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    O Insiuo Socioambina (ISA) uma associao sem ns lucrativos, qualicadacomo Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico (Oscip), fundada em 22 deabril de 1994, por pessoas com formao e experincia marcante na luta por direitossociais e ambientais. Tem como objetivo defender bens e direitos sociais, coletivose difusos, relativos ao meio ambiente, ao patrimnio cultural, aos direitos humanose dos povos. O ISA produz estudos e pesquisas, implanta projetos e programas que

    promovam a sustentabilidade socioambiental, valorizando a diversidade cultural ebiolgica do pas.

    Para saber mais sobre o ISA consulte www.socioambina.or

    Conso Diror: Neide Esterci (presidente), Marina da Silva Kahn (vice-presidente),Adriana Ramos, Carlos Frederico Mars e Srgio Mauro Santos Filho

    Scrrio cuivo: Srgio Mauro Santos Filho

    Scrrio cuivo adjuno: Enrique Svirsky

    Apoio insiuciona

    Icco Organizao Intereclesistica paraCooperao ao Desenvolvimento

    NCA Ajuda da Igreja da Noruega

    Prorama Mananciais da Rio Mropoiana d So Pauo

    A rea de atuao do Pgm Mcii d rgi Mtplit d s Pl,do Instituto Socioambiental, so os mananciais Guarapiranga, Billings e sistemaCantareira que vm sofrendo processo acentuado de degradao ambiental

    com expanso urbana desordenada. Aes de monitoramento socioambientalparticipativo esto sendo implementadas com a produo e atualizao dediagnsticos de cada manancial, colocando disposio do pblico um conjuntode informaes para a promoo de polticas pblicas especcas. O ProgramaMananciais tambm promove a Cmph D olh Mcii (www.mcii.g.), uma campanha de esclarecimento sobre a situao das fontesde gua que abastecem as grandes cidades, comeando por So Paulo, e demobilizao para promover o uso racional da gua. A mobilizao pretende mostrarque a ameaa de escassez de gua nas grandes cidades tem relao direta compoluio e desperdcio.

    ISA So Pauo (sd)Av. Higienpolis, 90101238-001So Paulo SP Brasiltel: (11) 3515-8900fax: (11) [email protected]

    ISA BrasiaSCLN 210, bloco C, sala 11270862-530Braslia DF Brasiltel: (61) 3035-5114fax: (61) [email protected]

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    PAVSAmbientes Verdes

    e Saudveis

    So Paulo, outubro de 2008.

    Oraniao

    Marussia WhatelyPaula Freire Santoro

    Brbara Carvalho GonalvesAna Maria Gonzatto

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    Parus urbanos municipais d So PauoSubsdios para a gesto

    OraniadorasMarussia Whately

    Paula Freire SantoroBrbara Carvalho GonalvesAna Maria Gonzatto

    Rviso d oArminda Jardim

    Projo rco dioraoAna Cristina Silveira

    Projo Ambins Vrds Saudvis:Consruindo Poicas Pbicas Inradas na Cidad d So Pauo

    Pgm d n uid p Mi amit (PnuMa)scti Micipl d Vd Mi amit (sVMa)Ititt scimitl (Isa)

    eip Isa vlvid t pjt:

    Cd gl: Marussia Whately. Cd tcic: Paula Freire Santoro. eip tcicPgm Mcii: Ana Cristina Silveira, Ana Gonzatto, Andr Pavo, Arminda Jardim, BrunoWeis, Cesar Pegoraro, Danny Rivian C. Souza, Fernanda Blauth Bajesteiro, Leo Ramos Malagoli, Lilia

    Toledo Diniz, Luciana Nicolau Ferrara e Brbara Carvalho Gonalves (estagiria); colaboradores:Marcelo Cardoso e Pilar Cunha. eip tcic Lti d Gpcmt: CceroCardoso Augusto (coordenao), Alexandre Degan, Rose Rurico Sac e Telma Stephan Dias.

    eip W: Alex Piaz e Roberto Sei-iti Yamashiro. eip rc Hm admiit:Donizete Cordeiro de Souza, Fabio Massami Endo e Joo Paulo Santos Lima. eipDvlvimt Ititcil: Margareth Yayoi Nishiyama Guilherme.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    ndices para catlogo sistemtico:1. So Paulo : Cidade : Parques urbanos : Gesto ambiental urbana : Sociologia

    307.760981611

    Parques urbanos municipais de So Paulo : subsdios para a gesto / organizao Marussia Whately...[et al.]. -- So Paulo : Instituto Socioambiental, 2008.

    Outros organizadoras: Paula Freire Santoro, Brbara Carvalho Gonalves, Ana Maria Gonzatto

    Vrios patrocinadores.

    ISBN 978-85-85994-54-9

    1. Conservao da natureza 2. Ecologia urbana 3. Gesto ambiental 4. Meio ambiente - Preserva-o 5. Parques urbanos - So Paulo (SP) 6. Polticas pblicas 7. Proteo ambiental I. Whately, Marussia.II. Santoro, Paula Freire. III. Gonalves, Brbara Carvalho. IV. Gonzatto, Ana Maria.

    08-09645 CDD-307.760981611

    CapaFoto de Leonardo Galina (Guma)

    Iusrao p. 17Andrs Sandoval

    Apoio pubicaoProjeto Ambientes Verdes e Saudveis:Construindo Polticas Pblicas Integradasna Cidade de So Paulo / Programa dasNaes Unidas para o Meio Ambiente

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    Fica cnica Scraria do Vrd doMio Ambin do Municpio d So Pauo

    Prfiura d So PauoPrefeito Gilberto Kassab

    Scraria Municipa do Vrd do Mio AmbinSecretrio Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho

    Ch d Git/Dit ncil d PaVsHlio Neves

    DePaVeVagner Alcalar (diretor); Andrea Akissue deBarros; Anita Correia de Souza; Cyra Malta O. daCosta; Eduardo Panten; Elaine Pereira da Silva;Helena Maria de Campos Magozo; Norma

    Elizandra e Regina Ftima M. Fernandes

    admiitd d P:Ana Beatriz Bredariol (Adm. Parque Cordeiro);Ana Paula Souza (Parque Burle Marx); AndrCamilli Dias (Adm. Parque da Luz); ArgentinaCarlota M. Carmo Garcia (Adm. Parquedas guas); Ariela Bank Setti (Adm. ParquePrevidncia); Audrei Infantos Del Nero daCosta (Adm. Parque Shangril); Carlos EduardoFaleiros (Adm. Parque Lidia Natalizio Diogo);Clodoaldo Barnab Cajado (Adm. ParqueSanto Dias); Daniel Rodrigues Silva Fernandes

    Varela (Adm. Parque Independncia); EdgarOno Torre (Adm. Parque Tenente BrigadeiroFaria Lima); Emy Yoshimoto (Adm. Parque daAclimao); Erica Matsumoto Souza (Adm.Parque Jd. Sapopemba); Fbio Biazoto ( Adm.Parque Chico Mendes); Fbio Mendona

    Tondi (Adm. Parque Cidade de Toronto);Fbio Santos Pellaes (Adm. Parque Raposo

    Tavares); Ftima Regina T. Gesualdo (Adm.Parque Raul Seixas); Francisca R. de QueirozCifuentes (Adm. Parque Ibirapuera); GabrielMoherdaui Vespucci (Adm. Parque Pinheirinho

    D'gua); Guaraci Belo de Oliveira (Adm. ParqueColina de So Francisco); Izadora CamachoZorvo (Adm. Parque Luis Carlos Prestes); JetroMenezes Cychinig (Adm. CEMUCAM); Jorge

    Vieira Barros (Adm. Parque Santa Amlia); JosAugusto Guedes Candeloro (Adm. Parque doCarmo); Juliana de Oliveira Leite (Adm. Parque

    Lina e Paulo Raia); Katia Bastos Florindo (Adm.Parque Jacintho Alberto); Lilian Mos BloisCrispino (Adm. Parque Jardim Felicidade);Luciana Alves Arajo (Adm. Parque Chcaradas Flores); Luciana Gosi Pacca Berardi (Adm.

    Parque So Domingos); Luiz Carlos QuadrosMalta P. de Sampaio (Adm. Parque Rodrigo deGsperi); Luiz Fernando Chaves da Silva (Adm.Parque Tenente Siqueira Campos Trianon);Luiz Rodrigo Pisani Novaes (Adm. ParqueAnhanguera); Michelle Viviane de Souza (Adm.Parque Guarapiranga); Natacha PrsperoMartins da Costa (Adm. Parque Lions Clube

    Tucuruvi); Oriovaldo Pereira (Adm. ParqueVila do Rodeio); Rauin Lincoln DominguesPrado Carloto Jr. (Adm. Parque Nabuco);Regina Fujihara (Adm. Parque Burle Marx);Regina Kelly Rodrigues (Adm. Parque ErmelinoMatarazzo); Renata Maria Bueno Maia GiorgiHadad (Adm. Parque Eucaliptos); Rita de CssiaFerreira Nakamura (Adm. Parque BuenosAires); Rodrigo Machado (Adm. Parques VilaGuilherme e Trote); Rubens Koloski Chagas(Adm. Parque Alfredo Volpi); Sidnei Ferreira(Adm. Parque Piqueri); Sophia Bujnicki Neves(Adm. Parque Severo Gomes); Tathiana PopakMaria (Adm. Parque Vila dos Remdios).

    ncl d Gt Dctlizd:Dcio Veni Filho (NGD - Norte); Marcio Rosa

    (NGD Centro-Oeste); Marcos Pereira(NGD Sul); Odete Borges(NGD Sul); Pedro Perez(NGD Centro-Oeste).

    etgii:Rosemeire Passos (Parque do Carmo); FabioRogerio (Parque do Carmo).

    O condo dos arios dssa pubicao no r, ncssariamn, as opinis oupoicas do PNUMA, SVMA ouras insiuis municipais parciras do projo PAVS.

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    Sumrio

    APReSeNtAO

    Instituto Socioambiental (ISA) p.7

    Secretaria do Verde e do Meio Ambientedo Municpio de So Paulo (SVMA) p.8

    Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) p.11

    Novas reas verdes para So Paulo p.13

    INtRODUO

    Parques Urbanos Municipais p.18Capuo I

    O PROCeSSO De CONStRUO DA PROPOStA p.22

    Capuo II

    OS PARqUeS URBANOS MUNICIPAIS De SO PAUlO p.33

    Capuo IIICOMO OS PAUlIStANOS AVAlIAM OS PARqUeS De SO PAUlO p.66

    Capuo IV

    SUBSDIOS PARA A geStO p.81

    licnaPara democratizar a difuso dos contedos publicados neste livro, os textos esto sob a licena Creative Com-

    mons (www.creativecommons.org.br), que exibiliza a questo da propriedade intelectual. Na prtica, essa licenalibera os textos para reproduo e utilizao em obras derivadas sem autorizao prvia do editor (no caso o ISA), mascom alguns critrios: apenas em casos em que o m no seja comercial, citada a fonte original (inclusive o autor dotexto) e, no caso de obras derivadas, a obrigatoriedade de licenci-las tambm em Creative Commons.

    essa icna no va para foos iusras, u prmancm m copyri .

