Patrimônio Cultural Militar da Cidade de Ponta Grossa - PR
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSASETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
BIANCA DE ANDRADETHIAGO ALBERTO COLODA
PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR
PONTA GROSSA2012
BIANCA DE ANDRADETHIAGO ALBERTO COLODA
PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina de OTCC da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Orientador: Prof. Dr. Leonel Brizolla Monastirsky.
PONTA GROSSA2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSASETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIASCURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO ÉTICO
Eu, Bianca de Andrade, RA: 091030302, RG: 11.073.679-7, asseguro que o Trabalho
de Conclusão de Curso foi por mim elaborado e portanto, responsabilizo-me pelo
texto escrito que apresenta os resultados de minha pesquisa cientifica.
Atesto que todo e qualquer texto, que não seja de minha autoria, transcrito em sua
integra ou parafraseado de outros documentos estejam eles publicados ou não,
estão devidamente referenciados conforme reza a boa conduta ética, o respeito aos
direitos autorais e a propriedade intelectual.
Tenho conhecimento de que os textos transcritos na integra de outras fontes, devem
apontar a autoria, o ano da obra, a pagina de onde foi extraído e ainda apresentar a
marcação de tal transcrição, conforme as regras da ABNT. No caso de paráfrase, o
trecho deve vir com a referência de autoria e ano da obra utilizada.
Além disso, declaro ter sido informado pelos responsáveis do Curso de Licenciatura
em Geografia das leis que regulam os direitos autorais e das penalidades a serem
aplicadas em caso de infração, conforme constam na LEI 10.695 de julho de 2003.
Sendo assim, declaro que estou ciente de que, caso infrinja as disposições que
constam na Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, serei responsabilizado
juridicamente pelos meus atos e terei que arcar com qualquer prejuízo moral e
financeiro deles decorrentes.
Ponta Grossa, _____ de ___________________ de 20____.
______________________________________
Assinatura do Acadêmico
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSASETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIASCURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO ÉTICO
Eu, Thiago Alberto Coloda, RA: 091032602, RG: 9.538.598-2, asseguro que o
Trabalho de Conclusão de Curso foi por mim elaborado e portanto, responsabilizo-
me pelo texto escrito que apresenta os resultados de minha pesquisa cientifica.
Atesto que todo e qualquer texto, que não seja de minha autoria, transcrito em sua
integra ou parafraseado de outros documentos estejam eles publicados ou não,
estão devidamente referenciados conforme reza a boa conduta ética, o respeito aos
direitos autorais e a propriedade intelectual.
Tenho conhecimento de que os textos transcritos na integra de outras fontes, devem
apontar a autoria, o ano da obra, a pagina de onde foi extraído e ainda apresentar a
marcação de tal transcrição, conforme as regras da ABNT. No caso de paráfrase, o
trecho deve vir com a referência de autoria e ano da obra utilizada.
Além disso, declaro ter sido informado pelos responsáveis do Curso de Licenciatura
em Geografia das leis que regulam os direitos autorais e das penalidades a serem
aplicadas em caso de infração, conforme constam na LEI 10.695 de julho de 2003.
Sendo assim, declaro que estou ciente de que, caso infrinja as disposições que
constam na Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, serei responsabilizado
juridicamente pelos meus atos e terei que arcar com qualquer prejuízo moral e
financeiro deles decorrentes.
Ponta Grossa, _____ de ___________________ de 20____.
______________________________________
Assinatura do Acadêmico
Dedicamos esse trabalho aos nossos familiares:
Familiares do Thiago:
Carlos Alberto Coloda (pai), Clair da Aparecida Ferreira Coloda (Mãe) e Eduarda
Aparecida Coloda (irmã);
Familiares da Bianca:
Albini Marques Sebastião de Andrade (pai), Cirlene Menon de Andrade (mãe) e
Cíntia Menon de Andrade (irmã).
AGRADECIMENTOS
Eu Bianca agradeço:
Ao Prof. Dr. Leonel Brizolla Monastirsky por ter aceitado nos orientar nesse projeto e
pelos ensinamentos repassados durante essa caminhada.
Ao Prof. Dr. Luis Alexandre Cunha por nos ter iniciado nessa carreira científica.
A Prof.ª Drª. Carla Silvia Pimentel.
A Profª. Drª. Ione da Silva Jovino
Ao Prof. Esp. Luiz André Sartori
A Profª Drª. Ligia Cassol Pinto
Ao Prof. Dr. Marcio José Ornat.
AGRADECIMENTOS
Eu Thiago:
Primeiramente um agradecimento especial ao Prof. Dr. Luiz A. G. Cunha por ter-me
concedido a oportunidade de adentrar às pesquisas oferecendo uma primeira
oportunidade ainda em meu primeiro ano de graduação, o que permitiu conhecer
melhor os saberes da geografia econômica;
Gostaria de agradecer ao Prof. Dr. Edu Silvestre de Albuquerque pela grande
contribuição em minha formação profissional, oportunizando-me de conhecer um
pouco mais a fundo a geopolítica, ramo que tenho imenso apreço e que expandiu
meus horizontes científicos;
Imensamente grato também ao Prof. Dr. Leonel Brizolla Monastirsky que aceitou a
proposta da orientação do trabalho final de minha formação profissional e,
possibilitou conhecer com mais detalhes a geografia cultural, ramo que hoje venero
nesta ciência chamada Geografia;
Aos demais professores: Profª. Drª. Carla Silvia Pimentel (PIBID), Profª. Drª. Ione da
Silva Jovino (EXTENSÃO), Prof. Dr. Márcio José Ornat (GRADUAÇÃO), Profª. Drª.
Maria Lígia Cassol Pinto (GRADUAÇÃO), Profª. Drª. Lígia Couto (EXTENSÃO) e
Prof. Esp. Luiz André Sartori (GRADUAÇÃO), que de um modo bastante especial
tornaram esses quatro anos de graduação muito especiais e, enriqueceram minha
formação de maneira muito efetiva, meu sincero obrigado a todos!
RESUMO
A presente pesquisa possui como principal objetivo verificar se o exército de Ponta Grossa pode ser caracterizado como um patrimônio cultural, tendo como base as instalações militares da cidade de Ponta Grossa (PR), que compõe a estrutura militar nacional desde o início do século passado. O estudo embasa-se em analises bibliográficas que abordam a geografia cultural, memória social, patrimônio cultural e a história e representatividade do exercito nacional. Em seguida, é feito um levantamento sobre os patrimônios militares presentes em Ponta Grossa, tantos os tangíveis quanto os intangíveis. Depois disso, busca-se uma verificação acerca do reconhecimento do patrimônio cultural por parte da população através de entrevistas semi-estruturadas, procurando identificar assim, qual a representatividade do patrimônio para essas pessoas.
