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1 1 Centro Universitário Nove de Julho Comunicação Social - Jornalismo RÁDIO ON-LINE COMO FERRAMENTA DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA PARTICIPATIVA UMA PROPOSTA PARA A PORTO SEGURO NILTHON FERNANDES DE OLIVEIRA JUNIOR SÃO PAULO – 2002

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    Centro Universitrio Nove de Julho

    Comunicao Social - Jornalismo

    RDIO ON-LINE COMO FERRAMENTA DA COMUNICAO CORPORATIVA PARTICIPATIVA

    UMA PROPOSTA PARA A PORTO SEGURO

    NILTHON FERNANDES DE OLIVEIRA JUNIOR

    SO PAULO 2002

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    RESUMO

    A Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais uma empresa do

    mercado segurador e sua estrutura bsica compreende a matriz, na

    administrao superior, em So Paulo, e mais de 120 escritrios distribudos

    por todo o territrio nacional. A Porto Seguro, com mais de 17 mil corretores,

    atualmente a terceira maior seguradora do mercado brasileiro e gera cerca de

    cinco mil empregos diretos. Em 2001, o volume de prmios auferidos chegou a

    mais de R$ 1,83 bilho e o patrimnio lquido est estimado em quase 500

    milhes de reais.

    Uma empresa desse porte tende a apresentar deficincias em seu

    processo comunicacional. Um dos problemas mais comuns encontrados no

    sistema de comunicao de grandes corporaes o seu formato vertical, ou

    seja, uma comunicao de cima para baixo que no contempla a voz dos

    funcionrios. Trata-se, portanto, de um sistema que disponibiliza informaes

    geradas ou processadas pelos dirigentes para o consumo dos funcionrios.

    Este projeto de pesquisa, concebido a partir dessa constatao, visa

    a desenvolver uma rdio on-line capaz de horizontalizar o processo de

    comunicao da Porto Seguro a partir da interatividade.

    Uma singularidade da rdio on-line a convergncia com os demais

    veculos de comunicao existentes na companhia, ou seja, os produtos

    comunicacionais, gerados pela equipe de comunicao da Porto Seguro, so o

    ponto de partida para o desenvolvimento da rdio digital.

    Ao agregar esses veculos de comunicao, a rdio on-line assume

    o formato de multimdia que, atenta s responsabilidades da comunicao

    corporativa, contemplar a participao dos funcionrios.

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    SUMRIO

    1 - INTRODUO .......................................................................................................1

    2 - JUSTIFICATIVA ....................................................................................................5

    2.1 - Justificativa pelo Aspecto da Produtividade................................................6

    2.2 - Justificativa pelo Aspecto da Interatividade ................................................7

    3 - OBJETIVOS...........................................................................................................9

    3.1 - Objetivos Gerais .........................................................................................9

    3.2 - Objetivos Especficos .................................................................................9

    4 - METODOLOGIA ..................................................................................................10

    4.1 - Reviso Bibliogrfica ................................................................................10

    4.2 - Estudo de Caso ........................................................................................11

    5 - BREVE RESGATE HISTRICO DO RDIO.......................................................12

    5.1 - Definio do Rdio como Veculo de Comunicao .................................16

    5.2 - Esttica do Rdio......................................................................................17

    5.3 - Definio do Produto Sonoro....................................................................19

    6 - BREVE RESGATE HISTRICO DA INTERNET.................................................20

    6.1 - Internet no Brasil.......................................................................................22

    6.2 - Definio da Internet como Veculo de Comunicao ..............................24

    6.2 - Esttica da Internet...................................................................................26

    6.2.1 - Interatividade................................................................................29

    6.3 - Intranet .....................................................................................................31

    7 - WEBRADIO - UMA NOVA FERRAMENTA DE COMUNICAO ......................33 7.1 - Breve Resgate Histrico do Webradio ......................................................34 7.2 - A Globalizao das Webradios.................................................................35

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    8 - CARACTERSTICAS ON DEMAND, STREAMING, CAPTAO E ACESSO ..........................................................................................37 9 - DIFERENCIAO DE SERVIOS ......................................................................42 10 - PRODUTOS PORTO SEGURO.........................................................................44 10.1 - Justificativa do Produto...........................................................................45 10.2 - Rdio On-line Porto Seguro....................................................................46 10.3 - Caractersticas da Rdio On-line Porto Seguro ......................................48 10.4 - Perodo da Rdio no Ar ..........................................................................49 11. DEFINIO DAS FERRAMENTAS TECNOLGICAS ......................................50 12 - ESTRUTURA E OPERAO DA RDIO ON-LINE......................................... 54 12.1 - Definio da Equipe Envolvida no Projeto..............................................54 12.2 - Produtos da Rdio ..................................................................................55 12.2.1 - Programas .................................................................................58 12.2.2 - Boletins......................................................................................60 13 - PESQUISA COM O PBLICO-ALVO .............................................................. 65 13.1 - Metodologia ............................................................................................65 13.2 - Universo e Amostra ................................................................................66 13.3 - Cronograma............................................................................................67 14 - OFICINA DE CAPACITAO DE FUNCIONRIOS ....................................... 68 15 - RELAO CUSTO-BENEFCIO DO PROJETO ...............................................70 16 - GLOSSRIO......................................................................................................74

    17 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................92

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Estrutura e dinmica do hipertexto e alguns estilos .................................29

    Tabela 2 - Estrutura da rdio on-line na companhia..................................................53

    Tabela 3 - Grade de uma semana de programao da rdio....................................64

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    LISTA DE SIGLAS

    ARPA - Advanced Research Projects Agency

    Bit - Binary Digit BITNET - Because Its Time Network

    BPS - Bits Por Segundo

    CBN - Central Brasileira de Notcias

    CD-ROM - Compact Disk Read Only Memory

    CERN - European Laboratory for Particle Physics - CERN, o nome anterior,

    Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire

    CERT - Computer Emergency Response Team

    CGI - Common Gateway Interface

    CES - Character Encoding Scheme

    DAT - Digital Audio Tape

    DDN - Defense Data Network

    DOD - Departamento de Defesa dos Estados Unidos

    DHTML - Dynamic HTML

    DNS - Domain Name System

    FTP - File Transfer Protocol

    HTML - HyperText Markup Language

    HTTP - HyperText Transfer Protocol IP - Internet Protocol

    IRC - Internet Relay Chat

    ISAPI - Internet Server Aplication Program Interface

    ISDN - Integrated Services Digital Network

    LAN - Local Area Network

    POP - Post Office Protocol

    RAM - Random Access Memory

    ROM - Read-Only Memory

    RSCS - Remote Spooling Communication System

    SCSI - Small Computer System Interface

    SGML - Standard Generalized Markup Language

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    SQL - Structured Query Language

    SMTP - Simple Mail Transfer Protocol

    TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol

    URL - Uniform Resource Locator

    WAN - Wide Area Network

    WWW - World Wide Web

    XSL - Extendible Style Language

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    1 - INTRODUO

    notvel a evoluo da comunicao corporativa nas empresas de

    todos os segmentos pelo mundo. Companhias, nacionais ou multinacionais, j

    identificam como diferencial, em empresas consideradas modernas, o

    desenvolvimento empresarial e humano capaz de instruir seu corpo de

    funcionrios.

    A comunicao corporativa ou gesto de conhecimento a rea nas

    corporaes responsvel por desenvolver nas pessoas a capacidade de

    captao da informao, transformada mais tarde em pensamento. Outro fator

    que intensifica o desenvolvimento e a disseminao das informaes dentro

    das empresas, colaborando com a democratizao, a tecnologia em

    comunidades virtuais nos fluxos internos de conhecimento, o que melhora

    ainda mais a produtividade da organizao.

    Cada vez mais as empresas esto empenhadas em ouvir de seus

    colaboradores sugestes e crticas sobre os diferenciais nos produtos, na

    coordenao da administrao e tambm nos assuntos relacionados aos

    recursos humanos.

    Uma histria, contada por uma estudante de Comunicao Social do

    professor Paulo Nassar (2002), demonstra o desafio imposto pela comunicao

    corporativa e suas implicaes nos recursos humanos: Uma grande empresa brasileira, situada em So Paulo,

    descobriu recentemente que um grupo de funcionrios planejava melhorar o acesso de caminhes para uma de suas portarias simplesmente cortando, revelia da direo, durante a madrugada, um conjunto de rvores postadas h mais de cinqenta anos em frente empresa. De acordo com o plano, ainda no escuro, os restos mortais das rvores seriam rapidamente retirados por caminhes. E, na manh, a empresa ganharia uma portaria com acesso mais desimpedido. A ao s no foi levada em frente porque o vigilante de planto lembrou ao gerente participante da idia que um dos elementos da marca da empresa exatamente representado por uma rvore. E que pegaria muito mal, frente centenas de outros empregados, envolvidos em

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    projetos de responsabilidade social e ambiental, desconfiar que algum da empresa estivesse envolvido naquele crime (Nassar, 2002).

    Torna-se evidente que a comunicao interna e o departamento de

    Recursos Humanos devem instruir todos nos problemas e solues da

    empresa, aperfeioando a qualidade das relaes na corporao. Por esse

    motivo que torna-se possvel mensurar os processos ligados construo ou

    demolio da imagem empresarial, pois so as pessoas da organizao,

    incluindo seus dirigentes, que trabalham e relacionam-se com os seus pblicos

    estratgicos.

    Todos avaliam a empresa, constantemente, desde o cliente,

    consumidor, fornecedor, distribuidor, at os lderes comunitrios, pelas

    relaes sociais com diretores, gerentes, atendentes, vendedores,

    recepcionistas ou vigilantes, em outras palavras, pelos que fazem a linha de

    frente da corporao (Nassar, 2002).

    Esses registros so suficientes para identificar a importncia de um

    sistema de comunicao que contemple, efetivamente, a participao dos

    funcionrios em todos os processos estratgicos da corporao.

    Para viabilizar a participao de todos os colaboradores, este projeto

    de concluso de curso foi desenvolvido a partir da concepo de uma rdio on-

    line para a comunicao corporativa da Porto Seguro.

    O objetivo deste projeto , sobretudo, reduzir ao mximo a

    verticalizao da comunicao na empresa, incrementando e incorporando a

    comunicao corporativa com uma rdio on-line interativa, na qual funcionrios,

    prestadores de servios, estagirios e temporrios possam trocar informaes.

    Outro fator relevante nesta proposta o contedo que a rdio on-line vai dispor

    aos funcionrios, desde campanhas de marketing, pesquisa de clima

    organizacional, notcias sobre as mudanas na estrutura da organizao, at

    as principais matrias dos jornais que circulam dentro e fora da companhia.

