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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ -

UENP

CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO –

PDE

UNIDADE DIDÁTICA

O CARÁTER LÚDICO DO FOLCLORE NO ENSINO DE

GEOGRAFIA – 6ª SÉRIE/7° ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Organizadores:

Maria Pedreira

Carla Holanda da Silva

CORNÉLIO PROCÓPIO – PARANÁ

2011

SUMÁRIO

PLANO DE UNIDADE DIDÁTICA.................................................................2

INTRODUÇÃO...............................................................................................2

O FOLCLORE NO ENSINO...........................................................................3

OBJETIVOS....................................................................................................5

CONTEUDO....................................................................................................6

ESTRATEGIAS...............................................................................................6

AVALIAÇÃO.................................................................................................17

REFERENCIAS.............................................................................................18

PLANO DE UNIDADE DIDÁTICA

PROFESSOR PDE: Maria Pedreira

ÁREA PDE: Geografia

NRE: Cornélio Procópio

PROFESSOR ORIENTADOR IES: Carla Holanda da Silva

IES VINCULADA: UENP

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Estadual Prof. Paulo M.

Machado

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: 6ª série/7° ano do Ensino

Fundamental

INTRODUÇÃO

O caráter lúdico do folclore no ensino de geografia é a temática dessa

unidade didática apresentada a SEED (Secretaria de Estado da Educação), como

material didático resultante do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) em

geografia, através da IES (Instituto de Ensino Superior) UENP (Universidade

Estadual do Norte Pioneiro), sob a orientação da professora Ma. Carla Holanda da

Silva.

A mesma está direcionada aos alunos da 6ª serie/7º ano do ensino

fundamental e elaborada de acordo com as orientações contidas nas Diretrizes

Curriculares Educacionais. Esta Unidade Didática tem como objetivo mostrar a

importância do uso do caráter lúdico do folclore como uma ferramenta no ensino de

geografia, para aquisição gradativa do saber geográfico de forma prazerosa.

Diante do exposto, a unidade didática que segue apresentar-se-á por

meio de uma inicial reflexão acerca da relação entre o folclore e o ensino de modo

geral, com foco nas contribuições para o ensino de geografia. Na sequência

apresentam-se os objetivos do presente material, os conteúdos a serem discutidos

aqui e as estratégias/atividades para discussão dos conteúdos via o folclore. Esta

fase da Unidade Didática vem acompanhada de pequenos textos, que tem como

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objetivos pautar as atividades a serem desenvolvidas na sequência. Por fim, segue

uma reflexão acerca da avaliação a ser realizada a partir da presente unidade

didática e as referências bibliográficas citadas ao longo da proposta.

O FOLCLORE NO ENSINO: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO

Com base nos argumentos utilizados por Zanini (2000), o folclore

aproxima o homem da história do seu povo, da história da sua terra e,

conseqüentemente, da sua história também. O homem se conhece e reconhece sua

historicidade e humanidade através do folclore.

Nosso folclore é tão rico, significativo e variado que possibilita diversos

usos, atendendo a demandas já existentes ou não. O prazer de ouvir esse repertório

amplo e inesgotável deve ser considerado e valorizado. Executar brincadeiras

antigas a criança trabalha mais com o próprio corpo, se desprende de seus

brinquedos de última geração repletos de tecnologia e com isso propiciam o próprio

desenvolvimento. Assim, com parlendas, músicas e jogos contribuíram para a

preservação de nossa história e ainda aprende-se sobre outras culturas.

Destarte, o folclore é um acervo cultural no qual, a partir dele,

compreendem-se as crenças e valores instituídos em determinado grupo social

(BRANDÃO, 1986). Ou ainda, entende-se como folclore um conjunto de costumes,

artes, técnicas, lendas, mitos, provérbios e adivinhações que expressam as

maneiras de pensar, sentir e agir do povo, uma possibilidade de dar continuidade da

nação (RIBEIRO, 1980). De modo que, a criança, quando aprende lendas, músicas,

entre outras formas de folclore, está também conhecendo o passado e presente de

um povo.

Quando trabalhamos com folclore parece haver um encanto e uma

certa motivação extra por parte do educando e educador. A aprendizagem flui e de

forma muito prazerosa, servindo o folclore também como um facilitador para que

haja uma interdisciplinaridade, pois com o mesmo é possível trabalhar a expressão

corporal, comunicação, linguagem e até mesmo matemática, estudos sociais, entre

outros.

