Paraty 93
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Transcript of Paraty 93
Revista editada a partir dos trabalhos do Estudo do Meio feitos
pelos alunos da Turma 93, sob orientação dos professores,
Ana Claudia Queiroga de Faria
Ana Maria de Matos Guidi
Bruna Kar Roscigno Pinto
Bruna Neves Leite
Carolina Maria Helene
Flavia Rocco Mendeleh
Giuliana Caram
Giulianno Occulati Diogo
Gustavo Gomes Calia
Heitor Pilotto Rodrigues Alves
Heloisa Pinheiro de Castro Simão
Isabella Santoro Mesquita
João Pedro da Cunha Hallite
João Victor Ji Young Suh
Julia Duprat Ruggeri
Lucas Eduardo Zoubaref de Amorim
Lucas Henrique Mesquita
Luis Felipe de Oliveira Carneiro
Luiz Antônio Castro Custódio
Manuela Lee Nogueira
Marina Quaglio Oinegue Fulfaro
Mateus Cesario da Costa
Nicolai Todinov Panzenella
Pedro Sirota Palma
Rafael Bregola Cardoso Pinto
Seong Deok Heo
Thiago Canguçú Ferreira Lima
Victor Lorigados Soriano Garcia
Yara Arnoni de Camargo
Ao leitor
O nono ano do colégio São Luís foi para a cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, em
uma viagem tanto de estudo quanto de formação. A cidade pretende se tornar
um patrimônio mundial, pois possui um centro cultural preservado que nos passa
conhecimento e formação.
O ouro e café escoados de Minas Gerais passavam por lá, tornando-a uma cidade
movimentada e importante. O local começou a atrair grandes contingentes
populacionais e, com isso, foi necessário criar igrejas, mercados, moradias e ruas.
Depois, a cidade teve vários ciclos econômicos. O do ouro, o da cana-de-açúcar
(ou cachaça), o do café e, atualmente, o do turismo.
Além de nos passar
conhecimento e ser uma
bela cidade, há também o
cuidado com o ambiente.
A cidade é cercada de
mata, e o mar não é
poluído. Até o caminho
do ouro foi preservado. O
Saco do Mamanguá é
lindo e com a fauna e
flora quase intactas.
Próximo à cidade, foram construídas as usinas nucleares de Angra I e II, e,
futuramente, será construída Angra III. As fontes de energia nuclear do país. A
energia é limpa, pois a radiação é contida e armazenada dentro do próprio local.
A fauna e flora são minimamente danificadas e a energia gerada sustenta
aproximadamente 50% do estado do Rio de Janeiro. Há assuntos polêmicos sobre
a usina, porém já foi comprovado que os riscos são mínimos.
A viagem e o conhecimento adquiridos lá jamais serão esquecidos por nós. Além
de ter sido para estudo, a viagem foi cheia de diversão, novas amizades e maior
integração entre as turmas. Infelizmente foi, para muitos, uma despedida.
A história de Paraty
Beneficiada por um litoral recortado e de águas tranqüilas, pela fartura de água
potável e pela riqueza da fauna e flora, a População indígena, oriunda de tribos
goianás, apresentava-se numerosa na região de Paraty. Esse fato motivou, desde a
primeira metade do século XVI, incursões dos colonos do núcleo de São Vicente em
busca de indígenas para escravizar na lavoura de cana.
De fato, o homem branco não tinha somente o objetivo de buscar gentios para o
trabalho na lavoura, mas também lhe interessava a região, na medida em que
constituíase de caminho que ligava São Paulo e Rio de Janeiro com as Minas Gerais,
quando a Serra do Mar era praticamente um obstáculo intransponível. Foi Martim
Corrêa de Sá quem, em 1597, formou uma expedição utilizando-se de caminho por
terra e mar, passando por Paraty, e alcançou a região das minas. Um século mais
tarde, numerosos colonos já habitavam às margens deste caminho.
