Patologia Em Estruturas de Madeira

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Patologia em estruturas de madeira A madeira por ser um material natural apresenta especificidades, portanto as soluções no que se refere às manifestações patológicas são tão especificas quanto. Esse fato se deve a madeira ser um material orgânico e um ser vivo, que após sua “morte” (abate) sofre o processo de degradação natural por fungos, insetos, bactérias e outros seres vivos. A degradação de elementos de madeira surge como resultado da ação de agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material é sujeito ao longo da sua vida. A degradação só ocorre em ambientes ou situações propicias, ou seja, á existência de um ambiente físico e químico adaptado a uma maior degradação. Também, a deficiente concepção ou utilização dos materiais e soluções construtivas, a deficiente limpeza e manutenção e a escolha de soluções não adequadas ao uso implicam nas manifestações patológicas em estruturas de madeira. A suscetibilidade da madeira está ligada a espécie, mas os fatores que interferem são os mesmos: temperatura ambiente, ar e umidade em quantidades adequadas a cada uma das espécies. “Por essa razão, foram definidas as seguintes Classes de risco biológico, em função das condições de aplicação da madeira”: 1. sem contacto com o solo, sob coberto e seco (com teor em água h≤20%);

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Patologia em estruturas de madeira

A madeira por ser um material natural apresenta especificidades,

portanto as soluções no que se refere às manifestações patológicas são tão

especificas quanto. Esse fato se deve a madeira ser um material orgânico e um

ser vivo, que após sua “morte” (abate) sofre o processo de degradação natural

por fungos, insetos, bactérias e outros seres vivos.

A degradação de elementos de madeira surge como resultado da ação

de agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material

é sujeito ao longo da sua vida. A degradação só ocorre em ambientes ou

situações propicias, ou seja, á existência de um ambiente físico e químico

adaptado a uma maior degradação. Também, a deficiente concepção ou

utilização dos materiais e soluções construtivas, a deficiente limpeza e

manutenção e a escolha de soluções não adequadas ao uso implicam nas

manifestações patológicas em estruturas de madeira.

A suscetibilidade da madeira está ligada a espécie, mas os fatores que

interferem são os mesmos: temperatura ambiente, ar e umidade em

quantidades adequadas a cada uma das espécies. “Por essa razão, foram

definidas as seguintes Classes de risco biológico, em função das condições de

aplicação da madeira”:

1. sem contacto com o solo, sob coberto e seco (com teor em água

h≤20%);

2. sem contacto com o solo, sob coberto mas com risco de

umidificação

(ocasionalmente h>20%);

3. sem contacto com o solo, não coberto (frequentemente h>20%);

4. em contacto com o solo ou a água doce (permanentemente

h>20%);

5. na água salgada (permanentemente h>20%).

As diferentes classes determinam a durabilidade natural e as ações a

serem tomadas para preservar e aplicar.

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Os fatores que causam as patologias podem ser divididos em dois:

abióticos e bióticos. Os agentes abióticos são: a água (produz fendilhação,

retrações, empolamentos, empenamento e putrefação da madeira); o sol (é o

fenômeno que se designa por foto-degradação); e o fogo (que destrói

progressivamente o alburno e o cerne). Os agentes bióticos são:

Reino vegetal:

- Bactérias (bacilos, bacterium, cypiphaga, flavobacterium)

- Fungos (cromógenos)

- De putrefação

Reino animal:

- Mamíferos (coelhos e roedores)

- Aves (pássaro carpinteiro)

- Insetos xilófagos (que roem a madeira)

- Coleópteros: carcoma e caruncho

- Isópteros: térmitas

- Lepidópteros: borboletas

- Himenópteros: formigas

Ações dos diferentes agentes

Os fungos, só por si mesmo não atacam diretamente a madeira, mas geram

umas substâncias fibrosas “hifas”, que se introduzem pelas fissuras da madeira

degradando-a. Outros tipos de fungos mais perigosos são os do

apodrecimento/putrefação, que afetam as capacidades mecânicas da madeira,

destruindo a estrutura das fibras.

Os carunchos (insetos xilófagos) são insetos de ciclo larvar, que atacam a

madeira geralmente seca. A eclosão dos ovos postos pela fêmea adulta em

fendas ou nos poros da madeira dá origem a larvas que penetram na madeira

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abrindo galerias. Estes só causam danos na fase adulta abrindo galerias para

poder sair, deixando assim o orifício de saída. Eles não retornam a madeira até

quando forem por os ovos reiniciando o ciclo.

Os cupins se classificam em dois tipos: os de madeira seca, que atacam

peças e estruturas de madeira como telhados causando grandes prejuízos;

vivem em colônias sem qualquer contato com o solo e não necessitam de fonte

externa de umidade; e os subterrâneos, que alimentam-se de madeira e para

atingir a sua fonte de alimento atacam edificações, vindos do solo espalhando-

se pela construção.

A madeira suporta as mudanças de temperatura bem desde que sejam lentas

e progressivas, o que impossibilita o surgimento de fendas ou fissuras, que

originam as vias de entrada de umidade possibilitando o aparecimento de

fungos e insetos xilófagos.