    Voc pod: copiar e distribuir os textos desta publicao e criar obras derivadas a partir dos textos desta publi-cao. Sob as suins condis: voc deve dar crdito ao autor original, da forma especicada no crdito do texto;voc no pode utilizar esta obra com nalidades comerciais e se voc alterar, transformar ou criar outra obra com basenesta, voc somente poder distribuir a obra resultante sob uma licena idntica a esta.

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    Insiuo Socioambina (ISA)

    O Instituto Socioambiental (ISA) uma organizao da sociedade

    civil brasileira, fundada em 1994. O trabalho do ISA com mananciais

    teve incio em 1996. Atualmente, o ISA reconhecido como uma das

    principais fontes de informao sobre o tema, tendo desenvolvido diag-

    nsticos das bacias Billings, Guarapiranga e Sistema Cantareira, e pro-

    cessos de proposio de aes, entre eles os Seminrios Guarapiranga

    2006 e Billings 2002. Em novembro de 2007, o ISA lanou a Campanha

    De Olho nos Mananciais que tem como objetivo alertar a populao da

    Grande So Paulo sobre a situao de suas fontes de gua e mobilizar

    para o uso racional deste recurso.Durante o primeiro semestre de 2008, o ISA e a SVMA desenvol-

    veram trs metas do Projeto Ambientes Verdes e Saudveis: construindo

    polticas pblicas integradas na cidade de So Paulo (PAVS) do Programa

    das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): um diagnstico e

    proposta de diretrizes para uma poltica para a rea de mananciais em

    So Paulo; um banco de dados de coletas e publicao sobre biodiversi-

    dade no municpio; um projeto de diretrizes para um modelo de gesto

    dos parques urbanos municipais, juntamente com administradores deparques urbanos.

    Esperamos que os resultados desta parceria suscitem debates sobre

    os temas trabalhados e contribuam para a reverso da degradao am-

    biental dos mananciais, bem como para a proteo e uso sustentvel

    dos recursos naturais remanescentes no Municpio de So Paulo.

    Srio Mauro Sanos Fiosecretrioexecutivo

    enriu Svirskysecretrioexecutivoadjunto

    APReSeNtAO

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    Scraria do Vrd do Mio Ambindo Municpio d So Pauo (SVMA)

    As questes ambientais que se colocam frente humanidade no sculo

    XXI apontam a necessidade de uma atuao intersetorial, aberta participa-

    o e contribuio dos mais diversos setores. Consciente disso, a Secretaria

    do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) tem pautado sua atuao, desde

    2005, de modo a promover o intercmbio entre o poder pblico e a socie-

    dade civil e, mais do que isso, a disseminar as questes ambientais junto a

    outros rgos pblicos, estimulando a ao conjunta como forma de visua-

    lizar no horizonte possveis respostas. O Projeto Ambientes Verdes e Saudveis:

    Construindo polticas pblicas integradas na cidade de So Paulo (PAVS) foi cria-do para estimular esse tipo de relao. Iniciativa da SVMA em parceria com

    o Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), envolve

    tambm as Secretarias Municipais de Sade, Educao e Assistncia Social

    e Desenvolvimento, alm de outras 20 instituies parceiras.

    A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente procurou organizar seu tra-

    balho no perodo 2005 - 2008 em seis reas de ao intersetorial dentro da

    prpria secretaria, na Prefeitura, com os outros nveis de governo e com a

    sociedade em geral. So eles: terra, ar, gua, verde, eco-economia e culturade paz. Esta publicao est em sintonia com este esforo. Como exempli-

    cao, vejamos algumas aes nossas em cada uma destas reas:

    trra: So Paulo completou seu inventrio de gases de efeito estu-

    fa em 2005 (o Brasil s tem trs inventrios seguindo o padro

    IPCC: o da cidade de So Paulo, o do Rio, de 1998, e o Nacional,

    de 1994). Isto nos permite orientar precisamente nosso esforo

    de reduo da contribuio de So Paulo ao aquecimento glo-bal. O principal feito foi a captao do metano nos dois aterros

    sanitrios da cidade, o que signicou uma reduo de 20% das

    emisses totais da cidade, um feito no igualado at hoje por

    qualquer outra grande cidade no mundo. Alm disso, zemos o

    leilo dos primeiros 808.450 crditos de carbono do municpio

    no m de 2007, realizado na Bolsa de Mercadorias & Futuros. O

    lote foi arrematado por R$ 34 milhes, recursos que esto sen-

    APReSeNtAO

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    do aplicados em investimentos ambientais e urbansticos nas

    Subprefeituras onde esto localizados os aterros sanitrios.

    Ar: a Inspeo Ambiental Veicular iniciada em 2008 enfrenta o

    principal problema de poluio do ar na cidade: a emisso de

    gases poluentes oriundos dos 6 milhes de veculos registra-

    dos em So Paulo. A SVMA iniciou a campanha pelo Diesel mais

    limpo em 2005, cobrando da Petrobrs a entrega do diesel com

    50 ppm de enxofre em 2009, conforme estabelecido pelo Co-

    nama. Estamos tambm implantando em 2008 os primeiros 20

    km de ciclovia para transporte, 2000 paraciclos e 10 biciclet-

    rios em conjunto com Metr e CPTM. A SVMA lidera campanha

    para manter e ampliar a frota de trlebus na cidade. So Paulo

    tambm foi a primeira cidade a elaborar uma Poltica de Mu-danas Climticas prpria, denindo e estabelecendo a colabo-

    rao de todos os rgos pblicos municipais para minimizar as

    emisses de gases de efeito estufa.

    ua: a SVMA iniciou o Programa de Parques Lineares, como for-

    ma de diminuir as enchentes e criar reas de lazer. J so sete

    implantados e teremos mais quatro at o nal de 2008 e outros

    21 so planejados para o prximo perodo. A implantao de

    parques lineares est prevista no Plano Diretor Estratgico daCidade de So Paulo e agora comea a se tornar realidade. O

    Programa Crrego Limpo est tirando o esgoto de 48 crregos

    at 2008 e mais 50 em 2009. A Operao Defesa das guas

    um trabalho intersetorial de quatro Secretarias Estaduais e qua-

    tro Secretarias Municipais, organizado pelo governo atual para

    retomar o controle e reverter a degradao dos nossos manan-

    ciais. Estamos atuando com um programa do desenvolvimento

    sustentvel que tem 21 aes, entre elas a criao de parqueslineares, parques tradicionais e naturais, limpeza de crregos

    (at 2008 tiraremos 70% de esgoto que chega at a Guarapi-

    ranga e 250 toneladas de lixo), programas de lazer, habitao,

    segurana etc. A Operao Defesa das guas se expandiu para

    outros importantes mananciais para a cidade: Billings, Canta-

    reira e Vrzea do Tiet. A inteno preservar nossas guas

    atravs de regularizao e reurbanizao de bairros precaria-

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    mente instalados; urbanizao de favelas; saneamento bsico;

    congelamento de novas ocupaes atravs da scalizao per-

    manente; criao de unidades de conservao; promoo de

    atividades esportivas e de educao ambiental; divulgao das

    aes junto populao.

    Vrd: criamos o Programa de Arborizao Urbana e samos de um

    patamar de plantio de 20.000 rvores/ano, registrados nos lti-

    mos governos, para 170.000 rvores/ano. Tnhamos 33 parques

    (1 parque novo implantado no perodo 1993-2004) com 15 mi-

    lhes m. Teremos um total de 60 parques at o nal de 2008

    e encontram-se em desapropriao e projeto mais 40 reas

    para os prximos 4 anos, atingindo um total de 100 parques e

    50 milhes de m de reas verdes municipais.eco-conomia: introduzimos compras sustentveis nas licitaes

    da Prefeitura (madeira legal, papel reciclado, entulho reciclado,

    uso eciente de gua, energia e combustvel na administrao

    municipal etc.). Elaboramos e implementamos a primeira lei

    municipal de energia solar. Fomos a primeira cidade Amiga da

    Amaznia (Greenpeace). E elaboramos o primeiro projeto mu-

    nicipal sobre mudanas climticas no pas.

    Cuura d Pa: criamos a Universidade Livre de Meio Ambiente eCultura de Paz (UMAPAZ) em 2006. Estamos trabalhando edu-

    cao ambiental com 800 escolas da rede municipal atravs da

    Carta da Terra, com a Secretaria de Sade atravs da capacita-

    o de 6000 agentes comunitrios. Implantamos os Conselhos

    Regionais de Meio Ambiente e Cultura de Paz nas Subprefeitu-

    ras, ampliando o acesso s questes ambientais que permeiam

    as polticas pblicas.

    Finalmente importante registrar o fortalecimento da SVMA com a

    expanso do nosso oramento que era em 2004 de R$ 77 milhes para

    R$ 340 milhes em 2005. H um Projeto de Lei na Cmara Municipal

    ampliando e descentralizando a estrutura da Secretaria.

    eduardo Jor Marins Avs Sobrinosecretrio

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    Prorama das Nas Unidaspara o Mio Ambin (PNUMA)

    APReSeNtAO

    A concentrao da populao da Amrica Latina e Caribe em reas

    urbanas se intensicou nas ltimas dcadas e transformou a regio na

    mais urbanizada dentre aquelas em desenvolvimento do planeta. Cerca

    de trs quartos de sua populao vivem em cidades. Cinco das cidades

    mais populosas do mundo se encontram na Amrica Latina, entre elas,

    So Paulo com os seus 11 milhes de habitantes.

    As cidades contribuem signicativamente para o desenvolvimento

    socioeconmico de um pas. Entretanto, a velocidade de sua expanso

    gera impactos tanto na qualidade ambiental quanto na qualidade de

    vida da populao. Os ambientes urbanos so particularmente vulner-veis contaminao de solos, de recursos hdricos e do ar.

    Diante deste quadro, o Programa das Naes Unidas para o Meio

    Ambiente (PNUMA) entende que a gesto efetiva de ambientes ur-

    banos e ambientes naturais deve merecer dos gestores pblicos igual

    prioridade na compilao e anlise de informaes sobre o estado do

    meio ambiente que respaldem o desenvolvimento de polticas urbanas-

    ambientais sustentveis.

    A presente publicao responde esta abordagem integrada na me-dida que apresenta subsdios gesto de parques urbanos no municpio

    de So Paulo. Tais reas, alm de proporcionarem lazer e contato com

    a natureza para a populao, se conguram tambm como alguns dos

    ltimos espaos remanescentes para a conservao da biodiversidade

    em zonas urbanas.

    Este livro parte de um conjunto de levantamentos, estudos e anlises

    desenvolvidos no mbito do Projeto Ambientes Verdes e Saudveis: construindo

    polticas pblicas integradas na Cidade de S. Paulo (PAVS), desenvolvido pelaSecretaria do Verde e do Meio Ambiente, da Secretaria Municipal de Sade

    e outras 17 instituies dos setores de sade e ambiente em cooperao

    com o PNUMA. Coordenado pelo ISA Instituto Socioambiental o pre-

    sente trabalho resulta da interao entre tcnicos do PAVS, agentes admi-

    nistrativos e usurios dos parques da Cidade de S. Paulo.

    As concluses e recomendaes deste estudo sero certamente

    de interesse para outras zonas metropolitanas em pases em desen-

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    Crisina Monnrocoordenadora

    escritriodopnumanobrasil

    volvimento que, como So Paulo, enfrentam conitos gerados pela

    expanso urbana e tm nos parques municipais a possibilidade de

    preservao de suas reas verdes como espaos adequados para o

    exerccio de qualidade de vida.

