SISTEMA CIRCULATÓRIO. SISTEMA CIRCULATÓRIO INTERIOR DO CORAÇÃO.
PATRÍCIA RIBEIRO DE SANTANA MENEZES · RESUMO O correto funcionamento do sistema circulatório...
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Itabuna 2018
PATRÍCIA RIBEIRO DE SANTANA MENEZES
RELAÇÃO ENTRE O USO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS E O RISCO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
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Itabuna 2018
RELAÇÃO ENTRE O USO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS E O RISCO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à União Metropolitana de Educação e Cultura, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.
Orientador(a): Flávia Ruzon
PATRÍCIA RIBEIRO DE SANTANA MENEZES
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PATRÍCIA RIBEIRO DE SANTANA MENEZES
RELAÇÃO ENTRE O USO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS E O RISCO DE TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à União Metropolitana de Educação e Cultura, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). MSc. Ana Carolina de Moraes Santana
Prof. Dr. Pedro Campos Costa Filho
Prof(a). Dr(a). Ana Paula Melo Mariano
Itabuna, Junho de 2018
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“Não tenho palavras pra agradecer Tua
bondade, dia após dia me cercas com
fidelidade. Nunca me deixes esquecer que tudo
o que tenho, tudo o que sou, o que vier a ser...
Vem de Ti, Senhor! ”
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por me conduzir sempre pelos melhores
caminhos, por me direcionar e ouvir minhas orações todas as vezes em que clamei.
Por me sustentar e me fazer enxergar a força que tenho para ultrapassar os
obstáculos durante toda a graduação e desenvolvimento deste trabalho. Sem Deus
eu não teria conseguido.
Agradeço a minha família, especialmente a minha mãe Vasty Frazão Ribeiro
por acreditar em mim, por todo incentivo, por pedir em suas orações a proteção
divina pela minha vida durante todas as viagens à faculdade. Ás minhas irmãs
Mônica e Márcia, por sempre me apoiar, motivar e me fazer crer que no final tudo
daria certo. Obrigada por serem compreensivas durante todos os meus momentos
de ausência.
Também agradeço aos meus colegas de faculdade pelo companheirismo,
dedicação, ajuda mútua, incentivos e por se tornar amigos que levarei da faculdade
para a vida. Em especial, agradeço ao meu grupo Brocação por todo conhecimento
compartilhado, por presenciarem de perto as minhas angústias e me mostrar que
juntos somos mais fortes. A minha orientadora de estágio e amiga Deborah Alves
por toda paciência e dedicação, por todo conhecimento transmitido e por todo
incentivo.
A todos os professores do curso, obrigada pelos ensinamentos durante a
graduação, em especial à professora Íris Therezinha, por toda atenção, ajuda,
paciência, por todos os conhecimentos compartilhados e por me direcionar da
melhor forma possível para o desenvolvimento deste trabalho. Não posso esquecer-
me da gratidão ao Prof. Dr. Pedro Campos, pois, todas as vezes em que pensei em
desistir, sempre me lembrava das suas palavras me dizendo que acreditava em mim
e que tinha certeza do quanto eu era capaz.
Enfim, sou muito grata a todos que de alguma forma contribuíram para o
desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
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MENEZES, Patrícia Ribeiro de Santana. Relação entre o uso de contraceptivos orais combinados e o risco de trombose venosa profunda. 2018. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – UNIME, Itabuna, 2018.
RESUMO
O correto funcionamento do sistema circulatório depende de uma série de mecanismos, denominados como sistema hemostático, que tem por função manter o sangue fluido nos compartimentos vasculares. Diante de algumas alterações no sistema hemostático, haverá a formação de trombos desencadeando um evento tromboembólico. Sendo considerada como um diagnóstico clínico grave, a trombose venosa profunda é uma patologia da hemostasia caracterizada pela formação de trombos no interior de veias profundas, podendo ocorrer por causas multifatoriais que vão desde fatores hereditários à adquiridos. Sua etiopatogenia é descrita pela tríade de Virchow: lesão endotelial, alterações do fluxo sanguíneo e hipercoagulabilidade. O uso de contraceptivos orais compostos por estrógenos e progestágenos sintéticos está relacionado ao estado de hipercoagulabilidade, sendo um dos importantes fatores de risco desencadeantes da trombose, apresentando um maior índice de desenvolvimento da patologia em usuárias que possuem outros fatores de risco conhecidos para a TVP. Portando, este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica descritiva narrativa realizada a partir de livros especializados, revistas e artigos provenientes das bases de dados eletrônicas: Scielo, Google acadêmico e LILACS, com o objetivo estabelecer uma correlação entre o contraceptivo hormonal oral combinado com o desenvolvimento de trombose venosa profunda. O resultado dessa pesquisa mostra que o uso do contraceptivo hormonal oral principalmente quando associado à um outro fator de risco, tem maior probabilidade de desencadear trombose, devido à capacidade dos componentes hormonais de agir negativamente na cascata de coagulação. Dessa forma, é necessário que as usuárias tenham um acompanhamento de um médico especialista na escolha do melhor método contraceptivo hormonal oral para cada caso. Palavras-chave: Trombose; Contraceptivos orais; Hemostasia; Tromboembolismo
venoso.
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MENEZES, Patrícia Ribeiro de Santana. Relationship between the use of combined oral contraceptives and the risk of deep venous thrombosis. 2018. 37f. Graduation in Pharmacy - UNIME, Itabuna, 2018.
