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Fundamentos do Ensino de Geografia Teóricos e Práticos Paulo César Medeiros 2010

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Fundamentos

do Ensino de GeografiaTeóricos e Práticos

Paulo César Medeiros

2010

IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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M488f Medeiros, Paulo César. / Fundamentos Teóricos e Práticos do Ensino de Geo- grafia. / Paulo César Medeiros. 2. ed.— Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2010.

280 p.

ISBN: 978-85-387-0893-3

1. Geografia. 2. Ensino médio. 3. Educação e ensino. I. Título.

CDD 372.7

Doutorando, Mestre e Graduado em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor de Geografia na rede pública e Metodologia do Ensino da Geografia na rede privada de educação superior.

Paulo César Medeiros

Sumário

A ciência da Terra ...................................................................... 13

Por que ensinar a Geografia? ................................................................................................ 13

O encolhimento do planeta Terra ........................................................................................ 15

A crise socioambiental e as Ciên cias Humanas .............................................................. 18

A Geografia no século XXI ...................................................................................................... 20

A sistematização do saber geográfico .............................. 31

A evolução da Geografia......................................................................................................... 31

As escolas de Geografia .......................................................................................................... 33

Os princípios fundamentais da ciência geográfica ....................................................... 36

Grandes conceitos da Geografia .......................................................................................... 36

Ser humano: o construtor do espaço ................................ 51

O nascer da humanidade ....................................................................................................... 51

O trabalho humano .................................................................................................................. 53

As técnicas de produção ......................................................................................................... 56

O espaço humanizado ............................................................................................................. 57

O espaço vivido e o espaço percebido ............................. 67

O indivíduo e as instituições sociais ................................................................................... 67

A percepção do espaço ........................................................................................................... 69

A cognição do espaço.............................................................................................................. 70

O lugar e o poder da identidade.......................................................................................... 71

O espaço representado .......................................................... 83

O que é uma representação? ................................................................................................ 83

A produção/representação do espaço .............................................................................. 84

As representações e o contexto social............................................................................... 86

A Geografia das representações .......................................................................................... 87

O ensino de Geografia e os Parâmetros Curriculares .. 99

A Geografia e a Educação Infantil ........................................................................................ 99

A Geografia no primeiro ciclo .............................................................................................102

A Geografia no segundo ciclo.............................................................................................103

Construindo um sistema avaliativo ..................................................................................105

O ensino de Geografia e os Temas Transversais ..........121

A ética e a pluralidade cultural ...........................................................................................121

A saúde e o meio ambiente .................................................................................................122

Geografia e educação sexual ..............................................................................................123

Geografia, trabalho e consumo ..........................................................................................124

O eu e o outro ..........................................................................137

Justificativa ................................................................................................................................137

Objetivos ....................................................................................................................................138

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................138

Fontes de pesquisa .................................................................................................................140

Avaliação ....................................................................................................................................140

Explorando o espaço da escola .........................................151

Justificativa ................................................................................................................................151

Objetivos ....................................................................................................................................152

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................152

Fontes de pesquisa .................................................................................................................154

Avaliação ....................................................................................................................................155

Conhecendo os lugares .......................................................165

Justificativa ................................................................................................................................165

Objetivos ....................................................................................................................................166

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................166

Fontes de pesquisa .................................................................................................................169

Avaliação ....................................................................................................................................169

O trabalho e a organização do espaço ...........................179

Justificativa ................................................................................................................................179

Objetivos ....................................................................................................................................180

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................180

Fontes de pesquisa .................................................................................................................183

Avaliação ....................................................................................................................................183

A natureza e suas dinâmicas ..............................................193

Justificativa ................................................................................................................................193

Objetivos ....................................................................................................................................194

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................194

Fontes de pesquisa .................................................................................................................197

Avaliação ....................................................................................................................................197

O campo e a cidade ...............................................................209

Justificativa ................................................................................................................................209

Objetivos ....................................................................................................................................210

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................210

Fontes de pesquisa .................................................................................................................213

Avaliação ....................................................................................................................................214

Atividades produtivas ...........................................................227

Justificativa ................................................................................................................................227

Objetivos ....................................................................................................................................228

