Parede molhada

download Parede molhada

of 27

Transcript of Parede molhada

  • TRANSFERNCIA DE CALOR

    EM PAREDE MOLHADA

    Jose Roberto Simes-Moreira

  • TRANSFERNCIA DE CALOR EM PAREDE

    MOLHADA - CONCEITO

    )(

    calor de ciatransfern

    TTAhQ sc )(

    massa de ciatransfern

    smv Ahm

    Problema central:

    Obteno dos coeficientes de transferncia de calor, hc e de massa, hm. Geralmente esses coeficientes dependem de: geometria de contato; rugosidade da

    superfcie, temperaturas envolvidas, velocidade relativa do fluido e da superfcie;

    direo do escoamento; propriedades termofsicas do fluido; entre outros.

    Qar mido, T

    A, Ts vm

    ar mido,

    A, s Filme de lquido

    Onde, A a rea de contato; ndices s e so usados para superfcie e ao longe.

  • TRANSFERNCIA DE CALOR EM PAREDE

    MOLHADA - ANALOGIA

    Em muitas situaes (escoamento externo forado sobre superfcie externa), tem-se

    onde as constantes A, a, b e c

    dependem do escoamento.

    Os coeficientes so geralmente obtidos via os nmeros adimensionais. Na

    conveco forada so eles:

    Pr)(Re

    calor de ciaTransfern

    ,fk

    LhNu c )(Re

    massa de ciaTransfern

    ,ScfD

    LhSh m

    Nu - nmero de Nusselt e Sh - nmero de Sherwood funes semelhantes

    Pr - nmero de Prandtl e Sc - nmero de Schmidt funes semelhantes

    Re - nmero de Reynolds

    )(Reh

    e ;Pr)(Re

    cb

    cb

    ScAaS

    AaNu

    a b c A Regime Geometria Observaes

    0,664 1/2 1/3 0 laminar superfcie plana 0,6 Pr 50

    1,128 1/2 1/2 0 laminar superfcie plana Pr 0,05

    0,037 4/5 1/3 23550turbulento

    (incio laminar)superfcie plana

    Pr 0,5 e

    5105 ReL 108

    Tabela de alguns valores das constantes

  • TRANSFERNCIA DE CALOR EM PAREDE

    MOLHADA - NMERO DE LEWIS

    Dividindo-se uma equao pela outra e aps alguma manipulao se obtm:

    LeSc

    Ch

    h c

    Pm

    c

    Pr

    1

    1

    O valor do nmero de Lewis para o ar mido nas condies ambientes vale

    aproximadamente 0,865. Ele aumenta ligeiramente com a temperatura. Define-

    se, tambm, a relao de Lewis, Rle por:

    Pm

    cLe

    Ch

    hR

    Assumindo o valor de c = 1/3 (ver tabela) e para os dados do ar mido nas

    condies ambientes, tem-se

    190,0865,0 32

    3

    11

    LeRLe

    Onde usual aproximar a relao de Lewis pela unidade.

