena tem aumentado significativamente. Extermínio/extinsão: pensamento ultrapassado.

(Azilene- socióloga). 150.000 há 50 anos atrás. 350.000 distribuídos em 200 culturas.