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................228

Fontes de pesquisa .................................................................................................................231

Avaliação ....................................................................................................................................231

A cultura e os grupos sociais ..............................................241

Justificativa ................................................................................................................................241

Objetivos ....................................................................................................................................242

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................242

Fontes de pesquisa .................................................................................................................245

Avaliação ....................................................................................................................................245

O espaço geográfico brasileiro ..........................................253

Justificativa ................................................................................................................................253

Objetivos ....................................................................................................................................254

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................254

Fontes de pesquisa .................................................................................................................257

Avaliação ....................................................................................................................................257

O espaço geográfico mundial ............................................265

Justificativa ................................................................................................................................265

Objetivos ....................................................................................................................................266

Procedimentos metodológicos ..........................................................................................266

Fontes de pesquisa .................................................................................................................269

Avaliação ....................................................................................................................................269

Anotações .................................................................................279

Apresentação

O ensino da Geografia na educação básica possibilita reflexões e ações siste-matizadas dos educandos sobre o espaço vivido, desse modo, o saber geográfi-co contribui para o desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança diante da sociedade e do seu ambiente. Para a realização dessa aprendizagem o professor tem como possibilidades, além da fundamentação teórica, as práticas e procedimentos didático-pedagógicos, associadas aos conteúdos curriculares dos anos respectivos a que se destinam.

O convívio com a família, os grupos de amigos, a religião, os esportes, o lazer e, principalmente, com a comunidade escolar, são fundamentais para a forma-ção de valores de solidariedade e para o fortalecimento da identidade espacial. É a partir dos laços afetivos que as crianças têm com outras crianças e com os adultos, que se inicia o processo de investigação do mundo. O reconhecimento das semelhanças e diferenças entre as pessoas contribui para o esclarecimento e enriquecimento de si própria.

A escola e seu entorno representam as primeiras referências socioespaciais, os elementos culturais e naturais que permitirão o desenvolvimento do trabalho educativo, o descobrimento dos lugares e a prática com as referências espaciais. É fundamental que o educador tenha uma participação ativa na construção do saber e, principalmente, que ele garanta ampla participação dos educandos nesse processo, tendo como premissa básica a formulação de uma visão crítica do trabalho na escola e fora dela.

O presente estudo busca uma abordagem plural da Geografia, consideran-do as principais abordagens do pensamento contemporâneo, os grandes con-ceitos, métodos e técnicas aplicados ao ensino básico. A valorização do espaço vivido, percebido e representado pela criança permite ao educador estimular o sentimento de identidade e reforça os laços sociais e ambientais, tanto quanto garante a aprendizagem espacial.

Bons estudos!

Paulo César MedeirosVivemos num mundo conquistado, desenraizado e transformado pelo titânico

processo econômico e tecnocientífico do desenvolvimento do capitalismo, que dominou

os dois ou três últimos séculos. Sabemos, ou pelo menos é razoá vel supor, que ele não

pode prosseguir ad infinitum. O futuro não pode ser uma continuação do passado, e há

sinais, tanto externamente quanto internamente, de que chegamos a um ponto de crise

histórica. As forças geradas pela economia tecnocientífica são agora suficientemente

grandes para destruir o meio ambiente, ou seja, as fundações materiais da vida humana.

As próprias estruturas das sociedades humanas, incluindo mesmo algumas das funda-

ções sociais da economia capitalista, estão na iminência de ser destruídas pela erosão do

que herdamos do passado humano. Nosso mundo corre o risco[...] Se tentarmos construir

o terceiro milênio nessa base, vamos fracassar. E o preço do fracasso, ou seja, a alternativa

para uma mudança da sociedade, é a escuridão.

(HOBSBAWN, 1995, p. 562)

Por que ensinar a Geografia?As diferentes nações mundiais vivem momentos de angústia e medo,

as notícias que circulam nos meios de comunicação apresentam um cenário de catástrofes e terror. O início do século XXI vê suas primeiras marcas históricas registradas nas sucessões de atentados terroristas inter-nacionais. As tecnologias usadas, que atualmente permitem monitorar o mundo em tempo real, ofereceram aos telespectadores de todo o mundo as cenas instantâneas. O tempo e o espaço são continuamente desafiados pela maximização das redes eletrônicas.