ABSTRACT
The correct functioning of the circulatory system depends on a series of mechanisms, called the hemostatic system, whose function is to keep blood flowing in the vascular compartments. In view of some changes in the hemostatic system, there will be the formation of thrombi triggering a thromboembolic event. Deep vein thrombosis is a pathology of hemostasis characterized by the formation of thrombi within deep veins, which can occur from multifactorial causes ranging from hereditary to acquired. Its etiopathogenesis is described by the Virchow triad: endothelial lesion, changes in blood flow and hypercoagulability. The use of oral contraceptives composed of estrogens and synthetic progestins is related to the state of hypercoagulability, being one of the important risk factors triggering the thrombosis, presenting a higher index of development of the pathology in users who have other known risk factors for DVT. This work consists of a narrative descriptive bibliographical review made from specialized books, journals and articles from the electronic databases: Scielo, Google academia and Lilacs, with the aim of establishing a correlation between oral hormonal contraceptive combined with development of deep venous thrombosis. The result of this research shows that the use of oral hormonal contraceptive, especially when associated with another risk factor, is more likely to trigger thrombosis due to the ability of the hormonal components to act negatively on the coagulation cascade. Thus, it is necessary for the users to have a follow-up of a specialist physician in the choice of the best oral hormonal contraceptive method for each case. Key-words: Thrombosis; Oral contraceptives; Hemostasis; Venous thromboembolism.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Vasoconstrição ....................................................................................... 26
Figura 2 – Hemostasia primária.................................................................................27
Figura 3 – Hemostasia secundária............................................................................27
Figura 4 – Cascata da coagulação............................................................................28
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TVP Trombose Venosa Profunda
DCV Doença Cardiovascular
TEV Tromboembolismo Venoso
TV Trombose Venosa
ACO’s Anticoncepcionais Orais Combinados
CO’s Contraceptivos Orais
EE Etinilestradiol
DIU Dispositivo Intrauterino
DIP Doença Inflamatória Pélvica
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2. ETIOPATOGENIA DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA ............................ 13
2.1 Fatores de Risco........................................................................................16
3. TERAPIA COM CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS .......................... 19
3.1 Contraceptivos Orais Combinados (Estrógenos e Progestágenos)..........20 3.2 Efeitos Colaterais e Contraindicações.......................................................23
4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS E EVENTOS TROMBÓTICOS . 25
4.1 Sistema Hemostático.................................................................................25 4.2 Estrógenos/ Progestágenos e Eventos Trombóticos.................................26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 32
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 34
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1. INTRODUÇÃO
Alguns mecanismos que assegurem a fluidez sanguínea são necessários
para o funcionamento correto do sistema circulatório. Esses mecanismos são
compostos por vários elementos sanguíneos que agem em conjunto tendo por
objetivo manter o sangue fluido nos vasos e artérias, e esse processo recebe o
nome de hemostasia. Algumas alterações no sistema hemostático irão favorecer o
processo de coagulação, o que desencadeará um evento trombótico. Desse modo, a
trombose é considerada uma das patologias da hemostasia. Embora algumas
mulheres tenham predisposição à trombose, em virtude de fatores hereditários ou
adquiridos, as usuárias de anticoncepcionais hormonais orais combinados
apresentam um risco maior de desenvolvimento da doença.
Com o aumento da inserção da mulher no mercado de trabalho é notável a
busca por métodos de prevenção da gravidez. Embora existam vários meios para se
evitar a concepção, os anticoncepcionais hormonais orais combinados, que têm por
função bloquear a ovulação, são os mais utilizados entre as mulheres em idade
reprodutiva. Os anticoncepcionais hormonais orais podem apresentar alguns efeitos
colaterais, dentre eles, a ocorrência de trombose venosa profunda, pois os
hormônios presentes em sua composição, estrógeno e progestágeno, podem
interferir na coagulação sanguínea.
O método contraceptivo hormonal oral é considerado benéfico, visto que
atende ao objetivo, que é a prevenção de uma gravidez indesejada, porém, o que
poucas mulheres sabem é que, existem alguns riscos associados ao seu uso.
Portanto, diante desse contexto, foi levantado o seguinte questionamento: Qual o
risco de desenvolvimento de trombose venosa profunda em razão do uso de
contraceptivos orais combinados?
Este trabalho teve por objetivo geral discutir a relação entre o uso de
contraceptivos orais combinados e o surgimento de trombose venosa profunda. Os
objetivos específicos foram: abordar a etiopatogenia da trombose venosa profunda;
discorrer sobre a terapia com contraceptivos orais combinados; e discutir os
possíveis efeitos do seu uso sobre a hemostasia.
O desenvolvimento deste trabalho foi baseado em um levantamento
bibliográfico por meio de pesquisa em artigos científicos, livros e revistas. A pesquisa
bibliográfica foi criteriosa, baseou-se na revisão de literaturas selecionadas de
acordo com os seguintes critérios de inclusão: aspectos sobre a relação entre
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contraceptivos orais e trombose, etiopatogenia e fatores de risco da trombose bem
como aspectos farmacológicos dos anticoncepcionais, sendo utilizados documentos
publicados entre o ano 2008 até o presente ano, das bases de dados eletrônicas:
Google Acadêmico, Scielo, LILACS e literaturas especializadas das áreas de
hematologia e farmacologia. Para a pesquisa foram utilizadas as palavras-chaves:
“Tromboembolismo venoso”, “Contraceptivos orais combinados”, “Fatores de risco”,
“Trombose”, “TVP”, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola.
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2. ETIOPATOGENIA DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Algumas alterações na fisiologia sanguínea podem causar doenças, como a
trombose venosa profunda. A trombose é uma patologia que, há mais de 150 anos
vem sendo estudada e ainda levanta muito interesse no campo da pesquisa. Quanto
à incidência, constatou-se que, a probabilidade de o indivíduo sofrer problemas
tromboembólicos aumenta à proporção que aumenta idade do mesmo, visto que a
relação entre mortalidade e morbidade analisada em uma pessoa mais jovem é de
1:100.000, e em compensação, pessoas com idades mais altas se enquadram numa
relação de 1:100 (MEIS; LEVY, 2007).
A trombose ocorre quando um trombo é desenvolvido dentro dos vasos
sanguíneos, veias e artérias, originando uma obstrução total ou parcial do vaso
(MONTENEGRO; FRANCO, 1999; PICCINATO, 2008). Esses trombos são
desenvolvidos em qualquer local do sistema cardiovascular, o que os difere são o
tamanho ou forma, porém sua denominação dependerá do local em que foi
originado e as condições que levaram à sua formação (KUMAR et al., 2005).
A palavra trombose tem origem do grego trhómbos, que significa coágulo
sanguíneo formado no interior do vaso venoso e arterial. Bem como os demais
sistemas que constituem o organismo humano, o sistema circulatório precisa
funcionar de maneira equilibrada. Portanto, distúrbios na hemostasia podem ter
como resultados episódios trombóticos (GUIMARÃES, 2016).
