PCN incrivelmente fácil

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considerada a história da evoluçãohumana. Mas, por meio dele, foipossível encontrar uma trilha em co-mum para diferentes pessoas, deidiomas distintos e países diversos,aplicarem seus conhecimentos natentativa de compreender as coisasque nos cercam.

O papel do professor

Mostrar a Ciência como elaboração humanapara entender o mundo é a meta para o professor.É necessário favorecer a postura reflexiva e in-vestigativa e colaborar para a construção da auto-nomia de pensamento e de ação. O ensino deCiências Naturais não pode ser voltado para umfuturo distante. Conhecer Ciência é ampliar apossibilidade de participação social e desenvol-vimento mental e, assim, capacitar o aluno aexercer desde já seu papel de cidadão do mundo.

Prato cheio para estudar ecologia

O s alunos do CentroEducacional Jean

Piaget, de São Bernardodo Campo, em SãoPaulo, encontraramnovos colegas de classe:as plantas carnívoras.Bonitas e chamativas,elas só metem medo em insetos e outros

pequenos bichos, como a turma de 6a série daprofessora MarcelaJenckel Ferreira pôdeconstatar. Habitantes de locais úmidos eensolarados, essesexóticos vegetais foram transferidos parauma pequena estufa feitana escola, como parte doProjeto PlantasCarnívoras, coordenadopela Escola do Futuro,um laboratório depesquisas daUniversidade de SãoPaulo. Com hábito

alimentar típico deanimais, as carnívorasgarantem a curiosidadeda classe. Conteúdos de morfologia (tipos defolha e flor), fisiologia (a nutrição da planta),ecologia (a relação entre o vegetal, osinsetos e o meioambiente) e a história da Ciência ganharamestímuloextra.“Eles tiram as própriasconclusões por meiode observação e de pesquisas”, diz Marcela.

Ensino na prática:disciplina amplia

chances departicipação social

e capacita para oexercício da

cidadania

A professora Marcela e seusalunos: plantas carnívoras

(à direita) estimulamobservação e a pesquisa

PCN■ Pegue uma carona com as estrelas■ Como usar as novas tecnologias■ Calma! Erros não são o fim do mundo

Ciências Naturais

Parâmetros Curriculares Nacionais

Fáceis de entender

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O ensino deve sempre ser voltado para o dia-a-dia e para preparar o cidadão do futuro

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A disciplina que dárespostas aohomem

Desde os primórdios, o ser humano buscaexplicações para o mundo, seus fenômenos na-turais e tenta encontrar meios de melhor adap-tar-se à vida na Terra. O domínio do fogo, a in-venção da roda, a manipulação genética, asdescobertas espaciais, tudo é resultado das in-dagações do homem diante de sua realidade.Para encontrar respostas há caminhos diversos,por vezes distantes da Ciência. Tempos atrás,por exemplo, a representação da Terra não pas-sava de uma superfície plana, com o céu acima,simbolizando o paraíso, e o inferno abaixo, queseriam as trevas. Chuvas, trovões, passagens decometas não raro eram associados a poderesdivinos, como algum sinal ou castigo. As inter-pretações variavam de povo para povo, de acor-do com crenças, hipóteses para a criação demundo e estágios de desenvolvimento cultural.O pensamento científico, de fato, é recente se

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Conheça os quatroeixos de estudo

Os Parâmetros Curriculares Nacionais deCiências Naturais dividiram a disciplina emquatro grandes eixos de estudo para ensino noterceiro e quarto ciclos de estudos. Vale lembrarque, assim como nas demais matérias, a propos-ta dos PCN não é estanque e pode ser moldadaa critério do professor e de acordo com a identi-ficação dos alunos. Os eixos temáticos são:“Terra e Universo”, “Vida e Ambiente”, “SerHumano e Saúde” e “Tecnologia e Sociedade”.

O espaço, afronteira final

Numa noite clara, dê uma olhada para océu. Você está repetindo o gesto que muitoshomens no passado já fizeram e resultou noque sabemos hoje sobre o universo. No instan-te em que você olha para cima, diversos pes-quisadores também fazem o mesmo em várioscantos do mundo. As perguntas são várias:existe algum sistema solar semelhante ao nos-so capaz de abrigar vida? Alguma lua de Júpi-ter ou Saturno possui seres vivos? Há outrosuniversos além do nosso? O eixo temático

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Seus alunos vivemno mundo da lua?

