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Centro Universitrio Nove de Julho
Comunicao Social - Jornalismo
RDIO ON-LINE COMO FERRAMENTA DA COMUNICAO CORPORATIVA PARTICIPATIVA
UMA PROPOSTA PARA A PORTO SEGURO
NILTHON FERNANDES DE OLIVEIRA JUNIOR
SO PAULO 2002
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RESUMO
A Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais uma empresa do
mercado segurador e sua estrutura bsica compreende a matriz, na
administrao superior, em So Paulo, e mais de 120 escritrios distribudos
por todo o territrio nacional. A Porto Seguro, com mais de 17 mil corretores,
atualmente a terceira maior seguradora do mercado brasileiro e gera cerca de
cinco mil empregos diretos. Em 2001, o volume de prmios auferidos chegou a
mais de R$ 1,83 bilho e o patrimnio lquido est estimado em quase 500
milhes de reais.
Uma empresa desse porte tende a apresentar deficincias em seu
processo comunicacional. Um dos problemas mais comuns encontrados no
sistema de comunicao de grandes corporaes o seu formato vertical, ou
seja, uma comunicao de cima para baixo que no contempla a voz dos
funcionrios. Trata-se, portanto, de um sistema que disponibiliza informaes
geradas ou processadas pelos dirigentes para o consumo dos funcionrios.
Este projeto de pesquisa, concebido a partir dessa constatao, visa
a desenvolver uma rdio on-line capaz de horizontalizar o processo de
comunicao da Porto Seguro a partir da interatividade.
Uma singularidade da rdio on-line a convergncia com os demais
veculos de comunicao existentes na companhia, ou seja, os produtos
comunicacionais, gerados pela equipe de comunicao da Porto Seguro, so o
ponto de partida para o desenvolvimento da rdio digital.
Ao agregar esses veculos de comunicao, a rdio on-line assume
o formato de multimdia que, atenta s responsabilidades da comunicao
corporativa, contemplar a participao dos funcionrios.
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SUMRIO
1 - INTRODUO .......................................................................................................1
2 - JUSTIFICATIVA ....................................................................................................5
2.1 - Justificativa pelo Aspecto da Produtividade................................................6
2.2 - Justificativa pelo Aspecto da Interatividade ................................................7
3 - OBJETIVOS...........................................................................................................9
3.1 - Objetivos Gerais .........................................................................................9
3.2 - Objetivos Especficos .................................................................................9
4 - METODOLOGIA ..................................................................................................10
4.1 - Reviso Bibliogrfica ................................................................................10
4.2 - Estudo de Caso ........................................................................................11
5 - BREVE RESGATE HISTRICO DO RDIO.......................................................12
5.1 - Definio do Rdio como Veculo de Comunicao .................................16
5.2 - Esttica do Rdio......................................................................................17
5.3 - Definio do Produto Sonoro....................................................................19
6 - BREVE RESGATE HISTRICO DA INTERNET.................................................20
6.1 - Internet no Brasil.......................................................................................22
6.2 - Definio da Internet como Veculo de Comunicao ..............................24
6.2 - Esttica da Internet...................................................................................26
6.2.1 - Interatividade................................................................................29
6.3 - Intranet .....................................................................................................31
7 - WEBRADIO - UMA NOVA FERRAMENTA DE COMUNICAO ......................33 7.1 - Breve Resgate Histrico do Webradio ......................................................34 7.2 - A Globalizao das Webradios.................................................................35
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8 - CARACTERSTICAS ON DEMAND, STREAMING, CAPTAO E ACESSO ..........................................................................................37 9 - DIFERENCIAO DE SERVIOS ......................................................................42 10 - PRODUTOS PORTO SEGURO.........................................................................44 10.1 - Justificativa do Produto...........................................................................45 10.2 - Rdio On-line Porto Seguro....................................................................46 10.3 - Caractersticas da Rdio On-line Porto Seguro ......................................48 10.4 - Perodo da Rdio no Ar ..........................................................................49 11. DEFINIO DAS FERRAMENTAS TECNOLGICAS ......................................50 12 - ESTRUTURA E OPERAO DA RDIO ON-LINE......................................... 54 12.1 - Definio da Equipe Envolvida no Projeto..............................................54 12.2 - Produtos da Rdio ..................................................................................55 12.2.1 - Programas .................................................................................58 12.2.2 - Boletins......................................................................................60 13 - PESQUISA COM O PBLICO-ALVO .............................................................. 65 13.1 - Metodologia ............................................................................................65 13.2 - Universo e Amostra ................................................................................66 13.3 - Cronograma............................................................................................67 14 - OFICINA DE CAPACITAO DE FUNCIONRIOS ....................................... 68 15 - RELAO CUSTO-BENEFCIO DO PROJETO ...............................................70 16 - GLOSSRIO......................................................................................................74
17 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................92
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estrutura e dinmica do hipertexto e alguns estilos .................................29
Tabela 2 - Estrutura da rdio on-line na companhia..................................................53
Tabela 3 - Grade de uma semana de programao da rdio....................................64
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LISTA DE SIGLAS
ARPA - Advanced Research Projects Agency
Bit - Binary Digit BITNET - Because Its Time Network
BPS - Bits Por Segundo
CBN - Central Brasileira de Notcias
CD-ROM - Compact Disk Read Only Memory
CERN - European Laboratory for Particle Physics - CERN, o nome anterior,
Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire
CERT - Computer Emergency Response Team
CGI - Common Gateway Interface
CES - Character Encoding Scheme
DAT - Digital Audio Tape
DDN - Defense Data Network
DOD - Departamento de Defesa dos Estados Unidos
DHTML - Dynamic HTML
DNS - Domain Name System
FTP - File Transfer Protocol
HTML - HyperText Markup Language
HTTP - HyperText Transfer Protocol IP - Internet Protocol
IRC - Internet Relay Chat
ISAPI - Internet Server Aplication Program Interface
ISDN - Integrated Services Digital Network
LAN - Local Area Network
POP - Post Office Protocol
RAM - Random Access Memory
ROM - Read-Only Memory
RSCS - Remote Spooling Communication System
SCSI - Small Computer System Interface
SGML - Standard Generalized Markup Language
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SQL - Structured Query Language
SMTP - Simple Mail Transfer Protocol
TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol
URL - Uniform Resource Locator
WAN - Wide Area Network
WWW - World Wide Web
XSL - Extendible Style Language
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1 - INTRODUO
notvel a evoluo da comunicao corporativa nas empresas de
todos os segmentos pelo mundo. Companhias, nacionais ou multinacionais, j
identificam como diferencial, em empresas consideradas modernas, o
desenvolvimento empresarial e humano capaz de instruir seu corpo de
funcionrios.
A comunicao corporativa ou gesto de conhecimento a rea nas
corporaes responsvel por desenvolver nas pessoas a capacidade de
captao da informao, transformada mais tarde em pensamento. Outro fator
que intensifica o desenvolvimento e a disseminao das informaes dentro
das empresas, colaborando com a democratizao, a tecnologia em
comunidades virtuais nos fluxos internos de conhecimento, o que melhora
ainda mais a produtividade da organizao.
Cada vez mais as empresas esto empenhadas em ouvir de seus
colaboradores sugestes e crticas sobre os diferenciais nos produtos, na
coordenao da administrao e tambm nos assuntos relacionados aos
recursos humanos.
Uma histria, contada por uma estudante de Comunicao Social do
professor Paulo Nassar (2002), demonstra o desafio imposto pela comunicao
corporativa e suas implicaes nos recursos humanos: Uma grande empresa brasileira, situada em So Paulo,
descobriu recentemente que um grupo de funcionrios planejava melhorar o acesso de caminhes para uma de suas portarias simplesmente cortando, revelia da direo, durante a madrugada, um conjunto de rvores postadas h mais de cinqenta anos em frente empresa. De acordo com o plano, ainda no escuro, os restos mortais das rvores seriam rapidamente retirados por caminhes. E, na manh, a empresa ganharia uma portaria com acesso mais desimpedido. A ao s no foi levada em frente porque o vigilante de planto lembrou ao gerente participante da idia que um dos elementos da marca da empresa exatamente representado por uma rvore. E que pegaria muito mal, frente centenas de outros empregados, envolvidos em
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projetos de responsabilidade social e ambiental, desconfiar que algum da empresa estivesse envolvido naquele crime (Nassar, 2002).
Torna-se evidente que a comunicao interna e o departamento de
Recursos Humanos devem instruir todos nos problemas e solues da
empresa, aperfeioando a qualidade das relaes na corporao. Por esse
motivo que torna-se possvel mensurar os processos ligados construo ou
demolio da imagem empresarial, pois so as pessoas da organizao,
incluindo seus dirigentes, que trabalham e relacionam-se com os seus pblicos
estratgicos.
Todos avaliam a empresa, constantemente, desde o cliente,
consumidor, fornecedor, distribuidor, at os lderes comunitrios, pelas
relaes sociais com diretores, gerentes, atendentes, vendedores,
recepcionistas ou vigilantes, em outras palavras, pelos que fazem a linha de
frente da corporao (Nassar, 2002).
Esses registros so suficientes para identificar a importncia de um
sistema de comunicao que contemple, efetivamente, a participao dos
funcionrios em todos os processos estratgicos da corporao.
Para viabilizar a participao de todos os colaboradores, este projeto
de concluso de curso foi desenvolvido a partir da concepo de uma rdio on-
line para a comunicao corporativa da Porto Seguro.
O objetivo deste projeto , sobretudo, reduzir ao mximo a
verticalizao da comunicao na empresa, incrementando e incorporando a
comunicao corporativa com uma rdio on-line interativa, na qual funcionrios,
prestadores de servios, estagirios e temporrios possam trocar informaes.
Outro fator relevante nesta proposta o contedo que a rdio on-line vai dispor
aos funcionrios, desde campanhas de marketing, pesquisa de clima
organizacional, notcias sobre as mudanas na estrutura da organizao, at
as principais matrias dos jornais que circulam dentro e fora da companhia.