  • POTENCIAL DE ENTALPIA - CONCEITO

    Ar mido T, ,,h

    superfcie Ts, s,,hs Filme lquido

    Q

    POTENCIAL DE ENTALPIA

    A transferncia simultnea de calor e massa depende da diferena

    da da entalpia do fluxo de ar mido ao longe e da entalpia do ar

    saturado temperatura da superfcie

    A expresso que rege o fenmeno dada por

    spu

    c hhC

    AhQ

    FENMENOS E OS POTENCIAIS

    QUE OS CONTROLAM

    Fenmeno potencial

    Transf. de calor Ts - T

    Transf. de massa s - Transf. de simultnea

    de calor e massa hs - h

  • POTENCIAL DE ENTALPIA - COMENTRIOS 1/3

    COMENTRIOS SOBRE O

    POTENCIAL DE ENTALPIA

    caso A

    Fluxo de calor total se d do ar

    para a gua pois h > hs

    Fluxo de calor sensvel se d do ar

    para a gua pois T > Ts

    Fluxo de calor latente se d do ar

    para a gua (condensao) pois w > ws

    w

    TBS

    sa w

    ws h

    hs

    Ts T

  • POTENCIAL DE ENTALPIA - COMENTRIOS 2/3

    COMENTRIOS SOBRE O

    POTENCIAL DE ENTALPIA

    caso B

    Fluxo de calor total se d do ar

    para a gua pois h > hs

    Fluxo de calor sensvel se d do ar

    para a gua pois T > Ts

    Fluxo de calor latente se d da

    gua

    para o ar (evaporao) pois ws > w

    w

    TBS

    s

    a w

    ws

    h

    hs

    Ts T

  • POTENCIAL DE ENTALPIA - COMENTRIOS 3/3

    COMENTRIOS SOBRE O

    POTENCIAL DE ENTALPIA

    caso C

    Fluxo de calor total se d da gua

    para o ar pois hs > h

    Fluxo de calor sensvel se d do ar

    para a gua pois T > Ts

    Fluxo de calor latente se d da

    gua

    para o ar (evaporao) pois ws > w

    Nota: perceba que se T < Ts todos os

    potenciais do fluxo de ar sero menores

    que os potenciais correspondentes do ar

    mido saturado junto a parede.

    Portanto, as transferncias de calor se

    daro da parede para o ar

    w

    TBS

    s

    a w

    ws

    h

    hs

    Ts T

  • LEI DA LINHA RETA

    LEI DA LINHA RETA

    Quando um fluxo de ar mido (estado inicial 1) circula em torno de

    uma parede mida (estado s), os estados sucessivos desse ar

    (2,3,4,)percorrem uma linha reta no diagrama psicromtrico.

    w

    TBS

    s

    1 2 3

    ....3

    3

    2

    2

    1

    1 consthhhhhhhh

    is

    is

    s

    s

    s

    s

    s

    s

    wwwwwwww

    i

  • EQUIPAMENTOS DE CONTATO INDIRETO

    gua gelada (por

    exemplo)

    ar mido

    w

    TBS

    entrada do

    ar midosada do

    ar mido

    Linha dos estados do ar mido

    saturado junto superfcie da

    serpentina (temperatura da

    serpentina)

  • TORRES DE RESFRIAMENTO

    APRESENTAO

    Vantagem

    Mais compactas se comparadas com

    trocadores de calor compactos

    Desvantagem

    Perda de gua por evaporao

    Tipos:

    (1) quanto ao escoamento: contra-corrente,

    fluxo cruzado e combinao

    dois tipos

    (2) quanto tiragem do ar: conveco

    natural ou conveco forada

    (3) podem ter material de enchimento

  • TORRES DE RESFRIAMENTO - OPERAO

  • TORRES DE RESFRIAMENTO DIAGRAMA FUNCIONAL

  • TORRES DE RESFRIAMENTO - NUT

    Torre de contra-corrente

    T

    T

    Fluxo de calor total recebido pelo ar:

    Q (1)

    Fluxo de calor total recebido pela gua:

    Q (2)

    Mas, (1) (2),

    cs

    pu

    L L L L L

    h dAh h

    C

    m dh m C dT

    2

    1 0

    logo

    , integrando, vem

    (3)L

    L

    cL L L s

    pu

    T A

    c cL LL

    s pu puT

    h dAm C dT h h

    C

    h dA h AC dTNUT m

    h h C C

    dhh

    m

    dTT

    a

    h

    m

    T

    a

    L

    L

    m

    T

    L

    LL

    m

    dTT

    Elemento de

    enchimento

    O valor da integral acima chamado NUT (nmero de unidades de transferncia). Esta

    grandeza aproximadamente constante para uma dada torre de resfriamento. Um valor

    elevado do NUT indica que a te4mperatura da agua de sada se aproxima da Temperatura de

    Bulbo mido (TBU) do ar de admisso.

  • TORRES DE RESFRIAMENTO DIAGRAMA DE ENTALPIA ESPECIFICA-TEMPERATURA PARA OS FLUXOS

    DE AR E AR SATURADO DENTRO DA TORRE

    En

    talp

    ia e

    speci

    fica

  • TORRES DE RESFRIAMENTO NUT (INTEGRAO DISCRETA)

    Usa o mtodo de Simpson.

    Discretizar a funo integral (3). Torre subdividida em sees menores de reas

    de contato. Assim, a eq. (3) pode ser escrita como:

    Supe-se que a torre seja preenchida uniformemente de forma que, a rea de

    contato ar-gua seja a mesma para cada seo.

    O fluxo de calor sensvel o responsvel pelo o aumento (ou diminuio) da

    temperatura de bulbo seco do ar, ou seja:

    .

    .(5)s a puQ m C dT

    Calor especifico a presso constante do ar mido Massa de ar seco

    1

    (4)cL L L is pum

    hm C T A

    h h C

    rea de contato

    Significa que deve se tomar as medias das entalpias especificas entre as sees adjacentes

    Coeficiente de transferncia de calor

    Entalpia de Ar saturado

    Entalpia especifica da corrente de ar

  • TORRES DE RESFRIAMENTO NUT (INTEGRAO DISCRETA-CONT.)