Entretanto, os primeiros colonos foram arregimentados pelo Capitão-Mor João
Pimenta de Carvalho, que se fixaram num local denominado São Roque,
posteriormente "Vila Velha". O contato com indígenas foi importante no conhecimento
de trilhas por eles abertas entre o litoral e o planalto, destacando-se a que atingia
Guaratinguetá, através da localidade de Cunha. Dessa forma, achou-se por bem
transferir o povoado para local mais próprio, estabelecendo-se, assim, às margens do
Rio Perequê-Açu, um pequeno núcleo em terras doadas por D. Maria Jácome de
Mello, onde foi erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora dos Remédios,
que deu origem à atual Paraty que, na língua tupi, significa "peixe de rio" ou "viveiro de
peixes".
O povoado mostrava-se próspero, o que levou à emancipação e à elevação à
categoria de vila, dada pela Carta Régia de 28 de fevereiro de 1667, assinada pelo rei
Afonso VI, com o nome de N.S. dos Remédios de Paratii.
O declínio da cana-de-açúcar e a busca do ouro fizeram com que se reintensificasse
a utilização das primitivas trilhas indígenas, principalmente as que partiam de Paraty.
Esta circunstância veio colocar a vila como intermediária de escoamento de boa
parte da produção de metais preciosos do planalto paulista e da região mineira.
A política portuguesa de não permitir a abertura de outros caminhos, para facilitar a
fiscalização da circulação de ouro, fortaleceu ainda mais a posição privilegiada de
Paraty, que teve sua condição de entreposto oficialmente reconhecida com o
estabelecimento, no sopé da serra, de uma casa de registro de ouro. Paraty passou a
constituir a única via de acesso aos planaltos paulista e mineiro, estabelecendo-se
intenso Comércio com a crescente demanda dos mineiros.
Próspera e muito rica, Paraty vem despertar a cobiça à pirataria, o que leva o
governo português a transferir o embarque do ouro para a cidade do Rio de Janeiro
por motivos de segurança. Com essa mudança, outra via de escoamento passou a ser
utilizada, o "Caminho Novo do Tinguá", o que levou declínio econômico para a região.
A substituição do ouro pelo café no século XIX teve, também em Paraty, importante
ponto de apoio, servindo este núcleo, em conjunto com Angra dos Reis, Mangaratiba,
Ubatuba e outros, de porto marítimo para escoamento da produção do Vale do
Paraíba.
O declínio da importância de Paraty ocorre no final do século XIX, com a melhoria da
infra-estrutura de transporte do planalto, passando o café a ser recolhido por via
férrea e diretamente conduzido para o Rio de Janeiro.
Apesar da abertura de rodovia em leito natural para as localidades paulistas de
Cunha e Guaratinguetá, em meados do século passado, Paraty somente veio a ser
redescoberta há poucas décadas, com a abertura da rodovia BR-101, a Rio-Santos, e
com a assinatura do Decreto 58.077, de 24 de março de 1966, pelo qual foi declarada
Monumento Histórico Nacional. Posteriormente, foi reconhecida pela UNESCO como
patrimônio cultural da humanidade.
Praticamente todo o território paratiense é objeto de Áreas de proteção ambiental.
Juntamente com Angra dos Reis, Paraty se caracteriza como uma das mais antigas
povoações do sul fluminense, tendo grande importância a indústria do turismo e de
veraneio.
Fonte: http://www.explorevale.com.br/costaverdecarioca/paraty/historia.htm
VÍDEO FILOSÓFICO
Nós, alunos da turma 93, fizemos um trabalho em vídeo
sobre as ideias de origem do universo dos filósofos Pré-
Socráticos.
Este trabalho não só detalhava suas ideias, mas também as
relacionava a Paraty.
O resultado pode ser conferido nos endereços:
http://bit.ly/atomos93
http://bit.ly/empedocles93
Nossa viagem no Google Earth
No trabalho de Geografia e Inglês, tivemos a tarefa de
mapear pontos que foram visitados em nosso estudo do meio, em
Paraty.
Cada ponto foi identificado, com legendas e fotos, no
Google Earth.