A estase venosa, lesão endotelial e hipercoagulabilidade que configuram a
tríade de Virchow, que explica a fisiopatologia da doença. A estase venosa, sendo o
fator que mais causa a trombose, ocorre quando a diminuição do fluxo sanguíneo
desenvolve uma grande quantidade de sangue no vaso. Por causa da grande
quantidade de sangue no interior do vaso, os elementos que compõem o sangue:
glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas, acumulam-se no vaso formando
um composto de fibrina, dando origem ao trombo. Quantidades elevadas de fatores
de coagulação, além da estase venosa, podem também levar à formação de um
trombo, assim como, a diminuição dos fatores que inibem a coagulação irão originar
a hipercoagulabilidade. Tratamento farmacológico e situações fisiológicas ou
patológicas podem proporcionar o aumento de coágulos ou condições que
proporcionem a formação do trombo (LOBO & ROMÃO, 2011; PENHA et al., 2009;
SIMÃO et al., 2008).
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De forma mais detalhada, Robbins & Cotran (2010) explicam que, as lesões
endoteliais acarretam a formação de trombos no coração ou nas artérias, onde os
níveis elevados de fluxo podem de algum modo impedir a coagulação por prevenir a
adesão plaquetária ou a diluição dos fatores de coagulação. Os trombos formados
dentro de câmaras cardíacas sobre as placas ulceradas em artérias ateroscleróticas
ou em locais de lesão vascular inflamatória ou traumática (vasculite) são exemplos
de trombose por dano endotelial. Quando há significativa perda de endotélio faz com
que haja exposição da matriz extracelular (MEC) subendotelial, levando à adesão
das plaquetas, à liberação de fator tecidual, e a redução local de prostaglandinas
(PGI) e ativadores de plasminogênio. Dessa forma, as células endoteliais
disfuncionais produzem quantidades elevadas de fatores pró-coagulantes (p.ex.
moléculas de adesão plaquetária, fator tecidual e PAI) e sintetiza uma menor
quantidade de efeitos anticoagulantes (p.ex., trombomodulina, PGI e t-PA).
A turbulência ocorre quando há alterações de fluxo sanguíneo normal, o que
coopera para que a trombose arterial e cardíaca seja desenvolvida, pois causa lesão
ou disfunção do endotélio, formando bolsas contracorrentes e locais de estase. A
estase sanguínea possui uma importância relevante no desenvolvimento de trombos
venosos. Em várias condições clínicas, é evidente que a turbulência e a estase
contribuem para trombose, como por exemplo, nas placas ateroscleróticas ulceradas
que além de expor a MEC subendotelial, causam também turbulência. E no infarto
agudo do miocárdio que tem como resultado a perda de contração em áreas do
miocárdio e algumas vezes, aneurismas cardíacos, ambos estão associados à
estase e fluxo anormal que causam a formação de trombos cardíacos murais
(COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 2005).
Como parte da tríade de Virchow, a hipercoagulabilidade também
considerada uma trombofilia, é o fator que contribui de forma menos significativa
para desencadear eventos trombóticos arteriais, mas é considerada como um fator
importante em tromboses venosas. Ocorre quando há qualquer alteração nas vias
de coagulação que predispõem à trombose e é dividida em desordens primárias
(genética): mutação no gene do fator V, mutação no gene da protrombina, aumento
dos níveis do fator VIII, IX, XI ou fibrinogênio, deficiência da antitrombina III,
deficiência da proteína C, deficiência da proteína S, defeitos na fibrinólise,
homocistinúria homozigótica e desordens secundárias (adquiridas): prolongamento
de repouso ou imobilização, infarto do miocárdio, fibrilação atrial, lesão tecidual
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(cirurgia, fratura ou queimadura), câncer, válvulas cardíacas protéticas, coagulação
intravascular disseminada (CIVD), trombocitopenia induzida por heparina, síndrome
do anticorpo antifosfolipídico, miocardiopatia, síndrome nefrótica, tabagismo, anemia
de células falciformes, uso de anticoncepcionais orais, gravidez (COTRAN; KUMAR;
ROBBINS, 2005).
A trombose pode ser classificada em venosa ou arterial, sendo que as
tromboses venosas são mais frequentes, há cada 5 a 10 casos de trombose venosa,
tem-se 1 caso de trombose arterial. Os fatores de risco que ocasionam o
desenvolvimento de ambas é algo em comum entre os dois tipos de trombose,
porém a hipercoagulabilidade do sangue e a redução do fluxo sanguíneo são
considerados os principais fatores etiológicos para que ocorra a trombose venosa
(TV), enquanto que a lesão endotelial é considerada a principal causa da trombose
arterial (TA) (BRITO; NOBRE; VIEIRA, 2011).
O desenvolvimento da trombose venosa é fator perigoso, pois partes do
trombo podem se desprender provocando uma oclusão embólica dos vasos
sanguíneos pulmonares. (SMELTZER; BARE, 2009). Considerada uma doença
grave, o tromboembolismo venoso (TEV) é doença vascular mais comum após
enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Apesar de ser raramente
fatal, é comumente responsável por uma alta morbidade, associada à síndrome pós-
trombótica. É constituído por dois principais episódios clínicos: a trombose venosa
profunda (TVP) e embolia pulmonar, que estão muitas vezes associados a um
quadro clínico único, em que a TVP evolui para embolia pulmonar (PREVITALLI et.
al., 2011).
Na ausência de um diagnóstico e tratamento adequado, o TEV pode se
agravar causando Tromboembolismo pulmonar (TEP) ou Trombose venosa profunda
(TVP), ambos produzem dor, podem levar à amputação de membros e até mesmo o
óbito em casos mais graves. O número de casos nos Estados Unidos chega a ser de
1 a 2 para 1000 indivíduos, tendo aumento proporcional com o avanço da idade. Já
no Brasil, é menor o número de estudos que mostram históricos clínicos dessa
patologia na população (BERCKMAN et al.,2010; KALIL et al., 2008).
O quadro clínico pode ser atípico sem sinais evidentes, mas o paciente pode
se queixar de fortes dores na região comprometida, com presença de edema,
cianose local e redução funcional. Essa sintomatologia é apresentada por apenas
20% das tromboses venosas profundas. Na maioria das vezes são realizados testes
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clínicos para avaliar sintomas indicativos como: dor ao pressionar a face interna da
coxa; dor à pressão na musculatura plantar; dor ao pressionar a face posterior do
tornozelo; dor à flexão dorsal do pé; dor à pressão na panturrilha (SPANHOL, 2008).
