Patrícia Amorim Cravo da Silva 2º Ciclo de Estudos em ... · namorados, que todos nós os poetas,...
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FACULDADE DE LETRAS UNIVERSIDADE DO PORTO
Patrícia Amorim Cravo da Silva
2º Ciclo de Estudos em História da Arte Portuguesa
Diogo de Macedo
Do “14, Cité Falguière” a “Os Românticos Portugueses” (1930-1959) Temas e Problemas nas Reflexões sobre Arte
Volume II
2013
Orientador: Prof. Doutora Maria Leonor Barbosa Soares
Classificação: Ciclo de estudos:
Dissertação/relatório/Projeto/IPP:
Versão definitiva
I
Índice
Parte I – Apêndice Documental – IV
A. Artigos em publicações periódicas e catálogos de exposições - IV
Documento A 1 – Apollon. Mensário d’Arte. – IV
Documento A 2 – 5 Independentes (exposição) – VI
Documento A 3 – O que deve ser a Arte - VIII
Documento A 4 – Manifesto I Salão Independentes – XI
Documento A 5 – Pela Dignidade da Arte – XIII
B. Documentos do AFBAUP – XV
Documento B 1 – Assento de batismo – XV
Documento B 2 – Primeira matrícula nas Belas Artes – XVI
Documento B 3 – Atestado de doença – XVI
Documento B 4 – Renovação de matrícula – XVII
Documento B 5 – Certificado – XVIII
C. Espólio Diogo de Macedo – Biblioteca de Arte FCG – XIX
Documento C 1 – Entrevista por escrito – XIX
Documento C 2 – Maqueta de folheto – XXII
D. Livros de Correspondência – MNAC - XXVI
Documento D 1 – Livro 10. Doc. 105 – XXVI
Documento D 2 – Livro 10. Doc. 107 – XXVII
Documento D 3 – Livro 10. Doc. 114 - XXVIII
Documento D 4 - Livro 10. Doc, 224 – XXIX
Documento D 5 – Livro 10. Doc. 252 – XXX
Documento D 6 – Livro 11. Doc. 115 – XXXI
Documento D 7 – Livro 12. Doc. 79 – XXXIII
E. Tabelas de obras incorporadas no MNAC – XXXIV
F. Tabelas de relação de dados - LVIII
Tabela 1 – Monografias de Arte por ano – LVIII
Tabela 2 – Artistas – 14, Cité Falguière – LIX
Tabela 3 – Locais – 14, Cité Falguière – LXXII
G. Outros documentos - LXXV
Documento G 1 – Exposições em que Diogo de Macedo participou – LXXV
II
Parte II – Apêndice Iconográfico – LXXVIII
Fig. 1 – Diogo de Macedo (fotografia) - LXXVIII
Fig.2 – Joaquim Lopes – Diogo de Macedo - LXXIX
Fig.3 – Dimitri Ismailovich – Retrato de Diogo de Macedo - LXXX
Fig.4- Abel Manta – Uma tentaiva de retrato - LXXIX
Fig.5- Carlos Botelho – Retrato de Diogo de Macedo - LXXIX
Fig.6- Francisco Franco – O grupo dos 4 - LXXXI
Fig.7- Armando de Basto – Diogo de Macedo lendo Marinetti - LXXXI
Fig.8- Diogo de Macedo – Eva / Baigneuse - LXXXII
Fig.9- Diogo de Macedo – Camilo Castelo-Branco - LXXXIII
Fig. 10 – Diogo de Macedo – L’Adieu / Le Pardon - LXXXIV
Fig. 11 – Capa do folheto da exposição 5 Independentes - LXXXV
Fig. 12 – A Exposição dos Cinco Independentes. Ilustração Portugueza - LXXXV
Fig. 13 – Diogo de Macedo – Busto de Antero de Quental - LXXXVI
Fig. 14 – Diogo de Macedo – Afonso de Albuquerque - LXXXVII
Fig. 15 – Diogo de Macedo – Pintura e Escultura – MNAA - LXXXVIII
Fig. 16 – Diogo de Macedo – Fonte Monumental da Alameda D. Afonso Henriques -
LXXXVIII
Fig. 17 – José Malhoa – Outono - LXXXIX
Fig. 18 – Jardim das esculturas – MNAC (fotografia) - XC
Fig. 19 a 23 – O MNAC antes e depois das renovações (fotografia) – XCI - XCII
Fig. 24 – O escultor Paul Wayland Bartlett (fotografia) - XCIII
Fig. 25 – Antoine Bourdelle na Académie de la Grand Chaumière (fotografia) - XCIV
III
Fig. 26 – Jean-Antoine Injalbert (fotografia) - XCIV
Fig. 27 – Amadeo Modigliani (fotografia) - XCV
Fig. 28 – Diogo de Macedo – 14, Cité Falguière (desenho) - XCV
Fig. 29 – Francis Smith – Recanto de Paris - XCVI
Fig. 30 – Diogo de Macedo – Canto de um café - XCVI
Fig. 31 – Diogo de Macedo – S/Título - XCVII
Fig. 32 – Samuel Granowsky – Auto-retrato - XCVII
Fig. 33 – Foujita (fotografia) - XCVIII
Fig. 34 – Amadeo Modigliani – Retrato de Diego Rivera - XCVIII
Fig. 35 – Robert Delaunay – Torre Eiffel - XCIX
Fig. 36 – Umberto Boccioni – Formas únicas de continuidade no espaço - XCIX
Fig. 37 – Alexander Archipenko – Estatueta - C
Fig. 38 – Zadkine em 1930 (fotografia) - C
Fig. 39 - Oscar Miestchaninoff – Busto de Jovem - CI
Fig. 40 – Amadeo Modigliani – Cariátide - CI
Fig. 41 – Diogo de Macedo – S/Título - CII
Fig. 42 – Amadeo de Souza-Cardoso – Cafés de Paris - CII
Fig. 43 – Manuel Bentes – Paisagem- Casas - CIII
Fig. 44 – Francis Smith – Lisboa - CIII
Fig. 45 – Mário Eloy – O Arquiteto José Pacheco - CIV
IV
Parte 1 – Apêndice Documental
A. Artigos em publicações periódicas e catálogos de exposições
Documento A 1
Apollon. Mensário d’Arte. Porto. Ano I, nº 1 (Janeiro 1910).
Edital
«Queremos voar!; tal é a nossa divisa. Poderá parecer demasiado pretensiosa, mas as
nossas aspirações são grandes e por isso mesmo só com azas é que poderemos talvez
alcançar.
Azas? Quem sabe; talvez que algum de nós as tenha! E se as tem, mostra-la-ha aqui,
porque esta revista não é creada para outra coisa. Sim, é neste lugar que nós, rapazes cheios
d’altivez e de boa vontade, queremos ensaiar nossos vôos, mostrando-os ao público para que
ele mesmo lhe abra as portas desta cadeia, que é o nosso meio, acanhado, asfixiante e ingrato.
É aqui nestas páginas que nós queremos mostrar o nosso valor, maior ou menor, mas
que será nosso, só nosso, de mais ninguém.
Esta revista destina-se principalmente aos novos, mas os mestres também aqui terão a
sua tribuna, e deles se falará também, sem paixões nem idolatrias. Primeiro é necessário
relembrar os grandes – portugueses especialmente -, que os há, e vivem há já muito no
esquecimento sem que uma mão energética e decidida os levante dessa obscuridade em que
parecem adormecer. Dessa tarefa nos encarregamos, empregando toda a nossa energia e toda
a nossa boa-vontade. Não fazemos promessas nem programas para não faltarmos nem sermos
devedores a ninguém. Somos livres como a águia que nos serve de símbolo. O meio em que
tentamos erguer o nosso vôo será mau, mas a boa vontade melhorá-lo-ha.
Hoje estas simples páginas que apresentamos são um esforço da nossa vontade. Não
nos julgamos satisfeitos com a obra. Queremos mais: mas para isso, é preciso que nos
comprehendam e que nos ajudem.
Não publicamos exclusivamente originais portugueses não; lá fora também há novos;
lá fora também há mestres.
Esta revista que se dedica a todas as manifestações d’arte, é somente d’arte. Para nós
não há políticas nem religiões; preconceitos não os temos nem admitimos no nosso lar.
V
Modestos não seremos, mas no entanto somos sinceros. Poderíamos seguir a velha
praxe alcunhando-nos “de modestos”; dizendo que “não queremos ocupar logares d’honra”.
Não; somos ambiciosos, temos aspirações largas, repetimos, e portanto queremos voar.
A nossa vontade é persistente e boa; cumpre ajudar-nos. Assim o esperamos.
Avante!»
VI
Documento A 2
GOMES, Dordio [et. al.] - 5 Independentes. Exposição de pintura, esculptura, gravura,
desenho. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1923.
«Cinco Independentes…
… independentes de tudo e de todos e de nós próprios até, vimos aqui, ao cabo de alguns
annos de silencio em redor do nosso nôme, mostrar um pouco do que fomos, um pouco
também do que somos e alguma coisa do que desejamos ser, com todo o coração e toda a
coragem. O nosso esforço é medido, pensado e soffrido; clássica nos princípios e
revolucionaria nos fins, não combatendo mas construindo, para que a intenção que é
lealíssima e de azas largas se não perca no triste emaranhado desta época, desejamos que a
nossa obra, sinceramente sentida e executada, seja eterna como fructo de belesa amadurecido
por Deus.
Sendo livres de todas as peias – escolas, amisades, admirações ou senóbismos -, livres
até dos eguaes, apenas somos escravos das matérias nobres que trabalhamos com amôr, da
nossa emoção e do nosso espírito.
A vontade de cada um de nós, que é egual pelo esforço máximo que cada um se dá,
vae caminhando em paralelo com o tempo e o ambiente, serenamente, confiadamente, sobre o
roseiral espinhoso da arte, tocando-se de quando em vez as mãos, como agora, para num leve
repouso verificarmos a certeza da marcha e revela-la à maioria que porventura nos espreite.
O nosso querer é colectivo, mas o interpretar é individual.
Sabendo de tudo um pouco, ignoramos intencionalmente tudo de tudo para nos
exprimirmos com independência.
…………………………………………………………………………………………………
Somos hoje cinco, amanhã cincoenta e depois quinhentos. Independentes sempre, mas
jamais egoístas. Prova-o o nosso convite a M.lle Mily Possoz, a Almada Negreiros e Eduardo
Viana para que exponham no nosso seio como irmãos d’armas, novos arautos da ala dos
namorados, que todos nós os poetas, os artistas e os loucos somos.
Construtivos e expressionistas, não fazemos escolas; fazemos escolha.
Nenhum de nós é egual mas seremos todos irmãos.
Cada um a si só, prometemo-nos ir mais além. Iremos… A organização de um novo
Salon no futuro, concretiza-se já por assim dizer, com esta exposição de Independentes.
VII
A nossa fórmula mathematica até hoje é 1+4=1. Amanhã será 1+1000=1. É nesta
comunhão colectiva que reside a nossa independência.
Lisboa, Outubro de 1923.
Dordio Gomes
Henrique Franco
Alfredo Migueis
Francisco Franco
Diogo de Macedo»
VIII
Documento A 3
MACEDO, Diogo de – O que deve ser a Arte. Presença. Folha de arte e crítica. Coimbra.
Nº 3 (8 Abril 1927), pp. 2-3.
«A Arte deve ser gostosa, alegre, saudável… Tal e qual um fruto bem amadurecido. A
pieguice amesquinha-a como os floreados a ridicularisam. Nada de paspalhices de estufa nem
de efeitos de galdéria. Cuidado mesmo com o apuro da técnica, que a esfria em geral. A
construção é gramática e nunca caligrafia como presumem os estetas do excêntrico. Pingentes
e velaturas e adjectivos; sordinas e arrebiques e confetti são atavios de estafêrmo. A mulher
como a Arte só é bela em pelo, desnuda, ao natural… Pomadas são truques; habilidades são
mentiras; serpentinados são deficiências, assim como, sentimentalismo é morbidez, doença
para hospital, bacilo perigoso e contagioso.
Basta de neurastenia na Arte e de posticismos catitas. O que n’Ela reside de
apaixonante é a saúde. Abram as janelas dos ateliês e deixem entrar o ar. Um gemido
incomoda como um alindado irrita. Adoro o Sol porque vibro com a gargalhada. Prefiro
Charlot a Chopin, porque é melro e êste é môcho. Antes um beijo que uma lágrima…
Entre saúde e saudade não há que hesitar: ou vida ou morte. Ora a Arte é um cântico
e não um cantochão. Ao abrir um livro de versos não desejo topar com um desalentado
testamento; ao visitar uma exposição de quadros não quero deparar com um espectáculo de
um tratado colorido sobre as úlceras de uma visão….
Irra, que já nos basta o faduncho gemidinho!...
A minha exaltação não é sensível aos poentes a pastel, nem aos elogios de beira-
campa, nem às peripécias pianísticas dum az do pedal. Detesto o chôro e o compêndio... A
liberdade será uma loucura, mas tem os pulmões sãos e os olhos sem as lunetas fumadas dos
ursos. Entre um bôbo folgazão e uma carpideira, ainda que esbelta, quem não prefere o
jogral?
Quem não prefere o riso dum clown de feira aos esgares tenebrosos dum trágico
afamado de teatro imperial? Perguntemo-lo ao instinto, às crianças…
A Arte-Viva, para ser forte e ser serena precisa de ter saúde. A sensibilidade moderna
exige que, humana e heroica, a Arte seja fêmea sádia capaz de dar e criar filhos, tal como
uma macieira dá frutos, uma estrela espalha luz ou uma amante se desfaz em carícias. A sua
lei tem de ser natural e criadora. Consolar e exaltar, eis os deveres da beleza. Alegre e sábia
s+o comove e ensina sendo franca ao ofertar-se.
Cada partitura, cada tela, cada livro, deve gritar-nos como Jesus: ergue-te e caminha.
IX
Tem a Arte na vida uma função semelhante à da mulher no amor: fazer-nos gosar.
Formosa e apaixonada, sem artifícios nem lamechices, deve emocionar-nos, transplantar-nos,
entornecer-nos pela sensação; deve forçar-nos a vibrar intensamente, a elevarmo-nos a nós
próprios, a ascendermos quási ao espasmo ou ao delírio, gosando sempre o sofrimento e
nunca sofrendo o prazer…
Se Ela nos entristece odeiamo-la. O amor não admite meias-tintas; ou paixão ou
ódio… Ora em Arte, o sinceramente comovido, ou ama ou detesta.
Uma obra de Arte, como uma mulher, alambicada e artificiosa, burguezona e
académica, deixa-nos gelados, chochos, indiferentes; mas se ela além de tais defeitos é
chorincas e romântica e tenta puxar-nos à ternura pela compaixão sentimentalesca, então – ai
Nossa Senhora! – não há praga que não mereça, nem figa que lhe não façamos…
Janelas abertas de par em par… alegria na alma e saúde no corpo!... Ser homem é
saber cantar e bailar e lutar. O sonho não é um repouso. Isso é o sono. Uma dignifica e outro
apenas tonifica. Sonhar é sublime; ressonar é quási vil. O sonho é a vida filtrada pela
imaginação. É a ambição conduzida pelo desejo criando mundos. Criar é viver intensamente,
é multiplicar-se, é quasi compreender o Infinito. Ora ser artista é, pelo menos, senti-lo,
advinha-lo. O artista é pródigo nas suas criações. Arrebatado, vive a galope, cumprindo as
ordens divinas: - crescei e multiplicai-vos!
Ser artista é ter sensibilidade para dar e vender; ter amor para desperdiçar às mãos
cheias; ter saúde para distribuir a rodos, aos gritos, aos saltos, às chapoeiradas de côr; às
grinadas, aperfeiçoando formas e inventando movimentos; às gargalhadas pelos palcos e
pelos circos; é ter génio para descobrir novos ritmos, harmonias nunca lembradas, golfando
canções e poemas em catadupas, generosamente, alucinadamente, semeando idéas ao
desbarato, arremeçando as emoções como esmolas, em vertigem, em desvario, arruinando-se,
atirando-se de peito às vagas, «por mares nunca dantes navegados», suicidando-se contente,
aos arrancos, em vôo, em delírio, como uma fera esfaimada, como um louco perdido pelo
cio…
Ser artista é tudo isto e muito mais: é ser bom e é ser sábio e é ser humilde; é saber de
antemão que vai ser sacrificado no próprio fogo que o excita e correr para a morte
risonhamente, lançando beijos e bênçãos aos mirones que o aplaudem e patenteiam.
Escrever não é pinturilar adjectivos nem bordar a missanga; fazer música não é contar
as notas como um mercador, nem acertar o passo como um galucho; bailar não é mexer-se
por corda como uma teoria decorada; pintar não é trocar tintas, nem medir estradas, nem
pesar luz; esculpir não é arrear uma vénus com berloques, nem tornear um deus a compasso
X
para ficar certinho na prova dos nove; erguer um edifício é uma sciência e é um dom…
Calcular ganhos não é fazer matemática, é ser traficante, ser vigarista, ser pantomineiro de
balcão. Para estes não há Glória, há o Limoeiro.
O compêndio em Arte é a escravidão do eunuco. Copiar sem compreender é manha de
gatuno. Mesmo a maior parte dos mistificadores que fingem interpretar, não sendo honestos
nem saudáveis, são farçantes da natureza; disfarçam-se à cata do dote chorudo, que é a
papalvice dos colecionadores obtusos, piegas da hora crepuscular e saloios babosos do recocó
achiquesado.
Pobres ricos!