Simultaneamente, a humanidade defronta-se com limitações para sa-tisfação das necessidades básicas de existência e a divisão internacional do trabalho e dos recursos naturais distanciou milhões de pessoas da possibi-lidade concreta da emancipação humana. Nesse sentido, observa-se um amplo esforço das Ciências Naturais e Humanas, principalmente no final do século XX, em buscar respostas e em estimular ações concretas que permi-tam aos indivíduos libertar-se da alienação socioespacial, superando-a.

A ciência da Terra

14

A ciência da Terra

Paulo Freire nos ensinou que o ser humano só tem as possibilidades de par-

ticipar ativamente na história, na sociedade e na transformação da realidade se

for auxiliado a tomar consciência da realidade e de sua própria capacidade para

transformá-la. O indivíduo não pode lutar contras as forças que não compreende,

a não ser que descubra que ele pode. Essa conscientização coloca o primeiro ob-

jetivo da educação que é “antes de tudo provocar uma atitude crítica, de reflexão,

que comprometa a ação”.

O conhecimento empírico do espaço é o primeiro estágio de desenvolvimen-

to humano, servindo como fornecedor das primeiras referências espaciais para o

conhecimento do ambiente vivido, o qual terá de desvendar durante toda a sua

vida. Basta lembrar como o trajeto que fazemos de nosso trabalho até nossa casa

está armazenado em nossa memória. Assim também estavam nos primeiros hu-

manos, que memorizavam seu ambiente e retornavam às cavernas após horas

de caça em campo aberto ou nos bosques, em longas distâncias.

No entanto, o ser humano levou milhares de anos para sistematizar suas re-

flexões sobre as informações espaciais, criar os primeiros sistemas matemáticos

para referenciar o espaço terrestre e organizar uma descrição da superfície pla-

netária. Há pouco mais de cem anos, nas universidades europeias, constitui-se a

cadeira de Geografia, e de lá para cá essa disciplina é ensinada e promovida nas

sociedades contemporâneas.

Ao iniciarmos o estudo da Geografia temos de ter a clareza de estarmos tra-

tando de assuntos pertinentes ao ser humano e que este é sujeito ou objeto da

construção do espaço, dependendo de seu grau de consciência. Assim, quando

apresentamos a importância do estudo da Geografia para as crianças, estamos

depositando esforços na construção de um espaço geográfico mais humano, crí-

tico e solidário.

A ciência da Terra

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O encolhimento do planeta Terra

Antes mundo era pequeno

Porque Terra era grande

Hoje mundo é muito grande

porque Terra é pequena

Do tamanho da antena

Parabolicamará

Ê, volta do mundo, camará

Ê, ê, mundo dá volta, camará

Antes longe era distante

Perto só quando dava

Quando muito ali defronte

E o horizonte acabava

Hoje lá trás dos montes

Den’de casa, camará

Ê, volta do mundo, camará

Ê, ê ,mundo dá volta, camará

De jangada leva uma eternidade

De saveiro leva uma encarnação

Pela onda luminosa

Leva o tempo de um raio

Tempo que levava Rosa

Pra arrumar o balaio

Quando sentia que o balaio ia

escorregar, Ô volta do mundo, camará

Ê, ê mundo dá volta, camará

[...]

GIL, Gilberto. Unplugged [CD].

Warner Music Brasil, 1994, faixa 10.

ParabolicamaráGilberto Gil

Antes do processo de mundialização das relações capitalistas de produção, a humanidade estava dividida em diferentes mundos, cada qual correspondendo ao espaço geográfico construído por seus ancestrais. Povos europeus, asiáticos, árabes, tupis, incas, astecas, africanos e tantos outros.

16

A ciência da Terra

Com o início das atividades mercantilistas do século XV, por meio de grandes rotas marítimas, inicia-se um novo processo de conhecimentos sobre a superfí-cie do planeta.

Vejamos a figura a seguir que sugere o encolhimento do mapa do mundo de acor do com as capacidades técnicas de deslocamento humano na superfície terrestre.