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    Novas ras vrds para So Pauo

    edd Jg Mti sih

    Secretrio Municipal do Verde e Meio Ambiente de So Paulo

    Mic Citi rii

    AssessoradecomunicaodaSVMAjornalistaemestreemantropologiapelaUNICAMP

    Em grandes cidades como So Paulo, que ainda enfrentam proble-

    mas de crescente urbanizao associada ao uso e ocupao do solo, as

    unidades de conservao e reas correlatas representam, talvez, os lti-

    mos refgios para a proteo e conservao da biodiversidade, alm deoferecerem espaos para lazer e educao em contato com a natureza,

    contribuindo para a melhora da qualidade de vida. O parque tambm

    um espao de cultura de paz, onde as camadas sociais convivem com

    direitos e deveres iguais e onde os humanos convivem com as outras

    espcies vivas, vegetais e animais.

    Conhecer as reas verdes protegidas de So Paulo desvendar tam-

    bm um pouco da histria da cidade. Podemos classicar o surgimento

    dos parques em trs movimentos. O primeiro deles, concentrado entreo nal do sculo XIX e incio do sculo XX, foi marcado pelo incremen -

    to da economia cafeeira e pela transformao do antigo burgo na gran-

    de cidade que So Paulo. Naquele momento, os parques, de inspira-

    o largamente francesa, eram criados como locais de cultura, pontos

    de encontro para a sociedade paulistana. Neste movimento, surgiram

    parques como Jardim da Luz, Buenos Aires e Tenente Siqueira Campos

    (antigo Trianon), sendo o Ibirapuera o ltimo grande parque criado

    dentro desta perspectiva.Um segundo movimento, detectado quando a cidade j alterara sig-

    nicativamente sua sionomia e transformara-se, de fato, numa metr-

    pole, coloca a criao de parques a partir de remanescentes de grandes

    fazendas, chcaras e propriedades da elite paulistana, caso de parques

    como Carmo e Piqueri.

    Por m, o movimento atual traz a real necessidade de proporcio-

    nar a criao de novas reas, em especial nas periferias da cidade, onde

    APReSeNtAO

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    ela continua a crescer. neste ponto que detectamos o surgimento de

    parques muitas vezes pequenos, no entanto profundamente necess-

    rios para proporcionar melhor qualidade de vida aos paulistanos. Esta

    realidade vem desde a dcada de 1970 e se estende aos dias de hoje,

    quando h um grande esforo para ampliar o nmero de parques na

    cidade. Momento em que a Prefeitura investe na criao, inclusive, dos

    chamados Parques Lineares, buscando ao mesmo tempo ampliar a rea

    verde, melhorar a qualidade de vida da populao e evitar problemas

    com o escoamento da gua em poca de chuvas.

    A abordagem do desenvolvimento urbano associado conservao

    ambiental desao recente para a administrao municipal. Por muito

    tempo a poltica urbana permaneceu restrita construo de unidades ha-

    bitacionais, escolas, postos de sade, viadutos e pontes. Buscando incluir aquesto ambiental, o Programa 100 Parques para So Paulo est mapeando e

    implementando novos parques numa velocidade bastante acelerada.

    Entre 1992 e 2004, apenas um parque foi entregue. Em 2005 tnha-

    mos 33 parques, que somavam 15 milhes de m de rea verde muni-

    cipal protegida. Nos prximos quatro anos teremos 100 parques e 50

    milhes de m protegidos. De 2005 a agosto de 2008, j foram implan-

    tados 17 novos parques. O programa amplia e distribui, de forma mais

    equilibrada, os parques pelas macro-regies da cidade.O surgimento de novas categorias de parques, como os lineares e na-

    turais, traz a necessidade de continuar a redenir mecanismos de admi-

    nistrao. O incio deste processo se deu em 2005, quando a Secretaria

    do Verde e do Meio Ambiente passou a selecionar, como administrado-

    res para os parques, pessoas que tivessem formao em meio ambiente.

    Essa mudana representou um salto de qualidade na gesto de nossos

    parques. Dando continuidade a este processo, apresentamos projeto de

    reformulao do quadro estrutural da Secretaria, o qual destaca os ad-ministradores de parques como integrantes do quadro funcional. Este

    processo continua com o levantamento que consta desta publicao,

    que traz importantes elementos para dar seqncia ao processo de ge-

    renciamento destes espaos.

    Alm dos novos parques oferecidos populao paulistana, a Secre-

    taria do Verde deixa 69 outros j desapropriados, com projeto bsico em

    elaborao, para concluso nos prximos quatro anos, levando a cidade

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    P micipi d s Pl 15

    assim ao patamar de 100 parques. Mas esta ampliao no pra por

    aqui. Outras 32 reas potenciais para implantao de parques tambm

    j foram mapeadas e esto sendo estudadas. Isso representa um incre-

    mento muito grande no nmero de reas verdes protegidas na cidade,

    disponibilizadas para lazer, contemplao e cultura aos paulistanos. A

    distribuio de parques ca, assim, muito mais equilibrada.

    Em 2005, a zona norte possua oito parques municipais. At o nal

    de 2008 ela contar com cinco novos parques e outros cinco podero ser

    implantados nos prximos quatro anos. A zona sul tinha nove parques.

    At o nal de 2008, ter sete novos e outros 13 podero ser implanta-

    dos nos prximos anos. A zona leste possua sete parques e ganhar 15

    novos at o nal de 2008. Outros dez podero ser implantados tambm

    nos prximos anos. Alm disso, estamos implantando o Parque Naturaldo Carmo, que possui 5 milhes de m. A zona centro-oeste tinha nove

    parques e, at o nal de 2008, ganhar novas cinco reas verdes. Outras

    sete podero ser implantadas nos prximos anos. Como compensao

    para a implantao do trecho sul do Rodoanel, a Secretaria do Verde e

    do Meio Ambiente acertou com a Dersa a implantao de quatro par-

    ques naturais no extremo-sul da cidade.

    Os parques passaram a ser pensados no apenas como urbanismo

    ou equipamento de lazer e contemplao, mas como parte de um todosistmico que a cidade. Exemplo disso a implantao de parques na

    orla da Represa Guarapiranga, dentro da chamada Operao Defesa das

    guas, que tem como objetivo evitar ocupaes irregulares que coloquem

    ainda mais em risco nossos mananciais de abastecimento. No extremo-sul

    do municpio, onde se localizam as represas Billings e Guarapiranga, es-

    to sendo implantados vrios parques: Shangril, So Jos, Nove de Julho,

    Linear Feitio da Vila, Linear Castelo Dutra, Praia de So Paulo, Jardim

    Herculano, MBoi Mirim, Linear Caulim, Linear Cocaia.Assim tambm na zona norte, no limite da Serra da Cantareira, a

    implantao de parques lineares mostra-se fundamental para estabe-

    lecer uma barreira ocupao. So trs: Linear Bispo, Linear Bananal-

    Canivete e Linear Perus. Na regio da vrzea do Tiet tambm est em

    implantao, em terreno de propriedade do DAEE, o Parque Vila Jacu,

    localizado entre o crrego Jacu e o Complexo Virio Jacu-Pssego. Este

    parque d incio ao processo de implantao dos ncleos do Parque

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    16P micipi d s Pl

    Tiet no municpio de So Paulo, cuja proposta ampliar as reas do

    Parque Ecolgico Tiet com aproveitamento das reas vazias e de es-

    paos que necessitem de aes de recuperao, situados nos limites da

    vrzea e da APA do Tiet.

    Recuperar fundos de vales dos rios e crregos da cidade por meio

    da implantao de reas de lazer, saneamento e limpeza dos rios. Este

    o objetivo primeiro dos chamados Parques Lineares. Sua implantao,

    determinada pelo Plano Diretor da Cidade, propiciar a conservao

    das reas de Proteo Permanente (APPs) institudas pelo Cdigo Flo-

    restal que margeiam os cursos dgua e minimizar os efeitos negativos

    das enchentes que assolam So Paulo.

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    A presente publicao apresenta os resultados do processo de cons-

    truo de subsdios para a gesto dos parques urbanos municipais em

    So Paulo que aconteceu entre os meses de dezembro de 2007 a julho

    de 2008, dentro do Projeto Ambientes Verdes e Saudveis: construindo

    polticas pblicas integradas na cidade de So Paulo (PAVS) do Programa

    das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Nesse projeto,

    o Instituto Socioambiental (ISA) e a Secretaria do Verde e Meio Am-

    biente (SVMA) desenvolveram estudos e diversas atividades para a

    elaborao, de forma participativa, de subsdios para a gesto dos

    parques urbanos municipais, com o objetivo de garantir a preser-vao do patrimnio fsico e biolgico, a qualidade paisagstica e a

    manuteno e aprimoramento de suas funes de lazer, esporte, re-

    creao e educao ambiental.

    As principais atividades no mbito deste projeto foram: levantamentos

    e checagens de campo nos parques municipais existentes; reunio e anlise

    de informaes produzidas sobre histrico e situao atual dos parques

    municipais; conjunto de ocinas com os administradores dos parques; pes-

    quisa com os usurios dos parques municipais realizada pelo Datafolha eproposio de agrupamento e instrumentos de gesto de parques conside-

    rando suas especicidades e procedimentos comuns.

    A gnese dos parques paulistanos mostra que a gesto nunca foi to

    complexa como hoje. O primeiro parque da cidade de So Paulo foi o

    Jardim Pblico, hoje o Parque da Luz, que data de 1825. No incio do

    sculo passado, entre os anos 10 e 20, a cidade estrutura-se e comeam

    uma srie de estudos que visavam sanear a cidade, evitar enchentes. Es-

    sas obras foram acompanhadas de jardins e praas embelezadores, atra-vs de estudos de Saturnino de Brito. Nos anos 30, So Paulo objeto de

    diversos planos, como Plano de Avenidas, que comea mesmo em 1937,

    na gesto do Prefeito Prestes Maia, seu idealizador. Aps a Segunda

    Guerra Mundial (1939-1945), foi introduzida uma nova concepo ur-

    banstica, incorporando ideais da Carta de Atenas. um novo momento

    para a cidade, em sua segunda fase industrial, cuja localizao das man-

    chas industriais passam a estar associadas s rodovias e migram para a

    INtRODUO

    Parus urbanos municipais

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    P micipi d s Pl 19

    regio Sul, ABC Paulista, dentre outras. Aos poucos as potenciais reas

    para parques vo sendo incorporadas ao uso urbano, como o Parque

    Dom Pedro II, que envolvido por sistema virio.

    No contra-uxo dessa tendncia, em 1954, no bojo das comemora-

    es do IV Centenrio de So Paulo, inaugurado o Parque do Ibira-

    puera, que at hoje um dos maiores parques urbanos da cidade de So

    Paulo. A dcada de 1970 representa uma volta inaugurao de par-

    ques em diversas regies da cidade, embora de forma diferente da pla-

    nejada: geralmente nos espaos cedidos pelos novos empreendimentos

    imobilirios que compunham a expanso da mancha urbana.

