Paulo freire, educação para a mudança (versao do Zumbi)

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PAULO FREIRE Educação para a mudança A presente obra encontra-se licenciada sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported. Para visualizar uma cópia da licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ ou mande uma carta para: Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California, 94105, USA.

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Essa é a versão que foi utilizada no 1° Encontro de Formação do Pré-vestibular Popular Zumbi dos Palmares, em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, em dez/2010.Mais informações: http://zumbidospalmares-cp.blogspot.com/

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PAULO FREIREEducação para a mudança

A presente obra encontra-se licenciada sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported. Para visualizar uma cópia da licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ ou mande uma carta para: Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California, 94105, USA.

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PLANO Motivação A proposta

DiálogoTemas geradores

A práticaConteúdo

programático dialógico

Aula dialógica Discussão

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MOTIVAÇÃO

De onde vem essa proposta?

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MOTIVAÇÃO Contradição fundamental na sociedade: Relações

de opressão Opressores X Oprimidos Prejudica tanto oprimidos como também opressores

Superação da contradição Deve partir dos oprimidos Não é apenas dar poder aos oprimidos, mas mudar a

estrutura de opressão Do contrário apenas transformamos o oprimido em opressor

Depende de uma práxis revolucionária A práxis do educador deve:

levar os oprimidos a refletirem criticamente sobre sua opressão

Engajá-los na lutaEngajá-los na luta

Práxis

TEORIA PRÁTICA

Conceito marxista que se refere à uma atuação teórica e prática para transformar a realidade. Com isso Marx foge do idealismo e do materialismo ingênuo.

"[...] é ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo“

(Freire em Pedagogia do Oprimido, p.40)

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A PROPOSTA

Educação libertadora? Educação emancipadora? Educação transformadora? Educação problematizadora? Educação

dialógica!

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O DIÁLOGO: A DINÂMICA DA EDUCAÇÃO LIBERTADORA É mais que “uma conversação estabelecida entre duas ou

mais pessoas” (Wikipedia) Encontro de seres humanos mediatizados pelo meio É mais que falar, é práxis

“Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar.” (Pedagogia do Oprimido, p. 90)

Ao dialogar sobre o mundo tomo consciência nele, consciência que me mobiliza a mudá-lo

Não mudo o mundo sozinho. Preciso dialogar com os outros É horizontal: Não há diálogo onde há opressão É a conquista do mundo, não do outro É uma criação conjunta

Não é depósito de idéias de um noutro (monólogo) Não é troca de idéias

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EDUCAÇÃO DIALÓGICA X EDUCAÇÃO BANCÁRIA Nossa educação é bancária

Conteúdos são narrados, não problematizados São colocados como estáticos: Como as coisas são, não como poderiam ser,

ou como poderiam mudar Bom aluno é o que aceita, não o que questiona

Alunos vão recebendo os “depósitos” de conhecimento (memorização) Professor fala, aluno escuta Professor decide, alunos acompanham

O conteúdo, as regras disciplinares Professor sabe, aluno não sabe

Professores e alunos reconhecem isso como razão da existência do professor

Alvo da educação é “a cabeça” do aluno, não a realidade As situações concretas são o fim da educação, não seu meio

Não se pode usar educação bancária para libertar

“[...] se pretendemos a libertação dos homens não podemos começar por aliená-los ou por mantê-los alienados. A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo.” (Pedagogia do Oprimido, p. 77)

Dicotomia

professor aluno

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DIALÓGICO: TEMAS GERADORES Universo temático

“Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.Estes, não somente implicam outros que são seus contrários, às vezes antagônicos, mas também indicam tarefas a serem realizadas e cumpridas.” (Pedagogia do Oprimido, p.107)

Temas estão relacionados com problemas da comunidade naquele momento histórico

Podem ser universais ou particulares Temas geradores: temas que possam se desmembrar em

vários outros do universo temáticodez de 2010

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A PRÁTICA

Como operacionalizar idéias tão ousadas?

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A PESQUISA DOS TEMAS GERADORES É dialógica: Parte dos educandos de forma desestruturada, e

é devolvido a eles de forma estruturada e problemática Não é uma pesquisa sobre os educandos, mas uma pesquisa com

esses das representações que eles têm de sua situação concreta Não é uma pesquisa objetiva, uma vez que os temas não têm existência

objetiva, só existem na relação dos sujeitos com os objetos

Já é parte do processo formativo Conscientização dos problemas

Dois processos essenciais:

Abstrato Concreto

Síntese

Análise

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A PESQUISA DOS TEMAS GERADORES1. Primeira aproximação

Primeira reunião Esclarecer proposta Conseguir pessoas da comunidade para participar da

equipe Visitas informais e compreensivas à comunidade

Início da decodificação da realidade codificada Redação de um relatório de achados Reunião de avaliação (na comunidade)

Prosseguimento da decodificação e elaboração de nova síntese

Resultado: levantamento inicial de temas Falta ainda estudar a percepção que os sujeitos têm

desses

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A PESQUISA DOS TEMAS GERADORES1. Primeira aproximação2. Codificação

Codificação de temas escolhidos em equipe. Uma codificação deve: Representar situações conhecidas

É necessário que se identifiquem com a situação

Não podem ser explícitas nem implícitas demais Representem problemas que evoquem outros

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A PESQUISA DOS TEMAS GERADORES1. Primeira aproximação2. Codificação3. Círculos de investigação temática

No máximo 20 pessoasPapel do mediador: auxiliar a decodificação

e problematizarReuniões gravadas e analisadas com

equipe, membros dos círculos e especialistas (sociólogo e psicólogo)

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A PESQUISA DOS TEMAS GERADORES1. Primeira aproximação2. Codificação3. Círculos de investigação temática4. Estudo sistemático interdisciplinar

Listagem de temas implícitos e explícitosEspecialistas em cada tema apresentam

projetos de “redução” Unidades de aprendizagem Acréscimo de temas

Não é negação do diálogo Redação de material de apoio Codificação

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A AULA DIALÓGICA: CÍRCULO DE CULTURA Organizada em círculo de cultura Parte da codificação do tema Essa problematizada, decodificada, em uma dinâmica dialógica

Todos falam Todos se comunicam uns com os outros, não apenas com o educador

(círculo) Não cabe ao educador dizer o que é certo e o que é errado Não impõe a versão científica professoral. Ela é colocada e também

problematizada

“[...] não podemos, a não ser ingenuamente, esperar resultados positivos de um programa, seja educativo num sentido mais técnico ou de ação política, se, desrespeitando a visão particular do mundo que tenha ou esteja tendo o povo, se constitui numa espécie de ‘invasão cultural’, ainda que feita com a melhor das intenções. Mas ‘invasão cultural’ sempre.”

Educadores e educandos se educam mutuamente É feita nova síntese e recodificação em novos contextos

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DISCUSSÃO

À práxis!

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DISCUSSÃO Em que podemos aproveitar essa

proposta na nossa realidade? Em que posso aproveitar essa proposta na minha aula?

Podemos transformar a aula de Cultura e Cidadania em um Círculo de Cultura?

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OBRIGADO!Contato: [email protected] [email protected], textos e filmes do Paulo Freire de graça:http://zumbidospalmares-cp.blogspot.com/2010/11/acervo-de-livros-videos-de-audios-do-e.html

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