1500-1840

1850-1930

Anos 1950

Anos 1960

A melhor média de velocidade das carruagens e dos barcos a vela era de 16km/h.

As locomotivas a vapor alcançavam em média 100km/h; os barcos a vapor, 57km/h.

Aviões a propulsão: 480-640km/h.

Jatos de passageiros: 800-1 100km/h.

O EncOlhimEntO dO mapa-múndi

(MO

REIR

A; S

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200

0, p

. 11)

A ciência da Terra

17

Após um longo processo de mundialização das relações capitalistas, percebe-mos que o conhecimento do planeta atingiu níveis de precisão elevados. Basta compararmos as imagens apresentadas por car tó gra fos ao longo dos tempos pa ra confirmar como o conhecimento da superfície planetária evoluiu.

Dom

ínio

Púb

lico.

MOREIRA; SENE, 2000, p. 11. Mapa reproduzido em 1456 com base no original do século XII, feito pelo cartógrafo árabe Al-Idrissi. Era comum os árabes construírem seus mapas invertidos em relação ao que estamos acostumados hoje, colocando o sul na parte de cima.

Dom

ínio

Púb

lico.

MOREIRA; SENE, 2000, p. 11. Mapa elaborado em 1508, por Francesco Rosseli, um car-tógrafo florentino. Esse foi o primeiro mapamúndi da história da cartografia, ou seja, o primeiro a mostrar o planeta inteiro.

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A ciência da Terra

A crise socioambiental e as Ciên cias Humanas

Nos anos 1980, o relatório Nosso Futuro Comum demonstra que o modelo de desenvolvimento capitalista, empreendido em profundidade no final do século XX, teve como principais consequências a morte de milhões de humanos, pela fome, por acidentes químicos e nucleares. Cerca de 60 milhões de pessoas, sendo a maioria crianças, mortas por doenças relacionadas à água contaminada e pela desnutrição.

Diante da crise ambiental, anun-ciada oficialmente pelas últimas grandes conferências de meio am-biente e desenvolvimento e pelos documentos que delas derivaram, surge a necessidade de se educar os cidadãos para a racionalida-de do uso dos recursos naturais. A educação apresenta-se como a principal alternativa e difunde-se como um novo modelo de abordagem pe-dagógica para a formação social.

Dentre os primeiros trabalhos voltados às relações socioambientais huma-nas, merecem ser citados autores como Thomas Huxley, que em 1863 escreveu sobre as interdependências entre os seres humanos e os demais seres vivos em seu ensaio Evidências sobre o Lugar do Homem na Natureza. George P. Marsh em sua obra, O Homem e a Natureza, analisou as causas do declínio de civilizações antigas a partir da ação humana; Aldo Leopoldo publicou em 1949, A Sand Coun-try Almanac, em que discutiu uma ética de usos dos recursos da Terra. Em 1962, Rachel Carson em seu livro Primavera Silenciosa, apresenta um estudo sobre a perda da qualidade de vida produzida pelo uso indiscriminado e excessivo dos produtos químicos e os efeitos dessa utilização sobre os recursos ambientais.

A formação do Clube de Roma1, em 1968, inicia um movimento para discutir a crise planetária e publica em 1972, The Limits of Growth, denunciando que “o crescente consumo mundial levaria a humanidade a um limite de crescimento 1 Em 1968, foi rea li zada em Roma uma reunião de cien tistas dos países desenvolvidos para dis cutir o consumo e as re servas de recursos natu rais não reno váveis, o cres cimento da população mundial até meados do século XXI. Dessa reunião foi publicado o livro Li mi tes do Crescimento (São Paulo: Perspectiva, 1978), que foi durante muitos anos uma refe rência internacional às políticas e projetos. Os intelectuais latino-ame ricanos, no entanto, liam nas entrelinhas do docu mento a indicação de que, para se conservar o padrão de consumo dos países industrializados, era necessário controlar o crescimento da população dos países pobres. (REIGOTA, 1994)

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Imagem do planeta Terra feita pelo satélite GOES em novembro de 1992.

