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Universidade Federal da Bahia
Escola Politécnica
Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana – MEAU
Autora: Maria Sacramento Oliveira Guimarães
Diretrizes para desenvolvimento de canteiro de obras habitacional de baixo impacto ambiental
Salvador - Bahia
2013
Autora: Maria Sacramento Oliveira Guimarães
Diretrizes para desenvolvimento de canteiro de obras habitacional de baixo impacto ambiental
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental Urbana da Universidade Federal da Bahia, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre
Orientadora: Dayana Bastos Costa
Salvador - Bahia
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
G963 Guimarães, Maria Sacramento Oliveira
Diretrizes para desenvolvimento de canteiro de obras habitacional de baixo impacto ambiental / Maria Sacramento Oliveira Guimarães – Salvador, 2013.
234 f: il. Color.
Orientador: Prof. Dayana Bastos Costa Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia.
Escola Politécnica, 2013.
1. Canteiro de Obras - Administração. 3. Sustentabilidade ambiental. I. Costa, Dayana Bastos. II.Universidade Federal da Bahia. III. Título.
CDD : 628
Dedico este trabalho aos meus pais (in memória), meu marido, minha filha, minha
netinha e minhas irmãs pelo apoio e incentivo durante o período do seu desenvolvimento e pelo amor incondicional
durante toda a minha vida.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), pelo apoio financeiro concedido por meio da bolsa de estudos. À FINEP (Financiadora Nacional de Projetos), pelo financiamento ao Projeto CANTECHIS - Tecnologias para Canteiro de Obras Sustentáveis de Habitação de Interesse Social. Às empresas construtoras, em especial, aos seus diretores e gerentes de obras, que colaboraram e acreditaram nesse trabalho, abrindo suas portas à realização dessa pesquisa. À Escola Politécnica, pela infraestrutura e oportunidade. À professora Dayana Bastos Costa, pela orientação desta dissertação, por me proporcionar grande crescimento profissional e pessoal e, também, por confiar e acreditar no meu trabalho. Aos professores do MEAU, em especial os professores Ricardo Fernandes Carvalho e Jardel Pereira Gonçalves, pelo apoio e colaboração durante as atividades do mestrado. À pesquisadora, colega e amiga Natasha Ilse Rotbucher pelas críticas e sugestões que contribuíram para dar foco a este trabalho. Às estagiarias Danielle Santos, Elisama Vieira e Fernanda Ramos, pelo grande apoio.
Aos meus colegas do MEAU pela amizade e parceria.
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.”
ALBERT EINSTEIN
RESUMO
GUIMARÃES, M.S.O. Diretrizes para desenvolvimento de canteiro de obras habitacional de baixo impacto ambiental. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana) - Escola Politécnica, UFBA, Salvador-BA, 2013.
O déficit habitacional estimado em aproximadamente 6 (seis) milhões de moradias, é
um dos maiores problemas sociais não resolvidos no Brasil, concentrado nas famílias de
mais baixa renda. O Programa Minha Casa Minha Vida estabelecido pelo Governo
Federal, pretende viabilizar para a população de baixa renda moradia digna e fixou a
meta de construir 400 mil casas até o ano de 2015. Estes programas vêm demandando
das empresas de construção civil uma significativa melhoria da confiabilidade de prazo
e custos destes empreendimentos, garantia da qualidade do produto e dos processos
construtivos, além da sustentabilidade ambiental dos canteiros de obras. Este trabalho
teve como objetivo principal propor diretrizes para o desenvolvimento de canteiro de
obras habitacional de baixo impacto. A estratégia de pesquisa principal foi o
levantamento de dados envolvendo as seguintes etapas: (a) revisão da literatura sobre o
tema; (b) preparação do questionário fechado com níveis de importância; (c) aplicação
de 151 questionários via web para empresas construtoras de Salvador-BA, São Paulo-
SP, Interior-SP e Porto Alegre-RS, com retorno de 44% dos questionários; (d)
entrevistas semi-estruturadas com gestores de nove canteiros de obras de Salvador-BA
para a validação e aprofundamento dos resultados do questionário; (e) análise
qualitativa e quantitativa dos dados coletados. Como resultado, este trabalho identificou
44 necessidades prioritárias de pesquisa e soluções tecnológicas de sustentabilidade
relativas a consumo de materiais, uso racional de água, eficiência energética, emissão de
materiais particulados, instalações provisórias, saúde e segurança do trabalhador, novas
tecnologias para as instalações provisórias. Identificou ainda como e por que as
diretrizes e práticas são adotadas pelos canteiros, bem como as carências que dificultam
a adoção destas diretrizes sustentáveis. A principal contribuição deste estudo é a
proposição de um conjunto de diretrizes para a adoção de práticas sustentáveis em
canteiro de obras habitacional de baixo impacto, que serão referência para o
desenvolvimento de pesquisas, novas ações por parte da indústria da construção e do
governo brasileiro.