Tire proveito disso e leveo termo ao pé da letra.Ensinar Astronomiapode tornar o curso deCiências mais atraentee, de quebra, enriquecero programa de outrasdisciplinas. “AAstronomia é umagrande síntese doconhecimento humano,desde a História até aGeometria”, acredita oprofessor de Física

Garotada no mundo da luaRodolpho Caniato.Reprodução simples doSistema Solar,explicações sobre asestações do ano ou asmudanças nas fases daLua são atividades ricaspara os alunosentenderemmecanismos básicos domovimento de planetase satélites ao redor doSol e seus reflexosvisíveis para a vida naTerra. As estações doano, por exemplo,

determinamperíodos de calorou frio emdiferentes regiõesdo planeta.Movimento dasmarés, eclipses eoutros fenômenostambém podemfazer parte docardápio para oensino de Astronomiano Ensino Fundamental.Além de Ciências,outras matérias sãofavorecidas pelo estudodos astros. Em

Matemática, podem-seestudar escalas, ângulose plano cartesiano. EmGeografia, incluem-seclima e vegetação.Dentro dos conteúdos deHistória pode-se levantarcomo as descobertasastronômicas foraminfluenciadas pelascondições históricas eculturais de cada época.

“Terra e Universo” engloba o estudo da Terra edos corpos celestes e a maneira como evoluí-ram as teorias sobre o cosmo.

A bordo da grande nave Terra

O enfoque para o terceiro ciclo é o SistemaTerra-Sol-Lua. No ciclo seguinte, os assuntossão ampliados e aprofundados. A Terra é a“grande nave” e deve ter lugar especial nos estu-dos do universo. Comparar planetas do SistemaSolar pode ser útil para mostrar como a Terra écapaz de abrigar vida. Entre outras particulari-dades, aqui há água em estado líquido e uma at-mosfera de gases que possibilita temperaturascompatíveis com a vida. Também se recomend-da trabalhar com escalas de distância e grande-za, desde que as medidas relativas entre os cor-pos celestes sejam feitas com unidades usuais,como o metro. Por fim, dê tempo para os alunoselaborarem as próprias explicações. Guarde, porexemplo, o conceito científico do movimento derotação no estudo do dia e da noite para um mo-mento posterior ao da apresentação do assunto.Antes disso, é melhor privilegiar atividades deobservação da trajetória do Sol, os pontos denascente (Leste) e poente (Oeste), as fases daLua e o movimento das estrelas no céu.

Alunos acompanhamexplicação de pontoscardeais: estudo daAstronomia poderelacionar diferentesdisciplinas

Representação do SistemaSolar: cuidado com a proporçãodos planetas e do Sol

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Como montar umrelógio solar equal sua utilidade?

Um relógio dessetipo pode ser umahaste vertical bemreta espetada nochão liso,horizontal e a céuaberto, que projetasombras diferentesnas várias horas dodia. A montagem de um relógio solar é importanteatividade para osalunos discutirem o tamanho das sombrasdurante o dia econhecerem comopovos antigosconstruíram seusrelógios. Assombras do meio-dia, sempre maiscurtas, determinama direção Norte-Sul. Ao marcar ocomprimento dassombras, os estudantes podemcompreendermelhor a trajetóriado Sol e apontar o nascente (pontoLeste), o poente(ponto Oeste) e oNorte-Sul. Porcausa dos fusoshorários, dasconvenções dentrodo país e dohorário de verão,o meio-dia oficialnem semprecorresponde comexatidão ao meio-dia observado.

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Base para debaterquestões ambientais

A comparação entre diversos ambientes,já feita nos ciclos anteriores, é uma práticaque deve ter continuidade nos dois ciclosfinais do Ensino Fundamental. É importanterealizar o estudo relacionando as informaçõescom a própria localidade. Cabe ao professororganizar trabalhos de campo, para que oaluno tenha contato direto com o que estáestudando. Para isso, existe muito a ser obser-vado. Em todos os ambientes há relações en-tre os seres vivos e os demais componentes,como água, luz, ar e solo. Ao final do quartociclo, os estudantes deverão ter condições deestabelecer diferentes relações entre essescomponentes tanto no nível local como noplanetário, levando em conta os ciclos daágua, do carbono e do oxigênio. Assim, elesestarão mais bem preparados para participarde debates sobre questões ambientais atuais,como queimadas na Amazônia, lixo atômico,ameaças aos mananciais de água potável ou oburaco na camada de ozônio. Ao mesmo tem-po, é necessário discutir as implicações éticasna produção e na apropriação do conhecimen-to científico e tecnológico para o indivíduo epara a sociedade.