    O municpio de So Paulo conta, atualmente, com 51 parques muni-

    cipais implantados, alm de 51 em processo de implantao ou projeto

    dentro do Programa 100 Parques para So Paulo. Hoje, a cidade possui17.507.766 m em reas de parques municipais, que equivalem a 1,13%

    da rea do municpio. Com a implantao dos novos parques, aumenta-

    r em trs vezes e a cidade passar a ter mais de 3% de seu territrio em

    parques municipais, o que refora a necessidade de fortalecer a gesto

    desses espaos e caminhar para a implantao de um sistema de reas

    verdes no municpio.

    Durante as quatro ocinas e diversas reunies realizadas no mbito

    do presente projeto, os desaos e oportunidades para os parques urba-nos como espaos de vivncias importantes para o cidado paulistano,

    concomitantes com a preservao ambiental, permearam grande parte

    dos debates. No por acaso, a importncia dessa combinao marcan-

    te nos resultados da pesquisa realizada pelo Datafolha, com mais de 2

    mil usurios em 38 parques da cidade.

    A grande maioria dos entrevistados vai aos parques prximos de

    suas casas e a p. Vai para l caminhar, correr, andar de bicicleta, ou

    simplesmente descansar e vai tambm para participar de shows e tantasoutras atividades que os parques de So Paulo no todos, ainda ofe-

    recem perto de casa ou como uma oportunidade para dar um passeio

    pela cidade e ir para um pedao diferente dela no nal de semana.

    Apesar desse uso, ou quem sabe por causa dele, a sade ambiental

    destes espaos de sua mata, do crrego ou lago do parque, do lixo e

    locais para reciclveis, dos pssaros e outros animais que habitam o

    parque considerada fundamental para quase a totalidade dos entre-

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    vistados, que usam o parque para seu benefcio e sade, sem esquecer

    que para que isso acontea o local tambm precisa estar saudvel.

    A pesquisa do Datafolha apresenta outros indicadores importantes

    para a gesto dos parques, como uma avaliao do grau de conheci-

    mento dos usurios sobre como estes espaos so geridos, onde, apesar

    da grande maioria desconhecer os Conselhos Gestores importantes

    espaos para a participao da sociedade nas decises sobre a gesto do

    parque , o grau de disposio para colaborar voluntariamente alto

    (70% das pessoas esto dispostas a essa colaborao).

    Vale destacar que para a maioria dos entrevistados a avaliao que

    os parques so bem cuidados pela prefeitura. Outro aspecto interessan-

    te que, apesar de as parcerias com iniciativa privada serem restritas

    a poucos parques da cidade, grande parte dos entrevistados (87%) sofavorveis a esse tipo de atuao conjunta.

    Atualmente a gesto dos parques feita pela SVMA. Os parques

    so reunidos em grupos por regies da cidade, independente de seus

    tamanhos e atributos ambientais. O agrupamento est relacionado com

    a proximidade e disposio destes espaos na cidade, e com a admi-

    nistrao conjunta dos contratos de manuteno, limpeza e segurana

    dos parques. Cada um dos parques conta com um administrador, que

    constitui o brao operacional da SVMA nos parques pblicos.Essa nova composio da gesto de parques teve incio em 2005,

    quando a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente passou a selecionar

    como administradores para os parques pessoas que tivessem formao

    em meio ambiente. Para tal, foi realizado processo seletivo, exigindo

    curso superior e formao na rea. Essa deciso resultou em um novo

    quadro de prossionais, responsveis pelo bom funcionamento do par-

    que e com conhecimento tcnico, principalmente nas reas biolgicas.

    O acerto dessa deciso pode ser vericado pela alta taxa de aprovaoda gesto desses espaos pela prefeitura por parte dos freqentadores

    dos parques, conforme dados obtidos pelo Datafolha para o presente

    projeto, como tambm pela vericao de um conjunto de aes inova-

    dores em diversos dos parques visitados pela equipe do projeto.

    Os subsdios para a gesto apresentados nessa publicao tem como

    objetivo valorizar as especicidades e usos dos parques municipais, bem

    como a estrutura atual de gesto, e propor categorias e instrumentos

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    que possibilitem o aprimoramento constante da gesto. Nesse sentido,

    os parques existentes foram divididos em categorias de acordo com seu

    tamanho, atributos (naturais, histricos e de lazer) e especicidades. Da

    mesma forma, os procedimentos para a gesto foram divididos em pro-

    gramas comuns, ou seja, que devem acontecer em todos os parques, e

    instrumentos especcos de gesto, considerando os diferentes tipos de

    parques. Para cada instrumento, foram detalhados programas e aes,

    com propostas e recomendaes para sua implementao resultantes

    do processo de discusso junto aos administradores.

    Esta publicao est dividida em quatro captulos. O primeiro des-

    creve as atividades realizadas no mbito do projeto, destacando os pon-

    tos fortes do processo de interao com os administradores de parques

    e tcnicos da SVMA em um conjunto de ocinas.O segundo captulo procura sistematizar estudos e debates sobre o

    conceito de parques, a partir da histria de implementao desses em

    So Paulo e a complexidade das funes que esses passaram a desenvol-

    ver conforme a cidade se urbanizava. Esse captulo culmina abordando

    o projeto de Sistema de reas Verdes em So Paulo do Plano Diretor

    Estratgico (2002), apresenta o quadro atual dos parques existentes e

    destaca o Programa 100 Parques para So Paulo, reforando a necessidade

    de estruturao da gesto dos parques municipais, uma vez que a reaprotegida triplicar com a implantao desse projeto.

    A sntese dos resultados da pesquisa realizada pelo Datafolha com

    usurios dos parques apresentada no terceiro captulo. Foram realizadas

    2.683 entrevistas, em mdia 70 por parque, em 38 parques, durante o per-

    odo de 30 de maio a 9 de junho. Na quarta e ltima parte, so apresentados

    subsdios para a gesto atual e futura dos parques municipais em So Pau-

    lo. Essa proposta cria agrupamentos de parques por tipologia, consideran-

    do sua diversidade e, a partir desse agrupamento, prope instrumentos eprogramas para todos os parques e para cada grupo de parques.

    Essa publicao se destina aos gestores pblicos, tcnicos e membros

    dos conselhos gestores dos parques, responsveis pela administrao e

    manuteno dos parques urbanos municipais; aos gestores de outros

    municpios, preocupados com a gesto de seus parques; e tambm a

    todos os interessados na evoluo das reas protegidas e parques, na

    sua relao com a urbanizao e com os cidados.

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    O procsso d consruo da proposapara so dos parus urbanosmunicipais m So Pauo

    No sentido de construir uma proposta para a gesto dos parques

    municipais de So Paulo, foram realizadas, entre janeiro e julho de 2008,

    quatro ocinas e algumas reunies com os administradores de parques

    e com departamentos da SVMA, bem como checagens de campo e le-

    vantamentos, alm de estudos sobre o histrico de implementao, situ-

    ao atual e perspectivas futuras para estes importantes espaos pbli-

    cos de lazer, recreao e proteo ambiental na cidade de So Paulo.Para tal, o processo teve incio a partir da denio, em conjunto

    com o Departamento de Parques e reas Verdes (Depave 5), respon-

    svel pela gesto e administrao dos parques municipais dentro da

    SVMA, de um plano de ocinas para elaborar subsdios para a gesto

    dos parques com um cronograma, metodologia adotada, responsveis

    e convidados para cada evento.

    Esse planejamento inicial foi importante para garantir o envolvi-

    mento dos administradores dos parques, apesar de no ter sido total-mente cumprido devido necessidade de alterao e modicao das

    atividades previstas resultantes de incompatibilidade de agenda dos

    administradores dos parques, bem como de mudanas na direo do

    Depave ao longo do processo.

    Neste sentido, vale destacar que a composio atual de administrado-

    res dos parques representa uma importante inovao na gesto e estes so

    os principais interlocutores para o sucesso de qualquer modelo de gesto

    que venha a ser adotado pelo municpio. Isto porque, ao reconhecer a di-menso e a quantidade de parques implantados em So Paulo, e ainda a

    implantar, a SVMA mudou o modelo de contratao dos administradores

    de parques, com o objetivo de contar com prossionais mais qualicados

    para desempenhar esta importante funo. Para tal, foi realizada seleo,

    exigindo curso superior e formao na rea. Essa deciso resultou em um

    novo quadro de prossionais, responsveis pelo bom funcionamento do

    parque e com conhecimento tcnico.

    CAPtUlO I

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    P micipi d s Pl 23

    Dsaus do procsso

    Foram realizadas quatro ocinas com os administradores, sob respon-

    sabilidade do ISA, e uma ocina nos parques sob responsabilidade dos

    administradores. A metodologia proposta nas ocinas teve como objetivo

    proporcionar a participao e colaborao dos atores envolvidos na ges-

    to dos parques, e fornecer ferramentas para que estes pudessem trabalhar

    com os pblicos especcos de seus parques, em um exerccio de seme-

    ar atividade cidad, desenvolvido atravs da metodologia da rvore dos

    sonhos. Para essas ocinas foram produzidos alguns textos que podem

    ajudar em outros processos participativos, tais como: planejamento de ati-

    vidades participativas e metodologia rvore dos sonhos.

    Entre os principais temas debatidos durante as ocinas esto: comu-nicao de forma ampla, gesto administrativa; insero da gesto dos

    parques no mbito de um sistema de reas verdes; integrao do trabalho

    dos vrios Depaves; zoneamentos dos parques, considerando o histrico

    do parque, infra-estrutura, educao ambiental, fauna e ora; ao inte-

    grada e coordenada com as diferentes secretarias municipais que exercem

    atividades nesses espaos; terceirizao do manejo para substituir as esp-

    cies exticas por nativa. A converso desses temas em propostas de gesto

    apresentada ao nal dessa publicao.A seguir so apresentados alguns destaques desse processo de

    ocinas.

    O u paru urbano?

    A primeira ocina, realizada em 19 de maro de 2008, contou com a

    participao de Vladimir Bartalini que apresentou uma sntese do con-tedo de seu doutorado intitulado Parques Pblicos Municipais de

    So Paulo A Ao da Municipalidade no Provimento de reas Verdes

    de Recreao1, que descreve, dentre outros, a ao da municipalidade

    na criao e gesto de suas reas verdes de recreao.

    1BARTALINIVladimir.ParquespblicosmunicipaisdeSoPaulo:aaodamunicipalidadenoprovimentodereasverdesde

    recreao. 354 .Tese de Doutorado. So Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de So Paulo 999.

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    Entre os destaques da discusso est a anlise do histrico da cons-

    truo de reas verdes de So Paulo, bem como a criao do Departa-

    mento de Parques e reas Verdes (Depave). Nessa retomada histrica, o

    autor destacou um momento em que os parques e reas pblicas aban-

    donadas recebiam alguns equipamentos de lazer e arborizao sem

    maiores critrios tcnicos, uma vez que o objetivo parecia ser indicar

    a posse do local pelo poder pblico. Outras reas no recebiam sequer

    equipamentos e eram apenas gradeadas, como forma de marcar a posse

    e a futura funo desses espaos, muitas vezes aps reiterados pedidos

    dos moradores do entorno, querendo evitar que no local fossem depo-

    sitados lixo ou entulho.