Palavras-chaves: Patrimônio, Sociedade, Memória.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – Distribuição dos quartéis militares do exército em Ponta Grossa-PR......................................................26
FOTOGRAFIA 1 – Comando da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada..........................28
FOTOGRAFIA 2 – Praça Marechal Floriano Peixoto …............................................29
FOTOGRAFIA 3 – Praça Duque de Caxias................................................................30
FIGURA 2 – Vila Coronel Cláudio e Núcleo 31 de Março...............................32
FOTOGRAFIA 4 – Colégio Estadual General Osório................................................33
FIGURA 3 – Distribuição das ruas de Ponta Grossa com homenagem ao exército..............................................................37
FIGURA 4 – Presença do exército na área central de Ponta Grossa...............39
FOTOGRAFIA 5 – Veículo Blindado de Transporte Pessoal M113...........................40
FOTOGRAFIA 6 – Desfile 7 de Setembro em Ponta Grossa....................................42
FOTOGRAFIA 7 – 13° Batalhão de Infantaria Blindado.............................................46
FOTOGRAFIA 8 – Praça do Expedicionário em Ponta Grossa (PR)........................47
FOTOGRAFIA 9 – Equipamento Básico Militar.........................................................48
FOTOGRAFIA 10 – Aquartelamento do Bairro de Oficinas........................................49
GRÁFICO 1 – Gênero dos Entrevistados...................................................................58
GRÁFICO 2 – Faixa Etária dos Entrevistados............................................................59
GRÁFICO 3 – Escolaridade dos Entrevistados..........................................................59
GRÁFICO 4 – Classe Social dos Entrevistados.........................................................60
FOTOGRAFIA 11 – Placa da Praça Duque de Caxias...............................................66
FOTOGRAFIA 12 – Praça Duque de Caxias Destruída.............................................67
FOTOGRAFIA 13 – Praça do Expedicionário ao Pôr do Sol......................................68
FOTOGRAFIA 14 – Placa da Praça do Expedicionário..............................................69
FOTOGRAFIA 15 – Praça do Expedicionário sem bancos para sentar-se................70
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Nomenclatura das Ruas e Bairros..........................................................35
LISTA DE SIGLAS
DL Divisão de Levantamento
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
PE Policia do Exército
ONU Organização das Nações Unidas
QG Quartel General
RCC Regimento de Carros de Combate
RI Regimento de Infantaria
TFM Treinamento Físico Militar
VBTP Viatura Blindada de Transporte Pessoal
UNESCO Organização das Nações Unidas Para
a Educação, a Ciência e a Cultura
13 BIB 13° Batalhão de Infantaria Blindado
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................VI
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.........................................................................................VII
LISTA DE TABELAS.................................................................................................VIII
LISTA DE SIGLAS......................................................................................................IX
INTRODUÇÃO...........................................................................................................13
1 PATRIMÔNIO CULTURAL, PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR E A MEMÓRIA SOCIAL......................................................................................................................15
1.1 Os conceitos de Patrimônio Cultural Militar e Memória Coletiva..........................15
2 O COMPLEXO MILITAR DO EXÉRCITO EM PONTA GROSSA (PR)............................................................................................................................21
2.1 O Contexto militar de Ponta Grossa (PR)............................................................21
2.2 O Complexo Militar de Ponta Grossa (PR)..........................................................24
3 O PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR DE PONTA GROSSA (PR).............................................................................................................................43
3.1 O Patrimônio Militar Material de Ponta Grossa (PR)............................................43
3.2 O Patrimônio Militar Imaterial de Ponta Grossa (PR)...........................................50
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................52
REFERÊNCIAS..........................................................................................................55
ANEXO I – Entrevista Semi Estruturada................................................................57
ANEXO II – Fotografias............................................................................................65
13
INTRODUÇÃO
A preocupação com o patrimônio cultural de uma sociedade nas mais
diversas instâncias se faz importante para preservar suas memórias, histórias e, sua
identidade. O patrimônio cultural seja ele material ou imaterial é o registro existente
que comprova a importância desta cultura. Claval (1995) argumenta que os
costumes, os conhecimentos, as práticas, adquiridos durante a vida das pessoas e,
recebidos também como herança de seus antepassados é o que constitui sua
cultura.
Ponta Grossa (PR) é um município de médio porte, está entre as principais
cidades paranaenses e, pertence as chamadas cidades que compõem o Paraná
Tradicional (CUNHA, 2003). Com quase dois séculos desde sua instauração, sofreu
diversas modificações, tanto culturais, quanto econômicas e políticas. Há quase cem
anos abriga em seus limites territoriais o Exército Brasileiro, hoje, possui diversos
aquartelamentos e, existe um projeto militar para a ampliação no número destes
(SOUZA JUNIOR, 2010). Anualmente centenas de jovens de varias cidades
pertencentes a denominada região dos Campos Gerais 1 prestam o serviço militar
obrigatório em Ponta Grossa (PR). Existe reconhecimento da sociedade
pontagrossense em relação a instituição militar do Brasil. Ao adentrarem no Exército,
estas pessoas tem a sua cotidianidade alterada, passam a se reunir com outros que
seguem os mesmos códigos, se alimentam, se vestem, se comportam, possuem
horários e ritmos praticamente iguais, o que facilita na construção de laços afetivos
de amizades que se prolongam muitas vezes pela vida toda (Claval, 1995, p.109).
Nesse sentido, existiria um patrimônio cultural militar em Ponta Grossa (PR)?
Deste modo, a pesquisa ao aprofundar-se nas questões que compreendem
os elementos que podem constituir um patrimônio cultural militar, lançou alguns
questionamentos. Qual a representatividade dos militares ao longo da história em
Ponta Grossa (PR)? Quais os elementos que constituem o Complexo Militar de
Ponta Grossa (PR)? E por fim, qual a importância para a sociedade em ter o Exército
dentro da espacialidade de seu município?
Para responder a estas questões, realizou-se a pesquisa em três
etapas distintas, no primeiro capítulo, de cunho exclusivamente teórico, buscou-se
encontrar definições do que é patrimônio cultural, tanto o material quanto o intangível
1 Dicionário Histórico e Geográfico dos Campos Gerais. Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2012.
14
e, reconhecê-lo no Complexo Militar de Ponta Grossa (PR). No capítulo seguinte,
fez-se uma pesquisa por toda a espacialidade pontagrossense em busca dos
principais elementos que constituem o Complexo Militar do município, considerando
as materialidades dos aquartelamentos, das praças de lazer, dos logradouros, das
escolas, dos bairros, enfim, de tudo que estivesse relacionado ao militarismo. Os
próprios militares nas ruas, as festividades, etc., que compõem a imaterialidade
deste complexo também foram considerados. Por fim, o terceiro e último capítulo,
através de conversas com a população da cidade, tentou identificar qual a
representatividade que os militares possuem em Ponta Grossa (PR).
Vale ressaltar que este trabalho não tem o objetivo de exaltar Ponta Grossa
(PR) como um município exclusivo em termos de cultura militar, pois existem
diversas outras cidades que possuem um contingente mais numeroso de militares
que também constituem sua história e a simbolizam.
Por fim, acredita-se que esta pesquisa pode contribuir positivamente no
resgate da história militar brasileira, identificando seus mais distintos momentos e,
mostrando as disparidades existentes no atual modelo de Exército se comparado à
outros momentos históricos da sociedade brasileira.
15
1 PATRIMÔNIO CULTURAL, PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR E A MEMÓRIA SOCIAL.
Com relação à representatividade do patrimônio cultural militar perante a
sociedade local, serão elencados elementos que compõem o conceito de patrimônio
cultural, com a preocupação de identificá-los na cotidianidade da sociedade e, como
se traduzem nas relações sociais dos pontagrossenses.
Desta forma, é possível analisar a representatividade do patrimônio cultural
militar por meio do reconhecimento do seu patrimônio e da memória das pessoas
que, de algum modo, reconhecem a presença da força militar nas suas vidas: seja
por sua história, por sua presença através de equipamentos militares, pelos seus
registros que identificam logradouros, escolas, bairros, etc., pelos monumentos em
homenagem à ícones militares, ou pelo simbolismo da farda dos soldados que
transitam pelas ruas no dia a dia e também em eventos comemorativos, tanto
militares quanto civis.
1.1 Os conceitos de Patrimônio Cultural Militar e Memória Coletiva.
Para melhor entender esta questão teórica, propõe-se primeiramente uma
breve descrição sobre os conceitos de patrimônio cultural e memória coletiva e
contextualizá-los com a história, com o arranjo urbano, com a cultura e com a
sociedade de Ponta Grossa (PR).
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em seu site
oficial fala sobre a complexidade do conceito de patrimônio cultural e sua diversidade
explicando que este pode tanto remeter à imóveis públicos quanto privados, sendo
considerado desde um determinado lugar ou parte de uma cidade até a paisagem de
um ambiente natural2. Sobre sua explicação o IPHAN considera dois tipos de
patrimônio cultural, sendo eles o material e o imaterial e define que:
O patrimônio material protegido pelo Iphan, com base em legislações específicas é composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e móveis como coleções
2 IPHAN, 2012. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=20&sigla=PatrimonioCultural&retorno=paginaIphan>. Acesso em: 01 jun. 2012.
16
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos (IPHAN, 2012. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=12297&retorno=paginaIphan>. Acesso em: 01 jun. 2012).
Em relação a classificação enquanto patrimônio imaterial, o IPHAN, dentro
da concepção da UNESCO3 de patrimônio imaterial ou intangível considera:
(…) as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural (UNESCO, 2012. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/cultural-heritage/>. Acesso em: 02 jun. 2012).
Seguindo essa perspectiva adotada pela UNESCO durante a convenção do
Patrimônio Mundial de 1972 em relação ao conceito de patrimônio cultural,
compartimentando-o em três aspectos, Barreto (2000) elenca-os:
monumentos: obras de arquitetura, escultura e pintura monumentais, elementos ou estrutura de natureza arqueológica, inscrições, cavernas e combinações destas que tenham um valor de relevância universal do ponto de vista da história, da arte ou das ciências;conjunto de edificações: conjunto de edificações separados ou conectados, os quais, por sua arquitetura, homogeneidade ou localização na paisagem, sejam de relevância universal do ponto de vista da história, da arte ou das ciências;sítios: obras feitas pelo homem ou pela natureza e pelo homem em conjunto, e áreas que incluem sítios arqueológicos que sejam de relevância universal do ponto de vista da história, da estética, da etnologia ou da antropologia (BARRETO, 2000, p.12).