Saibam que amar não é pagar vestidos pinócas à pécora da vossa vaidade. Amar será
ir para a alcova mas também é ir para o céu; amar é ter olhos mas também é ter coração; amar
é criar uma obra-d’arte com outra obra-d’arte; amar é ter saúde e ter espirito e ter alma. Não
há posição definida para o amor; todas são nobres e belas desde que a adoração seja generosa
e esta não sacrifique o orgulho. Porém a mais nobre posição é a vertical!... De joelhos, meus
pobres ricos, é a adoração subalterna e sem saúde; mas de cócoras, então…
A vida, o amor, a arte, só vibram pelos contrastes. A existência duma intenção
nobilita-se ou avilta-se segundo as vizinhanças. A moral é tanto mais elevada quanta mais
saúde a aureolar. A Arte acontece mesmo…
Lisboa, 1927.»
XI
Documento A 4
Manifesto do I Salão dos Independentes - FRANÇA, José-Augusto – Há cinquenta anos os
Independentes de 1930. Colóquio Artes. Lisboa. Nº 46 (Set. 1980), p. 34.
«Há duas maneiras de vêr: a maneira com os óculos e a maneira sem os óculos. Nós
olhamos para as coisas com os olhos que Deus nos deu. Somos por isso independentes, todos
juntos, ou cada um.
Crear é uma função de entender. Em Arte o entendimento vem pelo caminho dos
sentidos: entende-se vendo e ouvindo, diz-se que se entendeu fazendo ver e ouvir. Há pois
entre o entender e o sentir um caminho de vai-vem. O artista moderno é um entendedor
senível.
De aí a objectivação do sujeito ou a subjectivação do objectivo, as duas maneiras da
Arte – a de fóra para dentro e a de dentro para fóra.
Hoje já não é preciso dar pontapés na barriga do «burguês». O burguês de hoje
encolhe a barriga para nos deixar passar.
Chegamos portanto à altura de construir. Nós não precisamos destruir coisa nenhuma,
o que tinha de ser destruído já anda a cair de podre.
Por isso o I Salão dos Independentes não é um grito isolado, um grito só para uma
banda com uma mão atraz da orelha para que tenha apenas uma direcção. Por isso não é um
solo, é um grande coral de todos os sentidos e de todas as manifestações da Arte, que é só
uma – o caminho da Belesa.
Cada ramo da Arte de per si é um atalho dêsse caminho. A junção dos atalhos numa
estrada larga onde coubessem todos os que passam, seria o ideal inatingível, e por essa razão,
talvez, o mais recomendável.
Pôr o fim do caminho à vista dum caminheiro é mostrar-lhe a cama fofa onde ele há
de ir dormir descansado, e o sono em Arte é uma morte real.
O I Salão dos Independentes é pois uma exposição de conjunto da Arte moderna em
Portugal, nas suas duas formas: a plástica e a sónica, a dos olhos e a dos ouvidos.
As artes plásticas têm quatro expressões: a Pintura, a Escultura, a Arquitectura e o
Desenho.
A Poesia e a Música são as duas expressões das artes sónicas.
O I Salão dos Independentes realisa uma plena exposição de tôdas as expressões das
artes plásticas e completa a obra com a publicação do Cancioneiro dos Poetas.
A música portuguesa é, infelizmente, um admirável caso pessoal.
XII
Tens pois português indiferente e atrasado na marcha célere da Europa um motivo de
regozijo. Àquele filho brincalhão e atrevido que era o mais inteligente da tua família e a
quem expulsaste porque te incomodava, é hoje um homem que te abre, sereno, as portas da
sua casa.
- Tira o chapéu e entra.
António Pedro»
XIII
Documento A 5
MACEDO, Diogo de – Pela Dignidade da Arte. O Primeiro de Janeiro. Porto. Ano 77, nº
98 (11 de Abril de 1945), p. 3.
«O Museu Nacional de Arte Contemporânea, fundado em 1911, quando se dividiu o
das Janelas Verdes em dois – de arte antiga e arte moderna, - foi socorrido pelos depósitos e
ofertas de obras daquele, e pelas provas escolares dos pensionistas do Estado, que a
Academia de Belas Artes orientava. Depois disso, o Legado Valmor favoreceu-o
consideravelmente com uma dotação para a compra de muitas outras obras. Em 1914, quando
Columbano tomou a sua direcção, após a primeira regência de Carlos Reis, as colecções
foram muito aumentadas, inclusivamente com as grandes provas dos Académicos de Mérito.
Podia considerar-se então um museu de obras românticas e académicas, acrescido de provas
revolucionárias de estudantes e dos naturalistas, cujos progressos o Estado encorajava com
verbas especiais duma dotação oscilante.
Columbano dedicava-se ao muito ao Museu, e fizera duma pequena galeria, buscando
aumentar o número das suas salas por lugares sombrios e esconso, aquele Museu de Arte
Contemporânea que encontrei ao tomar posse da sua direcção, um museu sossegado,
solitário, extático e melancólico. Após a morte deste grande Pintor, a sua viúva faz a maior
doação de que beneficiou o Museu. Outras pequenas, assim como legados, a par das compras
permanentes que o Estado decretara, tornaram a nossa galeria digna de remodelação e,
sobretudo, precisada duma e instalação própria, avantajada, moderna e em condições
condignas, que êste não tem.
Sousa Lopes, durante o período da sua direcção, aumentara-o com duas salas. Agora a
doação da obra deste exige outro tanto espaço para sua exposição, tarefa que não pode
realizar-se por míngua de lugar para acrescentos de qualquer espécie. Era necessária e
urgente porém, qualquer reforma para modernização e conservação daquele património
artístico, que tendia à poeira, à tristeza, à agonia. A minha principal preocupação foi
introduzir-lhe higiene, dando-lhe ar, condicionando-o à luz do sol, limpando as suas paredes,
alegrando os aspectos, descobrindo perspectivas, variando as expressões das salas, agrupando
núcleos de escolas, valorizando as obras expostas, simplificando tudo por selecção e
disposição exposicional e, muito especialmente, dando-lhe uma autonomia de actividades por
meio duma indepedência total, desde a sua entrada à da orientação cultural.
Para isto, com autorização superior, e com a colaboração da Direcção Geral dos
Monumentos Nacionais, deitei tectos abaixo, arranquei lambrins negros e forros sujos, refiz
paredes, introduzi câmaras de ar, inutilizei salinhas prejudiciais à exposição, fiz desaparecer
XIV
escadas incómodas e feias, velei as luzes, dividi espaços, modifiquei quanto pude sem ter um
metro de superfícies a mais, e voltei em sentido posto a disposição do museu, fechando a sua
antiga entrada que dependia de vontades estranhas à direcção do Museu e se fazia por
corredores tortuosos e escuros, arrastando os visitantes a desagradáveis impressões quando
desciam para nele penetrar, passando a dar-lhe uma entrada airosa, pitoresca e saudável, pela
rua de Serpa Pinto, através dum páteo ajardinado e arborizado – com o auxílio da Câmara
Municipal de Lisboa -, que á agora a sua primeira sala de exposições, com estátuas ao ar livre
entre ciprestes e loureiros, arrelvados e trepadeiras, romântizada por arcos, bancos, paredes
caiadas, vidraças amplas e uma escadaria de três lances que dá a um telheiro alpendrado, por
onde se entra na primeira sala interna do Museu, que ontem era exactamente a última.
Como se vê a reforma foi radical e intencional: sobe-se e não se desce para o Museu:
vai-se da luz para a arte, e não da sombra para uma catacumba; a primeira sala passou a ser a
última a escultura deixou de estar encurralada num recinto aparte, para vir para a luz do sol e
para ser distribuída por direito legítimo ao lado da pintura, ora em nichos, ora em recantos
decorativos, mas sempre de acordo com o ambiente de épocas e orientações estéticas em
conjunto; e finalmente, o Museu passou a ser livre e de sensibilidade alegre.
Claro que tudo isto se conseguiu com a colaboração das entidades a que me referi e
com a camaradagem do arquitecto Baltazar de Castro, que dirigiu todas as obras com aquela
paixão que lhe é peculiar, devendo lembrar-se também a cooperação de alguns Amigos do
Museu, que depositaram e emprestaram obras que agora ali se vêem, completando blocos que
foram distribuídos consoante as condições precárias do Museu permitiam.
Não esqueçamos nunca que é provisória esta instalação e que urge construir-se um
Museu novo, onde se patenteie ao público e aos estudiosos quantas outras obras que quedam
ocultas nas arrecadações, desde as aguarelas, desenhos e medalhas, às colecções de pintura e
escultura dos estrangeiros, ao todo mais de outro tanto de quanto está exposto. Ainda que seja
propósito meu renovar exposições periodicamente, para suprir aquela falta de espaço – nem
para o funcionamento dos serviços burocráticos o tenho, - o certo é que as obras em
arrecadações se arruínam e não cumprem a missão cultural para que foram criadas pelos
artistas e compradas pelo Estado.
Se erro em quanto fiz e digo, que me seja ao menos perdoada a falta, porque tudo foi
feito por bem da arte e do Património Artístico da Nação.
Diogo de Macedo
Director do Museu Nacional de Arte Contemporânea»
XV
B. Documentos do Arquivo da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
– Processo de Aluno de Diogo de Macedo
Documento B 1
(Doc. 1 – Processo de aluno de Diogo de Macedo AFBAUP)
Assento de batismo de Diogo de Macedo
«Certifico que no respectivo registo se encontra o assento seguinte = N.º 188 – Diogo = Aos
oito dias do mez de dezembro do anno de mil oito centos e oitenta e nove n’esta igreja
parochial de Mafamude Concelho de Gaya, diocese do Porto, eu Jose Maria de Sant’Anna e
Silva, abbade da mesma freguesia baptizei solemmimmente um individuo do sexo masculino
a quem dei o nome de Diogo e que nasceu n’esta freguesia no Largo do Martyr às onze horas
da noite do dia vinte e dois do mez de novembro d’este anno de mil oito centos e oitenta e
nove, filho natural de Maria Rosa do Sacramento, solteira, de profissão cigarreira, natural
d’esta freguesia, e de pae incógnito, parochiana d’esta mesma, moradora no referido
largo,neto fraterno de avós incógnitos, e materno de Antonio Ribeiro e de Anna do
Sacramento. Foi padrinho Guilherme Lopes, casado, artífice, morador na rua Quatorze de
Outubro d’esta freguesia, e madrinha Julia Pereira, solteira, cigarreira, moradora na Rua da
Rosa d’esta mesma, os quaes todos dei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado
este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos bamos assignar, menos a
maadirnha por não saber escrever. (…)»
XVI
Documento B 2
(Doc. 4 – Processo de aluno de Diogo de Macedo AFBAUP)
Primeira matrícula nas Belas Artes
«Ex.mo Snr. Director da Academia Portuense de Bellas-artes
Diogo Candido de Macedo, filho de Maria Rosa do Sacramento, natural e residente na
freguesia de S. Christovão de Mafamude do concelho de Gaya, pretendo frequentar o 1.º anno
de “desenho histórico”, n’esta Academia
Pede a V. Ex.cia a graça de o mandar admitir á respectiva matricula
E. R. M.cê
Porto, 10 d’outubro de 1900
Diogo Candido de Macedo
Nota: Matricule-se Porto, 10 d’ outubro de 1900 JGSardinha»
Documento B 3 (Doc. 6 – Processo de aluno de Diogo de Macedo AFBAUP)
Atestado de doença – justificação de faltas
«Attesto, sob juramento, que Diogo Candido de Macedo Junior, filho de Maria Rosa do
Sacramento, e morador na freguesia de Mafamude, d’este concelho, esteve doente com
impossibilidade de sair de casa desde o dia 29 de Novembro até 17 de Dezembro do anno
findo e desde 19 de Janeiro até 27 do mesmo mez do anno corrente.
E por ser verdade passo o presente atestado que assigno.
Villa Nova de Gaya, 21 de Abril de 1902
Benjamim Candido Cardoso»
(Nota a lápis – tem 28 faltas)
XVII
Documento B 4 (Doc. 7 – Processo de aluno de Diogo de Macedo AFBAUP)
Renovação da matrícula - repetente
«Ex.mo Snr. Director da Academia Portuense de Bellas-Artes
Diogo Candido de Macedo Junior, filho de Maria Rosa do Sacramento, natural e morador na
freguesia de Mafamude, do conselho de Gaya, desejando frequentar novamente o 1º anno de
dezenho historico.
Pede a V. Ex. cia se digne admittil-o á matricula.
E. R. M.cê
Porto, 23 d’outubro de 1906
Diogo Candido de Macedo Junior
Morador na Rua de João de Deus – N.º 15
Matricule-se Porto 24 d’outubro de 1906.
(Nota a lápis – Repetente)
XVIII
Documento B 5 (Doc. 14 – Processo de aluno de Diogo de Macedo AFBAUP)
Certificado
«JOAQUIM FRANCISCO LOPES, PROFESSOR EFECTIVO E SUB-DIRECTOR DA
ESCOLA DE BELAS ARTES DO PORTO-----
CERTIFICO em face do despacho exarado no requerimento arquivado na Secretaria
desta Escola, que Diogo Cândido de Macedo Júnior, filho de Maria Rosa do Sacramento,
natural da freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Pôrto, fez
nesta Escola na organização anterior á reforma de 26 de Maio de 1911, os seguintes exames
do Curso de Escultura: Ano lectivo de 1906-1907 – Desenho histórico – (1º ano), aprovado
com distinção e DEZASSEIS VALORES; (2º ano), aprovado com distinção e DEZASSETE
VALORES. Ano lectivo de 1907-1908 – Desenho histórico – (3º ano), aprovado com
distinção e DEZASSETE VALORES; Escultura – (1ºano), aprovado com distinção e
DEZASSEIS VALORES; (2º ano), aprovado com distinção e DEZASSEIS VALORES. Ano
lectivo de 1908-1909 – Desenho histórico (4º ano), aprovado com distinção e DEZASSEIS
VALORES; Anatomia artística, aprovado com distinção e DEZASSEIS VALORES;
Escultura – (3º ano), aprovado com distinção e DEZASSEIS VALORES. Ano lectivo de
1909-1910 – Desenho histórico (5ºano), aprovado com CATORZE VALORES; Escultura –
(4º ano), aprovado com distinção e DEZASSETE VALORES. Ano lectivo de 1910-1911 –
Escultura – (5º ano), aprovado com distinção e DEZOITO VALORES.
É o que consta do respectivo livro das actas de conferências gerais e vai autenticado com o
sêlo branco da Escola.-----------
Pôrto e Escola de Belas Artes, em 26 de Maio de 1944.
O Sub-Director,
Joaquim Lopes»
XIX
C. Espólio Diogo de Macedo – Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian
Documento C 1
Diogo de Macedo - Entrevista por escrito para o periódico “O Benfica” [Manuscrito]
«- É dificílimo responder à primeira pergunta que me faz. Quase seria necessário fazer um
tratado, definindo o problema baseado nas raízes histórica ou pré-histórica, do que realmente
é ou pode ser a Arte, representando filosofias, teorias de estética, penetrando no mistério do
espírito e da sensibilidade, explicando o que seja a necessidade do desenho, a compreensão
da forma, o deslumbramento da côr, delirando sobre vocação, intuições e inspirações,
complicando, enfim, a complexidade da coisa que parece simples e que, na verdade, se pode
reduzir a meia dúzia de palavras, como convém às entrevistas de jornais: a Arte é uma
necessidade da expressão humana, o sinal mais remoto de compreensão e de cultura do
homem, e manifestação plástica do sentimento e do entendimento perante as realidades e os
mistérios do Cosmos, descobertas ou imaginadas, e recreadas pelo mesmo homem, com amor
e variadíssima concepção de beleza.
- De modo nenhum a Arte é inimiga da Industria; esta é que, quando mal aplicada pode ser
incompatível com a Arte, negando-se à exigência de sensibilidade no gosto, sem culpa dos
materiais empregados.
O destino da Arte e o da Ciência, tantas vezes auxiliares, progridem em paralelo e, portanto,
não afasta o homem das missões que competem a cada uma.
Sou do parecer que a Arte deve ser administrada à criança, exatamente quando ela revela
desejos de através do desenho se explicar as surpresas da vida e do sonho, devendo
introduzir-se no ensino, não somente de instrução primária, mas na liceal ou secundária, em
favor da cultura geral de que tanto carecemos, mas de modo algum substituindo outras
aprendizagens, principalmente a de gramática, a qual – coitada da vitima! – apesar de quanto
ensinada, anda fraquinha na linguagem e na escrita, mesmo de doutores.
- Sim, pode desenvolver-se essa unidade, sem confundir a Arte com os Desportos. A prova é
que alguns países têm ministérios reservados, mas em conjunto, a essas duas necessidades do
homem civilizado.
- O português nasce tão artista como qualquer outro homem. O que lhe falta é ambiente e
instrução, estímulo e exigência de progressiva cultura para poder ser tão artista como os
demais. A nossa tradição artística, aliás, quase sempre foi prejudicada por essa insuficiência
ou deficiência, e por esse motivo a confundimos com a rotina, impedindo-lhe revoluções de
modernidade consentânea com a de outros sectores da cultura.
XX
A Arte não impede a virilidade do homem, e bem ao contrário, lhe dá consciência dela, em
actividades de qualquer espécie onde o espírito predomina com moralidade no
desnnvolvimento das forças materiais.
- Com imparcialidades, porque não sou homem de partido ou de clube em nada que
componha as paixões da minha vida, aprecio pelo quanto moderadamente tenho observado
nessa actividade cultural do S.L.B., e boa orientação de quem a dirige e seria de estimar que o
exemplo se projectasse noutras empresas desportivas, que são oficinas onde se devem
aperfeiçoar todos os predicados do homem, que em quantos acontecimentos de sua existência
actua em competição e apaixonadamente.
Noto, há tempos a esta parte, estarem em voga as ciladas das entrevistas em jornais, na rádio,
natelevisão, em sessões e sítios onde o publico se junta para ser informado. Parece que o
mundo anda insatisfeito ou desconfiando daquilo que sabe , à procura de esclarecimentos nas
opiniões de compromisso individual, armando, por vezes, debates de pura crítica, para
prosseguir nas consultas, num fingimento sintomático de ignorâncias que buscam educações
novas.
