Parceria CAPPE Universidade Estácio de Sá 2013 - 2014

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V SEMINÁRIO DE PESQUISA E I JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESA- 2013 Titulo: Privação cultural: interferências no desenvolvimento cognitivo. Participantes: Andréa Goldani (docente), Carla Andréa da Rosa (discente), Stella Pereira (discente) e Michele Del Fava Carvalho (discente). Resumo Como responsável pela disciplina de Psicodiagnóstico nesta unidade de ensino há 13 anos, vimos acompanhando inúmeros casos que chegam ao Serviço de Psicologia Aplicada encaminhados pelas escolas municipais, estaduais e privadas da região. Nove entre dez sujeitos que chegam, trazem queixas associadas à dificuldades de acompanhar os conteúdos escolares, desatenção, agitação, agressividade, impulsividade dentre outras. Mas o fato é que a maior queixa diz respeito à incapacidade para aprender. Nosso desafio é entender o porquê disto, em alguns casos detectamos transtornos de aprendizagem, tais como transtorno de linguagem, transtorno nas habilidades matemáticas, transtorno de atenção e de memória; porém existem outros que não se encaixam nestas ou em alguma categoria conhecida. São identificados por Reuven Feuerstein como privados culturais e privação cultural é a impossibilidade vivenciada pelos sujeitos de interação com aspectos da sua cultura. A partir do contato com retornados dos campos de concentração, vítimas do holocausto, o referido Autor pôde perceber que estas pessoas apresentavam déficit cognitivo e todos tinham em comum o fato de terem ficado privados das suas culturas, distantes dos seus familiares, dos hábitos e das atitudes relativos aos seus grupos sociais. A síndrome da privação cultural é o estado de reduzida modificabilidade cognitiva de um sujeito em resposta à exposição direta às fontes de informação (Feuerstein et al, 2006).

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V SEMINÁRIO DE PESQUISA E I JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

DA UNESA- 2013

Titulo:

Privação cultural: interferências no desenvolvimento cognitivo.

Participantes:

Andréa Goldani (docente), Carla Andréa da Rosa (discente), Stella Pereira (discente) e

Michele Del Fava Carvalho (discente).

Resumo

Como responsável pela disciplina de Psicodiagnóstico nesta unidade de ensino há 13

anos, vimos acompanhando inúmeros casos que chegam ao Serviço de Psicologia

Aplicada encaminhados pelas escolas municipais, estaduais e privadas da região. Nove

entre dez sujeitos que chegam, trazem queixas associadas à dificuldades de acompanhar

os conteúdos escolares, desatenção, agitação, agressividade, impulsividade dentre

outras. Mas o fato é que a maior queixa diz respeito à incapacidade para aprender.

Nosso desafio é entender o porquê disto, em alguns casos detectamos transtornos de

aprendizagem, tais como transtorno de linguagem, transtorno nas habilidades

matemáticas, transtorno de atenção e de memória; porém existem outros que não se

encaixam nestas ou em alguma categoria conhecida.

São identificados por Reuven Feuerstein como privados culturais e privação cultural é a

impossibilidade vivenciada pelos sujeitos de interação com aspectos da sua cultura.

A partir do contato com retornados dos campos de concentração, vítimas do holocausto,

o referido Autor pôde perceber que estas pessoas apresentavam déficit cognitivo e todos

tinham em comum o fato de terem ficado privados das suas culturas, distantes dos seus

familiares, dos hábitos e das atitudes relativos aos seus grupos sociais.

A síndrome da privação cultural é o estado de reduzida modificabilidade cognitiva de

um sujeito em resposta à exposição direta às fontes de informação (Feuerstein et al,

2006).

Como auxiliar estes sujeitos a progredirem na sua vida escolar? Como auxilia-los no

aprimoramento das suas capacidades cognitivas?

Estudar o tema privação cultural e sua interferência no desenvolvimento cognitivo e

pensar em instrumentos e métodos para supressão da mesma nos sujeitos, pode indicar

um caminho consistente na reversão desses casos.