Palavras Chaves: Canteiro de Obras, Construção Sustentável, Sustentabilidade ambiental.
ABSTRACT
The housing deficit estimated at approximately six (6) million homes, is one of the
largest unsolved social problems in Brazil concentrated on lower income families. The
Minha Casa Minha Vida (My house, My life) program established by the Federal
Government, aims to enable low-income people access to decent housing and set the
goal of building 400,000 homes by the year 2015. These programs demand a significant
improvement from the construction companies in terms of reliability of costs and
meeting deadlines, ensuring product quality and construction processes as well as
environmental sustainability on construction sites. The main aim of this work is to
propose guidelines for the development of low impact residential construction sites
derived from a diagnosis of the main technological needs for sustainability within this
niche market. The research strategy for primary data collection involved the following
steps: (a) literature review on the subject, (b) preparation of a closed questionnaire with
levels of importance, (c) data collection from an online survey applied to 151
construction companies from Salvador-BA, São Paulo-SP, Interior-SP and Porto
Alegre-RS, with a 44% return rate (d) semi-structured interviews with construction site
managers to validate and further study the questionnaire findings, (e) qualitative and
quantitative analysis of the data collected, and (f) identification of the technical and
economic difficulties in implementing low impact residential construction sites. As a
result, this work identified 44 priority research areas and technological solutions
required for sustainability with regards material consumptions, water use, energy
efficiency, particle material emissions, temporary facilities, health and safety of site
operatives and new technologies for temporary facilities. It also identified how and why
guidelines and practices are adopted on construction sites, and identifies the deficiencies
that hinder the adoption of these sustainable guidelines. The main contribution of this
work is the formulation of a set of guidelines for the adoption of sustainable practices
on low-impact residential construction sites which will be a reference for the
development of research and new actions for the construction industry and the Brazilian
government.
Key-words: Construction sites, Sustainable Building, Environmental sustainability.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................20
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .......................................................................23
1.2 CONTEXTO DA PESQUISA .......................................................................26
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................26
1.3.1 Objetivo geral .....................................................................................26
1.3.2 Objetivos específicos .........................................................................26
1.4 DELIMITAÇÕES DA PESQUISA ...............................................................27
1.5 ESTRUTURA DO TEXTO ...........................................................................27
2. GESTÃO SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................28
2.1 SUSTENTABILIDADE ................................................................................28
2.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ...............................................................32
2.3 METODOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DE CONSTRUÇÃO
SUSTENTÁVEL COM FOCO EM CANTEIRO DE OBRAS .....................36
2.3.1 Metodologia BREEAM .....................................................................40
2.3.2 Metodologia LEED ............................................................................46
2.3.3 Metodologia AQUA ...........................................................................52
2.3.4 Metodologia SELO CASA AZUL .....................................................55
2.4 CANTEIRO DE OBRAS DE BAIXO IMPACTO ........................................58
2.5 CONTRIBUIÇÕES DA REVISÃO DA LITERATURA PARA
AVALIAÇÃO DE CANTEIRO DE OBRAS DE BAIXO IMPACTO .........74
3. MÉTODO DE ESQUISA .......................................................................................83
3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA......................................................................83
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA .............................................................84
3.3 DETALHAMENTO DAS ETAPAS DA PESQUISA ...................................85
3.3.1 Revisão da Literatura .........................................................................85
3.3.2 Levantamento de Dados (Survey) ..................................................... 86
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .....................................91
4.1 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOS GERAL .................91
4.1.1 Perfil das Empresas Respondentes .....................................................91
4.1.2 Análises por Temas, Importância das Diretrizes e Adoção das
Diretrizes ............................................................................................93
4.2 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOS EM SALVADOR-BA
.......................................................................................................................111
4.2.1 Tema Consumo ................................................................................115
4.2.2 Tema Emissões e Resíduos ..............................................................125
4.2.3 Tema Interfaces com o Meio Exterior .............................................136
4.2.4 Tema Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras ..........................146