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    Pode-se dizer que a rdio on-line vai intervir positivamente no

    relacionamento dos colaboradores, com uma postura resumida em um conceito

    fundamental, a transparncia (Bueno, 2002). Como o processo de

    transparncia de uma empresa comea internamente e, posteriormente, no

    meio externo, constatou-se a possibilidade de transformar a rdio on-line em

    uma ferramenta de gesto comunicacional precursora, sobretudo, pelo seu

    carter participativo.

    Segundo o professor Wilson da Costa Bueno (2002), a organizao

    transparente est aberta ao dilogo. Alm de falar ela tambm ouve,

    estabelece canais permanentes com os seus pblicos e busca adaptar-se s

    novas demandas ou desafios. Ela est pronta para incorporar as sugestes dos

    seus colaboradores e admite rever aes e estratgias, se elas no se

    mostrarem adequadas.

    A partir dessa proposio foi elaborado este projeto de pesquisa

    que, com a leitura dos captulos seguintes, pode-se observar a essncia de seu

    objetivo: a emergente horizontalidade da comunicao empresarial.

    Assim, o objetivo maior deste projeto fazer com que o rdio para a

    Intranet oferea solues para, no mnimo, atenuar esses problemas

    apresentados, pois a rdio on-line proporciona ao webouvinte, alm da audio

    das notcias, os textos, as fotos, as animaes e a comunicao com a rdio

    via e-mail, frum de debates, entrevistas ao vivo ou chat. Ela oferece tambm a

    possibilidade de ter sua mensagem lida no ar no momento em que ela surge

    na tela do locutor. Todos esses atributos resolvem os problemas da

    unisensorialidade e da unidirecionalidade, fazendo com que o ouvinte escolha

    os arquivos que quer ouvir, suprimindo a ressalva da fugacidade e da

    concentrao do ouvinte-leitor.

    A implantao de uma rdio on-line na Porto Seguro tem como

    objetivo ampliar a comunicao entre os colaboradores (vice-presidentes,

    diretores, gerentes, coordenadores, funcionrios, prestadores de servios,

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    estagirios e temporrios), fazendo com que eles tenham maior integrao

    entre si dentro da companhia. Uma rdio on-line possibilita uma srie de

    vantagens, sendo a principal delas a implementao de gesto e certificao

    da qualidade total, aumentando a produtividade dos funcionrios e permitindo

    um melhor atendimento aos segurados, corretores e clientes.

    Alm das qualidades apontadas, o projeto ainda tem a finalidade de

    identificar o grau de conhecimento dos empregados em relao misso,

    valores e compromissos da empresa, bem como as informaes noticiadas

    diariamente. Pretende perceber o envolvimento e a aceitao do colaborador

    concernente s mudanas na estrutura da organizao, geradas pelos

    dirigentes, e propor novas configuraes para uma comunicao mais efetiva e

    eficaz no ambiente interno da corporao.

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    2 - JUSTIFICATIVA

    A Comunicao Corporativa da Porto Seguro a rea responsvel

    pelo processamento, pela edio e disseminao das informaes que os

    funcionrios, prestadores ou temporrios recebem por meio dos veculos

    Nosso Porto (house organ), Portonet (Intranet), correio eletrnico e quadro de

    avisos, distribudos na matriz, sucursais e regionais, e dos banners e filipetas,

    disponveis nas portarias dos quatro edifcios da matriz.

    Essa rea ainda responsvel pela cobertura jornalstica dos

    eventos que ocorrem na empresa. Nos veculos citados, seis no total, pode-se

    identificar como caracterstica fundamental a comunicao unilateral, na qual

    diversos veculos produzem discursos relativamente diferentes, mas que tm

    em comum o carter vertical, ou seja, uma comunicao que expressa a miopia

    do endomarketing.

    Por essa razo, visivelmente tangvel, uma rdio on-line apresenta-

    se como um excelente meio para divulgao dos manuais de qualidade, dos

    procedimentos internos da companhia e, se bem promovida, para o fomento de

    uma revoluo na cultura da comunicao empresarial.

    A convergncia dos diversos veculos de comunicao da Porto

    Seguro, possvel com a implantao de uma rdio digital, tende a melhorar,

    substancialmente, a integrao e a qualidade do trabalho, refletindo na

    produo e na representao de um diferencial fundamental em relao

    concorrncia.

    Desta forma, a justificativa desta proposta de pesquisa est

    fundamentada na concepo de uma rdio on-line capaz de revolucionar a

    comunicao corporativa, contemplando, efetivamente, a participao ativa dos

    funcionrios.

    A relevncia deste projeto pode ser ainda identificada a partir da

    produtividade e da interatividade aspectos ou elementos da rdio on-line, que

    permitem criar uma estrutura horizontal para a comunicao corporativa.

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    2.1 - Justificativa pelo Aspecto da Produtividade

    Um dos grandes benefcios em implantar uma rdio on-line na Porto

    Seguro a vantagem da radioconferncia, que promove a sinergia para maior

    integrao e colaborao entre os funcionrios. Ao se permitir que duas, trs

    ou mais pessoas interajam, o resultado dessa ao recproca no apenas a

    soma das capacidades de cada uma delas, mais do que isso, um extra,

    derivado do fato de que o prprio contato com a outra pessoa incrementa as

    capacidades de cada uma.

    A radioconferncia promove a integrao das pessoas, muitas vezes

    atuando em departamentos estanques, em torno de um objetivo comum, a

    possibilidade de se ter todos integrados ao prprio objetivo da empresa.

    Profissionais do marketing passam a interagir com pessoas da rea de

    atendimento que, por sua vez, interagem com pessoas da rea comercial, tudo

    isso sem a necessidade de reunies custosas e difceis de serem agendadas.

    Essa integrao possibilita vantagens substanciais para a empresa, como o

    surgimento de novas idias, o aumento da qualidade de vida no trabalho e a

    diminuio do estresse, pois os objetivos esto mais claros e podem ser mais

    bem alcanados.

    A rdio on-line ainda possibilita o desenvolvimento de programas de

    ensino distncia com controle sobre os participantes nos cursos, alm de

    ministrar testes e administrar todo o treinamento dentro da empresa. O

    treinamento interno pela rdio aumenta a produtividade e reduz custos de

    programas de treinamento e reciclagem de empregados.

    Todos esses atributos possibilitam rdio on-line ser uma

    ferramenta que facilita a comunicao, colaborao e coordenao de aes

    de diversos funcionrios, trabalhando melhor juntos e debatendo projetos e

    questes ligadas ao atendimento de corretores, segurados e clientes ou at

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    mesmo sobre o funcionamento e as estratgias da empresa. Assim, a

    corporao tende a manter-se mais competitiva no mercado segurador.

    2.2 - Justificativa pelo Aspecto da Interatividade

    A rdio on-line, pela interatividade, revoluciona a cultura de uma

    empresa. Nela, os funcionrios se comunicam e se relacionam, permitindo ao

    colaborador do site se transformar tambm em agente ativo no processo

    comunicacional.

    A partir do momento em que as pessoas comeam a interagir, trocar

    mensagens em grupos de discusso, o nvel de integrao atinge grandes

    escalas dentro de uma organizao, trazendo melhoria na qualidade de vida

    das pessoas no ambiente de trabalho. Alm de melhor entendimento e,

    sobretudo, maior participao de todos nos objetivos da empresa, os

    funcionrios se tornam mais produtivos, mais geis, mais eficientes e a

    empresa toda passa a trabalhar sob o paradigma da qualidade.

    Uma das formas para os colaboradores se interagirem quando

    vrios profissionais esto trabalhando simultaneamente em um mesmo objetivo

    atravs da rede. As pessoas atuam colaborativamente e trocam idias ao

    mesmo tempo, isto possvel com as conferncias via voz ou as ferramentas

    de chat, e-mail e frum.

    As conferncias via voz permitem que diversas pessoas, inclusive

    em localidades diferentes, como nas sucursais Recife, Belo Horizonte ou Rio

    Grande do Sul, por exemplo, conversem sobre determinados assuntos,

    eliminando a necessidade de reunies. O reprter da rdio no estdio da matriz

    entrevista um gerente na sucursal Recife e outro na sucursal Rio Grande do

    Sul. Ambos respondem ao reprter que faz a mediao para que todos da

    companhia ouam simultaneamente as entrevistas. J os chats implementam

    uma reunio pela troca de mensagens escritas simplesmente em texto puro.

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    Essas ferramentas permitem a comunicao, simultnea, de

    diversas pessoas, compartilhando idias, impresses, opinies e gerando um

    repositrio de conhecimentos.

    Uma rdio on-line na empresa suficiente para se entender como as

    vantagens esto sintonizadas com as necessidades de uma corporao no

    mundo atual.

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    3 - OBJETIVOS

    3.1 - Objetivos Gerais

    Viabilizar o desenvolvimento de uma comunicao corporativa

    participativa entre os funcionrios da Porto Seguro, minimizando os impactos

    gerados pelo atual processo vertical da comunicao interna na empresa,

    objeto deste estudo.

    3.2 - Objetivos Especficos

    O estudo especfico deste projeto tem como metas:

    conceber uma rdio on-line como ferramenta de comunicao corporativa interativa para a Porto Seguro;

    identificar e contemplar a percepo dos funcionrios da companhia sobre o processo de comunicao interna;

    estreitar a relao entre dirigentes e funcionrios a partir da horizontalidade da comunicao corporativa, viabilizada com a

    rdio digital;

    fomentar a convergncia dos diversos veculos de comunicao em uma nica plataforma tecnolgica, a multimdia.

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    4 - METODOLOGIA

    Para melhor promover o debate acerca da importncia da

    horizontalizao do processo de comunicao corporativa e elaborar uma

    proposta de rdio on-line na Porto Seguro, essncia deste objeto de estudo, a

    metodologia encontra-se dividida em duas etapas: a da reviso bibliogrfica e a

    do estudo de caso.

    Faz-se importante registrar que a escolha pela temtica desta

    pesquisa, sustentada na necessidade da comunicao corporativa participativa

    e sua possvel efetivao apoiada na rdio digital, est estreitamente associada

    experincia e atuao profissional do autor deste estudo.

    Ressalta-se ainda que os cinco anos de atuao no departamento

    de marketing e comunicao da Porto Seguro, somados aos quatro anos de

    formao cultural e de amadurecimento acadmico, no curso de Jornalismo do

    Centro Universitrio Nove de Julho, foram a mola motivadora para o

    desenvolvimento deste projeto.

