Passo a Passo do Boca do Inferno, por Suelen Trevisan

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Como fazer o Boca do Inferno passo a passo Um guia para manter o jornal vivo sem perder a própria vida, por Suelen Trevizan 1. Ter uma equipe editorial estabelecida. É importante que haja um editor-chefe, um diagramador e um comitê editorial de no mínimo cinco pessoas (sem contar o editor-chefe). Nada de tentar angariar colaboradores no meio do processo, medidas desesperadas afetam a qualidade da equipe. O ideal é que sempre no começo do ano, ainda no primeiro mês de aula, haja uma seleção de editores para dar ares novos à equipe (quanto maior o número de membros, mais pluralidade haverá) e compensar as saídas ao logo do ano anterior. Essa equipe deve ser bem instruída e estar comprometida a trabalhar o ano todo. Quanto ao diagramador, de uma edição para outra se deve conversar com ele para saber se ele tem interesse e disponibilidade de continuar no projeto. Sim, beleza é essencial, pelo menos no caso de um jornal, senão ninguém se dá ao trabalho de ler aquele texto superinteligente. 2. Abrir chamada para textos. A chamada deve ficar aberta de duas a três semanas. Mais do que isso é perda de tempo, já que os autores, em sua maioria, enviam textos logo no começo do prazo ou nos últimos dias antes do encerramento. A divulgação da chamada deve ser ampla e cobrir vários meios: blogs do CAL e do jornal, páginas no Facebook, cartazes na UFPR, sobretudo nos andares nono, décimo e décimo primeiro, que são os mais frequentados pelos estudantes de Letras. Acho interessante que esses cartazes tenham uma identidade visual constante de uma chamada para a outra, assim, nosso público cativo os reconhecerá de longe. O que eu fiz até agora são sulfites da cor salmão, que se destacam mais do que os brancos e, ao mesmo tempo, mantém um ar elegante. 3. Receber e salvar os textos. Assim que os textos chegam ao e-mail do jornal, o editor-chefe deve responder ao autor agradecendo a colaboração, marcar a mensagem com o tag correspondente ao número edição (isso vai ajudar a se organizar mais para a frente quando precisar encontrar e-mails antigos) e salvar os arquivos de texto numa pasta no computador nomeada “textos originais” ou algo semelhante. As imagens recebem o mesmo tratamento, mas sugiro que sejam salvas em uma pasta distinta. 4. Catalogar os textos. Na hora de salvar os textos no computador, sugiro ao editor-chefe acrescentar um número no início do título do arquivo, outra facilidade para a hora de distribuir para os editores avaliarem, por exemplo: [1] nome do poema.docx, [2] nome do artigo.docx, etc. Num arquivo de excel, o editor-chefe deve catalogar esses textos, indicando nas linhas o número correspondente ao arquivo e nas colunas as seguintes informações: gênero, número de caracteres, nome do texto, nome do autor, e-mail do autor, observações. Nas observações entram questões como: se o texto foi escrito por editor do jornal ou por um amigo deste, se o texto está em língua estrangeira, enfim, aspectos que serão decisivos na escolha de quais editores vão lê-lo. 5. Apagar as marcas autorais. Agora que há um registro em tabela de quem escreveu o que, o editor-chefe deve observar se o arquivo contém marcas autorais e apagá-las. Essas marcas podem aparecer bem explicitamente, como uma assinatura antes ou depois do corpo do texto, ou a assinatura digital do arquivo. Em “Salvar como” é possível apagar a assinatura digital. Daqui em diante, o texto será referido apenas por seu número, para não comprometer o sistema cego de avaliação.

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Como fazer o Boca do Inferno passo a passo Um guia para manter o jornal vivo sem perder a própria vida, por Suelen Trevizan

1. Ter uma equipe editorial estabelecida.

É importante que haja um editor-chefe, um diagramador e um comitê editorial de no mínimo cinco pessoas (sem contar o editor-chefe). Nada de tentar angariar colaboradores no meio do processo, medidas desesperadas afetam a qualidade da equipe. O ideal é que sempre no começo do ano, ainda no primeiro mês de aula, haja uma seleção de editores para dar ares novos à equipe (quanto maior o número de membros, mais pluralidade haverá) e compensar as saídas ao logo do ano anterior. Essa equipe deve ser bem instruída e estar comprometida a trabalhar o ano todo. Quanto ao diagramador, de uma edição para outra se deve conversar com ele para saber se ele tem interesse e disponibilidade de continuar no projeto. Sim, beleza é essencial, pelo menos no caso de um jornal, senão ninguém se dá ao trabalho de ler aquele texto superinteligente.