Ainda sobre o quadro clínico, Goldman (2010) diz que:
As características clínicas da TVP de membros inferiores incluem dor,
hipersensibilidade, edema, cordão palpável, alteração de coloração,
distensão venosa, proeminência das veias superficiais e cianose. Na
maioria dos pacientes cuja TVP é clinicamente suspeita, os sinais e
sintomas não são específicos e a doença é confirmada em menos de 50%
dos casos. Em contraposição, pacientes com poucos sinais e sintomas
podem apresentar TVP extensa. Em alguns pacientes, a TVP pode ser
assintomática, mas o paciente se apresentará com embolia pulmonar. Em
contraposição, embolia pulmonar ocorre em 50% dos pacientes com
trombose objetivamente documentada das veias proximais da perna, mas
muitos dos êmbolos são assintomáticos. Em geral, só uma parte do trombo
se emboliza, de modo que 50% a 70% dos pacientes com êmbolos
pulmonares angiograficamente documentados têm TVP detectável nas
pernas no momento da avaliação inicial. (p. 1726)
A TVP acontece mais frequentemente em membros inferiores, 80 a 95% dos
casos, sendo caracterizada como uma condição clínica grave, acometendo
frequentemente pacientes sem antecedentes ou predispostos, porém sua incidência
é maior frente à alguns fatores de risco (MAFFEI; ROLLO, 2002).
2.1 Fatores de Risco
A respeito dos fatores de risco, afirma-se a relação entre a trombose e a
estase venosa, uma vez que pacientes internados que possuem varizes estão mais
favoráveis a contrair esse problema vascular. Pessoas obesas têm dificuldade de
locomoção por possuírem a atividade fibrinolítica inibida e, com isso, têm dificuldade
de locomoção, o que ocasiona distúrbios trombóticos. A idade também é
considerada um fator de risco pois, ao decorrer do tempo, ocorre dilatação venosa, a
resistência vascular é aumentada e atividade fibrinolítica reduzida, resultando um
fluxo sanguíneo venoso diminuído. A presença de tumores malignos eleva a
atividade dos fatores coagulantes, o que causa a hipercoagulação tendo como
consequência o trombo. Quanto ao sexo, as mulheres têm uma incidência maior de
trombose por causa da utilização de métodos contraceptivos, uma vez que os
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hormônios presentes em medicamentos para contracepção modificam as
quantidades dos fatores de coagulação (OLIVEIRA, SÁ & VIEIRA 2007; PENHA et
al., 2009).
São várias as condições que favorecem o aparecimento de uma trombose
arterial ou venosa, algumas delas são:
Hipertensão: Causa lesões arteriais encarregados por tromboses, tanto no
sexo masculino quanto no feminino, tais tromboses levam ao quadro de
enfarte do miocárdio ou de acidente vascular cerebral (LORENZI, 2006).
Doença Cardiovascular: O efeito dos hormônios sexuais femininos em
relação ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares (DCV) tem sido
muito estudado, visto que é consolidado na literatura que esses hormônios
possuem ação direta sobre os vasos sanguíneos devido à presença de
grande número de receptores (BRITO; NOBRE; VIEIRA, 2011).
Tabagismo: Os efeitos prejudiciais do cigarro vão além daqueles
relacionados às doenças cardiovasculares, uma vez que também se
associam a doenças respiratórias e a outros tipos de cânceres (SIMÃO et
al., 2008). Efeito parecido é percebido em associação ao risco de
desenvolver tromboembolismo venoso, já que, em mulheres de
contraceptivo oral, ele é três vezes maior do que naquelas que não usam.
Quando comparadas às que usa contraceptivo e fumam, o risco é cerca
de oito vezes maior a trombose (POMP; ROSENDAAL; DOGGEN, 2008).
Gestação: A gravidez é considerada como um estado de
hipercoagulabilidade preparativo para o parto, pois nesta fase a placenta
produz os inibidores 1 e 2 do plasminogênio, reduzindo a atividade
fibrinolítica e aumentando assim, a agregação das plaquetas. Há também
diminuição dos níveis de proteína S, aumento dos fatores I, VII, VIII e X e
resistência progressiva à atividade da proteína C. Simultaneamente, a veia
cava inferior é comprimida pelo útero gravídico o que irá contribuir para
que ocorra a estase venosa, e dessa forma, favorecer os fenômenos
trombóticos (KALLIL et al., 2008).
Os contraceptivos hormonais são muito utilizados pelas mulheres, sendo
medicamentos compostos por combinações de hormônios, estrógenos e
progestágenos de terceira geração, notando-se assim, um aumento do risco de
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modificações de coagulação nas usuárias, dando origem à trombose venosa
profunda (BRITO; NOBRE; VIEIRA, 2011).
As usuárias de anticoncepcionais orais combinados apresentam um risco
maior de desenvolver a trombose, sobretudo aquelas que já possuem fatores de
riscos hereditários ou adquiridos que predisponham essa patologia. Os
contraceptivos hormonais, embora apresentem a TVP como, proporcionam diversos
benefícios para a saúde da mulher que contribuem para um aumento do uso dos
contraceptivos (SHULMAN, 2011).
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3. TERAPIA COM CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
A prevenção temporária da fertilidade, também chamada de contracepção
reversível, abrange todos os métodos contraceptivos, exceto a esterilização, que
deverá ser avaliada como permanente, mesmo havendo a possibilidade de reversão
cirúrgica. Existem vantagens e desvantagens para cada método contraceptivo que,
deverão ser esclarecidas durante o aconselhamento sobre contracepção, para
auxiliar as usuárias na escolha do método mais aceitável e não o suspendam
prematuramente, provocando uma gravidez não desejada (GOLDMAN, 2010).
Com exceção da China, em que o dispositivo intrauterino (DIU) é o método
mais utilizado, os anticoncepcionais hormonais, inclusive os anticoncepcionais orais
(ACO’s), são os métodos reversíveis que apresentam mais eficácia disponíveis,
sendo também os mais utilizados no mundo. Nos países desenvolvidos, cerca de
18% das mulheres casadas, utilizam anticoncepcional oral combinado, apresentando
uma proporção de 75% nos países em desenvolvimento, o que engloba milhões de
mulheres no mundo inteiro, inclusive no Brasil (BAHAMONDES et al.,2011).