    Outro ponto de destaque do trabalho apresentado foi uma pesquisa

    de campo realizada entre 1998 e 1999 em oito parques municipais: Acli-mao, Anhangera, Carmo, Guarapiranga, Ibirapuera, Luz, Piqueri e

    Previdncia. O objetivo da pesquisa foi avaliar o grau de atratividade

    destes parques sobre seus usurios. Entre os resultados destacados pelo

    pesquisador esto a problematizao do que a funo de um parque e

    ampliao do conceito de recreao.

    Seguindo a metodologia proposta para envolver os administradores e

    fornecer subsdios para a gesto, aps a exposio do trabalho, foi realiza-

    da atividade com os administradores, em que eles relataram o histrico deseus parques, destacando alguns elementos, tais como: se este tinha sido

    uma praa e se transformado em parque; se era rea pblica abandonada

    que se transformou em parque ou se surgiu enquanto remanescentes de

    chcaras ou stios antigos; e se a implantao do parque foi resultado de

    conquista a partir de mobilizao comunitria. Este exerccio foi muito im-

    portante, j que apropriar-se do histrico de seu parque uma das manei-

    ras de entender as relaes existentes no local e seus freqentadores.

    O debate resultante dessa ocina resultou em texto sobre conceito deparques urbanos, que apresentado na introduo do prximo captulo.

    Consruo coiva d informas

    No sentido de complementar os levantamentos e compor uma base

    de dados sobre os parques municipais, alm da participao nas oci-

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    nas, os administradores dos parques forneceram um conjunto de infor-

    maes sobre os mesmos, que foram sistematizadas. Outra fonte impor-

    tante utilizada foi o documento Subsdios para Formulao dos Planos deGesto dos Parques Municipais2 que se destina a auxiliar na formulao

    dos Planos de Gesto dos parques municipais existentes, em implantao e

    em projeto e a partir da experincia de cada administrador de parque. To-

    das as informaes sistematizadas sero disponibilizadas no site da SVMA

    (www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente), ampliando a base

    de dados j disponvel sobre os parques municipais.

    Com o objetivo de complementar informaes sobre os parques e,

    sobretudo, para melhorar o entendimento em relao gesto adminis-trativa e uxo de informaes entre os administradores e a estrutura da

    SVMA, foi aplicado questionrio junto aos administradores e Depave.

    O resultado deste questionrio foi sistematizado e utilizado nas ree-

    xes para propor as diretrizes.

    2Coordenadoria de Planejamento Ambiental e Aes Descentralizadas (COPLAN/Secretaria doVerde e Meio

    Ambiente (SVMA. Subsdios para Formulao dos Planos de Gesto dos Parques Municipais. So Paulo 8.

    Da da rvor dossonos consruda posadminisradors.

    Roda d aprsnao dosadminisradors na primira

    ocina raiada.

    fotos:csarpegoraro

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    26P micipi d s Pl

    Modooia ocina rvor dos sonos

    A segunda ocina realizada em 26 de maro de 2008 teve como pro-

    posta preparar os administradores para desenvolver a atividade com

    integrantes do conselho gestor e comunidades freqentadores de seus

    respectivos parques. Para tal, foi proposta a metodologia da rvore

    dos sonhos. Para essa ocina foram preparados textos que explicavam

    a dinmica e tambm que orientam sobre como preparar uma atividade

    formativa, fornecendo subsdios metodolgicos para atividade.

    Essa ocina resultou em uma srie de ocinas nos parques, realiza-

    das entre 12 e 21 de abril de 2008, promovidas pelos administradores.

    Cerca de 19 ocinas com a metodologia da rvore dos sonhos foram

    realizadas nos parques e sistematizadas: Parque Alfredo Volpi, ParqueAnhanguera, Parque Buenos Aires, Parque Burle Marx, Parque do Car-

    mo, Parque Ecolgico Vila Prudente, Parque Ermelino Matarazzo, Par-

    que Eucaliptos, Parque do Guarapiranga, Parque Jd. Felicidade, Parque

    Lions Clube Tucuruvi, Parque Luiz Carlos Prestes, Parque da Luz, Par-

    que da Previdncia, Parque Raposo Tavares, Parque Rodrigo de Gspe-

    ri, Parque Santo Dias, Parque Severo Gomes, Parque Jacintho Alberto.

    Ao realizarem as vivncias do Muro dos Desaos e da rvore

    dos Sonhos, eles abriram espao para que os usurios pudessem darsua opinio, falar o que pensam e dar suas sugestes para a gesto dos

    parques. Os temas foram espontneos e trataram de questes como a

    infra-estrutura dos parques, das suas ofertas de lazer, cultura, ativida-

    des fsicas, cursos das mais variadas reas, desde prossionalizantes

    educao ambiental. Houve tambm, em menor proporo, preocupa-

    es em relao qualidade dos recursos naturais presentes nos par-

    ques: matas, gua, animais. Nestes casos os usurios se referiam im-

    portncia destes elementos da natureza para a qualidade do ar, parao lazer prazeroso, para o abastecimento de gua e outros argumentos

    que os levam a considerar importante preservar a natureza.

    A anlise dos resultados destas atividades foi realizada na quarta

    ocina realizada em 21 de maio de 2008, com destaque para a constata-

    o de que a maioria dos frequentadores dos parques tm diculdade

    de compreender o parque como equipamento especco e diferencia-

    do de clubes ou equipamentos de esportes e cultura. Em conseqncia

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    desta constatao, foi debatida a necessidade de envolver as demais se-

    cretarias municipais em atividades conjuntas, desenhando melhor as

    funes desenvolvidas por cada espao e com todos os espaos.

    Outro ponto de destaque diz respeito s atividades de formao re-alizadas nos parques, como cursos, existncia de equipamentos como

    bibliotecas, que ora parecem faltar na regio ora parecem estar longe

    ou desconhecidos do pblico demandante ora parecem no estar nas

    mesmas condies de acesso que os parques.

    Sminrios nos Parus

    Esses no zeram parte das atividades do plano de gesto, mas ocor-

    reram simultaneamente. Os administradores organizaram um processo

    de seminrios, cujos participantes foram os prprios administradores,

    os estagirios que trabalham nos parques, a comunidade, tcnicos da

    prefeitura e da SVMA e convidados. Esses seminrios colaboraram para

    trazer temas e trabalhos j realizados por alguns deles, nos seus par-

    ques, para dialogar com as propostas para a gesto dos parques.

    Aprsnao da rvorconsruda pos usurios do

    Paru Rodrio d gaspri.

    Da d uma das foasda rvor dos sonosconsruda pos usuriosdo P. Ananura.

    luizr.p.novaes

    luiscarlosdesampaio

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    28P micipi d s Pl

    Para exemplicar, sem a pretenso de dar conta da diversidade e da

    alta qualidade de contedo dos seminrios, um destes seminrios acon-

    teceu no Parque do Trote e comeou com painis colocados entre as rvo-

    res, nos quais os estagirios e administradores de parques apresentavam

    as atividades desenvolvidas por eles nos parques. Um destes trabalhos,

    por exemplo, foi da pesquisa com usurios feita no Parque Chcara das

    Flores, que mostrou que havia um preconceito dos moradores prximos

    ao parque, que o consideravam como um espao onde acontecem situaes

    de violncia, no entanto, depois de um trabalho de reforo da segurana

    e aproximao maior com os moradores, notou-se que essa situao vem

    mudando e que o preconceito est sendo aos poucos superado.

    Certamente esse processo de seminrios ajudar na continuidade do

    processo iniciado no PAVS.

    csarpegoraro

    Payround do Paru Bunos Airs. Uma funo imporan dos parus municipais, srvircomo spao d ar rcrao principamn para as crianas

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    P micipi d s Pl 29

    Visias aos parus

    Foram realizadas 22 visitas tcnicas aos parques, que possibilita-

    ram a comparao entre os dados vericados em campo com infor-

    maes obtidas de forma indireta atravs de questionrios junto aos

    administradores e ao Depave. Para as visitas, foram priorizados os

    parques menos conhecidos (pela distncia ou por terem sido implan-

    tados h pouco tempo).

    Os parques visitados: Parque Chico Mendes, Parque Santa Amlia,

    Parque Chcara das Flores, Parque Raul Seixas, Parque Piqueri, Parque

    Vila Guilherme ou Trote, Parque Lions Club Tucuruvi, Parque da Acli-

    mao, Parque Nabuco, Parque Severo Gomes, Parque Guarapiranga,

    Parque Santo Dias, Parque Burle Marx, Parque Cemucam, Parque Ra-poso Tavares, Parque Luiz Carlos Prestes, Parque dos Eucaliptos, Par-

    que Vila dos Remdios, Parque So Domingos, Parque Cidade Toronto,

    Parque Jardim Felicidade, Parque Rodrigo de Gsperi.

    Os aspectos mais relevantes identicados nestas visitas so descritos

    a seguir:

    Divrsidad dos parus cou patente a diversidade dos parques,

    tanto no que se refere s suas dimenses, quanto s funes e servi-os prestados ou bens a proteger, como: servios ambientais (gua,

    biodiversidade, controle de temperatura e outros), servios para o

    lazer e qualidade de vida das populaes do entorno (lazer, contem-

    plao, atividades fsicas e culturais e outros) e preservao de patri-

    mnio histrico da cidade.

    Imporncia da iniciaiva dos adminisradors nas visitas foi possvel

    vericar e conrmar o papel fundamental destes prossionais, com

    destaque para as iniciativas, zelo pelo bom funcionamento dos par-ques, bem como articulaes institucionais e programas.

    Parcrias com ouras scrarias nidads compreende o uso dos

    parques por diversas outras instituies pblicas e de entidades co-

    munitrias. Em muitos parques visitados, foi possvel vericar que a

    presena de equipamentos como Telecentros, Centro de Convivn-

    cias e Cooperativas (Cecco) so importantes para a frequncia dos

    usurios dos parques.

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    30P micipi d s Pl

    Siuao d pouio do crro u passa dnro do Paru Ccara das Fors. Dmonsraa imporncia d incorporar os corpos d'ua isns m parus pbicos nos proramasd rcuprao consrvao.

    anagonzatto

    clau

    dio

    tavares

    Mura com informas sobr educao Ambina dnro do Paru Afrdo Vopi.

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    P micipi d s Pl 31

    tria na maa isn no Paru Afrdo Vopi. Indicando oura imporan aividadraiadas nos parus, as pricas sporivas.

    Musu Afrobrasi u s ocaia dnro do Paru do Ibirapura. Dmonsra uma das divrsasfuns ds paru, abriar uipamnos cuurais imporans da cidad.

    fotos:claudio

    tavares

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    32P micipi d s Pl

    Prsna d mnos naurais em quase todos os parques visita-

    dos, existe a presena de algum elemento natural em diferentes es-

    tgios de conservao ambiental, como um crrego, nascentes ou

    fragmento de mata. A presena de algum corpo d'gua mais

    significativa, alguns inclusive com problemas de poluio. Isto

    demonstra a importncia da incluso dos corpos d'gua presen-

    tes em parques pblicos, bem como dos projetos de recuperao

    e conservao como, por exemplo, o Projeto Crrego Limpo da

    Sabesp, uma vez que, alm da sua funo natural, a recuperao

    destes corpos dgua um adicional para o lazer e a contemplao

    dos frequentadores destes parques.