2. Abrir chamada para textos.

A chamada deve ficar aberta de duas a três semanas. Mais do que isso é perda de tempo, já que os autores, em sua maioria, enviam textos logo no começo do prazo ou nos últimos dias antes do encerramento. A divulgação da chamada deve ser ampla e cobrir vários meios: blogs do CAL e do jornal, páginas no Facebook, cartazes na UFPR, sobretudo nos andares nono, décimo e décimo primeiro, que são os mais frequentados pelos estudantes de Letras. Acho interessante que esses cartazes tenham uma identidade visual constante de uma chamada para a outra, assim, nosso público cativo os reconhecerá de longe. O que eu fiz até agora são sulfites da cor salmão, que se destacam mais do que os brancos e, ao mesmo tempo, mantém um ar elegante.

3. Receber e salvar os textos.

Assim que os textos chegam ao e-mail do jornal, o editor-chefe deve responder ao autor agradecendo a colaboração, marcar a mensagem com o tag correspondente ao número edição (isso vai ajudar a se organizar mais para a frente quando precisar encontrar e-mails antigos) e salvar os arquivos de texto numa pasta no computador nomeada “textos originais” ou algo semelhante. As imagens recebem o mesmo tratamento, mas sugiro que sejam salvas em uma pasta distinta.

4. Catalogar os textos.

Na hora de salvar os textos no computador, sugiro ao editor-chefe acrescentar um número no início do título do arquivo, outra facilidade para a hora de distribuir para os editores avaliarem, por exemplo: [1] nome do poema.docx, [2] nome do artigo.docx, etc. Num arquivo de excel, o editor-chefe deve catalogar esses textos, indicando nas linhas o número correspondente ao arquivo e nas colunas as seguintes informações: gênero, número de caracteres, nome do texto, nome do autor, e-mail do autor, observações. Nas observações entram questões como: se o texto foi escrito por editor do jornal ou por um amigo deste, se o texto está em língua estrangeira, enfim, aspectos que serão decisivos na escolha de quais editores vão lê-lo.

5. Apagar as marcas autorais.

Agora que há um registro em tabela de quem escreveu o que, o editor-chefe deve observar se o arquivo contém marcas autorais e apagá-las. Essas marcas podem aparecer bem explicitamente, como uma assinatura antes ou depois do corpo do texto, ou a assinatura digital do arquivo. Em “Salvar como” é possível apagar a assinatura digital. Daqui em diante, o texto será referido apenas por seu número, para não comprometer o sistema cego de avaliação.

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6. Dividir os textos entre os editores.

Esta parte é mais complicada do que parece, porque considera vários aspectos. Primeiro, aqueles textos considerados especiais, os que recebem observação na tabela, como um poema escrito em alemão ou um artigo sobre teoria da tradução, devem ser encaminhados aos editores que têm a competência específica para avaliá-los. Se não houver editores suficientes com habilidades para isso, sugiro buscar ajuda externa, por exemplo algum professor que trabalhe na área, mantendo sempre a sigilo sobre a identidade do autor.

Outra questão fundamental para a divisão dos textos é que haja um equilíbrio do volume de trabalho. Nesta parte o conhecimento do número de caracteres, informação que consta na tabela feita pelo editor-chefe, ajuda. Eu calculo a soma total de caracteres de todos os textos (fácil de fazer no excel) e divido pelo número de editores, buscando uma média para cada um. Como há textos muito longos em contraste com textos muito curtos, só o número de caracteres pode levar um editor a ler um artigo de 15 mil caracteres e outro 15 poemas de mil caracteres, o que também geraria desequilíbrio no volume de trabalho. Eu compenso essa disparidade na segunda rodada, aqueles que leram poucos textos na primeira, lerão mais na segunda e vice-versa.

Por fim, mas não menos importante, é preciso dividir os textos considerando a aptidão de cada editor. Com a convivência, o editor-chefe percebe que há editores mais detalhistas para questões gramaticais, outros para a semântica, outros para símbolos literários etc. Há editores com mais sensibilidade para ler poemas, outros são ótimos em avaliar estrutura argumentativa de textos técnicos. Há editores que apreciam produções experimentais, outros preferem as mais tradicionais. Enfim, o editor-chefe, tendo uma ideia geral desses perfis deve se planejar para que um texto seja lido sempre por dois perfis diferentes de editores. Por exemplo, se um texto é lido na primeira rodada por um editor que basicamente só olha a gramática, na segunda ele deve ser lido por um editor que seja mais crítico literário. E assim vai. Essa parte é uma das mais difíceis para o editor-chefe, mas essencial, pois só considerando todos esses fatores é que um texto vai ter a chance de ser avaliado com qualidade.