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Pode-se dizer que a rdio on-line vai intervir positivamente no
relacionamento dos colaboradores, com uma postura resumida em um conceito
fundamental, a transparncia (Bueno, 2002). Como o processo de
transparncia de uma empresa comea internamente e, posteriormente, no
meio externo, constatou-se a possibilidade de transformar a rdio on-line em
uma ferramenta de gesto comunicacional precursora, sobretudo, pelo seu
carter participativo.
Segundo o professor Wilson da Costa Bueno (2002), a organizao
transparente est aberta ao dilogo. Alm de falar ela tambm ouve,
estabelece canais permanentes com os seus pblicos e busca adaptar-se s
novas demandas ou desafios. Ela est pronta para incorporar as sugestes dos
seus colaboradores e admite rever aes e estratgias, se elas no se
mostrarem adequadas.
A partir dessa proposio foi elaborado este projeto de pesquisa
que, com a leitura dos captulos seguintes, pode-se observar a essncia de seu
objetivo: a emergente horizontalidade da comunicao empresarial.
Assim, o objetivo maior deste projeto fazer com que o rdio para a
Intranet oferea solues para, no mnimo, atenuar esses problemas
apresentados, pois a rdio on-line proporciona ao webouvinte, alm da audio
das notcias, os textos, as fotos, as animaes e a comunicao com a rdio
via e-mail, frum de debates, entrevistas ao vivo ou chat. Ela oferece tambm a
possibilidade de ter sua mensagem lida no ar no momento em que ela surge
na tela do locutor. Todos esses atributos resolvem os problemas da
unisensorialidade e da unidirecionalidade, fazendo com que o ouvinte escolha
os arquivos que quer ouvir, suprimindo a ressalva da fugacidade e da
concentrao do ouvinte-leitor.
A implantao de uma rdio on-line na Porto Seguro tem como
objetivo ampliar a comunicao entre os colaboradores (vice-presidentes,
diretores, gerentes, coordenadores, funcionrios, prestadores de servios,
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estagirios e temporrios), fazendo com que eles tenham maior integrao
entre si dentro da companhia. Uma rdio on-line possibilita uma srie de
vantagens, sendo a principal delas a implementao de gesto e certificao
da qualidade total, aumentando a produtividade dos funcionrios e permitindo
um melhor atendimento aos segurados, corretores e clientes.
Alm das qualidades apontadas, o projeto ainda tem a finalidade de
identificar o grau de conhecimento dos empregados em relao misso,
valores e compromissos da empresa, bem como as informaes noticiadas
diariamente. Pretende perceber o envolvimento e a aceitao do colaborador
concernente s mudanas na estrutura da organizao, geradas pelos
dirigentes, e propor novas configuraes para uma comunicao mais efetiva e
eficaz no ambiente interno da corporao.
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2 - JUSTIFICATIVA
A Comunicao Corporativa da Porto Seguro a rea responsvel
pelo processamento, pela edio e disseminao das informaes que os
funcionrios, prestadores ou temporrios recebem por meio dos veculos
Nosso Porto (house organ), Portonet (Intranet), correio eletrnico e quadro de
avisos, distribudos na matriz, sucursais e regionais, e dos banners e filipetas,
disponveis nas portarias dos quatro edifcios da matriz.
Essa rea ainda responsvel pela cobertura jornalstica dos
eventos que ocorrem na empresa. Nos veculos citados, seis no total, pode-se
identificar como caracterstica fundamental a comunicao unilateral, na qual
diversos veculos produzem discursos relativamente diferentes, mas que tm
em comum o carter vertical, ou seja, uma comunicao que expressa a miopia
do endomarketing.
Por essa razo, visivelmente tangvel, uma rdio on-line apresenta-
se como um excelente meio para divulgao dos manuais de qualidade, dos
procedimentos internos da companhia e, se bem promovida, para o fomento de
uma revoluo na cultura da comunicao empresarial.
A convergncia dos diversos veculos de comunicao da Porto
Seguro, possvel com a implantao de uma rdio digital, tende a melhorar,
substancialmente, a integrao e a qualidade do trabalho, refletindo na
produo e na representao de um diferencial fundamental em relao
concorrncia.
Desta forma, a justificativa desta proposta de pesquisa est
fundamentada na concepo de uma rdio on-line capaz de revolucionar a
comunicao corporativa, contemplando, efetivamente, a participao ativa dos
funcionrios.
A relevncia deste projeto pode ser ainda identificada a partir da
produtividade e da interatividade aspectos ou elementos da rdio on-line, que
permitem criar uma estrutura horizontal para a comunicao corporativa.
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2.1 - Justificativa pelo Aspecto da Produtividade
Um dos grandes benefcios em implantar uma rdio on-line na Porto
Seguro a vantagem da radioconferncia, que promove a sinergia para maior
integrao e colaborao entre os funcionrios. Ao se permitir que duas, trs
ou mais pessoas interajam, o resultado dessa ao recproca no apenas a
soma das capacidades de cada uma delas, mais do que isso, um extra,
derivado do fato de que o prprio contato com a outra pessoa incrementa as
capacidades de cada uma.
A radioconferncia promove a integrao das pessoas, muitas vezes
atuando em departamentos estanques, em torno de um objetivo comum, a
possibilidade de se ter todos integrados ao prprio objetivo da empresa.
Profissionais do marketing passam a interagir com pessoas da rea de
atendimento que, por sua vez, interagem com pessoas da rea comercial, tudo
isso sem a necessidade de reunies custosas e difceis de serem agendadas.
Essa integrao possibilita vantagens substanciais para a empresa, como o
surgimento de novas idias, o aumento da qualidade de vida no trabalho e a
diminuio do estresse, pois os objetivos esto mais claros e podem ser mais
bem alcanados.
A rdio on-line ainda possibilita o desenvolvimento de programas de
ensino distncia com controle sobre os participantes nos cursos, alm de
ministrar testes e administrar todo o treinamento dentro da empresa. O
treinamento interno pela rdio aumenta a produtividade e reduz custos de
programas de treinamento e reciclagem de empregados.
Todos esses atributos possibilitam rdio on-line ser uma
ferramenta que facilita a comunicao, colaborao e coordenao de aes
de diversos funcionrios, trabalhando melhor juntos e debatendo projetos e
questes ligadas ao atendimento de corretores, segurados e clientes ou at
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mesmo sobre o funcionamento e as estratgias da empresa. Assim, a
corporao tende a manter-se mais competitiva no mercado segurador.
2.2 - Justificativa pelo Aspecto da Interatividade
A rdio on-line, pela interatividade, revoluciona a cultura de uma
empresa. Nela, os funcionrios se comunicam e se relacionam, permitindo ao
colaborador do site se transformar tambm em agente ativo no processo
comunicacional.
A partir do momento em que as pessoas comeam a interagir, trocar
mensagens em grupos de discusso, o nvel de integrao atinge grandes
escalas dentro de uma organizao, trazendo melhoria na qualidade de vida
das pessoas no ambiente de trabalho. Alm de melhor entendimento e,
sobretudo, maior participao de todos nos objetivos da empresa, os
funcionrios se tornam mais produtivos, mais geis, mais eficientes e a
empresa toda passa a trabalhar sob o paradigma da qualidade.
Uma das formas para os colaboradores se interagirem quando
vrios profissionais esto trabalhando simultaneamente em um mesmo objetivo
atravs da rede. As pessoas atuam colaborativamente e trocam idias ao
mesmo tempo, isto possvel com as conferncias via voz ou as ferramentas
de chat, e-mail e frum.
As conferncias via voz permitem que diversas pessoas, inclusive
em localidades diferentes, como nas sucursais Recife, Belo Horizonte ou Rio
Grande do Sul, por exemplo, conversem sobre determinados assuntos,
eliminando a necessidade de reunies. O reprter da rdio no estdio da matriz
entrevista um gerente na sucursal Recife e outro na sucursal Rio Grande do
Sul. Ambos respondem ao reprter que faz a mediao para que todos da
companhia ouam simultaneamente as entrevistas. J os chats implementam
uma reunio pela troca de mensagens escritas simplesmente em texto puro.
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Essas ferramentas permitem a comunicao, simultnea, de
diversas pessoas, compartilhando idias, impresses, opinies e gerando um
repositrio de conhecimentos.
Uma rdio on-line na empresa suficiente para se entender como as
vantagens esto sintonizadas com as necessidades de uma corporao no
mundo atual.
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3 - OBJETIVOS
3.1 - Objetivos Gerais
Viabilizar o desenvolvimento de uma comunicao corporativa
participativa entre os funcionrios da Porto Seguro, minimizando os impactos
gerados pelo atual processo vertical da comunicao interna na empresa,
objeto deste estudo.
3.2 - Objetivos Especficos
O estudo especfico deste projeto tem como metas:
conceber uma rdio on-line como ferramenta de comunicao corporativa interativa para a Porto Seguro;
identificar e contemplar a percepo dos funcionrios da companhia sobre o processo de comunicao interna;
estreitar a relao entre dirigentes e funcionrios a partir da horizontalidade da comunicao corporativa, viabilizada com a
rdio digital;
fomentar a convergncia dos diversos veculos de comunicao em uma nica plataforma tecnolgica, a multimdia.
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4 - METODOLOGIA
Para melhor promover o debate acerca da importncia da
horizontalizao do processo de comunicao corporativa e elaborar uma
proposta de rdio on-line na Porto Seguro, essncia deste objeto de estudo, a
metodologia encontra-se dividida em duas etapas: a da reviso bibliogrfica e a
do estudo de caso.
Faz-se importante registrar que a escolha pela temtica desta
pesquisa, sustentada na necessidade da comunicao corporativa participativa
e sua possvel efetivao apoiada na rdio digital, est estreitamente associada
experincia e atuao profissional do autor deste estudo.
Ressalta-se ainda que os cinco anos de atuao no departamento
de marketing e comunicao da Porto Seguro, somados aos quatro anos de
formao cultural e de amadurecimento acadmico, no curso de Jornalismo do
Centro Universitrio Nove de Julho, foram a mola motivadora para o
desenvolvimento deste projeto.
4.1 - Reviso Bibliogrfica
O levantamento bibliogrfico foi desenvolvido, em sua maior parte,
durante as atividades profissionais exercidas por este autor no departamento
de comunicao e marketing da Porto Seguro.