Dentro desta perspectiva o Complexo Militar de Ponta Grossa (PR) se insere
de diversas formas. Enquanto patrimônio material são consideradas as edificações
militares: os quartéis, as praças, os monumentos em local público, os armamentos
expostos ao público, os próprios militares quando vestidos com seus uniformes,
entre outros.
Sobre o patrimônio intangível ou imaterial, é possível perceber os costumes
militares adquiridos por aqueles que prestaram o serviço militar, suas relações
sociais na comunidade militar e com a sociedade. Diretamente ligada às práticas
estão as expressões idiomáticas próprias dos militares, o cabelo sempre curto
(popularmente chamado de “corte de milico” ou “corte militar”), barba sempre
3 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
17
raspada simbolizando deste modo um perfil específico deste padrão social militar.
Este perfil pode ser identificado durante a passagem da tropa militar da guarnição de
Ponta Grossa – PR, durante a execução do desfile comemorativo à Independência
do Brasil realizado na Av. Vicente Machado todos os anos. A forma como marcham
demonstrando uma coesão unitária, ao mesmo tempo transcendendo uma
disciplinaridade, uma seriedade e, uma postura objetiva, transmitindo uma sensação
de segurança, de firmeza tipicamente característica das forças armadas do Brasil.
Corriqueiramente nas proximidades dos quartéis sempre existem militares que saem
as ruas para realização de atividades físicas – muitas vezes são grupos de soldados
que, vestidos com uniforme, circulam pelas ruas entoando cânticos (comuns da
prática militar).
Outra característica do patrimônio imaterial se refere aos conhecimentos e
técnicas adquiridos pelos militares em seu campo de trabalho, o “saber-fazer”, que
se refere a técnica de manuseio de equipamentos específicos (armas, munição,
veículos, sistema de comunicação etc); práticas pessoais de combate, tiro e
sobrevivência; a inteligência de estratégias de combate e as práticas referentes ao
território, como planejamento de ocupação, as batalhas, movimentações de tropas e
equipamentos, disposição junto a população local desse território ocupado etc.
Em Ponta Grossa – PR existem também objetos que se caracterizam como
símbolos identificados no espaço urbano civil, como as placas que indicam
logradouros públicos que homenageiam militares. Existem também denominação de
nomes de militares para instituições estatais, como escolas, institutos, bairros, como
por exemplo a Vila 31 de Março, em Ponta Grossa (PR) em inegável referência ao
Regime Militar iniciado em 1964 em todo o Brasil.
Mas para que todos estes elementos se constituam enquanto patrimônio
cultural efetivamente consolidado perante a sociedade, é preciso que essa
sociedade, atual, considere importante de alguma forma esses registros históricos
que ocupam uma porção do espaço (LEPETIT, 2001). Desta forma, é necessário que
estes componentes, seja o quartel, a praça, o desfile militar enquanto prática cultural,
sejam referências para a sociedade. Essa referência enquanto elemento cultural
deve ir além de sua utilidade funcional, isto é, além de seu objetivo próprio, por
exemplo, o quartel existe com o intuito social de preparar uma porção da sociedade
para que esta defenda a nação. Tendo assim o propósito da segurança nacional,
contudo, muitas vezes se torna uma referência para algumas pessoas não apenas
18
por conta da segurança. As pessoas se recordam seja do quartel, ou de qualquer
outro lugar militar pela sua vivência, pela sua relação tanto com as pessoas daquele
lugar, quanto com o próprio lugar, criando assim laços de afetividade.
Sobre a memória Lepetit (2001, p.149) afirma que:
O território é essencialmente uma memória, e seu conteúdo é todo constituído de formas passadas – isto é, de algumas dentre elas das quais só subsiste o que pode ser compreendido pela sociedade que, em cada época, trabalha em seus quadros (LEPETIT, 2001, p. 149).
Dessa forma, todos os espaços que direta ou indiretamente se relacionam
de algum modo com o militarismo se constituem enquanto espaço de memória sobre
aquela cultura. E, o presente se relacionando e se reatualizando nas espacialidades
por meio da continuação das relações sociais praticadas hoje que são embasadas
em uma lógica sociocultural anterior, que deixou traços, é o que da sentido ao
presente (LEPETIT, 2001). Isso acontece quando um grupo de pessoas se identifica
com uma determinada cultura, construindo expressões que mais tarde simbolizarão
a importância que aquela vivência lhes proporcionou. Tanto importante serão as
lembranças boas quanto as ruins, pois ambas deixam traços na memória dessas
pessoas. Isso é definido por Lepetit (2001, p.149): “(...) a memória coletiva apóia-se
em imagens espaciais; por outro lado, desenhando sua forma no solo, os grupos
sociais definem seu quadro espacial, nele inserindo suas lembranças”.
Outro fator que se insere na questão da memória se refere a afetividade das
pessoas, algo que está intrinsecamente ligada a importância de uma edificação, local
ou monumento. A memória trabalhando juntamente com a história permite que se
tenha uma maior apreensão do todo que envolve aquilo que importa para a
sociedade. Enquanto a história descreve e representa o passado, a memória:
(...) por seus laços afetivos e de pertencimento, (…) se enraíza no concreto, no espaço, no gesto, na imagem, no objeto. (…) A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, neste sentido, em permanente evolução, aberta a dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações sucessivas, vulneráveis a todos os usos e manipulações, susceptível de longas latências e de repentinas revitalizações (MONASTIRSKY, 2009, p.326).
Desta forma a presença das edificações militares em Ponta Grossa (PR),
enquanto uma imagem espacial, permite a sociedade local recordar-se de momentos
19
significativos para sua história. Os ex-militares que participaram diretamente das
operações descritas no início deste capítulo, ao se recordarem de alguns desses
momentos, mesmo depois de muito tempo, ainda se identificam com o grupo de
militares. Isso se deve a um certo pertencimento que se desenvolveu nessas
pessoas em relação ao exército. As pessoas ligadas aos ex-militares, sejam
parentes ou amigos, também passam por interferências indiretas da cultura militar
em seu dia a dia, esses traços compõem suas lembranças.
Além das operações militares objetivas a curto tempo, citou-se no início do
trabalho uma em destaque, que se refere a um momento histórico de mais de duas
décadas da história do Brasil, que foi a conhecida ditadura militar. Neste caso, as
recordações não se restringem apenas àquelas pessoas ligadas diretamente ao ciclo
do exército, mas também a toda a sociedade em termos de legislação e execução
social, pois afeta diretamente toda a lógica de vida da sociedade brasileira. As
proibições, as mudanças legislativas, uma ditadura política, as repressões
ideológicas, a não-democracia, todos esses fatores compõe marcos na história e na
memória dos brasileiros de um modo geral. O status que o militar possuía devido ao
seu poder político durante a regência do regime militar configura recordações de um
momento importante na trajetória do Brasil e de Ponta Grossa (PR) também, devido
a existência deste Complexo Militar no município.
Por outro lado, têm-se as ações militares de auxílio social junto a populações
com diversas necessidades, tanto por necessidade de auxílio infraestrutural em
escala nacional e internacional, como o caso de auxílio ao Haiti em 2010 após a
destruição causada pelo terremoto, em 2011 o exército enviou mais de 400 militares
para auxiliar o estado de Roraima que sofreu diversos estragos causados por
chuvas.
Todos esses fatores contribuem naquilo que Monastirsky (2009) chama de
“deformações sucessivas”, isso altera os olhares daqueles que viveram tempos
diferentes numa sociedade que se altera constantemente. E o exército ou o
militarismo são importantes para a sociedade, pois mesmo entidades que não
correspondem diretamente aos militares também carregam um pouco de seus
traços, independente de serem ou não rugosidades (SANTOS, 1978). Diversas
escolas em Ponta Grossa (PR) possuem nomes referenciados à militares, praças,
ruas, bairros, todo esse arsenal de elementos que também faz parte da história
dessa sociedade local, concomitantemente participa da sua cultura, refletindo-se
20
enquanto espaços de lazer e úteis na atualidade mas, que precisam de alguma
forma, manter sua simbologia original. Enaltecendo nos dias atuais sua importância
na memória dos mais velhos, no aprendizado dos mais novos e, na identificação
social de ambos.
21
2 O COMPLEXO MILITAR DO EXÉRCITO EM PONTA GROSSA (PR)
Inicialmente se pretende fazer menção ao contexto militar em Ponta Grossa
(PR), identificando as relações entre os militares e a sociedade civil princesina
durante momentos sociais e políticos significativos ocorridos no século XX.
Enaltecendo alguns momentos históricos em que o militarismo deixou traços na
história e na memória dessas pessoas. Em seguida, trata-se da apresentação do
Complexo Militar de Ponta Grossa (PR) propriamente, identificando seus elementos
constituintes, sua distribuição espacial e, sua densidade no município.