O deadline para os editores deve ser em média de uma semana e de preferência não coincidir com época de provas. Conforme os editores enviarem os arquivos de volta, o editor-chefe deve salvar essas versões em novas pastas no computador, nomeadas “parecer 1”, “parecer 2” e “parecer 3”. Tenho o hábito de enviar para o segundo editor o arquivo que já foi comentado pelo primeiro editor, a fim de permitir que aquele dialogue com este e também para, na hora de responder ao autor, enviar um único arquivo contendo todas as sugestões de alterações. Quando houver divergência entre o primeiro e o segundo parecer, os textos devem ser encaminhados para terceira avaliação.

7. Encomendar textos complementares.

Mesmo antes de saber quais textos foram aprovados, o editor-chefe, ao olhar a sua tabela de excel, tem uma ideia de quais gêneros foram mais contemplados e quais faltam para aquela edição do jornal. Por experiência, temos visto que os colegas quase sempre enviam poemas, narrativas de ficção e traduções. Para balancear isso, é preciso que o editor-chefe encomende textos de outros gêneros, como: resenha de livro, ensaio ou artigo científico, artigo de opinião, informes do CAL, ensaio fotográfico experimental, quadrinhos etc. Esses textos devem ser pedidos a pessoas preferencialmente do curso de Letras e que tenham propriedade para tratar do tema. Podem ser amigos dos editores, mas apenas se esses já tiverem comprovado competência para desempenhar aquela tarefa. O deadline desses colaboradores depende do tipo de tarefa que eles vão desempenhar, mas a partir do momento que tiverem entregue o texto, passarão pelo mesmo processo que os demais autores: edição de no mínimo dois editores, reescrita e acréscimo da minibiografia. 8. Informar aos autores o resultado dos pareceres.

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Todos aqueles que enviaram textos devem ter um retorno se foram selecionados ou não. Aqueles que tiverem tido textos aprovados receberão o arquivo comentado pelos editores e serão instruídos para realizarem a reescrita do que estiver indicado (o deadline para reescrita é algo em torno de uma semana) e também para encaminharem uma pequena minibiografia em terceira pessoa de até 300 caracteres com espaços. 9. Revisar os textos uma última vez.

Conforme os autores forem devolvendo os textos reescritos, o editor-chefe deve checar os arquivos, assegurar que constam todas as informações básicas e já reorganizá-las na mesma ordem em que aparecerão no jornal, a saber: chapéu, título, gravata (se houver), nome do autor, texto, minibiografia. Esses textos precisam passar por uma última revisão e sugiro que seja feita em papel impresso em vez de na tela com computador. Se o editor-chefe em questão for um revisor muito habilidoso e estiver em cima do prazo, ele pode fazer essa última checada sozinho, mas o ideal é que ele convoque outros membros do comitê editorial para ajudá-lo na função. Aqueles textos que tiverem que sofrer alterações (nessa altura do campeonato, devem-se fazer apenas mudanças gramaticais, não mais estilísticas) serão reenviados para os autores na nova versão, e o editor-chefe deve pedir a aprovação deste.

10. Entrevistar um professor ou um funcionário ilustre.

Antes, durante ou depois da edição dos textos (depende do planejamento do editor-chefe em gestão), os editores precisam escolher o entrevistado do mês. Tendo chegado a um consenso sobre o nome, o comitê deve fazer o convite formalmente e marcar a data para a entrevista. Essa costuma ser realizada por no mínimo quatro pessoas, ao estilo dos ping-pongs do Pasquim, sendo pelo menos um desses editor do jornal além de um fotógrafo e, se necessário, entrevistadores convidados. A conversa deve ser toda gravada e, na sequência, transcrita na íntegra.