Se de natureza eu não fosse refusatário[?] às premeditações, munia-me dum caderno de
respostas prontas, para o que desse e viesse, tanto podendo aparecer a surpresa ao dobrar
duma esquina de rua, como na pacatez do quotidiano.
- é dificílimo responder à primeira pergunta que me fez. Quase seria necessário fazer um
tratado definidor do problema, do que realmente é ou pode ser a Arte, baseando-o na razão
histórica ou pré-histórica, penetrando no mistério do espírito, apreciando filosofias e teorias
de estética, explicando o que seja a necessidade do desenho, a compreensão da forma e
deslumbramento de côr, delirando sobre intuições, vocações e inspirações, complicando,
enfim, a complexidade duma coisa que parece simples e que, na verdade, se pode reduzir a
meia dúzia de palavras, como convém às entrevistas de jornais; a Arte é uma necessidade de
expressão humana e um privilégio da remota cultura e da sensibilidade nos anseios de
compreensão e de transladação das realidades e dos mistérios do Cosmos, no poder recriador
do homem amoroso, visual e imaginativo, em variadíssimas descobertas e concepções do
Belo, consoante os ideais dos povos e dos séculos.
- De modo nenhum a Arte é inimiga da Indústria, devendo mesmo colaborar nos seus
progressos. Esta é que, quando mal aplicada, pode tornar-se incompatível com a Arte,
negando-se a exigências de gosto, sem culpa dos métodos nem dos materiais empregados.
O destino da Arte e da Ciência, tantas vezes auxiliares, prosseguem em paralelo sem
confusões, e portanto não afastam o homem das missões que competem a cada uma.
XXI
- Sou do parecer que a Arte deve ser administrada à criança exatamente na idade em que ela
revela desejos de, através do desenho – grafia de valor igual ao da escrita – se explicar as
surpresas das realidades e do sonho, devendo introduzir-se no ensino, não somente de
instrução primaria, mas na secundaria, em favor da cultura geral de que tanto carecemos. Mas
essa aprendizagem com aspeto recreativo na educação da criança, não deve evitar outras,
particularmente a da gramática, que na própria Arte é imprescindível, como linguagem e
escrita para comum entendimento sem erros, embora liberal nas regras.
- Sim, pode desenvolver-se essa unidade, sem confundir a Arte com os Desportos. A prova
está em que alguns países têm ministérios em conjunto, reservados a essas duas necessidades
do homem civilizado.
- O português nasce tão artista como qualquer outro homem. O que lhe falta é ambiente,
estímulo e exigência de progressiva cultura para poder ser, depois, tão artista como os demais
no convénio de maios artísticos. A nossa tradição artística, em parte prejudicada por essa
deficiência e devido a esse motivo, a confundimos com rotinas impeditivas de evoluções de
modernidade consentânea com a de outros sectores da cultura.
A Arte não impede a virilidade no homem- sem ela seria habilidade frágil e incompleta – e
pelo contrário esta lhe dá consciência nas actividades que qualquer espécie, onde o espírito
orienta com moralidades o desenvolvimento das forças materiais.
- Com imparcialidade, porque não sou homem de partido ou de clube em nada que componha
as paixões da minha vida, aprecio, pelo quanto tenho observado na actividade cultural do
S.L.B., a boa orientação de quem a dirige. Sendo de estimar que o exemplo se projete noutras
instituições congéneres onde se devem aperfeiçoar os predicados totais do homem, quem em
quantos acontecimentos da sua existência, actua em competição estimulante e
apaixonadamente.»
XXII
Documento C 2
Maqueta de folheto informativo a entregar aos alunos da Campanha Nacional de
Edução de Adultos – Museu Nacional de Arte Contemporânea [Manuscrito]
MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA
PARA QUE SERVEM OS MUSEUS?
-PARA ENSINAR,
PARA DISTRAIR,
PARA GUARDAR, DEFENDER E
EXPOR AO PÚBLICO AS RIQUEZAS DE
ARTE E DA HISTÓRIA DOS POVOS.
- A QUEM PERTENCEM OS MUSEUS?
-A TODOS, COMO MONUMENTOS
NACIONAIS, PARA TODOS OS VISITAREM
E REPEITAREM.
MAS BASTA IR AOS MUSEUS PARA SABER?
- QUEM FÔR A TODOS MUITAS VEZES, APRENDE MUITAS COISAS -
Quem não sabe é como quem não vê. Convem aprender a ler e a escrever, mas
também a saber ver, para compreender o que se vê. Quem não saber ver, não pode
ter gosto nem sentir os benefícios de saber gostar. É triste não ter gosto, como é
triste ser ignorante. Nos museus aprender-se muita coisa e ater gosto.
Frequentando-se os museus para amar as obras de Arte, que são documentos dos
gostos de todas as épocas, e ao ter preferências pelos objectos expostos, começa-
se a ter gosto própri. Quando se sabe porque se goste se apura o modo de gostar,
aprefeiço-a-se a educação. Mas os museus auxiliam a aprendizagem de muitas
outras coisas.
Quer alguns exemplos? Volte a página e fixe.
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VISTA DO JARDIM DE ENTRADA DO MUSEU
XXIII
- DE QUEM É ESTE RETRATO
-É DO POETA ANTÓNIO FELECIANO
DE CASTILHO E FOI PINTADO POR
MIGUEL LUPI, QUE NASCEU EM
LISBOA EM 1826 E MORREU TAMBÉM
EM LISBOA EM 1883. FOI UM DIS
MAIORES RETRATISTAS
PORTUGUESES.
-SÓ HOUVE RETRATISTAS
NAQUELE TEMPO?
- NÃO. OS PRIMEIROS PINTORES
DE PAISAGENS, DE ANIMAIS E DE
TIPOS DO POVO SÃO DESSA
ÉPOCA, QUE TINHAM O CULTO
DO PATRIOTISMO. E PINTARAM
CENAS DA TERRA PORTUGUESA.
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DE QUEM SÃO ESTES RETRATOS?
ESTE É DUMA SENHORA FORMOSA,
PINTADO PELO MARIDO QUE A
AMAVA.
- QUEM FOI ESSE ARTISTA?
-FOI O VISCONDE DE MENEZES, QUE
NASCEU NO PORTO EM 1817 E
MORREU EM LISBOA EM 1878
-PORQUE ESTÁ ESTE QUADRO
NESTA SALA E NÃO ESTÁ NOUTRA?
-PORQUE NOS MUSEUS TUDO TEM
UMA ORDEM E ESTA SALA É
DEDICADA AOS PINTORES
ROMÂNTICOS, QUE AMAVAM A
NATUREZA COM SENTIMENTO DA
VERDADE IDEALIZADA.
-DE QUE ÉPOCA SÃO OS NOSSOS PINTORES ROMÂNTICOS?
- SÃO DO SÉCULO PASSADO, ENTRE 1850 E 1880.
XXIV
AQUI ESTÃO TRÊS EXEMPLOS:
ESTE VITELO
FOI PINTADO POR TOMÁS DA
ANUNCIAÇÃO, NASCIDO NA
AJUDA EM 1818 E FALECIDO
EM LISBOA EM 1879. SENDO
MESTRE NA PINTURA DE
PAISAGENS, AMAVA TANTO OS
ANIMAIS DOMESTICOS, QUE OS
PINTAVA COM TANTO COMO
SE FOSSEM PESSOAS.
ESTES CINCO ARTISTAS NUMA
VISTA DE SINTRA, FORAM PINTADOS
POR JOÃO CRISTINO DA SILVA, QUE
NASCEU EM 1877. SÃO OS RETRATOS DE
ANUNCIAÇÃO E FRANCISCO METRASS
ENTRE OS CAMPONESES, E DE VITOR
BASTOS, JOSÉ RODRIGUES E O AUTOR
DO QUADRO.
ESTA CENA DUMA FEIRA
FOI PINTADA POR LEONEL
MARQUES PEREIRA, QUE
NASCEU EM 1828 E MORREU
EM 1892. PINTOU MUITOS
QUADROS PEQUENOS COM
COSTUMES POPULARES, NO
TRABALHO DOS CAMPOS, NAS
FEIRAS, FESTAS RELIGIOSAS E
ALEGRIAS DE FAMÍLIA, COM
TRAJES E HABITOS
TRADICIONAIS.
TAMBÉM HOUVE PINTORES QUE EVOCARAM A HISTÓRIA PÁTRIA, A
HISTÓRIA DE JESUS E O DRAMA HUMANO.
XXV
“PARTIDA DE VASCO DA GAMA
PARA A ÍNDIA”
QUADRO DE MIGUEL LUPI
“RECONHECIMENTO DO CADÁVER
DE D. SEBASTIÃO EM ALCÁCER”
QUADRO DE COSTA LIMA
AS LIÇÕES DOS MUSEUS SÃO AS QUE SE
APREDEM MAIS FACILMENTE E DISTRAEM
AQUELES QUE AS PROCURAM.
QUEM FÔR A TODOS OS MUSEUS MUITAS VEZESM APRENDE
SEMPRE COISAS NOVAS QUE DELEITAM O ESPÍRITO.
“SÓ DEUS!” (CENA DO DILÚVIO)
QUADRO DE FRANCISCO METRASS
CAMPANHA NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS
XXVI
D. Livros de Correspondência – Arquivo do Museu Nacional de Arte
Contemporânea
Documento D 1
Livro 10 (1944-45) - Documento 105
«Exmº. Senhor Director Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.
Havendo, no decorrer das obras de aeração, solidificação de paredes e tectos, renovação da
distribuição de luz solar e algumas modificações precisas a novas exposições e de benefício
para as obras de arte que tenho á minha guarda, encontrado uma solução plena de tornar este
Museu independente de entrada e de quaisquer outros tratos que por favor encontrei usados
com as demais instituições instaladas neste edifício, nem sempre compreendidos no total e do
qual convem dar definitiva e urgente soluçãopara bem de todas as referidas instituições e
independencia deste Museu, tenho a honra de vir pedir a V. Exª. o consentimento para que se
prolongue um pouco mais o prazo das referidas obras, e bem assim, confiado na minha boa
vontade e sensatez de servir a Nação e o Património de Arte que Sua Excelência o Senhor
Ministro da Educação Nacional me confiou, permitir que, com a colaboração desinteressada
da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, que está procedendo ás obras
respectivas, se abra uma porta, que será a principal do Museu, voltada a um páteo sem grande
serventia e de uso comum da Escola de Belas Artes e deste Museu, como passagem particular
de empregados e preventiva para caso de incêndios, ajardinando-o e decorando-o com
estátuas que não teêm possível exposição dentro das salas do Museu, construindo ao mesmo
tempo uma escadaria que lhe dê franco e original acesso, rebocando e criando aquela fachada,
agora em ruínas, sem com isso cauzar qualquer dano a visinhos e bem ao contrário os
beneficiar com melhorias de limpeza e renovação de materiais, conservando, porém, a
serventia da referida Escola para acesso privilegiado ao Museu e gozo privado dos seus
alunos, passando deste modo, quando reabrir ao público as portas deste Museu, a ser a sua
entrada principal e independente, pela rua de Serpa Pinto, através dum páteo arborisado,
vedado, útil e moderno.
A bem da Nação
Direcção do Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Agosto de 1944
O Director,
Diogo»
XXVII
Documento D 2
Livro 10 (1944-45) - Documento 105
«Exmº. Senhor Director Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.
Em resposta á circular Lº. 25 Nº. 802, datada de 3 de Agosto corrente, tenho a honra de
informar V. Exª. que este Museu não editou até hoje qualquer catálogo, nem sequer uma
publicação de propaganda das suas colecções, pelo que não pode corresponder ao despacho
Ministeiral de 24 de Março último, ao qual a circular se refere.
Projecta-se porem, logo se reabram as portas do Museu, agora em obras, publicar o primeiro
catálogo de quanto se exponha, assim como uma monografia sobre uma obra exposta no
mesmo Museu, publicações essas que serão enviadas a V. Exª. assim como quantos
exemplares V. Exª. reclamar.
A Bem da Nação
Direcção do Museu Nacional de Arte Contemporânea, em 28 de Agosto de 1944
O Director,
Diogo»
XXVIII
Documento D 3
Livro 10 (1944-45) – Documento 114
«Exmº. Senhor Director Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.
Como é do conhecimento de V. Exª., este Museu está em obras de remodelação das suas
salas, passando a ter uma nova entrada independente através dum pátio ajardinado e
ornamentado com estátuas que pertencem as suas colecções;
como também é do conhecimento de V. Exª., a nova Direcção deste Museu está organizando
um serviço de secretaria e arquivos por meio de ficheiros, instalação de biblioteca especial de
catálogos, revistas, recortes de jornais, fotografias, clichés, gravuras e quanta publicidade que
diga respeito a atividades internas e do movimento da arte contemporânea portuguesa.
Ora contando dentro desta orientação cultural e de actualisação das suas instalações, reabrir
brevemente as portas do Museu, que passa a compor-se de sete salas de exposição, duas de
arrecadação, uma de arquivo que serve de gabinete do seu Conservador, uma secretaria e
biblioteca, e de um gabinete do seu Director, que funcionarão diariamente ao dispor de
estudiosos e do público;
e tendo todos estes serviços, no respeitante a limpezas, conservação, distribuição de obras
arrecadadas, vigilância das exposições, actividades de secretaria e exteriores, cuidados do
pátio de entrada e guarda de objectos dos visitantes que não seja permitido estes levarem
através das salas (como sejam aparelhos fotográficos, chapéus de chuva, embrulhos
incómodos, etc.), venda de catálogos, postais, fotografias e bilhetes de entrada
(…)
18 de Setembro de 1944
O Director,
Diogo»
XXIX
Documento D 4
Livro 10 (1944-45) – Documento 224
«Exmº. Senhor Director Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.
Por falecimento da Viuva de Columbano, D. Emilia Bordalo Pinheiro, foi o Estado
contemplado com um legado expresso em testamento, para escolha do qual, segundo
condições do mesmo testamento, uma Comissão composta dos Directores dos Museus de
Arte Antiga e Arte Contemporânea, e de mais um testamenteiro, se devia reunir e resolver.
Acontece que na reunião dessa Comissão, além de quadros a óleo e desenhos do Mestre
Columbano, assim como de outros autores, foi escolhido e marcado para este Museu, um
conjunto pequeno de móveis que frequentemente o Artista pintou em seus quadros, com o
fim de no futuro Museu a construir, se organizar um característico recanto junto á Sala
Columbano, onde se exponham num ambiente especial, algumas obras intimas não só
daquele Pintor, mas igualmente de outros Artistas da mesma família, como sejam seu Pae,
sua Irmã e seu Irmão.
Acontece que neste Museu não existe espaço para arrecadar essa parte do legado escolhido. E
como V. Exª. sabe, o único lugar onde ele poderia guardar-se e conservar-se, seria na Sala
contigua ao Museu, que destinamos a Gabinete do Director e Arquivo, logo que ela nos seja
entregue pela Direcção da Escola de Belas Artes, que a não ocupa e tem devoluta desde que
tenho a honra de dirigir este Museu – há um ano quasi – consoante informei V. Exª.
(…) 30 de Maio de 1945 (…)»
XXX
Documento D 5
Livro 10 – Documento 252
«Relatório
Após as obras de renovação e remodelação deste Museu Nacional de Arte Contemporânea, as
quais, embora em instalação provisória, quedaram incompletas, por falta de verbas
orçamentais que as auxiliassem, tenho a honra de apresentar os principais problemas a que
convem dar a solução naquele sentido, ousando propor outros de justa conveniência e
urgência.
(…)
Por último, outra grande proposta fazemos, que é a aquisição do quadro de Columbano – Os
artistas do Leão de Ouro -, onde estão representados os retratos dos principais pintores do
final do século XIX, quadro que o Estado não devia consentir que fosse para qualquer outra
galeria, o qual embora arrolado pelo Estado, está sujeito em posse particular a ser danificado,
quadro essencial de presença neste Museu, obra-prima sem par do génio de Columbano. O
seu actual proprietário propoz há anos a sua venda ao Estado, por 150.000$00. É pois natural
que hoje o seu custo seja superior, mas mesmo assim, o Estado faria excepcional aquisição,
convindo com urgência procurar negocia-lo com o seu proprietário, pois por mais do que uma
vez os colecionadores ricos têem procurado adquiri-lo, certamente para depois o venderem ao
Estado, com lucros vantajosos.
Assim, convinha que fossem dadas ordens a quem com direitos, para negociar aquela
transacção, e que depois de adquirido ele ingressasse neste Museu de Arte Contemporânea,
em lugar central da cidade e em edifício próprio a construir, ele figurasse a par das excelentes
obras do mesmo Mestre, que este Museu possue.
A Bem da Nação
Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea, em 16 de Julho de 1945
O Director»
XXXI
Documento D 6
Livro 11 (1946) – Documento 115
«Quando o Estado, por proposta desta Sub-Secção da Junta Nacional dos Artistas do “Grupo
do Leão”, por Columbano -, depois duma tentativa de transacção para a sua compra,
manifestou dessa forma a preferência de selecção. Outros dois quadros, porém, foram motivo
de discussão para compra, que, como a daquele, não foi levada acabo. Eram eles a “Paisagem
do Vale de Carriche”, de Silva Porto, e o “Retrato do Snr. Antonio Monteiro”, por
Columbano, qu na presente lista não se inclue e que fazia parte do conjunto exposto no “Leão
de Ouro”. Em compensação outros quadros nesta relação surgem , que não compunham o
referido conjunto e que, como tal, são estranhos ao interesse da colecção.