A ciência da Terra

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e possivelmente a um colapso”. Nesse mesmo ano, a realização da Conferência da ONU sobre o ambiente humano, realizada em Estocolmo – Suécia, marca um novo momento da questão socioambiental. Na Declaração sobre o Am-biente Humano2, foi estabelecido o Plano de Ação Mundial, com o objetivo de “inspirar e orientar a humanidade para a preservação e melhoria do ambiente humano”.

Em 1975, a Carta de Belgrado3 indicava a necessidade de uma nova ética global, com a finalidade de estabelecer meios para a erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e dominação humanas, apontando e censurando as nações que se desenvolvem sob a exploração de outras.

Em 1977, realizou-se em Tiblisi – Geórgia (ex-URSS) – a Primeira Conferên-cia Intergovernamental sobre Educação Ambiental, promovida pela UNESCO, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Essa conferência constituiu-se no início da estruturação de um Pro-grama Internacional de Educação Ambiental; apontou para que os Estados membros incluam em suas políticas de educação medidas que visem a incor-poração de conteúdos, de diretrizes e atividades ambientais a seus sistemas; convidou as autoridades de educação a intensificar seus trabalhos de reflexão, pesquisas e inovação a respeito da Educação Ambiental; solicitou o intercâm-bio de informações e experiências e solicitou à comunidade internacional que ajude a fortalecer essa colaboração, em uma esfera de atividades que simbo-lize a necessária solidariedade de todos os povos e que possa ser considerada como particularmente alentadora para promover a compreensão internacio-nal e a causa da paz.

Em nível internacional, dois eventos marcam o final dos anos 1990. A publi-cação do relatório chamado Nosso Futuro Comum (abril 1987), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU e o Con-gresso Internacional sobre Educação e Formação Ambientais (agosto 1987), re-alizado em Moscou.

A conferência realizada no Rio de Janeiro em 1992 foi, sem dúvida, um marco no final do século XX. Mais de 170 países estiveram debatendo temas de impor-tância mundial. Esse trabalho resultou na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, nas Convenções da Biodiversidade, da Mudança do Clima, o Protocolo de Florestas, o Direito Internacional e o Desenvolvimento Sustentável.

2 O grande tema em discussão na Conferência foi a poluição ocasionada, principalmente, pelas indústrias. O Brasil e a Índia, que vi viam na época “milagres econômicos”, defenderam a ideia de que “a poluição é o preço que se paga pelo progresso”. (REIGOTA, 1994)3 Em Belgrado, na então Iugoslávia, em 1975, foi realizada a reunião de especialistas em Educação, Biologia, Geo grafia e História, entre outros, definindo-se os objetivos da educação am bien tal, publicados no que se convencionou chamar de “Carta de Belgrado”. (REIGOTA, 1994)

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A ciência da Terra

A Geografia no século XXIAs democracias do século XXI serão cada vez mais confrontadas com o gi-

gantesco problema decorrente do desenvolvimento em que ciência, técnica e burocracia estão intimamente associadas. Essa enorme máquina que domina a informação internacional não produz apenas conhecimento e elucidação, mas produz também ignorância e cegueira.

Os avanços disciplinares das ciências não trouxeram apenas as vantagens da divisão do trabalho, trouxeram também os inconvenientes da hiperespacia-lização ou globalização. Com o parcelamento do saber, cada vez mais domina-do pelos técnicos especialistas, o saber universal fica cada vez mais distante da ampla maio ria da população.

O espaço social apresenta-se como uma organização que se adapta e evolui sem cessar seus efeitos, esse espaço socialmente construído constitui-se numa unidade, um território onde a organização e o funcionamento decorrem das re-lações socioespaciais que o animam.

Podemos pensar, então, em um sistema espacial como o produto de decisões dos atores. Nesse sentido, a Geografia deve preocupar-se com a análise de algu-mas questões, tais como:

Os processos da construção do espaço e da organização espacial como �resultado dos diferentes grupos de indivíduos que compõem cada socie-dade.

As transformações no espaço sofrem uma construção contínua de cada �sociedade que o habita.

O ser humano como indivíduo ou sociedade de seres humanos atuam �como atores do espaço.

As decisões são tomadas mediante a racionalidade econômica dentro de �todas as sociedades, assim o espaço percebido é julgado, valorizado, inte-riorizado e reformulado em cada momento histórico.