A denominação métodos hormonais é aplicada por causa da presença de
hormônios em sua composição, o estrogênio e a progesterona, que podem estar
presentes isoladamente ou associados. Os contraceptivos hormonais encontrados
são: os contraceptivos hormonais orais combinados ou não, a pílula de emergência,
a injeção anticoncepcional mensal e trimestral, adesivos cutâneos, implantes, anéis
vaginais e DIU com progestágeno. A função farmacológica dos anticoncepcionais
hormonais é inibir a ovulação, reduzindo a chance de que haja a fecundação no
período de utilização do medicamento. Embora bastante seguros, a utilização
exclusiva e frequente desse tipo de contraceptivo não garante, com 100% de
eficácia, que a usuária não fique gestante nesse período (PAZ; DITTERICH, 2009).
Os ACO’s são considerados como um método de controle de natalidade,
utilizado amplamente pela pelas mulheres há várias décadas. Esses fármacos, além
do objetivo principal que é a contracepção, têm diversos benefícios como, reduzir o
número de casos de doença inflamatória pélvica (DIP), diminuição de cistos
ovarianos, de doença benigna da mama, neoplasia maligna dos ovários e
endometrial e gravidez ectópica; seu uso apresenta redução dos sintomas pré-
menstruais, da dismenorreia, da endometriose e controlando também o fluxo no ciclo
menstrual (SOUZA, 2015).
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Existem as pílulas combinadas (contendo progesterona e estrogênio) e as
minipílulas (somente com progesterona). Não havendo contraindicação, as pílulas
combinadas podem ser usadas a partir da primeira menstruação por mulheres de
qualquer idade (PODOVAN, et al., 2010). Durante a amamentação, as minipílulas
são as únicas que podem ser utilizadas, sendo indicadas após seis meses do parto.
Agindo no impedimento da ovulação, as pílulas apresentam grande eficácia se
usadas de maneira correta e podem ocasionar efeitos colaterais, assim como os
contraceptivos injetáveis (LUPIÃO et al., 2011).
Quanto ao mecanismo de ação dos anticoncepcionais hormonais, Rang &
Dale (2016) afirmam que:
O estrógeno inibe a secreção de FSH, via retroalimentação negativa na
adeno-hipófise, e, assim, suprime o desenvolvimento do ciclo ovariano; A
progesterona inibe a secreção de LH e, assim, previne a ovulação; ela
também estimula a produção de muco cervical menos suscetível à
passagem do esperma; Estrógeno e progesterona agem combinadamente
para alterar o endométrio de tal forma a evitar a implantação. Eles podem
também interferir nas contrações coordenadas do colo, útero e tubas
uterinas que facilitam a fertilização e a implantação.
3.1 Contraceptivos Orais Combinados (Estrógenos e Progestágenos)
Os estrogénos e os progestágenos são hormônios que possuem uma grande
quantidade de ações fisiológicas. Esses hormônios nas mulheres exercem influência
na maturação sexual, no controle da ovulação, na preparação do aparelho
reprodutor para a fertilização e implantação do embrião, como também nos aspectos
fisiológicos do metabolismo de minerais, proteínas, hidratos de carbono e lipídios
(CARAMONA, 2012).
Os ovários produzem o estrogênio endógeno na forma de 17β-estradiol, que é
responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e controle do
ciclo menstrual. O estradiol possui um rápido metabolismo digestivo e hepático
sendo consequentemente inativado por via oral, por este motivo foi desenvolvida
uma versão sintética deste estrogênio, que é compatível com a posologia oral dos
contraceptivos orais – o etinilestradiol, que foi formado pelo acréscimo do grupo etinil
ao estradiol (SHUFELT, 2009).
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Lobo & Romão (2011) reforçam que, o etinilestradiol que é o hormônio
utilizado nos anticoncepcionais orais combinados, é uma versão sintética que possui
algumas diferenças do estradiol sintetizado pelo corpo humano. Com o passar dos
anos a dose de estrogênio foi reduzida, visando minimizar os riscos associados, e a
composição do progestágeno modificada, para reduzir os efeitos androgênicos
colaterais.
Segundo Rang & Dale (2016), os estrógenos possuem diversas ações
metabólicas, inclusive atividade mineralocorticóide (promove reabsorção de sais e
água) e discreta atividade anabólica. Promovem o aumento das concentrações
plasmáticas de lipoproteínas de alta densidade, considerado um efeito benéfico que
pode contribuir para o baixo risco de doenças ateromatosas em mulheres em
períodos que antecedem a menopausa, se comparadas com homens da mesma
idade. Porém, os estrógenos também promovem o aumento da coagulação
sanguínea o que tem por consequência o aumento do risco de tromboembolismo.
Os progestágenos são esteróides que podem ser de origem sintética ou
natural. A progesterona é o único progestágeno natural que, após a ovulação é
sintetizada pelo corpo lúteo (corpo amarelo) ovariano, durante a gestação pela
placenta, pelas adrenais e pelo sistema nervoso. Os progestágenos sintéticos são
chamados de progestinas e mimetizam o efeito da progesterona (VIGO, 2011).
As progestinas são subdivididas quanto à sua origem e em gerações. As
progestinas de primeira geração usadas especialmente em contraceptivos orais,
sendo comercializadas desde a década de 1960, são derivadas da testosterona e da
progesterona, denominadas estranos e representadas pela noretisterona,
noretindrona, acetato de noretindrona, noretinodrel, linestrenol e etinodiol. Sendo
que, as três últimas são convertidas em nortisterona na circulação. As progestinas
de segunda geração são chamadas gonanas e representadas pelo norgestrel e
levonorgestrel. As gonanas possuem atividade progestagênica maior do que as
estranas. A forma ativa do norgestrel é o levonorgestrel. Este deu origem às
chamadas progestinas de terceira geração, que são: desogestrel, norgestimato e
gestodeno que, teoricamente possuem um potencial androgênico diminuído, e são
normalmente utilizadas em combinação com etinilestradiol em contraceptivos orais.
A criação das progestinas de terceira e quarta geração teve por objetivo produzir
uma progestina que possuísse os mesmos benefícios da progesterona natural sem
os indesejáveis efeitos androgênicos das progestinas anteriores, como o surgimento
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de acne, retenção hídrica e redução do HDL. Há uma quarta geração de progestinas
representadas pelo dienogest, nestorone, acetato de nomegestrol, trimegestone e
drospirenona. Essas progestinas não possuem efeito androgênico (VIGO, 2011).