Célula visível a olho nu

resultados chegam a impressionar. No caso da papaia, cadacomponente tem suafunção. O macarrão-parafuso faz o papel de mitocôndria. Assementes representamos ribossomos. Ummorango serve comonúcleo e a polpa caibem como citoplasma.Tantos ingredientes sópodem deixar o ensinomais gostoso.

de plástico e comformato de caixa debombons. “Eu apenassugiro material. Aconstrução fica por contadeles”, diz o professor.O trabalho em trêsdimensões é o final do processo de estudodas célula, depois que os alunos já sefamiliarizaram com asdiferenças entre elas, oselementos de cada umae suas funções. Os

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Evite entrar em detalhes sobre níveismoleculares ou atômicos,que fazempouco ou nenhum sentido nesse estágiode escolaridade.Ao final do quartociclo,é importante que o aluno tenhanoção de que uma grande quantidadede fenômenos pode ser explicada pelaexistência de variedades de arranjosentre pequenas partículas de matérias.

Mamão papaia,macarrão, gel para

cabelo, massa demodelar. O que isso tema ver com estudo decélula? Tudo. Para oprofessor ViníciusTrindade, do ColégioPromove, de BeloHorizonte (MG), essassão ferramentas básicasde suas aulas sobre amenor unidade quecompõe os seres vivos.Convencido de que asimagens bidimensionaisapresentadas em livros

didáticos não eramsuficientes para elucidar o funcionamento dascélulas, Trindadeprocurou construirmodelos tridimensionais.“Os desenhos não dão anoção exata de volumee formato dasmembranas e organelas,pontos fundamentaispara entender odinamismo celular”,constata. Foi assim quecomeçaram a surgircélulas representadaspor mamão, por garrafas

Mamão papaiafaz o papel decélula: modelotridimensionalajuda navisualização

Criatividade:caixa de bombons

serve como “forma” da célula

Afinal, por que nós existimos?

O que você responderia se um aluno fizesseesta pergunta: “Por que nós existimos?” A respos-ta passa pelo tema a ser desenvolvido no eixo “Vi-da e Ambiente”. Dotado de inteligência, o ser hu-mano não só habita a Terra como é capaz de pro-mover alterações significativas no ambiente emque vive: constrói prédios, produz energia a partirde recursos disponíveis, faz computadores e in-venta utilidades para facilitar a vida diária. Mas,apesar dessas capacidades, ele não é o senhor danatureza. A atividade humana, notadamente nesteséculo, tem causado alterações globais, aceleran-do, por exemplo, a extinção de espécies e adegradação do meio ambiente. Ter consciência daação do homem em sua relação com a natureza éo ponto crucial desse eixo temático. ?

Quando introduziro estudo da teoriada evolução?

O estudo dediferentes teorias da evolução podeser enfocado no quarto ciclo. A comparação dasteorias de Lamarcke Darwin pode darlugar a umadiscussão sobre anatureza do fazercientífico,considerando-se opapel das hipóteses,das evidências e dainterpretação delasna constituição de modelosexplicativos. É interessante queos alunos tenhamoportunidade deconhecer casosatuais ou históricosde seleção natural ede seleção artificialpraticados naagricultura e na pecuária. É importante a comparação de determinadosseres vivos para a compreensão do conceito deadaptação: comosão as estruturas do corpo, os modoscomo realizamfunções vitais e os comportamentosdaqueles quehabitamecossistemasdiferentes, hoje e emoutros períodos dopassado geológico.

Giovani Pereira

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sociedade. A manutenção da saúde, o conheci-mento do próprio corpo, a alimentação, oprocesso reprodutivo, todos os assuntos gan-ham mais complexidade para o estudante, quedesenvolve no terceiro e quarto ciclos maiorpossibilidade de análise e síntese.

Tá na hora de comer!