Ao Estado continua a interessar a aquisição daqueles três quadros em separado, para o Museu
Nacional de Arte Contemporânea, e portanto interessa-lhe saber o preço dessas obras em
conjunto e por peça; mas porventura também pode interessar ao Estado a aquisição de outros
quadros da colecção, como sejam “Apoteose aos fritos”, de Columbano, “Apoteose da
lagosta”, de Malhoa, “Trecho do Bussaco”, de Antonio Ramalho, “Marinha na Junqueira”, de
João Vaz e “Castelo de Leiria”, de Ribeiro Cristino, aos quais poderá dar o destino que
entender.
Neste sentido e conforme a proposta, convém saber-se qual o preço que se pede por cada um
desses quadros e qual o preço em conjunto, para que esta Sub-Secção da J. N. de E. se
pronuncie definitivamente.
Em princípio é nosso parecer que as três primeiras telas devem ser adquiridas com destino ao
referido Museu de Lisboa, como obras principais da colecção, devendo a primeira (já
arrolada no Patrimonio Nacional) ser considerada como imprescindível nessa galeria do
Estado, onde a obra daqueles artistas retratados está representada, e porque é considerada
obra-prima da Pintura Portuguesa dos finais do século XIX. As cinco restantes podem na
realidade ter destino para edifícios do Estado, - como o Palácio Foz, que está sendo
valorizado e onde teriam adequada aplicação – porque formam um conjunto decorativo
merecedor de atenção pelo seu valor.
Em resumo, não interessa ao Estado a aquisição do bloco proposto pelo proprietário dos
quadros do “Leão de Ouro”; mas podem interessar os dois núcleos citados, cujos preços se
pedem. Dependendo deles quaiquer diligências de transacção. É nosso parecer, portanto, que
depois de conhecidos os respectivos preços, esta Sub-Secção proponha aos Poderes
Superiores a sua total ou parcial aquisição.
Lisboa, 16 de Agosto de 1946
XXXII
O Relator,
Diogo de Macedo»
XXXIII
Documento D 7
Livro 12 (1947) – Documento 79
«Quadros da Colecção do “Leão de Ouro” e particularmente do de Columbano com os
retratos dos artistas do Grupo de Leão
Em referência ao ofício Nº. 763-D, Lº. Nº. 34, Proc. 640, Fls. 9/1, de 8 de Abril de 1947, da
10ª. Repartição da Direcção Geral da Contabilidade Pública, temos a honra de informar que,
a quando do leilão público dos quadros do Leão de Ouro, realizado há anos, não houve
quaisquer diligência para aquisição, por parte do Estado, do quadro de Columbano. Com os
retratos dos Artistas do Grupo do Leão, nem tão pouco das demais pinturas daquela colecção.
A título de informação, temos a dizer que a única tentativa de aquisição do referido quadro de
Columbano, por deliberação do Conselho Superior de Belas Artes, e por proposta de venda
pelo seu proprietário, foi feita em Novembro de 1937 – como dizemos no nosso parecer de 11
de Outubro de 1946 -, não se tendo no Património Artístico da Nação, que o mesmo Conselho
Superior de Belas Artes propoz, anteriormente aquele leilão.
É portanto esta a segunda deligencia que se faz para a sua justa aquisição destinada ao Museu
Nacional de Arte Contemporânea, motivada pela proposta do seu actual proprietário, em 5 de
Agosto de 1946.
Lisboa, 20 de Abril de 1947
O Relator,
Diogo de Macedo»
XXXIV
E. Tabelas de obras incorporadas no MNAC durante a direção de Diogo de
Macedo1
Totais dos núcleos
Romantismo
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis 42 44
Columbano 49 89 108
Sousa Lopes 16 3
Diogo de Macedo 20 57 3
Eduardo Malta 6 12
Lurdes Bartholo 2 4
Sem dados 4 4 3
1º Naturalismo
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis 39 2
Columbano 47 15
Sousa Lopes 52 16 22
Diogo de Macedo 100 105 3
Eduardo Malta 8 7
Lurdes Bartholo 15 4
Sem dados 6 16
2º Naturalismo
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis 30 1
Columbano 90 16 5
Sousa Lopes 172 8 3
Diogo de Macedo 202 43
Eduardo Malta 21 15
Lurdes Bartholo 26 1
Sem dados 8 3 1
1 Estas tabelas foram-nos fornecidas pelo MNAC e transcritas por nós. Servem apenas como uma base de
investigação e não como um trabalho acabado. Optámos por apresentá-las, transcrevendo-as apenas, de acordo
com a forma como os dados nos foram fornecidos, já que este não é o tema do nosso trabalho e estas servem
como documentos demonstrativos. Assim, destas tabelas podem não constar todas as obras que passaram a fazer
parte do espólio do MNAC e muitas delas apresentam campos de informação incompletos.
XXXV
3º Naturalismo
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis
Columbano 3
Sousa Lopes 42 7
Diogo de Macedo 47 8 18
Eduardo Malta 22 3
Lurdes Bartholo 13 1
Sem dados 6 1 4
Modernismo
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis 3
Columbano 2
Sousa Lopes 49 17 2
Diogo de Macedo 47 20 3
Eduardo Malta 5 2 1
Lurdes Bartholo 15 38
Sem dados 6 17 14
Contemporânea
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis
Columbano
Sousa Lopes
Diogo de Macedo 27 10 11
Eduardo Malta 9 2 1
Lurdes Bartholo 124 29 9
Sem dados 11 2 2
Totais de Núcleos (exceto núcleos de estrangeiros e dúvidas)
Pintura Desenho Gravura
Carlos Reis 114 47
Columbano 191 120 113
Sousa Lopes 331 51 27
Diogo de Macedo 443 243 38
Eduardo Malta 71 41 2
Lurdes Bartholo 195 77 9
Sem dados 41 43 24
XXXVI
Obras que passaram a integrar o espólio do MNAC durante a direção de Diogo de
Macedo
Romantismo
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
António José da
Costa
Camélias 1953 A.E.
Augusto Barradas Uma Rua em
Marrocos
1950
Ferreira Chaves Retrato de Menina 1945 Depositado pelo
Museu Nacional de
Arte Antiga por
ordem da Fazenda
Pública
Francisco Assis
Rodrigues
Cabeça de criança
(desenho)
1947 A.E.
Francisco Assis
Rodrigues
Torso de Homem
(desenho)
1947 A.E.
Francisco Assis
Rodrigues
Rapariga – Estudo
(desenho)
1947 A.E.
Francisco Assis
Rodrigues
Estudo de pés
(desenho)
1947 A.E. a José de
Bragança
Francisco Assis
Rodrigues
Estudo de criança
(desenho)
1947 A.E.
Francisco Assis
Rodrigues
Estudo de criança
(desenho)
1947 A.E.
Francisco Metrass Estudo para o
quadro Camões na
Gruta de Macau
(desenho)
1954 A.E.
Francisco Metrass Estudo para o
quadro Inês de
Castro pressentindo
os assassinos
(desenho)
1954 A.E.
Francisco Metrass Estudo para o
quadro Inês de
Castro pressentindo
os assassinos
(desenho)
1954 A.E.
Francisco Metrass Estudo para o
quadro Inês de
Castro pressentindo
os assassinos
1954 A.E.
Francisco Metrass Inês de Castro
perante o Rei D.
Afonso IV (desenho)
1954 A.E.
Francisco Metrass Inês de Castro aos 1951 A.E.
XXXVII
pés de D. Afonso IV
(desenho)
Francisco Resende Natureza Morta 1950 Adquirida pelo
Estado a Luís Reis
Santos
Isaías Newton Caminho da Fonte
dos Amores
1952 A.E.
João Cristino da
Silva
Auto-retrato 1946 A.E.
João Pedro Monteiro Porta principal dos
Jerónimos (desenho)
1947 A.E.
José da Silva Fachada do Banco
de Portugal
(gravura)
1947 Oferta do Banco de
Portugal
José Ferreira Chaves Retrato da mulher do
artista
1951 Oferta de Maria
Adelina Veloso
Salgado
José Ferreira Chaves As virgens do
Mondego chorando a
morte de D. Inês de
Castro
1952 A.E.
José Rodrigues Retrato da Condessa
de Farrobo – D.
Madalena
1946 Depositado pela
viscondessa de
Castilho
Manuel de Macedo Rapariga (desenho) 1954 A.E.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento para
retrato (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Estudo para um
quadro (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Estudo para dois
homens (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento cabeça
de homem (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento cabeça
mulher (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento retrato
senhora (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Retrato de Homem
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Retrato de Homem
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Retrato de Senhora
(desenho)
1945 L.E.B.P.
XXXVIII
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Cena num Jardim
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento retrato
homem (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento Busto
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Marechal da
Conceição (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Jovem (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento para
retrato (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento para
retrato (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Estudo para retrato
do Marechal
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Estudo para um
retrato (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Passeio público no
verão de 1834
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Retrato do Duque de
Lafões (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Pombal Manuelino
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Cabeças (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Cena Familiar
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
A caridade não
oficial (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Cópia de Rafael
(desenho)
1945 L.E.B.P.
XXXIX
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Por bem (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Retrato de S.
Pinheiro Ferreira
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Cena de rua –
apontamento
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Composição – Belas-
Artes (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
A justiça é cega
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Tipos do Passeio
Público (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Músico –
apontamento
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Cena à janela
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento para
retrato do Papa
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Frontão do teatro D.
Maria (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
D. Martinho de
Aguiar (desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Tema religioso
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
Apontamento
(desenho)
1945 L.E.B.P.
Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
D. Jaime (desenho)
1945 L.E.B.P.
Miguel Ângelo Lupi Retrato do
Engenheiro Miguel
Pais
1946 A.E.
Miguel Ângelo Lupi Retrato de António 1946 A.E. e pelo Legado
XL
Feliciano de
Castilho
Valmor
Miguel Ângelo Lupi Desenho 1951 A.E. a uma casa de
antiguidades
Miguel Ângelo Lupi Marques de Pombal
(desenho)
1951 A.E.
Tomás da
Anunciação
Boi (gravura) 1947 Oferta do coronel
Henrique Ferreira de
Lima
Victor Bastos Marinho 1947
Visconde de
Menezes
Auto-Retrato 1959 A.E.
1º Naturalismo
Pintura
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Júlio Teixeira Bastos Cabeça de Velho 1952 A.E.
Enrique Casanova Paisagem A.E.
Enrique Casanova Paisagem A.E.
Enrique Casanova Paisagem - Belas 1947 A.E.
Ernesto Condeixa Auto-Retrato 1953 Adquirido ao
sobrinho do autor
Pintor Ribeiro Júnior
José de Figueiredo Cabeça de homem 1950 A.E.
Adolfo Greno Retrato de Josefa
Greno
1948 A.E.
Adolfo Greno Retrato de criança 1951 Oferecido por Diogo
de Macedo
Josefa Greno Flores 1951 Oferecido por Diogo
de Macedo
Alfredo Keil Paisagem 1945 Legado de Mª Emília
Bordalo Pinheiro
Alfredo Keil Castelo de S. Jorge 1947 Legado de Luís Keil
Alfredo Keil O aterro em 1881 no
cais do Tejo
1947 Legado de Luís Keil
Alfredo Keil Praça dos
Restauradores
1947 Legado de Luís Keil
Alfredo Keil Marinha 1948 A.E.
Alfredo Keil Varinas no cais do
Tejo
1953 A.E.
Alfredo Keil Composição 1947 A.E.
Alfredo Keil Paisagem L.E.B.P.
José Malhoa Retrato de Teresa E.
Evelina Pereira da
1945 Legado de Pereira da
Costa
XLI
Costa
José Malhoa Paisagem 1945 L.E.B.P.
José Malhoa Retrato do pintor
Fernando David
1945 A.E.
José Malhoa Retrato de Francisco
Sousa?
1947 A.E.
José Malhoa Retrato de Ada
Weinstein
1955 ?
José Malhoa Clara 1955 Legado de Emílio?
Porfírio Janeiro
José Malhoa Retrato de João
Pedro Monteiro
1956 Legado herdeiro do
retratado
Marques de Oliveira Auto-retrato 1948 A.E.
Marques de Oliveira Recanto da Aldeia
Póvoa do Varzim
1954 Adquirido ao Dr.
Alfredo Magalhães
Marques de Oliveira Rapariga Minhota 1956 A.E. ao artista
António Ramalho Retrato de senhora 1953 A.E.
António Ramalho Vista de Paris 1945 L.E.B.P.
Mª Aug. Bordalo
Pinheiro
Menina 1945 L.E.B.P.
Mª Aug. Bordalo
Pinheiro
Paisagem 1945 L.E.B.P.
M. Augusta B.P. Malvaiscos 1945 L.E.B.P.
Sousa Pinto Cabeça de Rapaz 1946 A.E.
Sousa Pinto Britão – cabeça 1946 A.E.
Sousa Pinto Paisagem de ? 1953 A.E.
Sousa Pinto Paisagem L.E.B.P.
Sousa Pinto A colheita do Trigo 1953 A.E.
Sousa Pinto Ceifa 1957 A.E.
Sousa Pinto Pescadores de
Cascais
1945 L.E.B.P.
Silva Porto O quinteiro minhoto 1953 A.E.
Silva Porto Videiras 1949 Leg. Valmor
Silva Porto Paisagem com vista
de Sintra
1948 A.E.
Silva Porto Paisagem 1945 L.E.B.P.
Henrique Pousão Rapaz do comboio 1945 L.E.B.P.
António Ramalho O zimbório do vale
de Grace
1945 L.E.B.P.
António Ramalho Estudo pata o retrato
de Monteiro
Ramalho (irmão do
autor)
1949 Adquirido à família
do retratado
António Ramalho Retrato do escritor
Abel Botelho
1952 Adquirido aos
herdeiros de António
Boto Silva
António Ramalho Retrato de Criança
(menina Julieta)
1945 A.E.
João Anguervo? Caminho velho- 1957 A.E.
XLII
Ribeiro Vizela
João Vaz Torre das Cabaças -
Santarém
1945 L.E.B.P.
João Vaz Marinha – barcos na
praia
1947 A.E.
Desenho
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Simões de Almeida
(tio)
Álbum 1945 A.E. numa casa de
livros antigos?
Adolfo Greno Auto-retrato 1947 A.E.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Menina com flores 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Amor Perfeitos 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Plantas 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Enredo de Plantas 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato Van Dick
(cópia)
1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato de Van Dick 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato Marquês de
Pombal
1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato Marquês de
Pombal
1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato Van Dick 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato de homem
(Van Dick)
1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato de homem 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Busto de Menina 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Tipo de Mulher 1945 L.E.B.P.
Maria Augusta
Bordalo Pinheiro
Retrato de Senhora
com cão
1945 L.E.B.P.
Rafael B.P. Cavalo 1945 L.E.B.P.
Rafael B.P. Cavalo 1945 L.E.B.P.
José Júlio Sousa
Pinto
Pescador 1945 L.E.B.P.
Sousa Reis Estudo 1948 A.E.
XLIII
Óleos de Columbano
Título Data de entrada no MNAC Notas
Retrato do poeta Bulhão
Pato
1945 Adquirida em leilão
Ret. do poeta Antero de
Quental
1946 Doação de Mª Conceição
Lemos de Magalhães
Ret. de D. Mª Augusta
Bordallo Pinheiro
1945 L.E.B.P.
Ret. do actor Vale 1945 L.E.B.P.
Ret. de Teixeira de Queirós 1945 L.E.B.P.
Natureza Morta 1945 L.E.B.P.
Paisagem 1945 L.E.B.P.
Natureza Morta 1945 L.E.B.P.
Natureza Morta 1945 L.E.B.P.
Vaquinha 1945 L.E.B.P.
Estudo para uma decoração 1945 L.E.B.P.
Ilha dos amores (estudo) 1945 L.E.B.P.
Desenho da Cruz (esboceto) 1945 L.E.B.P.
Estudo para um teto (dec.
Histórica)
1945 L.E.B.P.
Estudo para o quadro “As
minhas sobrinhas”
1945 L.E.B.P.
Estudo para decoração do
Palácio das Cortes
1945 L.E.B.P.
Estudo para o Ret. de Ley
Soriamo
1945 L.E.B.P.
O Pai do Artista pintando 1945 L.E.B.P.
Concílio dos Deuses 1945 L.E.B.P.
Ret. de Henrique Casanova 1945 A.E.
Ret. do pintor Rodrigues
Vieira
1945 A.E.
Ret. do escritor Fialho de
Almeida
1947 A.E.
Ret. de Oliveira Martins 1947 A.E.
Rapaz com traje ?? 1947 Oferecido por Francisco
Romano
Ret. do Dr. Engenheiro de
Castro
1947 Ministério das Finanças
Ret. do Dr. Jaime Batalha
Reis
1947 Oferecido por Batalha Reis
Nos ombros de um tritão?
vai Diana?
1948 A.E.
Dois pequenos amigos 1948 Oferecido por Helena
Ferreira e José Maria
Ferreira
Ret. de José Queirós 1951 A.E.
Estudo para Camões 1952 A.E.
O Grupo de Leão 1953 A.E.
XLIV
Últimos Momentos de
Camões
1953 Academia Nacional de Belas
Artes
Ret. de Rodrigues Faria 1953 A.E. a Alfredo Pinto ?
Ret. de Afonso Lopes Vieira Legado de Maria Helena
Aboim? Lopes Vieira
Tema de interior 1958 Legado de Dr. Emídio
Garcia Mendes
Cabeça de homem
Virgem da Conceição Encontrou-se nas
arrecadações do Museu
Desenhos de Columbano
Título Data de entrada no MNAC Notas
Estudo para o quadro de Sto.
António de Lisboa
? A.E.
Família do artista 1945 L.E.B.P.
Guitarrista Manuel Gustavo 1945 L.E.B.P.
Cabeça de homem 1945 L.E.B.P.