    4.1 - Reviso Bibliogrfica

    O levantamento bibliogrfico foi desenvolvido, em sua maior parte,

    durante as atividades profissionais exercidas por este autor no departamento

    de comunicao e marketing da Porto Seguro.

    A grade curricular do curso de Jornalismo tambm conferiu uma

    contribuio substancial para o acesso literatura das reas norteadas nesta

    pesquisa.

    O levantamento e a reviso crtica da bibliografia foram realizados

    em etapas temticas, ou seja, o processo foi dividido em cinco grandes grupos

    temticos, assim representados:

    Responsabilidades e limites da comunicao corporativa;

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    Desafios para a implantao de uma comunicao corporativa participativa;

    As diversas ferramentas de comunicao corporativa participativa; A rdio digital como ferramenta eficaz de implantao da

    comunicao corporativa participativa;

    Vantagens da comunicao corporativa participativa.

    4.2 - Estudo de Caso

    Por tratar-se de uma rea, ou melhor, de uma discusso

    relativamente nova no campo das cincias da comunicao, a conduo de um

    debate conceitual ou terico estaria suscetvel inconsistncia metodolgica e

    terica que caracterizam, acadmica e profissionalmente, a rea da

    comunicao corporativa.

    Para impedir que este estudo fosse invalidado ou fragilizado com a

    insuficincia da produo cientfica na rea, optou-se por um estudo de caso

    para melhor evidenciar a importncia da temtica.

    A escolha pela empresa Porto Seguro, como j citado anteriormente,

    decorrente da vivncia profissional, o que facilitou o desenvolvimento deste

    projeto e ampliou as possibilidades para a implantao da rdio on-line objeto

    resultante do estudo.

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    5 - BREVE RESGATE HISTRICO DO RDIO

    Depois que James Clerck Maxwell, professor de Fsica da

    Universidade de Cambridge, comprovou, em 1863, baseado em raciocnio

    matemtico, a existncia das ondas eletromagnticas, foi possvel, em 1887,

    conhecer o princpio da propagao radiofnica, ento conquistada pelo

    alemo Henrich Rudolph Hertz.

    O fsico, Rudolph Hertz, reforou a existncia de energia prevista por

    Maxwell em forma de ondas eletromagnticas. Essas ondas passaram a ser

    chamadas ondas hertzianas. Hertz usou como gerador das oscilaes

    eletromagnticas uma bobina de Ruhmkorff e como receptor um anel com duas

    bobinas separadas em um milmetro e meio entre si, confirmando,

    experimentalmente, as previses de Maxwell sobre a onidiretividade da

    propagao das ondas, suas propriedades de reflexo, refrao e polarizao.

    Por meio de dispositivos engenhosos, Hertz determinou a velocidade de

    propagao e a longitude das ondas eletromagnticas geradas por seu

    aparelho. A velocidade de propagao encontrada por Hertz foi de 300 mil

    quilmetros por segundo e a longitude de onda de meio a trs metros. Seus

    aparelhos representam em forma embrionria um transmissor e um receptor de

    oscilaes eletromagnticas.

    Em 1896, o cientista italiano Guglielmo Marconi chegou a Londres,

    requereu e recebeu uma patente do transmissor e receptor de

    radiocomunicao. No ano seguinte, foi para Nova Iorque onde repetiu com

    xito a mesma manobra. Ainda em Londres, fundou com sua ativa participao

    a companhia Marconi, com o fim de explorar comercialmente as patentes do

    inventor. A referida companhia, uma organizao exclusivamente comercial,

    fundada com fins lucrativos, possibilitou um rpido aproveitamento do novo

    sistema de comunicaes, popularizando e divulgando o interesse pela

    radiocomunicao em geral. Marconi demonstrou o funcionamento de seus

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    aparelhos de emisso e recepo quando percebeu a importncia comercial da

    telegrafia.

    Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (Frana) inventaram o

    coesor, um dispositivo para melhorar a deteco e indicar a presena de ondas

    eletromagnticas.

    Em 1897, Lodge inventou o circuito eltrico sintonizado, que

    possibilitava a mudana de sintonia ao selecionar a freqncia desejada. Lee

    Forest desenvolveu a vlvula triodo. Von Lieben, da Alemanha, e o americano

    Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas

    eletromagnticas de forma contnua.

    No Brasil o rdio tambm estava em desenvolvimento. O padre-

    cientista gacho, Roberto Landell de Moura, nascido em 1861, construiu

    diversos aparelhos importantes para a histria do rdio e que foram expostos

    ao pblico de So Paulo em 1893 (Tavares, 1999).

    Em 1879, quando Thomas Edison acendeu a primeira lmpada, no

    imaginava que estava criando uma tcnica capaz de construir a primeira

    vlvula do rdio. A lmpada consistia em um filamento de carvo colocado

    dentro de uma ampola de vidro, na qual era produzido o vcuo: a primeira

    vlvula terminica.

    Em 1895, W. R. Preece, na Inglaterra, estudou mais profundamente

    o fenmeno, concluindo que as partculas carregadas de eletricidade negativa

    eram emitidas pelo filamento e atradas pelo segundo elemento carregado com

    eletricidade positiva e repelidas quando carregada negativamente (emisso de

    eltrons).

    Em 1904, outro pesquisador ingls, John Ambrose Flemming,

    prosseguiu com a pesquisa e envolveu todo o filamento da lmpada com uma

    placa metlica. Como resultado, obteve corrente muito maior circulando entre o

    filamento e a placa, observando tambm que variava de intensidade de acordo

    com o dimetro da placa e a distncia dela em relao ao filamento. A primeira

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    vlvula diodo de uso prtico estava criada, pois Flemming teve a feliz iniciativa

    de us-la como detector de ondas radioeltricas. Os detectores existentes na

    poca como o cohesor de Branly, o detector magntico de Marconi, o detector

    eletroltico de Ferri e at mesmo os detectores de cristal de galena, tinham

    pouca sensibilidade e proporcionavam resultados precrios. A vlvula diodo de

    Flemming como detectora tinha um desempenho sensivelmente superior,

    tornando possvel a recepo da maior distncia para as emisses

    radiotelegrficas (Dachin, 1969).

    Em 1907, Lee De Forest criou a vlvula triodo, uma importante

    conquista para a radiocomunicao at o advento do transistor. De Forest

    estudava a experincia de Flemming, reproduzindo-a ao ar atmosfrico, pois

    no possua meios para lev-la a efeito no vcuo como fizeram Edison,

    Preece e Flemming. Para tanto, utilizava uma haste metlica (catodo) que era

    aquecida a gs, com um bico de Bunsen. Como a chama no podia ser

    interceptada, circundou-a com uma tela metlica, conectando-a a uma fonte de

    tenso positiva. Ao efetuar as medies, os resultados obtidos, embora menos

    evidentes, foram suficientes para comprovar os estudos de Flemming. Segundo

    relatos da poca, De Forest acrescentava alguns sais ao catodo, avaliando os

    resultados quando lhe ocorreu colocar uma segunda tela metlica (grade) entre

    a placa e o catodo, para conter a chama que poderia estar influindo nos testes.

    Observou que ao conectar essa segunda grade a um potencial negativo, a

    corrente medida entre a haste e a tela externa (placa) era interrompida, porm

    quando ligada a um potencial positivo a corrente voltava a circular.

    De Forest repetiu a experincia, dessa vez no vcuo, e pde ento

    constatar que uma pequenssima variao na tenso aplicada tela

    intermediria (grade) traduzia-se em uma grande variao da corrente de

    placa, comprovando que a vlvula no s detectava, como tambm amplificava

    os sinais aplicados grade. Assim, nascia a primeira vlvula de trs elementos

    (triodo), batizada por De Forest com o nome de AUDION.

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    Nos Estados Unidos, foram anos de pesquisas, tentativas e

    aprimoramentos at Lee Forest instalar a primeira estao-estdio de

    radiodifuso, em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu ento o primeiro

    programa de rdio que se teve notcia, com msica de cmara, conferncias e

    gravaes. Surgia o primeiro registro de radiojornalismo com a transmisso das

    apuraes eleitorais para a presidncia dos Estados Unidos.

    O ano de 1919 deu incio chamada Era do rdio. O microfone

    surgiu pela ampliao dos recursos do bocal do telefone, conseguidos na

    dcada de 20, nos Estados Unidos, por um engenheiro da Westinghouse

    Electric Co.

    Foi a prpria Westinghouse que fez nascer, ao acaso, a

    radiodifuso. Ela fabricava aparelhos de rdio para as tropas da Primeira

    Guerra Mundial e com o trmino do conflito ficou com um estoque de aparelhos

    encalhados. A soluo para evitar o prejuzo foi instalar uma grande antena no

    ptio da fbrica e transmitir msica para os habitantes do bairro. Os aparelhos

    encalhados foram ento comercializados.

    A primeira transmisso radiofnica oficial no Brasil foi o discurso do

    Presidente Epitcio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemorao do

    centenrio da Independncia do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922. O

    discurso aconteceu numa exposio, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro,

    com o transmissor instalado pela Westinghouse no alto do Corcovado.

    Logo as emissoras reivindicaram o direito de conseguir sobreviver

    com seus prprios recursos. A pioneira no rdio comercial foi a WEAF de Nova

    Iorque, pertencente Telephone and Telegraf Co. Ela irradiava anncios e

    cobrava dois dlares por 12 segundos de comercial e 100 dlares por dez

    minutos.

    O pai do rdio brasileiro foi Edgar Roquette Pinto. Ele e Henry

    Morize fundaram, em 20 de abril de 1923, a primeira estao de rdio

    brasileira: Rdio Sociedade do Rio de Janeiro. Foi a que surgiu o conceito de

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    rdio sociedade ou rdio clube, no qual os ouvintes eram associados e

    contribuam com mensalidades para a manuteno da emissora.

    5.1 - Definio do Rdio como Veculo de Comunicao

    O rdio um veculo fundamentalmente auditivo, formado pela

    combinao do binmio voz (locuo) e msica (sonoplastia).

    Faz-se necessrio ressaltar que nos meios de comunicao de

    massa a comunicao apresenta caractersticas bem particulares. Segundo

    Charles Wright (1975), a mensagem na comunicao de massa pblica,

    transitria e rpida. Ela pblica pelo fato de no ser endereada a ningum

    em particular, seu contedo est aberto ao pblico em geral. rpida porque

    visa a atingir grandes audincias em tempo relativamente curto, ou mesmo

    simultaneamente. E transitria porque a inteno que seja consumida

    imediatamente, no se destinando a registros permanentes (Wright, 1975).