Quando inserimos o folclore na aprendizagem dos educandos, estaremos

fazendo com que estas lendas, cantigas, brincadeiras não se percam ao longo do

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tempo. Brincar a partir do folclore é reviver seus antepassados e respeitar essa

construção. O folclore é uma construção social, humana que não deve e nem pode

ser esquecida assim, sem darmos importância alguma (ZANINI, 2000). O folclore

nos constitui como seres humanos ligados a entes que não estão mais presentes em

“carne e osso”, mas que permanecem vivos a partir do que criaram e viveram

anteriormente a nós (ZANINI, 2000).

O ensino do folclore é necessário para manter a tradição de um povo,

uma cultura que serve como fonte de conhecimento das nossas origens, segundo

Ribeiro (1980).

De acordo com o autor acima citado, quando abordamos esse assunto

explicando seu sentido, isso faz com que o indivíduo construa uma base cultural,

que dará suporte para entender sua própria essência (1980). Essa internalização da

cultura do seu povo traz valores como respeito e, ainda, a possibilidade de aprender

novas bagagens culturais de outros povos e regiões (RIBEIRO, 1980).

Desta forma, utilizar o folclore como material didático na educação

significa desfrutar de uma extensa fonte de criatividade, reflexão e expressão. Ele

serve como “link” entre um povo e sua região na busca de suas marcas e raízes,

além de ser a melhor forma de percepção da sociedade e de como ela funciona em

relação às tradições (ZANINI, 2000).

Sob este contexto, entende-se aqui que o folclore deve ser trabalhado

para especificar as diferenças que existem entre os personagens de uma sociedade,

demonstrando seus hábitos e costumes a fim de resgatar a linguagem e o contexto,

ligar o homem à terra.

A necessidade de desenvolver atividades que possam tornar as aulas

de Geografia mais atrativas é um dos grandes obstáculos a serem superados pelo

professor. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), o

educador deve utilizar recursos didáticos mais envolventes (maquetes, mapas,

fotografias aéreas, músicas, filmes, jogos, etc.), obtendo, assim, maior eficácia no

processo de ensino e aprendizagem.

Porém, de acordo com os PCNs acima citado é importante ressaltar

que deve haver uma análise criteriosa por parte do professor para introduzir esses

novos recursos, devendo ser compatível com o conteúdo estudado, com as

condições físicas da escola, com o nível de conhecimento e faixa etária dos alunos

(BRASIL, 1997)

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Portanto, a presente Unidade Didática apresenta algumas formas de se

vivenciar o folclore em diferentes modalidades, tendo como parâmetro olhar

geográfico, mais precisamente o pertinente a uma 6ª série ou 7° ano do Ensino

Fundamental II.

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Promover o desenvolvimento integral do educando inserido em um

ambiente com propostas lúdicas de cunho educativo, pois a cultura de um povo é

um bem precioso que deve ser cultivado. De modo que, o objetivo desta proposta é

tirar a poeira da palavra folclore e brincar com as possibilidades que ela oferece.

Objetivos Específicos:

Desenvolver uma metodologia que envolva a participação ativa

do maior número de alunos nas práticas educativas em

geografia;

Empregar estratégias de ação que motivem o aprendizado do

saber geografia;

Praticar atividades diversas que promovam interação na sala de

aula;

Levar o aluno a tomar contato com algumas manifestações de

cultura popular;

Pesquisa com adultos mais próximos sobre brinquedos e

brincadeiras do tempo da infância;

Identificar alguns brinquedos do cotidiano dos alunos e de suas

famílias como integrantes de nossa cultura;

Conhecer as diferentes manifestações folclóricas nas regiões

brasileiras pelo viés da arte, da dança, da música, da literatura,

as crenças e superstições;

Reconhecer lendas que fazem parte da cultura brasileira;

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CONTEÚDO

O que é folclore;

Lendas brasileiras dando ênfase as do Paraná;

As diferentes manifestações folclóricas nas regiões brasileiras;

Regiões brasileiras estabelecidas pelo IBGE

Fatores responsáveis pelas diversidades regionais no Brasil.

ESTRATÉGIAS - ATIVIDADES

O professor iniciará suas atividades com a explicação sobre o folclore e

sua importância.

FOLCLORE

É o conjunto de crenças, superstições, lendas, festas e costumes de

um povo passado de geração a geração. A palavra folclore vem do inglês pela

junção das palavras folk (povo) e lore (sabedoria popular) significando sabedoria do

povo (RIBEIRO, 1980).