Sendo assim a projeto de pesquisa Privação cultural: interferências no desenvolvimento

cognitivo, teve como objetivos iniciais, identificar os psicodiagnósticos referentes a

privados culturais, na sequencia, elaborar programa de desenvolvimento cognitivo para

privados culturais, a fim de reduzir os problemas de aprendizagem; capacitar os

docentes das unidades escolares onde o projeto teve inicio, com a metodologia da

mediação (experiência de aprendizagem mediada) a fim de aumentar a eficácia do

programa de desenvolvimento cognitivo e finalmente avaliar as funções cognitivas e

operações mentais dos alunos antes e depois da intervenção com o programa de

desenvolvimento cognitivo para verificar a validade do mesmo.

Para tal vimos utilizando a seguinte metodologia, seleção dos psicodiagnósticos feitos

no SPA nos últimos três anos separando aqueles nos quais foi identificada privação

cultural, elaboração do programa de desenvolvimento cognitivo a partir de estudos

sobre outros programas já existentes e a elaboração da metodologia de uso do mesmo.

Os docentes e equipe técnico-pedagógica das escolas onde o projeto teve início têm sido

capacitados com a metodologia da mediação e orientados de como utilizá-la. O pré-teste

tem sido feito com os alunos que participarão do programa de desenvolvimento e com

aqueles que não participarão, com instrumentos psicológicos (ATENÇÃO, MEMÓRIA,

NÍVEL INTELECTUAL E LINGUAGEM). Posteriormente a intervenção com o

programa de desenvolvimento será feita a pós-avaliação a fim de confirmar ou não a

validade do mesmo a partir da comparação de resultados inter e intragrupos.

Os resultados observados até o momento são que dos 70 (setenta) psicodiagnósticos

consultados, 29 (vinte e nove) representavam crianças com dificuldades de

aprendizagem e 16 (dezesseis) com problemas de aprendizagem ocasionados por

privação cultural.

Na capacitação de 10 docentes e 4 técnicos, observou-se grande interesse na proposta

metodológica onde vários questionamentos foram feitos assim como a solicitação da

continuidade do trabalho.

No que se refere à elaboração do programa foi possível selecionar aproximadamente 50

atividades que foram descritas em seus objetivos, funções e operações que pretendem

desenvolver, assim como, sugestões de possíveis desdobramentos a partir das mesmas.

A pré-avaliação vem sendo feita em duas escolas, com 10 alunos em cada uma. Foram

divididos em grupo controle e grupo experimental. Somente os do grupo experimental

passarão pela intervenção com o programa de desenvolvimento cognitivo, porém todos

serão avaliados no início e no final, dessa forma poder-se-á avaliar os resultados

intergrupos e intragrupos também.

Podemos concluir que até o momento o projeto vem transcorrendo dentro do esperado e

acreditamos que em breve teremos a nossa hipótese inicial, que em casos de privação

cultural pode-se desenvolver o potencial cognitivo a partir de programas específicos,

comprovada.

Andréa Goldani

Coordenadora do SPA-UNESA

PARCERIA 2013

SPA / PSICOLOGIA / UNESA – NOVA FRIBURGO & CAPPE

PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA

PSICODIAGÓSTICO

Tema: Desenvolvimento cognitivo.

Participantes:

Supervisora do SPA, professora Andréa Goldani, discentes do curso de Psicologia da

referida Instituição e Coordenadora do CAPPE, psicóloga Kelly da Guia Fernandes

Moreira.

Atribuição do CAPPE: Estabelecer parcerias com Universidades e Centros de

pesquisa que atendam as necessidades da equipe.

Resumo

Como idealizadora-fundadora e coordenadora do CAPPE / SME / Duas Barras,

venho acompanhando junto às equipes, com muita inquietude, o quantitativo de casos

de alunos com “dificuldades de aprendizagem” que chegam aos consultórios

encaminhados pelas unidades escolares.

O CAPPE, nestes 13 anos de trabalho, através das visitas às escolas, dos

atendimentos realizados ou das palestras desenvolvidas, conheceu a complexidade das

relações ensino-aprendizagem da rede municipal de educação, em seus mais diferentes

aspectos: seja através da política educacional, das organizações institucionais, da

formação de professores, das histórias individuais e profissionais, das relações

estabelecidas entre escola e pais e destes com a escola, ou através da relação face a face

dentro da sala de aula, porém, sobretudo, através do grande número de casos que

chegaram aos consultórios encaminhados pelas escolas municipais trazendo queixas

associadas à incapacidade para aprender.