A grade curricular do curso de Jornalismo tambm conferiu uma
contribuio substancial para o acesso literatura das reas norteadas nesta
pesquisa.
O levantamento e a reviso crtica da bibliografia foram realizados
em etapas temticas, ou seja, o processo foi dividido em cinco grandes grupos
temticos, assim representados:
Responsabilidades e limites da comunicao corporativa;
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Desafios para a implantao de uma comunicao corporativa participativa;
As diversas ferramentas de comunicao corporativa participativa; A rdio digital como ferramenta eficaz de implantao da
comunicao corporativa participativa;
Vantagens da comunicao corporativa participativa.
4.2 - Estudo de Caso
Por tratar-se de uma rea, ou melhor, de uma discusso
relativamente nova no campo das cincias da comunicao, a conduo de um
debate conceitual ou terico estaria suscetvel inconsistncia metodolgica e
terica que caracterizam, acadmica e profissionalmente, a rea da
comunicao corporativa.
Para impedir que este estudo fosse invalidado ou fragilizado com a
insuficincia da produo cientfica na rea, optou-se por um estudo de caso
para melhor evidenciar a importncia da temtica.
A escolha pela empresa Porto Seguro, como j citado anteriormente,
decorrente da vivncia profissional, o que facilitou o desenvolvimento deste
projeto e ampliou as possibilidades para a implantao da rdio on-line objeto
resultante do estudo.
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5 - BREVE RESGATE HISTRICO DO RDIO
Depois que James Clerck Maxwell, professor de Fsica da
Universidade de Cambridge, comprovou, em 1863, baseado em raciocnio
matemtico, a existncia das ondas eletromagnticas, foi possvel, em 1887,
conhecer o princpio da propagao radiofnica, ento conquistada pelo
alemo Henrich Rudolph Hertz.
O fsico, Rudolph Hertz, reforou a existncia de energia prevista por
Maxwell em forma de ondas eletromagnticas. Essas ondas passaram a ser
chamadas ondas hertzianas. Hertz usou como gerador das oscilaes
eletromagnticas uma bobina de Ruhmkorff e como receptor um anel com duas
bobinas separadas em um milmetro e meio entre si, confirmando,
experimentalmente, as previses de Maxwell sobre a onidiretividade da
propagao das ondas, suas propriedades de reflexo, refrao e polarizao.
Por meio de dispositivos engenhosos, Hertz determinou a velocidade de
propagao e a longitude das ondas eletromagnticas geradas por seu
aparelho. A velocidade de propagao encontrada por Hertz foi de 300 mil
quilmetros por segundo e a longitude de onda de meio a trs metros. Seus
aparelhos representam em forma embrionria um transmissor e um receptor de
oscilaes eletromagnticas.
Em 1896, o cientista italiano Guglielmo Marconi chegou a Londres,
requereu e recebeu uma patente do transmissor e receptor de
radiocomunicao. No ano seguinte, foi para Nova Iorque onde repetiu com
xito a mesma manobra. Ainda em Londres, fundou com sua ativa participao
a companhia Marconi, com o fim de explorar comercialmente as patentes do
inventor. A referida companhia, uma organizao exclusivamente comercial,
fundada com fins lucrativos, possibilitou um rpido aproveitamento do novo
sistema de comunicaes, popularizando e divulgando o interesse pela
radiocomunicao em geral. Marconi demonstrou o funcionamento de seus
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aparelhos de emisso e recepo quando percebeu a importncia comercial da
telegrafia.
Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (Frana) inventaram o
coesor, um dispositivo para melhorar a deteco e indicar a presena de ondas
eletromagnticas.
Em 1897, Lodge inventou o circuito eltrico sintonizado, que
possibilitava a mudana de sintonia ao selecionar a freqncia desejada. Lee
Forest desenvolveu a vlvula triodo. Von Lieben, da Alemanha, e o americano
Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas
eletromagnticas de forma contnua.
No Brasil o rdio tambm estava em desenvolvimento. O padre-
cientista gacho, Roberto Landell de Moura, nascido em 1861, construiu
diversos aparelhos importantes para a histria do rdio e que foram expostos
ao pblico de So Paulo em 1893 (Tavares, 1999).
Em 1879, quando Thomas Edison acendeu a primeira lmpada, no
imaginava que estava criando uma tcnica capaz de construir a primeira
vlvula do rdio. A lmpada consistia em um filamento de carvo colocado
dentro de uma ampola de vidro, na qual era produzido o vcuo: a primeira
vlvula terminica.
Em 1895, W. R. Preece, na Inglaterra, estudou mais profundamente
o fenmeno, concluindo que as partculas carregadas de eletricidade negativa
eram emitidas pelo filamento e atradas pelo segundo elemento carregado com
eletricidade positiva e repelidas quando carregada negativamente (emisso de
eltrons).
Em 1904, outro pesquisador ingls, John Ambrose Flemming,
prosseguiu com a pesquisa e envolveu todo o filamento da lmpada com uma
placa metlica. Como resultado, obteve corrente muito maior circulando entre o
filamento e a placa, observando tambm que variava de intensidade de acordo
com o dimetro da placa e a distncia dela em relao ao filamento. A primeira
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vlvula diodo de uso prtico estava criada, pois Flemming teve a feliz iniciativa
de us-la como detector de ondas radioeltricas. Os detectores existentes na
poca como o cohesor de Branly, o detector magntico de Marconi, o detector
eletroltico de Ferri e at mesmo os detectores de cristal de galena, tinham
pouca sensibilidade e proporcionavam resultados precrios. A vlvula diodo de
Flemming como detectora tinha um desempenho sensivelmente superior,
tornando possvel a recepo da maior distncia para as emisses
radiotelegrficas (Dachin, 1969).
Em 1907, Lee De Forest criou a vlvula triodo, uma importante
conquista para a radiocomunicao at o advento do transistor. De Forest
estudava a experincia de Flemming, reproduzindo-a ao ar atmosfrico, pois
no possua meios para lev-la a efeito no vcuo como fizeram Edison,
Preece e Flemming. Para tanto, utilizava uma haste metlica (catodo) que era
aquecida a gs, com um bico de Bunsen. Como a chama no podia ser
interceptada, circundou-a com uma tela metlica, conectando-a a uma fonte de
tenso positiva. Ao efetuar as medies, os resultados obtidos, embora menos
evidentes, foram suficientes para comprovar os estudos de Flemming. Segundo
relatos da poca, De Forest acrescentava alguns sais ao catodo, avaliando os
resultados quando lhe ocorreu colocar uma segunda tela metlica (grade) entre
a placa e o catodo, para conter a chama que poderia estar influindo nos testes.
Observou que ao conectar essa segunda grade a um potencial negativo, a
corrente medida entre a haste e a tela externa (placa) era interrompida, porm
quando ligada a um potencial positivo a corrente voltava a circular.
De Forest repetiu a experincia, dessa vez no vcuo, e pde ento
constatar que uma pequenssima variao na tenso aplicada tela
intermediria (grade) traduzia-se em uma grande variao da corrente de
placa, comprovando que a vlvula no s detectava, como tambm amplificava
os sinais aplicados grade. Assim, nascia a primeira vlvula de trs elementos
(triodo), batizada por De Forest com o nome de AUDION.
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Nos Estados Unidos, foram anos de pesquisas, tentativas e
aprimoramentos at Lee Forest instalar a primeira estao-estdio de
radiodifuso, em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu ento o primeiro
programa de rdio que se teve notcia, com msica de cmara, conferncias e
gravaes. Surgia o primeiro registro de radiojornalismo com a transmisso das
apuraes eleitorais para a presidncia dos Estados Unidos.
O ano de 1919 deu incio chamada Era do rdio. O microfone
surgiu pela ampliao dos recursos do bocal do telefone, conseguidos na
dcada de 20, nos Estados Unidos, por um engenheiro da Westinghouse
Electric Co.
Foi a prpria Westinghouse que fez nascer, ao acaso, a
radiodifuso. Ela fabricava aparelhos de rdio para as tropas da Primeira
Guerra Mundial e com o trmino do conflito ficou com um estoque de aparelhos
encalhados. A soluo para evitar o prejuzo foi instalar uma grande antena no
ptio da fbrica e transmitir msica para os habitantes do bairro. Os aparelhos
encalhados foram ento comercializados.
A primeira transmisso radiofnica oficial no Brasil foi o discurso do
Presidente Epitcio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemorao do
centenrio da Independncia do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922. O
discurso aconteceu numa exposio, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro,
com o transmissor instalado pela Westinghouse no alto do Corcovado.
Logo as emissoras reivindicaram o direito de conseguir sobreviver
com seus prprios recursos. A pioneira no rdio comercial foi a WEAF de Nova
Iorque, pertencente Telephone and Telegraf Co. Ela irradiava anncios e
cobrava dois dlares por 12 segundos de comercial e 100 dlares por dez
minutos.
O pai do rdio brasileiro foi Edgar Roquette Pinto. Ele e Henry
Morize fundaram, em 20 de abril de 1923, a primeira estao de rdio
brasileira: Rdio Sociedade do Rio de Janeiro. Foi a que surgiu o conceito de
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rdio sociedade ou rdio clube, no qual os ouvintes eram associados e
contribuam com mensalidades para a manuteno da emissora.
5.1 - Definio do Rdio como Veculo de Comunicao
O rdio um veculo fundamentalmente auditivo, formado pela
combinao do binmio voz (locuo) e msica (sonoplastia).
Faz-se necessrio ressaltar que nos meios de comunicao de
massa a comunicao apresenta caractersticas bem particulares. Segundo
Charles Wright (1975), a mensagem na comunicao de massa pblica,
transitria e rpida. Ela pblica pelo fato de no ser endereada a ningum
em particular, seu contedo est aberto ao pblico em geral. rpida porque
visa a atingir grandes audincias em tempo relativamente curto, ou mesmo
simultaneamente. E transitria porque a inteno que seja consumida
imediatamente, no se destinando a registros permanentes (Wright, 1975).