    Pela definio de transferncia simultnea de calor e

    massa (vista anteriormente), tem que,

    Juntando (7) e (5),

    No contexto, a temperatura do ar saturado, Ts, foi

    substituda pela temperatura da gua, TL, pois

    ambas so admitidas iguais como hiptese.

    Discretizando esta equao para uma seo n, genrica, tem-se

    .

    ( ).(7)s c sQ h dA T T Coeficiente de transferncia de calor

    ( ).(8)a pu c i Lm C T h A T T

    ( ) ( 1) ( ) ( 1)( 1) ( ) .(8)2 2

    L n L n n n

    a pu n n c i

    T T T Tm C T T h A

  • TORRES DE RESFRIAMENTO NUT (INTEGRAO DISCRETA-CONT. 1)

    Manipulando a expresso,

    O NUT aproximadamente constante para uma torres de resfriamento como j mencionado. Ele depende da geometria e das caractersticas do escoamento do ar e da gua. A rea de contato ar-gua inclui tambm a rea superficial das gotas de gua as quais, por sua vez, so admitidas como tendo temperatura uniforme em cada seo durante o processo.

    Um valor elevado do NUT indica que a temperatura da gua de sada est prxima da temperatura de bulbo mido (TBU) da gua de admisso.

    ( ) ( ) ( 1) ( )

    ( 1)

    ( ) ( 1) ( ) ( 1)

    ( / 2 )*( ).(9)

    1 ( / 2 )

    .(10)

    2 2

    ,

    .(11)

    n i a L n L n n

    n

    i a

    c i L L Li

    s n s n n npu

    c ci i

    pu pu

    T N m T T TT

    N m

    h A m C TN

    h h h hC

    Assim

    h h ANUT N A

    C C

    BiasiRetngulo

  • TORRES DE RESFRIAMENTO NUT (INTEGRAO ANALTICA)

    Precisa-se estabelecer relaes funcionais entre a entalpia especifica do ar mido

    saturado, hs, e da entalpia especifica da corrente de ar, h, como funo da

    temperatura da gua, TL.

    A seguinte curva foi ajustada (pelo mtodo dos mnimos quadrados) para o ar

    saturado na faixa de temperatura indicada:

    Por outro lado, a equao da entalpia especifica do ar pode ser obtida a partir de,

    Integrando,

    2

    0 1 2

    0

    1

    2

    (20 40 ).(12)

    35,437

    0,973

    0,104

    s L L Lh a a T a T T C

    a

    a

    a

    .(13)L LL a

    mdhC CTE

    dT m

    1 2( ).(14)L

    L L L

    a

    mh h C T T

    m

    Entalpia especifica da corrente de ar na entrada Temperatura da gua na seo de sada.

  • TORRES DE RESFRIAMENTO NUT (INTEGRAO ANALTICA. CONT.)

    Substituindo em (3),

    Integrando,

    2

    1 0 2

    0 1 2 1 2

    2

    2 2 2 0 1 2 10

    2

    2 0 1 2

    1 2 2

    ( )

    NUT= (15)( ) ( )

    Mas,

    2

    L

    L

    T A

    L LL L L L

    sT LL L L L L

    a

    A

    LL L

    L L L L L L

    s L L

    L LL

    a

    dT dTNUT m C m C

    h h ma a T a T h C T T

    m

    dTm C

    a T T k T T a a T a T h

    h a a T a T

    m Ck a a T

    m

    2

    2 2 2 1 `2

    22 1 1 22 2 1

    ( ) 4 ( )2

    2( ) ( )4 ( )

    L L sL L

    s L Ls

    T T a h h km CNUT arctg

    h h k T Ta h h k

  • TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO

    Calcule o NUT (mtodos descritos anteriormente) de uma torre de resfriamento

    cujo ensaio indicou os seguintes dados:

    gua:

    Vazo mssica: 20kg/s; Temperatura bulbo seco na entrada (TBSe): 35C;

    Temperatura bulbo seco na sada (TBSe): 28C;

    Ar:

    Vazo massica: 18kg/s; Temperatura bulbo seco na entrada (TBSe): 26C;

    midade relativa: 60%, presso normal.

    Dados:

    4,19 / .