    Prparao aprsnao da psuisa com usurios

    Ao questionrio elaborado para a pesquisa com usurios foram in-

    corporadas algumas questes apontadas pelos administradores. Aps a

    realizao da pesquisa, realizada com usurios nos 38 parques em fun-

    cionamento na cidade, ela foi apresentada em ocina onde iniciou-se

    um processo de discusso e amadurecimento das mesmas no sentido de

    elaborar um cronograma com priorizaes para a implantao, a partirdos subsdios para a gesto dos parques. Os resultados da pesquisa so

    apresentados no captulo III dessa publicao.

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    P micipi d s Pl 33

    Os parus urbanosmunicipais d So Pauo

    CAPtUlO II

    Durante o processo de construo de subsdios para a gesto dos

    parques municipais de So Paulo descrito no captulo anterior, uma

    das principais questes debatidas foi a conceituao de parques pbli-

    cos urbanos municipais. O texto a seguir resultado desta discusso,

    e apresenta uma retomada histrica do conceito de parque ligado s

    suas funes em diferentes momentos e em funo de sua criao, bem

    como uma apresentao do quadro atual em relao preservao e aos

    parques existentes e propostos.

    O concio d paru a parir d sua criao

    PARqUe COMO eSPAO De lAzeR

    Para os paisagistas, sanitaristas, arquitetos, bilogos, enm, os que

    se aventuraram em denir o que um parque, clara a diferena de

    concepo. Esta por sua vez parece estar relacionada com a expecta-tiva de como consideram o meio ambiente se como natureza, como

    problema, como recurso e como se d a relao com ele a partir dessa

    denio. Outro aspecto que tambm parece inuenciar esta concepo

    est relacionado com a gnese do espao, ou seja, se foi um espao ori-

    ginrio de um loteamento, ou de uma praa, as expectativas sobre ele

    parecem ser diferentes das que recaem sobre um lugar desapropriado,

    grandes reas de mata preservada.

    A anlise do surgimento dos parques em So Paulo abordada por al-guns autores atuais, como Castelnou (2006), como Rosa Klias (1993), como

    Vladimir Bartalini (1999) que reforam a idia de parque urbano como lo-

    cal para o lazer e, para isso, apiam-se na evoluo do lazer em So Paulo.

    A noo de parque associa-se de uma rea extensa, cercada

    e com elementos naturais; na acepo mais antiga, datada do

    sculo X na Inglaterra, destinava-se caa ou guarda de ani-

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    34P micipi d s Pl

    mais. Posteriormente, a noo estendeu-se a pastos e bosques

    ornamentais existentes ao redor das casas de campo. Ao longo

    do tempo, apresentou-se como outra forma de apropriao do

    espao pblico urbano e como produto direto de uma nova

    funo: o lazer. Hoje, como descreve Kliass (1993), os parques

    urbanos so espaos pblicos com dimenses signicativas e

    predominncia de elementos naturais. (Castelnou, 2006)1.

    Castelnou (2006) destaca no texto acima a importncia da funo do

    lazer para os parques. Nesse sentido, dialoga com Vladimir Bartalini

    (1999)2 que um dos autores que vai olhar para a funo do lazer e sua

    evoluo para relacion-la com os diversos usos que um parque pode

    abrigar a partir da evoluo do lazer em So Paulo. Bartalini coloca:

    Estudos mais recentes da histria do lazer em So Paulo locali-

    zam na dcada de 1970 a proliferao discursiva sobre a neces-

    sidade e os benefcios do lazer, considerado como forma positi-

    va do uso do tempo livre em oposio ao cio, este associado

    indolncia, ao atraso.

    Ele arma que, reboque de uma tendncia observada em outrospases especialmente grandes cidades nos Estados Unidos como Nova

    Iorque, Chicago e So Francisco onde os parques das cidades se caracte-

    rizavam como soluo para a demanda cada vez maior de espaos para

    o lazer , So Paulo, na dcada de 1970, comea a utilizar suas reas ver-

    des como espaos de prticas diversas de lazer: atividades esportivas e

    recreativas viabilizadas para todas as classes sociais, com a implantao

    de quadras poliesportivas, pistas de cooper, equipamentos de ginstica

    em reas verdes pblicas.Klias (1993)3, ao denir parque urbano em So Paulo, refora a fun-

    o lazer e arma que os parques urbanos responderam s demandas

    1 CASTELNOU Antonio Manuel Nunes. Parques urbanos de Curitiba: de espaos de lazer a objetos de

    consumo. Em: Cadernos de Arquitetura e Urbanismo Belo Horizonte v. 3 n. 4 p. 5373 dez. 6.

    2 BARTALINI Vladimir: Parques Pblicos Municipais de So Paulo A ao da municipalidade no

    provimento de reas Verdes de recreao. So Paulo Tese de Doutorado 999.

    3 KLIAS Rosa Grena. Parques urbanos de So Paulo. So Paulo: Pini 993.

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    P micipi d s Pl 35

    de equipamentos para as atividades de recreao e lazer decorrentes da

    intensicao da expanso urbana e do novo ritmo introduzido pelo tem-

    po articial, da cidade industrial, em contraposio ao tempo natural, da

    vida rural. So, ao mesmo tempo, espaos amenizadores das estruturas

    urbanas, compensadores das massas edicadas. Em sntese, so uma res-

    posta ao modo de vida industrial e sua forma de espacializao.

    Segundo Bartalini (1999), h uma evoluo na forma de lazer exer-

    cida que se reete nos espaos que abriga. Na dcada de 1980, se forta-

    lecem novas prticas de lazer, baseadas no desempenho corporal e na

    recuperao da fadiga mental, estas encontram lugar e passam a acon-

    tecer tambm nos parques pblicos.

    No entanto, a dcada de 1980 um momento de inexo, onde os par-

    ques em So Paulo passam a no se resumir apenas a lugares voltados paraatividades de lazer e passaram a ser criados para atender outras necessida-

    des como o caso de vrios parques estaduais na cidade de So Paulo: fun-

    o primordial de proteo aos mananciais no caso da Cantareira, Capivari-

    Monos, Fontes do Ipiranga, Serra do Mar; funo de produo de espcies

    para reorestamento no caso do Horto Florestal. Nesses casos, quando pre-

    sente, o atendimento ao lazer funo secundria (Bartalini, 1999).

    gNeSe DOS PARqUeS eM SO PAUlO

    A histria de como foram criados os parques em So Paulo consti-

    tui um importante subsdio para a compreenso dos mecanismos que

    possibilitaram a sua criao e at mesmo um perodo sem criao e

    tambm das expectativas dos cidados sobre esses espaos.

    Klias (1993)4, ao denir parque urbano em So Paulo, retoma a evo-

    luo dos mesmos e mostra mudanas na concepo de parques. Para

    tal analisa propostas de desenhos de parques resultantes dos modelosde interveno nas cidades europias e americanas. Em termos de g-

    nese, a autora coloca que os parques ingleses foram criados a partir de

    dois processos distintos: a absoro dos grandes espaos representados

    pelo jardim dos palcios que foram abertos ao pblico; e empreendi-

    mentos imobilirios promovidos pela iniciativa privada, os square.

    4 KLIAS Rosa Grena. Parques urbanos de So Paulo. So Paulo: Pini 993.

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    36P micipi d s Pl

    J os parques parisienses, de Haussman, so sistemas de parques

    urbanos constitudos por reas verdes em diferentes escalas, interli-

    gadas por grandes avenidas, ou seja, so parte do planejamento da

    cidade, a partir de um modelo centrado em grandes avenidas. Para

    a implementao e manuteno desses parques foi criada uma estru-

    tura administrativa.

    Os parques americanos se inserem na estrutura urbana atravs da

    utilizao de seu potencial paisagstico. Fazem parte de um sistema de

    reas verdes integradas por avenidas parques e preservando vales e

    beira-rios, estilo parques lineares.

    Segundo a autora, em So Paulo, a evoluo dos parques esteve in-

    timamente relacionada com a cidade que se queria viver e os modelos

    internacionais transpostos para nossa realidade. Essas transposiespassam, por exemplo, pelas praas e jardins projetados junto com os

    projetos de cidade higienista feitos para So Paulo; passam tambm por

    processos de criao de cidades-jardins, que no caso de So Paulo, se

    fez representado pelos bairros-jardins, como Jardins e Alto da Lapa.

    O primeiro parque da cidade de So Paulo foi o Jardim Pblico, hoje

    o Parque da Luz, que data de 1825. Nesse momento, So Paulo era en-

    volvida por um cinturo de stios e chcaras habitados pelos senhores

    mais abastados que constitua a reserva de expanso urbana da cidade.5Nos sculos que seguiram foram rompendo, gradativamente, os limites

    do ncleo urbano de So Paulo e a cidade se expandiu para alm das

    colinas do Tamanduatehy e Anhangaba. Porm a cidade no se expan-

    de em termos de arruamento, mantendo a mesma estrutura, mesmo no

    auge do ciclo do caf.

    Na virada do sculo, So Paulo ganha populao. Com a chegada da

    estrada de ferro Santos-Jundia (1867), a cidade do incio do sculo j a

    do centro dos negcios do caf, transformando seu ncleo urbano coma instalao de instituies bancrias, residncias dos bares do caf,

    transformao dos edifcios e com obras de embelezamento, que por

    muitas vezes inseriram nos seus desenhos as primeiras praas urbanas.

    Nos anos 1910 e 1920, a cidade estrutura-se e comea uma srie de es-

    tudos que visavam sanear a cidade, evitar enchentes, obras higienistas

    5Umadessas reservas cederia espaoa um dos primeiros loteamentos residenciais e a um parque o da Aclimao (939.

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    P micipi d s Pl 37

    que foram acompanhadas de implantao de jardins e praas embele-

    zadores, atravs de estudos de Saturnino de Brito.

    As mudanas na concepo de parques em So Paulo se iniciam a

    partir da Primeira Guerra Mundial (1911-1914), com surtos de modelos

    de urbanizao em que os parques ganham muita importncia e uma

    nova linguagem paisagstica correspondente s tendncias nas artes e

    na arquitetura Art Dec. Essa mudana urbana, de uma certa forma,

    organiza a cidade para a primeira fase da industrializao paulistana:

    ocupam as vrzeas e terras baixas, h uma acelerao no processo de in-

    corporao das chcaras e stios malha urbana. H tambm a instala-

    o dos bondes, que atendiam a populao urbana, privilegiando para

    suas paradas e linhas os espaos de reas verdes, os largos e praas.

    Nos anos 1930, So Paulo objeto de diversos planos. feito o Plano deAvenidas, que denia uma estrutura viria para a cidade, com avenidas ra-

    diais e anis virios interligando-as de forma que a cidade pudesse crescer

    innitamente. O Plano previa marcos visuais, projetos urbansticos para as

    principais avenidas e eixos estruturantes e possua um apndice referente

    a parques urbanos, alm da previso de obras para a reticao do Tiet e

    Pinheiros, obras essas que seriam acompanhadas de reas verdes, com um

    sistema de parques, jardins e espaos recreativos. Esse projeto d origem

    idia do parque nutico na vrzea do Tiet. O Plano comea mesmo a serimplantado em meados da dcada de 1930 e as obras cam mais intensas

    em 1937, na gesto do Prefeito Prestes Maia, seu idealizador.