    Naturalmente h excees, como a gravao do udio ou a captao dos

    textos falados e fixados no banco de dados.

    Mais do que levar a informao ao ouvinte, o rdio cumpre duas

    funes primordiais na comunicao de massa: ajuda aqueles que no sabem

    ler e mantm contato com os que no podem ver (McLeish, 1986:15).

    Herdoto Barbeiro (2001) enfatiza que o rdio tem como principal

    caracterstica a instantaneidade e a espontaneidade, possibilitando a pessoa

    ouvir as notcias e exercer alguma atividade simultaneamente, causando

    repercusso social imediata e uma resposta muito rpida. O rdio excelente

    veculo de comunicao porque suas irradiaes sobre acontecimentos

    especiais, relacionados direta ou indiretamente com os poderes pblicos e

    tambm com a populao, repercutem nos eventos, realizaes ou

    reivindicaes da populao, injetando mais fora quando transmitidas a toda

    uma comunidade (Gouveia, 1999).

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    oportuno dizer que o rdio tem facilidade de alcanar as pessoas

    para fazer uma entrevista em qualquer parte do mundo. Com um simples

    telefone possvel garantir uma entrevista para o rdio.

    5.2 - Esttica do Rdio

    Qualquer que seja o tema, contedo ou objetivo da comunicao,

    atravs da radiodifuso que torna-se possvel enviar mensagens s massas

    (Lopes, 1970). Pode ser pelo programa, produto radiofnico ou, com a

    combinao dos dois, pelo objeto sonoro.

    Para Faus Belau (1981) o programa no tem significao clara,

    podendo ser um conjunto de espaos radiofnicos ordenados

    cronologicamente que respondem a exigncias estipuladas no roteiro,

    condicionadas pela tcnica, audincia e poltica da emissora.

    Bufarah (2002) identifica o produto radiofnico como os naturais,

    criados ou reconstitudos, resultado de uma ao criadora na comunicao

    sonora disseminada ou no pelas ondas. Os naturais so os sons que integram

    o espao acstico sem manipulao tcnica, o som do mar, por exemplo. Os

    criados so os que a ao humana cria de forma tcnica ou industrializada,

    tendo como resultado uma expresso cultural, a msica. E os reconstitudos

    so os de conseqncia do aparecimento das tcnicas de registro sonoro.

    O objeto sonoro a reunio de produtos sonoros reconstitudos,

    naturais e criados, de origem mecnica, manipulados e registrados, podendo

    originar outros produtos sonoros a partir da reconstruo de suas mesmas

    formas (Bufarah, 2002). Esses produtos sonoros so ideais para acrescentar

    emoo na narrao radiofnica e poder aumentar, com trilha sonora de obra

    clssica, um objetivo auditivo, indicando tenso, alegria, medo etc..

    A gravao e manipulao dos sons formam a base para dois

    conceitos de produtos sonoros: reconstrudo, que contm os mesmos sons e

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    rudos do espao acstico da realidade, e recriado, que usa elementos ligados

    a circunstncias temporais, resultando na fabricao de uma atmosfera e na

    recriao de uma cena auditiva e especfica (Faus Belau, 1981).

    De acordo com Faus Belau (1981:155/163) os produtos sonoros tm

    caractersticas que estimulam algumas aes psicolgicas:

    Indiferente sua natureza, eles se materializam e se esgotam com a causa que produz, indicando um carter de fugacidade;

    Os produtos sonoros, reconstrudos e recriados, possibilitam recordaes e facilitam o processo de aprendizagem;

    A percepo est ligada a uma imagem sonora; As imagens sonoras desencadeiam um processo associativo de

    representaes, somando os valores da nova experincia

    adquirida;

    Os produtos sonoros complexos permitem elaborar novas associaes, influindo na percepo de produtos naturais na

    experincia;

    Os processos desencadeados dos produtos sonoros reconstrudos e recriados supem um ponto de partida irreal ou fictcio;

    No campo auditivo h um som denotado, presente, e outro conotado, ausente;

    Os produtos sonoros reconstrudos e recriados so manipulaes fsicas semnticas utilizadas na atividade radiofnica.

    Ao ouvir um produto sonoro radiofnico, ocorre uma constante

    interao entre os processos de construo real e emotivo que resulta em uma

    mescla de realidade e fico. A utilizao de campos sonoros para comunicar

    idias e realidade, por meio da palavra, parece reconstruir para o ouvinte um

    retrato sonoro do dia-a-dia (Faus Belau, 1981).

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    5.3 - Diferenciao do Produto Sonoro A diferenciao do produto sonoro radiofnico do produto sonoro

    est na conduo de imagens mentais desiguais. Se no produto sonoro

    simples, a pessoa tem uma sensao comum, ou seja, previsvel da realidade,

    no produto sonoro radiofnico tem-se uma impresso diferente causada por

    uma gama de associaes representativas complexas entre o processo da

    construo do real e emotivo, misturado realidade e fico (Faus Belau,

    1981).

    Esse produto torna-se possvel em conseqncia do campo sonoro

    utilizado para comunicar, alm da palavra, a idia da realidade numa escala

    onipresente. Portanto, o produto sonoro radiofnico usa produtos sonoros para

    trazer o ouvinte cada vez mais perto de sua realidade, fato que a maioria das

    emissoras de rdio, que apenas divulga msicas e notcias, no atinge.

    Deste modo, o rdio apresenta-se como um veculo complexo, pois,

    alm de notcia e msica, comunica idias e realidades, por meio de situaes

    e acontecimentos; campos sonoros e idealizaes culturais, que propiciam ao

    ouvinte o contato intangvel e constante com a realidade ao seu redor,

    embasado numa recriao veraz do cotidiano (Faus Belau, 1981).

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    6 - BREVE RESGATE HISTRICO DA INTERNET

    A Internet surgiu com a criao, em 1969, da Arpanet, com a

    finalidade de atender o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD),

    que queria criar uma rede que no pudesse ser destruda por guerras e fosse

    capaz de ligar pontos estratgicos do pas. O projeto, financiado pelo Advanced

    Research Projects Agency (Arpa), acabou se transformando na Internet (Lima,

    2002).

    Na dcada de 60, em plena Guerra Fria, os Estados Unidos, ao

    temer as conseqncias de um ataque nuclear, devido crise da iminente

    guerra atmica com a ento Unio Sovitica, investiram no projeto Arpanet,

    liderado pelos pesquisadores da rea de computao J.C.R., Licklider e Robert

    Taylor.

    A idia era criar uma rede descentralizada, quebrando o tradicional

    modelo conectado a um computador central. A estrutura proposta permitiria

    que todos os pontos tivessem o mesmo status. Os dados caminhariam em

    qualquer sentido, em rotas intercambiveis.

    No primeiro momento, interligaram-se quatro pontos, a Universidade

    da Califrnia, em Los Angles (UCLA), o Stanford Research Institute (SRI), a

    Universidade da Califrnia, em Santa Barbara (UCSB), e a Universidade de

    Utah. Na UCLA foi implantado em setembro de 1969 e os cientistas fizeram a

    demonstrao oficial no dia 21 de novembro. Por volta do meio-dia, um grupo

    de pesquisadores se reuniu no Departamento de Cincia da Computao da

    universidade e acompanhou o contato feito por um computador com outro

    situado a 450 quilmetros de distncia, no laboratrio Doug Engelbart, no

    Instituto de Pesquisas de Stanford.

    As conexes cresceram vertiginosamente e, em 1971, havia duas

    dzias de junes de redes locais. Trs anos depois, j chegavam a 62 e, em

    1981, quando ocorreu o batismo da Internet, eram 200. Em 1990 a Internet

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    ultrapassou a marca de um milho de usurios e teve incio a utilizao

    comercial da Rede.

    Trs anos mais tarde, depois do incio do desenvolvimento do

    conceito de World Wide Web (WWW), pelos cientistas do laboratrio nuclear

    suo CERN, o Centro Nacional para Aplicaes em Supercomputadores

    (NCSA), sediado em Chicago (EUA), deu incio a um projeto visando a criao

    de uma interface amigvel para a comunicao via Internet.

    At ento, a troca de informaes na Rede era normalmente feita

    por correio eletrnico ou por protocolos de transferncia de arquivos (File

    Transfer Protocol - o FTP). Para acessar a Rede, por meio de FTP, era

    necessrio dar linhas de comandos. O processo no contava com recursos

    interativos ou uma apresentao grfica.

    Com o surgimento do Gopher, a navegao melhorou com um

    sistema de transmisso por menus que funcionava a partir de uma rvore com

    itens de vrios nveis, cada um deles permitindo o acesso informao local e

    remota, a servios e outros Gophers. A novidade foi utilizada pela maioria dos

    usurios por cerca de um ano, ao fim do qual havia perdido a razo de ser

    devido a criao do Mosaic. Esse programa introduziu uma maneira diferente

    de visualizao, permitindo a apresentao de textos, imagens e grficos de

    uma forma atraente.

    A partir desse desenvolvimento grfico, a Rede Mundial se expandiu

    vertiginosamente. Ao fim do primeiro ano de existncia do Mosaic, o nmero de

    usurios da Rede aumentou seis vezes e o mais impressionante foi que no

    segundo semestre de 1993, o nmero de hosts comerciais (pontos ligados

    Internet com ofertas de servios) havia ultrapassado pela primeira vez o da

    academia. A Internet ento deixava os crculos cientficos para se tornar

    popular e conhecida mundialmente.

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    29

    Em 1990, ano em que a ARPANET deixou de existir, foi fundada a

    Electronic Frontier Foundation (EFF), por Mitch Kapor. Naquela mesma data, o

    Archie lanado por Peter Deutsch, Alan Emtage e Bill Heelan, da McGill.

    Tim Berners-Lee criou a World Wide Web (WWW) no laboratrio

    suo CERN (Laboratrio Europeu de Estudo de Partculas Fsicas), do qual foi

    integrante entre 1984 e 1993. O projeto de comunicao via Internet, com o

    uso de hipertextos, foi proposto por ele ao laboratrio em 1989, iniciado em

    outubro de 1990 e finalizado em julho de 1991. A base do projeto era o

    programa Enquire, desenvolvido em 1980. Tambm atribui-se a Berners-Lee a

    idia de hipermdia, ou seja, que o texto produzido para a Internet no precisa

    seguir o padro do impresso, mas deve agregar elementos interativos.