Pensar em ensinar Geografia para as gerações do futuro significa refletir sobre as múltiplas dimensões dos indivíduos: antropológicas, biológicas, psico-lógicas, sociológicas, históricas e geográficas. O espaço geográfico é o reflexo de sua sociedade e nele encontramos as marcas das diversas humanidades. O educador-cidadão é um ator primordial na construção dos saberes que alimen-

A ciência da Terra

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O papel e o valor do ensino da Geografia(MONBEIG, 1957)

[...]

Em todas as séries escolares, mas, sobretudo nas primeiras, o professor de Geografia deve procurar desenvolver nos alunos o espírito de observação e de precisão. O resultado é facilmente obtido acostumando-se a criança a examinar e explicar com atenção um mapa, por mais simples que seja uma figura, uma projeção fotográfica. O aluno deve ser exercitado progressivamente na localiza-ção precisa e na descrição do documento que lhe é apresentado. Não seria con-veniente que esse documento fosse muito científico e complicado. O professor deve, ao contrário, limitar-se ao menos no começo, a oferecer somente mapas e figuras muito simples, pedindo aos alunos que descrevam primeiro os principais elementos. Somente depois disso poderá passar às minúcias e finalmente será possível tentar fazer os alunos descobrirem e exporem as relações existentes entre os diferentes fatos anteriormente conhecidos, descritos e identificados.

A tarefa é modesta; alguns a julgarão mesmo excessivamente modesta; e a tacharão de pueril. Isso porque se esquecem de sua própria infância e não sabem que um aluno das primeiras séries ginasiais possui ainda uma extraor-dinária juventude intelectual e suas faculdades de raciocínio são ainda extre-mamente limitadas. Nesse grau de ensino, o papel do professor de geografia assemelha-se ao do professor de línguas, que ainda não pretende de seus alunos comentários literários, mas pede-lhes sobretudo exercícios de redação elementares, descrições, narrativas. Ora, o menino dotado mais de imaginação do que de raciocínio, presta atenção às coisas pequenas, aos pormenores secundários, negligenciando as grandes linhas e raramente sendo capaz de abranger o conjunto à primeira vista. É portanto nesse sentido que se deve dirigi-lo, levando-o progressivamente a adquirir uma visão de conjunto com-pletada pela precisão da descrição.

tarão os discursos e quem sabe as ações das novas gerações. Para tal, é funda-mental que construa uma base teórica ampla que permita dialogar com muitas disciplinas específicas e estabeleça um vínculo com o espaço vivido pelos atores do processo educacional.

Texto complementar

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A ciência da Terra

Uma boa carta mural, uma fotografia escolhida com inteligência e projeta-da para a classe, ou, na sua falta, as ilustrações dos bons manuais de Geogra-fia, prestam-se facilmente a esse gênero de exercícios. Não é necessário dizer que esse treinamento não deve ser reservado exclusivamente aos alunos mais novos. Convém adotá-lo até nas últimas classes colegiais, atual Ensino Médio.

Para evitar a monotonia e, aproveitando o crescente amadurecimento intelectual dos alunos, os professores apresentarão documentos mais com-plexos e procurarão obter observações cada vez mais agudas. Conhece-se o bom professor pela sua arte em graduar as dificuldades e em saber adaptar o ensino à idade mental e à qualidade de seus alunos. Não só a faculdade de observação aproveita o ensino da Geografia, mas também ao espírito crítico, pois o jovem interrogado sobre uma carta ou uma fotografia é obrigado a escolher entre o essencial e o secundário. Aprende assim a raciocinar com método e a exercitar-se na escolha dos dados apresentados à sua observa-ção. Ao mesmo tempo sua mente habitua-se a reconhecer as relações entre os fatos. Relações muito simples no começo; por exemplo, entre um certo clima e certa produção vegetal; depois, relações mais complexas que não são exclusivamente de causa e efeito, mas que ensinam que nem tudo é um jogo de ações recíprocas. Chega-se assim, muito devagar, e sempre com a grande preocupação de não ter excessiva ambição nem de fazer ciência, a apresen-tar a compreensão dos alunos [a] complexos geográficos que eles só podem compreender por meio de um trabalho de raciocínio crítico. Em tudo isso o professor fugirá como da peste do uso de termos eruditos e excessivamente técnicos; não convém que fale de “complexo geográfico”, a menos que sinta sua classe em condições de perceber o valor filosófico do conceito.