    Aps a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi introduzida uma

    nova concepo urbanstica, incorporando ideais da Carta de Atenas,

    que passou a considerar de forma gradual as questes ambientais e de

    preservao do patrimnio cultural e paisagstico, contribuindo para

    revigorar as propostas de valorizao das reas verdes nos centros ur-

    banos e de conservao de seus espaos naturais. um novo momento para a cidade, em sua segunda fase industrial,

    cuja localizao das reas industriais passam a estar associadas s rodo-

    vias e migram para a regio Sul da cidade, ABC Paulista, dentre outras.

    um perodo onde a populao cresce vertiginosamente e as interven-

    es do poder pblico procuram dar conta de sustentar um modelo de

    crescimento da mancha urbana e a formao de uma grande periferia

    ligada atividade industrial.

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    38P micipi d s Pl

    enrada do Paru da Acimao paca commoraiva d su cnnrio. O Paru foi umdos primiros a sr abro m So Pauo, m 1892.

    fotos:claudio

    tavares

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    P micipi d s Pl 39

    Pon sobr o ao (no detalhe) do Paru do Ibirapura, um dos smboos ds paru.

    fotos:claudio

    tavares

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    40P micipi d s Pl

    Aos poucos as potenciais reas para parques vo sendo incorpora-

    das ao uso urbano como, por exemplo, as reas marginais dos rios vo

    sendo apropriadas e incorporadas s avenidas marginais. o caso tam-

    bm do Parque Dom Pedro II, que envolvido por sistema virio.

    No contra-uxo dessa tendncia, inaugurado o Parque do Ibira-

    puera, em 1954, em um enorme terreno e at hoje um dos maiores par-

    ques urbanos de So Paulo, entregue no bojo das comemoraes do IV

    Centenrio de So Paulo.

    Mas foi no nal da dcada de 1960 e incio dos anos 70 que se comeou

    a planejar reas e espaos verdes para recreao, baseado na necessidade

    de dar conta de equipamentos e reas de lazer para uma populao que

    crescia vertiginosamente. Entre 1967 e 1969, desenvolveu-se o Plano de

    reas Verdes de Recreao, baseado na necessidade de diagnosticar a rea-lidade urbana, que resultou em uma diviso da cidade em 25 zonas, cada

    uma delas com propostas de implementao de reas verdes de recreao,

    obedecendo algumas tipologias: parque de vizinhana, parque de bairro,

    parque setorial e parque metropolitano. O dimensionamento dos parques

    resultou dos estudos de demanda para atender a comunidade do entorno.

    O plano denia um sistema integrado de parques que previa 29 par-

    ques setoriais distribudos pela malha urbana, onde os de maior escala

    poderiam conter funes no atendidas pelos de menor escala. O planoera uma ao na contra-mo: enquanto a cidade crescia de forma a ani-

    quilar e ocupar com outros usos os espaos previstos para parques, o

    plano procurava reservar reas para que fossem espaos de lazer.

    A dcada de 1970, como mostra a tabela 1, representa uma volta

    inaugurao de parques em diversas regies da cidade, embora, de for-

    ma diferente da planejada, ocorrendo geralmente nos espaos cedidos

    pelos novos empreendimentos imobilirios que compunham a expan-

    so da mancha urbana.Klias (1993) apresenta como uma caracterstica de So Paulo o fato

    que, alm da implantao de parques feita pelo poder municipal ou

    pelo Estado, h inmeros criados pela iniciativa privada, como o caso

    do Parque Tenente Siqueira Campos, que foi um parque privado por

    20 anos e que se tornou rea municipal, ou o Parque da Aclimao, que

    tornou pblica uma rea anteriormente privada. H diversos casos em

    que a implementao dos parques se d a partir da alienao ou com-

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    P micipi d s Pl 41

    pra de glebas pertencentes a particulares, a partir das suas caracters-

    ticas paisagsticas como, por exemplo, os parques do Carmo, Piqueri e

    Anhanguera. E nalmente, alguns parques so resultados de reas com

    funes designadas em loteamentos, como o Parque Guarapiranga. A

    tabela 1 indica todos os parques municipais abertos e seu ano de im-

    plantao no municpio de So Paulo.

    Atualmente, h um Sistema de reas Verdes previsto no Plano Dire-

    tor Estratgico de So Paulo (PDE), estabelecendo as bases para a sua

    efetiva criao; somado a este, cabe destacar iniciativa da Prefeitura

    de ampliar as reas de parques, atravs de ao denominada Progra-

    ma 100 Parques para So Paulo, alm de outras iniciativas de criao de

    parques lineares.

    Desta forma, possvel armar que a criao de parques em SoPaulo acontece hoje de diferentes maneiras: a partir dos pressupostos

    do PDE; a partir de grandes reas preservadas, implementando Uni-

    dades de Conservao; atravs da transformao de praas em par-

    ques, alterando o seu carter;6 h tambm parques que nasceram de

    uma iniciativa privada e possuem gesto compartilhada como

    o caso do Parque Lina e Paulo Raia ou do Parque Burle Marx que

    apresentam uma nova forma de gesto de parques, combinando ini-

    ciativa privada e pblica.Considerando a complexidade de situaes de preservao que j

    se apresentava desde a dcada de 1980 seja em relao sua gnese,

    dimenses e diferentes situaes , j havia uma clara necessidade

    de um planejamento das reas preservadas que fosse feito de for-

    ma integrada. Esse planejamento aconteceu apenas em 2002, quando

    iniciou-se a elaborao do Plano Diretor Estratgico de So Paulo

    (PDE) Lei Municipal no 13.430/02 , dos Planos Diretores Regionais

    (PDRs) e da Lei de Uso e Ocupao do Solo (Luos) Lei Municipalno 13.885/04 , os trs aprovados entre os anos de 2002 e 2004, em umlargo processo de debates.

    O objetivo de um plano diretor organizar o crescimento e o fun-

    cionamento da cidade como um todo, incluindo-se a as zonas urba-

    6Ocercamentoaadministraoeregrasprpriasdierenciamparquesdepraasmasatipologiaurbano-ambientalainda

    noestclaramentedenida.Htambmparquesquesojardinsoureservaspequenasincrustadasnacidadeurbanizada

    cujas caractersticas esto mais prximas de jardins urbanos do que de parques inicialmente concebidos como tais.

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    42P micipi d s Pl

    TabeLa 1. P micipi d s Pl p dm d dt d ci

    *Essesparquesreceberama

    lgunsequipa

    mentosem2

    005,m

    asapenasem2

    007e2008tiverama

    dministrador,v

    igilnciaemanuten

    o,permitindoainaguraodoequipam

    entocomoparque.

    **Esteparquejexistiaanteriormente,pormt

    eveseudecretodecriaopublicadoem2

    008.

    Paru Impanao ra (m)

    1 Luz 1825 113.4002 Ten. Siqueira Campos (Trianon) 1892 48.000

    3 Buenos Aires 1913 25.0004 Aclimao 1939 112.2005 Ibirapuera 1954 1.584.0006 Alfredo Volpi 1966 142.4007 Cemucam 1968 904.6918 Guarapiranga 1974 152.6059 Carmo 1976 1.500.000 + 89 hectares da APA

    10 Piqueri 1978 97.20011 Nabuco 1979 31.30012 So Domingos 1979 80.00013 Previdncia 1979 91.50014 Anhanguera 1979 9.500.000

    15 Vila dos Remdios 1979 109.80016 Rodrigo de Gsperi 1980 39.00017 Raposo Tavares 1981 195.00018 Lions Club Tucuruvi 1987 23.70019 Vila Guilherme 1988 62.00020 Chico Mendes 1989 61.60021 Raul Seixas 1989 33.00022 Severo Gomes 1989 34.90023 Independncia 1989 161.300 + 21.188 que sero incorporados24 Jardim Felicidade 1990 28.80025 Lus Carlos Prestes 1990 27.10026 Santo Dias 1991 134.00027 Cidade de Toronto 1992 109.100

    28 Santa Amlia 1992 34.00029 Eucaliptos 1995 15.44830 Burle Marx 1995 138.27931 Lina e Paulo Raia 1997 15.00032 Chcara das Flores 2002 41.73833 Ermelino Matarazzo 2005 5.00034 Ecolgico Profa. Lydia Natalizio Diogo 2005* 60.00035 Colinas de So Francisco 2005* 49.05336 Cordeiro 2007* 34.00037 Linear Ipiranguinha 2007 10.00038 Linear de Parelheiros 2007 16.00039 Linear Tiquatira 2007** 320.000

    40 do Trote 2007 121.98441 Victor Civitta 2008 14.00042 So Jos 2008 95.00043 Natural Quississana 2008 26.92144 Linear Itaim 2008 21.00045 Linear do Rapadura 2008 70.00046 Shangril 2008 75.64347 do Povo 2008 134.00048 Linear do Fogo 2008 30.00049 Linear do Aricanduva 2008 125.00050 Jacintho Alberto 2008 40.91051 Vila do Rodeio 2008* 613.200

    Fonte: Dados da SVMA 8 disponveis em www.preeitura.sp.org.br/svma/100_parques. Organizado por ISA.

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    P micipi d s Pl 43

    na e rural. Aps a aprovao do Estatuto da Cidade (Lei Federal no

    10.257/2001), os planos diretores passam a ganhar importncia pois so

    eles que devero elencar e detalhar como os instrumentos do Estatuto

    da Cidade podem ser aplicados no territrio municipal.

    No caso do PDE, o seu resultado mostra uma preocupao em criar,

    de forma associada ao desenvolvimento da cidade, um Sistema de re-

    as Verdes. Seu texto descreve uma poltica (Art. 58)7, estabelece diretrizes

    (Art. 59)8 e aes estratgicas (Art. 60)9 para o que chama de reas verdes.

    Faz o mesmo em relao aos recursos hdricos, buscando sua preservao

    e recuperao (Art. 61 a 63); e incorpora em outros temas, diretrizes rela-

    tivas s reas verdes, como energia e iluminao pblica, por exemplo, a

    implementao de programas de iluminao de reas verdes previstas em

    conjuntos habitacionais e loteamentos (Art. 75, inciso VI).O plano apresenta como um conceito bsico:

    III as reas Verdes, que constituem o conjunto dos espaos ar-

    borizados e ajardinados, de propriedade pblica ou privada, ne-

    cessrios manuteno da qualidade ambiental e ao desenvol-

    vimento sustentvel do Municpio (Lei Municipal no 13.430/02,

    Art. 101, 2, III).

    7 So objetivos da poltica de reas Verdes: ampliar as reas verdes melhorando a relao rea verde

    por habitante no Municpio; assegurar usos compatveis com a preservao e proteo ambiental nas reas

    integrantes do sistema de reas verdes do Municpio (Lei Municipal no 3.432, Art. 58.

    8SodiretrizesrelativaspolticadereasVerdes:oadequadotratamentodavegetaoenquantoelementointegrador

    nacomposiodapaisagemurbana;agestocompartilhadadas reasverdespblicassignicativas;aincorporaodas

    reasverdessignicativasparticularesaoSistemadereasVerdesdoMunicpiovinculando-assaesdamunicipalidade

    destinadas a assegurar sua preservao e seu uso; a manuteno e ampliao da arborizao de ruas criando aixas

    verdes que conectem praas parques ou reas verdes; a criao de instrumentos legais destinados a estimular

    parcerias entre os setores pblico e privado para implantao e manuteno de reas verdes e espaos ajardinados

    ou arborizados; arecuperaode reasverdesdegradadasde importncia paisagstico-ambiental; o disciplinamento

    do uso nas praas e nos parques municipais das atividades culturais e esportivas bem como dos usos de interesse

    turstico compatibilizando-os ao carter essencial desses espaos;a criao de programas para a eetivaimplantaodas reas verdes previstas em conjuntos habitacionais e loteamentos (Lei Municipal no 3.432, Art. 59.

