Paulina Chizian1.docx

download Paulina Chizian1.docx

of 6

Transcript of Paulina Chizian1.docx

  • 7/25/2019 Paulina Chizian1.docx

    1/6

    Paulina ChizianeBalada do Amor ao vento

    Tenho saudades do meu save, das guas Azul esverdeadas do seu rio. Tenhosaudades do verde canavial balanando ao vento, dos campos de mil cores emharmonia, das mangueiras,dos cajueiros e palmares sem fm.Quem me dera voltar

    aos metagais da minha inncia, galgar sa rvores centenrias como os galagalas ecomer rutas silvestres na rescura e na liberdade da plan!cie."oi em mambone, saudosa terra residente nas margens do rio save,#ue aprendi aamar a vida e homens ."oi por esse amor #ue me perdi,para me encontrarme a#ui,nesta maalala de casa tristes,para!so de mis$ria,onde as pessoas deecam embaldes mesmo % vista de toda a gente e as moscas vivem em austo na elicidadeda terra de promiss&o.

    Tenho uma flha crescida #ue anda estuda embora j tenha estudado muito.'m diadisseme #ue a terra $ redonda.(or ora $ toda verde e l no undo tem um centrovermelho.como o mel&o.Que a terra $ a m&e da natureza e tudo suporta para parir

    a vida.)omo uma mulher.*s golpes da vida a mulher suporta no sil+ncio da terra.aamargura suave segrega um lin#uido triste e viscoso como o mel&o.-asta dar umgolpe proundo, #ue do centro vermelho eplodir um ogo mesmo igual % errup&ode um vulc&o./as #ue idei0s tristes me assolam hoje1 estou apenas em dil!rio,n&o me levem amal estou apenas recordando.estou dispersa2uma parti de mim fcou no save, outraest a#ui na maalala suja e triste, outra paira no ar,aguardando surpresas #ue avida me reserva. * pasado perseguinos e vive connosco cada presente.3er uma hist4ria interrassante5tenho as minhas d6vidas, pois afnal n&o $ nada denovo.A vida resolveu o centro do meu mundo./eu rosto choroso $ viscoso como omel&o. 7stou ezclus&o uriosa t&o igual % erup&o de um vulc&o.

    Tudo comea no dia mais bonito do mundo,beleza caracteristica do dia dedescoberta do primeiro amor.Todos os animais atrajavamse de artura,a terra erademassiado generosa. a aldeia realizava circuncis&o dos meninos j tornandosehomens.8ovens dos lugares mais remotos estavam presentes,pois n&o ha nadamelhor #ue uma esta para divers&o, eibi&o e pesca de namoricos.As mulheres atereadas giravam para c e para l no preparo do grande ban#uete.*aroma das carnes ecitava olacto,azendo crescer rios de saliva em todas asbocas,desafando es9mago ate as gengivas desdentadas imaginava um naco decarne,gordinha, terinho e sem ossos, empurado com toda a arte por uma golada deaguardante.*s homens davam a m&o a#ui e ali, en#uanto os outros preparavam

    esplanadas nas sombras dos cajueiros.*s tambores ruaram ao sinal do velhom0alo,erguindose cnticos e eclama:es.a porta da palhota abriuse deiando saircerca de vinte rapazes com aspecto plido e doentio, provocado pelas durasprovasdos rios de inicia&o.*s rapazes j tornados homens passavam entre alas como herois.As velhotasaclamavam espalhando ;ores, dinheiro e graus de milhos e as galinhas seapresavam a dedicar.7u assistia ao especulo maravilhada #uando descobri entrerapazes um novo rosto.

  • 7/25/2019 Paulina Chizian1.docx

    2/6

  • 7/25/2019 Paulina Chizian1.docx

    3/6

    * padre encheu o peito de ar,esregou os punhos e partiu para a batalha.Abriu aporta com pantap$,e %s escuras, conseguiu descobrir um vulto #ue se escondia porbaio da cama.Arremessou um soco urioso contra o rapaz,mas este perdeuse no ar.* salom&o,assustado, embrulhouse num lenol,afrmou a voz e, com ar mais inocente deste

    mundo, perguntou2* #ue se passa, senhor padre5* padre fcou ainda mais urioso.&o permitia #ue um rapazola e #uem civilizara,troaste dele.(recipitouse no escuro contra o rapaz #ue se es#uivava e este mais,gil,pregou uma rasteira e o velho caiu estrondosamente.* rapaz ugio como ovento no cora&o da noite./0ando n&o teve outro rem$dio sen&o conormavase."acilmente se adaptou aostrabalhos de rapazes da sua idade.=sarnau,diz se a terra n&o $ bela vista por estas alturas.=Dejo tudo maravilhoso.Tudo $ belo #uando as pessoas amam.=

  • 7/25/2019 Paulina Chizian1.docx

    4/6

    =Feide oerecer cem escudos, muito rap$ e o pano vermelho.