Naturalmente h excees, como a gravao do udio ou a captao dos
textos falados e fixados no banco de dados.
Mais do que levar a informao ao ouvinte, o rdio cumpre duas
funes primordiais na comunicao de massa: ajuda aqueles que no sabem
ler e mantm contato com os que no podem ver (McLeish, 1986:15).
Herdoto Barbeiro (2001) enfatiza que o rdio tem como principal
caracterstica a instantaneidade e a espontaneidade, possibilitando a pessoa
ouvir as notcias e exercer alguma atividade simultaneamente, causando
repercusso social imediata e uma resposta muito rpida. O rdio excelente
veculo de comunicao porque suas irradiaes sobre acontecimentos
especiais, relacionados direta ou indiretamente com os poderes pblicos e
tambm com a populao, repercutem nos eventos, realizaes ou
reivindicaes da populao, injetando mais fora quando transmitidas a toda
uma comunidade (Gouveia, 1999).
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oportuno dizer que o rdio tem facilidade de alcanar as pessoas
para fazer uma entrevista em qualquer parte do mundo. Com um simples
telefone possvel garantir uma entrevista para o rdio.
5.2 - Esttica do Rdio
Qualquer que seja o tema, contedo ou objetivo da comunicao,
atravs da radiodifuso que torna-se possvel enviar mensagens s massas
(Lopes, 1970). Pode ser pelo programa, produto radiofnico ou, com a
combinao dos dois, pelo objeto sonoro.
Para Faus Belau (1981) o programa no tem significao clara,
podendo ser um conjunto de espaos radiofnicos ordenados
cronologicamente que respondem a exigncias estipuladas no roteiro,
condicionadas pela tcnica, audincia e poltica da emissora.
Bufarah (2002) identifica o produto radiofnico como os naturais,
criados ou reconstitudos, resultado de uma ao criadora na comunicao
sonora disseminada ou no pelas ondas. Os naturais so os sons que integram
o espao acstico sem manipulao tcnica, o som do mar, por exemplo. Os
criados so os que a ao humana cria de forma tcnica ou industrializada,
tendo como resultado uma expresso cultural, a msica. E os reconstitudos
so os de conseqncia do aparecimento das tcnicas de registro sonoro.
O objeto sonoro a reunio de produtos sonoros reconstitudos,
naturais e criados, de origem mecnica, manipulados e registrados, podendo
originar outros produtos sonoros a partir da reconstruo de suas mesmas
formas (Bufarah, 2002). Esses produtos sonoros so ideais para acrescentar
emoo na narrao radiofnica e poder aumentar, com trilha sonora de obra
clssica, um objetivo auditivo, indicando tenso, alegria, medo etc..
A gravao e manipulao dos sons formam a base para dois
conceitos de produtos sonoros: reconstrudo, que contm os mesmos sons e
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rudos do espao acstico da realidade, e recriado, que usa elementos ligados
a circunstncias temporais, resultando na fabricao de uma atmosfera e na
recriao de uma cena auditiva e especfica (Faus Belau, 1981).
De acordo com Faus Belau (1981:155/163) os produtos sonoros tm
caractersticas que estimulam algumas aes psicolgicas:
Indiferente sua natureza, eles se materializam e se esgotam com a causa que produz, indicando um carter de fugacidade;
Os produtos sonoros, reconstrudos e recriados, possibilitam recordaes e facilitam o processo de aprendizagem;
A percepo est ligada a uma imagem sonora; As imagens sonoras desencadeiam um processo associativo de
representaes, somando os valores da nova experincia
adquirida;
Os produtos sonoros complexos permitem elaborar novas associaes, influindo na percepo de produtos naturais na
experincia;
Os processos desencadeados dos produtos sonoros reconstrudos e recriados supem um ponto de partida irreal ou fictcio;
No campo auditivo h um som denotado, presente, e outro conotado, ausente;
Os produtos sonoros reconstrudos e recriados so manipulaes fsicas semnticas utilizadas na atividade radiofnica.
Ao ouvir um produto sonoro radiofnico, ocorre uma constante
interao entre os processos de construo real e emotivo que resulta em uma
mescla de realidade e fico. A utilizao de campos sonoros para comunicar
idias e realidade, por meio da palavra, parece reconstruir para o ouvinte um
retrato sonoro do dia-a-dia (Faus Belau, 1981).
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5.3 - Diferenciao do Produto Sonoro A diferenciao do produto sonoro radiofnico do produto sonoro
est na conduo de imagens mentais desiguais. Se no produto sonoro
simples, a pessoa tem uma sensao comum, ou seja, previsvel da realidade,
no produto sonoro radiofnico tem-se uma impresso diferente causada por
uma gama de associaes representativas complexas entre o processo da
construo do real e emotivo, misturado realidade e fico (Faus Belau,
1981).
Esse produto torna-se possvel em conseqncia do campo sonoro
utilizado para comunicar, alm da palavra, a idia da realidade numa escala
onipresente. Portanto, o produto sonoro radiofnico usa produtos sonoros para
trazer o ouvinte cada vez mais perto de sua realidade, fato que a maioria das
emissoras de rdio, que apenas divulga msicas e notcias, no atinge.
Deste modo, o rdio apresenta-se como um veculo complexo, pois,
alm de notcia e msica, comunica idias e realidades, por meio de situaes
e acontecimentos; campos sonoros e idealizaes culturais, que propiciam ao
ouvinte o contato intangvel e constante com a realidade ao seu redor,
embasado numa recriao veraz do cotidiano (Faus Belau, 1981).
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6 - BREVE RESGATE HISTRICO DA INTERNET
A Internet surgiu com a criao, em 1969, da Arpanet, com a
finalidade de atender o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD),
que queria criar uma rede que no pudesse ser destruda por guerras e fosse
capaz de ligar pontos estratgicos do pas. O projeto, financiado pelo Advanced
Research Projects Agency (Arpa), acabou se transformando na Internet (Lima,
2002).
Na dcada de 60, em plena Guerra Fria, os Estados Unidos, ao
temer as conseqncias de um ataque nuclear, devido crise da iminente
guerra atmica com a ento Unio Sovitica, investiram no projeto Arpanet,
liderado pelos pesquisadores da rea de computao J.C.R., Licklider e Robert
Taylor.
A idia era criar uma rede descentralizada, quebrando o tradicional
modelo conectado a um computador central. A estrutura proposta permitiria
que todos os pontos tivessem o mesmo status. Os dados caminhariam em
qualquer sentido, em rotas intercambiveis.
No primeiro momento, interligaram-se quatro pontos, a Universidade
da Califrnia, em Los Angles (UCLA), o Stanford Research Institute (SRI), a
Universidade da Califrnia, em Santa Barbara (UCSB), e a Universidade de
Utah. Na UCLA foi implantado em setembro de 1969 e os cientistas fizeram a
demonstrao oficial no dia 21 de novembro. Por volta do meio-dia, um grupo
de pesquisadores se reuniu no Departamento de Cincia da Computao da
universidade e acompanhou o contato feito por um computador com outro
situado a 450 quilmetros de distncia, no laboratrio Doug Engelbart, no
Instituto de Pesquisas de Stanford.
As conexes cresceram vertiginosamente e, em 1971, havia duas
dzias de junes de redes locais. Trs anos depois, j chegavam a 62 e, em
1981, quando ocorreu o batismo da Internet, eram 200. Em 1990 a Internet
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ultrapassou a marca de um milho de usurios e teve incio a utilizao
comercial da Rede.
Trs anos mais tarde, depois do incio do desenvolvimento do
conceito de World Wide Web (WWW), pelos cientistas do laboratrio nuclear
suo CERN, o Centro Nacional para Aplicaes em Supercomputadores
(NCSA), sediado em Chicago (EUA), deu incio a um projeto visando a criao
de uma interface amigvel para a comunicao via Internet.
At ento, a troca de informaes na Rede era normalmente feita
por correio eletrnico ou por protocolos de transferncia de arquivos (File
Transfer Protocol - o FTP). Para acessar a Rede, por meio de FTP, era
necessrio dar linhas de comandos. O processo no contava com recursos
interativos ou uma apresentao grfica.
Com o surgimento do Gopher, a navegao melhorou com um
sistema de transmisso por menus que funcionava a partir de uma rvore com
itens de vrios nveis, cada um deles permitindo o acesso informao local e
remota, a servios e outros Gophers. A novidade foi utilizada pela maioria dos
usurios por cerca de um ano, ao fim do qual havia perdido a razo de ser
devido a criao do Mosaic. Esse programa introduziu uma maneira diferente
de visualizao, permitindo a apresentao de textos, imagens e grficos de
uma forma atraente.
A partir desse desenvolvimento grfico, a Rede Mundial se expandiu
vertiginosamente. Ao fim do primeiro ano de existncia do Mosaic, o nmero de
usurios da Rede aumentou seis vezes e o mais impressionante foi que no
segundo semestre de 1993, o nmero de hosts comerciais (pontos ligados
Internet com ofertas de servios) havia ultrapassado pela primeira vez o da
academia. A Internet ento deixava os crculos cientficos para se tornar
popular e conhecida mundialmente.
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Em 1990, ano em que a ARPANET deixou de existir, foi fundada a
Electronic Frontier Foundation (EFF), por Mitch Kapor. Naquela mesma data, o
Archie lanado por Peter Deutsch, Alan Emtage e Bill Heelan, da McGill.
Tim Berners-Lee criou a World Wide Web (WWW) no laboratrio
suo CERN (Laboratrio Europeu de Estudo de Partculas Fsicas), do qual foi
integrante entre 1984 e 1993. O projeto de comunicao via Internet, com o
uso de hipertextos, foi proposto por ele ao laboratrio em 1989, iniciado em
outubro de 1990 e finalizado em julho de 1991. A base do projeto era o
programa Enquire, desenvolvido em 1980. Tambm atribui-se a Berners-Lee a
idia de hipermdia, ou seja, que o texto produzido para a Internet no precisa
seguir o padro do impresso, mas deve agregar elementos interativos.
