Pastoral dia dos pais

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Não tenha medo; tão somente creia” Mc 5:36 Introdução:Foto do meu pai, ele fez 97 anos no dia 06 de Agosto. Lembranças da infância. Aquelas imagens que ficam na memória da gente. Uma delas é dos passeios que fazia com o meu pai, achava o máximo ir nozoológico com ele. Porém tinha algo que me trazia medo. Quando a gente não sentava junto no ônibus, eu ficava o tempo todo olhando para onde ele estava assentado, eu pensava: vai que eledescesse antes e me esquecesse o que seria da minha vida? Como eu viveria? Para onde eu iria... Eu achava o meu pai um homem muito corajoso. Eu achava o máximo o meu pai não ter medo de nada. Ele não tinha medo de escuro, de cachorro, de cobra. Era um homem corajoso. Os anos se passaram, me tornei pai e descobri que pais tem medos, temores, aflições. Pais do que vocêstem medo? Futuro, de não ter saúde, de ficar em um asilo, de não ter dinheiro para cuidar da família, de não ser um exemplo para os filhos, de perder os filhos? Quero meditar um pouco sobre um homem que tinha temores, medos e aflições. Mas não se deixou ser dominado por eles. “Ele [Deus] ilumina” I Um pai angustiado 1 Impotente diante da situação Não existe nada pior do que uma criança doente. Ver a pessoa doente é muito ruim. Sinagoga- Local usado como escola pelos judeus e no sábado era usado para a realização dos cultos. Um dirigente impotente aquele que era responsável pelo culto na sinagoga, se vê numa situação tão dura, difícil...Ele tinha recursos, servos a sua disposição, já tinha consultado médicos, já tinha tentado Problema que dinheiro resolve, não é problema

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“ Não tenha medo; tão somente creia” Mc 5:36

Introdução:Foto do meu pai, ele fez 97 anos no dia 06 de

Agosto.

Lembranças da infância. Aquelas imagens que ficam na

memória da gente. Uma delas é dos passeios que fazia com o meu

pai, achava o máximo ir nozoológico com ele. Porém tinha algo que

me trazia medo. Quando a gente não sentava junto no ônibus, eu

ficava o tempo todo olhando para onde ele estava assentado, eu

pensava: vai que eledescesse antes e me esquecesse o que seria da

minha vida? Como eu viveria? Para onde eu iria...

Eu achava o meu pai um homem muito corajoso. Eu achava o

máximo o meu pai não ter medo de nada. Ele não tinha medo de

escuro, de cachorro, de cobra. Era um homem corajoso. Os anos se

passaram, me tornei pai e descobri que pais tem medos, temores,

aflições.

Pais do que vocêstem medo?

Futuro, de não ter saúde, de ficar em um asilo, de não ter

dinheiro para cuidar da família, de não ser um exemplo para os filhos,

de perder os filhos?

Quero meditar um pouco sobre um homem que tinha temores,

medos e aflições. Mas não se deixou ser dominado por eles.

“Ele [Deus] ilumina”

I – Um pai angustiado

1 – Impotente diante da situação

Não existe nada pior do que uma criança doente. Ver a

pessoa doente é muito ruim.

Sinagoga- Local usado como escola pelos judeus e

no sábado era usado para a realização dos cultos.

Um dirigente impotente – aquele que era responsável

pelo culto na sinagoga, se vê numa situação tão dura, difícil...Ele

tinha recursos, servos a sua disposição, já tinha consultado médicos,

já tinha tentado – Problema que dinheiro resolve, não é

problema

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Ele foi até Jesus – A religião não resolveu, a sua posição não

resolveu.

Suplica com insistência. Da profundidade do seu medo pela

filha ele deixa para trás os preconceitos e o orgulho e decide-se

por Jesus. Nada mais o vincula ao passado, tudo a este enviado

de Deus.

Só entendemos completamente a aflição deste pai se a vemos

no contexto do pensamento daquela época. No entendimento

judaico rígido, a morte de um filho era, além da perda

pessoal, um castigo para os pais. Agora isso tinha

acontecido com ele, o presidente da sinagoga. Ele, que não

estava acostumado a ser questionado, viu sua posição religiosa

ruir e sentiu a ira de Deus. A posição era radical, já que,

segundo Lc 8.42, a filha era única. Sua própria linhagem

estava-se extinguindo. Para um judeu isto significava muito.

Por isso: vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja

salva, e viverá. Para a cura física Marcos costuma usar

outra palavra (therapeuein, seis vezes).

Jairo vai até Jesus e faz um enunciado teológico – Vai até

a minha filha, impõe sobre ela a mão para que seja salva

e viverá.

2 –Impotente diante das palavras.Vs 35

Falar o que diante de uma notícia desta? Ele desmorona

diantedaquela notícia ruim.

Muitas vezes nós nos detemos, aceitamos as notícias ruins, elas

acabam sendo a palavra final, isto acaba nos desmoronando, nos

destruindo, nos fazendo mau.

Ele começou a deixar aquelas palavras entrarem no seu

coração.

II – Um pairenovado.

1 – Com as palavras de Jesusvs 36

Não temas; tão somente creia.

Não tenha medo – continue crendo.

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Aquela notícia trouxe muita tristeza, temor.

Posso imaginar Jesus próximo, falando com amor,

ternura, firmeza.