    Vinton G. Cerf foi co-autor do protocolo TCP/IP, a linguagem de

    computao que deu origem a Internet e tem sido amplamente utilizada. Em

    dezembro de 1997, o presidente Clinton concedeu a Medalha Nacional de

    Tecnologia dos Estados Unidos a Cerf e seu scio, Robert E. Kahn, por terem

    fundado e desenvolvido a Internet.

    6.1 - Internet no Brasil

    O ano de 1988 pode ser considerado o momento zero da Internet no

    Brasil. A iniciativa pioneira de buscar acesso a Rede coube a Fundao de

    Amparo Pesquisa no Estado de So Paulo (Fapesp).

    A necessidade de utilizar a infovia foi apontada pelos bolsistas da

    instituio, que retornavam de cursos de doutorado nos Estados Unidos e

    sentiam falta do intercmbio mantido no Exterior com outras instituies

    cientficas.

    O professor Oscar Sala, ento conselheiro na Fapesp, ligado ao

    Fermilab, laboratrio de Fsica de Altas Energias de Chicago (EUA), fez os

    primeiros contatos a fim de conseguir uma conexo do Brasil com as redes

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    mundiais. No primeiro ano de funcionamento, a linha da Fapesp utilizou a

    Bitnet, Because is Time to Network, que permitia apenas a retirada de arquivos

    e correio eletrnico, embora fosse uma das redes de maior amplitude na

    poca.

    Em 1991, uma linha internacional foi conectada a Fapesp para que

    fosse liberado o acesso da Internet a instituies educacionais, fundaes de

    pesquisa, entidades sem fins lucrativos e rgos governamentais, que

    passaram a participar de fruns de debates, acesso base de dados nacionais

    e internacionais, supercomputadores de outros pases e a transferir arquivos e

    softwares.

    Em 1992, durante a ECO-92, o Instituto Brasileiro de Anlises

    Sociais e Econmicas (Ibase), com sede no Rio de Janeiro, firmou um

    convnio com a Associao para o Progresso das Comunicaes (APC), para

    dar espao as Organizaes No-Governamentais (ONGs) brasileiras na Rede

    Mundial.

    Uma portaria conjunta do Ministrio das Comunicaes e do

    Ministrio da Cincia e Tecnologia, publicada em maio de 1995, criou a figura

    do provedor de acesso privado, liberando a operao comercial da Rede no

    Brasil

    As estatsticas de 1999 indicavam que cerca de 250 mil servidores

    Internet estavam em atividade no Brasil, muitos deles conectando outras

    centenas de instituies. Apenas a mquina da Fapesp, eu.ansp.br , agregava

    mais de 700 entidades de pesquisa, ensino, organizaes governamentais e

    no-governamentais.

    O nmero de endereos, aquele que permite o uso do protocolo-

    padro na Internet e a conexo de um computador a um servidor da Rede

    Mundial, cresce vertiginosamente a cada ms. A contagem feita pelo Comit

    Gestor da Internet Brasil divulgou que em janeiro de 1996 a parcela era de

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    31

    mais de 17 mil usurios e em agosto de 1997, o total havia subido para mais de

    54 mil.

    Segundo relatrios do comit, em outubro de 1994 o Brasil estava

    atrs do Mxico, ento lder na Amrica Latina em nmero de usurios da

    Internet. Em 1999, era o primeiro na regio e o terceiro nas Amricas, situando-

    se atrs apenas dos EUA e do Canad, com um contingente de pelo menos 3

    milhes de pessoas ligadas rede atravs de centenas de provedores de

    acesso. Em todo o mundo, o Brasil j se situava na 12 posio.

    6.2 - Definio da Internet como Veculo de Comunicao

    Monteiro (2001) destaca que a Internet foi criada como um veculo

    de comunicao alternativo e que atualmente ainda utilizada com esse

    propsito. Menos invasivo que o telefone e menos formal que uma carta, a

    Internet um meio de comunicao interpessoal.

    A Internet atinge propores mundiais no sistema de redes de

    computadores interligados, alcana mais de 150 pases e rene

    aproximadamente 300 milhes de computadores com mais de 400 milhes de

    usurios (Dizard, 2000).

    Os computadores se conectam a provedores de acesso que se

    ligam a redes nacionais e internacionais, possibilitando o transporte e a troca

    de informaes multimdia (texto, som, grficos e vdeo) por diversos pontos da

    rede, bem como o e-mail (correio eletrnico), o FTP (File Transfer Protocol) e

    outros meios menos conhecidos.

    Segundo Barbosa e Rabaa (2001), os meios de comunicao de

    massa possuem as seguintes caractersticas:

    a) so operados por organizaes amplas e complexas, envolvendo

    diversos profissionais, com diferentes habilidades;

    b) so capazes de difundir suas mensagens para milhares ou at

    milhes de pessoas, utilizando grandes recursos tecnolgicos (os

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    32

    veculos de massa), sustentados pela economia de mercado

    (principalmente na publicidade);

    c) falam para uma audincia numerosa, heterognea, dispersa

    geograficamente e annima;

    d) e, principalmente, exercem uma comunicao de um s sentido,

    ainda que possuam algum sistema de feedback (ndices de

    audincia, por exemplo).

    Por um lado, a Internet possui de certa forma ao menos as trs

    primeiras caractersticas citadas. Um site do tipo portal, por exemplo, o Terra,

    Universo Online, entre outros, uma organizao ampla e complexa que,

    atravs de um aparato tecnolgico sofisticado (inmeros computadores, linhas

    telefnicas dedicadas, conexes via satlite ou fibra tica etc.), sustenta-se por

    verbas publicitrias; difunde contedos para uma audincia numerosa,

    heterognea, geograficamente dispersa e annima. Exatamente como

    acontece na comunicao de massa.

    Por outro lado, diferentemente do que ocorre na comunicao de

    massa, a comunicao na Internet pode ser feita apenas por uma pessoa com

    um simples computador e uma linha telefnica, disponibilizando contedos

    para o mesmo pblico. Necessariamente no precisa acontecer no mesmo

    sentido porque, devido a suas caractersticas de sistema hipertextual, a Internet

    permite que a pessoa faa seu prprio caminho para o acesso aos contedos,

    determinando quando e qual informao quer receber, sua postura deixa de

    ser a do receptor passivo para o espectador e entra em cena o usurio

    (Monteiro, 2001:4).

    Em outras palavras, a Internet um veculo de comunicao, de

    tecnologia revolucionria, que apresenta aspectos nunca previstos no cenrio

    da comunicao.

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    33

    A Internet veio para revolucionar os meios de comunicao, pois at

    o final do sculo XX a divulgao pblica de informaes no estava ao

    alcance de pessoas comuns. Era restrita a uma elite que detinha o controle dos

    veculos de massa, at porque o acesso s informaes estava limitado aos

    recursos financeiros de cada um dos cidados, isto em conseqncia das

    tecnologias de reproduo e difuso, como emissoras de rdio ou de televiso.

    Com a Internet isso mudou significativamente. No so mais

    necessrios grandes investimentos para se ter um meio de produo e

    distribuio de informaes com diversas fontes. A Internet cede lugar para

    muitas pessoas se comunicarem com muitos receptores, que respondem de

    volta, e assim criam o efeito clssico da comunicao (Dizard, 2000:23).

    Com a possibilidade de assumir o controle da tecnologia, usurios e

    criadores podem tornar-se a mesma coisa (Castells, 1999:5). Para Castells, o

    que ocorre nessa sociedade, estruturada na informao, a capacidade de

    gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informao baseada em

    conhecimentos, comparvel posse dos meios de produo de bens na

    poca da sociedade industrial (1999:5).

    6.2 - Esttica da Internet

    O hipertexto pode ser definido como uma tecnologia que organiza

    uma base de informaes em blocos distintos de contedos conectados e cuja

    ativao e seleo recuperam outra informao (Diaz, 1996). O hipertexto

    utilizado para organizar e manejar a informao armazenada e ligada em uma

    rede que contm textos, grficos, imagens, udio, animaes, vdeo, arquivos

    executveis e outras formas de dados.

    O hipertexto foi criado na mesma acepo do conhecimento

    humano, ou seja, por associao, pulando de um item ao outro, de forma

    instantnea, ligando pedaos de informao com outros contedos. Diferente

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    34

    da maneira impressa nos livros e revistas, cuja forma seqencial, do princpio

    ao fim, no hipertexto a leitura feita de forma linear e os usurios no so

    obrigados a seguir uma seqncia estabelecida, podem se locomover pela

    informao e ver intuitivamente os contedos por associao, seguindo os

    interesses de busca. Em contrapartida, a figura representada em estilo

    seqencial, hierrquico, reticulado ou em hipertexto (Bianchini, 2000).

    Segundo Landow (1991), o hipertexto uma forma de literatura, pois

    transcende linearidade, aos limites e s qualidades fixas da escrita tradicional

    do texto. Para Bolter (1991), o hipertexto consiste de tpicos e suas conexes

    podem ser pargrafos, oraes ou palavras simples. Um hipertexto como um

    livro impresso, no qual o autor tem disponvel uma tesoura para cortar e pegar

    os pedaos do tamanho que lhe convier. A diferena que o hipertexto

    eletrnico no se dissolve em uma desordenada carteira de anotaes, nele o

    autor define sua estrutura de conexes entre as anotaes (Bolter, 1991).

    O hipertexto uma tecnologia vantajosa devido aos recursos que

    proporciona. Algumas caractersticas podem ser destacadas:

    a) um meio adequado para organizar e apresentar a informao,

    estruturada ou no, sem os esquemas tradicionais e rgidos das

    bases de dados. Podem ser utilizados esquemas hierrquicos no

    uso de sistemas de documentao de textos tradicionais

    organizados ou no;

    b) tem uma interface intuitiva que imita o funcionamento da mente

    humana, fazendo uso de modelos cognitivos, pois no requer do

    usurio grandes esforos para obter uma informao;

    c) a informao se encontra distribuda e pode ser acessada de

    forma corrente por vrios usurios em um ambiente

    compartilhado;

    d) um ambiente colaborativo porque o usurio cria novas

    referncias entre os documentos de forma imediata e

    independente dos contedos, aumentando o hiperdocumento.

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    35

    e) tem vrios mecanismos de recuperao e busca de informao

    por meio das navegaes dirigidas ou no.

    Essas caractersticas fazem do hipertexto um recurso com uma

    variedade significativa de aplicaes: grande quantidade de informaes

    organizadas em fragmentos e contextos distintos, relacionada ou no entre si.