Ao tomar o café da manhã antes de ir à es-cola, assim como nas demais refeições do dia, oaluno está desempenhando uma função es-sencial para a manutenção da vida. É por meiodos alimentos que uma pessoa obtém energiapara crescer, manter-se viva ou para realizaratividades como brincar, estudar e trabalhar. Osestudantes podem, a partir do terceiro ciclo, dis-tinguir diferentes tipos de nutrientes, seu papelna constituição e saúde do organismo e con-hecer problemas socioculturais da alimentação,como a fome e as doenças resultantes da desnu-trição. No quarto ciclo, o professor deve aprox-imar dos alunos o conceito de célula, oaproveitamento de energia dos alimentos e asfunções e sistemas do corpo. Um bom exercíciopara compreenderem a integração dos sistemasdo corpo é relacioná-los a ocorrências comuns,como uma contusão muscular, uma cólica men-strual, algum problema digestivo ou uma situ-ação de medo, verificando como são as ações eas reações do organismo como um todo.

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Sexo, mídia e sociedade

É comum haver certo embaraço quando osestudantes fazem alguma pergunta relacionadaà sexualidade humana. Respostas evasivas jánão costumam contentar os alunos nessa faixaetária. Com a curiosidade à flor da pele e apassagem para a adolescência, a turma anseiapor informações em fontes diversas, seja emrevistas, jornais, via Internet, com amigos. Aescola e a família deixam de ser o único refer-encial para a vida. O assunto desperta interesseno jovem e é de relevância social, porquemuitos fatores estão relacionados a ele, como agravidez indesejada e as doenças sexualmentetransmissíveis, em especial a Aids. A sexuali-dade é um dos temas trabalhados no eixo “SerHumano e Saúde”. Nesse tópico serão estuda-dos o corpo humano e as relações dos váriosprocessos vitais com o ambiente, a cultura e a

Espalhe o pó de argila nasparedes do potinhoe encha o fundo,até a altura de 2 centímetros

Forme uma bolachade 3 centímetros dealtura com argilamolhada. Aperte-ano fundo do pote epolvilhe argila seca

Coloque o objeto aser fossilizado (nocaso, a folha deárvore) sobre abolacha de argila epressione bem

Cubra a folha com uma segundaporção de argilaseca, tendo ocuidado de nãodeixar falhas

Faça nova bolachade argila molhada,igual à anterior, ecoloque-a por cima de tudo, apertandobastante

Fósseis novos em folha

F ósseis trazemmuitas informações

de como eram a vida eo planeta centenas demilhares de anos atrás.Por isso eles são tãovaliosos para a Ciência.Para compreender essa

importância, os alunosde 6a série da EscolaEstadual JesuínoArruda, de São Carlos,no interior de São Paulo,encontraram um modocriativo de estudá-los.Eles aprenderam a

Qual a melhormaneira para falarde sexualidade?

Ao tratar dereprodução esexualidade, éessencial que oprofessor reconheçaas dúvidas dosestudantes, asrepresentações que eles já fazemsobre os sistemasreprodutoreshumanos e osaspectospsicológicosenvolvidos porintermédio do quefalam, escrevem oudesenham. Pesquisasorientadas em atlasanatômicos, leitura eprodução de textos,trabalhos com vídeoe animações emcomputador sãobons recursosdidáticos. As informaçõesdevem ser simpleseobjetivas, mas sem detalhesanatômicos oufisiológicos. Quanto à Aids eoutras doençassexualmentetransmissíveis,a abordagem deveser inicial eesclarecedora,apontando ospreservativos comométodo prático decontracepção e oúnico que pode serassociado àprevenção dedoenças.

Quando falar de alimentação,proponha a seguinte atividade: peçaaos alunos que façam um levantamentodas tabelas nutricionais nos rótulos dealimentos comercializados. Investigaçõescomo essa auxiliam os jovens a se tornarconsumidores mais críticos e atentos àcomposição dos alimentos,àpropaganda,às datas de validade e àsalternativas de alimentos mais saudáveis.