2.1 O contexto militar de Ponta Grossa (PR)
O município de Ponta Grossa (PR) que remonta raízes desde 1823 e passou
por um processo de intenso crescimento demográfico durante o século XX, conta
com uma população estimada em 314.518 habitantes em 2011 (IBGE 4 – DPE, 2012).
Em função da histórica posição geográfica estratégica no estado do Paraná e na
região sul do Brasil: faixa de ocupação inicial do estado, corredor de exportações,
entroncamento rodoferroviário, implantação de agroindústria, a cidade também têm
implantada no seu município significativa estrutura militar que atende aos interesses
nacionais do Cone Sul.
Um dos principais quartéis do município é o 13° Batalhão de Infantaria
Blindado (13 BIB) também conhecido nos círculos militares como Batalhão Tristão de
Alencar Araripe, popularmente chamado por “Treze” e, regionalmente é reconhecido
como a “Sentinela dos Campos Gerais”. Esse quartel consolidou-se oficialmente em
1923, na Av. General Carlos Cavalcanti, número 2179 e, participou ativamente em
diversos momentos sócio históricos do Brasil (FRIZANCO; SOARES JUNIOR;
MAYER, 2009) interferindo diretamente no cotidiano dos pontagrossenses. Entre as
diversas participações do 13 BIB em atuações militares significativas destacam-se: a
revolução de 1930, a Segunda Guerra Mundial, a participação do Brasil como
integrante das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1957 e,
o Regime Político Militar do Brasil iniciado em 1964.
Em relação a Revolução de 1930 diversos estados brasileiros estiveram
4 Site oficial do IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 15 mai. 2012.
22
envolvidos, entre eles o Paraná que apoiava o sul rio-grandense Getúlio Vargas para
presidência da república, o 13 BIB participou desta revolta desde o seu início,
segundo Frizanco e Mayer (2011, p.87):
As informações que comprovam a eficiente participação da Unidade são resultado de consulta pelos autores aos documentos tais como relatórios de combate, boletins internos da Unidade, boletins especiais elaborados em campanha no período considerado, no período de outubro a novembro de 1930 (FRIZANCO; MAYER. 2011, p.87).
Na Segunda Guerra Mundial existiu também uma mobilização por parte da
unidade militar de Ponta Grossa (PR), o “Treze” ainda denominado 13° Regimento
de Infantaria (RI) e atuou:
Em 3 de outubro de 1944, segue para a Força Expedicionária Brasileira, um contingente de 336 homens do 13° RI, formado por Sargentos, Cabos e Soldados. A participação dos paranaenses na Força Expedicionária Brasileira foi importante e vem sendo reverenciada até hoje. No pátio atual de formaturas do 13° BIB, há uma placa comemorativa que reverencia todos os militares do antigo 13° RI que foram combater na Itália (FRIZANCO; MAYER, 2011, p.29).
Outro marco deixado na história de Ponta Grossa (PR) foi a participação de
aproximadamente 80 militares da guarnição do município, no contingente brasileiro
que compôs a força de paz da ONU em 1957 na cidade de Gaza (FRIZANCO;
SOARES JUNIOR; MAYER, 2009). Isso acarreta algumas interferências no cotidiano
de alguns pontagrossenses, por serem entes queridos destes militares, essas
pessoas por vezes estariam atentas aos noticiários, seja pela curiosidade do conflito
mas, principalmente por saber que seu primo, irmão ou marido, está arriscando sua
vida em missões militares.
Por fim, destaca-se também a atuação dos militares pontagrossenses junto
ao regime político militar iniciado em 1964 em todo o Brasil. O 1° Batalhão do 13° RI
foi enviado para a cidade de Lages (SC) para apoiar o movimento revolucionário.
Como o Paraná encontrava-se numa posição estratégica entre as tropas do Rio
Grande do Sul e o Sudeste do país, o estado recebeu a função de permanecer em
prontidão, uma vez que servia como barreira para o avanço dos gaúchos
(FRIZANCO; MAYER, 2011, p.31).
Outra unidade militar bastante antiga na cidade de Ponta Grossa (PR)
23
atualmente é o Esquadrão de Comando da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada (Esqd
Cmd 5ª Bda C Bld), fundado em 1946 com a denominação de 2ª Divisão de
Levantamento da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DALCIN, 2007, p.22)
facilmente lembrada na memória dos cidadãos de Ponta Grossa (PR) como a “2ª
DL”. Tinha a função de efetuar levantamentos geodésicos e topográficos para o
município e região, entre outros trabalhos cartográficos de relevante importância
social. Muitos destes trabalhos serviram de base para pesquisas científicas de cunho
geológico, geomorfológico e geográfico, pois foi essa unidade uma das pioneiras no
mapeamento do município. Mudou-se para Brasília na década de 1980 e, a unidade
militar que assumiu seu lugar sofreu diversas alterações até chegar ao formato atual.
Hoje esta unidade tem a função militar de fazer a defesa do Quartel General
presente no município e, anualmente incorpora dezenas de jovens para prestarem o
serviço militar obrigatório.
A presença militar em Ponta Grossa remonta raízes quase seculares, as
mobilizações das tropas pontagrossenses ocorreram diversas vezes em momento
diferentes mas, sempre com o mesmo objetivo, serviços de ordem militares
nacionais. A sociedade de Ponta Grossa – PR, se desenvolveu e evoluiu tendo o
Exército presente durante praticamente todo o século XX, deixando traços na
memórias de muitas pessoas. De certa forma um sentimento de pertencimento
cultiva-se nessa trajetória, hoje muitos pontagrossenses olham para o que o Exército
representa para eles. Os mais velhos relembram um passado com muitos aspectos,
alguns políticos como a Ditadura Militar, mas outros sociais, como a formação cidadã
exercida anualmente no serviço militar obrigatório, hoje muito mais preocupada com
os direitos humanos. As participações militares nas festividades locais, em
programas sociais como a campanha de vacinação. Os mais jovens veem muitas
vezes o Exército como uma primeira oportunidade de emprego, o primeiro salário por
seus serviços, o Exército atualmente oferece cursos de formação profissional
gratuitos durante a vigência do serviço obrigatório, isso possibilita oportunidades
profissionais a quem muitas vezes não pode pagar por um curso. De um modo geral
também, as pessoas olham para o Exército e a sensação de pertencimento, de
patriotismo mistura-se com o sentimento de orgulho, de dedicação, de disciplina, que
ao longo da história de Ponta Grossa (PR), vão se enraizando cada vez mais nas
lembranças dessas pessoas. Enfim, o Exército esteve presente na história dos
pontagrossenses de maneira bastante ativa desde a década de 1920 até hoje.
24
2.2 O Complexo Militar de Ponta Grossa (PR)
Sobre o Complexo Militar em Ponta Grossa (PR), realizou-se um
levantamento dos símbolos que se referem ao exército e que estão distribuídos pela
área urbana do município. Considerou-se as ruas, as praças, as escolas, os
militares, os bairros, os quartéis, enfim, todas as possíveis simbologias que possam
ser percebidas e que fazem alusão ao exército seja pela sua nomenclatura, formato
ou função.
Atualmente Ponta Grossa conta com seis organizações militares: o 13°
Batalhão de Infantaria Blindado e o Esquadrão de Apoio (presente desde 1923), o
Esquadrão de Comando da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e o 25° Pelotão de
Polícia do Exército (desde 1946), o Comando da 5ª Brigada ou como é conhecido, o
Q.G. (Quartel General) e, o 3° Regimento de Carros de Combate (desde 2008).
Estas edificações militares estão distribuídas em lugares diferentes do município, o
primeiro se encontra no bairro de Uvaranas, o segundo e o terceiro se localizam no
bairro de Oficinas, o quarto situa-se no centro da cidade e, o quinto se encontra na
vila Santa Terezinha. O 25° Pelotão de Polícia do Exército e o Esquadrão de
Comando da Brigada estão no mesmo espaço físico de aquartelamento, entretanto,
constituem duas unidades militares diferentes, o mesmo caso é a existência do
Esquadrão de Apoio dentro do 13 BIB.
Não existe um quartel na parte mais ao norte do município como ilustra a
figura a seguir, entretanto, é sabido que o objetivo militar para Ponta Grossa (PR), é
a construção completa da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada. A constituição desta
Brigada Militar extrapola os limites fronteiriços do município, isto é, existem
aquartelamentos que estão presentes em outras cidades, à exemplo o 20° Batalhão
de Infantaria Blindado que localiza-se em Curitiba, contudo é subordinado ao Q.G.
De Ponta Grossa.