  • 7/25/2019 Paulina Chizian1.docx

    5/6

    /as #uem diria esse romance acabaria duelo5A lana caiu bem no centro nocora&o e o vencedor do eibe a arma, triuante.A sua vibrava de emo&o,consiguiu remover um empecilho e estava livre para prossiguir o seu destino.&oteria a sua raz&o5cada um de nos segue o seu destino, a#uele #ue h muito oitraada na palma da sua m&o.

    * ogo crepitava danando a musica do vento,elevando as laberadas at$ %s altura.Todos ao habintas do sul recolheram aos seus ninho conortveis, eu f#uei sozinhoe perdido, decheime chorar,chorar.A 7ni pressagiou este fm e disseme tantas vezes para eu deiar o m0ando,maiscomo podia eu dizer n&o % voz de cora&o5Tudo para mim $ desespero2gargalha dasestrelas, o pior dos mochos,o marulhar das ondas ao luar,a dana do ogo,tudo meintrestece.Hostaria de desaparecer da superfcio da terra mergulhar nas guasproundas do indico, arrastada pela minhas magoas.7u #uero morrer, voumorrer,assim o amor e o 4dio jamais pertubar&o o meu repouso.Atirarme ao mar5nunca.subirei ao cimo do imbondeiro e,#uando a primeira corujacantar atirarme Cei ao ch&o,rebentando coco no meu c$rebro.3emearme&o em terra negra na melodia dos galos da alvorada, serei regada delgrimas e germinarei antasma.atirarme do alto tambem n&o.(refrome aundarme nas aguas paradas da lagoa e ser psto dos peie1 o meu sangue ir rementaras proundesas para #ue as algas cresam mais bem nutridas.A passo tr9pego mergulhei na escurid&o da palhota estendeime,meia morta,nasesteira de palhas as vezes da noite embalaram a minha angustia,adormecitristonha, mergulhando em seguida num sonho delecioso.Dime numa paisagem de valas e montanhas rvores majestosas #ue acasalavamcom trepadeiras de olhas largas.'ma paisagem do amor em #ue todos os seres seharmonisava ao sabor da liberdade,onde at$ as ra!zes abandonavam os creceres

    de area para abalanar ao resco debaio dos braos m6ltiplos das egueiras asaguas dos vales serpenteava em sincronismo com a suavidade das brisas en#uantoos bambus balanavam em contradana./0ando estava sentada a meu lado naertenidade do tapete de relva.A aproima&o do seu corpo adolescente levoume ao mundos das ilus:esincontestvei, maraviha do sonho e da antasia.(ronuciava o seu nome pelacent$sima vez #uando acordei bruscamente.Amanh& nasceu ornamentada de sol,com pssaros alegres,vento resco eborboletas coloridas,t&o igual a todas as outras desde os tempos do primeiro osol.Igual as todas as outras n&o, por#ue era 6ltima.* sol era mais dourado,os

    campos perumad!ssimos,as guas de azul !mpar e as borboletas mais garridas.Bancei olhares de despidida a todas coisas,tudo me inspirava para partida esuspirei2Quero levar aos habitantes das trevas e mais bela imagem do reino do sol.)aminhei nas nuvens, radiante,ondulante,at$ % beira do lago.mais uma vez disseadeus a todas as coisas. /ergulhei nas guas paradas #ue giraram de mansinho %volta dos meus p$s ecaminhei decidida.

  • 7/25/2019 Paulina Chizian1.docx

    6/6

    * lago subiume at$ aos ombros,at$ aos mailares,hesitei uns instantes e re;ectirpido2 vou,#uero morer,#uero ser antasma aturmentar esse /0ando em todas asnoite da lua cheia.* sol caminhava rpido para leito animal pelo ritmo ataba#ues.* tant& embreigavaainda mais as gentes j inebridas pelo alcool,e as mulheres,agrupadas num

    c!rculo,moviamse etasiadas,batendo palmas,aumentando o dil!rio com vozesrouenhas,descompassadas,e, no centro da roda, outras tantas anestesivamse nadana,ausentadose davida e do mundo.Alegria j ultrapassava a auge #uando aminha tia ordenou uma pausa.A ante&o de todos oi concetrada num grupo de mulheres trajadas de capulanasvermelhoesntapada e blusas brancas #ue cochichavam num canto em gesto deconspira&o.