Estamos na era da globalização, robótica e outros avanços

tecnológicos, porém, diante de tudo isso, 0nde se encontra nossa cultura?Nas

escolas com tantas tecnologias como está sendo abordado o folclore?

A cultura brasileira representa nossa identidade e não podemos

esquecê-la. Pensando nisso é que o folclore existe e se faz necessário abordá-lo em

sala de aula para reviver, através de lendas músicas, brincadeiras, danças, nossa

tradição e os nossos costumes.

Hoje enfrentamos um grande problema, que é o despreparo dos

professores em desenvolverem trabalhos nessa área, afinal abordam esse assunto

somente em agosto, mês do folclore em todo território nacional.

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Sendo assim, percebemos essa falha na área da educação, pois o

folclore brasileiro apresenta inúmeros elementos que podem ser apresentados e

desenvolvidos na escola, no decorrer de todo o ano letivo.

Através de jogos folclóricos é possível abordar de forma lúdica a

utilização de regras, ao executar brincadeiras folclóricas a criança trabalha com o

próprio corpo, se desprende de seus brinquedos de última geração cheios de

tecnologia, propiciando assim o próprio desenvolvimento.

As brincadeiras folclóricas são uma construção social que nos remete

as nossas origens e que não devem e nem podem serem esquecidas (RIBEIRO,

1980). Brincar a partir do folclore é reviver seus antepassados é valorizar e conhecer

nossa cultura (RIBEIRO, 1980).

O professor fará uma sondagem dos conhecimentos prévios que os

alunos têm sobre o folclore.

VIVÊNCIAS QUE FALAM

Quem não passa embaixo de uma escada numa sexta feira?

Dizem que lobisomem aparecem em noite de lua cheia...

Você já ouviu a canção de ninar, a canção da cuca?

Já brincou de cabra cega?

Já dançou quadrilha?

Já soltou pipa?

Já comeu feijoada?

Já assistiu a uma capoeira?

Já participou de um casamento caipira?

Tudo isso e muito mais é o que chamamos de folclore.

2º momento:”SACOLA SURPRESA”

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A professora levará alguns objetos para ilustrar o tema: corda, música

do saci, livrinho do negrinho do pastoreio, trabalhos manuais (crochê, bico de

guardanapo, carranca, etc.)

Conversa sobre o material mostrado.

Atividade 1: Divirta-se Pesquisando

Realização de pesquisas de parlendas, provérbios, frases de

caminhão, lendas do Paraná, cantigas de roda, superstições, brincadeiras e outros

que podem ser feitas na internet, em livros, revistas e outros.

Endereço eletrônico onde esse conteúdo pode ser encontrado:

http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com/2007/08/brincadeiras-folclricas.html

acessado em 20/06/2011.

Realização de entrevista com familiares e vizinhos.

ENTREVISTA

Atividade 1: Investigar a presença de brinquedos e brincadeiras na

família.

Os alunos irão entrevistar os adultos (vovô, vizinhos, tios, pai e outros)

sobre brinquedos e brincadeiras da infância desses adultos.

Exemplo

-Qual era a brincadeira preferida da sua infância?

-Como se caracteriza essa brincadeira?

-Qual era o brinquedo preferido e mais utilizado na sua infância?

-Quem confeccionava esses brinquedos?

-Que material era utilizado para a construção desse brinquedo?

Os alunos vão apresentar a entrevista na sala de aula para

observarmos os brinquedos e a brincadeiras que os entrevistados preferiam.

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Selecionar coletivamente brinquedos e brincadeiras que os alunos mais

se interessaram.

Atividade 2:

Realização de brincadeiras folclóricas (amarelinhas bolinha de gude e

outras) e também confecção de algum brinquedo folclórico ( peteca).

HISTÓRIA DA AMARELINHA

É uma das brincadeiras que perdurou por mais tempo ao longo da

história do homem, é conhecida e jogada em várias partes do mundo apresenta

variações de nomes, mas conserva as mesma regras.

Em Portugal recebe o nome de macaca; em Moçambique chama-se

avião; na Espanha é chamada de cuadrilho, no Chile é luche, na Colombia deram os

nomes de coroza ou golosa; na França de onde originou-se o nome amarelinha que

conhecemos, esse jogo chama-se marelle (FERREIRA, 1996).

Atualmente, sua prática está muito reduzida, tempos atrás se jogou em

mais 40 desenhos diferentes.