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Admirável mundo tecno

O mundo mudou bastante nos últimos anos.Quer ver? Experimente lembrar como era a vidana idade em que estão seus alunos hoje. Compu-tador era uma palavra que não existia em seu vo-cabulário. Em seu lugar lá estava a máquina deescrever. A TV em cores era um luxo para pou-cos. E o tempo de completar uma ligação interur-bana era suficiente para tirar um cochilo. Daqui avinte, trinta anos, quando os estudantes estiveremno mercado de trabalho, as tecnologias usadas navirada do milênio serão, literalmente, coisa dopassado. É nesse ritmo que o mundo vem mu-dando atualmente. Estar atento a tudo isso é im-portante para o professor. Como a área de estudoé relativamente nova nos conteúdos escolares, osPCN prepararam o eixo temático “Tecnologia e

Sociedade” dentro da proposta de Ciências. Sãodois os objetivos principais: formar alunos capa-zes de utilizar diferentes recursos tecnológicos ediscutir as implicações éticas e ambientais daprodução e utilização de tecnologias.

Para o bem e para o mal

A partir do terceiro ciclo, é possível famil-iarizar os alunos aos equipamentos, aparelhos eoutros produtos tecnológicos presentes na vidadoméstica e social de modo mais amplo e elab-orado do que se fazia nos períodos anterioresde estudo. A turma poderá verificar comodiferentes tecnologias, novas ou antigas, per-mitem transformar materiais e energia para re-alizar atividades essenciais, como a obtençãode alimentos, a manufatura (cerâmica, ves-tuário, construção), o transporte, a comuni-cação e a saúde. No quarto ciclo, o professordiscutirá como a sociedade, por meio do de-senvolvimento tecnológico, explora recursosda natureza e interfere em ciclos naturais, pro-duzindo alterações profundas na biosfera. Aomesmo tempo, peça à turma para investigar co-mo as ações humanas podem recuperar ambi-entes degradados e criar programas de reci-clagem de material. Nesse tópico entram diver-sos assuntos que despertam grande interessenos alunos, como destruição ambiental, indus-trialização, desmatamento e qualidade de vida.

fabricar os própriosfósseis, sob aorientação daprofessora EvelynSoares Urquieta. Osmoldes, é claro, sãoapenas imitação. Massão suficientes parapreparar o terreno doestudo de temas mais

complexos, como aorigem da vida e aevolução das espécies.O experimento usafolhas de plantas eargila. Num pote,espalha-se pó de argilanas paredes e no fundo.Depois, coloca-se argilamolhada para formar

Tampe o pote edeixe a argila secarpor três dias. Vire-oao contrário e batade leve no fundopara desgrudar

Abra com cuidadopara não quebrar osanduíche de argilaque caiu na tampado potinho. O fóssiljá está pronto

Separando as duasbolachas de argila,você vê os fósseisda folha. Naprimeira, está omolde fóssil

Na segunda bolacha, que ficou no fundodo recipiente, encontra- a marca fóssil,o contramolde da folha

Fotos D

ario de Freitas

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Fabrique com seus alunos papelreciclado com diferentes matérias-primas. Depois, compare aspropriedades do papel produzido,estabelecendo e testando hipótesessobre as propriedades da matéria-prima (em geral, goma, água ecelulose). Pesquise dados sobrereciclagem em diversas fontes paraampliar as informações sobre oassunto. Os testes de reconhecimentode substâncias e suas propriedadessão úteis nos estudos sobre materiais.

Ao separar as duasbolachas, encontra-se o modelo de um fóssil.Ele não enganaria umespecialista, mas dáuma excelente idéia de como funciona oprocesso natural.

uma bolacha e deposita-se a folha sobre essamassa. Em seguida, afolha é recoberta porargila seca e uma novacamada de argilamolhada. Após três diaso material estará seco. ?

É possível falar em tecnologia antesdo uso da energiaelétrica?

Sim. Os estudantespodem reconhecer as tecnologiasanteriores aoadvento daeletricidade e ainda presentes nocotidiano, como osequipamentos queutilizam os princípiosdas máquinassimples, os artefatosde caça e pesca,os equipamentosculinários edispositivos queusam energia domovimento do ar, daágua e dos animais,entre outros. O domínio de diferentestecnologiasmodificou a vida das comunidadeshumanas, interferiuno ambiente, nodesenvolvimentosocial e nacompreensão domundo. Além deinvestigar a utilidadee os princípios defuncionamentodesses equipamentos,os alunos poderãocompará-los a outrosatuais, maissofisticados e demesma finalidade,quanto a vantagens eproblemas ligados aocusto econômico, aoambiente e à saúdedo ser humano.