4.3 DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO DE CANTEIROS DE
OBRAS HABITACIONAL DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL .........155
4.3.1 Tema Consumo ................................................................................155
4.3.2 Tema Emissões e Resíduos ..............................................................159
4.3.3 Tema Interface com o Meio Exteior ................................................162
4.3.4 Tema Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras ...........................165
5. CONCLUSÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS
FUTUROS .............................................................................................................169
5.1 CONCLUSÕES FINAIS .............................................................................169
5.2 RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS ................................172
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................173
APÊNDICES ...............................................................................................................180
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Estágios do ciclo de vida de uma edificação ..................................................35
Figura 2 - Dimensões sustentáveis do canteiro de obras ................................................59
Figura 3 - Modelo de transformação no canteiro de obras ............................................60
Figura 4 - Ilustração do fluxo das entradas (Consumo) e saídas (Emissões e Resíduos)
no canteiro de obras ........................................................................................................74
Figura 5 - Delineamento da pesquisa .............................................................................84
Figura 6 - Transporte vertical de materiais paletizado no Canteiro 4 ..........................120
Figura 7 - Armazenagem de materiais no Canteiro 4 ...................................................120
Figura 8 - Perda de materiais na fase de assentamento dos blocos no Canteiro 9
.......................................................................................................................................120
Figura 9 - Sistema de drenagem da água pluvial no Canteiro 2 ...................................121
Figura 10 - Controle de processos erosivos no Canteiro 2 ...........................................121
Figura 11- Exemplo de sistema de reutilização de água servida no Canteiro 3 ...........122
Figura 12 - Exemplo de sistema de reutilização de água servida no Canteiro 3 ..........122
Figura 13 - Exemplo de sistema de reutilização de água servida para mictório no
Canteiro 3 .....................................................................................................................122
Figura 14 - Separação e armazenagem das diversas classes de resíduos com bombonas
no Canteiro 2 ................................................................................................................127
Figura 15 - Separação e armazenagem das diversas classes de resíduos com big bag no
Canteiro 2 .....................................................................................................................127
Figura 16 - Separação e armazenagem de resíduos na linha de produção no Canteiro 3
.......................................................................................................................................128
Figura 17 - Resíduos sem separação e armazenagem adequadas no Canteiro 4 ..........128
Figura 18 - Resíduos sem separação e armazenagem adequadas e misturados com
materiais no Canteiro 6 .................................................................................................129
Figura 19 - Resíduos sem separação e armazenagem adequada no Canteiro 9 ............129
Figura 20 - Kit de emergência para vazamento de materiais perigosos no Canteiro 2
.......................................................................................................................................131
Figura 21 - Controle das emissões de materiais particulados: uso de caminhão pipa na
fase de terraplanagem no Canteiro 2 ............................................................................132
Figura 22 - Controle das emissões de materiais particulados: uso de caminhão coberto
com lona no Canteiro 2 ................................................................................................132
Figura 23 - Controle das emissões de materiais particulados: uso de molhação das áreas
em atividade no Canteiro 3 ...........................................................................................133
Figura 24 - Técnica para decantação de efluentes de betoneira no Canteiro 3.............134
Figura 25 - Técnica para decantação de efluentes de betoneira no Canteiro 2 ............134
Figura 26 - Placas sinalizadoras nas áreas preservadas no Canteiro 2 .........................135
Figura 27 - Replantio de espécie da mata atlântica no Canteiro 2 ...............................135
Figura 28 - Estabilização dos acessos com brita no Canteiro 2 ....................................139
Figura 29 - Isolamento de área de carga e descarga no Canteiro 3 ..............................139
Figura 30 - Uso de lona nas vias e calçadas durante a descarga e concretagem no
Canteiro 3 .....................................................................................................................140
Figura 31 - Manutenção periódica de vias e calçadas do Canteiro 2 ...........................140
Figura 32 - Acessos separados para pedestres e veículos no Canteiro 7 ......................141
Figura 33 - Vias e calçadas do Canteiro 6 ....................................................................141
Figura 34 - Vias e calçadas do Canteiro 4 ....................................................................142
Figura 35 - Vias e calçadas do Canteiro 7.....................................................................142
