Patologia Em Estruturas de Madeira
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Patologia em estruturas de madeira
A madeira por ser um material natural apresenta especificidades,
portanto as soluções no que se refere às manifestações patológicas são tão
especificas quanto. Esse fato se deve a madeira ser um material orgânico e um
ser vivo, que após sua “morte” (abate) sofre o processo de degradação natural
por fungos, insetos, bactérias e outros seres vivos.
A degradação de elementos de madeira surge como resultado da ação
de agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material
é sujeito ao longo da sua vida. A degradação só ocorre em ambientes ou
situações propicias, ou seja, á existência de um ambiente físico e químico
adaptado a uma maior degradação. Também, a deficiente concepção ou
utilização dos materiais e soluções construtivas, a deficiente limpeza e
manutenção e a escolha de soluções não adequadas ao uso implicam nas
manifestações patológicas em estruturas de madeira.
A suscetibilidade da madeira está ligada a espécie, mas os fatores que
interferem são os mesmos: temperatura ambiente, ar e umidade em
quantidades adequadas a cada uma das espécies. “Por essa razão, foram
definidas as seguintes Classes de risco biológico, em função das condições de
aplicação da madeira”:
1. sem contacto com o solo, sob coberto e seco (com teor em água
h≤20%);
2. sem contacto com o solo, sob coberto mas com risco de
umidificação
(ocasionalmente h>20%);
3. sem contacto com o solo, não coberto (frequentemente h>20%);
4. em contacto com o solo ou a água doce (permanentemente
h>20%);
5. na água salgada (permanentemente h>20%).
As diferentes classes determinam a durabilidade natural e as ações a
serem tomadas para preservar e aplicar.
Os fatores que causam as patologias podem ser divididos em dois:
abióticos e bióticos. Os agentes abióticos são: a água (produz fendilhação,
retrações, empolamentos, empenamento e putrefação da madeira); o sol (é o
fenômeno que se designa por foto-degradação); e o fogo (que destrói
progressivamente o alburno e o cerne). Os agentes bióticos são:
Reino vegetal:
- Bactérias (bacilos, bacterium, cypiphaga, flavobacterium)
- Fungos (cromógenos)
- De putrefação
Reino animal:
- Mamíferos (coelhos e roedores)
- Aves (pássaro carpinteiro)
- Insetos xilófagos (que roem a madeira)
- Coleópteros: carcoma e caruncho
- Isópteros: térmitas
- Lepidópteros: borboletas
- Himenópteros: formigas
Ações dos diferentes agentes
Os fungos, só por si mesmo não atacam diretamente a madeira, mas geram
umas substâncias fibrosas “hifas”, que se introduzem pelas fissuras da madeira
degradando-a. Outros tipos de fungos mais perigosos são os do
apodrecimento/putrefação, que afetam as capacidades mecânicas da madeira,
destruindo a estrutura das fibras.
Os carunchos (insetos xilófagos) são insetos de ciclo larvar, que atacam a
madeira geralmente seca. A eclosão dos ovos postos pela fêmea adulta em
fendas ou nos poros da madeira dá origem a larvas que penetram na madeira
abrindo galerias. Estes só causam danos na fase adulta abrindo galerias para
poder sair, deixando assim o orifício de saída. Eles não retornam a madeira até
quando forem por os ovos reiniciando o ciclo.
Os cupins se classificam em dois tipos: os de madeira seca, que atacam
peças e estruturas de madeira como telhados causando grandes prejuízos;
vivem em colônias sem qualquer contato com o solo e não necessitam de fonte
externa de umidade; e os subterrâneos, que alimentam-se de madeira e para
atingir a sua fonte de alimento atacam edificações, vindos do solo espalhando-
se pela construção.
A madeira suporta as mudanças de temperatura bem desde que sejam lentas
e progressivas, o que impossibilita o surgimento de fendas ou fissuras, que
originam as vias de entrada de umidade possibilitando o aparecimento de
fungos e insetos xilófagos.