Acesse o endereço abaixo. Mande abrir ou salvar. Clique no
arquivo KMZ e será direcionado ao Google Earth.
http://bit.ly/turma93
Maçonaria em Parati
Perseguidos na Europa, os maçons começaram a chegar
ao Brasil no século XVIII, durante o ciclo do ouro. Muitos
se estabeleceram em Paraty, que na época era o ponto
intermediário entre a capital e as minas. Em 1833
fundaram na cidade a loja maçônica “União e Beleza”
(na esquina da rua do Comércio com a rua da Cadeia) e
muito influenciaram na arquitetura da cidade. O ano da
fundação coincidência ou não, é um número de elevada
importância para a Maçonaria que, segundo a
interpretação ortodoxa da Bíblia, seria a duração em
anos da vida de Cristo. Derivando desse número, o
triângulo é o símbolo maçom por excelência.
A influência da maçonaria pode ser notada em vários
detalhes da arquitetura da cidade. As casas do centro
histórico que ficam em esquinas possuem três cunhais de
pedra formando um triângulo imaginário. O centro
histórico de Paraty foi construído com 33 quarteirões. As
plantas das casas foram feitas na escala 1:33.33. E se na
Europa os símbolos maçons tinham que ser discreto por
causa das freqüentes perseguições, o mesmo não
acontecia em Paraty: os sobrados cujos proprietários
eram maçons possuem faixas repletas de desenhos
geométricos de linguagem maçônica.
Esses símbolos foram fotografados e explicados no
trabalho sobre simetria.
Fonte: http://www.paraty.tur.br/historia/maconaria.php
Nosso trabalho sobre simetria apresentava e
explicava, por meio de pequenos textos, os elementos
simétricos existentes em Paraty, graças à presença
maçônica no local, e na natureza do Saco do Mamanguá
e do Caminho do Ouro.
Humilde, mas expressivo
Um humilde trabalhador do bairro Ilha das Cobras (Paraty- RJ) que sustenta seus três
filhos e esposa através da coleta de lixo nas ruas, Mario Rosa, 67 anos, é praticante da religião
católica. Mesmo tendo cursado até a segunda série do Ensino Fundamental I, descreve
apropriadamente as condições da região em que vive.
Qual é a fonte de renda dos habitantes da cidade ou região?
Sobrevivemos através da pesca, do turismo no centro histórico e do artesanato voltado para os
turistas que visitam a cidade.
Quais são as principais dificuldades vividas pela população local?
Aqui na cidade, o custo da vida da população é muito alto, o governo não faz muitos investimentos na
área da saúde e do saneamento básico, causando um péssimo odor
Já pensou em deixar a cidade para tentar a sorte em outro local?
Nasci nesta cidade e pretendo continuar nela até minha morte.
O meio ambiente local é preservado? Você observa alguma ação do governo em relação a este
assunto?
Sim, o meio ambiente é preservado, mas principalmente pelo IBAMA, e não pelo governo. O prefeito
garante a preservação do patrimônio histórico e a limpeza das ruas, porém o governo não toma
atitudes em relação à enorme quantidade de cachorros na rua.
Imagem: http://www.tatiananardi.com/120mm_2008.html
Em Paraty, tivemos que tirar fotos com muito
colorido, e selecionar uma. A foto escolhida foi
pintada no estilo impressionista.
A experiência foi válida, pois tivemos também de
nos lembrar do estudo feito nos anos anteriores,
para misturar corretamente as cores primárias, que
eram as únicas que podiam ser usadas.
Trabalho da aluna Ana Cláudia Queiroga de Faria
Trabalho da aluna Isabella Santoro Mesquita
Saco do Mamanguá : paraíso entre Rio e SP
Entre Rio de Janeiro e São Paulo, um braço de mar surpreende avançando
continente adentro por 8 quilômetros. Cercado por montanhas cobertas de
Mata Atlântica, o Saco do Mamanguá, em Paraty, é o único lugar do Brasil
com formação similar à dos fiordes - depressões geológicas comuns nos países
escandinavos. Mesmo sem o branco sobre as montanhas, o nosso "fiorde
tropical" não fica devendo em exotismo e beleza, com uma incrível paisagem
de mar e montanhas, que engloba duas ilhas, 33 prainhas, dezenas de riachos
e um manguezal.