Estudo para o Palácio das
Cortes
1945 L.E.B.P.
Estudo para a decoração do
Palácio das Cortes
1945 L.E.B.P.
79 Desenhos 1945 L.E.B.P.
Retrato de Luís de Camões 1945 L.E.B.P.
A portuguesa(?) e as ninfas
na ilha dos amores
1945 L.E.B.P.
Os portugueses e as ninfas
no banquete
1945 L.E.B.P.
Escultura de Columbano
Meninas – 1945 – Legado L.E.B.P.
2º Naturalismo
Pintura
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Albino Armando Onde se encontra o
Vouga e o Ave
1950 A.E.
José Basalisa Rosas encarnadas 1947 A.E.
Carlos Bonvalot Pensamento
Melancólico
1949 A.E.
Emília Santos Braga Vaidade 1951 Legado da artista
XLV
D. Carlos de
Bragança
Campina Alentejana 1948 Legado ao Museu
por D. Júlia Seabra
de Castro
D. Carlos de
Bragança
Casario numa rua 1955 Espólio da Rainha D.
Amélia
D. Carlos de
Bragança
Um trecho de Sintra 1955 (?) Espólio da Rainha D.
Amélia
Luís Ortigão Burnay Retrato de José de
Azevedo Castelo
Branco
1957 Oferta dos filhos do
retratado
José Campas Versailles 1946 A.E.
Alves Cardoso Rapariga Bretã 1952 Academia de Belas
Artes
António Carneiro O Rio Douro em
Ancede
1954 A.E. ao Dr. Alfredo
de Magalhães
Gabriel Constante Entrada na Doca 1947 A.E.
Gabriel Constante Retrato do
Violoncelista Manuel
da Silva
1951 Oferta da família do
pintor
Adriano Costa Sintra 1947 A.E.
Júlio Costa Cabeça de velha 1955 A.E.
Cândido da Cunha Paisagem 1947 A.E.
Fernando David Natureza Morta -
Maçãs
1956 A.E.
Fernando David Rua de Aldeia 1959 A.E.
Clotilde Feio Tapada da Ajuda 1957 A.E.
Agostinho da
Fonseca
Terras do Gerês 1955 A.E. ao autor
Agostinho da
Fonseca
Igreja de St. Sauver
da Luz, França
1955 A.E.
Raquel Roque
Gameiro
Lavandeiras de S.
Tomé
1956 A.E.
Sara Gonçalves O Angueiro 1951
Albertino Guimarães Azenhas 1951 A.E. ao artista numa
exposição da SNBA
Júlio Teixeira de
Lacerda
Cabeça de Homem
(Napoleão?)
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Acácio Lino Retrato do Escritor
Justino Montalvão
1949 Oferta do retratado
Joaquim Lopes Homem de Capote
(estudo)
1949 Oferta do retratado
Joaquim Lopes Uma Menina (estudo
para retrato)
1955 Oferta do retratado
Sousa Lopes Paisagem – S.
Mamede Infesta
1953 A.E.
Armando Lucena Paisagem 1947 A.E.
Manuel Maria Lúcio Vale do Vouga A.E.
Manuel Maria Lúcio Parque 1946 A.E.
João Marques Largo dos Grilos 1947 A.E.
XLVI
Artur Vieira de Melo Retrato de Adelaide
Vieira de Melo
Vasques
1957 Oferta de Jaime Ruy
Melo Vasques
Artur Vieira de Melo Saloia num burro 1957 Oferta de Jaime
Vasques
Artur Vieira de Melo Retrato de Adelaide
Vieira de Melo
1957 Oferta de Jaime
Vasques
Artur Vieira de Melo Retrato de João
Vieira de Melo
1957 Oferta de Jaime
Vasques
Artur Vieira de Melo Retrato de Adelaide
Vieira de Melo
Vasques
1957 Oferta de Jaime
Vasques
Tomás de Moura Águas Sossegadas 1957 Oferta do pintor Abel
Moura
José Navarro Bancos num cais do
mediterrâneo
1958 A.E.
Ezequiel Pereira Arcos de Valdevez 1949 A.E.
Domingos Rebelo Pescador Micaelense 1953 A.E.
Carlos Reis No caminho da fonte 1955 Depositado pela
Fazenda Pública
(proveniente do
Conde de Paris)
Carlos Reis Retrato de Carlos
Lamarão
1955 Legado por Filomena
Lamarão Vieira da
Costa
Carlos Reis Raios de Sol Ardente 1957 Oferta do Duque de
Palmela
Jaime Batalha Reis Retrato de Senhora 1957 A.E.
João Reis Velas no Tejo 1950 A.E.
Ricardo Ruivo Retrato do Pintor
José Campas
1948 Oferta do retratado
Ricardo Ruivo Auto-retrato 1957 Oferta de Fernando
Mardel
Veloso Salgado Dr. José de Castro 1951 Oferta dos filhos do
retratado
J. Veloso Salgado Vareira 1955 Oferta dos filhos do
retratado
Luís Salvado
Marques da Silva
Na feira de S. João -
Évora
1951 A.E.
Fausto Sampaio Rua Afonso de
Albuquerque - Goa
1947 A.E.
Alda Machado dos
Santos
O Pato 1955 A.E.
Fernando Santos Domus Municipalis
de Castelo Branco
1947 A.E.
Constâncio Gabriel
da Silva
Quinta de Moura 1945 A.E.
Constâncio Gabriel
da Silva
Deslumbramento ou
areias ardentes
1946 A.E. ao artista
XLVII
Alberto de Sousa Mulher das cercanias
de Aveiro
1948 A.E.
Sofia Martins de
Sousa
O atelier da pintora 1953 A.E.
Desenho
Jaime Martins Barata Estudo do painel do
clero – monasterial
1945 Fazenda Pública
Jaime Martins Barata Alferes Mor 1945 Fazenda Pública
Jaime Martins Barata Bispo de Casula
Amara (?)
1945 Fazenda Pública
Jaime Martins Barata Imaginário 1945 Fazenda Pública
Jaime Martins Barata Cabeça de Homem ? Fazenda Pública
D. Carlos de
Bragança
Troncos de árvore 1955 Fazenda Pública
D. Carlos de
Bragança
Uma senhora 1955 Depositado pela
Fazenda Pública
D. Carlos de
Bragança
Um sobreiro ? Depositado pela
Fazenda Pública
D. Carlos de
Bragança
Uma varina ? Depositado pela
Fazenda Pública
António Carneiro Retrato de Júlio
Brandão
1947 Doado pelos filhos
do retratado
António Carneiro Retrato do violinista
René Bohet
1957 Oferta da Sra. D.
Irene Bohet, viúva
do retratado
Martinho da Fonseca Retrato do Pintor
Alfredo Miguéis
1946 A.E.
António Teixeira
Lopes
Cabeça de criança 1947 A.E.
António Teixeira
Lopes
Apontamento ? A.E.
Teixeira Lopes Apontamento
(Estudo de Crianças)
? A.E.
Teixeira Lopes Retrato do actor
Chaby Pinheiro
1947 Legado do retratado
Armando Lucena Árvores - Malveira 1956 A.E.
Armando Lucena Apontamento –
Nazaré
1956 A.E.
João Savedra
Machado
Retrato do pintor
Eduardo Romero
1950 Oferta da família do
retratado
Júlio Moisés Duas Sevilhanas 1953 A.E.
Augusto Santos (?) Estudo (Nu
Masculino)
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Francisco Valença Retrato de David
Melo
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Francisco Valença Retrato de Simões de 1948 Oferta de Diogo de
XLVIII
Almeida Macedo
Francisco Valença Retrato de D. João
da Camara
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Francisco Valença Retrato de Marcelino
Mesquita
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Francisco Valença Retrato de Alfredo
Morais
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Francisco Valença Retrato de Saavedra
Machado
1948 Oferta de Diogo de
Macedo
Nota: Para este período – 2º naturalismo – existem muitas obras sem dados
Desenhos de Sousa Lopes
Título Data de entrada no MNAC Notas
Expressão Maliciosa 1946 Fazenda Pública
Retrato de homem judeu 1946 Doação familiar
Croquis de beira mar 1946 Fazenda Pública
10 desenhos 1946 Fazenda Pública
3º Naturalismo
Pintura
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Álvaro Duarte
Almeida
Paisagem 1954 A.E.
Rogério Amaral Barcos na doca 1952 A.E.
José Maria Amaro Jr. Escolhendo Café 1952 A.E.
Fortunato Anjos Luvas 1945 A.E.
João José Sousa
Araújo
O canhoto 1959 A.E.
Alberto Nery
Capucho
Fonte da vida –
Castelo de Vide
1946 A.E.
Alberto Cardoso O Barco Azul 1951
Carlos Carneiro Arco do Triunfo 1948 A.E.
Carlos Carneiro Paris 1959 A.E.
João Alberto
Carvalho
Uma rua em
Saravejo
1952 A.E.
Martins Costa Basílica de S.
Francisco
1953 A.E.
Pinho Dinis Coimbra através das
árvores
1954 A.E.
XLIX
Silva Lino Paisagem de Outono 1951 A.E.
Silva Lino Paisagem de (?) 1953 A.E.
Silva Lino Uma rua na
Aguda/Ajuda (?)
1949 A.E.
Machado Luz Lisboa Nova 1959 A.E.
Francisco Maria Ao largo de Belém
(?)
1945 A.E.
Eduardo Malta Retrato de Afonso
Lopes Vieira (?)
1955 Legado
Eduardo Malta Retrato de Menina 1959 Oferecido pela
mulher do artista
Jaime Altieva(?) Igreja de (?) 1953 A.E.
Henrique Medina Retrato de
Mauterlinck(?)
1947 Entregue ao Museu
pelo Ministério das
Finanças
Henrique Medina Retrato de Gonçalo
Breyner
1957 Legado por Júlio de
Castro Mello
Breyner
Jaime Altieva(?) Porta da cidade de
Viseu
1953 A.E.
Abel Moura Menina 1948 A.E.
Ventura Moutinho Mondego em
Penacova
1950 A.E.
Jaime Monteiro(?) Rio Ceira (?) - Lousã 1953 A.E.
Pedro Jorge Pinto Efeito do Sado 1947 A.E.
Pedro Jorge Pinto Trecho de Óbidos 1943 A.E.
Carlos Augusto
Ramos
Paisagem – Sol de
Maio
1950 A.E.
Mário Salvador Paisagem 1948 A.E.
José Dias Sanches Neve (?) 1956 A.E.
Júlio Santos Recanto do Louvre -
Paris
1954 A.E.
Luciano Santos (?) do Trigo 1950 A.E.
Maria Luísa Tavares Primavera num
jardim
1950 A.E.
Desenho
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Infante Carmo (?) Praça dos
restauradores
1959 A.E.
Maria Ribeiro Cruz Rapariga 1948 Oferta da autora
Eduardo Malta Estudo de raparigas 1944 Oferta da Litografia
Nacional
Carlos Marques Algarvios 1946 A.E.
L
Gravura
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Renato de Sousa
Araújo
Os artífices do
século XV
1945 Oferta do Banco de
Portugal
Renato de Sousa
Araújo
Gravura de duas
cabeças
1945 Oferta do Banco de
Portugal
Renato de Sousa
Araújo
O comércio do
século XV
1946 Oferta do Banco de
Portugal
Renato de Sousa
Araújo
Cabeça de velho 1947 Oferta do Banco de
Portugal
Renato de Sousa
Araújo
Retrato da Rainha D.
Maria II
1949 Oferta do Banco de
Portugal
Renato de Sousa
Araújo
D. Luísa Francisca
de Gusmão
1949 Oferta do Banco de
Portugal
Aires de Carvalho Palácio da Pena -
Sintra
1956 A.E.
Álvaro Lucas Sé Velha de Coimbra 1949 Oferta do Banco de
Portugal
Modernismo
Pintura
Autor Título Data de entrada no
MNAC
Notas
Dominguez Alvarez Bairro de pescadores 1947 A.E.
José de Andrada Mulher de Turbante 1951 A.E.
Lino António Ceifeiras 1951(?) A.E.
Armando Basto No meu atelier de
Paris
1945 Oferecido por Diogo
de Macedo
Manuel Bentes Torre do Relógio 1957 A.E.
Manuel Bentes Natureza Morta 1946 A.E.
Carlos Botelho Lisboa 1952 A.E.
Amadeu de Souza
Cardoso
Cabeça A.E.
Amadeu de Souza
Cardoso
Cabeça de Homem 1953 Oferecido por Diogo
de Macedo
Amadeu de Souza
Cardoso
Cabeça 1953 A.E.
Amadeu de Souza
Cardoso
Cabeça 1953 A.E.
Heitor Cramez Estudo de retrato 1951 Oferecido por Diogo
de Macedo
António Cruz (?) 1952 A.E.
Maria Adelaide de Recanto de Jardim 1952 A.E.
LI
Lima Cruz
Mário Eloy Auto-retrato 1945 A.E.
Mário Eloy Retrato do pintor
Paulo Ferreira
1949 Adquirido à família
do retratado
Mário Eloy Retrato do bailarino
Francis
1952 Oferta do retratado
Mário Eloy O Poeta e o Anjo 1951 A.E.
Mário Eloy Bailarico no Bairro 1953 A.E.
Dordio Gomes Rio Douro 1945 Oferecido por Diogo
de Macedo
Dordio Gomes Cavalos 1956 A.E.
Fred Kradolfer Paisagem 1948 A.E.
Abel Manta Natureza-morta –
maçãs e uvas
1949 A.E.
Abel Manta Retrato da pintora
Maria Keil
1953 Oferta do autor
Abel Manta Retrato do pintor ou
Auto-Retrato
1955 A.E.
Almada Negreiros Acrobata 1952 A.E.
Emmerico Nunes No cais de Gremelhe 1946 A.E.
Emmerico Nunes Sines (35º à sombra) 1959 A.E.
Milly Possoz Retrato de Senhora 1948 A.E.
Mily Possoz Praia de Pescadores
(Cascais)
1946 A.E.
Mily Possoz Outono (Sintra) 1944 A.E.
Mily Possoz Paris Antigo 1957 A.E.
Santa-Rita Estudo para Sansão
e Dalila
1955 Academia Nacional
de Belas-Artes
Francisco Smith Evocação de Lisboa
(varinas)
1954 A.E.
António Soares Av. Da Liberdade 1959 Legado Valmor
Tomás de Melo Casa da Esquina 1950 A.E.
Tomás de Melo Barcas no Tejo 1953 A.E.
Eduardo Viana A Revolta 1957 Oferta de Mily
Possoz
Eduardo Viana Impressão de praia 1957 A.E.
Eduardo Viana Cais do Douro 1954 A.E.
Eduardo Viana A ponte sobre o
Douro
1952 A.E.
Eduardo Viana Retrato de Waldemar
da Costa
1957 A.E.
Desenho
António Duarte Nu Feminino 1945 A.E.
Paulo Ferreira Desenho 1945 A.E.
António Lino Escada 1957 A.E.
Bernardo Marques Feira 1955 A.E.
LII
Bernardo Marques Sintra (?) 1955
Bernardo Marques Vista de Lisboa e
Tejo
1955 A.E.
Bernardo Marques Costa do Algarve 1955 A.E.
Bernardo Marques Paisagem
Almada Negreiros Duas figuras 1946 A.E.
Almada Negreiros Rapaz apoiado numa
mesa
1948 A.E.
Almada Negreiros Varina 1952 A.E.
Mily Possoz O Gato numa
cadeira
1957 A.E.
José Tagarro Retrato de Senhora 1946 Oferecido por Diogo
de Macedo
Tomás de Melo Pescador 1945 A.E.
Tomás de Melo O circo 1950 A.E.
Arte Contemporânea
Nadir Afonso Cais do Porto 1945 A.E.
D’Assumpção Meditação A.E.
D’Assumpção Lirismo Azul 1947 Oferta do artista
Fernando Azevedo Cidade - Lisboa 1957 A.E.
Joaquim Bartholo Livros usados 1957 A.E.
Madalena Cabral Menina 1948 A.E.
Madalena Cabral Varina – estudo 1951 A.E.
Madalena Cabral Varina – estudo 1951 A.E.
Madalena Cabral Varina- estudo 1951 A.E.
Madalena Cabral Varina – estudo 1951 A.E.
Madalena Cabral Varina - estudo 1951 A.E.
Rui Filipe Casas de Fuencarral
(?)
1957 A.E.
João Hogan Paisagem 1950 A.E.
João Hogan Casario de Lisboa ou
Bairro Popular
1952 A.E.
Jaime Isidoro Sinfonia de Telhados 1948 A.E.
José Júlio Velas 1957 A.E.
José Júlio Paisagem 1957 A.E.
Querubim Lapa O espelho partido 1956 A.E.
Albertino Mântua Impressão de Lisboa 1957 A.E.
Cândido da Costa
Pinto
Cabeça de Mulher 1951 A.E.
Cândido da Costa
Pinto
Aurora (?) 1952 A.E.
Júlio Pomar O galo e a rapariga
do galo
1952 A.E.
Maria Helena Vieira
da Silva
Casas 1957 A.E.
Marcelino Vespeira Noctívolo 1954 A.E.
LIII
Desenho
Ribeiro Pavia? Cabeça de
camponesa
1958 A.E.
Júlio Pomar Rapariga 1952 A.E.
Albano Neves Sousa Feitiçaria 1949 A.E.
Albano Neves Sousa Choro 1949 A.E.
Teresa Sousa Noite - Paris 1957 A.E.
Gravura
Cipriano Dourado Plantadora de Arroz 1958 A.E.
Alice Jorge Trapeira 1957 A.E.
Alice Jorge Nu 1958 A.E
Júlio Pomar Cenas do povo ou
Família de operário
1952 A.E.
Júlio Pomar Mulheres do Povo 1952 A.E.
Júlio Pomar Peixeira e pescador 1956 A.E.
