Partidos e institucionalismo

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teoria do declínio dos partidos e institucionalismo histotiro

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  • Universidade Federal de Minas Gerais

    Faculdade de Filosofia e Cincias Humanas

    Departamento de Cincia Poltica

    Ps-Graduao em Cincia Poltica

    Disciplina: Anlise Poltica DCP880

    Docente: Mario Fuks

    Discente: Gianluca Elia

    Comentrio sobre os textos da aula dos professores Ranulfo e Telma

    Contexto 1

    Ignazi (2014) citando Sartori, aponta pela origem etimolgica da palavra partido,

    para explicar as percepes negativas (divises, separaes e conflitos) sobre estes.

    Segundo Ignazi somente o advento do pensamento liberal, com suas ideias positivas

    sobre pluralismo e as diferenas, levou a uma maior e necessria legitimao dos

    partidos. Existiria porem contraditoriamente, ao lado do reconhecimento da importncia

    dos partidos, uma percepo destes como afastados da sociedade e clientelistas. Depois

    do apogeu alcanados pelo partidos de massa, na sociedade ps-industrial e ps-

    moderna estes perdem sempre mais adeptos, pela prpria transformao da sociedade.

    Segundo Katz e Mair (1995), este processo levou a interprenetation of party

    and state e portanto ao cartel party um state-centred party que explora e extrai

    recursos do estado para as suas atividades. Segundo a hiptese de Ignazi, a retrao dos

    partidos junto sociedade acompanhada pela consequente e forada colonizao do

    estado por parte destes: the fluidity of the post-modern society has left parties without

    any anchorage in society, forcing them to colonize the state instead.

    Questo 1

    Em que medida as interpretaes destes autores falham ao colocar classes sociais

    e grupos de interesses privados, grandes empresas e bancos multinacionais, todos

    indiferentemente dentro da chamada sociedade civil? Em que medida, como varivel

  • independente esta parte da sociedade, suportada por ideologias neoliberais, se serviu do

    estado, em colaborao com alguns partidos, para fim particularistas?

    Contribuio 1

    Tambm Mair (2005) no faz uma analise considerando as classes sociais e o

    capital. O fechamento dos canais de comunicao e participao dos partidos com o

    demos, corresponderiam concentrao dos esforos dos partidos em se servir do

    estado, em simbiose com este, para sobreviver e reproduzir esta logica. Mas isso teria

    acontecido somente para fins restritos aos partidos? O carter popular da democracia se

    enfraqueceria na medida em que os partidos perderiam espao politico, atendendo

    menos aos interesses da sociedade civil. De uma sociedade civil considerada como

    um bloco unitrio?

    A nfase de Ignazi, respeito a Katz e Mair, me parece que esteja no fato que os

    partidos seriam forados a colonizar o estado, porque perderam os recursos que

    tinham como partidos de massa. Tambm esta analise falta da profundidade necessria

    para entender as estruturas de poder politico e econmico.

    No pais mais pluralista do mundo, os EUA, o interesse privado dos monoplios

    financeiros, acima do interesses popular, garantido por um sistema de corrupo

    gigantesco, no qual a extrao de recursos por parte dos partidos polticos um

    fenmeno acessrio. Alm do mais, nos EUA, o financiamento aos partidos no

    diminuiu mas aumentou, e sobretudo privado, por parte destes mesmos grandes

    monoplios.

    Contexto 2

    Immergut (2007) expe as reciprocas influencias entre estudos sobre politicas

    publicas e teoria institucionalista. Segundo Pierson e Skocpol (2008) o institucionalismo

    histrico aborda questes amplas, contextos macros e substantivos, se servindo de

    analises histricas sequenciais. Rastreando transformaes e processos, formula

    hipteses sobre os efeitos combinados de varias instituies. Segundo Pierson e

    Skocpol, Immergut dentro da abordagem do institucionalismo histrico adota um

    enfoque de nvel meso, analisando as politicas em uma rea especifica. Immergut

    citando a prpria Theda Skocpol afirma que a viso institucionalista foi em parte

    inspirada pelas teorias neomarxistas que contrariamente as teorias estruturalistas e

  • pluralistas colocavam o estado no centro da analise, considerado como ator e estrutura

    no neutral.

    Questo 2

    Esta abordagem seria til para entender as politicas publicas que o Brasil pretende

    exportar atravs a sua Cooperao Internacional para o Desenvolvimento (CID), sem

    considerar a fragmentao da em varias instituies e o aporte de vrios atores,

    institucionais e no institucionais?

    Contribuio 2

    As teorias do institucionalismo histrico segundo Pierce e Skopcol, tendem a destacar e

    explorar as causas que operam nos nveis inter-organizacionais e inter-institucionais e as

    causas seriam consistentes com as motivaes e o comportamento individual, porem

    importam como canalizadores e delimitadores os padres de recursos e relacionamentos

    nos quais estes indivduos se encontram. Uma analise como aquela do institucionalismo

    histrico que analisa como os grupos de organizaes e instituies se relacionam um

    com os outros e do forma aos processos ou resultados, deveria porem tambm

    considerar a influencia das instituies internacionais e do capital.

    Referencias:

    IGNAZI, Piero (2014). Power and the (il)legitimacy of political parties: An unavoidable paradox of contemporary democracy. Party Politics 2014, Vol. 20(2) 160169

    KATZ, R. and MAIR, P. (2002). The Ascendancy of the Party in Public Office: party organization change in twentieth-century democracies, in: Gunther, Monteiro & Linz (orgs.), Political Parties old concepts and new challenges. Oxford U. Press.

    MAIR, Peter (2005). Democracy beyond parties. Center for the Study of democracy University of California Paper n. 5

    IMMERGUT, Ellen M. Institutional constrains on policy. In: GOODIN.

    R.E.; REIN, M.; MORAN. M. (Edi.). The Oxford handbook of Public Policy.

    Oxford University Press, 2007.

    PIERSON, Paul y SKOCPOL, Theda. El institucionalismo histrico en la

    ciencia poltica contempornea. Revista Uruguaya de Ciencia Poltica - Vol. 17 N1 -

    ICP Montevideo. 2008