Vinton G. Cerf foi co-autor do protocolo TCP/IP, a linguagem de
computao que deu origem a Internet e tem sido amplamente utilizada. Em
dezembro de 1997, o presidente Clinton concedeu a Medalha Nacional de
Tecnologia dos Estados Unidos a Cerf e seu scio, Robert E. Kahn, por terem
fundado e desenvolvido a Internet.
6.1 - Internet no Brasil
O ano de 1988 pode ser considerado o momento zero da Internet no
Brasil. A iniciativa pioneira de buscar acesso a Rede coube a Fundao de
Amparo Pesquisa no Estado de So Paulo (Fapesp).
A necessidade de utilizar a infovia foi apontada pelos bolsistas da
instituio, que retornavam de cursos de doutorado nos Estados Unidos e
sentiam falta do intercmbio mantido no Exterior com outras instituies
cientficas.
O professor Oscar Sala, ento conselheiro na Fapesp, ligado ao
Fermilab, laboratrio de Fsica de Altas Energias de Chicago (EUA), fez os
primeiros contatos a fim de conseguir uma conexo do Brasil com as redes
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mundiais. No primeiro ano de funcionamento, a linha da Fapesp utilizou a
Bitnet, Because is Time to Network, que permitia apenas a retirada de arquivos
e correio eletrnico, embora fosse uma das redes de maior amplitude na
poca.
Em 1991, uma linha internacional foi conectada a Fapesp para que
fosse liberado o acesso da Internet a instituies educacionais, fundaes de
pesquisa, entidades sem fins lucrativos e rgos governamentais, que
passaram a participar de fruns de debates, acesso base de dados nacionais
e internacionais, supercomputadores de outros pases e a transferir arquivos e
softwares.
Em 1992, durante a ECO-92, o Instituto Brasileiro de Anlises
Sociais e Econmicas (Ibase), com sede no Rio de Janeiro, firmou um
convnio com a Associao para o Progresso das Comunicaes (APC), para
dar espao as Organizaes No-Governamentais (ONGs) brasileiras na Rede
Mundial.
Uma portaria conjunta do Ministrio das Comunicaes e do
Ministrio da Cincia e Tecnologia, publicada em maio de 1995, criou a figura
do provedor de acesso privado, liberando a operao comercial da Rede no
Brasil
As estatsticas de 1999 indicavam que cerca de 250 mil servidores
Internet estavam em atividade no Brasil, muitos deles conectando outras
centenas de instituies. Apenas a mquina da Fapesp, eu.ansp.br , agregava
mais de 700 entidades de pesquisa, ensino, organizaes governamentais e
no-governamentais.
O nmero de endereos, aquele que permite o uso do protocolo-
padro na Internet e a conexo de um computador a um servidor da Rede
Mundial, cresce vertiginosamente a cada ms. A contagem feita pelo Comit
Gestor da Internet Brasil divulgou que em janeiro de 1996 a parcela era de
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mais de 17 mil usurios e em agosto de 1997, o total havia subido para mais de
54 mil.
Segundo relatrios do comit, em outubro de 1994 o Brasil estava
atrs do Mxico, ento lder na Amrica Latina em nmero de usurios da
Internet. Em 1999, era o primeiro na regio e o terceiro nas Amricas, situando-
se atrs apenas dos EUA e do Canad, com um contingente de pelo menos 3
milhes de pessoas ligadas rede atravs de centenas de provedores de
acesso. Em todo o mundo, o Brasil j se situava na 12 posio.
6.2 - Definio da Internet como Veculo de Comunicao
Monteiro (2001) destaca que a Internet foi criada como um veculo
de comunicao alternativo e que atualmente ainda utilizada com esse
propsito. Menos invasivo que o telefone e menos formal que uma carta, a
Internet um meio de comunicao interpessoal.
A Internet atinge propores mundiais no sistema de redes de
computadores interligados, alcana mais de 150 pases e rene
aproximadamente 300 milhes de computadores com mais de 400 milhes de
usurios (Dizard, 2000).
Os computadores se conectam a provedores de acesso que se
ligam a redes nacionais e internacionais, possibilitando o transporte e a troca
de informaes multimdia (texto, som, grficos e vdeo) por diversos pontos da
rede, bem como o e-mail (correio eletrnico), o FTP (File Transfer Protocol) e
outros meios menos conhecidos.
Segundo Barbosa e Rabaa (2001), os meios de comunicao de
massa possuem as seguintes caractersticas:
a) so operados por organizaes amplas e complexas, envolvendo
diversos profissionais, com diferentes habilidades;
b) so capazes de difundir suas mensagens para milhares ou at
milhes de pessoas, utilizando grandes recursos tecnolgicos (os
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veculos de massa), sustentados pela economia de mercado
(principalmente na publicidade);
c) falam para uma audincia numerosa, heterognea, dispersa
geograficamente e annima;
d) e, principalmente, exercem uma comunicao de um s sentido,
ainda que possuam algum sistema de feedback (ndices de
audincia, por exemplo).
Por um lado, a Internet possui de certa forma ao menos as trs
primeiras caractersticas citadas. Um site do tipo portal, por exemplo, o Terra,
Universo Online, entre outros, uma organizao ampla e complexa que,
atravs de um aparato tecnolgico sofisticado (inmeros computadores, linhas
telefnicas dedicadas, conexes via satlite ou fibra tica etc.), sustenta-se por
verbas publicitrias; difunde contedos para uma audincia numerosa,
heterognea, geograficamente dispersa e annima. Exatamente como
acontece na comunicao de massa.
Por outro lado, diferentemente do que ocorre na comunicao de
massa, a comunicao na Internet pode ser feita apenas por uma pessoa com
um simples computador e uma linha telefnica, disponibilizando contedos
para o mesmo pblico. Necessariamente no precisa acontecer no mesmo
sentido porque, devido a suas caractersticas de sistema hipertextual, a Internet
permite que a pessoa faa seu prprio caminho para o acesso aos contedos,
determinando quando e qual informao quer receber, sua postura deixa de
ser a do receptor passivo para o espectador e entra em cena o usurio
(Monteiro, 2001:4).
Em outras palavras, a Internet um veculo de comunicao, de
tecnologia revolucionria, que apresenta aspectos nunca previstos no cenrio
da comunicao.
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A Internet veio para revolucionar os meios de comunicao, pois at
o final do sculo XX a divulgao pblica de informaes no estava ao
alcance de pessoas comuns. Era restrita a uma elite que detinha o controle dos
veculos de massa, at porque o acesso s informaes estava limitado aos
recursos financeiros de cada um dos cidados, isto em conseqncia das
tecnologias de reproduo e difuso, como emissoras de rdio ou de televiso.
Com a Internet isso mudou significativamente. No so mais
necessrios grandes investimentos para se ter um meio de produo e
distribuio de informaes com diversas fontes. A Internet cede lugar para
muitas pessoas se comunicarem com muitos receptores, que respondem de
volta, e assim criam o efeito clssico da comunicao (Dizard, 2000:23).
Com a possibilidade de assumir o controle da tecnologia, usurios e
criadores podem tornar-se a mesma coisa (Castells, 1999:5). Para Castells, o
que ocorre nessa sociedade, estruturada na informao, a capacidade de
gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informao baseada em
conhecimentos, comparvel posse dos meios de produo de bens na
poca da sociedade industrial (1999:5).
6.2 - Esttica da Internet
O hipertexto pode ser definido como uma tecnologia que organiza
uma base de informaes em blocos distintos de contedos conectados e cuja
ativao e seleo recuperam outra informao (Diaz, 1996). O hipertexto
utilizado para organizar e manejar a informao armazenada e ligada em uma
rede que contm textos, grficos, imagens, udio, animaes, vdeo, arquivos
executveis e outras formas de dados.
O hipertexto foi criado na mesma acepo do conhecimento
humano, ou seja, por associao, pulando de um item ao outro, de forma
instantnea, ligando pedaos de informao com outros contedos. Diferente
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da maneira impressa nos livros e revistas, cuja forma seqencial, do princpio
ao fim, no hipertexto a leitura feita de forma linear e os usurios no so
obrigados a seguir uma seqncia estabelecida, podem se locomover pela
informao e ver intuitivamente os contedos por associao, seguindo os
interesses de busca. Em contrapartida, a figura representada em estilo
seqencial, hierrquico, reticulado ou em hipertexto (Bianchini, 2000).
Segundo Landow (1991), o hipertexto uma forma de literatura, pois
transcende linearidade, aos limites e s qualidades fixas da escrita tradicional
do texto. Para Bolter (1991), o hipertexto consiste de tpicos e suas conexes
podem ser pargrafos, oraes ou palavras simples. Um hipertexto como um
livro impresso, no qual o autor tem disponvel uma tesoura para cortar e pegar
os pedaos do tamanho que lhe convier. A diferena que o hipertexto
eletrnico no se dissolve em uma desordenada carteira de anotaes, nele o
autor define sua estrutura de conexes entre as anotaes (Bolter, 1991).
O hipertexto uma tecnologia vantajosa devido aos recursos que
proporciona. Algumas caractersticas podem ser destacadas:
a) um meio adequado para organizar e apresentar a informao,
estruturada ou no, sem os esquemas tradicionais e rgidos das
bases de dados. Podem ser utilizados esquemas hierrquicos no
uso de sistemas de documentao de textos tradicionais
organizados ou no;
b) tem uma interface intuitiva que imita o funcionamento da mente
humana, fazendo uso de modelos cognitivos, pois no requer do
usurio grandes esforos para obter uma informao;
c) a informao se encontra distribuda e pode ser acessada de
forma corrente por vrios usurios em um ambiente
compartilhado;
d) um ambiente colaborativo porque o usurio cria novas
referncias entre os documentos de forma imediata e
independente dos contedos, aumentando o hiperdocumento.
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e) tem vrios mecanismos de recuperao e busca de informao
por meio das navegaes dirigidas ou no.
Essas caractersticas fazem do hipertexto um recurso com uma
variedade significativa de aplicaes: grande quantidade de informaes
organizadas em fragmentos e contextos distintos, relacionada ou no entre si.
Os dados requeridos nos domnios do hipertexto incluem suporte para a
documentao acadmica, dicionrios e enciclopdias eletrnicas,
organizadores de idias, sistemas de informaes tursticas e geogrficas,
ferramentas de ensino e aprendizado, trabalho colaborativo e comunicao que
podem ser implantados em ambientes fechados ou abertos (Bianchini, 2000).