Não é objetivo do trabalho a discussão das estratégias militares para a
região, entretanto é de bom alvitre descrever alguns fatos que interferem diretamente
no dia a dia dos cidadãos princesinos. Não existe atualmente, um outro
aquartelamento que os militares pretendem edificar em Ponta Grossa (PR), será a 5ª
Bateria de Artilharia Antiaérea (SOUZA JUNIOR, 2010), o que mobilizaria ainda mais
a população todos os anos, pois o efetivo militar que se incorpora para prestação do
serviço obrigatório que anualmente fica próximo de mil, superaria este número
25
facilmente. Souza Junior (2010, p.58) indica algumas razões que explicam a escolha
de Ponta Grossa (PR) como município à abrigar a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada,
ele afirma que:
A 5ª Bda C Bld e a 6ª Bda Inf Bld constituem a reserva estratégica da Força Terrestre, (...) estas brigadas possuem como ambiente operacional prioritário, regiões pouco movimentadas, com ampla capacidade de observação e campos de tiro profundos (…).
O objetivo estratégico militar de brigadas como a que se encontra em Ponta
Grossa (PR) se refere ao que: (...) se constituirão nas forças de emprego estratégico, desdobradas de tal forma que, em face de uma ameaça externa e após uma resposta imediata pelas forças de cobertura estratégica, seguida de uma reação ampliada pelas Forças de Ação Rápida Estratégicas (FAR Estrt), obtenham no mais curto prazo uma superioridade decisiva para a solução do conflito (SOUZA JUNIOR, 2010, p.93-94).
Desta forma, a brigada de Ponta Grossa (PR) tem uma função de reforço
militar, o que por meio de seu efetivo de soldados e de equipamentos bélicos
fortificaria as demais forças militares na região. Como dito anteriormente, esta cidade
se encontra numa região de campos e, a BR-376, um dos principais trechos
rodoviários do Paraná, passa pela cidade. Facilitando deste modo, a locomoção dos
blindados que sairiam de Ponta Grossa (PR) e iriam prestar apoio e reforço em um
potencial conflito de guerra.
26
FIGURA 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS QUARTÉIS MILITARES DO EXÉRCITO EM PONTA GROSSA (PR).
FONTE: Base Cartográfica do Google (2012);Org.: COLODA, T. A. (2012).
27
Ao longo da faixa horizontal leste-oeste de Ponta Grossa percebe-se que a
disposição do Q.G., do 13 BIB e do 3° RCC, dão forma a um cinturão militar,
enquanto que o Esquadrão de Comando/25° Pelotão PE se localiza na porção
meridional do município. Especificamente sobre o pelotão de Polícia do Exército, as
funções praticadas por essa unidade atualmente são: guardar a casa do General da
Brigada, fazem rondas visando observar o comportamento dos recrutas durante seu
serviço militar no período que estão fora do aquartelamento, preocupando-se sempre
com a boa imagem que se reflete do Exército para a sociedade.
Além dos quartéis militares, existem praças na cidade que fazem referências
ao militarismo como forma de homenagear o Exército. Em destaque duas praças que
se localizam na área central de Ponta Grossa (PR): a praça Marechal Floriano
Peixoto (fotografia 2) e, a praça Duque de Caxias (fotografia 3). A primeira está de
frente para o Quartel General da guarnição local, ilustrado na fotografia 1, e compõe
também a frente da Catedral da cidade.
28
FOTOGRAFIA 1 – COMANDO DA 5ª BRIGADA DE CAVALARIA BLINDADA
Fonte: COLODA, T. A. 2012.
29
FOTOGRAFIA 2 – PRAÇA MARECHAL FLORIANO PEIXOTO
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
30
FOTOGRAFIA 3 – PRAÇA DUQUE DE CAXIAS
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
31
Com relação aos bairros, Ponta Grossa possui duas vilas com nomes que
fazem alusão ao exército. Ambas se encontram na área central da zona urbana do
município. A primeira é a vila Coronel Cláudio, além da vila, a outra vila é o núcleo
habitacional 31 de Março, nome que corresponde a data de início da ditadura militar.
As áreas correspondentes das vilas estão localizadas na figura 2.
Outro símbolo que se refere ao exército de Ponta Grossa são as instituições
escolares que carregam em seus nomes homenagens a figuras importantes do
militarismo. O Colégio Estadual General Osório (fotografia 4), localizado no bairro de
Uvaranas, recebeu essa denominação em homenagem ao General Manoel Luis
Osório, patrono da arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, e o fato do colégio estar
próximo ao 13 BIB, fez com que diversos alunos que frequentavam a escola fossem
filhos dos próprios militares, além dos soldados que prestavam seus serviços
naquela unidade militar também estudassem nesta instituição (PARANÁ, 2012) .
Outros exemplos de colégios e escolas que homenageiam o militarismo são o
Colégio Estadual General Antônio Sampaio, Escola Municipal Coronel Cláudio
Gonçalves Guimarães, Escola Municipal Major Manoel V. Bittencourt.
32
FIGURA 2 – VILA CORONEL CLÁUDIO E NÚCLEO 31 DE MARÇO
Fonte: Base Cartográfica do Google e Wikimapia. 2012.Org.: COLODA, T. A. 2012.
33
FOTOGRAFIA 4 – COLÉGIO ESTADUAL GENERAL OSÓRIO
FONTE: Secretaria Estadual de Educação, 2012.
34
A nomenclatura das ruas de Ponta Grossa também é um dos símbolos que
fazem referencia aos militares. O número de ruas com nomes de militares das mais
variadas patentes, desde Cabos até Marechais na cidade ultrapassa de quarenta,
como pode ser visto na tabela 1. Isso demonstra a importância social do exército
para as autoridades municipais.
35
TABELA 1 – NOMENCLATURA DAS RUAS E BAIRROS
Fonte: Base Cartográfica do Google e Empresa de Correios e Telégrafos. Org.: ANDRADE, B.; COLODA, T. A. 2012.
Nome da Rua BairroRua General Carneiro CentroRua Coronel Theodoro Rosas CentroRua Coronel Bittencourt CentroRua Marechal Deodoro CentroRua Coronel Francisco Ribas CentroRua Coronel Solano CentroRua Coronel Catão Monclaro CentroRua Tenente Pinto Duarte CentroRua Coronel Dulcídio CentroRua Tenente Hinon Silva CentroRua Coronel Claudio CentroRua General Osorio CentroRua Marechal Hermes RondaRua Marechal Borman RondaRua Capitão Pedro Afonso RondaRua General Barbedo Colonia Dona LuizaRua General Ramon Colonia Dona LuizaRua Coronel Vivida OficinasRua Marechal Mallet OficinasRua General Argolo OficinasRua Capitão Goes de Moraes OficinasRua General Polidoro OficinasRua Major Alceu Teixeira Pinto Vila EstrelaRua Capitão Benedito Lopes Bragança Vila EstrelaRua Major Gabriel Mena Barreta Vila EstrelaRua Tenente Sady UvaranasRua Tenente Nicoluzzi UvaranasAvenida General Carlos Cavalcanti UvaranasRua Tenente Gubert UvaranasRua Coronel Camisão UvaranasRua Coronel Leopoldo Alves Almeida UvaranasRua Coronel Fabricio Vieira UvaranasRua General Dácio UvaranasRua Major Nabuo Oba UvaranasRua General Barros Falcão Boa VistaRua Coronel Alcebíades Miranda Boa VistaRua General Candido Rondon Nova RussiaRua Major Sólon Nova RussiaRua General João Ferreira de Oliveira ÓrfãsRua Major Manoel Grott ÓrfãsRua Capitão Júlio Perneta Jardim Carvalho
36
A distribuição não ocorre de forma linear no perímetro do município se
considerados os bairros de Ponta Grossa. Algumas áreas apresentam maior
quantidade de ruas que sugerem homenagens ao exército ou a um militar específico,
em relação a outras áreas, como é o caso do Centro da cidade (figura 3). A parte
central de Ponta Grossa é mais antiga que as demais, desta forma esteve já
consolidada muito antes da ditadura militar iniciada em 1964, deste modo, a
influência do exército antecede este período em relação as homenagens prestadas a
esta força armada. Bairros mais jovens praticamente não possuem símbolos com
alusão militar, isso evidencia a diferente forma que se encara o exército na
atualidade, diferente daquela exercida décadas atrás.
37
FIGURA 3 – DISTRIBUIÇÃO DAS RUAS DE PONTA GROSSA COM HOMENAGEM AO EXÉRCITO
Fonte: Base Cartográfica do Google e ECT, 2012.Org.: ANDRADE, B.; COLODA, T. A. 2012.