Figura 36 - Uso de hidrossemeadura para controle de desmoronamento no Canteiro 2
......................................................................................................................................143
Figura 37 - Uso de lona covencional e sacaria controle de desmoronamento no Canteiro
2 ....................................................................................................................................143
Figura 38 - Placas na fachada da obra com e-mail disponível para reclamações no
Canteiro 3 .....................................................................................................................144
Figura 39 - Uso de containers nas instalações provisórias do Canteiro 2 ....................150
Figura 40 - Uso de placas pré-moldadas nas instalações provisórias no Canteiro 2 ....150
Figura 41 - Treinamento prático para os brigadistas de emergência no Canteiro 5 .....151
Figura 42 - Treinamento teórico e prático com Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência – SAMU no Canteiro 5 .................................................................................152
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Resumo dos diferentes sistemas e ferramentas de avaliação das práticas
sustentáveis na construção ..............................................................................................37
Quadro 2 - As 10 categorias e exigências para a avaliação do BREEAM .....................41
Quadro 3 - Resumo do Checklist A2 para Canteiro de Obras na Metodologia BREEAM
.........................................................................................................................................42
Quadro 4 - Resumo do Checklist A3 para Canteiro de obras na Metodologia BREEAM
.........................................................................................................................................44
Quadro 5 - Tabela de pontuação LEED ..........................................................................47
Quadro 6 - Classificação de desempenho LEED .. .........................................................49
Quadro 7 - As 14 categorias e respectivas preocupações (AQUA) ................................53
Quadro 8 - Categoria 3: Canteiro de obras com baixo impacto ambiental (AQUA) .....54
Quadro 9 - Quadro resumo de categorias, critérios e classificação SELO CASA AZUL
.........................................................................................................................................56
Quadro 10 – Niveis de Graduação SELO CASA AZUL................................................57
Quadro 11 – Temas das atividades desenvolvidas no canteiro de obras ........................61
Quadro 12 - Impactos e aspectos ambientais em canteiros de obras ..............................62
Quadro 13 - Aspectos ambientais em função da fase e atividade da obra.......................64
Quadro 14- Impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a partir dos
aspectos e atividades de produção em canteiro de obras.................................................66
Quadro 15 - Aspectos e impactos sociais e econômicos decorrentes das atividades de
produção dos canteiros de obras .....................................................................................71
Quadro 16 – Comparação entre as contribuições de cada método de avaliação ambiental
para canteiros de obras ...................................................................................................75
Quadro 17 – Diretrizes para canteiros de obras de baixo impacto com base na literatura
nacional e internacional ..................................................................................................77
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resumo do número de diretrizes adotadas por tema e empresas – Geral ...109
Tabela 2 - Resumo total de empresas por tema com e50% de diretrizes adotadas ......110
Tabela 3 - Resumo total de empresas por tema com 0% de diretrizes .........................110
Tabela 4 - Resumo das Diretrizes por Empresas Salvador-BA ....................................112
Tabela 5 – Resumo de Diretrizes Adotadas, Sistema de Gestão da Construção e
Certificação Ambiental por Empresas Salvador-BA ....................................................113
Tabela 6 - Perfil dos Canteiros de Obra Visitados .......................................................114
Tabela 7 - Carências que dificultam adoção de diretrizes de “Consumo” ...................124
Tabela 8 - Carências que dificultam adoção de diretrizes “Emissões e Resíduos” ......136
Tabela 9 - Carências que dificultam adoção de diretrizes “Interface com o Meio Exterior”
.......................................................................................................................................145
Tabela 10 - Carências que dificultam adoção de diretrizes “Qualidade Intrínseca do
Canteiro de Obras” .......................................................................................................154
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Tempo de atuação no mercado Geral ...........................................................92
Gráfico 2 - Número de funcionários do quadro administrativo Geral ............................92
Gráfico 3 - Mercado de atuação Geral ............................................................................92
Gráfico 4 - Sistema de Gestão Geral ..............................................................................93
Gráfico 5 - Empreendimento certificado ou em processo de certificação Geral ............93
Gráfico 6 - Respostas relativa ao nível de importância e de adoção das Diretrizes por
Tema Geral .....................................................................................................................94
Gráfico 7 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante”
Tema “Consumo” Geral .................................................................................................95