    Os dados requeridos nos domnios do hipertexto incluem suporte para a

    documentao acadmica, dicionrios e enciclopdias eletrnicas,

    organizadores de idias, sistemas de informaes tursticas e geogrficas,

    ferramentas de ensino e aprendizado, trabalho colaborativo e comunicao que

    podem ser implantados em ambientes fechados ou abertos (Bianchini, 2000).

    A figura abaixo ilustra a estrutura e a dinmica do hipertexto:

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    6.2.1 - Interatividade

    A interatividade o ato de se comunicar num processo bidirecional,

    ou seja, o emissor e o receptor se relacionam intelectualmente e conversam

    entre si durante a constituio da mensagem (Moraes, 1998).

    Magalhes (2001) define a interatividade como uma caracterstica

    das novas tecnologias da informao e da comunicao, coexistindo com a

    reciprocidade de aes de vrios agentes fsicos ou biolgicos. Representada

    em uma qualidade denominada mquina inteligente, sua evoluo dinmica

    desenvolve-se de acordo com os avanos tcnicos.

    Pierre Lvy (1997) identifica a interatividade (relao com a

    mensagem/dispositivo de comunicao) em diferentes nveis. Ela vai da

    mensagem linear, pelos dispositivos que variam desde a imprensa, rdio, TV e

    cinema e as conferncias eletrnicas, passando pela mensagem participativa,

    atravs de dispositivos que variam dos video games com um s participante,

    at a comunicao em mundos virtuais, envolvendo negociaes contnuas.

    Lvy esclarece que a interatividade a possibilidade de transformar

    as pessoas, sob o prisma de que os dispositivos tcnicos se desenvolvem

    continuamente, em emissores e receptores da mensagem, com participao

    efetiva nos processos comunicacionais.

    O desenvolvimento tecnolgico trouxe, alm da transposio das

    barreiras do espao-tempo, o progresso das estruturas de acesso e das

    ferramentas tcnicas como extenso do intelecto humano na comunicao e no

    acesso de informao pela rede. A possibilidade de trabalho em rede, tanto

    quanto estrutura de acesso e tratamento da informao, quanto a estrutura

    de intercmbio e de atividade colaborativa, constitui, sem dvida alguma, a

    grande qualidade dessas tecnologias (Magalhes, 2001).

    As estruturas de rede executam formas complexas de interao

    social, nas quais indivduos tornam-se, ao mesmo tempo, receptores e

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    emissores, produtores e consumidores de mensagens. A comunicao deixa,

    definitivamente, de ser linear e de mo nica e passa a ser multilnge,

    policntrica com inmeros significados (Magalhes, 2001).

    6.3 - Intranet

    A Intranet uma rede privada baseada na mesma tecnologia da

    Internet. Ela estruturada nos mesmos protocolos, equipamentos e servios,

    porm direcionada para incrementar e dinamizar a comunicao e a

    produtividade dentro de uma empresa. Assim como a Internet revolucionou a

    forma das pessoas se comunicarem globalmente, a Intranet tem aperfeioado

    a comunicao interna das empresas.

    A Intranet uma rede baseada no uso de protocolos TCP/IP, HTTP,

    do SMTP e do POP3, para correio eletrnico, do NNTP, para grupos de

    discusso, os mesmos da Internet. uma ferramenta de trabalho explorada

    para estimular e atrair os funcionrios na busca de informaes, otimizando a

    coleta de dados para atividades do cotidiano. Ela ativa a comunicao

    embasada na forma de gesto, por meio de conceitos que favorecem a

    produtividade dos funcionrios, ordenando informaes com funcionalidade, o

    que amplia o leque de servios e contedo.

    Essa ferramenta ainda auxilia na reduo de custos, agiliza as

    decises corporativas, torna a empresa mais competitiva no mercado,

    proporciona a interatividade, facilita o acesso de aplicaes e utilizao de

    informaes estticas ou dinmicas em qualquer local da companhia. Ela

    viabiliza tambm a descentralizao, a publicao e a distribuio em tempo

    real das informaes, favorecendo o desempenho dos funcionrios.

    A dinamizao de uma rdio on-line na Intranet fomenta uma

    revoluo na cultura da comunicao corporativa, gerando uma srie de

    benefcios. A fuso de dois veculos de comunicao permite maior integrao

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    e comunicao entre as pessoas na companhia. Esse processo auxilia a

    implementao de qualidade total, aumenta a produtividade, melhora o

    atendimento interno e externo e, ainda, estimula uma maneira para se fazer

    treinamento interno.

    O treinamento, ferramenta fundamental para capacitao dos

    membros da organizao, pode extrair vantagens objetivas da Intranet, como

    ocorre com o e-mail. Os recursos da Intranet podem ser direcionados para uso

    em programas de treinamento interno, aumentando substancialmente a

    produtividade e reduzindo os custos desses programas de reciclagem dos

    empregados.

    Com a Intranet dinamizada, ou seja, transformada em um veculo de

    multimdia, o atendimento aos clientes tambm torna-se diversificado. A partir

    do momento em que so mantidas informaes sobre os produtos da empresa,

    perguntas mais freqentes, aplicaes para gerenciamento de contato ou at

    mesmo integrao com estoque e fornecedores, o cliente passa a ser atendido

    com eficincia e agilidade.

    Com todas essas vantagens, a rdio na Intranet possibilita ainda

    menos gastos com os meios convencionais da empresa; ao reduzir a utilizao

    de papel, fax, telefone, custo de distribuio de documentos, entre outros. No

    entanto, o maior lucro est na formao dos funcionrios em relao aos

    assuntos da companhia, refletindo em benefcio direto na economia

    corporativa.

    A rdio on-line na Intranet, especialmente pelo poder de

    convergncia dos veculos comunicacionais existentes em uma empresa, tende

    a orientar melhor os funcionrios quanto informao que desejam acessar e o

    retorno, o feedback, do contedo recebido.

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    7 - WEBRADIO - UMA NOVA FERRAMENTA DE COMUNICAO

    Com o mercado cada vez mais competitivo, foram lanados, no

    incio de 2000, dois aparelhos portteis de recepo, Kerbango e o iRad-S. O

    primeiro mede 18 centmetros e de fcil manuseio. Nele, um boto controla o

    volume, liga e desliga o equipamento. O segundo, que pode armazenar cerca

    de mil arquivos de udio digital, d as opes de sintonia, executa CDs e

    sintoniza de modo convencional emissoras AM e FM.

    Para que a transmisso ocorra sem interferncias, necessrio

    ainda aperfeioar os programas existentes no mercado, s para citar dois: o

    RealProducer, da RealNetworks, e o Windows Media Encoder, da Microsoft. O

    desafio moldar os sinais de origem e destino para que trafeguem pela rede

    sem suspenso, ou seja, com a funo de conversor de sinais. Os players

    abrem as portas de destino e no outro extremo age um programa que controla

    a ordem e o fluxo de sada dos sinais: o RealServer para a RealNetworks e

    Windows Media Server para a Microsoft.

    Mesmo com todos esses obstculos, segundo Fernando Kuhn o

    grande sucesso est na abertura de rdios pessoais, desenvolvidas pela

    Imagine Radio, hoje SonicNet, que possibilitam ao usurio escolher, dentre um

    acervo, uma programao musical que passa a ser a sua rdio, com o nome

    que desejar e sem preocupao com direitos autorais. O primeiro processo de

    rdios pessoais chegou ao Brasil em 2000 pelo Grupo Abril com a Usina do

    Som (Kuhn, 2001).

    7.1 - Breve Resgate Histrico do Webradio

    Desde 1990, um nmero expressivo de emissoras continua aderindo

    transmisso por satlite pelo sistema DAB (Digital Audio Broadcasting). No

    entanto, o fato pertinente a veiculao de programas radiofnicos pela

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    Internet, recurso permitido por meio de software, como o RealAudio Player,

    lanado em 1995, e difundindo plenamente em 1997 (Kuhn, 2001).

    O advento do rdio na Internet recente, comeou em setembro de

    1995 no Texas, com a KLIF de Dallas, que tornou-se a primeira emissora

    comercial a transmitir de forma contnua e ao vivo pela Internet. No Brasil, o

    pioneirismo coube rdio Itatiaia (Barbosa Filho,1996).

    Segundo a BRS Media, de San Francisco, entre abril de 1996 e abril

    de 2000, a quantidade de emissoras com transmisso via Internet saltou de 56

    para 3.763. No Brasil, de acordo com o [email protected], de Varginha (MG), em

    1997 at setembro de 2000 o sistema on-line j era adotado por 191

    emissoras.

    O crescimento vertiginoso de rdios que adotam a Internet deve ser

    atribudo facilidade do RealAudio Player, que torna acessvel sintonizar sinais

    sonoros em tempo real pela Internet. Basta baixar o arquivo na prpria rede,

    instal-lo, entrar no site da emissora e clicar no local indicado.

    Apesar de existirem muitas rdios na rede, a recepo de udio pela

    Internet ainda limitada. Abrir mais pginas, alm da webradio que se est

    ouvindo, no recomendvel, isso pode interromper os dados recebidos pelo

    computador do usurio. A qualidade da placa de som instalada no computador

    outro fator determinante na qualidade da recepo do udio. Alm disso, as

    rdios funcionam no sistema de bufferizao, ou seja, armazenam dados

    capazes de sustentar a apresentao por algum tempo e, se a rede estiver

    congestionada, ocorre discrepncia no recebimento do pacote.

    7.2 - A Globalizao das Webradios

    trusmo dizer que na Internet h a possibilidade de ouvir e

    sintonizar uma gama de rdios de todos os lugares do mundo. No apenas

    emissoras de ondas curtas, mas tambm de ondas mdias e freqncia

    modulada. Essa unio de sintonias de qualquer parte do mundo j representa

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    um desenvolvimento muito rpido no sistema de rdio, com perspectivas para

    publicidade e multiplicao da audincia.

    Quando um estrangeiro, por exemplo, ouve um programa dedicado

    msica erudita brasileira, como o Ciranda, na Cultura FM, ele absorve um

    pouco da cultura do Brasil, influenciando assim, por meio dele, a cultura de

    outros povos pela webradio.

    Com o advento do rdio na Internet terminam as disputas por

    concesses, freqncias e investimentos em antenas e transmissores, pois

    atualmente todos podem criar uma rdio virtual, com alcance antes

    inimaginvel.