No Brasil passou por muitas variações de nomes para o mesmo jogo

como por exemplo: academia(RN e PB), avião (AL e RJ), boneca (PI), cademia (PE),

canção(MA), macacão (SE), macaco (BA), pula-pula (PB), amarelinha (SP e RJ),

maré (RJ e RS), quadrinhos(PB),queimei(SC), sapata(RS), amarelas(MG), céu e

inferno (PB e PR), macaca(AC, AP, CE, RS e PI) (LIMA, 1972).

O professor poderá desenhar, com tinta, amarelinhas na calçada da

escola em várias formas diferentes. Explicar as regras. Pronto! É só brincar!

Cada unidade federal tem um nome próprio para designar tal

brincadeira. O professor mostrará aos alunos, localizando no mapa do Brasil o

estado e o respectivo nome que a brincadeira recebe.

Atividade 3:

Confeccionar um brinquedo folclórico (peteca).

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HISTÓRICO da PETECA

Alguns especialistas apontam que a origem da peteca é brasileira,

proveniente de tribos tupis do Brasil. Considerada a partir de 1985 como esporte

oficial genuinamente brasileira. Antigamente a peteca era confeccionada em palha

de milho, com enchimento de serragem ou areia, e com penas de galinhas

(CASCUDO, 1979).

Confecção de peteca na sala de aula.

Material: folha de jornal, guache, pincel, fita crepe.

Atividade 4:

Leitura e interpretação de lendas.

LENDAS

Lendas são narrativas transmitidas oralmente pelas pessoas, com o

objetivo de explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Há uma mistura

de fatos reais com imaginários, num resultado em que se misturam história e

fantasia, sofrem alterações ao longo do tempo, por serem repassadas oralmente e

recebem a impressão e a interpretação daqueles que a propagam. Inicialmente as

lendas contavam histórias de santos, mas ao longo do tempo, transformou-se em

histórias que falam sobre a tradição de um povo e que fazem parte de sua cultura.

As lendas brasileiras são inúmeras, influenciadas diretamente pela miscigenação do

povo brasileiro (branco, negro e índio) (RIBEIRO, 1980).

LENDAS BRASILEIRAS

As Lendas no Brasil são inúmeras, influenciadas diretamente pela

miscigenação na origem do povo brasileiro. Devemos levar em conta que uma lenda

não significa uma mentira, nem tão pouco uma verdade absoluta, o que devemos

considerar é que uma história para ser criada, defendida e o mais importante, ter

sobrevivido na memória das pessoas, ela deve ter no mínimo uma parcela de fatos

verídicos (RIBEIRO, 1980).

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Muitos pesquisadores, historiadores, ou folcloristas, afirmam que as

lendas são apenas frutos da imaginação popular, porém como sabemos as lendas

em muitos povos são "os livros na memória dos mais sábios" (RIBEIRO, 1980).

Devemos considerar ainda a diferença entre Mito e Lenda. Mito é o

personagem ao qual a lenda trata, pois a Lenda é a História sobre um determinado

Mito (LIMA, 1972).

1º momento:

Pedir que os alunos pesquisem diferentes lendas, apresentem para a

turma a lenda encontrada. Depois da apresentação, convidar os alunos para

analisarem se a narrativa que cada um trouxe é uma lenda; por que é ou não uma

lenda; qual faz parte da cultura brasileira, e qual não faz; o que apresentam de

verdade e o que apresentam de fantasia.

2º momento:

A professora levará os alunos no laboratório de informática onde eles

assistirão ao vídeo: A lenda gralha azul que pode ser encontrada neste endereço

eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=0Hy2ogiQfyw

Conversa dialogada: Onde se passa a lenda?

Onde ela vive?

Qual a vegetação que ela cuida?

Mostrar o mapa do Brasil, dando ênfase ao Paraná.

Pesquisa sobre a vegetação de araucárias.

3º momento:

Lenda do Negrinho do Pastoreio

O professor levará os alunos no laboratório de informática para que os

alunos assistam ao vídeo com a referida lenda.

Endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=Ydf-QwNXUug

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Questionamentos sobre a lenda assistida.

-Quem eram os personagens da história?

-O que vocês acharam da atitude do fazendeiro? Por quê?

-O que vocês sabem sobre os escravos?

-De onde os escravos vieram?

-Quais eram as condições de trabalhos dos escravos?

-Como eles viviam?

-Com o fazendeiro deveria agir com o menino? Por quê?

Discutir sobre a abolição, a escravidão e as conseqüências históricas

desta fase para a população brasileira afro-descendente.

Lançar questões sobre intolerância, xenofobia, preconceito,

discriminação e apartheid.

Lançar uma campanha sobre preconceito através de cartazes.