A figura abaixo ilustra a estrutura e a dinmica do hipertexto:
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6.2.1 - Interatividade
A interatividade o ato de se comunicar num processo bidirecional,
ou seja, o emissor e o receptor se relacionam intelectualmente e conversam
entre si durante a constituio da mensagem (Moraes, 1998).
Magalhes (2001) define a interatividade como uma caracterstica
das novas tecnologias da informao e da comunicao, coexistindo com a
reciprocidade de aes de vrios agentes fsicos ou biolgicos. Representada
em uma qualidade denominada mquina inteligente, sua evoluo dinmica
desenvolve-se de acordo com os avanos tcnicos.
Pierre Lvy (1997) identifica a interatividade (relao com a
mensagem/dispositivo de comunicao) em diferentes nveis. Ela vai da
mensagem linear, pelos dispositivos que variam desde a imprensa, rdio, TV e
cinema e as conferncias eletrnicas, passando pela mensagem participativa,
atravs de dispositivos que variam dos video games com um s participante,
at a comunicao em mundos virtuais, envolvendo negociaes contnuas.
Lvy esclarece que a interatividade a possibilidade de transformar
as pessoas, sob o prisma de que os dispositivos tcnicos se desenvolvem
continuamente, em emissores e receptores da mensagem, com participao
efetiva nos processos comunicacionais.
O desenvolvimento tecnolgico trouxe, alm da transposio das
barreiras do espao-tempo, o progresso das estruturas de acesso e das
ferramentas tcnicas como extenso do intelecto humano na comunicao e no
acesso de informao pela rede. A possibilidade de trabalho em rede, tanto
quanto estrutura de acesso e tratamento da informao, quanto a estrutura
de intercmbio e de atividade colaborativa, constitui, sem dvida alguma, a
grande qualidade dessas tecnologias (Magalhes, 2001).
As estruturas de rede executam formas complexas de interao
social, nas quais indivduos tornam-se, ao mesmo tempo, receptores e
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emissores, produtores e consumidores de mensagens. A comunicao deixa,
definitivamente, de ser linear e de mo nica e passa a ser multilnge,
policntrica com inmeros significados (Magalhes, 2001).
6.3 - Intranet
A Intranet uma rede privada baseada na mesma tecnologia da
Internet. Ela estruturada nos mesmos protocolos, equipamentos e servios,
porm direcionada para incrementar e dinamizar a comunicao e a
produtividade dentro de uma empresa. Assim como a Internet revolucionou a
forma das pessoas se comunicarem globalmente, a Intranet tem aperfeioado
a comunicao interna das empresas.
A Intranet uma rede baseada no uso de protocolos TCP/IP, HTTP,
do SMTP e do POP3, para correio eletrnico, do NNTP, para grupos de
discusso, os mesmos da Internet. uma ferramenta de trabalho explorada
para estimular e atrair os funcionrios na busca de informaes, otimizando a
coleta de dados para atividades do cotidiano. Ela ativa a comunicao
embasada na forma de gesto, por meio de conceitos que favorecem a
produtividade dos funcionrios, ordenando informaes com funcionalidade, o
que amplia o leque de servios e contedo.
Essa ferramenta ainda auxilia na reduo de custos, agiliza as
decises corporativas, torna a empresa mais competitiva no mercado,
proporciona a interatividade, facilita o acesso de aplicaes e utilizao de
informaes estticas ou dinmicas em qualquer local da companhia. Ela
viabiliza tambm a descentralizao, a publicao e a distribuio em tempo
real das informaes, favorecendo o desempenho dos funcionrios.
A dinamizao de uma rdio on-line na Intranet fomenta uma
revoluo na cultura da comunicao corporativa, gerando uma srie de
benefcios. A fuso de dois veculos de comunicao permite maior integrao
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e comunicao entre as pessoas na companhia. Esse processo auxilia a
implementao de qualidade total, aumenta a produtividade, melhora o
atendimento interno e externo e, ainda, estimula uma maneira para se fazer
treinamento interno.
O treinamento, ferramenta fundamental para capacitao dos
membros da organizao, pode extrair vantagens objetivas da Intranet, como
ocorre com o e-mail. Os recursos da Intranet podem ser direcionados para uso
em programas de treinamento interno, aumentando substancialmente a
produtividade e reduzindo os custos desses programas de reciclagem dos
empregados.
Com a Intranet dinamizada, ou seja, transformada em um veculo de
multimdia, o atendimento aos clientes tambm torna-se diversificado. A partir
do momento em que so mantidas informaes sobre os produtos da empresa,
perguntas mais freqentes, aplicaes para gerenciamento de contato ou at
mesmo integrao com estoque e fornecedores, o cliente passa a ser atendido
com eficincia e agilidade.
Com todas essas vantagens, a rdio na Intranet possibilita ainda
menos gastos com os meios convencionais da empresa; ao reduzir a utilizao
de papel, fax, telefone, custo de distribuio de documentos, entre outros. No
entanto, o maior lucro est na formao dos funcionrios em relao aos
assuntos da companhia, refletindo em benefcio direto na economia
corporativa.
A rdio on-line na Intranet, especialmente pelo poder de
convergncia dos veculos comunicacionais existentes em uma empresa, tende
a orientar melhor os funcionrios quanto informao que desejam acessar e o
retorno, o feedback, do contedo recebido.
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7 - WEBRADIO - UMA NOVA FERRAMENTA DE COMUNICAO
Com o mercado cada vez mais competitivo, foram lanados, no
incio de 2000, dois aparelhos portteis de recepo, Kerbango e o iRad-S. O
primeiro mede 18 centmetros e de fcil manuseio. Nele, um boto controla o
volume, liga e desliga o equipamento. O segundo, que pode armazenar cerca
de mil arquivos de udio digital, d as opes de sintonia, executa CDs e
sintoniza de modo convencional emissoras AM e FM.
Para que a transmisso ocorra sem interferncias, necessrio
ainda aperfeioar os programas existentes no mercado, s para citar dois: o
RealProducer, da RealNetworks, e o Windows Media Encoder, da Microsoft. O
desafio moldar os sinais de origem e destino para que trafeguem pela rede
sem suspenso, ou seja, com a funo de conversor de sinais. Os players
abrem as portas de destino e no outro extremo age um programa que controla
a ordem e o fluxo de sada dos sinais: o RealServer para a RealNetworks e
Windows Media Server para a Microsoft.
Mesmo com todos esses obstculos, segundo Fernando Kuhn o
grande sucesso est na abertura de rdios pessoais, desenvolvidas pela
Imagine Radio, hoje SonicNet, que possibilitam ao usurio escolher, dentre um
acervo, uma programao musical que passa a ser a sua rdio, com o nome
que desejar e sem preocupao com direitos autorais. O primeiro processo de
rdios pessoais chegou ao Brasil em 2000 pelo Grupo Abril com a Usina do
Som (Kuhn, 2001).
7.1 - Breve Resgate Histrico do Webradio
Desde 1990, um nmero expressivo de emissoras continua aderindo
transmisso por satlite pelo sistema DAB (Digital Audio Broadcasting). No
entanto, o fato pertinente a veiculao de programas radiofnicos pela
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Internet, recurso permitido por meio de software, como o RealAudio Player,
lanado em 1995, e difundindo plenamente em 1997 (Kuhn, 2001).
O advento do rdio na Internet recente, comeou em setembro de
1995 no Texas, com a KLIF de Dallas, que tornou-se a primeira emissora
comercial a transmitir de forma contnua e ao vivo pela Internet. No Brasil, o
pioneirismo coube rdio Itatiaia (Barbosa Filho,1996).
Segundo a BRS Media, de San Francisco, entre abril de 1996 e abril
de 2000, a quantidade de emissoras com transmisso via Internet saltou de 56
para 3.763. No Brasil, de acordo com o [email protected], de Varginha (MG), em
1997 at setembro de 2000 o sistema on-line j era adotado por 191
emissoras.
O crescimento vertiginoso de rdios que adotam a Internet deve ser
atribudo facilidade do RealAudio Player, que torna acessvel sintonizar sinais
sonoros em tempo real pela Internet. Basta baixar o arquivo na prpria rede,
instal-lo, entrar no site da emissora e clicar no local indicado.
Apesar de existirem muitas rdios na rede, a recepo de udio pela
Internet ainda limitada. Abrir mais pginas, alm da webradio que se est
ouvindo, no recomendvel, isso pode interromper os dados recebidos pelo
computador do usurio. A qualidade da placa de som instalada no computador
outro fator determinante na qualidade da recepo do udio. Alm disso, as
rdios funcionam no sistema de bufferizao, ou seja, armazenam dados
capazes de sustentar a apresentao por algum tempo e, se a rede estiver
congestionada, ocorre discrepncia no recebimento do pacote.
7.2 - A Globalizao das Webradios
trusmo dizer que na Internet h a possibilidade de ouvir e
sintonizar uma gama de rdios de todos os lugares do mundo. No apenas
emissoras de ondas curtas, mas tambm de ondas mdias e freqncia
modulada. Essa unio de sintonias de qualquer parte do mundo j representa
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um desenvolvimento muito rpido no sistema de rdio, com perspectivas para
publicidade e multiplicao da audincia.
Quando um estrangeiro, por exemplo, ouve um programa dedicado
msica erudita brasileira, como o Ciranda, na Cultura FM, ele absorve um
pouco da cultura do Brasil, influenciando assim, por meio dele, a cultura de
outros povos pela webradio.
Com o advento do rdio na Internet terminam as disputas por
concesses, freqncias e investimentos em antenas e transmissores, pois
atualmente todos podem criar uma rdio virtual, com alcance antes
inimaginvel.
Com a chegada do RealPlayer, similares e sucessores, os idiomas
antes ameaados pela globalizao passaram a ser mais conhecidos, tais
como o galego, o catalo e o irlands que tm possibilidades de ganhar
ouvintes para alm das fronteiras em que so falados. No Brasil, por exemplo,
existe um site dedicado aos ndios ashaninkas, no qual o internauta pode ouvir
canes da tribo acreana no idioma arwuk (Kuhn, 2001).