Bartholomeu Cid Vida Silenciosa 1957 A.E.
Bartholomeu Cid Dois Sinais 1957 A.E.
Bartholomeu Cid Cidade à noite 1958 A.E.
Artistas Estrangeiros
Auguste Cabanel Retrato de Emilia
Povon
1949 Cedido MEN?
De Bera Aldeia de França 1953 Oferecido pelo autor
Henri Bernardelli Madona ? A.E.
Ballayer ? Paisagem do Recife 1951 Oferecido pelo autor
Aldolfo Souza
Carneiro
Paisagem de Itália 1946 A.E.
Daubigny Paisagem de França 1950 Adquirido a Artur
Soares Pereira ??
Ruiz Fernandes Rosas valencianas 1952 Oferecido pelo autor
Gunther Reinhard Praia de S. Pedro de
Muel - Portugal
1956 A.E.
Frintze Reinhold II Vista de Sá da
Bandeira (Angola)
1951 A.E.
Paolo Michetti Perfil de pastor 1956 A.E.
Alessandro Riberi Paisagem 1950 A.E.
Pierre Pagés O Porto do Funchal A.E.
Pierre Pagés Mercado da Ribeira 1954 A.E.
José Possacas? Retrato do Marechal 1949 A.E.
A.Pratella Marina (Porto de 1948 A.E.
LIV
Mar
A.Philipperall Marinha 1945 Legado Valmor
Ignacio Zuloaga Retrato de Senhora 1959 A.E.
José de Andrada Mulher de turbante 1951 Oferta de Diogo de
Macedo
Max Braumann Cidade à noite 1957 A.E.
Max Braumann Vista de Palmela 1945 A.E.
André Bizet Uvas e maçãs 1947 A.E.
Luis Canals Nú (torso) 1951 A.E.
António Calderara Natureza morta 1950 Oferta de Diogo de
Macedo
Anna Claudi Flores e Peixes 1955 A.E.
Valadas Cariel Heracles Antes 1959 A.E.
Waldemar da Costa Flores 1956 A.E. ao artista
Waldemar da Costa Mulher na Praia 1957 Oferta do autor
Bernard Henry Daydé Vue generale
d’Avignon - França
1952 Oferta do autor
Leslie Foc? Retrato do violinista
Filipe Newman
1949 Oferta do retratado
Cândido Portinari O choro 1951 Oferta do Dr. Assis
Chateaubriand
Molenia?? Stael A Carroça 1956 A.E. ao artista
Hirosuki Watanuki Torso de mar -
Espanha
1958 A.E.
Desenhos
Ramon Casas Jovem Espanhola 1953 A.E. a Adolfo
Castanhã
Maria Droc? Hotel de Ville de
Paris
1952 A.E.
Kuntze Igreja da fortaleza
de Muxima
1952 A.E.
Kuntze Fortaleza de S.
Miguel (Luanda)
1948 A.E.
Carlos Vasquez Lagarterana 1953 A.E. a Adolfo
Castaná
Max Braumann Desenho 1945 A.E. ao artista
Max Braumann Croquis de nus 1957 A.E.
Granowsky, Sam Nu Feminino ?
Ernest Leyden Retrato da pintora
Karin
1957 A.E.
Niñez Retrato de Armando
de Basto
?
Pino della Selva Cheveaux à l’aube 1955 Oferta do autor
Hirosuke Watanuki Coimbra 1957 A.E.
Hirosuke Watanuki Trecho de Lisboa 1959 A.E.
Hirosuke Watanuki Desenho a nanquim 1958 A.E.
LV
Egon Vollert vonder
Wehl
Alvorsde
(Hamburgo)
1957 A.E
Gretchen Wohlwile Barraca de feira –
Venda do Pinheiro
1946 A.E.
Gretchen Wohlwile Sintra 1948 A.E.
Gravura
Foujita Crianças 1956 A.E.
Toulose Lautrec 11 litografias
intituladas Elles
1949 A.E.
Pino della Selva Choeur des opprimes 1955 Oferta do autor
Pino della Selva St. François d’Assis 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Carnaval 1955 Oferta do autor
Pino della Selva St. Christophe 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Printemps 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Retrato de HHector
Berlioz
1955 Oferta do autor
Pino della Selva Retrato de Vicenzo
Bellini
1955 Oferta do autor
Pino della Selva Le Roleil dans les
champs
1955 Oferta do autor
Pino della Selva La muse et son poete 1955 Oferta do autor
Pino della Selva St. Lucie 1955 Oferta do autor
Pino della Selva L’aube 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Danse au clair de la
lune
1955 Oferta do autor
Pino della Selva Reveuse 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Paysane assise 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Les trois montagens 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Auto-retrato 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Figura colorida 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Deux Filles 1955 Oferta do autor
Pino della Selva La Virge 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Le philosophe 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Petit Chérie 1955 Oferta do autor
Pino della Selva Le beau echove 1955 Oferta do autor
Pino della Selva La Naissance de
venus
1955 Oferta do autor
Pino della Selva Le château
Abandone
1955 Oferta do autor
Hansi Stael Raparigas na praia 1952 A.E.
Escultura
Joaquim Valente Judite 1944 A.E.
Barata Feyo Rapariga da Nazaré 1944 A.E.
LVI
Martins Correia Pedra … 1944 A.E.
Szooly (?) Grupo de Mulheres 1945 Doação de Amadeu
(?) Ferreira de
Almeida
Ferreira da Silva
Gouveia
Eça de Queiroz 1945 A.E.
R. Meester de
Beazenbraeck (?)
Antílope 1946 Doação do Autor a
Portugal
Columbano Meninos (alto
Relevo)
1946 L.E.B.P.
Soares dos Reis Busto da Atriz (?)
das Neves
1946 Oferta de Diogo de
Macedo
António Duarte Busto de Poeta
(António Navarro)
1946 A.E.
(?) Bessone Pastorinha 1946 A.E.
Aristides Maillol Mulher Acocorada 1947 A.E.
Sousa Caldas Busto de Rapaz 1947 A.E.
Soares dos Reis D. Afonso Henriques 1947 Doação do Diretor
(Diogo de Macedo)
José de Oliveira
Ferreira
Busto de Criança 1947 Depositado pela
Direcção Geral da
Fazenda Pública
Pinto de Castro Máscara Negra 1947 Depositado pela
Direcção Geral da
Fazenda Pública
Pinto de Castro Retrato da Filha do
Artista
1947 Depositado pela
Direcção Geral da
Fazenda Pública
Anjos Teixeira Desesperação (?) 1947 A.E.
Costa Mota Lavador 1947 A.E.
Francisco dos
Santos
Crepúsculo 1947 A.E.
Francisco Franco Adão e Eva 1947 A.E.
Euclides Vaz Máscara 1948 A.E.
Silva Pinto Busto de Homem 1949 A.E.
Soares dos Reis Leandro Braga 1949 Fundição paga pelo
Estado
Teixeira Lopes Estuda para a Viúva
(?)
1949 A.E.
João Fragoso Busto do Pintor
Vazques (?) Dias
1951 A.E.
Diogo de Macedo Busto do Pintor
Mário Eloy
1951 A.E.
Anjos Teixeira Busto do Pintor
Júlio Silva
1952 Cedência para
Fundição paga pelo
Estado
Martins Correia Mulher e Cabrito 1952 A.E.
Francisco Franco Cabeça de Rapaz 1952 Fundição paga pelo
LVII
Museu
Euclides Vaz Máscara 1952 Fundição paga pelo
Museu
Simões de Almeida
Sobrinho
Ninfas 1952 Fundição paga pelo
Museu
José Neto Cariátide 1952 Fundição paga pelo
Museu
Joaquim Correia Busto do Arquitecto
Manuel Raposo
1953 A.E.
Soares dos Reis Morte de Adónis 1953 Oferta de Diogo de
Macedo
Diogo de Macedo Rapariga do Campo 1953 A.E.
Francisco Franco Rapariga Polaca 1953 Fundição
Soares dos Reis Flora 1954 A.E.
Soares dos Reis Tanagra 1954 A.E.
Joaquim Gonçalves
da Silva
Máscaras
decorativas
1955 Oferta de Diogo de
Macedo
Barata Feyo Busto de Columbano 1955 A.E.
Francisco Franco Torso de Mulher 1955 Proveniente da
Academia Nacional
de Belas Artes,
Fundição por conta
do Museu
Numédico (?)
Bessone
Estudo para Estátua
de Ramalho Ortigão
1956 A.E.
Lagoa Henriques Busto de Rapaz 1956 A.E.
Maria Irene Vilar Retrato do Violinista
Cláudio Carneiro
1957 A.E.
Francisco Franco Busto de Rapariga 1957 Fundição por verba
especial dada pelo
Ministro
Soares dos Reis A Música 1957 Fundição por verba
especial dada pelo
Ministro
Vasco Pereira da
Conceição
Descanso 1958 A.E.
Maria Barreira Repúdio 1958 A.E.
Armando de
Mesquita
Busto de Homem 1958 Fundição
Soares dos Reis A História 1958 Fundição – verba
especial
Raul Xavier Alegoria à Batalha
de Aljubarrota
1959 Depositado pelo
Artista; A.E. em
1962
Raul Xavier Cabeça de Homem 1959 Depositado pelo
Artista
Costa Mota Filho Mário Léne 1959 A.E.
Costa Mota Filho Lourenço 1959 A.E.
LVIII
F. Tabelas de relação de dados
Tabela 1
Monografias de Arte por ano
Ano de Publicação Título da obra Nº de obras por ano
1930 - 14, Cité Falguière 1
1934 - Arte Indígena Portuguesa
- Iconografia Tumular Portuguesa
2
1935 - Rodin 1
1937 - Espanha de Ontem 1
1938 - Gaia a de nome e renome: monografia
evocativa
1
1939 - Os túmulos de Alcobaça 1
1940 - Algumas obras de arte portuguesa
- Cinco Escultores Franceses: Rodin,
Bourdelle, Bernard, Despiau, Maillol
- Em redor dos presépios portugueses
3
1943 - O desenhador Cristiano de Carvalho
- Os estudos para a estátua de D. Afonso
Henriques
- Soares dos Reis: a sua vida dolorosa
3
1944 - João José de Aguiar: a vida de um
malogrado escultor português
- Douro
- Um problema nacional na arte de Benim
3
1945 - A escultura portuguesa nos séculos XVII
e XVIII
- A Exposição de Miguel Ângelo Lupi
- Columbano: «Concerto de Amadores»
- Soares dos Reis: estudo documentado
4
1946 - A Arte em Portugal no Século XIX
- A Arte Moderna
- O Grupo do Leão: 1885-1905
- O Aleijadinho
- Sumário Histórico das Artes Plásticas em
Portugal
- Visconde de Meneses: 1820-1878
6
1947 - Carlos Reis: um paisagista
- Miguel Lupi: síntese de uma obra
- Soares dos Reis: o seu centenário
3
1948 - A Pintura e a escultura nas Obras
Públicas (In 15 Anos de Obras Públicas)
- Malhoa: o seu portuguesismo
- Por terras de Portugal: desenhos de
Thomaz de Mello
3
1949 - Meneses, Metrass, Patrício, Rodrigues:
quatro pintores românticos
2
LIX
- Quatro quadros de El-Rei D. Carlos:
dois retratos por Malhoa e Columbano
1950 - Académicos e Românticos
- Alfredo Keil: um independente
- Silva Porto: um fundador
- Sintra na pintura do século XIX
4
1951 - Marciano Henriques da Silva
- O Aleijadinho de Minas Gerais
- Os presépios portugueses
- Sousa Pinto: saber e sensibilidade
- Tomás José da Anunciação
- Visconde de Meneses
6
1952 - Augusto Santo
- Columbano
- Francisco Metrass e António José
Patrício
- João Cristino da Silva e Manuel Maria
Bordalo Pinheiro
- Miguel Lupi
5
1953 - Alcobaça
- Armando de Basto
- Marques de Oliveira, Artur Loureiro:
dois naturalistas
- Presépios Portugueses
- Sousa Lopes: luz e cor
- Subsídios para uma análise à obra de
Francisco Franco
6
1954 - António Ramalho e João Vaz
- O pintor D. Carlos de Bragança no Paço
Ducal de Vila Viçosa
- Veloso Salgado e Luciano Freire
3
1955 - A imagem de Cristo na Arte Portuguesa
(In Cristo na Arte. Algumas esculturas do
século XII ao século XIX existentes no
Porto)
- Notas biográficas de dois académicos
- Reproduções de trabalhos de Abel
Salazar com um estudo crítico de Diogo de
Macedo
- Tomás da Anunciação: chefe do
Romântismo
4
1956 - Domingos Sequeira
- Francisco Franco
- Grupo do Leão
- Notas sobre o imaginário Manuel
Pereira
- Philippe Hodart
- Uma pequena galeria de retratos
6
1957 - Columbano e o seu museu 1
1958 - Machado de Castro 2
LX
- Mário Eloy
1959 - Amadeo Modigliani e Amadeo de Souza-
Cardoso
- No centenário de Pousão
2 (+1)
1961 - Os Românticos Portugueses (escrito em
1959)
LXI
Tabela 2
Artistas - 14, Cité Falguière
Artista Especialidade /
Nacionalidade
Notas Pág. (s)
(Jules) Pascin
1885-1930
Pintor / búlgaro –
americano
(nacionalizado)
Vivia no 3 da Rua Bara, perto do
jardim Luxembourg
26
Manuel Jardim
1883-1923
Pintor / português Vivia no 3 da Rua Bara, perto do
jardim Luxembourg
Tinha passado por Paris pouco antes
da chegada de Diogo de Macedo
26; 33
(José) Wasth
Rodrigues
1891-1957
Pintor / brasileiro «Um brasileiro, o pintor Wasth
Rodrigues, que degenerou em
arquitecto, lá para S. Paulo, tipo de
índio disfarçado em tela de Velasquez
(…)»
27
Mr. Bartlett (Paul
Wayland Bartlett)
1865-1925
Escultor /
Americano
Nas Academias de Montparnasse
escutou as lições do «(…) escultor
americano, morto há pouco, Mr.
Bartlett, tipo alegre e camaradão (…)»
27
(Antoine) Bourdelle
1861-1929
Escultor /
Francês
Ouviu as suas lições nas Academias de
Montparnasse
«(…) pequenino e verboso, sábio e
poeta (…)»
27
(Bernard) Naudin
1876-1946
Gravador, pintor
/ Francês
Ouviu as suas lições nas Academias de
Montparnasse
«(…) baixinho e sabedor, de óculos à
Harold e brejeirice na ponta da língua
(…)»
27
(Jean-Antoine)
Injalbert
1845-1933
Escultor /
Francês
Escola da rua Bonaparte - «(…) onde
fui discípulo de Injalbert, mestre e
colega de ramboias em St. Cloud e
Robinson (…)»
«(…) deixei o gozo quente da cama e
das moças, para correr às prelecções
de História da arte e anatomia, feito
um negro dos maiorais, só porque uma
vez fora louvado pelo patron de
barbicha rala, faunesa, e de passarinho
bailador, que após certa corrigenda
amigável, opinou les portugais sont
toujours habiles!»
27; 28
Joseph Bernard
1866-1931
Escultor /
Francês
«Foram-me indicadas as celebridades
do bairro. De uma me quedou grande
ternura e respeito. Era o escultor
Joseph Bernard, que morava nos
29
LXII
grandes ateliês da Cité. Trabalhador
incansável, de barba espontada à
tesoura, o olhar em recta, bóina basca
na nuca, espáduas largas e curto de
pernas, a expressão bondosa quando
nos olhava. Falei-lhe um dia, e a sua
voz foi de coragem. Nunca mais o
pude topar, sem lhe tirar o chapéu.
Hoje, ainda não posso ver a sua obra
sem me descobrir. Foi meu mestre e
jamais lho disse. Da Cité é das mais
heroicas medalhas que possuo.»
(Oscar)
Miestchaninoff
(1886-1956)
Escultor / Russo «Outro tipo era o Miestchaninoff,
judeu russo, bom colecionador e
estouvado D. Juan. Um dia, foi ao
Oriente por conta da Companhia das
Índias, e por lá coscovilhou o belo,
saqueou os templos, arrebanhou nas
galerias formosas cabeças em granito,
da escultura Khmère, cambodgiana.
Maravilhosas figuras de divindades,
com as quais tentou fortuna e editou
raro albúm. Um grande escultor, um
dos melhores em Paris, esse gorducho
patorro, de talento provado e olhinho
de batráquio.»
29
(Samuel) Granowsky
1889-1942
Pintor / ucraniano «(…) e o russo Granowsky, peludo
encaracolado, a caixa das tintas a
tiracolo, as gâmbias enroladas em
grevas, sempre porco a cachimbar,
montado numa bicicleta de pedais
feitos com cabos de pincel, esse
Granowsky que todo o Paris conhece
hoje – o das esquinas de
Montparnasse, o boémio artista,
valoroso e repontão, que uns dizem
bolchevista e os outros das hostes
brancas, e que não passa de um
honesto pobre diabo que respeita os
modelos e adora a sua pintura. Amigo
do russo que se julgava feito de miolo
de sabugueiro e que passava horas
imóvel num banco do bulevar,
desgraçado no aspecto mas feliz na
consciência, esse Granowsky, que
quando não vende pintura se faz
calceteiro de estrada, modelo das
academias, figurante de cinema, cow-
boy de cavalgadas, e que durante a
guerra se escapuliu da refrega e veio
31-32
LXIII
dar com os costados em Lisboa, onde
fez mil croquis e subsidiou a sua
fantasia para contar, depois em
Montparnasse, que vira, cá no cais,
magotes de pretos nus, com tangas
multicolores, a venderem papagaios e
araras, atados a um poleiro encarnado
e gigante. Esse Granowsky que tomou
vinho de Amarante por vinho do
Porto, só porque aqui o bebera em
noites de boémia, e que, quando topa
lusíada em terras de França, o saúda
no único português que aprendeu:
«obrigado muitíssimo, amigo!» - e que
no fundo é um real artista, um
independente!»