E o que se sabe hoje a respeito das dificuldades de aprendizagem apresentadas

pelos alunos da Rede Municipal de Ensino de Duas Barras?

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

O CAPPE acredita que a construção da história escolar deve levar em conta a

complexidade dos interlocutores e dos fenômenos que coexistem, ou seja, a instituição,

o professor, a família e o aluno. Porém, a experiência mostrou que, em algumas

situações, a dificuldade apresentada pela criança se desloca dos problemas de

escolarização para os problemas de aprendizagem propriamente ditos e, como Alícia

Fernandez bem coloca (A Inteligência Aprisionada, 1990) quando o fracasso escolar se

instala, profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos) devem

intervir, ajudando através de indicações adequadas.

Assim, considerando que em alguns casos foram são realmente detectados

transtornos de aprendizagem - tais como transtorno de linguagem, transtorno nas

habilidades matemáticas, transtorno de atenção e de memória, além de prejuízos na

capacidade cognitiva - a intenção do CAPPE de buscar a parceria com o SPA, através

da realização do PSICODIAGNÓSTICO, configura-se como mais uma estratégia para

subsidiar este grupo de alunos para que consigam progredir em sua vida escolar.

Para que possamos alcançar o objetivo pretendido - o aprimoramento das

capacidades cognitivas dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem - o

CAPPE, através da parceria com O PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, traçou

as seguintes metas:

1) Buscar nos resultados obtidos a partir dos psicodiagnósticos novas

possibilidades de intervenção sobre esses casos;

2) A partir dos resultados encontrados propor programas de desenvolvimento

cognitivo para este grupo específico de crianças contribuindo para a redução dos

problemas de aprendizagem,

3) Capacitar os docentes das unidades escolares a fim de orientá-los sobre

dificuldades de aprendizagem, de um modo geral.

4) Manter parceria com a equipe do SPA / UNESA para garantir que o trabalho

possa se estender a mais alunos da Rede Municipal de Ensino.

5) Solicitar à Coordenadora do PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

cursos de capacitação sobre estratégias de aplicação da metodologia da mediação

(experiência de aprendizagem mediada), através do CAPPE, para os professores da rede

municipal de ensino.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Andréa Goldani – Supervisora do SPA / Universidade Estácio de Sá – Nova Friburgo

Kelly Moreira – Coordenadora do CAPPE/Secretaria de Educação de Duas Barras

Fabíola Werly, Michele Del Fava, Thaís Quintão, Raphaela Procópio e Vanessa Pereira

(da esquerda para a direita): Estagiárias do SPA envolvidas no atendimento aos alunos

da Rede Municipal de Educação de Duas Barras e Kelly Moreira, Coordenadora do

CAPPE – Duas Barras.

Thaís Quintão – Entrevista com a mãe no SPA.

Fabíola Werly em entrevista no SPA.

Estagiárias e mães no SPA.

Mães aguardando a entrevista de anamnese após reunião de recepção com a supervisora

do SPA e equipe de estagiárias.

Mães aguardando a entrevista de anamnese após reunião de recepção com a supervisora

do SPA e equipe de estagiárias.

Fabíola Werly, Michele Del Fava, Thaís Quintão, Raphaela Procópio e Vanessa Pereira:

Estagiárias do SPA envolvidas no atendimento aos alunos da Rede Municipal de

Educação de Duas Barras.

O CAPPE agradece pela recepção respeitosa e acolhedora da equipe do SPA. Agradece,

de forma especial, à supervisora Andrea Goldani pela presteza com a qual atendeu à

demanda da Secretaria Municipal de Educação de Duas Barras.

Reconhece, ainda, a gentileza no atendimento prestado pela Carla na recepção do SPA,

e aproveita a oportunidade para agradecer, igualmente, à Coordenadora do SPA, a

psicóloga Angela Moreira Utchitel e ao Coordenador do Curso de Psicologia do

Campus Nova Friburgo, o psicólogo Raymundo Reis de Oliveira Neto.

Kelly da Guia Fernandes Moreira Psicóloga CRP 05/27897

Especialista em Educação Infantil - UCB

Especialista em Neurociências Aplicada à Aprendizagem – IPUB/UFRJ

Gestora em Educação Inclusiva - MEC

Coordenadora Geral do CAPPE-SME/Duas Barras/RJ