No Mamanguá, vivem tartarugas, peixes, cavalos marinhos e golfinhos. O
grande destaque, porém, só pode ser visto à noite, na completa ausência de
luz: os plânctons - minúsculos seres que compõem a base de nossa cadeia
alimentar - se movimentam aleatoriamente e, quando agitados, brilham como
vaga-lumes submersos, num espetáculo visto apenas em águas quentes de
locais extremamente preservados.
Tamanha integridade só existe graças ao esforço de ambientalistas e caiçaras
em impedir a devastação. A seguir, a entrevista com um morador da região.
(Fonte: http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo/interna/0,,OI3694847-EI14070,00.html)
Artesanato no Saco do Mamanguá
Após uma aula de como fazer um barquinho de madeira, o artesão Almer Rezende, 46, cedeu-nos uma entrevista na beira do mar, em um lugar paradisíaco: O Saco do Mamanguá.
- Conte-nos um pouco de sua vida
- O meu nome é Almer Rezende Ricardo, tenho 46 anos e sou sem escolaridade. Tenho fé em Deus, e tive meu quinto filho com a minha namorada.
- Como sobrevive economicamente?
- Eu ganho meu sustento através do artesanato que vendo na região, e da pesca, que vendo para mercados.
- Quais as principais dificuldades da população local?
- A principal dificuldade do Saco do Mamanguá é a falta de locomoção, que só é feita por barco, não tem asfalto. Outra dificuldade é a falta de saneamento e de energia elétrica.
- O meio ambiente é preservado? Existe alguma ação do governo para preservá-la?
- É muito bem preservado. O governo do Rio manda um helicóptero para fiscalizar a Mata Atlântica, impedindo o desmatamento.
- Pensa em deixar a cidade para tentar a sorte em outro lugar?
- Sim, já até tentei morar no centro para tentar uma vida melhor, um outro emprego que dê mais dinheiro.
Os Males da Energia Nuclear
A energia nuclear atualmente é a forma mais cara, além de ser a mais
arriscada em fatores ambientais. Este tipo de energia coloca a vida de vários em
risco.
A construção de uma usina nuclear tem custos altíssimos, devido à grande
tecnologia nela implantada, além de grandes investimentos no enriquecimento
de urânio, que não é uma substância infinita. Outro fator determinante para a
não utilização deste recurso é o lixo nuclear que ele produz: atualmente, não
existe nenhuma tecnologia ou destino seguro para este lixo, que é armazenado e
destinado à mata, fundos de oceano ou até, em alguns casos, dentro de vulcões
extintos, podendo atingir o ecossistema e seus habitantes. Embora existam
pesquisas e investimento em tecnologias para reutilização e reciclagem do
urânio, estas ainda não se concretizaram.
Além do mais, com a utilização da energia nuclear, nós corremos o risco
de um vazamento de urânio, gerando um acidente nuclear, como foi em
Chernobyl, na Ucrânia, onde, em 1986, por descuido de funcionários, houve
uma explosão, liberando uma quantidade enorme de material radioativo,
colocando milhares de vidas em risco. Para se ter uma ideia desta catástrofe, a
quantidade radioativa liberada foi maior do que as bombas nucleares que
atingiram Hiroshima e Nagasaki no Japão, na época da segunda guerra mundial.
Embora existam grande investimentos em segurança na usinas, estas não são
100% confiáveis. Não queremos um acidente nuclear no Brasil! Para isto, basta
recorrer a outro tipo de energia mais confiável.
De acordo com o socioambientalista David Fig, a energia nuclear significa
produção centralizada, o que é agravante, pois caso algum imprevisto ocorra,
milhares de consumidores ficarão sem energia.
Portanto, não devemos buscar a utilização da energia nuclear, e sim o
investimento em outras fontes renováveis, o que não é o caso desse tipo de
energia, já que seu combustível é finito.
Lucas Eduardo Zoubaref de Amorim
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.”
Cora Coralina