Gráfico 8 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Consumo”
Geral .............................................................................. ................................................95
Gráfico 9 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema
“Emissões e Resíduos” Geral ........................................................................................99
Gráfico 10 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Emissões e
Resíduos” Geral .............................................................................................................99
Gráfico 11 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema
“Interfaces com Meio Exterior” Geral ..........................................................................101
Gráfico 12 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Interfaces com
Meio Exterior” Geral ....................................................................................................101
Gráfico 13 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema
“Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Segurança” Geral ............................103
Gráfico 14 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Qualidade
Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Segurança” Geral ...............................................103
Gráfico 15 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema
“Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Intalações Provisórias” Geral ..........105
Gráfico 16 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Qualidade
Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Intalações Provisórias” Geral .............................105
Gráfico 17 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema
“Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Novas Tecnologias em Instalações
Provisórias” Geral .........................................................................................................108
Gráfico 18 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Qualidade
Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Novas Tecnologias em Instalações Provisórias”
Geral .............................................................................................................................108
Gráfico 19 - Respostas relativa ao nível de importância e de adoção das Diretrizes por
Tema Salvador-BA ......................................................................................................111
Gráfico 20 - Diretrizes "Muito Importante” e "Importante" e Adoção em mais de 50%
dos canteiros do tema "Consumo" em Salvador-BA ...................................................116
Gráfico 21 - Diretrizes “Muito Importante” e “Importante” e Adoção em mais de 50%
dos canteiros do tema “Emissões e Resíduos” em Salvador-BA .................................125
Gráfico 22 - Diretrizes “Muito Importante” e “Importante” e Adoção em mais de 50%
dos canteiros do tema “Interfaces com Meio Exterior” em Salvador-BA ..................137
Gráfico 23 - Diretrizes “Muito Importante” e “Importante” e Adoção em mais de 50%
dos canteiros do tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras - Segurança” em
Salvador-BA ................................................................................................................147
Gráfico 24 - Diretrizes do tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” item
“Instalações Provisórias” percentual de importância e adoção em Salvador-BA ........147
Gráfico 25 - Diretrizes do tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” item
“Novas Tecnologias em Instalações Provisórias”, percentual de importância e adoção
em Salvador-BA ...........................................................................................................153
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACV Análise do Ciclo de Vida
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AQUA Alta Qualidade Ambiental
BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment
Method
CANTECHIS Projeto de Tecnologias para Canteiro de Obras Sustentáveis de
Habitação de Interesse Social
CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
CBIC Câmara Brasileiro da Indústria da Construção
CDES Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
CERQUAL Certification Qualité Logement
CFC’s Clorofluorcarbonetos
CNPq Conselho Nacional de Pesquisa
CO2 Dióxido de Carbono
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CSH Code for Sustainable Homes
DDS Diálogo Diário de Segurança
DOF Documento de origem Florestal
EIA Estudo de Impactos Ambientais
FINEP Financiadora Nacional de Projetos
HIS Habitação de Interesse Social
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
LEED Leadership in Energy and Environmental Design
ONU Organização das Nações Unidas
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat
PDDU Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida
PNIR Plano Nacional Integrado de Resíduos
PVC Plástico Polyvinyl chloride
RCD Resíduos de Construção e Demolição
RES Residencial
RIMA Relatório de Impacto no Meio Ambiente
SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção
SPDIG Subprojeto de Diagnóstico
UFSCar Universidade Federal de São Carlos
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
USGBC U.S.Green Building Counsil
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
USP Universidade São Paulo
20
1. INTRODUÇÃO
Embora a moradia digna seja considerada um direito básico universal pela Constituição
Federal de 1988, o acesso à habitação de qualidade ainda está longe de ser uma
realidade para milhões de brasileiros. Estudos mais recentes indicam que o déficit
habitacional estimado em aproximadamente 5.546.310 de moradias é um dos maiores
problemas sociais não resolvidos no Brasil, concentrando nas famílias de mais baixa
renda, principalmente aquelas com renda inferior a três salários mínimos (FUNDAÇÃO
JOÃO PINHEIRO, 2008).