    Com a chegada do RealPlayer, similares e sucessores, os idiomas

    antes ameaados pela globalizao passaram a ser mais conhecidos, tais

    como o galego, o catalo e o irlands que tm possibilidades de ganhar

    ouvintes para alm das fronteiras em que so falados. No Brasil, por exemplo,

    existe um site dedicado aos ndios ashaninkas, no qual o internauta pode ouvir

    canes da tribo acreana no idioma arwuk (Kuhn, 2001).

    Nas rdios convencionais, o contato s feito pelo telefone,

    enquanto que nas rdios pela Internet, alm dos meios comuns, o acesso do

    ouvinte/leitor pode ser pelo e-mail e chat. Esse acesso torna mais fcil a

    participao do pblico, especialmente pela comodidade para enviar uma

    mensagem eletrnica, uma vez que o internauta encontra-se, no mesmo

    momento, navegando no site.

    A tendncia do rdio na Internet seguir para a quarta mdia. Isto se

    d pela observao de dois mil sites de emissoras de rdio que so modelos

    na rede. Como destaca Fernando Kuhn (2001), o primeiro quadro nas rdios

    a presena meramente institucional, depois so o udio no contnuo e logo

    em seguida o contnuo. Adiante segue para fotos, textos informativos e a

    participao do pblico. No sexto quadro, servio de guias especficos e udio

    alternativo e por ltimo vdeo e animao. Atualmente, so poucas as rdios

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    que no dispem desses servios para o leitor-ouvinte, muito pelo contrrio, o

    caminho est na utilizao de cmaras nos sites de rdio.

    No entanto, faz-se necessrio ressaltar que o advento da webradio

    no pe fim s rdios de ondas curtas. Em 1993, segundo a Unesco, existiam,

    apenas na Amrica Latina, cerca de 177 milhes de receptores de rdio em

    ondas curtas. Em 1996, a BBC de Londres criou um servio de transmisso

    nas lnguas kinyarwanda e kirundi. Esses dois registros sugerem que a velha e

    a nova tecnologia iro conviver juntas ainda por muitos anos.

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    8 - CARACTERSTICAS ON DEMAND, STREAMING, CAPTAO E ACESSO

    Os meios de comunicao se complementam e se incorporam, como

    no caso do CD-ROM e da placa de som ao microcomputador. O mesmo

    aconteceu na Internet, com o agrupamento do rdio, televiso, jornal, cinema e

    uma srie de outras mdias, transformando-a em multimdia. Os cabos, os

    satlites, os telefones, a televiso, o rdio e a Internet no so tecnologias

    competitivas entre si (Cebran, 1999).

    Esse processo de unio dos meios foi definido por Fidler (1997)

    como midiamorfosis e contm cinco princpios que distinguem a trajetria dos

    veculos de comunicao de massa para o ambiente multimiditico:

    Coevoluo e coexistncia: as formas de meios de comunicao coexistem e coevoluem de um sistema complexo de adaptao e

    expanso. Quando um meio evolui, influencia e desenvolve os

    demais;

    Metamorfose: os novos meios aparecem gradualmente da metamorfose de meios anteriores, adaptando e continuando o

    processo de evoluo;

    Sobrevivncia: todos meios de comunicao esto compelidos a se adaptarem e evolurem para sobreviver em meio s

    transformaes;

    Oportunidade e necessidade: no se adaptam em funo apenas da tecnologia, mas tambm por meio da oportunidade poltica,

    econmica ou social;

    Adaptao postergada: as novas tecnologias no se transformam rapidamente em sucesso, demoram uma gerao para difundir

    seus conceitos e ser adotada por todos.

    A transmisso de acesso rede obedece quatro formas: ADLS,

    CABO, ISDN e RDIO.

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    O ADLS (Asymetric Digital Subscriber Line) usa tecnologia de uma

    linha telefnica digital que transmite dados e voz ao mesmo tempo. Bastam um

    modem, uma placa de rede conectada ao microcomputador e um splitter

    (divisor).

    O cabo similar ao sistema de cabeamento das operadoras de TV

    por assinatura, podem ser bidirecional (recepo e envio de dados pelo

    computador) ou unidirecional (recepo pelo computador e envio de dados pela

    linha telefnica). Para utilizar esse servio, o usurio deve ter uma placa de

    rede e um provedor de acesso.

    O ISDN (Integrated Services Digital Network), ou Rede Digital de

    Sistemas Integrados, divide o fio convencional da linha telefnica, cada um

    com 64Kbps, em dois canais, voz e dados. Isso pode ser feito com o uso do

    modem, placa de rede e provedor de acesso.

    A conexo pelo rdio pode ser feita por meio de uma antena

    receptora de sinais e o assinante precisa de uma placa de rede conectada

    diretamente ao fio da antena.

    Fazer um acesso de um arquivo, de udio ou vdeo, previamente

    gravado na Internet, o recurso chamado on demand, ou demanda no

    provedor. Trata-se da tecnologia que o usurio utiliza para fazer o download de

    um arquivo digital (fala, msica, vinhetas) para execut-lo no microcomputador

    (Bufarah, 2002). Esse recurso ainda possibilita, a partir de qualquer contedo

    gravado (udio, vdeo ou ilustraes), consultas, via Internet, a qualquer hora

    do dia, e produo de um vdeo explicativo sobre determinado produto que

    pode ser produzido e disponibilizado no site da empresa ou em um site

    especfico.

    Tambm possvel transmitir dados de udio ou vdeo em

    streaming, fluxo contnuo, ou seja, a compactao dos arquivos feita em

    tempo real (Estcio, 2000). O sistema simples, quando o usurio acessa um

    link, pedindo a reproduo de determinado arquivo, logo ativado o download,

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    ou a transferncia de dados. O player, programa que executa o arquivo,

    armazena o dados no buffer, dispositivo de carter transitrio. Quando for

    preenchido com os dados, automaticamente inicia-se o processamento da

    reproduo do contedo no player, sucessivamente at terminar todo o

    contedo do arquivo requisitado. Existem duas formas de streaming: unicast e

    multicast (Estcio, 2000).

    Quando necessrio transmitir informao (voz, vdeo, dados)

    apenas para alguns utilizadores, a soluo usar mltiplos feeds unicast ou

    fazer broadcast para todos, ou seja, transmitir um programa ou mensagem

    publicitria ou notcia, para o pblico em geral, atravs de ondas

    eletromagnticas, cabo etc.. Qualquer dessas solues consome volumes

    desnecessrios de largura de banda.

    A informao para mltiplos recipientes pode ser feita pela

    tecnologia multicast, ou seja, enviada em pacotes endereados ao grupo

    virtual de interessados e replicada apenas em pontos chaves da rede. Assim, a

    informao chega com rapidez e eficincia, porm apenas a quem a solicita. As

    aplicaes mais comuns dessa tecnologia so videoconferncia, ensino ou

    formao a distncia, difuso de eventos, repetio de base de dados etc..

    No comportamento normal de uma transmisso unicast, um pacote

    encaminhado desde a origem at o destino, atravessando a rede de hop para

    hop. Em multicast, o destino do pacote no um utilizador singular, em vez

    disso, os interessados em receber o pacote aderem a um grupo, que tem um

    endereo definido e esse o endereo de destino do pacote. Apenas os

    membros do grupo recebero as informaes, sendo que qualquer um dos

    membros poder contribuir ou no para o grupo.

    O backbone da RCTS tem ligao ao MBONE (rede mundial IP com

    capacidades multicast) atravs da GEANT (The pan-European Gigabit

    Research Network). A rede MBONE, criada em 1991, principalmente usada

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    para testar e desenvolver novos protocolos de encaminhamento e de

    transporte, alm de aplicaes multicast IP.

    Com o streaming media possvel coletar o contedo de vdeo e

    udio e fundir com outras aplicaes de Web (pesquisas de opinio, chats,

    novos links) para criar uma funo interativa encorpada para o usurio final. Ele

    espalha a experincia de Web com dados de udio e vdeo para estimular as

    aplicaes on-line de maneira intensa. No entanto, preciso atentar para o

    desenvolvimento e implementao de ferramentas de gerenciamento de bens

    digitais que permitem acesso automatizado s informaes multimdia. Outro

    fator a preocupao com segurana em relao aos firewalls quando se fala

    sobre a distribuio das aplicaes de streaming media (Haar, 2002).

    Este problema no existe quando a tecnologia restrita a

    corporao, o oposto do que acontece na Web, uma vez que os modelos de

    negcios no esto totalmente preparados para este servio na rede. O

    problema que muitos desses modelos de ASP para distribuio de software

    de streaming media no se do bem com firewalls que, apesar dos recursos

    disponveis e da tecnologia cada vez mais desenvolvida, um obstculo a ser

    superado.

    A banda larga, ou a Internet a cabo, uma realidade distante para a

    maioria dos usurios. Quem acessa a rede por linha discada tem uma

    velocidade de, no mximo, 56 Kbps. J quem acessa por cabo tem,

    geralmente, 256 Kbps, que pode variar conforme o plano de assinatura.

    A maioria das grandes rdios conta com transmisso na Internet.

    Elas usam streaming live, uma transmisso em tempo real, assim como

    acontece nas rdios convencionais. Mas, para a Web o melhor ainda o

    streaming on demand. So arquivos de udio ou vdeo que ficam disponveis

    para acesso via streaming, permitindo ao usurio acess-lo a hora que quiser.

    Os usurios no vo necessariamente assistir a mesma programao ao

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    mesmo momento. Esse um grande diferencial da Internet quando comparada

    a outras mdias (Fontoura, 2002).

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    9 - DIFERENCIAO DE SERVIOS

    Cada emissora de rdio se diferencia uma da outra pelo formato e

    pelos servios. A Usina do Som, por exemplo, possibilita ao usurio criar uma

    programao musical para ser ouvida pela Internet, utiliza a tecnologia

    streaming (ao vivo) e on demand (gravado). A rdio, sem a participao de

    funcionrios na escolha da programao, utiliza a ordem randmica

    automatizada na escolha das msicas, que variam de Rock a World Music.

    A rdio Musical MPB, que funcionava nos moldes convencionais,

    passou para a Internet em 2000 e tem como caracterstica, como o nome

    sugere, veicular msicas brasileiras.

    A rdio Viva Favela, do Rio de Janeiro, tem a funo de disseminar

    as informaes colhidas sobre as comunidades e resolver os problemas da

    regio. Alm de msicas produzidas pelos ouvintes, a rdio veicula em

    programas jornalsticos as notcias daquela regio. O benefcio da rdio est

    em transmitir e trocar informaes e experincias entre as comunidades.