Nas rdios convencionais, o contato s feito pelo telefone,
enquanto que nas rdios pela Internet, alm dos meios comuns, o acesso do
ouvinte/leitor pode ser pelo e-mail e chat. Esse acesso torna mais fcil a
participao do pblico, especialmente pela comodidade para enviar uma
mensagem eletrnica, uma vez que o internauta encontra-se, no mesmo
momento, navegando no site.
A tendncia do rdio na Internet seguir para a quarta mdia. Isto se
d pela observao de dois mil sites de emissoras de rdio que so modelos
na rede. Como destaca Fernando Kuhn (2001), o primeiro quadro nas rdios
a presena meramente institucional, depois so o udio no contnuo e logo
em seguida o contnuo. Adiante segue para fotos, textos informativos e a
participao do pblico. No sexto quadro, servio de guias especficos e udio
alternativo e por ltimo vdeo e animao. Atualmente, so poucas as rdios
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que no dispem desses servios para o leitor-ouvinte, muito pelo contrrio, o
caminho est na utilizao de cmaras nos sites de rdio.
No entanto, faz-se necessrio ressaltar que o advento da webradio
no pe fim s rdios de ondas curtas. Em 1993, segundo a Unesco, existiam,
apenas na Amrica Latina, cerca de 177 milhes de receptores de rdio em
ondas curtas. Em 1996, a BBC de Londres criou um servio de transmisso
nas lnguas kinyarwanda e kirundi. Esses dois registros sugerem que a velha e
a nova tecnologia iro conviver juntas ainda por muitos anos.
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8 - CARACTERSTICAS ON DEMAND, STREAMING, CAPTAO E ACESSO
Os meios de comunicao se complementam e se incorporam, como
no caso do CD-ROM e da placa de som ao microcomputador. O mesmo
aconteceu na Internet, com o agrupamento do rdio, televiso, jornal, cinema e
uma srie de outras mdias, transformando-a em multimdia. Os cabos, os
satlites, os telefones, a televiso, o rdio e a Internet no so tecnologias
competitivas entre si (Cebran, 1999).
Esse processo de unio dos meios foi definido por Fidler (1997)
como midiamorfosis e contm cinco princpios que distinguem a trajetria dos
veculos de comunicao de massa para o ambiente multimiditico:
Coevoluo e coexistncia: as formas de meios de comunicao coexistem e coevoluem de um sistema complexo de adaptao e
expanso. Quando um meio evolui, influencia e desenvolve os
demais;
Metamorfose: os novos meios aparecem gradualmente da metamorfose de meios anteriores, adaptando e continuando o
processo de evoluo;
Sobrevivncia: todos meios de comunicao esto compelidos a se adaptarem e evolurem para sobreviver em meio s
transformaes;
Oportunidade e necessidade: no se adaptam em funo apenas da tecnologia, mas tambm por meio da oportunidade poltica,
econmica ou social;
Adaptao postergada: as novas tecnologias no se transformam rapidamente em sucesso, demoram uma gerao para difundir
seus conceitos e ser adotada por todos.
A transmisso de acesso rede obedece quatro formas: ADLS,
CABO, ISDN e RDIO.
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O ADLS (Asymetric Digital Subscriber Line) usa tecnologia de uma
linha telefnica digital que transmite dados e voz ao mesmo tempo. Bastam um
modem, uma placa de rede conectada ao microcomputador e um splitter
(divisor).
O cabo similar ao sistema de cabeamento das operadoras de TV
por assinatura, podem ser bidirecional (recepo e envio de dados pelo
computador) ou unidirecional (recepo pelo computador e envio de dados pela
linha telefnica). Para utilizar esse servio, o usurio deve ter uma placa de
rede e um provedor de acesso.
O ISDN (Integrated Services Digital Network), ou Rede Digital de
Sistemas Integrados, divide o fio convencional da linha telefnica, cada um
com 64Kbps, em dois canais, voz e dados. Isso pode ser feito com o uso do
modem, placa de rede e provedor de acesso.
A conexo pelo rdio pode ser feita por meio de uma antena
receptora de sinais e o assinante precisa de uma placa de rede conectada
diretamente ao fio da antena.
Fazer um acesso de um arquivo, de udio ou vdeo, previamente
gravado na Internet, o recurso chamado on demand, ou demanda no
provedor. Trata-se da tecnologia que o usurio utiliza para fazer o download de
um arquivo digital (fala, msica, vinhetas) para execut-lo no microcomputador
(Bufarah, 2002). Esse recurso ainda possibilita, a partir de qualquer contedo
gravado (udio, vdeo ou ilustraes), consultas, via Internet, a qualquer hora
do dia, e produo de um vdeo explicativo sobre determinado produto que
pode ser produzido e disponibilizado no site da empresa ou em um site
especfico.
Tambm possvel transmitir dados de udio ou vdeo em
streaming, fluxo contnuo, ou seja, a compactao dos arquivos feita em
tempo real (Estcio, 2000). O sistema simples, quando o usurio acessa um
link, pedindo a reproduo de determinado arquivo, logo ativado o download,
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ou a transferncia de dados. O player, programa que executa o arquivo,
armazena o dados no buffer, dispositivo de carter transitrio. Quando for
preenchido com os dados, automaticamente inicia-se o processamento da
reproduo do contedo no player, sucessivamente at terminar todo o
contedo do arquivo requisitado. Existem duas formas de streaming: unicast e
multicast (Estcio, 2000).
Quando necessrio transmitir informao (voz, vdeo, dados)
apenas para alguns utilizadores, a soluo usar mltiplos feeds unicast ou
fazer broadcast para todos, ou seja, transmitir um programa ou mensagem
publicitria ou notcia, para o pblico em geral, atravs de ondas
eletromagnticas, cabo etc.. Qualquer dessas solues consome volumes
desnecessrios de largura de banda.
A informao para mltiplos recipientes pode ser feita pela
tecnologia multicast, ou seja, enviada em pacotes endereados ao grupo
virtual de interessados e replicada apenas em pontos chaves da rede. Assim, a
informao chega com rapidez e eficincia, porm apenas a quem a solicita. As
aplicaes mais comuns dessa tecnologia so videoconferncia, ensino ou
formao a distncia, difuso de eventos, repetio de base de dados etc..
No comportamento normal de uma transmisso unicast, um pacote
encaminhado desde a origem at o destino, atravessando a rede de hop para
hop. Em multicast, o destino do pacote no um utilizador singular, em vez
disso, os interessados em receber o pacote aderem a um grupo, que tem um
endereo definido e esse o endereo de destino do pacote. Apenas os
membros do grupo recebero as informaes, sendo que qualquer um dos
membros poder contribuir ou no para o grupo.
O backbone da RCTS tem ligao ao MBONE (rede mundial IP com
capacidades multicast) atravs da GEANT (The pan-European Gigabit
Research Network). A rede MBONE, criada em 1991, principalmente usada
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para testar e desenvolver novos protocolos de encaminhamento e de
transporte, alm de aplicaes multicast IP.
Com o streaming media possvel coletar o contedo de vdeo e
udio e fundir com outras aplicaes de Web (pesquisas de opinio, chats,
novos links) para criar uma funo interativa encorpada para o usurio final. Ele
espalha a experincia de Web com dados de udio e vdeo para estimular as
aplicaes on-line de maneira intensa. No entanto, preciso atentar para o
desenvolvimento e implementao de ferramentas de gerenciamento de bens
digitais que permitem acesso automatizado s informaes multimdia. Outro
fator a preocupao com segurana em relao aos firewalls quando se fala
sobre a distribuio das aplicaes de streaming media (Haar, 2002).
Este problema no existe quando a tecnologia restrita a
corporao, o oposto do que acontece na Web, uma vez que os modelos de
negcios no esto totalmente preparados para este servio na rede. O
problema que muitos desses modelos de ASP para distribuio de software
de streaming media no se do bem com firewalls que, apesar dos recursos
disponveis e da tecnologia cada vez mais desenvolvida, um obstculo a ser
superado.
A banda larga, ou a Internet a cabo, uma realidade distante para a
maioria dos usurios. Quem acessa a rede por linha discada tem uma
velocidade de, no mximo, 56 Kbps. J quem acessa por cabo tem,
geralmente, 256 Kbps, que pode variar conforme o plano de assinatura.
A maioria das grandes rdios conta com transmisso na Internet.
Elas usam streaming live, uma transmisso em tempo real, assim como
acontece nas rdios convencionais. Mas, para a Web o melhor ainda o
streaming on demand. So arquivos de udio ou vdeo que ficam disponveis
para acesso via streaming, permitindo ao usurio acess-lo a hora que quiser.
Os usurios no vo necessariamente assistir a mesma programao ao
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mesmo momento. Esse um grande diferencial da Internet quando comparada
a outras mdias (Fontoura, 2002).
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9 - DIFERENCIAO DE SERVIOS
Cada emissora de rdio se diferencia uma da outra pelo formato e
pelos servios. A Usina do Som, por exemplo, possibilita ao usurio criar uma
programao musical para ser ouvida pela Internet, utiliza a tecnologia
streaming (ao vivo) e on demand (gravado). A rdio, sem a participao de
funcionrios na escolha da programao, utiliza a ordem randmica
automatizada na escolha das msicas, que variam de Rock a World Music.
A rdio Musical MPB, que funcionava nos moldes convencionais,
passou para a Internet em 2000 e tem como caracterstica, como o nome
sugere, veicular msicas brasileiras.
A rdio Viva Favela, do Rio de Janeiro, tem a funo de disseminar
as informaes colhidas sobre as comunidades e resolver os problemas da
regio. Alm de msicas produzidas pelos ouvintes, a rdio veicula em
programas jornalsticos as notcias daquela regio. O benefcio da rdio est
em transmitir e trocar informaes e experincias entre as comunidades.