4º momento:

Lenda do NEGRO D’ AGUA

De acordo com Macedo (1956) apresenta-se como uma fusão de um

homem negro com peixe, gerando uma criatura anfíbia que habita o fundo das

águas, principalmente do rio São Francisco, de onde raramente sai. Alguns

barqueiros que o viram afirmam que Le possui pé de gente, mas muito grande.

Outros dizem que possui garras. Algumas vezes sai para tomar sol nas pedras de

regiões desertas na beira dos rios. Sua função é de amedrontar aqueles que

navegam pelas águas onde ele habita. Parte anzóis, furando redes de pesca e

pregando sustos nos barqueiros.

Muito forte, agarra-se á proa das embarcações e faz força para que

estas virem, muitas vezes afogando os que nela se encontram. Quando agarra as

embarcações faz com que elas parem de navega, empatando o seu rumo

(MACEDO, 1956).

Quem conseguir cortar as garras do Negro se tornará amigo dele

(MACEDO, 1956).

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No rio São Francisco, os barqueiros colocam carrancas na proa da sua

embarcação para afugentar o Negro D`Água. Dizem que as carrancas gritam

quando ele se aproxima, avisando os barqueiros para se prepararem e firmarem a

embarcação (MACEDO, 1956).

Após a leitura da lenda, feita pelo professor, ele explicará a importância

do Rio São Francisco para a Região Nordeste utilizando o mapa hidrográfico do

Brasil.

Os alunos pesquisarão onde é a nascente e a foz do Rio São

Francisco, quais estados ele atravessa, qual sua importância para a região nordeste.

Atividade 5: Conhecendo o Brasil

O professor explicará aos alunos, através do texto abaixo, sobre a

diversidade cultural.

A DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL

A globalização busca a mundialização do espaço geográfico, tentando

através das tecnologias e dos meios de comunicação construir uma sociedade

homogênea, aspectos locais continuam fortemente presente. A cultura é um desses

aspectos, várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições. Já

no Brasil, apresenta uma enorme dimensão territorial, formando uma imensa

diversidade cultural de seu povo (STRAZZACAPPA, 2003).

Os europeus, os indígenas e os africanos foram os pioneiros dessa

disseminação cultural no Brasil. Logo, após os imigrantes italianos, alemães, árabes,

japoneses, entre outros contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Assim,

culinária, danças, religião são elementos que integram a cultura de nossa nação

(AZEVEDO, 1994).

O Brasil está dividido em cinco grandes regiões que apresentam

diferentes particularidades culturais.

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REGIÃO NORDESTE: A cultura é representada através de festas como

o maracatu, frevo, carnaval, ciranda, reisado, cavalhada, capoeira e bumba meu

boi.Na culinária sobressai sarapatel, buchada de bode, peixes e frutos do mar, arroz

doce, bolo de fubá, broa de milho, pamonha, cocada, tapioca, bolo de massa de

mandioca, entre outros Artesanato e rendas estão presente na culinária nordestina

(AZEVEDO, 1994).

REGIÃO CENTRO-OESTE: A cultura é representada pelas

cavalhadas e procissão do fogaréu e o cururu. Os pratos principais são empadão

goiano, guariroba, galinhada com pequi, pamonha, angu, cural, peixes do pantanal

(AZEVEDO, 1994). A culinária e de origem indígena e incorpora forte influência

paulista e mineira (AZEVEDO, 1994).

REGIÃO NORTE: Fazem parte das representações culturais do norte

brasileiro as festas como, o círio de Nazaré, festival de parantins que é considerada

a maior festa do boi-bumba do país (AZEVEDO, 1994). Na culinária recebeu uma

grande herança indígena, pois está baseada na mandioca e em peixes. Se

destacam pratos como otacacá, picadinho de jacaré,pato no tucupi, pirarucu de

casaca, musssarela de búfula e outros. As frutas são cupuaçu, bacuri, açaí, graviola,

buruti e taperaba (AZEVEDO, 1994).

REGIÃO SUDESTE: Várias festas apresentam o cunho religioso festa

do divino, festejos de páscoa, e dos santos padroeiros com destaque para a

peregrinação a Aparecida em São Paulo, congada, cavalhada, bumba meu boi,

carnaval, peão de boiadeiro. Na culinária destacam queijo minas, pão de queijo,

feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão etc

(AZEVEDO, 1994).