    A rdio CBN no veicula msicas, faz apenas radiojornalismo

    fundamentado na utilidade pblica, com editorias sobre Cidades, Economia,

    Esportes, Internacional, Pas, Poltica, Sade e Vida, e entrevistas com

    pessoas que influem diretamente na vida social de So Paulo. A rdio tambm

    aborda temas sobre esportes, ecologia, comunicao, empresa, cincia, mdia,

    entretenimento e sade.

    A Rdio Jovem Pan de So Paulo oferece um jornalismo atuante e

    participativo, seguido por intensa prestao de servios. A emissora criou um

    novo estilo de rdio, especialmente no que diz respeito prestao de servio,

    que representa um canal aberto da populao com as autoridades da cidade,

    do Estado e do Pas.

    A Lucent Web Radio uma rdio corporativa implantada na Intranet

    que veicula 156 minutos de programao por dia e atinge 50 mil funcionrios

    no mundo todo. Martin (1999) destaca que a emissora, baseada na rede,

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    semelhante a uma rdio tradicional e que o motivo para implantar uma rdio na

    Lucent estava na necessidade de sanar um problema de distribuio e

    divulgao das informaes na empresa.

    A corporao criou uma programao com entrevistas, histrias de

    sucesso de funcionrios, mensagens, informaes dirias e cursos on-line de

    capacitao de funcionrios.

    No entanto, o maior impacto da rdio foi na rea de treinamento. A

    empresa, ao optar pelo treinamento eletrnico, tem economizado, por ano, seis

    milhes de dlares. A rdio ainda possibilitou um canal de comunicao

    prximo dos funcionrios e mais condizente com a realidade, especialmente

    por viabilizar uma relao mais estreita entre executivos e funcionrios.

    Segundo Roberto Yurkovic, diretor de Gesto de Negcios

    Avanados na Lucent e criador do projeto, a empresa obteve 750% de retorno

    em relao ao investimento feito inicialmente, com uma economia anual de

    15,5 milhes de dlares (Bufarah, 2002).

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    10 - PRODUTOS PORTO SEGURO

    Segundo Kugelmass (1996:12) o trabalho flexvel basicamente

    uma estratgia para organizaes de qualquer setor, independentemente do

    tipo do produto, nvel de tecnologia ou tipo de fora de trabalho. Mas pode-se

    conceitu-lo como uma nova forma de organizao, que contempla o

    deslocamento de pontos tradicionais para outros locais, utilizando as novas

    tecnologias da informao - necessrias para a interligao das tecnologias

    atuais, das telecomunicaes, do tempo e do espao geogrfico.

    Para Nilles, possvel teletrabalhar pelo fato de a tecnologia ter

    evoludo a ponto da informao necessria chegar at ns, independentemente

    do momento ou local onde estivermos (Nilles, 1997:25).

    Na Porto Seguro, existem seis meios de comunicao, utilizados

    para atingir os quase oito mil funcionrios da companhia. So eles, o correio

    eletrnico, a Intranet, o quadro de avisos, o jornal Nosso Porto, os banners e as

    filipetas, esses dois ltimos distribudos nas portarias.

    O correio eletrnico, que funciona como newsletter, divulga

    diariamente as principais notcias da companhia, atinge mais de quatro mil

    usurios e distribudo sempre noite, alcanando todas as regies do pas.

    Aps permanecer um ms na pgina do Marketing, na Intranet, o contedo

    arquivado em um banco de dados.

    O quadro de avisos, criado em 1983, distribudo semanalmente

    para mais de 180 reas, incluindo sucursais e regionais. As informaes

    permanecem nos quadros e na Intranet por uma semana, sendo substitudas

    por outra publicao na semana seguinte.

    A Intranet, criada em novembro de 1999, combina e incorpora todas

    as informaes dos outros meios, desde as notcias do correio eletrnico, do

    quadro de avisos, at o jornal Nosso Porto em PDF (Portable Document

    Format). As notcias ficam no ar e depois so armazenadas em banco de

    dados na medida em que mais informaes chegam Intranet.

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    51

    O jornal Nosso Porto, ou house organ, rene os principais

    acontecimentos do ms na companhia e funciona como importante instrumento

    de endomarketing, j que enviado diretamente casa do funcionrio,

    envolvendo tambm seus familiares. Lanado em 1981, o boletim atinge cinco

    mil pessoas e circula durante um ms entre os funcionrios e na Intranet.

    Os banners e as filipetas so fixados nas portarias dos quatro

    edifcios da Porto Seguro, Rio Branco, Guaianases, Baro de Piracicaba e

    Ribeiro da Silva. Atingem, entre funcionrios, prestadores de servios, clientes

    e corretores, mais de cinco mil pessoas diariamente e so divulgados dois por

    ms, ficando cada um durante uma quinzena.

    A convergncia desses meios para a rdio on-line, sem os extinguir,

    tende a dinamizar a comunicao corporativa e ampliar seu grau de

    conhecimento entre os funcionrios, gerando com isso conseqncias positivas

    no ambiente profissional.

    10.1 - Justificativa do Produto

    Uma rdio on-line pode revolucionar a comunicao corporativa na

    Porto Seguro, especialmente, ao alterar a maneira fragmentada de disseminar

    as notcias e ao assumir uma estrutura de comunicao integrada, dividida em

    duas etapas, uma que estabelece a base de relacionamento interpessoal,

    desenvolvendo positivamente a auto-estima das pessoas, e a que facilita a

    prtica da empatia e da afetividade nos funcionrios.

    O objetivo fazer com que os funcionrios sejam reeducados no

    clima empresarial e que todos saibam o que a empresa pensa, quais os valores

    e os compromissos e, principalmente, conhecer e estarem harmonizados com

    a viso, misso e filosofia da companhia.

    Este projeto tambm visa a mudana do conceito de aprendizagem

    por meio da leitura, passando a ensinar os funcionrios pela oralidade, pois a

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    cultura brasileira apresenta o trao indelvel da fala, da conversa entre as

    pessoas canal com o qual todos se comunicam melhor, pois expressam suas

    idias. Outro fator imprescindvel que no Brasil no existe veculo de

    comunicao to popular quanto o rdio, que carrega consigo uma enorme

    vantagem, ao permitir o exerccio da linguagem em situaes reais. Com a

    rdio, os funcionrios vo poder participar diretamente, criando, por exemplo,

    um programa com poesias, msicas, entrevistas, leituras e at receitas.

    Alm de ouvir importante tambm saber escutar. Para desenvolver

    a linguagem oral importante exercitar tambm a audio compreensiva.

    Alguns estudos apontam que as pessoas que falam bem, invariavelmente

    sabem ouvir, prestam mais ateno, compreendem e interpretam melhor o que

    os outros falam. O rdio amplia o alcance de cidadania pela voz e ainda

    desenvolve a expresso, ajuda a perder a inibio para falar em pblico,

    exercita o raciocnio lgico, leva a pessoa a descobrir e a mostrar aos outros

    seus talentos, eleva a auto-estima, permite conhecer e utilizar novas

    tecnologias, estimula a imaginao e a criatividade, d um sentido concreto ao

    conhecimento profissional, promove a cidadania e favorece a

    interdisciplinaridade.

    10.2 - Rdio On-line Porto Seguro

    A proposta de rdio para a Porto Seguro, diferentemente das

    emissoras de rdios tradicionais, que veiculam notcias e msicas, combinar

    notcias, msicas e disponibilizar cada programao em um banco de dados. A

    diferena dessa rdio que nela os servios sero dirigidos aos funcionrios.

    A rdio ter um formato corporativo voltado para informaes dirias

    da companhia, utilizando as tecnologias de streaming (ao vivo, quando se tratar

    de entrevistas ou informaes sobre os eventos) e on demand (gravado). Ir

    veicular msicas brasileiras, com programao escolhida pelos funcionrios, e

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    disseminar informaes sobre as reas, que podero trocar informaes e

    experincias entre si.

    A programao da rdio inclui ainda um jornal com informaes de

    ltima hora da companhia, abordando os principais acontecimentos do

    momento, com participao de correspondentes localizados em diversas

    sucursais. A rdio, alm de tocar msica popular brasileira, abordar as

    notcias divulgadas na imprensa sobre o mercado de seguros, com citaes da

    companhia e de seus produtos, fornecedores e clientes, com anlises de

    mercado e tendncias do setor. Um fator singular ser a divulgao das

    msicas interpretadas pelos funcionrios que foram cantadas no Festival de

    Inverno Porto Seguro, no espao de convivncia Guaianases.

    Com um boletim, o Infochuva, a rdio prestar servios e orientar

    os funcionrios com informaes sobre o tempo e condies do trnsito na

    cidade. As informaes sero colhidas nas reas tcnicas e transmitidas aos

    funcionrios, enfatizando novidades sobre informtica, Internet, Intranet,

    tecnologia da informao e telecomunicaes, com dicas de segurana e como

    melhorar o desempenho do computador.

    As informaes sobre o que acontece fora da empresa e as

    questes que esto em pauta nos principais jornais do Pas sero veiculadas

    em programas especficos. Tambm est previsto um programa especial para

    os funcionrios apresentarem projetos, criticas, sugestes ou idias.

    A rdio ter um caderno semanal de arte, cultura, lazer e notcias

    sobre o meio ambiente, com debates e entrevistas sobre temas atuais como

    qualidade de vida, literatura, educao, dicas de exerccios fsicos e

    informaes sobre os principais jogos de futebol de salo, basquete e voleibol

    do Campeonato Porto Seguro. A equipe de reportagem da rdio vai cobrir os

    eventos e fazer entrevistas ao vivo com funcionrios.

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    Na linha multidisciplinar, a rdio apresenta um programa sobre o

    mundo da literatura, com temas de fico e no-fico, explorando assim o

    acervo da Biblioteca da companhia.

    A rdio na Porto Seguro ter uma segunda funo que a utilidade

    pblica voltada s necessidades dos moradores vizinhos das sucursais e da

    matriz, nos Campos Elsios, com nfase no grupo de Ao Social e nos

    projetos em pauta.

    Com 120 minutos de programao diria, ainda sobrar tempo para

    o treinamento distncia, com o sistema e-learning. O programa levar aos

    funcionrios uma srie de cursos sobre os produtos da companhia, oficina de

    portugus e matemtica, contabilidade, estatstica e os softwares mais

    utilizados internamente.

    10.3 - Caractersticas da Rdio On-line Porto Seguro

    De maneira atrativa e funcional, a rdio on-line far o papel

    estratgico da comunicao horizontal, utilizando um recurso pouco explorado,

    a participao de todos os funcionrios nos processos de tomada de deciso

    fato que restringe a empresa de tomar decises sem o