38
A presença dos militares no cotidiano das pessoas acontece de forma
bastante intensa e despercebida em Ponta Grossa à décadas. Isso ocorre na região
central do município, área mais antiga da cidade e, que concentra o Quartel General
da Guarnição da cidade com seu general de Brigada, tendo em sua frente disposta a
praça Marechal Floriano Peixoto, e nos arredores diversas ruas com nomes de
militares (figura 4). Tudo isso fazendo alusão a importância dessa força armada
nacional para a história da sociedade brasileira.
Além dos próprios quartéis, das praças, das escolas, das ruas e das vilas
com indicativos da presença do Exército em Ponta Grossa (PR), existe o elemento
atual da pratica militarista, a presença de militares nas ruas realizando atividades
físicas, fato bastante comum aos arredores dos quartéis, em vias públicas, seja para
mobilização para realização de atividades de campo, seja para treinamento físico
militar, conhecido como TFM entre os militares. Essa presença de soldados em
lugares públicos durante seu expediente constitui a presença do Exército na
composição da paisagem de Ponta Grossa. Além disso, as próprias armas bélicas
constituem um importante símbolo que representa esta força armada para o Brasil.
Durante o ano são realizadas atividades internas nos quartéis locais onde estes
atuam conjuntamente ou isoladamente, entretanto, mobilizam-se esporadicamente
os popularmente chamados “tanques de guerra” ou as chamadas VBTP (Viatura
Blindada de Transporte Pessoal) conhecido oficialmente como M-113 nos círculos
militares (fotografia 5). Quando estas viaturas transitam em vias públicas, chamam a
atenção das pessoas, fazendo com que entrem em contato quase que direto com a
realidade do soldado que todos os dias se depara em seu aquartelamento com
essas máquinas.
39
FIGURA 4 – PRESENÇA DO EXÉRCITO NA ÁREA CENTRAL DE PONTA GROSSA
Fonte: Base Cartográfica do Google e ECT.Org.: ANDRADE, B. COLODA, T. A. 2012.
40
FOTOGRAFIA 5 – VEÍCULO BLINDADO DE TRANSPORTE PESSOAL M113
Fonte: Disponível em: <http://www.military-today.com/apc/m113.htm>. Acesso em: 11 Set. 2012.
41
Uma das datas comemorativas mais importantes para a sociedade é o dia da
Independência do Brasil, comemorado em 7 de Setembro (fotografia 6). Os militares
do município de Ponta Grossa sempre estão presentes nos desfiles. No caso de
Ponta Grossa, o desfile é realizado em parceria entre a Prefeitura Municipal e a 5ª
Brigada De Cavalaria Blindada (Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, 2012). No
desfile do ano 2012, o que chamou a atenção foi o “tanque de guerra” do exército,
como pode ser visto na fotografia 5.
42
FOTOGRAFIA 6 – DESFILE 7 DE SETEMBRO EM PONTA GROSSA
Fonte: Blog William Batista, 2012.5
5 Disponível em: <http://williambatistajornalismo.blogspot.com.br/2012/09/desfile-de-7-de-setembro-em-ponta.html>. Acesso em: 10 Set. 2012
43
3 O PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR DE PONTA GROSSA (PR).
Como visto anteriormente, diversos elementos pertencentes a história do
Exército em Ponta Grossa (PR) constituem o Complexo Militar do município. A
simples existência destes lugares, seu gerenciamento pelo poder público, conota a
importância social dos militares nesta cidade. Nesta última parte do trabalho,
verificou-se junto a comunidade pontagrossense por meio de entrevistas semi
estruturadas, qual relevância o Exército tem para a sociedade local e, se constituem
um patrimônio além de militar, também cultural.
O patrimônio cultural material pode ser compreendido segundo Monastirsky
(2006, p.108): “(...) por excelência, qualquer forma material que constitua um suporte
físico de expressão cultural.” Deste modo, foram considerados como parte do
patrimônio material militar de Ponta Grossa (PR), as praças, os diversos
logradouros, os bustos, as escolas, os bairros, as edificações que, de algum modo
sempre se referiam seja com o objetivo de homenagear ou retificar alguma alusão ao
Exército Brasileiro.
Com relação ao patrimônio cultural imaterial, a partir da segunda metade do
século XX, houve uma evolução na forma de se pensar o conceito de patrimônio
cultural, extrapolando a materialidade dos objetos tidos como patrimônio (FEITOZA,
2006). A partir de 2000, por meio de um decreto federal, é que se oficializa no Brasil
o reconhecimento aos patrimônios imateriais/intangíveis (BRASIL, 2000). Segundo
Gomes (2008, p.1284): “(...) o patrimônio cultural imaterial é composto pelas
principais referências culturais de um grupo e só terá continuidade enquanto lhe for
atribuído sentido por parte dessas pessoas - sujeitos de seu patrimônio.” Assim as
festividades, os costumes específicos dos militares, suas práticas, compõe a
imaterialidade cultural.
3.1 O Patrimônio Militar Material de Ponta Grossa (PR)
O Exército está presente neste município desde 1923, mostrando a já então
preocupação dos militares com a defesa da região sul brasileira. As diversas
missões militares em que o 13 BIB (fotografia 6) esteve atuante no decurso da
44
história até os dias atuais fortaleceu o estreitamento entre as relações das
sociedades civil e militar. Durante conversas com a população pontagrossense, foi
possível perceber, independente de fatores como: idade, grau de instrução, classe
social, gênero, local de residência, que o 13 BIB era resposta presente em grande
parte da conversa. Chamado de “saudoso” por aqueles, mais jovens, que lá
cumpriram seu dever patriota do serviço obrigatório, reconhecido pelos mais velhos
como um elemento que caracteriza a presença do Exército em Ponta Grossa (PR). E
por ambos, tido como um símbolo do Exército Brasileiro em sua cidade.
Entre os elementos que constituem o patrimônio cultural material para as
pessoas, se destacaram o 13 BIB (fotografia 7), as praças Duque de Caxias e do
Expedicionário (fotografia 8). São elementos que representam simbolicamente
através de sua materialidade o Exército para as pessoas, no caso do 13 BIB e dos
quartéis de um modo geral, são preservados constantemente devido ao seu uso
ativo, a sua necessária funcionalidade em termos de defesa nacional. Com relação
às praças, percebe-se que existe pouca preocupação com sua preservação, pois
não recebe a manutenção devida e acaba servindo como local de abrigo para
mendigos, também se torna local de encontro de grupos diversos para consumo de
produtos ilícitos. Apesar dos pontos negativos, ainda assim é visível através das
respostas que a população relaciona frequentemente às praças com os militares.
Entre os elementos do Exército que chamam a atenção dos
pontagrossenses estão seus equipamentos bélicos, sejam seus carros blindados ou
os armamentos individuais (fotografia 9), estes equipamentos caracterizam o perfil
do militar. Corriqueiramente, soldados saem as ruas desenvolver atividades físicas,
seja para correr, para se alongar, ou no caso de militares com idade avançada,
simplesmente caminhar. Independente disso, sua presença configura-se pela
organização para realizar esta atividade, pois correm uniformemente, todo juntos,
respeitando um mesmo ritmo, o ritmo da tropa. Neste momento não trajam a habitual
farda de combate, mas vestem o uniforme de atividades físicas militar, composto por
tênis preto, meias brancas, calção verde oliva, camiseta regata também branca com
seu nome de guerra estampado no peito. O tempo todo chamam a atenção por onde
passam, entoando cânticos próprios dos militares, todos executam as passadas
durante a corrida simultaneamente, respeitam o brado do comandante que entoa
fortemente de momentos em momentos entre os cânticos os termos: “(...) esquerda,
45
direita, esquerda (...)”, desta forma consegue manter a coesão nos passos de seus
soldados. O modo como estão dispostos, e as vestes que usam facilmente foram
lembradas nas conversas sempre que os entrevistados falavam dos equipamentos
se recordavam das vestimentas militares.
Entre as pessoas mais velhas, apesar de seu desconhecimento sobre como
acontece o desenvolvimento do Exército no Brasil, suas diretrizes, objetivos etc.,
muitas pessoas lembravam da antiga 2ª Divisão de Levantamento. Para alguns que
não residem nas proximidades do bairro de Oficinas, este aquartelamento talvez já
nem existisse mais, é verdade que hoje é um outro quartel, o Esqd de Cmdo e o 25º
Pel de PE (fotografia 10), com estrutura e objetivos militares diferentes que se
localiza onde estava a 2ª DL. Porém, o espaço físico ainda permanece e, a
importância que aquela divisão de levantamento possuía, permanece como um
símbolo da história militar de Ponta Grossa (PR). Pouco lembradas, mas, presentes
na constituição militar estão as ruas e avenidas que possuem nome de militares.
Outro aspecto importante identificado nas entrevistas se remete a
proximidade entre o Exército de Ponta Grossa (PR) e, os cidadãos do município. A
maior parte das pessoas possui algum familiar que prestou o serviço militar
obrigatório ou conhece alguém que serviu, esta é uma informação de grande valia,
pois indica, em certa medida, o envolvimento da instituição militar no cotidiano da
sociedade local.