Para uma entrevista de 8 páginas de jornal, utilizam-se doze páginas de word (Times 12, espaçamento simples). Como, em geral, a entrevista ultrapassa em muito esse volume de texto, os editores devem escolher quais perguntas serão excluídas, tomando o cuidado para que a conversa continue fazendo sentido. Em caso de respostas muito longas do entrevistado, é possível cortar fora alguns pedaços, mas esse recurso não é muito indicado, fica apenas para último caso. Tendo chegado a uma extensão razoável, o passo seguinte é fazer pequenas adaptações no texto para que ele faça sentido escrito. Não se deve trocar palavras por sinônimo, mas se pode fazer ajustes de concordância, quebra de períodos muito longos, eliminação de excessos de vícios de linguagem (né, ahn, então) etc. Expressões que sejam muito características do entrevistado podem e devem ser mantidas. Aquele que estiver editando a entrevista, que não precisa ser necessariamente o editor-chefe, também deve escrever um pequeno texto de apresentação do entrevistado, colocando alguns dados sobre sua carreira e as circunstâncias em que a entrevista ocorreu. Após ter passado por revisão, o texto deve ser encaminhado para a diagramação junto com as fotos e outros recursos gráficos (caricatura, olhos, boxes etc.).

11. Fazer o boneco do jornal.

A partir do momento em que o editor-chefe tiver todos os textos em mãos e souber a extensão dessas versões finais, ele deve fazer um boneco da edição. Isso quer dizer que ele vai definir quantas páginas o jornal terá (lembrando que deve ser sempre um número múltiplo de quatro) e o que vai em cada página. Neste momento, ele já deve prever a necessidade de recursos visuais e angariar colaboradores gráficos para suprir isso. Um exemplo de como fazer um boneco:

1 – capa (imagem A)

2 – sumário (imagem B)

3 – editorial

4 – poemas de Fulano

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5 – tradução de conto

6 – artigo científico – parte ½

7 – artigo científico – parte 2/2

... Alguns fatores importantes na hora de definir o boneco:

a) As páginas que vêm lado a lado devem conter textos que combinem. Se um texto se dividir em várias páginas, deve-se fazer o possível para que essas páginas fiquem uma do lado da outra e não uma no verso da outra. Se forem textos distintos, deve-se buscar uma sequência que seja harmônica. Uma opção é conciliar textos mais quadrados com páginas mais ilustradas. Outra opção é combinar pela semelhança, por exemplo, fazer um conjunto de poemas de autores distintos virar uma página dupla.

b) Buscar um sequência interessante. Textos de gêneros iguais podem se agrupar em conjuntos menores mas não virem todos juntos. Por exemplo, se há três traduções na edição, pode até haver páginas duplas com as duas traduções menores, mas a terceira deve vir afastada algumas páginas adiante. Os textos mais longos, sobretudo a entrevista, devem vir no miolo do jornal e os textos menores logo no começo e bem no final, como se houvesse um adensamento conforme se aproxima do meio e um aumento da leveza conforme se aproxima do final. Intercalar textos muito sérios com textos mais bem humorados, de preferência com temas semelhantes próximos. Por exemplo: um artigo sobre teoria da tradução viria ao lado da tradução de um poema e a ilustração deste.

c) Os textos de maior qualidade e com mais recursos gráficos devem vir preferencialmente nas páginas ímpares, que são as mais destacadas. As áreas mais nobres do jornal são: o comecinho (páginas 3, 4, 5), o miolo junto ao grampo e o finalzinho. Esse filão deve ser preenchido com aquilo que o editor-chefe considerar o que há de melhor naquela edição.

12. Diagramar.

Uma vez definido o boneco, o editor-chefe deve encaminhá-lo para o diagramador, junto com um cronograma inicial de trabalho (já prevendo uma folga para possíveis atrasos), todos os arquivos de texto em sua versão finalizada (no título, pode se inserir o número correspondente à paginação para facilitar a vida do diagramador) e as imagens já recebidas. Conforme for compondo as páginas, o diagramador vai percebendo a necessidade de novos elementos gráficos, que o editor-chefe deve resolver imediatamente. Nesse período do trabalho, o editor-chefe deve estar o tempo todo dialogando com o diagramador e disponível para atender às demandas deles. Uma sugestão é que o editor-chefe vá revisando as páginas diagramadas dia a dia em conjuntos menores (4 a 6 páginas) conforme eles vão ficando prontas, porque já pode ir anotando problemas e pedir para o diagramador revisar o trabalho com esses direcionamentos. Esse trabalho é mais ágil e eficaz quando feito a quatro, no máximo seis, mãos. Apenas quando a diagramação estiver pronta, o editor-chefe deve convocar todo o comitê editorial para fazer a revisão do documento. Pode-se dizer que cada edição acaba tendo mais a cara de seu editor-chefe, devido ao modo como esse processo é realizado, por isso, acho interessante para o jornal que a pessoa a ocupar esse cargo não se repita por mais de duas edições seguidas.