REGIÃO SUL: Apresenta aspectos culturais dos imigrantes

portugueses, espanhóis e principalmente alemães e italianos. Algumas cidades

celebram as tradições dos antepassados em festas típicas como a festa da uva

(italiana) e a ortoberfest (cultura alemã) fandango (influência portuguesa) e outras

como pau de fita e congada. Na culinária estão presentes churrasco, chimarrão,

marreco assado, barreado, vinho. (AZEVEDO, 1994).

Após o trabalho com o texto dividir a turma em grupos, para que os

alunos completam a tabela abaixo.

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OBS: Como são inúmeras as contribuições de cada região, o grupo preencherá a

tabela com sugestões de sua preferência.

Atividade 6: Confecção de Quebra Cabeça

Distribuição de 5 retalhos de diferentes cores de EVA;

Fazer o Molde em folha fina das regiões brasileiras;

Transferir o desenho para o EVA, e recortar no moldes das

regiões.

Montagem e colagem das Regiões (Norte, Nordeste, Centro-

oeste, Sudeste e Sul), formando o mapa brasileiro;

Fazer legenda utilizando os retalhos de EVA;

Atividade 7: Brincando com mapas

No laboratório de informática, resolva o quebra cabeça,

montando o mapa do Brasil.

Regiões Manifestações. Folclóricas Culinária Artesanato

Norte

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

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Fonte: IBGE

Disponível em: < http://www.cambito.com.br/games/brasil.htm>. Acesso em: 20 jul. 2011.

Atividade 8: O que é? O que é?

ADIVINHAS

Além de levar as pessoas a desenvolver o raciocínio lógico, a

adivinhação é uma atividade que desenvolve o raciocínio e aumenta a agilidade

mental. Essa é uma atividade que pode ser trabalhada com crianças, adolescentes e

até adultos.

O professor proporá aos alunos que pesquisem em casa junto aos

seus familiares, em livros, na internet advinhas. Na sala de aula o aluno, um por vez,

colocará a adivinha pesquisada no quadro onde a turma toda copiará em um

caderninho formando uma coletânea onde terá a assinatura de cada participante.

Elaboração de quebra cabeça do mapa do BRASIL.

Confecção de livretos pelos alunos.

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AVALIAÇÂO

Tendo em vista que a avaliação não deve se limitar a ser apenas um

instrumento de quantificação que se aplica no final do bimestre, mas sim constituir

um recurso para acompanhar o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem

ela deve ser contínua, cumulativa e formativa sendo sempre diagnóstica

(STEFANELLO, 2009).

O professor poderá realizá-la da seguinte forma:

Compreender os fatores e elementos que compõem o folclore.

Produzir uma lenda criando um personagem fictício para o seu

próprio município.

Relacionar a vivência da família com as atividades folclóricas

(brincadeiras, danças, brinquedos, ditados populares, festas

religiosas.)

Identificar a diversidade cultural de acordo com as regiões

brasileiras.

A avaliação será efetivada através da participação espontânea na

realização de um evento onde todas as atividades desenvolvidas durante a

aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica serão apresentadas à comunidade

escolar.

Evento:

Desafios utilizando adivinhas, parlendas e outros;

Livretos confeccionados pelos alunos sobre as lendas;

Danças folclóricas representando cada região brasileira;

Brincadeiras de pular corda, amarelinha e cantigas de roda;

Degustação de um prato típico.

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REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Ricardo. Bazar do Folclore. São Paulo: Ática, 2001.

BRANDÃO, C. R. O que é Folclore. 7ª ed., editora brasiliense. São Paulo 1982. CASCUDO, L. C. Dicionário do Folclore Brasileiro. 4ªed., Melhoramentos. São Paulo, 1979.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio, Record, São Paulo, 1996.

LIMA, R. T. Abecê do Folclore. 5ª ed. Editora Ricordi. São Paulo, 1972.

MACEDO, J. A. "O caboclo-d'água". Folha de Minas. Belo Horizonte, 1956

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 126p. RIBEIRO, M. L. B. Biblioteca Educação é Cultura. Editora Ministério da Educação e Cultura. Rio de Janeiro, vol. 4, 1980. STAFANELLO, A. Percepção de riscos naturais. Um estudo dos balneários turísticos Caiobá e Flamingo em Matinhos – PR. 2006. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006.

STRAZZACAPPA, V. C. M. Globalização: o que é isso, afinal? São Paulo: Moderna, 2003.

ZANINI, Ermelinda Azevedo Paz. Música Folclórica e Educação. In: Anais do XI Congresso Brasileiro de Folclore. Porto Alegre, 2000. p. 161-168.

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