46
FOTOGRAFIA 7 – 13° BATALHÃO DE INFANTARIA BLINDADO
Fonte: Disponível em: <http://files.myopera.com/alejandrocastillo/albums/5819422/13%20BIB%20CCAP.jpg>. Acesso em: 25 Set. 2012.
47
FOTOGRAFIA 8 – PRAÇA DO EXPEDICIONÁRIO EM PONTA GROSSA (PR).
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
48
FOTOGRAFIA 9 – EQUIPAMENTO BÁSICO MILITAR
Boina Preta Coturno
Fardamento
Fonte: Maria Chapéu – Boina Preta. Disponível em: <http://www.mariachapeu.com.br/160-461-thickbox/boina-militar.jpg>. Acesso em: 29 Set. 2012.
Mercado Livre – Coturno Militar. Disponível em: <http://bimg1.mlstatic.com/promoco-de-botascoturnos-militar-masculino-e-feminino_MLB-F-218957610_3608.jpg>. Acesso em: 29 Set. 2012.
Que Barato – Farda Militar. Disponível em: <http://images.quebarato.com.br/T440x/oliva+artigos+militares+farda+exercito+tres+coracoes+mg+brasil__1E4192_1.jpg>. Acesso em: 29 Set. 2012.
49
FOTOGRAFIA 10 – AQUARTELAMENTO NO BAIRRO DE OFICINAS
Fonte: Aquartelamento no bairro de Oficinas. Disponível em: <http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/21979479.jpg>. Acesso em: 03 Out. 2012.
50
Desta forma, ao se identificar todos esses elementos materiais do patrimônio
militar em Ponta Grossa (PR), pode-se afirmar a existência de um patrimônio cultural
militar material presente no município, e que se consolida por ser relevante para a
atual sociedade. Além deste, outros elementos que constituem o patrimônio cultural
militar material da cidade, identificados durante a pesquisa estão elencadas no
ANEXO 2, fotografias: 11, 12, 13, 14 e 15.
3.2 O Patrimônio Militar Imaterial de Ponta Grossa (PR).
Transcendendo os limites da materialidade dos objetos, edificações e
monumentos, está o patrimônio intangível, aquele que se presencia na memória de
uma sociedade. Segundo Costa e Castro (2008, p.127) o patrimônio imaterial pode
ser:
(...) definido como um conjunto de práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades reconhecem como parte integrante de sua cultura, tendo como uma de suas principais características o fato de tradicionalmente ser transmitido de geração a geração, gerando sentimento de identidade e continuidade em grupos populacionais. (COSTA; CASTRO, 2008, p.127).
Enquanto cultura imaterial militar, esta se consolida em Ponta Grossa (PR)
através das festividades onde existe a presença dos militares que representam e
expressam suas especificidades. Isso é reconhecido pela sociedade pontagrossense
como parte integrante da sua cultura, pois entre os entrevistados quando
questionados sobre se existe importância ou não de se preservar o Exército local,
houve quase uma unanimidade dizendo que sim. As razões eram diversas, sendo a
segurança a mais citada, alguns acreditam que atrai investimentos, outros falam da
importância estratégica que está intimamente ligada com a segurança e, outros
falam que o exército é importante para a juventude local, isso demonstra a ideologia
transmitida pelos militares. Durante os dias sete e quinze de setembro, anualmente
ocorrem duas celebrações, a primeira importante para toda a sociedade brasileira
pois faz referencia a independência do Brasil, a segunda mais especificamente para
a pontagrossense uma vez que faz menção ao aniversário de Ponta Grossa (PR).
Contudo, em ambas existe a presença dos militares, facilmente recordada pelas
51
pessoas durante as entrevistas, pois foi o que mais se lembraram quando
questionados sobre o que lhes chamava a atenção no desfile de sete de setembro.
Além disso, durante as conversas, ao serem questionados sobre onde percebem a
presença do Exército no município, resposta praticamente presente por quase todas
as pessoas era o desfile. Pouco visto dessa forma mas, para alguns o desfile chega
a ser considerado um símbolo dos militares locais atualmente. Outra festividade
menos lembrada foram as antigas festas juninas que se realizavam no 13 BIB. Desta
forma, o patrimônio imaterial militar existe para as pessoas, a presença dos soldados
durante os desfiles extrapola as limitações materiais, é verdade que eles estão lá
todos os anos, contudo, no dia seguinte ao desfile a avenida Vicente Machado torna-
se novamente um lugar de comércio. Mas, as lembranças do desfile da tropa da
guarnição pontagrossense permanecem muito presentes e, se renovam anualmente
na memória social das pessoas, que se recordam facilmente dos homens fardados
mostrando toda sua coesão unitária e força enquanto desfilam.
Outro elemento que constitui a cultura imaterial dos militares se refere ao
seu conjunto de práticas que são passados de geração em geração com o passar
das décadas. Neste caso está o saber fazer militar, ou seja, seus aprendizados e
atividades específicas como: manuseio de armas de fogo, noções de combate em
campo de batalha, atividades físicas constantes, operacionalização de veículos
militares, desenvolvimento de uma ideologia coletiva e, a disciplina. De todos estes
exemplos, o último foi muito lembrado pelos pontagrossense em diversos momentos
das conversas realizadas. É a primeira coisa que a grande maioria das pessoas se
recordam quando se fala no tema “Exército”. Quando perguntados de um modo
geral, o que mais chama a atenção no Exército, aparecem dois elementos que
transcendem a materialidade, sendo a organização e a disciplina, ambos constituem
práticas específicas do ser militar.
Enfim, a existência deste acervo de elementos constituintes da cultura militar
imaterial mostra a existência de um patrimônio efetivamente consolidado em Ponta
Grossa (PR).
52
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados deste trabalho mostraram que existe representatividade do
Exército Brasileiro perante a sociedade pontagrossense. Independente de se ter
prestado o serviço militar ou não, o reconhecimento de que o Exército compõe parte
da cultura de Ponta Grossa (PR) se constatou no discurso dos entrevistados (Anexo
1). Isso também constitui o que Claval (1995) denomina como a institucionalização
de um lugar, a exemplo o bairro de Uvaranas, que por possuir o 13 BIB, a vila militar,
entre outros elementos, acaba por espacializar sua presença.
Um dos elementos imateriais deste patrimônio são os desfiles comemorativos,
onde a tropa militar se destaca, sendo referencia nessas datas de festividades que
marcam um tempo da vida coletiva cívica dos brasileiros (CLAVAL, 1995). Outra
imaterialidade do patrimônio militar se refere a seu método particular de disciplina,
lembrado por parte dos entrevistados como um símbolo do Exército, inspirando
confiança e a certeza de que esta instituição atualmente tem importância para o
Brasil. Atualmente esta instituição transcende um pouco a barreira funcional de
defesa nacional, estando presente em: pacificações em lugares muito violentos, por
exemplo os “morros” da cidade do Rio de Janeiro; campanhas de vacinação;
recuperação de áreas alagas, como aconteceu em regiões do estado de Santa
Catarina e; como assistencialista em ações internacionais, o caso do Haiti bastante
falado na mídia. Isso demonstra que o Exército assume hoje um papel social muito
mais complexo que àquele realizado décadas anteriores. Mas, enquanto órgão
público ainda se encontra bastante longe da sociedade brasileira, uma maior
proximidade poderia sugerir uma ruptura com a visão perversa deixada pelo regime
militar em meados do século XX e que ainda estão presentes, de certa forma, na
sociedade. Uma maior proximidade do Exército com a sociedade permitiria o
rompimento com uma visão equivocada que se faz a respeito dos militares de que
estes devem policiar o espaço civil. O recrutamento anual de jovens se deve ao
objetivo simples de defesa nacional, onde passam por um treinamento básico de
como agir em situação de guerra entre nações. Desta forma, seu propósito se
banaliza quando esta instituição passa a agir em conflito civil, fenômeno de
responsabilidade das chamadas forças auxiliares, no caso polícia civil, polícia militar
ou batalhões especiais treinados para este fim.
Este distanciamento entre a instituição Exército e, de um modo geral as forças
53
armadas nacionais, em relação a sociedade brasileira acaba contribuindo para
aumentar a distância entre as relações civil militares. Se houvesse uma maior
proximidade das forças armadas e a sociedade civil, a cultura poderia se beneficiar
de diversas formas. O Exército com toda sua estrutura esportiva poderia sediar jogos
em diversas escalas, poderia dar suporte em eventos culturais municipais, realizar
maratonas, aproximar suas atividades internas, caso das olimpíadas militares, com a
população local. Tudo isso estreitaria os laços entre militares e civis e certamente
construiria uma nova ótica civil em relação ao Exército hoje, destituindo àquela
herdada do regime iniciado em trinta e um de março de 1964.