13. Solicitar orçamento.

Assim que o comitê editorial tiver revisto e aprovado a edição diagramada, o editor-chefe deve procurar um membro do CAL para entrar com pedido de orçamento do jornal. O CAL possui uma verba anual de R$ 5 mil junto à PRAE para usar em serviços da Universidade. Em anos passados, por preguiça ou ignorância dos nossos representantes, esta verba ficou intocada. Como nosso centro acadêmico dispõe de outras fontes de rendas e raramente utiliza esse dinheiro, parece mais justo que ele seja usado integralmente pelo jornal em vez de ser devolvido aos cofres da Reitoria, já que não é cumulativo de ano para ano. Para ter acesso a esse dinheiro, no entanto, é preciso ter a mediação de um membro do CAL, que

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vai procurar a Adélia de CAEE, no segundo andar do D. Pedro II, e pedir a ela como solicitar o uso dessa verba. É bastante rápido e simples se a atual gestão do CAL já tiver enviado um ofício de apresentação no momento da posse. Para fazer o orçamento, o editor-chefe já precisa ter definido qual será a tiragem daquela edição (algo entre 1000 e 1500 exemplares é o ideal para atender nosso público da Reitoria e redondezas sem encalhe). Para detalhes sobre o formato, conversar com o diagramador. O que podemos dizer é que o último projeto gráfico [edições 27 e 28] utiliza papel offset 150g, 1x1 cor, tamanho A3, acabamento com dobra ao meio (resultando em páginas com dimensão de um A4) e dois grampos.

14. Autorizar a impressão.

A gráfica da UFPR dá o retorno do orçamento em até uma semana. O passo seguinte é autorizar o uso dessa verba por meio de um ofício redigido por um membro do CAL e reenviar o arquivo do jornal em formato de Corel Curvas.

15. Buscar o jornal na PRAE.

O prazo para impressão do jornal depende do volume de trabalho acumulado na gráfica da UFPR, mas, se não houver acontecimentos extraordinários, a média é de duas semanas. Eles entregam o jornal direto na PRAE e a Adélia comunica por e-mail ao CAL quando tiver chegado. 16. Festar.

Não é apenas porque o jornal deu trabalho e merecemos relaxar, as festas de lançamento são importantes para os editores manterem contato com os autores e com os leitores do jornal. É um momento de feedback que pode ser muito produtivo para ajustes em edições futuras. Sobre a festa, o lugar deve ser central, com preços acessíveis e uma atmosfera tranquila o suficiente para se conversar. A festa da edição 27, por exemplo, foi no café-teatro Toucher La Lune.

17. Distribuição do jornal.

No dia em que for buscar o jornal, é preciso que o editor-chefe já tenha elaborado uma estratégia de distribuição. Nesse plano devem constar os locais de entrega e quantos jornais ficarão em cada lugar. Como forma de expandir o alcance do Boca, além da Reitoria, da Santos Andrade e do RU Central, sugiro fazer parcerias para distribuir o jornal em outros pontos culturais, como: livraria do Chain, Sesc Paço da Liberdade, Biblioteca Pública do Paraná, cafés e teatros centrais. Solicitar ajuda braçal para fazer a distribuição agiliza o trabalho e evita mais dores nas costas do que o suportável ao editor-chefe. 18. Divulgar cada novidade do jornal.

Além de fazer o jornal e distribui-lo, os editores do Boca têm que ser também marqueteiros. O blog e o Facebook do jornal são canais de comunicação que precisam ser alimentados constantemente para manter uma relação contínua com o público. Enquetes são modos simples de promover interação.

19. Versão on-line.

Logo depois que o jornal impresso tiver sido distribuído, o editor-chefe deve upar a versão em PDF via Slide Share e postar os textos no blog devidamente tageados para ampliar o acesso a eles.

20. Abrir o champanhe e descansar até a próxima edição.

O processo inteiro leva em média três meses, daí a possibilidade haver no mínimo duas edições do Boca por ano com relativa tranquilidade para os membros do Comitê Editorial.

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Obrigada a todos que trabalharam comigo nas edições 27 e 28 e que vivenciaram a primeira aplicação do modelo que proponho neste guia. Vimos que deu certo e agora eu divulgo esses procedimentos em detalhes para facilitar a vida de todos os futuros editores-chefes do jornal.

Com os votos de vida longa ao Boca do Inferno,

Suelen Trevizan