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Saiba como planejaruma atividade

Os PCN de Ciências apresentam como su-gestão uma possível seqüência de etapas para oplanejamento das atividades. Confira:

■ Apresente o tema à classe. Pode ser umasimples exposição oral ou acompanhada de al-gum recurso didático, como o trecho de um fil-me ou uma notícia de jornal. Apresente fatos, le-vante interpretações e dúvidas para organizaçãodo trabalho.

■ Delimite os problemas que serão investi-gados e formule hipóteses para sua solução. Co-nhecimentos prévios dos alunos devem ser regis-trados coletivamente, para posterior comparação.

■ Chegou a fase da investigação. Incentivea utilização de diferentes fontes de informaçõese outros recursos didáticos, como jogos e simu-lações. Durante essa etapa, os estudantes rees-truturam suas explicações com a confrontaçãodas hipóteses iniciais e as informações obtidas.

■ A avaliação, individual ou em grupo, po-de ser em forma de seminário, relatório ou outromeio que mostre a sistematização final de co-nhecimentos.

■ Por último, peça uma auto-avaliação dosalunos. A comparação entre conhecimentos pré-vios e os resultados finais é interessante para a turma reconhecer e valorizar o processo deaprendizagem.

Avaliação deve ser permanente

A tradicional avaliação com base em provasindividuais ao final de cada período não deveser a única maneira de verificar o aprendizadodo aluno, embora não possa ser dispensada. Oaproveitamento pode ser diagnosticado commais abrangência se forem utilizadas outrastécnicas. Em Ciências são muitas as formas deavaliação possíveis. De modo geral, podem seragrupadas em dois segmentos:

■ de um lado, incluem-se a observaçãosistemática durante as aulas sobre as pergun-tas feitas pelos alunos, as respostas dadas, osregistros de debates, entrevistas, pesquisas,filmes, experimentos, os desenhos de obser-vação etc.;

■ em outro plano, estão as atividades espe-cíficas de avaliação, como comunicações depesquisa, participação em debates, relatóriosde leitura, experimentos e provas dissertativasou de múltipla escolha.

Por fim, a ava-liação deve conside-rar o desenvolvi-mento dos estudan-tes não só na aquisi-ção de conceitos,mas também proce-dimentos e atitudes.

Escritores de mão-cheia

Q uando chega ofim do ano, o

professor de CiênciasEdson Schroeder podese orgulhar de umacoisa: ele tem noçãoexata do que seusalunos aprenderam. Acerteza vem de textos,escritos pela turma aolongo dos meses,editados e publicadosnuma obra chamadaNosso Livro deCiências. O livro épequeno, masprecioso. Nele estãocontidos relatos deuma série deatividades

desenvolvidas pelasclasses de 5ª e 6ªséries da escolamunicipal Machado deAssis, em Blumenau,Santa Catarina. “É umrecurso pedagógicoque permite troca deidéias, descobertas,sonhos e emoções”,define. No início, aseleção de textos erafeita pelo próprioprofessor. Com otempo, os alunosformaram um conselhoeditorial voluntário.Agora, são eles quecuidam, fora do horáriode aula, do material a

?Quais cuidadosdevo tomar na aulade laboratório coma classe?

O planejamento deatividades deve levarem conta os riscosreais e potenciais àintegridade física.Experimentos comfogo devem serevitados. Quandorealizados, precisamser cercados decuidados,verificando-se o estado extintor de incêndio e dassaídas deemergência. Alémdisso, o professorprecisa estar atentoàs recomendaçõesimpressas emapostilas ou livrosdidáticos sobrecomo realizarmontagens e lidarcom combustíveis.Não se podeesquecer de utilizarproteção para olhos,mãos, braços etronco, em especialna manipulação desubstâncias.Montagens comeletricidade serestringirão ao usode pilhas e baterias,com correntecontínua e tensãomáxima de 9 volts.Não devem serrealizadosexperimentos queenvolvam amanipulação desangue humano.

Visitas à mata da escola geramrelatos dos alunos:no fim do ano, ostextos são reunidosna obra Nosso Livro de Ciências

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ser impresso.“Os erros de ortografiae de pontuação sãocorrigidos pelaprofessora dePortuguês, mas aessência dos textosnão muda em nada”,diz Schroeder. Elemesmo datilografa oudigita em computadoros relatosselecionados. Depoisde organizada, aedição é xerocada paraos demais alunos.“Quando vêem seustextos e desenhosimpressos, eles se dãoconta da própriaoriginalidade”, constatao professor.