A sensação da presença militar facilmente reconhecida nos bairros de
Uvaranas e Oficinas, e também nas praças públicas que agem como espaços de
memória pelas pessoas que vivenciaram parte de sua vida como militar ou civil. Para
alguns, visitar a praça do Expedicionário é motivo de orgulho, ali estão diversos
nomes de então militares da guarnição local que estiveram em ação à quase meio
século atrás. O sentimento que se destaca nos momentos em que as pessoas
recordam-se de momentos marcantes em sua vida, algumas vezes exaltam uma
sensação de orgulho e pertencimento, o que foi visível naquelas pessoas que
possuem uma afinidade com a instituição militar brasileira. Isso pôde ser identificado
várias vezes durante as entrevistas em algumas pessoas que ao perceberem que o
tema seria o Exército, passam a transmitir uma alegria em sua entonação vocal, o
olhar demonstra uma alegria que inicialmente não era perceptível.
Pela existência de muitos elementos visíveis na paisagem de Ponta Grossa
(PR) que se referem ao Exército, somado a sua história no município que é quase
secular, buscou-se verificar se existe consolidadamente um patrimônio cultural militar
para as pessoas. Apesar da existência do Complexo Militar que envolve desde
diversos aquartelamentos, logradouros, escolas, bairros, praças, enfim, inúmeros
fatores que proporcionam a existência deste patrimônio, buscou-se junto a
sociedade identificar como esta o reconhece. Diversos elementos identificados na
pesquisa de campo foram mencionados nas entrevistas, o que sugere a confirmação
da importância sociocultural destes lugares. O que muitas vezes não se preserva,
como pode ser observado nas fotografias 11 e 14 do anexo 2.
A riqueza de elementos que caracterizam o Complexo Militar de Ponta Grossa
(PR) foi fundamental para a comprovação de que existem muitos monumentos e
símbolos que retratam a presença desta cultura. O militarismo está presente tanto
54
nos monumentos e símbolos anteriormente citados, quanto na memória das pessoas
que vivem na cidade como pode ser demonstrado nas entrevistas dos cidadãos,
demonstrando cientificamente que existe um patrimônio cultural militar. Este
patrimônio precisa ser preservado para a população, pois pertence a sociedade
pontagrossense, faz parte da construção de sua história e identidade municipal.
55
BIBLIOGRAFIA E REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS (REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS)
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56
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ANEXO I – Entrevista Semi Estruturada
58
EntrevistasNumero de entrevistados: 31Equipamento: Caderno de campo com o tópico guia.Locais: Diversos bairros de Ponta Grossa (PR).
GRÁFICO 1 – Gênero dos Entrevistados
Fonte: ANDRADE, B.; COLODA, T. A. 2012.
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GRÁFICO 2 – Faixa Etária dos Entrevistados
Fonte: ANDRADE, B. COLODA, T. A. 2012.
GRÁFICO 3 – Escolaridade dos Entrevistados
Fonte: COLODA, T. A., ANDRADE, B. 2012.
Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior0
5
10
15
20
25
N° de Entrevistados
20-35 36-50 51 ou mais0
2
4
6
8
10
12
14
Numero de entrevistados
60
GRÁFICO 4 – Classe Social dos Entrevistados
Fonte: COLODA, T. A. ANDRADE, B. 2012.
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Tópico Guia1- O que mais lhe chama atenção dos desfiles comemorativos de 7 de setembro na Av. Vicente Machado?2- Qual a primeira coisa que você lembra quando se fala em exército?3- Alguma pessoa de sua família prestou serviço militar?4- Qual a importância para a cidade ter o exercito presente?5- O que mais lhe chama a atenção no exército?6- a)Em relação ao exercito pontagrossense, acha que houve mudanças nas suas características nas ultimas décadas?
b)Você o considera um dos símbolos de Ponta Grossa?7- Como e/ou onde você percebe a presença do exercito/militarismo em Ponta Grossa?8- Você conhece a historia do exercito de Ponta Grossa?9- Você considera importante a preservação da história, dos equipamentos e estruturas militares?10- Quais símbolos/monumentos do exército você conhece em Ponta Grossa?
Síntese das respostas transcritas(*) citadas com alguma frequência(**) citadas com muita frequência
1- O que mais lhe chama atenção dos desfiles comemorativos de 7 de setembro na Av. Vicente Machado?Exército (**);Nada atrai (*);Desfile Geral (*);Banda;Colégios (*);Polícia;Perca de valores;Interdição a avenida;Crianças;Independência;Cavalos.
2- Qual a primeira coisa que você lembra quando se fala em exército?Disciplina (**);Defesa (**);Tanque de guerra (*);Regime militar (*);Organização (*);Nada (*);Apreensão;Nação;Farda;Guerra;Desprezo;13° BIB;Integridade;
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Sonho de ser militar;Desfile;Não cumpre obrigações;Militares.
3- Alguma pessoa de sua família prestou serviço militar?Sim (**);Não (*).
4- Qual a importância para a cidade ter o exercito presente?Segurança (**);Atrai investimentos (*);Importância para a juventude (*);Nenhuma (*);Importância Estratégica (*);Importância Geral (*);Civismo;Importância histórica;Destaque Regional;Soberania;Emprego;Preparo pessoal;Inspira confiança.
5- O que mais lhe chama a atenção no exército?Organização (**);Disciplina (**);Equipamentos (**);Autoridade (*);Imponência (*);Hierarquia (*);Soldados no desfile;História;Tropa;Desperdício de dinheiro;Estrutura;Futebol dentro do aquartelamento;Convivência coletiva;Importância para os jovens;Faxina.
6- a)Em relação ao exercito pontagrossense, acha que houve mudanças nas suas características nas ultimas décadas? Houve mudanças (**)
Justificativas citadas:− Atualmente o Exército é mais flexível;− O Exército da cidade mudou com a chegada do 3° RCC;− Atualmente o tempo de serviço militar obrigatório é menor;− O Exército evoluiu juntamente com o avanço das tecnologias;− Atualmente não existe na cidade a antiga 2ª D.L. (Divisão de
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Levantamento);− Não existem mais as festas juninas do 13° BIB.
Não houve mudanças (**).
b)Você o considera um dos símbolos de Ponta Grossa?Sim (**);Não (*);Sem resposta (*).
7- Como e/ou onde você percebe a presença do exercito/militarismo em Ponta Grossa?Desfiles (**);Quartéis (**);Bairro de Uvaranas e vila Santa Teresinha (*);Bairro de Uvaranas (*);Soldados nas ruas (*);Sem visibilidade (*);Ações Sociais (*);Veículos militares (*);Praça Duque de Caxias;Nomes de ruas e avenidas;Cidade toda;Bairros de Uvaranas e Oficinas;Sem resposta;Nos esportes;Nos deslocamentos para treinamentos;Próximo a minha casa;Na história das pessoas;Na farda.
8- Você conhece a historia do exercito de Ponta Grossa?Sim (*);Superficialmente/Pouco (*);Não (**).
9- Você considera importante a preservação da história, dos equipamentos e estruturas militares?Sim (**);Não.
10- Quais símbolos/monumentos do exército você conhece em Ponta Grossa?13° BIB (**);Praça Duque de Caxias (**);Veículos militares blindados (**);Praça do Expedicionário (**);Quartel General (*);Quartéis (*);Praças em geral (*);
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Sem resposta (*);Carro de combate blindado em frente ao 13° BIB (*);Tristão de Araripe;Armas Cruzadas;Desfile;Presença e ordem do Exército;Carro de combate blindado no quartel do bairro de Oficinas;Bandeira;Colégio General Sampaio;Brasão;Praça das Armas;Ruas com nomes de militares;Escolas com nomes de militares;Busto do Tiradentes;Monumento dos pracinhas no bairro da Ronda.
65
ANEXO II – Fotografias
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FOTOGRAFIA 11 – PLACA DA PRAÇA DUQUE DE CAXIAS
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
67
FOTOGRAFIA 12 – PRAÇA DUQUE DE CAXIAS DESTRUÍDA
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
68
FOTOGRAFIA 13 – PRAÇA DO EXPEDICIONÁRIO AO PÔR DO SOL
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
69
FOTOGRAFIA 14 – PLACA DA PRAÇA DO EXPEDICIONÁRIO
Fonte: COLODA, T.A. 2012.
70
FOTOGRAFIA 15 – PRAÇA DO EXPEDICIONÁRIO SEM BANCOS PARA SENTAR-SE
Fonte: COLODA, T.A. 2012.