A rdio CBN no veicula msicas, faz apenas radiojornalismo
fundamentado na utilidade pblica, com editorias sobre Cidades, Economia,
Esportes, Internacional, Pas, Poltica, Sade e Vida, e entrevistas com
pessoas que influem diretamente na vida social de So Paulo. A rdio tambm
aborda temas sobre esportes, ecologia, comunicao, empresa, cincia, mdia,
entretenimento e sade.
A Rdio Jovem Pan de So Paulo oferece um jornalismo atuante e
participativo, seguido por intensa prestao de servios. A emissora criou um
novo estilo de rdio, especialmente no que diz respeito prestao de servio,
que representa um canal aberto da populao com as autoridades da cidade,
do Estado e do Pas.
A Lucent Web Radio uma rdio corporativa implantada na Intranet
que veicula 156 minutos de programao por dia e atinge 50 mil funcionrios
no mundo todo. Martin (1999) destaca que a emissora, baseada na rede,
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semelhante a uma rdio tradicional e que o motivo para implantar uma rdio na
Lucent estava na necessidade de sanar um problema de distribuio e
divulgao das informaes na empresa.
A corporao criou uma programao com entrevistas, histrias de
sucesso de funcionrios, mensagens, informaes dirias e cursos on-line de
capacitao de funcionrios.
No entanto, o maior impacto da rdio foi na rea de treinamento. A
empresa, ao optar pelo treinamento eletrnico, tem economizado, por ano, seis
milhes de dlares. A rdio ainda possibilitou um canal de comunicao
prximo dos funcionrios e mais condizente com a realidade, especialmente
por viabilizar uma relao mais estreita entre executivos e funcionrios.
Segundo Roberto Yurkovic, diretor de Gesto de Negcios
Avanados na Lucent e criador do projeto, a empresa obteve 750% de retorno
em relao ao investimento feito inicialmente, com uma economia anual de
15,5 milhes de dlares (Bufarah, 2002).
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10 - PRODUTOS PORTO SEGURO
Segundo Kugelmass (1996:12) o trabalho flexvel basicamente
uma estratgia para organizaes de qualquer setor, independentemente do
tipo do produto, nvel de tecnologia ou tipo de fora de trabalho. Mas pode-se
conceitu-lo como uma nova forma de organizao, que contempla o
deslocamento de pontos tradicionais para outros locais, utilizando as novas
tecnologias da informao - necessrias para a interligao das tecnologias
atuais, das telecomunicaes, do tempo e do espao geogrfico.
Para Nilles, possvel teletrabalhar pelo fato de a tecnologia ter
evoludo a ponto da informao necessria chegar at ns, independentemente
do momento ou local onde estivermos (Nilles, 1997:25).
Na Porto Seguro, existem seis meios de comunicao, utilizados
para atingir os quase oito mil funcionrios da companhia. So eles, o correio
eletrnico, a Intranet, o quadro de avisos, o jornal Nosso Porto, os banners e as
filipetas, esses dois ltimos distribudos nas portarias.
O correio eletrnico, que funciona como newsletter, divulga
diariamente as principais notcias da companhia, atinge mais de quatro mil
usurios e distribudo sempre noite, alcanando todas as regies do pas.
Aps permanecer um ms na pgina do Marketing, na Intranet, o contedo
arquivado em um banco de dados.
O quadro de avisos, criado em 1983, distribudo semanalmente
para mais de 180 reas, incluindo sucursais e regionais. As informaes
permanecem nos quadros e na Intranet por uma semana, sendo substitudas
por outra publicao na semana seguinte.
A Intranet, criada em novembro de 1999, combina e incorpora todas
as informaes dos outros meios, desde as notcias do correio eletrnico, do
quadro de avisos, at o jornal Nosso Porto em PDF (Portable Document
Format). As notcias ficam no ar e depois so armazenadas em banco de
dados na medida em que mais informaes chegam Intranet.
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O jornal Nosso Porto, ou house organ, rene os principais
acontecimentos do ms na companhia e funciona como importante instrumento
de endomarketing, j que enviado diretamente casa do funcionrio,
envolvendo tambm seus familiares. Lanado em 1981, o boletim atinge cinco
mil pessoas e circula durante um ms entre os funcionrios e na Intranet.
Os banners e as filipetas so fixados nas portarias dos quatro
edifcios da Porto Seguro, Rio Branco, Guaianases, Baro de Piracicaba e
Ribeiro da Silva. Atingem, entre funcionrios, prestadores de servios, clientes
e corretores, mais de cinco mil pessoas diariamente e so divulgados dois por
ms, ficando cada um durante uma quinzena.
A convergncia desses meios para a rdio on-line, sem os extinguir,
tende a dinamizar a comunicao corporativa e ampliar seu grau de
conhecimento entre os funcionrios, gerando com isso conseqncias positivas
no ambiente profissional.
10.1 - Justificativa do Produto
Uma rdio on-line pode revolucionar a comunicao corporativa na
Porto Seguro, especialmente, ao alterar a maneira fragmentada de disseminar
as notcias e ao assumir uma estrutura de comunicao integrada, dividida em
duas etapas, uma que estabelece a base de relacionamento interpessoal,
desenvolvendo positivamente a auto-estima das pessoas, e a que facilita a
prtica da empatia e da afetividade nos funcionrios.
O objetivo fazer com que os funcionrios sejam reeducados no
clima empresarial e que todos saibam o que a empresa pensa, quais os valores
e os compromissos e, principalmente, conhecer e estarem harmonizados com
a viso, misso e filosofia da companhia.
Este projeto tambm visa a mudana do conceito de aprendizagem
por meio da leitura, passando a ensinar os funcionrios pela oralidade, pois a
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cultura brasileira apresenta o trao indelvel da fala, da conversa entre as
pessoas canal com o qual todos se comunicam melhor, pois expressam suas
idias. Outro fator imprescindvel que no Brasil no existe veculo de
comunicao to popular quanto o rdio, que carrega consigo uma enorme
vantagem, ao permitir o exerccio da linguagem em situaes reais. Com a
rdio, os funcionrios vo poder participar diretamente, criando, por exemplo,
um programa com poesias, msicas, entrevistas, leituras e at receitas.
Alm de ouvir importante tambm saber escutar. Para desenvolver
a linguagem oral importante exercitar tambm a audio compreensiva.
Alguns estudos apontam que as pessoas que falam bem, invariavelmente
sabem ouvir, prestam mais ateno, compreendem e interpretam melhor o que
os outros falam. O rdio amplia o alcance de cidadania pela voz e ainda
desenvolve a expresso, ajuda a perder a inibio para falar em pblico,
exercita o raciocnio lgico, leva a pessoa a descobrir e a mostrar aos outros
seus talentos, eleva a auto-estima, permite conhecer e utilizar novas
tecnologias, estimula a imaginao e a criatividade, d um sentido concreto ao
conhecimento profissional, promove a cidadania e favorece a
interdisciplinaridade.
10.2 - Rdio On-line Porto Seguro
A proposta de rdio para a Porto Seguro, diferentemente das
emissoras de rdios tradicionais, que veiculam notcias e msicas, combinar
notcias, msicas e disponibilizar cada programao em um banco de dados. A
diferena dessa rdio que nela os servios sero dirigidos aos funcionrios.
A rdio ter um formato corporativo voltado para informaes dirias
da companhia, utilizando as tecnologias de streaming (ao vivo, quando se tratar
de entrevistas ou informaes sobre os eventos) e on demand (gravado). Ir
veicular msicas brasileiras, com programao escolhida pelos funcionrios, e
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disseminar informaes sobre as reas, que podero trocar informaes e
experincias entre si.
A programao da rdio inclui ainda um jornal com informaes de
ltima hora da companhia, abordando os principais acontecimentos do
momento, com participao de correspondentes localizados em diversas
sucursais. A rdio, alm de tocar msica popular brasileira, abordar as
notcias divulgadas na imprensa sobre o mercado de seguros, com citaes da
companhia e de seus produtos, fornecedores e clientes, com anlises de
mercado e tendncias do setor. Um fator singular ser a divulgao das
msicas interpretadas pelos funcionrios que foram cantadas no Festival de
Inverno Porto Seguro, no espao de convivncia Guaianases.
Com um boletim, o Infochuva, a rdio prestar servios e orientar
os funcionrios com informaes sobre o tempo e condies do trnsito na
cidade. As informaes sero colhidas nas reas tcnicas e transmitidas aos
funcionrios, enfatizando novidades sobre informtica, Internet, Intranet,
tecnologia da informao e telecomunicaes, com dicas de segurana e como
melhorar o desempenho do computador.
As informaes sobre o que acontece fora da empresa e as
questes que esto em pauta nos principais jornais do Pas sero veiculadas
em programas especficos. Tambm est previsto um programa especial para
os funcionrios apresentarem projetos, criticas, sugestes ou idias.
A rdio ter um caderno semanal de arte, cultura, lazer e notcias
sobre o meio ambiente, com debates e entrevistas sobre temas atuais como
qualidade de vida, literatura, educao, dicas de exerccios fsicos e
informaes sobre os principais jogos de futebol de salo, basquete e voleibol
do Campeonato Porto Seguro. A equipe de reportagem da rdio vai cobrir os
eventos e fazer entrevistas ao vivo com funcionrios.
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Na linha multidisciplinar, a rdio apresenta um programa sobre o
mundo da literatura, com temas de fico e no-fico, explorando assim o
acervo da Biblioteca da companhia.
A rdio na Porto Seguro ter uma segunda funo que a utilidade
pblica voltada s necessidades dos moradores vizinhos das sucursais e da
matriz, nos Campos Elsios, com nfase no grupo de Ao Social e nos
projetos em pauta.
Com 120 minutos de programao diria, ainda sobrar tempo para
o treinamento distncia, com o sistema e-learning. O programa levar aos
funcionrios uma srie de cursos sobre os produtos da companhia, oficina de
portugus e matemtica, contabilidade, estatstica e os softwares mais
utilizados internamente.
10.3 - Caractersticas da Rdio On-line Porto Seguro
De maneira atrativa e funcional, a rdio on-line far o papel
estratgico da comunicao horizontal, utilizando um recurso pouco explorado,
a participao de todos os funcionrios nos processos de tomada de deciso
fato que restringe a empresa de tomar decises sem o