A maior atividade androgênica de alguns progestágenos causa maior
possibilidade de alteração no metabolismo lipídico, por isso a escolha deve incidir
nos compostos que possuem menor androgenicidade (FEBRASGO, 2008).
Anticoncepcionais orais combinados (ACO’s) associam etinilestradiol (EE) a
diversos progestágenos como, levonorgestrel, noretindrona, desogestrel e
gestodeno. Quando a concentração dos dois hormônios é igual em todos os
comprimidos da cartela, os ACOs são chamados de monofásicos, serão bifásicos se
possuírem duas concentrações ou trifásicos, com três concentrações (LUBIANCA,
2012).
Os ACO’s possuem uma eficácia correspondente a 99,9% e efetividade
variante entre 97 e 98%. A classificação dos anticoncepcionais orais combinados em
gerações vai depender da dose de etinilestradiol e do tipo de progestágeno, onde os
de primeira geração são aqueles com 50 μg ou mais de etinilestradiol, de segunda
geração com 35 ou 30 μg, associados a levonorgestrel ou ciproterona e de terceira
geração com 30 μg ou menos, associados a progestágenos de terceira geração,
como desogestrel, gestodeno ou norgestimato (ZANLUCA, 2016).
Cirne (2014), detalhadamente explica que os contraceptivos de primeira
geração possuem 2 a 5 vezes mais etinilestradiol e 10 vezes mais progestágenos
em comparação com o das outras gerações. Todos os contraceptivos orais de
segunda e terceira geração são compostos por doses iguais de estrogênios ou
inferiores a 50 μg, o que os difere é o progestágeno empregado. Nos contraceptivos
orais de segunda geração, os progestágenos são mais potentes, o que permite que
o efeito anovulatório seja obtido mesmo com o uso de baixas doses. Já os
contraceptivos orais de terceira geração, são constituídos também por
progestágenos potentes, mas apresentam menores efeitos colaterais metabólicos e
androgênico. A drosperinona, é classficada como progestágeno de quarta geração,
possui ação anti mineralocorticoide neutralizando o efeito dos estrogênios que, por
estimular o sistema renina-angiotensina-aldosterona, reduz a retenção hídrica
causada pelo etinilestradiol. Por causa destas características, a drosperinona é
capaz de reduzir o peso corporal, os níveis de LDL, a pressão arterial e elevar os
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23
níveis de colesterol HDL. Ainda, na combinação com o etinilestradiol, proporciona
efeitos positivos no peso e na ficha lipídica.
3.2 Efeitos Colaterais e Contraindicações
O uso de contraceptivos orais pode provocar efeitos progestagênicos como:
ganho de peso devido ao aumento de apetite, depressão, cansaço, diminuição da
libido, exaustão, surgimento de cravos e espinhas, aumento das mamas, elevação
do LDL, redução do HDL e prurido. A combinação dos progestágenos e estrógenos
ocasionam o aumento da sensibilidade mamária, cefaleias, aumento da pressão
arterial e infarto agudo do miocárdio (POLI et al., 2009).
O sangramento de escape é um dos efeitos adversos mais observados sendo
mais frequentes nos primeiros meses e, apesar de não ser prejudicial, pode levar ao
uso incorreto da pílula e gravidez indesejada. Na consulta inicial, devem ser
passadas as informações da possível ocorrência de sangramento de escape e que a
pílula não deve ser interrompida por este motivo. Porém, se o problema continuar, a
mudança da pílula para uma fórmula mais estrogênica é aconselhada (FINOTTI,
2015).
Outros fatores relatados são a alteração da libido e do humor, que são
bastante variáveis. Algumas mulheres relatam uma redução da libido, por outro lado,
há mulheres que relatam um aumento. O progestágeno pode alterar o humor e, caso
isto se torne um problema, é aconselhável a mudança para uma fórmula mais
estrogênica (POLI et al., 2009).
Dentre todos os efeitos dos anticoncepcionais citados, os mais severos
relatados e observados são a trombose venosa profunda e a arterial. A dose do
componente estrogênico, o etinilestradiol, quando presente na corrente sanguínea,
causa aumento na formação da trombina, elevação dos fatores de coagulação e
redução dos inibidores, o que desencadeia o efeito pró-coagulante. Em 1995 e 1996,
vários relatórios mostraram que o risco de trombose foi duas vezes maior com
contraceptivos orais que possuem em sua combinação estrógenos com
progestágenos de terceira geração quando comparados com as pílulas de segunda
geração (FINOTTI, 2015; BRITO et al., 2011).
Os contraceptivos orais podem ser prescritos para a maioria das mulheres em
idade reprodutiva. As contraindicações incluem história de doença vascular,
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24
tabagismo e hipertensão não controlada em usuárias com mais de 35 anos,
antecedentes pessoais de câncer de mama ou do endométrio e causas não
diagnosticadas de sangramento uterino. A retenção hídrica pode resultar em
insuficiência cardíaca congestiva, o que torna os ACO’s contraindicados para
portadores de doenças cardíacas. A presença de enxaqueca, embora não seja
contraindicação, caso haja aura, os ACO’s não devem ser prescritos por aumentar o
risco de acidente vascular cerebral. E causas não diagnosticadas de amenorréia e
depressão (GOLDMAN, 2010).
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4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS E EVENTOS TROMBÓTICOS
4.1 Sistema Hemostático
A hemostasia normal é o resultado de um processo bastante equilibrado que
tem por finalidade manter o sangue fluido nos vasos normais, por outro lado, caso
ocorra uma lesão vascular, haverá rapidamente a formação de um tampão
hemostático no local lesionado (ROBBINS & COTRAN, 2010).