Ramey
?
pintor «E o pintor Ramey, magro e
corcovado, inteligente e judeu, amigo
de Naudin, que dava festas com vinho
branco e danças russas, e boemizava
connosco por bailaricos e bistrots, o
cachimbo nos dentes e a ironia fácil. É
hoje quase um triunfador no meio dos
fauves, tendo passado pelo cubismo e
seguido Marcel Lenoir (…)»
32
Marcel Lenoir
1872-1931
Pintor / Francês «(…) esse genial desgraçado, peludo e
pintor místico.»
32
Thibeaut
?
Pintor / Belga ? «O belga Thibeaut, que se escapuliu
da Guerra, atado a uma velhorra
afortunada, decorador de gosto,
vitralista, mosaísta, cerâmico, pintor,
acomodado à vida e à música do
gravador Chapron, o que tocava na
viola e na sanfona canções francesas
do século dezoito, e que, em noites
calmas, nós íamos ouvir ao ateliê de
Dorignac.»
33
(Georges) Dorignac
1879-1925
?
Pintor ? Onde iam ouvir música francesa do
século XVIII interpretada pelo artista
belga Thibeaut
33
(Léonard
Tusuguharu) Foujita
1886-1968
Pintor / japonês «O Foujita – esse outro celebérrimo
cabotino de talento que o Japão criou e
a França consagrou -; o Foujita
simplório, de kimono e sandálias,
brincos nas orelhas e cabelo à romana
atado com uma fita; o Foujita da Cité
que não é o de Deauville, porque
aquele era ainda um menino por
prostituir e que a nora da concierge
sugava como a tâmara madura, e este
33; 76
LXIV
d’agora é um pantomineiro da moda,
embora um original artista, um
extraordinário desenhador e um
valoroso pintor.»
«(…) o menino bonito dos reclames às
meias e aos perfiumes, esse fransino
de tórax e de traço, de nuca ao léu e
colaborador de Van-Dongen e
Mistinguette nas festas de caridade,
ainda não teve a consagração dos
museus que seu indubitável talento
aguarda. (…)»
Kawashima,
Tokunaga,
Kuwashige
japoneses «Outros japoneses, de cabaia, uns três
ou quatro, que iam à Academia Julien
(…)»
33
Simões de Almeida
(sobrinho)
1880-1950
Escultor /
português
Tinha passado por Paris pouco antes
da chegada de Diogo de Macedo
33
Manuel Bentes
1885-1961
Pintor / português «O Manuel Bentes, o «Manuel
Maldito», vestido como pastor
protestante, a barba em bico, de
maromba e falas sérias, íntimo do
Smith (…) e do Alberto Cardoso (…)»
34
Francis (Francisco)
Smith
1881-1961
Pintor / português «(…) o saudosista dos recantos
lisboetas (…)»
34
Alberto Cardoso
1881-1942
Pintor / português «(…) que fazia caricaturas e tocava
guitarra (…)»
34
José Bragança
?
? «(…) o loiro Bragança, corredor de
mulheres e crítico de arte, amigo de
tout-Paris, topa-a-tudo de grandes
recursos de habilidade. Escritor e
tradutor, professor e autor de cartazes,
músico e discutidor, sobretudo
discutidor, sobretudo – oh isso então!
– corredor pedestre em conquista de
novas Índias … e francesas e alemãs
(…)»
34
José de Andrada Pintor / brasileiro
?
«(…) franzinho e loquaz, com seus
olhos vivos a saltarem-lhe do rosto,
surgira tal e qual, imaginativo e
elegante, como eu o encontrara
ultimamente na cidade de S. Paulo
(…)»
«(…) descendente dos Bobadelas, que
nasceu no Brasil, pintor de gosto e
hoje decorador celebrado, dos mais
fiéis que teve a minha amizade. O bom
9; 34
LXV
José de Andrada, filho do Maestro
Carlos, paulista de apelido malicioso,
que ainda hoje reside na Cité, no
mesmo ateliê de então, o mesmo
amigo de sempre, triunfador por
atacado, como foi o seu ancestro, o
heróico José Bonifácio (…)»
José Pacheco (José
Pacheko)
1885-1934
Arquiteto /
português
«José Pacheco, arquitecto pela Graça
de Deus e inventor da
«Contemporânea», essa revista única
que tivemos, graças a Deus e a ele,
morador no ateliê de Amadeu de
Sousa-Cardoso (…)»
34
Amadeu de Sousa-
Cardoso
1887-1918
Pintor / português «(…) morador no ateliê de Amadeu de
Sousa-Cardoso, quando este era
impressionista e fabricava caricaturas.
O Amadeu, que se a morte não o
vence seria hoje o maior pintor
português(…)»
«Amadeu Cardoso foi o único pintor
português que mergulhou no cubismo,
que fez rapa-pés ao marinettismo, e
deixou esperançosos ensaios de
pintura-viva. Os outros foram líricos –
ele foi construtor. Desenhou um álbum
com estilizamentos curiosos, fantasias
bizarras, mexicanas, negras e orientais.
A pintura, porém, era mais sólida. Há
mesmo abundante dose de
humanidade em certos quadros, que
lástima é não estejam arquivados num
museu contemporâneo.
Modigliani respeitou-o imenso, e nós,
os portugueses, ignoramo-lo. As suas
exposições em Lisboa e Porto foram
motivos de chalaça, de fera má-língua
e até de escarros. Em Paris, na galeria
Briant & Robert, em 1925, a Cocteau
o ouvi eu elogiar às largas, e nos
jornais li rasgados encómios a esse
desventurado português.
E cá?!... cácá…»
34-35;
44-45
António de Azevedo
1889-1968
Escultor /
português
«(…) escultor delicado e carga de
ossos em bolandas (…)»
35
Armando de Basto
1889-1923
Pintor e escultor /
português
«(…) persistente na ilusão e no
sacrifício, pálido e sequioso de
confidências, contara-me das suas
derradeiras aventuras passadas em
Lisboa, no Porto, na Granja e em
8; 35-36
LXVI
Braga (…)»
«O pobre Armando de Basto,
desventurado pintor de quem tanto
havíamos a esperar. Garoto e alegre,
com aptidões para cavalarias altas e
acanhamentos de meninas, vivendo de
béguins e de cafés com leite, sem
rodela no bolso mas opulento de
inteligência, não sabendo furar a vida
mas guardando talento de sobra para
meia dúzia. Meu colega nas bacanais
pelintras e nos sonhos ambiciosos,
brejeiro no dito, certeiro na charge e
bondoso no raciocínio. Romântico e
nervoso, a morte o arrastou, farto de
uma vida malfadada e injusta, sem
jamais haver tido ocasião de revelar
francamente os seus dotes de pintor, o
seu génio de artista, que o foi e dos
mais pessoais e incompreendidos.»
Amadeo Modigliani
1884-1920
Pintor e escultor /
italiano
«(…) «le beau Modi» - maudit ficara
na historia da pintura do nosso tempo
em Paris, embora em sítio de honra
nos museus de todo o Mundo –
aparecera-me emagrecido, de sorriso
mais triste, com profundas olheiras de
desgraça e vigílias de génio (…)»
«Por último, o extraordinário
Modigliani, que revolucionou e
celebrizou a aldeola do 14, esse
serralho de xerife, de pouca-vergonha
e de boémia, onde tudo amou e filhou,
cantando e vencendo, e apenas o
proprietário da Villa foi tristonho e
enganado, rameloso de feitio e eunuco
de nascença…
O grande e heróico boémio, o grande
pintor Amadeo Modigliani!
O malogrado Modigliani que rebenta
aos 35 anos, glorioso e pobre, havendo
com sacrifício da própria vida
enriquecido alguns tratantes, que com
ele traficaram obras-primas em troca
de álcool e de um vago bem-estar,
como se ele fosse um simples zulu!
Nascido em Livorno, de família
israelita, burguesa e bem cotada, sendo
sua mãe professora doutorada em
8; 36-
44; 45;
49; 50
LXVII
línguas e seu irmão Emmanuel um
deputado e orador audaz do partido
socialista, lançou-se um dia ao
vagamundear de artista, para em Paris
vir tombar olimpicamente, como o
mais pessoal pintor da moderna
falange de revoltados, isto é, do
mundo inteiro.
Formoso e altivo, desgraçado e forte,
trazia no peito a crença da vitória e no
sangue o génio das epopeias. Tinha
fúrias de dominador e meiguices de
profeta. Foi as duas coisas sem ser
piegas nem egoísta. Traduzia-as
agindo por ímpetos e apuros, na sua
obra original e nova, dando certo ar de
desalentada amargura aos retratados e
certas fidalguias virgens aos corpos
nus de mulher que pintou. (…)
arrastou com a sua morte a vida da
mulher que o adorava. Jeanne
Hebuterne, ao vê-lo inerte, suicida-se
no mesmo dia, prenhe de um novo
filho de Modigliani (…)
Conheci-o no dia imediato ao da
minha entrada na caserna, nesse 14
soalheiro e serralhento. Porque o meu
francês era falhado na composição,
falou-me em espanhol (…)
Bonito de máscara e desempenado de
busto; risonho naturalmente, com um
vago torcer de boca que se arqueava
de forma a sorrir mesmo quando não
sorria; olhos vivos e leais a fitarem
sempre os nossos; loquaz na franqueza
e honesto no desregramento das suas
acções… Acastanhado de pelo, a
barba e o cabelo cortados da mesma
forma, talhados como na estátua de
Mausolo; tipo de perfeito patrício
romano, firme de pernas, os ombros
largos, os peitorais erguidos, o
pescoço forte e sempre ao léu, um
certo ar atlético na marcha, tinha o
aspecto encantador do animal feliz,
que sorri a tudo e ergue a grela à luz –
herói de raça e herói de martírio. (…)
Mais tarde – o álcool e a boémia! –
esfrangalhou-se-lhe esta prestança
física, e já sem barbicha nem
LXVIII
arcaboiço petulante, guardava ainda a
estampa de alferes garboso(…)
Vestido de bombazina cor de rato ou
negra, a calça larga à hussardo, o
jaquetão amplo, sem colete nem
atavios pinocas, uma facha singela a
atar-lhe as pantalonas na cinta, a
camisa quase sempre de riscado –
branca e azul, branca e rosa – no geral
sem botões na gorja, com uma
rudimentar gravata, o nó mal dado,
esgarçado, à gandaia. Muito lavado
sempre, por vezes roto, esfiapado ou
com redes de costureira manhosa, era
um simpático tipo boémio, mas sem
murgesismos românticos nem
artificialismos para dar nas vistas.
Modigliani era pintor. Morava no
pátio, a princípio num quartinho
escuro (…), depois no ângulo oposto,
em ateliê mais espaçoso e claro, que
tinha por mobília uma mesa e um
cavalete, uma cadeira e um divã.
Quando o conheci, andava ele numa
fase de dúvida – qual o caminho a
tomar com mais segura verdade? (…)
A sua pintura tinha atingido enorme
êxito no derradeiro Salon, com o
Violoncelista, que era o retrato de um
camarada. Lautrec e Picasso, que o
haviam impressionado, eram agora
postos de parte, renegados com
independência. Já os impressionistas o
haviam chocado, mas sem paixão.
Impressões de recém-chegado, a todos
ferem e sugestionam. Modigliani,
porém, não suportava tutelas. Seu
menear de ombros e de garganta, era
próprio de alguém que quer respirar
largo, sem submissões nem fianças
escolares. Italiano de gema, sonhava
com impérios que fossem só seus. (…)
Havia, pois, parado com o pincel, seu
melhor verbo de traduzir a harmonia
da vida com amor, para respirar fundo,
sentir melhor ânsia, calcular melhor o
voo. (…) O retumbante triunfo do
Salon não o envaidecera. Deixara-o
duvidoso. (…)
Figuras esguias, magras e doentes de
LXIX
cor, abstractas de imagem, românticas
um tanto: altos pescoços que
tombavam em movimentos de
compaixão ou desânimo, os olhos
rasgados de miséria interior, as bocas
franzidas de resignação. Nenhum
sorriso, nenhuma nesga de sol… Só
dor e harmonia. (...) Tudo muito longe
daquele belo colorido de alperche
doirado, com que depois se
notabilizou. Planos largos e linhas sem
sinuosidades. Pintura sumária, emotiva
e comovida, cheia de expressividade
mas pouco bondosa. Obra sintética,
resumida e sem alegria. (…)
Acamaradámos algum tempo. Ria
expansivamente e revelava-me artistas
novos, para mim inéditos: Brancusi,
Utrillo, Naldeman, Rousseau, o
douanier…
Fomos ao Salon des Indépendents,
então à beira-Sena, num abarcamento
apropriado. Sorriu, blagueou, falou a
toda a gente, troçou daquela pintura
domingueira, espalha-brasas. Teve
uma fúria ao ver um desacato num
mármore de Brancusi, representando a
cabeça de Baptista – um ovo polido
sobre um prato circular. Quando
saímos, quase à porta, junto de um
quadro religioso, o Calvário, de
Marcel Lenoir, fez-me pasmar diante
de uma tela grande, uma caçada com
amazonas e lebréus em salto de arco-
íris, obra de Amadeu Cardoso, seu
amigo e meu compatriota.
- «Voilà, voilà… C’est preque bien…
Il ne lui manque qu’un peu de
courage, pour emmerder tous ces
barbouilleurs!...» E graças a
Modigliani deparei com um dos
nossos maiores pintores.»
p. 45 – fases que se seguiram na
pintura de Modigliani
«Modigliani raro se deu a uma
amizade, como se deu continuamente
ao álcool, ao sonho e ao trabalho. Foi
a arte que o glorificou, mas também
LXX
quem o matou. (…)»
«(…) passava desde manhãzinha até
ao meio-dia, sentado no chão, uma
pedra esguia entre os joelhos, malha
que malha, pica que pica, desbastando,
cinzelando esguias máscaras de
esgalgado pescoço, o talhe lembrando
o bárbaro dos manipansos, o gosto
influenciado pelo oriente – olhos
pequeninos, oblíquos e desenhados em
amêndoa, nariz afilado, desmedido e
fino, gravado em três rectas paralelas,
uma boca em beijo, redonda como
cereja bical, o mento boleado e
romano, a testa engrinaldada, ora de
cabelos ondeados, ora de berloques de
joia, conforme a pedra dava ou
aconselhava, umas vezes dura e outras
mole, de construção. Modigliani
servia-se de blocos vulgares de
maçanaria, paralelepípedos de faces
polidas, que jamais eu soube onde os
apanhava.»
Max Jacob
1876-1944
Pintor / Francês «(…) destrambelhado e místico, poeta
e pintor com café-creme, um grande
de França, um cristão-novo em plena
fogueira (…)»
46
Diego Rivera
1886-1957
Pintor / mexicano «(…) o mexicano anarquista, comilão
e conquistador, a quem pintou
[Modigliani] um retrato extraordinário
e de quem possuo um desenho (…)»
46
(Robert) Delaunay
1885-1941
Pintor / Francês «(…) revolucionário teórico, judeu
furta-cortes, interseccionista hoje,
simultaneísta amanhã, sempre detentor
de sensações de contraste, que veio a
Portugal agitar a bandeira das
vibrações, para não ouvir o estampido
da grosse Bertha (…)»
47
(Léopold Zborowski)
Zborowsky
1889-1932
Marchand /
polaco
Vivia no 3 da Rua Bara, perto do
jardim Luxembourg
«(…)seu amigo [de Modigliani] de
horas amargas e protector das suas
telas (…)»
26; 47
(Moïse) Kisling
1891-1953
Pintor / Francês
(de origem
polaca)
Vivia no 3 da Rua Bara, perto do
jardim Luxembourg
«(…) seu inteligente continuador [de
Modigliani] (…)»
26; 47
LXXI
(Gabriele)
d’Annunzio
1863-1938
Poeta,
dramaturgo /
Italiano
«(…) amigo que[Modigliani]
admirava e de quem nos recitava
poesias (…)»
47
(Umberto) Boccioni
1882-1916
Pintor, escultor /
Italiano
Boccioni e Archipenko - «(…)
revolucionários da forma, cultores de
inéditos volumes (…)»
«(…) essoutro arrojado italiano, chefe
do futurismo plástico, defensor dos
ritmos puros, harmonista dos contra-
volumes e criador dos movimentos da
forma em correcto jogo de
interseccionismos audazes, coerente
teórico que pregou a guerra e nela
morreu, e que expunha uma escultura
valorosa – Síntese do dinamismo
humano (…)»
47; 66
(Alexander)
Archipenko
1887-1964
Escultor /
Ucraniano
Boccioni e Archipenko -«(…)
revolucionários da forma, cultores de
inéditos volumes (…)»
«(…) Archipenko, o das figuras
estardalhaçantes fabricadas em folha
de Flandres, ripolinadas em todos os
tons e baptizadas de sincronismo
escultórico(…)»
47; 66-
67
(Ossip) Zadkine
1890-1967
Escultor /
bielorusso
«(…) o escultor Zadkine, que também
era rato da Cité (…)»
«Zadkine era ainda um judeu pobre,
sem clientela na América nem artigos
no Raynal. A sua escultura desbastada
em troncos duros de carvalho, como
padrões totémicos, ou em pedregulhos
toscos de basalto, jazia-lhe no ateliê
sem esperanças de comprador nem
páginas de revista catita para as
reclamarem.»
78; 78-
79
LXXII
Tabela 3
Locais – 14, Cité Falguière
Local Notas Pág. (s)
Quartier Latin «Preciso era vir o profeta [Marinetti] antes,
anunciar a nova verdade, o presente futurismo. Foi
escolhida a sala dos estudantes de Paris, no
Quartier Latin, (…)»
«Sala espaçosa, nem lugar para uma pulga pinchar
havia lá dentro.»