A maior parte do déficit habitacional no Brasil atualmente está concentrada nas áreas
urbanas. De acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística-IBGE, o Brasil possuía, em 2010, 160.879.708 milhões de
habitantes nas áreas urbanas o equivalente a 84% da população brasileira
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2010).
Esses dados revelam, por um lado, um grave problema social e, por outro, a existência
de uma grande oportunidade de mercado para a indústria da construção civil.
O governo federal tem investido no mercado de habitação de interesse social através do
poder público com a implantação de programas nacionais como o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV),
este último lançado em maio de 2009. Entende-se por Habitação de Interesse Social-
HIS a moradia que se destina às famílias com baixa renda mensal, considerada como
aquela de até 10 (dez) salários-mínimos vigente no País, com ênfase no atendimento
prioritário para a faixa da população de até 3 (três) salários-mínimos, conforme as
diretrizes federais para financiamento à produção de empreendimentos sociais
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2010).
Desde o lançamento do PMCMV, a Caixa Econômica Federal já contratou mais de 1,3
milhão de unidades. Só na Bahia, cerca de 121.301 unidades habitacionais com
investimentos de R$6,02 bilhões. Até 2014, mais 1,1 milhão de novas moradias serão
contratadas, atingindo a marca de 2,4 milhões de casas e apartamentos em todo o Brasil,
o que mostra o interesse das empresas de construção civil em atuar no desenvolvimento
desses empreendimentos, devido à possibilidade de ganho em escala e padronização
(MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, 2012).
O Programa Minha Casa Minha Vida estabelecido pelo Governo Federal, em parceria
com Estados e Municípios pretende viabilizar para a população de menor renda o acesso
21
ao espaço urbanizado, moradia digna e sua posse aos serviços públicos essenciais e
equipamentos sociais básicos, previstos no PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano). Mais recentemente o Ministério das Cidades recebeu 8.939 propostas para
construção de 426.146 unidades habitacionais, em 4.042 municípios, o que significa
dizer que 81,2% dos municípios brasileiros com população de até 50 mil habitantes
apresentaram propostas para produção habitacional por meio da oferta pública de
recursos do PMCMV em 2011/2012 (INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA
APLICADA-IPEA, 2012). A extensão de um programa como o PMCMV a municípios
de menos de 50 mil habitantes pode aumentar o interesse de construtoras, antes voltadas
apenas a cidades maiores, para começarem a atuar em um novo contexto com realização
de empreendimentos simultâneos em vários municípios (IPEA, 2012).
Dessa maneira, as políticas públicas na área da Habitação de Interesse Social vêm
enfocando em suas diretrizes, de forma prioritária, o combate ao déficit habitacional
quantitativo. As iniciativas governamentais direcionadas à redução do referido déficit
vêm estimular, além da produção de moradias de interesse social, a mobilização dos
investimentos públicos para o desenvolvimento dos setores da construção civil, com a
geração de trabalho e renda.
A cadeia produtiva da construção civil tem indiscutível relevância no desenvolvimento
socioeconômico do Brasil, pois além de grande multiplicadora de investimentos como
núcleo que ativa várias outras cadeias produtivas, tem relevância na intensificação do
mercado interno na medida em que fabrica matérias primas e insumos e transforma-os
em bens de elevado valor agregado. A cadeia da construção é empregadora em massa de
mão de obra qualificada e não qualificada, além de geradora e distribuidora de renda
(CARNEIRO, 2010).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (2012) o setor de
construção civil cresceu 23,3% em termos reais, registrando 79,4 mil empresas na área
de construção, número 24,6% superior ao registrado em 2009 (52,9 mil), além de ter
gerado obras e serviços para o setor público, principal cliente das construtoras.