Quando ocorre uma lesão vascular, é desenvolvida uma sequência de
eventos hemostáticos:
Inicialmente, conseguinte à lesão, ocorre uma vasoconstrição arteriolar curta
e são secretados no local um potente vasoconstritor derivado do endotélio, a
endotelina. O efeito é rápido, e o sangramento pode reiniciar caso não haja a
ativação dos sistemas plaquetários e de coagulação. A lesão endotelial facilita a
ativação e aderência das plaquetas através da exposição da matriz extracelular
(MEC) subendotelial que é altamente trombogênica. A agregação plaquetária é
promovida pela ativação das plaquetas e a liberação de grânulos secretores
formando um tampão hemostático; este processo é dado o nome de hemostasia
primária. Sendo também conhecido como fator III e tromboplastina, o fator tecidual
que é exposto no local da lesão, é uma glicoproteína pró-coagulante de ligação à
membrana que é sintetizada por células endoteliais. Este fator atua em conjunto com
o fator VII, que é o principal responsável pelo início da cascata de coagulação,
resultando na geração de trombina. A trombina converte o fibrinogênio circulante em
fibrina insolúvel, formando uma rede de fibrina, e induzindo ativação de plaquetas
adicionais. Esta sequência, chamada hemostasia secundária, é o que irá concretizar
o início do tampão plaquetário (ROBBINS & COTRAN, 2010).
Figura 1 - Vasoconstrição
Robbins & Cotran (2010) (Adaptada)
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Na coagulação sanguínea, as plaquetas exercem sua participação de forma
sequencial:
Após a lesão vascular ocorre agregação primária que, formará o tampão
plaquetário a partir da absorção de proteínas do plasma sobre o colágeno
presente;
Quando as plaquetas do tampão formado liberam ADP (adenosina
difosfato), que é um indutor da agregação plaquetária, ocorre a agregação
secundária;
Durante a agregação das plaquetas ocorrerá a coagulação sanguínea
onde, fatores dos vasos que sofreram lesão, do plasma sanguíneo e das
plaquetas promoverão a interação sequencial de proteínas do plasma,
dessa forma formando o coágulo retração do coágulo;
E por fim, a parede do vaso será restaurada pela formação de um novo
tecido a partir da remoção do coágulo através das enzimas liberadas pelos
lisossomos das plaquetas (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013).
4.2 Estrógenos/ Progestágenos e Eventos Trombóticos
O aumento do risco de modificações na coagulação desencadeando
trombose venosa profunda nas usuárias de ACO’s se dá ao uso elevado destes
medicamentos também pelo fato dos mesmos possuírem combinações hormonais,
estrógenos e progestágenos de terceira geração (BRITO, NOBRE & VIEIRA, 2011).
A cascata de coagulação que é estimulada pelas vias intrínsecas, extrínsecas
e via comum, explica como ocorre a formação do trombo. A via intrínseca tem início
através do contato do colágeno com o fator XII, precalicreína, cininogênio de alto
Figura 2 – Hemostasia primária Figura 3 – Hemostasia secundária
Robbins & Cotran (2010) (Adaptada) Robbins & Cotran (2010) (Adaptada)
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peso molecular e fosfolípide plaquetário. A liberação do fator III ou fator tissular pelo
tecido que sofreu lesão irá iniciar a via extrínseca, que ativará fator VII recebendo
estímulos do fator Xa ou sistema protombinase. A via comum é estimulada pelo fator
Xa que age na via da protrombina (II) e trombina (IIa), que ativará a via do
fibrinogênio (I) e fibrina (Ia), tendo como resultado a formação de uma rede de
fibrina. O organismo sintetiza outros fatores inibidores da formação de trombos,
como modo de defesa, inativando os fatores ativados VIII(a) e V(a): proteína C,
proteína S e antitrombina III que, atuará na lise do trombo formado juntamente com a
fibrinólise (PICCINATO, 2008; LOBO & ROMÃO, 2011).
Nos fins da década de 60 verificou-se uma atenção maior para a
possibilidade dos anticoncepcionais combinados, especialmente os orais,
representarem um fator de risco para TVP e embolia pulmonar. O que mostra que a
Figura 4 – Cascata de coagulação
Fonte: Robbins & Cotran (2010) (Adaptada)
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correlação entre contraceptivos orais e o risco de desenvolvimento de eventos
tromboembólicos é antiga (MAFFEI, 2008).
Recentemente, pesquisas reafirmam o uso de ACO’s sendo uma das causas
principais de TEV e EP (FRASER et al, 2008). Os receptores específicos das células
endoteliais irão sofrer interação do estrógeno (etinilestradiol), presente na
composição dos contraceptivos orais, que é responsável por várias ações
reguladoras nos componentes da parede vascular, efeitos sobre os fatores da
coagulação, elevação da trombina e da fibrina, e de outros fatores da coagulação
(fibrinogênio, VII, VIII, IX, X, XII e XIII), diminuição de inibidores da coagulação
(proteína S e antitrombina) e redução do inibidor do ativador do plasminogênio,
causando um leve efeito pró-coagulante e desenvolvendo um mecanismo complexo
que leva ao episódio de tromboses (SANTOS, 2003; BRITO et al, 2011). Em testes
que demonstram resistência adquirida à proteína C e elevação de formação de
trombina, tais efeitos são observados mais nitidamente (BRITO et al; TRENOR,
2011). A indução de resistência adquirida à proteína C ativada é o efeito de maior
relevância do estrógeno sobre os fatores de coagulação (BLANCO-MOLINA, 2012).
Victor Hoffbrand (2013) reforça que:
O tratamento com estrogênios, particularmente em alta dose, associa-se a
aumento dos níveis plasmáticos de fatores II,VII, VIII, IX e X e a níveis
baixos de antitrombina, e ativador tecidual do plasminogênio na parede
vascular. Há alta incidência de trombose venosa pós-operatória em
mulheres tratadas com estrogênios em alta dose e com anticoncepcionais
orais contendo estrogênios em dose completa. O risco é muito inferior com
anticoncepcionais com baixa dose de estrogênios.
Alguns progestágenos exercem importantes efeitos na hemostasia, o que
reduz a responsabilidade do estrógeno pelas tromboses induzidas pela utilização de
contraceptivos orais. Em usuárias de contraceptivos orais contendo desogestrel
verificou-se níveis de pró-coagulantes (fatores VII, VIII e X) elevados, e descréscimo
dos níveis de anticoagulantes (proteína S e antitrombina) quando comparados às
mulheres que não utilizam os contraceptivos orais. Observou-se também uma maior
resistência à proteína C em usuárias de contraceptivos orais que possuem
levonorgestrel do que os COs contendo desogestrel. Dessa forma, o risco de TEV
em usuárias de COs é dose dependente, estão relacionados com a dose de
estrogênio e o tipo de progestágeno utilizado, o que, difere de forma significativa
entre os vários contraceptivos orais disponíveis (TRENOR, 2011).