    20 /

    18 /

    L

    L

    a

    C KJ Kg C

    m Kg s

    m Kg s

  • TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO MTODO DE INTEGRAO DISCRETA

    A essncia do mtodo consiste em dividir a torre em um

    certo numero de sees. No exemplo, 7 um nmero bom,

    pois pode-se admitir que a queda de temperatura media

    da agua de uma seo para outra de 1 C.

    Os clculos se iniciam a partir da seo mais inferior e

    progridem para a ltima camada. Dessa forma, o

    acrscimo da entalpia especifica media do ar de uma

    seo para outra ser:

    A fig. ao lado indica a numerao das sees e dos nveis.

    Por exemplo, a seo 12 est localizada entres os nveis 1

    e 2. A temperatura da gua nos nveis 7 (entrada) e 0

    (sada) so conhecidas. Os clculos se daro do nvel 0

    para o maior nvel.

    LL

    a

    mh C T

    m

    ( 1) ( )

    1

    20*4,19*1 4,66 /

    18n n

    T C

    h h h KJ Kg

  • Nvel 0.

    Entalpia especifica de ar nas condies de entrada (TBS=26C, = 60% ) do programa de psicrometria, tem-se.

    Entalpia especifica do ar na saturao temperatura da gua aquecida na sada,

    Nvel 1.

    Entalpia especifica do ar:

    Entalpia especifica do ar na saturao temperatura da gua aquecida na sada:

    Os clculos prosseguem de forma anloga para os demais nveis da torre at a sada.

    TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO MTODO DE INTEGRAO DISCRETA. CONT. 1

    (0) 58,34 /h KJ Kg

    (0) 89,74 /sh KJ Kg

    (1) (0) (58,34 4,66) / 63,04 /h h h KJ Kg KJ Kg

    (0) 89,74 /sh KJ Kg

  • O passo seguinte constitui o clculo das entalias especificas mdias das sees com o objetivo de calcular os NUT individuais, como dado pela Eqs. (10), (11).

    Seo 01.

    Entalpia especifica mdia do ar:

    Entalpia especifica mdia do ar na saturao temperatura da gua aquecida:

    Assim, o NUT da seo 01 ,

    Os clculos prosseguem de forma anloga para as demais sees da torre at a sada. Os resultados so apresentados na prxima tabela:

    Por tanto, o NUT dessa torre vale (Eq.4)

    TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO MTODO DE INTEGRAO DISCRETA. CONT. 2

    (01) (0) (1)( ) / 2 60,71 /h h h KJ Kg

    (01) (0) (01)( ) / 2 92,19 /s s sh h h KJ Kg

    20*4,19*1*0,20842 /NUT Kg s

  • TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO MTODO DE INTEGRAO DISCRETA. CONT.3

    Diagrama de blocos para se estimar a temperatura de sada da gua de uma

    torres de resfriamento de contra-corrente.

  • Clculo de k:

    Clculo do NUT

    TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO MTODO DE INTEGRAO ANALTICA

    1 2 2

    2 2

    2 2 1

    2

    20*4,190,973 2*0,104*28

    18

    0,1954

    4 ( ) : 4*0,104*(89,7 58,4) (0,1954) 3,603

    L LL

    a

    s

    m Ck a a T

    m

    k

    k

    a h h k

    2

    2 2 2 1 `2

    22 1 1 22 2 1

    ( ) 4 ( )2

    2( ) ( )4 ( )

    2*20*4,19 (35 28)*3,603

    3,603 2*(89,7 58,4) 0,1954(35 28)

    17,47 /

    L L sL L

    s L Ls

    T T a h h km CNUT arctg

    h h k T Ta h h k

    NUT arctg

    NUT Kg s

  • O mtodo analtico tambm permite se estimar a temperatura da gua na sada

    para condies diferentes das de ensaio ou fornecida pelo fabricante.

    TORRES DE RESFRIAMENTO EXEMPLO MTODO DE INTEGRAO ANALTICA. CONT.

    O mtodo analtico tambm permite se

    estimar a temperatura da gua na sada

    para condies diferentes das de ensaio ou

    fornecida pelo fabricante.

    O desempenho trmico das torres depende

    sobretudo da temperatura de bulbo mido

    do ar atmosfrico. costume definir o

    rebaixamento total da temperatura da

    gua por faixa de temperatura.

    A diferena entre a temperatura da gua

    que deixa a torre e a temperatura de bulbo

    mido do ar que entra na torre definida

    por aproximao de temperatura.

    Estados termodinmicos do ar mido atravs de uma torre de resfriamento de contra corrente no diagrama psicromtrico.