O professor de Geografia no curso secundário tem obrigação de ser muito prudente e de não pretender pensar em preparar pequenos geógrafos. Sua posição é a mesma de todos os professores de ginásio, cuja missão não é recrutar especialistas desta ou daquela matéria, mas colaborar com todos os seus colegas na formação de mentes capazes de pensar e de criticar.

Finalmente, o ensino da Geografia desenvolve o senso do tempo e ajuda a compreender a noção da evolução. Relevo, solos, gêneros de vida, modos de ocupação do solo, correntes de comércio, potência das nações, tudo evolui, e cada capítulo de um curso de Geografia consigna essa constante transfor-mação, indicando-lhe simultaneamente os fatores e as consequências. Esse aspecto da Geografia, portanto, ressalta que o ensino bem feito dá aos jovens

A ciência da Terra

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o senso da realidade e ao mesmo tempo o da evolução. Pode ajudá-los a se compenetrarem de sua posição exata na curva do tempo; de herdeiros do passado e germes do futuro. Resultado esse obtido não por meio de frases e discursos que os jovens não escutariam ou de que pouco se lembrariam, mas por fatos exatos cuja lição aparece automaticamente. Tanto mais que os alunos estão numa idade em que fazem questão de ser modernos e realistas.

Senso de realidade, sentimento de evolução, compreensão da complexi-dade das relações não são apenas aquisições da inteligência, mas poderosos auxiliares que positivam as qualidades morais. Outro aspecto favorável do ensino geográfico moderno deve agora prender nossa atenção: seu valor no ensino cívico e moral. Jovens alunos ou alunas de colégio estão em vésperas de se tornarem cidadãos, eleitores num grande país moderno. Ao se depa-rarem com os problemas do país, esses jovens cidadãos devem ter, quando não uma opinião definitiva, ao menos uma ideia de sua importância. Não se concebe que o ensino, a que compete preparar os homens, não seja igual-mente uma escola de cidadãos. Outros professores, além dos de Geografia, contribuirão para formá-los. Será prova de imperialismo geográfico pergun-tar-se se não cabe ao geógrafo a parte essencial desse preparo cívico?

Um jovem brasileiro aprenderá na aula de Geografia o que é o problema das secas ou a questão do esgotamento dos solos, pois o ensino da Geografia Física e o da Geografia do Brasil darão ao professor a oportunidade de discuti-los. As aulas de Geografia Humana serão outras tantas ocasiões para facilitar o conhecimento dos problemas de imigração, de colonização, de dispersão ou de agrupamento de populações. Serão conhecidos na aula de Geografia todos os tipos humanos do Brasil, não como temas literários, mas como seres vivos em meios naturais definidos, representando papéis definidos na vida social do país, exercendo atividades econômicas diversas na economia nacional.

A eficácia da Geografia Econômica não será menor. Certamente não se trata dessa caricatura de geografia econômica que consistia em enumerar os países e seus produtos, classificando-os por ordem de grandeza, como o locutor que proclamasse os resultados duma corrida de cavalos. Referi-mo-nos a uma geografia econômica explicativa que, estreitamente ligada à realidade, indique problemas e tendências. Não havendo tal ensino, e não sendo dado por professor adequadamente preparado, então onde, quando e como o jovem cidadão apreenderá o que é o problema de industrialização do Brasil, em que consiste seu comércio exterior, do qual depende tão de

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A ciência da Terra

perto seu nível de vida? Onde, quando e como conhecerá algo a respeito da economia de outros países, das rivalidades econômicas, dos aspectos do mundo que condicionam a vida de cada nação?