80
Villa Falguière «14, Cité Falguière: Um beco-sem-saída. Meia
dúzia de casas sujas de cada banda, e, ao fundo,
entrando-se por uma ponteca com caramanchão
enroscado de trepadeiras e uma escada de dois
lances. Logo estampado a negro, o letreiro
flamante: VILLA FALGUIÈRE que era o 14.»
«(…) composta por um casarão barato, caserna de
estudantes e de modelos, quartos para um lado e
para o outro, todos a 30 francos ao mês(…)»
«Por umas escadas de pedra descia-se a um pátio
longo, cercado de ateliês, vinte ou trinta, todos
iguais. Mil trepadeiras, blocos de granito pelos
cantos, montões de barro, de telas velhas, de chassis
quebrados, fogões e cadeiras sem uso, fragmentos
de arte abandonada – cemitério de luxos e de
sonho.»
«(…) que davam o aspecto, à Cité, de um grande
navio cheio de maluquinhos.»
20; 25;
26
Academias de
Montparnasse
Escutou as lições do escultor americano Mr.
Bartlett, de Bourdelle e de Naudin
E «(…) as canções napolitanas ou socialista-
amorosas dos músicos boémios que lá vinham
cantar ao pátio.»
27
Escola da rua Bonaparte «Não contente com tais trabalhos» - os das
Academias de Montparnasse
Discípulo de Injalbert
27
St. Cloud e Robinson Rambóias com Injalbert 27
Mazet «O Mazet era o dono de um restaurante de
operários e artistas, situado na rua Falguière.
Suecos, italianos, brasileiros e portugueses, ali se
davam rendez-vous em repastos barulhentos e não
mais caros que um franco por cabeça. (…) O
recanto do fundo era o nosso, o dos artistas, le coin
des canards, porque só bebíamos água e porque
grasnávamos sem detença. Também apareciam, por
51-52-
53
LXXIII
vezes, alguns espanhóis e até suíços. Pequenina
torre de Babel, raro era o freguês que não trouxesse
fêmea, e raro era o que não comesse a crédito. (…)
Nessa baiúca saudosa dos meus tempos de
pagodeiro, iniciámos todos nós as galerias de arte,
hoje tanto em voga pelo Paris fora. Colocámos
pinturas por toda a parede, desenhos e guaches
pelos lambris, bustos e estatuetas sobre cachorros e
cavaletes, numa sem-cerimoniosa exposição, só
para regalo dos nossos olhos e por preito agradecido
ao amigo Mazet (…). Quadros dos suecos, dos
espanhóis, dos brasileiros, de todos até de franceses,
ali comensais. Lá deixei uma reprodução em gesso
da minha Niña de Velasquez, que outra não era
senão a Marcelle, a galante filha desse restaurador
amigo…»
Ateliê de Dorignac Onde iam ouvir música francesa do século XVIII
interpretada pelo artista belga Thibeaut
33
Academia Julien Refere quando indica os artistas japoneses que a
frequentavam – Kawashima, Tokunaga, Kuwashige
33
Salon des Indépendents «Fomos ao Salon des Indépendents, então à beira-
Sena, num abarcamento apropriado. Sorriu,
blagueou, falou a toda a gente, troçou daquela
pintura domingueira, espalha-brasas. Teve uma
fúria ao ver um desacato num mármore de
Brancusi, representando a cabeça de Baptista – um
ovo polido sobre um prato circular. Quando saímos,
quase à porta, junto de um quadro religioso, o
Calvário, de marcel Lenoir, fez-me pasmar diante
de uma tela grande, uma caçada com amazonas e
lebréus em salto de arco-íris, obra de Amadeu
Cardoso, seu amigo e meu compatriota.»
44
Rotonde «(…) que ainda era singelo café de meia dúzia de
artistas pobretanas (…)»
65
Salon d’Automne «Num Salon d’Automne, ao lado de Boccioni, -
essoutro arrojado italiano, chefe do futurismo
plástico, defensor dos ritmos puros, harmonista dos
contra-volumes e criador dos movimentos da forma
em correcto jogo de interseccionismos audazes,
coerente teórico que pregou a guerra e nela morreu,
e que expunha uma escultura valorosa – Síntese do
dinamismo humano -, e ao lado de Archipenko, o
das figuras estardalhaçantes fabricadas em folha de
Flandres, ripolinadas em todos os tons e baptizadas
de sincronismo escultórico, viam-se umas seis ou
oito cabeças de granito que ao seu autor –
Modigliani – trouxeram glória e alguns proventos.
(…) Todo o sensualismo da raça errante se
concentrou naquela sala, e todo o escarcéu do
povinho basbaque ali se manifestava em alarido de
66-67
LXXIV
troça e interjeições.»
LXXV
G. Outros documentos
Documento G 1
Exposições em que Diogo de Macedo participou
Individuais
I Exposição Individual – Galeria Misericórdia (com Joaquim Lopes) – Porto. 20
Dezembro de 1913
II Exposição Individual – Sociedade de Belas Artes do Porto – Átrio da Santa Casa da
Misericórdia – Porto. 28 Outubro 1916
III Exposição Individual – Liga Naval. Lisboa. Dezembro 1916
IV Exposição Individual – Galeria Misericórdia – Porto. Março 1918
V Exposição Individual – Átrio da Misericórdia – Porto. Outubro 1924 (convida
Dordio Gomes e Francisco Franco) – 5 bronzes e 93 desenhos
VI Exposição Individual – Galeria Bobone – Lisboa. 22 Março a 2 Abril 1928 (25
esculturas, 25 desenhos)
Coletivas
- No estrangeiro
Salon des Artistes Français – Paris 1913
Societe Nationale des Beaux-Arts – Paris 1922
La boite à couleurs: Exposition permanente de pinture. Soirées litéraires – Paris 1922
Societe Nationale des Beaux-Arts – Paris 1923
Exposição Bienal Internacional de Veneza – Itália 28 de Agosto de 1950
Exposição Universal Internacional de Bruxelas – Pavilhão Português – 1958
- Nacionais
Academia de Belas-Artes – Porto 1911
Humoristas e Modernistas – Lisboa 1912
Exposição de Academias e Maquetas – Academia de Belas-Artes Porto 1912
Artistas residentes em Paris – Salão Bobone Lisboa 1912
Exposição Anual da Sociedade de Belas Artes do Porto – Ateneu Comercial – Porto
1913
LXXVI
VII Exposição Anual da S.B.A. do Porto – Ateneu Comercial – Porto 1914
Exposição de Artistas do Norte – Átrio do Palácio da Bolsa – Porto 1914
I exposição de Modernistas e Humoristas – Salão Passos Manuel – Porto 1915
Exposição Anual da SNBA – Lisboa 1915
Exposição dos Fantasistas – Palácio da Bolsa. Porto 1916
II Exposição dos Modernistas – Porto 1916
Exposição Anual da SNBA – Lisboa 1916
Exposição «Arte e Guerra» - Porto 1917
Grande Certame de Arte Nacional – Galeria Nacional de Belas Artes – Palácio de
Cristal – Porto 1917
Exposição Alma Nova – teatro S. Carlos – Lisboa 1917
Exp. Anual SNBA – Lisboa 1917
Exposição permanente da «Renascença Portuguesa» – Lisboa 1918
Exp. Anual SNBA – Lisboa 1918
III Salão dos Modernistas – SBA do Porto 1919
«Os 5 Independentes» - SNBA – Lisboa 1923
Exp. Anual SBA Porto – Porto 1923
Salão de Outono – SNBA – Lisboa 1925
Salão de Outono – SNBA – Lisboa 1926
Exp. Anual da SNBA – Lisboa 1929
I Salão dos Independentes – SNBA – Lisboa 1930
II Salão de Arte promovida pelos profissionais da Imprensa de Lisboa – Lisboa 1930
II Salão dos Independentes – SNBA Lisboa 1931
Salão de Inverno – SNBA – Lisboa 1931
Salão de Inverno – SNBA – Lisboa 1932
Salão de Inverno – SNBA – Lisboa – 1933
Salão de Neve – Exposição de conjunto na UP (Galerias de Arte) – Lisboa 1933
Exp. SNBA – Lisboa 1934
Exp. dos Artistas Portugueses nas salas d’ «O Primeiro de Janeiro» - Porto 1934
Exp. da Imprensa de Lisboa – Lisboa 1935
Grande Exposição dos Artistas Portugueses: Homenagem a Silva Porto, Artur
Loureiro, Henrique Pousão – Salão Silva Porto – Porto 1935
LXXVII
I Exp. de Arte Retrospetiva – SNBA Lisboa 1937
Exp. Marques de Oliveira – Homenagem a discípulos e amigos – Salão Silva Porto –
Porto 1947
Exposição de Arte Portuguesa (Metropolitana) em Luanda e Lourenço Marques –
1948
Exp. «Lisboa e os seus poetas» - Palácio Galveias – Lisboa 1957
Exp. «Escultores de Gaia» - Casa Museu Teixeira Lopes – Vila Nova de Gaia, 1958
Exp. Retrospectiva de Mário Eloy – Lisboa 1958
Exp. Retrospectiva de Mário Eloy – Escola de Belas-Artes – Porto 1958
LXXVIII
Parte II – Apêndice Iconográfico
Fig. 1. Diogo de Macedo Fonte da imagem: http://3.bp.blogspot.com/___3wWFyFxZI/S3120SQsfFI/AAAAAAAACyI/HATvfC5MyeI/s1600/dmacedo1.jpg
LXXIX
Fig. 2 . Joaquim Lopes – Retrato de Diogo de Macedo, s.d. Fonte da Imagem: CMTL
Fig. 3. Drimiti Ismailovich – Retrato de Diogo de Macedo, c. 1950. Fonte da Imagem: CMTL
LXXX
Fig. 4. Abel Manta – Uma tentativa de Retrato, 1935. Fonte da Imagem: CMTL
Fig. 5. Carlos Botelho – Retrato de Diogo de Macedo, 1934. Fonte da Imagem: CMTL
LXXXI
Fig. 6. Francisco Franco – O grupo dos quatro, 1924. Fonte da Imagem: CMTL
Fig. 7. Armando de Basto – Diogo de Macedo lendo Marinetti, c. 1917. Fonte da Imagem: CMTL
LXXXII
Fig. 8. Diogo de Macedo – Eva / Baigneuse, 1923. Fonte da Imagem: http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=203898
LXXXIII
Fig. 9. Diogo de Macedo – Busto de Camilo Castelo-Branco, 1913. Fonte da Imagem: CMTL
LXXXIV
Fig. 10. Diogo de Macedo – L’Adieu / Le Pardon, 1921. Fonte da Imagem: CMTL
LXXXV
Fig. 11. Capa do folheto da exposição Cinco Independentes
Fig. 12. A Exposição dos “Cinco Independentes”. Ilustração Portugueza. Lisboa. Série 2,
Nº 925 (10 Nov. 1923), p. 601.
LXXXVI
Fig. 13. Diogo de Macedo – Busto de Antero de Quental, 1929. Fonte da Imagem: CMTL
LXXXVII
Fig. 14. Diogo de Macedo – Afonso de Albuquerque, 1930. Fonte da Imagem: http://2.bp.blogspot.com/-
Lq_5WGno1eo/UQwURAFOouI/AAAAAAAAGqk/BsVVjQDXI8k/s1600/AFONSO+DE+ALBUQUERQUE+-+EST%C3%81TUA+DE+DIOGO+DE+MACEDO.jpg
LXXXVIII
Fig. 15. Diogo de Macedo – Pintura e Escultura, 1939. Fonte da Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bb/Museu_Nacional_de_Arte_Antiga_001.jpg
Fig. 16. Diogo de Macedo – Fonte Monumental da Alameda D. Afonso Henriques, 1940. Fonte da Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/84/FonteLuminosa.JPG
LXXXIX
Fig. 17 – José Malhoa – Outono, 1917. Fonte da Imagem: http://3.bp.blogspot.com/_KuF1MA6E_18/SfY9Sw4nS9I/AAAAAAAACUE/qz3Q_eQcesI/s400/malhoa_outono-1.jpg
XC
Fig. 18. Jardim das esculturas MNAC Fonte da Imagem: R. M. – Museu Nacional de Arte Contemporânea. Antes e após a sua recente remodelação integral. Panorama. Revista
Portuguesa de Arte e Turismo. Lisboa. Ano 4, nº 24 (1945).
XCI
Fig. 19. O MNAC depois das remodelações Fonte da Imagem: R. M. – Museu Nacional de Arte Contemporânea. Antes e após a sua recente remodelação integral. Panorama. Revista
Portuguesa de Arte e Turismo. Lisboa. Ano 4, nº 24 (1945).
Fig. 20. O MNAC antes das remodelações Fonte da Imagem: R. M. – Museu Nacional de Arte Contemporânea. Antes e após a sua recente remodelação integral. Panorama. Revista
Portuguesa de Arte e Turismo. Lisboa. Ano 4, nº 24 (1945).
Fig. 21. O MNAC depois das remodelações Fonte da Imagem: R. M. – Museu Nacional de Arte Contemporânea. Antes e após a sua recente remodelação integral. Panorama. Revista
Portuguesa de Arte e Turismo. Lisboa. Ano 4, nº 24 (1945).
XCII
Fig. 22. O MNAC antes da remodelação Fonte da Imagem: R. M. – Museu Nacional de Arte Contemporânea. Antes e após a sua recente remodelação integral. Panorama. Revista
Portuguesa de Arte e Turismo. Lisboa. Ano 4, nº 24 (1945).
Fig. 23. O MNAC depois da remodelação Fonte da Imagem: R. M. – Museu Nacional de Arte Contemporânea. Antes e após a sua recente remodelação integral. Panorama. Revista
Portuguesa de Arte e Turismo. Lisboa. Ano 4, nº 24 (1945).
XCIII
Fig. 24. O escultor Paul Wayland Bartlett Fonte da imagem: http://www.old-picture.com/american-legacy/008/Bartlett-Wayland-Sculptor-Paul-003.htm
XCIV
Fig. 25. Antoine Bourdelle na Académie de la Grand Chaumière Fonte da imagem:
http://www.bourdelle.paris.fr/sites/bourdelle/files/styles/diapo_800x800/public/page_ancres/diapo_paragraphes/bourdelle_et_ses_eleves_0.jpg
Fig. 26 - Jean-Antoine Injalbert Fonte da Imagem: http://www.artvalue.com/photos/auction/0/43/43936/dornac-paul-dornac-1858-1941-jean-antoine-injalbert-sculpte-1996617.jpg
XCV
Fig. 27 - Amadeo Modigliani Fonte da imagem: http://www.arttravellers2014.org/siteimages/amedeo_modigliani.jpg
Fig. 28. Diogo de Macedo – 14, Cité Falguière. Traseiras de uns ateliers, 1911. Fonte da Imagem: CMTL
XCVI
Fig. 29. Francis (Francisco) Smith – Recanto de Paris, c. 1925. Fonte da Imagem: CMTL
Fig. 30. Diogo de Macedo – Canto de um café, 1924. Fonte da Imagem: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1&q=M
XCVII
Fig. 31. Diogo de Macedo – S/ Título, 1923. Fonte da Imagem: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1&q=M
Fig. 32 – Samuel Granowsky – Auto-retrato, s.d. Fonte da Imagem: http://www.ecoledeparis.org/files/samuel-granowsky/samuel-granowsky_web.jpg
XCVIII
Fig. 33. Foujita em 1927. Fonte da Imagem: http://3.bp.blogspot.com/-TpfunPUTzvc/Th2Iile5y4I/AAAAAAAAEWc/prnPf3EgnBs/s400/Foujita%2B2.jpg
Fig. 34. Amadeo Modigliani – Retrato de Diego Rivera, 1914. Fonte da Imagem: http://www.mystudios.com/art/modern/modigliani/modigliani-portrait-diego-rivera.html
XCIX
Fig. 35. Robert Delaunay – Torre Eiffel, 1909-1914. Fonte da Imagem: http://misiglo.files.wordpress.com/2010/05/paris-26-robert-delaunay.jpg
Fig. 36. Umberto Boccioni – Formas Únicas de Continuidade no Espaço, 1913. Fonte da Imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:%27Unique_Forms_of_Continuity_in_Space%27,_1913_bronze_by_Umberto_Boccioni.jpg
C
Fig. 37. Alexander Archipenlko – Estatueta, 1914. Fonte da Imagem:
http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A209&page_number=3&template_id=1&sort_order=1
Fig. 38. Zadkine em 1930. Fonte da Imagem: http://www.millerwalks.com/wp-content/uploads/zadkine_1930.jpg
CI
Fig. 39. Oscar Miestchaninoff – Busto de Jovem, 1914. Fonte da Imagem: http://www.1stdibs.com/furniture/more-furniture-collectibles/busts/oscar-miestchaninoff-bust-young-girl-1914/id-
f_771689/
Fig. 40. Amadeo Modigliani – Cariátide, 1912-13. Fonte da Imagem: http://www.modigliani-drawings.com/caryatid%20-%20recto.htm
CII
Fig. 41. Diogo de Macedo – S/ título, 1925. Fonte da Imagem: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1&q=M
Fig. 42. Amadeo de Souza-Cardoso – Cafés de Paris, 1908. Fonte da Imagem: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1&q=E
CIII
Fig. 43. Manuel Bentes - Paisagem - Casas, s.d. Fonte da Imagem: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1
Fig. 44. Francis Smith - Lisboa - Alfama, 1920. Fonte da Imagem:http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1
CIV
Fig. 45. Mário Eloy - O Arquiteto José Pacheco, 1925. Fonte da Imagem: http://www.cam.gulbenkian.pt/index.php?headline=98&visual=2&langId=1