Precisamos aprender a não nos angustiarmos diante das

notícias ruins. Jesus não se angustia com as más notícias.

Por que não fomos logo. Ficou conversando, expondo a

mulher...

Não se atemoriza de más notícias; o seu coração é firme

confiante no Senhor. Sl 112:7

Nossas orações, nossos pedidos não incomodam o mestre.

Nunca creia nestas palavras humanas e diabólicas que surgem para

nos desanimar, nos frustrar, nos tirar do caminho. Não incomodes

mais o mestre. Oração não incomoda o pai. Mas Jesus, sem acudir

a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê

somente.

O sentido da palavra “crer”, na Bíblia de Jesus, isto é, na língua

hebraica, é: adquirir perseverança, firmar-se, aquietar-se, em

oposição direta a: tremer, preocupar-se, temer . No evangelho de

Marcos a fé sempre está ligada a milagres de Jesus; portanto,

consiste em silenciar diante de Jesus, como a disposição poderosa de

Deus de ajudar. Ao mesmo tempo, a fé sempre é combatida por

forças da desesperança, que podem induzi-la a firmar-se numa perna

e não na outra, a oscilar insegura entre esperança e desespero. Era

esta a situação de Jairo. Ele já tinha fé, pois viera e se ajoelhara

diante de Jesus.

2 -Com as atitudes de Jesus

Jesus teve compaixão deste homem. Viu o seu sofrimento e se

importou com ele.

Misericórdia para com as pessoas.

Jesus não disse a ele: Você não é um dos dirigentes da

sinagoga, resolva estaquestão sozinho...

Vejamos o que Jesus fez:

Quantas pessoas morreram nesta semana na cidade? Qual é a

nossa reação diante disto?

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Jesus foi com ele. Vs 24

Jesus disse a ele: não temas... vs 36

Jesus entrou na casa delevs 38

Jesus tocou na meninavs 41

São as atitudes de Jesus que nos ajudam a continuar, a

prosseguir.

Vou crer na morte ou na vida?

III – Um pai abençoado

1 – Com a presença de Jesus

Mesmo o homem mais pobre tinha de contratar, por ocasião da

morte da esposa, pelo menos dois flautistas e uma mulher para

chorar, nem que fosse necessário trazê-los da aldeia vizinha. Quanto

mais bem situada fosse uma família, maior o número dos que

choravam. Quando um falecimento era iminente, todos interrompiam

seus trabalhos e se reuniam a tempo na casa em questão. No

momento do último suspiro, às vezes ainda durante o estado de

coma, o lamento começava. Tudo isto estava previsto em tradições

firmes: o tom lamurioso das flautas, cânticos alternados com papéis

atribuídos, torcer de mãos e bater de pés, palmas, pratos e paus

sonoros. Em meio a tudo isto o falecido era beijado sempre de novo,

seu nome chamado em tom de lamento e seu louvor declamado com

voz elevada. Nos instantes antes que se cobrisse o corpo, o luto

chegava ao auge. As mulheres batiam no peito. Todos arrancavam os

cabelos e arranhavam o rosto. As vestes de cima eram rasgadas

seguindo um ritual determinado, de cima para baixo, mas sem passar

do umbigo.

E riam-se dele. O tempo imperfeito retrata uma risada

expontânea. Pode até ser que esta mudança brusca do choro para o

riso traia a superficialidade incrível do luto.

“Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele

todos vivem” (Lc 20.38; Mc 12.27). Disto Jesus estava permeado.

Para ele a menina só estava morta até ser chamada, e isto é

“dormir”. Olhando da ressurreição para trás, a morte é sono. Por isso

o culto da morte é uma algazarra inapropriada e vazia

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2 – Com a ressurreição da filha

Os pais a recebem, e lhe dão a comer. Que alegria.

São orientados a não dizerem nada a ninguém

Que Jesus tivesse ordenado ocultar o milagre que aconteceu

com a menina, apesar de já se terem iniciado os lamentos, para

interrompê-los de repente, sem que o esquife passasse pelos

habitantes do povoado que já abriam alas até o cemitério e com o

túmulo ficando vazio, seria a coisa mais sem sentido que se pode

imaginar. Era evidente que esta menina fora devolvida à vida. Por

esta razão é preciso fazer algum esforço para verificar o que Jesus

proibiu. A mesma “ordem” majestosa de Jesus encontramos ainda em

7.36 e 9.9. Cada vez ela se refere a um evento anterior que revelou

mais sobre a pessoa de Jesus. O mesmo ocorre aqui. Não é o fato de

a menina estar viva que está em vista, mas Jesus como plenitude da

vida de Deus. Neste sentido ele não deveria tornar-se objeto de

proclamação prematura. Primeiro toda a sua obra tinha de estar à

mostra. Primeiro ele queria identificar-se completa e decisivamente

na cruz e na ressurreição. Depois faria sentido pregar sobre sua

identidade. Primeiro é preciso que haja distorções e mal-entendidos.

Os próprios discípulos foram exemplo disso (para a ordem de silêncio,

cf. 1.34,44; 3.12; 7.36; para a terminologia cf. 7.36n).

Conclusão –

Pais, venham aqui a frente. Orar por vocês. Ajoelhar da mesma

maneira que Jairo fez.

Não tenha medo; continue crendo

Como um pai se compadece de seus filhos, assim o

Senhor se compadece dos que o temem. Sl 103:13.

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