Convém que o ensino acompanhe as transformações do globo. Outrora talvez à Geografia não coubesse ação tão relevante na formação do futuro cidadão, pois os problemas políticos possuíam então a importância que atu-almente adquiriram as questões econômicas. Os cidadãos dos vários países não se manifestavam, como em nossos dias, por meio do voto, cujas conse-quências podiam influir na evolução das economias de modo tão decisivo. Para um mundo moderno convém um ensino moderno e a Geografia é uma interrogação permanente do mundo. A evolução do ensino da Geografia, nesse sentido, é facilitada pelos contatos de todo o gênero que tem a moci-dade com os problemas de nossos dias. A conversação em família, o rádio, a televisão, os jornais, as atualidades cinematográficas mergulham os jovens, e as vezes até as crianças, nesse banho cotidiano de inquietação, pelo menos no que se refere aos debates econômicos. Não é difícil ao professor aprovei-tar-se disso para animar o seu ensino. Os alunos encontrarão aí uma prova de que a vida não para na porta da classe, que deixará de ser um meio arti-ficial. A ânsia de viver dos jovens ajusta-se mal ao divórcio entre a rua e sua agitação e a escola que se esclerosa. Eles adquirem uma espécie de desprezo protetor pelos mestres que vivem fora do tempo e seu realismo os afasta do esforço intelectual que podem, de pleno direito, confundir com meros jogos de espírito. Acrescentemos que é desejável que o ensino venha esclarecer e ordenar a confusão que as informações diretas criam nos cérebros jovens.

A Geografia encontra no ensino cívico sua função de representar o mundo de que é detentora, na qualidade de trabalho intelectual. Daí o seu valor moral, pois, contribuindo para a compreensão do mundo, revela tudo o que une os homens: é uma lição de solidariedade humana. Nem só os dife-rentes aspectos da economia brasileira devem ser ensinados, mas também, ao jovem gaúcho, como vive, como luta seu irmão sertanejo nordestino; o jovem carioca ou paulista deve ser levado para fora da atmosfera urbana a fim de conhecer e sentir a vida de seus patrícios, colonos de fazendas ou pescadores amazonenses. Uma aula sobre o algodão nos Estados Unidos ou sobre a Índia moderna, uma exposição sobre o equipamento industrial europeu, ensinam mais a respeito da unidade do mundo de que todas as homílias tradicionais.

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Dica de estudoO site da TVE Brasil <www.tvebrasil.com.br> apresenta textos e temas de

apoio para o ensino da Geografia e da História, produzidos pelo programa Salto para o Futuro. Está disponível desde 2001 e acessível aos educadores como com-plementação de seus estudos sobre metodologias e práticas pedagógicas.

Atividades1. A partir da leitura da música “Parabolicamará”, que está na aula, elabore uma

análise relacionando-a com a tecnologia contemporânea e suas implicações sobre o conhecimento do planeta Terra.

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2. Leia “O papel e o valor do ensino da Geografia” e elabore um texto sobre as opiniões deste autor sobre o ensino da Geografia nos anos iniciais.

3. Leia o texto a seguir, reflita e elabore uma conclusão sobre Geografia e seu papel na formação escolar.

Pensar em ensinar Geografia para as gerações do futuro significa refle-tir sobre as múltiplas dimensões dos indivíduos: antropológicas, biológicas, psicológicas, sociológicas, históricas e geográficas. O espaço geográfico é o reflexo de sua sociedade e nele encontramos as marcas das diversas humani-dades. O educador cidadão é um ator primordial na construção dos saberes que alimentarão os discursos e quem sabe as ações das novas gerações.

(MEDEIROS, 2001)

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VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Gabarito1. O aluno deverá relacionar as atuais tecnologias de comunicação, transporte

e informação com a possibilidade de conhecimento do planeta, associando os conhecimentos desenvolvidos nesta aula.

2. A resposta deve relacionar as atitudes dos professores de Geografia para desenvolver nos alunos o espírito de observação e de precisão. Orientar os alunos no exame e explicação, da localização precisa e descrição dos mapas, descobrir e expor as relações existentes entre os diferentes fatos anterior-mente conhecidos, descritos e identificados.

3. A resposta deve ressaltar o papel do ensino da Geografia na formação do cidadão crítico, capaz de perceber múltiplas dimensões de seu espaço geo-gráfico e aprimorar sua reflexão e ação diante da realidade em que vive.