    9SoaesestratgicasparaasreasVerdes:implantarreasverdesemcabeceirasdedrenagemeestabelecerprogramas

    derecuperao;implantaroConselhoGestordosParquesMunicipais;instituiraTaxadePermeabilidadedemaneiraacontrolar

    aimpermeabilizao;criar interligaes entre as reasverdes para estabelecerinterligaesdeimportncia ambiental

    regional;criarprogramasparaaeetivaimplantaodasreasverdesprevistasemconjuntoshabitacionaiseloteamentos;

    implantarprogramadearborizaonas escolas pblicas municipais;utilizarreas remanescentes dedesapropriaes

    para a implantao de Parques ePraas; estabelecer parceria entre os setores pblico e privadopormeio de incentivos

    scaisetributrios paraimplantaoemanutenode reasverdeseespaos ajardinadosou arborizadosatendendoa

    critriostcnicosdeusoepreservao das reasestabelecidospeloExecutivoMunicipal;elaborar mapadereasverdes

    do Municpio identicando em cada distrito as reas do Sistema de reasVerdes (Lei Municipal no 3.432, Art. 6.

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    O Plano Diretor institui o Sistema de reas Verdes:

    Art. 131 - O Sistema de reas Verdes do Municpio constitudo

    pelo conjunto de espaos signicativos ajardinados e arboriza-

    dos, de propriedade pblica ou privada, necessrios manuten-

    o da qualidade ambiental urbana tendo por objetivo a preser-

    vao, proteo, recuperao e ampliao desses espaos (Lei

    Municipal no 13.430/02, Art. 131).

    E considera como integrantes do Sistema de reas Verdes do Mu-

    nicpio todas as reas verdes existentes e as que vierem a ser criadas,

    de acordo com o nvel de interesse de preservao e proteo, compre-

    endendo as seguintes categorias: reas verdes pblicas de Proteo In-tegral (parques e reservas); reas verdes pblicas ou privadas de Uso

    Sustentvel (rea de Proteo Ambiental, Reserva Extrativista, Reserva

    de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentvel, Reserva Particular

    do Patrimnio Natural; parque urbano e praa pblica); reas de espe-

    cial interesse pblicas ou privadas: rea ajardinada e arborizada locali-

    zada em logradouros e equipamentos pblicos; chcaras, stios e glebas;

    cabeceiras, vrzea e fundo de vale; espao livre de arruamentos e reas

    verdes de loteamentos; cemitrios; reas com vegetao signicativa emimveis particulares.

    Vale destacar que a idia de preservao e manuteno da quali-

    dade ambiental no est presente apenas na poltica para reas verdes

    do PDE, mas tambm na poltica para recursos hdricos, por exemplo,

    quando explicita objetivos, diretrizes e aes estratgicas do Programa

    de Recuperao Ambiental de Cursos D'gua e Fundos de Vale (Art.106

    a 108), onde dene que ser necessria a implantao dos parques line-

    ares contnuos e caminhos verdes a serem incorporados ao Sistema dereas Verdes do Municpio (Art. 106), e assim, dene o que sero os

    parques lineares e caminhos verdes:

    1 - Parques lineares so intervenes urbansticas que visam

    recuperar para os cidados a conscincia do stio natural em que

    vivem, ampliando progressivamente as reas verdes.

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    quadra poisporiva no Paru Sano Dias, ouro mpo d paruimpanado m ras prifricas do municpio.

    lao dnro do Paru Cico Mnds abro m 1989. es um mpo d paruimpanado a parir da dcada d 1970 m ris mais prifricas do municpio.

    anagonzatto

    claudio

    tavares

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    2 - Os caminhos verdes so intervenes urbansticas visando

    interligar os parques da Cidade e os parques lineares a serem im-

    plantados mediante requalicao paisagstica de logradouros

    por maior arborizao e permeabilidade das caladas (Art. 106,

    1 e 2).

    Nesse momento, o plano diretor cria uma nova categoria, diferencia-

    da de reas verdes, que so os parques lineares, tambm delimitados

    como rea de Interveno Urbana no zoneamento da Luos. O conceito

    de parque linear se dene a partir de uma tipologia que acompanha a

    rede hdrica. Essa categoria, parques lineares, ser incorporada rapida-

    mente pela gesto pblica e hoje temos sete parques lineares implanta-

    dos e 22 em implantao e em projeto, totalizando 29 parques linearespropostos pela gesto atual. Veja a tabela 2.

    Alm de criar novas categorias, o PDE estabelece instrumentos que

    podero colaborar na preservao de reas verdes, como a Transfern-

    cia do Direito de Construir e o Direito de Preempo, seguindo os pre-

    ceitos preconizados no Estatuto da Cidade como, por exemplo, o que

    determina como nalidades para aplicao do Direito de Preempo a

    criao de espaos pblicos de lazer e reas verdes e criao de unida-

    des de conservao ou proteo de outras reas de interesse ambiental(Lei Federal 10.257/01, Art. 26, inciso VI e VII). So esses instrumentos,

    os considerados instrumentos urbanstico-ambientais, a saber: Transfe-

    rncia de Potencial Construtivo; reas de Interveno Urbana; Direito

    de Preempo; Concesso Urbanstica; Licenciamento ambiental; Termo

    de Compromisso Ambiental (TCA); Termo de Compromisso de Ajuste

    de Conduta Ambiental; Zoneamento ambiental; Avaliao Ambiental

    Estratgica; Planos de bairro.

    Por m, o zoneamento resultante dos planos diretores regionais eda Luos, estabelece zonas e reas especcas (ou no) para a preser-

    vao, a saber:

    1. zonamno d uso ocupao do soo dnro da Macroona d

    Proo Ambina: Zona Mista de proteo (ZMp), Zona de Prote-

    o e Desenvolvimento Sustentvel (ZPDS), Zona de Lazer e Turis-

    mo (ZLT), Zona Exclusivamente Residencial de Proteo Ambiental

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    TabeLa 2. P li p , gi cidd dt d implt

    Fonte: SVMA disponvel no site www.preeitura.sp.gov.br/sitesvma/100_parques. Organizada por ISA 8.

    Paru Rio Subprfiura ra (m2) Siuao Daa dabruraLinear Tiquatira Leste Penha 320.000 implantado 2007

    Linear de Parelheiros Sul Parelheiros 16 000 implantado 2007Linear Ipiranguinha Leste Vila Prudente 10000 implantado 2007Linear Itaim Leste Itaim Paulista 21 000 implantado 2008Linear do Fogo Norte Pirituba 30 000 implantado 2008Linear do Aricanduva Leste Cidade Tiradentes 125 000 implantado 2008Linear do Rapadura Leste Aricanduva 70 000 implantado 2008Linear Rio Verde Leste Itaquera 38 180 em implantao/projeto nal de 2008Linear gua Vermelha Leste Itaim Paulista 124207 em implantao/projeto nal de 2008Linear do Sap Oeste Butant 23 544 em implantao/projeto nal de 2008Linear Guaratiba Leste Guaianazes 29 000 em implantao/projeto sem dataLinear Monguaga Leste Ermelino Matarazzo 64 061 em implantao/projeto sem dataLinear Cipoaba Leste So Mateus 70 000 em implantao/projeto sem dataLinear Taboo Leste Aricanduva 70 000 em implantao/projeto sem data

    Linear das Nascentesdo Aricanduva

    Leste Cidade Tiradentes 350 000 em implantao/projeto sem data

    Linear Cabuu de Cima Norte Jaan 17 000 em implantao/projeto sem dataLinear Bananal Canivete Norte Freguesia do 35 000 em implantao/projeto sem dataLinear Bispo Norte Casa Verde 1 209 604 em implantao/projeto sem dataLinear Ribeiro Perus Norte Perus 1 712 744 em implantao/projeto sem dataLinear dos Pires Oeste Butant 76 000 em implantao/projeto sem dataLinear do Caxingui Oeste Butant 125 470 em implantao/projeto sem dataLinear Ivar Becker Oeste Butant 20 000 em implantao/projeto sem dataLinear Esmeralda Oeste Butant 50 000 em implantao/projeto sem dataLinear Invernada Sul Santo Amaro 4 000 em implantao/projeto sem dataLinear Feitio da Vila Sul M Boi Mirim 27 560 em implantao/projeto sem data

    Linear Castelo Dutra Sul Capela do Socorro 60 000 em implantao/projeto sem dataLinear Cocaia Sul Capela do Socorro 90 000 em implantao/projeto sem dataLinear Caulim Sul Parelheiros 3 213 000 em implantao/projeto sem dataLInear Itarar Oeste Butant 35.000 em implantao/projeto sem data

    (ZERp), Zona Especial de Proteo (ZEP), Zona Centralidade Polar de

    Proteo Ambiental (ZCPp), Zona Centralidade Linear de Proteo

    Ambiental (ZCLp);2. zonas spciais:Zona Especial de Preservao Ambiental (Zepam), Zona

    de Preservao Cultural (Zepec), Zona Especial de Produo Agrcola e

    Extrao Mineral (Zepag), Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS 4);

    3. Parus inars ras d Inrvno Urbana (AIU).

    Com o PDE, portanto, d-se o primeiro passo para a criao de um

    Sistema de reas Verdes para So Paulo, mas ainda h muito que ser

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    MaPa 1. P li micpi d s Pl

    laboratrio

    degeoprocessamento

    do

    instituto

    socioambiental(isa)

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    estruturado para que realmente um sistema seja criado. Em documento

    elaborado pelo LabHab em cooperao com a SVMA (2006), existem

    algumas sugestes na direo de detalhar e construir realmente um sis-

    tema de reas verdes. O documento arma que o Sistema, na forma que

    se encontra, no se estabelece uma conceituao de sistema estruturada,

    em partes que compem um todo, com funes especcas e diferen-

    tes gradaes de conservao e preservao ambiental. Tampouco as

    categorias denidas no PDE correspondem s funes que devem ser

    abarcadas, o que sugere que seja feito um aprofundamento na denio

    dessas categorias, na sua relao com o zoneamento, inclusive revisan-

    do sobreposies ou desenhos de reas. Tudo isso pode ser feito atravs

    de um novo documento, eventualmente atravs de lei especca (La-

    bHab/SVMA, 2006, p.25-28).10

    Em termos de avanos, pode-se armar que o PDE criou zoneamen-

    tos que se adequam a novas formas de criao de parques como, por

    exemplo, os que foram criados a partir de grandes reas preservadas,

    que ainda no so ocialmente UCs. o caso das UCs correlatas11, como

    o Parque Municipal Anhanguera, e possivelmente assim sero os par-

    ques criados a partir da compensao ambiental do Rodoanel: Parque

    Natural Municipal do Jaceguava, Parque Natural Municipal do Itaim,

    Parque Natural Municipal do Boror