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29
Como citado anteriormente, o risco de tromboembolismo venoso é
dependente da dosagem de etinilestradiol. Altas doses de EE (≥50 mcg) estão
associadas a uma elevação de duas vezes no risco de TEV quando comparada à
baixas dosagens desse mesmo hormônio (
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30
Foi realizado um estudo por Ferreira et al. (2000) para analisar os efeitos do
contraceptivo oral composto por 20 μg de etinilestradiol e 150 μg de desogestrel
sobre a coagulação e fibrinólise. Fizeram parte do estudo 11 mulheres que utilizaram
durante seis ciclos menstruais esta composição hormonal, ambas em São Paulo.
Observou-se que o contraceptivo oral estudado causou alterações pró-coagulantes
por causa do aumento nas atividades dos fatores VIII, IX, X e diminuição do TTPA,
assim como uma elevação na atividade do fator XII.
Em um relato de caso feito por Simão et al (2008) foi revelada a ocorrência de
trombose mesentérica em uma paciente do sexo feminino, 19 anos, que deu entrada
no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas de Marília (SP), com queixa de dores
abdominais há três dias. A mesma era usuária de contraceptivos orais, e relatou uso
de 5 comprimidos de contraceptivo um dia antes do início do quadro. Os exames
realizados mostraram infarto hemorrágico, com peritonite fibrinosupurativa.
Apresentou trombose venosa recente e trombose de artérias mesentéricas. A
paciente permaneceu internada sendo medicada com anticoagulantes e, após
medicação a paciente foi direcionada à cirurgia vascular e diagnosticada com
deficiência da proteína C.
Quanto à conduta clínica, a escolha do método contraceptivo deve ser
baseada na avaliação de todos os riscos e benefícios inerentes ao método e bem
como aos antecedentes familiares da mulher. É recomendado o rastreio de
trombofilias hereditárias em mulheres com antecedentes pessoais ou familiares de
tromboembolismo venoso. Mulheres que possuem antecedentes pessoais de
tromboembolismo venoso ou trombofilia hereditária, não podem utilizar qualquer
contraceptivo combinado oral. Os contraceptivos orais combinados de 3ª geração
não devem ser prescritos a mulheres com outros fatores de risco para
tromboembolismo venoso (LOBO; ROMÃO, 2011).
A Reunião Nacional de Consensos de Contracepção publicou em 2011 que
contraceptivos orais de 3.ª geração, que têm em sua composição desogestrel ou
gestodeno, foram relacionados à um crescimento de risco de tromboembolismo
venoso duas vezes mais do que os que contêm levonorgestrel. Nos contraceptivos
orais com acetato de ciproterona este risco mostrou-se quatro vezes maior. Em
estudos recentes, também os contraceptivos orais com drosperinona foram
comparados aos que possuem em sua formulação levonorgestrel, onde foi
encontrado um aumento de risco de tromboembolismo venoso (PACHECO, 2011).
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31
Os eventos tromboembólicos geralmente, se desenvolvem no primeiro ano de
uso dos contraceptivos hormonais, mais especificamente quatro meses após o início
do uso. Entretanto, após um ano, o tempo de uso dos contraceptivos orais
combinados não causa alterações no risco para trombose venosa, o que mostra que
com o passar dos anos, esse risco não é cumulativo. Sendo assim, não é
aconselhável que haja trocas desnecessárias de ACO’s, uma vez que cada uma
dessas trocas pode aumentar o risco para TV durante a fase de adaptação das
mesmas (SPANHOL, 2013).
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32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da busca pelos benefícios e eficácia do método contraceptivo
hormonal oral, o alto índice da utilização indiscriminada destes contribui de forma
significativa para o surgimento de alguns problemas que comprometem a saúde
feminina, pois a terapia hormonal pode promover como um dos efeitos adversos,
alterações no sistema de coagulação. Distúrbios na coagulação podem ocasionar
patologias como a trombose venosa profunda que se desenvolve a partir de várias
condições, dentre elas a predisposição genética, um fator de grande relevância e
deve ser analisado nas mulheres que desejam fazer terapia com contraceptivos
hormonais orais, visto que estes aumentam o risco para trombose.
A relação entre trombose e o uso de contraceptivos orais já foi observada em
diversos estudos realizados. Embora alguns estudos sobre esta relação não
descrevam o efeito adverso dos ACO’s sobre a hemostasia de maneira mais
detalhada, ficou claro que os contraceptivos hormonais orais agem de forma
negativa na cascata de coagulação desencadeando eventos trombóticos podendo
ser constatado através de dados epidemiológicos o desenvolvimento de tromboses
causadas por terapia hormonal. Os contraceptivos de terceira geração representam
um risco maior ao desenvolvimento de trombose quando comparados aos de
segunda geração, sendo assim, os de segunda geração são os mais indicados para
uso de terapia hormonal combinada. Vários estudos comprovaram a relação dose-
dependente entre a trombose venosa profunda e o componente estrogênico
presente nos ACO’s, mas a associação de diferentes progestágenos com a mesma
dose de estrógeno podem desencadear distúrbios na coagulação. Desse modo, os
distúrbios na hemostasia não estão relacionados somente à dose de estrogênio,
mas também ao progestágeno presente na formulação. Por causa disso, novos
progestágenos foram desenvolvidos com o objetivo de garantir a eficácia do
medicamento e reduzir efeitos colaterais como a TVP, porém diante da inovação das
indústrias farmacêuticas, sugere-se que mais estudos sejam realizados para
esclarecer o papel que cada combinação hormonal exerce sobre a hemostasia.
Foram relatadas em algumas pesquisas científicas, que as chances de
desenvolver distúrbios tromboembólicos são maiores em mulheres que fazem uso
da terapia com contraceptivos hormonais do que nas mulheres que não os utilizam,
sendo de suma importância que essas informações sejam repassadas para as
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33
usuárias de ACO’s para que estas se preocupem em buscar por um profissional de
saúde que possa conduzi-las a escolha do método contraceptivo mais eficaz para
cada caso, levando em consideração seus fatores de risco. Dessa forma, faz-se
necessário que os profissionais de saúde conscientizem as mulheres em idade fértil
que além dos diversos benefícios, a terapia hormonal oral também representa riscos
para a saúde.
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6. REFERÊNCIAS
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