Todavia, ainda é possível observar a forma tradicional de construir em que é
considerado apenas o tripé tempo, custo e qualidade, devendo-se passar a considerar
também os aspectos ambientais como relevantes (BLUMENSCHEIN, 2004). Produzir
unidades e assentamentos habitacionais populares de baixo custo, baixo impacto
ambiental e de boa qualidade é um problema sobre o qual muitos pesquisadores
brasileiros têm-se debruçado nas últimas décadas.
22
Em função destas características, estes programas vêm demandando das empresas que
atuam neste segmento o desenvolvimento de diferentes capacidades comparadas com
outros segmentos de mercado, tais como, uma significativa melhoria da confiabilidade
de prazo e custos destes empreendimentos, garantia da qualidade do produto e dos
processos construtivos, além da sustentabilidade ambiental e segurança dos canteiros de
obras (COSTA, 2008).
Do ponto de vista ambiental, a construção civil apresenta-se como um dos segmentos
industriais mais críticos no que se refere aos impactos ambientais. No Brasil, a
expectativa é que o setor da construção dobre de tamanho até o ano de 2022
(AGOPYAN; JOHN, 2011), o que significa também um aumento considerável na
geração de impactos ambientais.
As atividades relacionadas à construção civil são responsáveis pela degradação
ambiental, que ocorrem por meio do consumo excessivo de recursos naturais, pela
demanda por matéria prima industrializada e pela geração de resíduos sendo o principal
gerador de resíduos sólidos da sociedade (EVANGELISTA; COSTA; ZANTA, 2010).
Do ponto de vista social a situação é agravada pela informalidade, que inclui o não
cumprimento de obrigações sociais da força de trabalho, além da falta de condições
adequadas de segurança nos canteiros de obra.
Considerando o tamanho e a importância dos impactos causados, a indústria da
construção deve contribuir com a busca de um desenvolvimento sustentável. A
incorporação de práticas de sustentabilidade na construção é uma tendência crescente no
mercado. As empresas devem mudar sua forma de produzir e gerir suas obras,
desenvolvendo uma agenda de introdução progressiva de sustentabilidade, buscando,
em cada obra, soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis para o
empreendimento (CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
SOCIAL-CDES, 2009). Ao longo destes últimos anos as exigências da sociedade civil,
de investidores, financiadores e consumidores têm obrigado as empresas a levarem em
conta o impacto de suas atividades em todo seu entorno (CONSELHO BRASILEIRO
DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL-CBCS, 2012).
Ao pensar na forma de minimização dos impactos, é preciso considerar a viabilidade
técnico-econômica das propostas, focando sempre na capacidade das construtoras e dos
empreendedores agirem de maneira mais sustentável (ARAÚJO, 2009).
23
Dentro das possíveis ações para se buscar uma construção sustentável, é possível citar o
consumo racional de água e energia; o uso de energias renováveis; a seleção de
materiais baseada no ciclo de vida; a racionalização do consumo de recursos na etapa de
construção e a redução dos impactos dos canteiros de obras.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
A etapa de construção, no ciclo de vida de um edifício, responde por uma parcela
significativa dos impactos causados pela construção civil no ambiente, principalmente
os relativos às perdas de materiais e à geração de resíduos, assim como as interferências
na vizinhança da obra e nos meios físico, biótico e antrópico do local onde a construção
é edificada (CARDOSO; ARAUJO, 2007).
A avaliação do ciclo de vida de uma edificação é baseada na quantificação de todos os
fluxos de matéria prima e energia, efluentes e resíduos estabelecidos em cada etapa, do
planejamento à demolição (JOHN; PRADO, 2010). Ainda segundo John e Prado
(2010), compreende todas as fases do desenvolvimento e operação do empreendimento,
desde sua concepção até o final de sua vida útil.
Os resíduos da construção civil representam um grande problema ambiental,
especialmente pela disposição inadequada em córregos, terrenos baldios e beira de
estradas. Nas cidades de médio e grande portes no Brasil, esses constituem mais de 40%
da massa dos resíduos urbanos (TELLO; RIBEIRO, 2012).
Também na Europa a maioria dos recursos se torna resíduos, e ainda existe poucas
ações efetivas de reciclagem ou reutilização. Por exemplo, na Espanha nos últimos anos
tem ocorrido um incremento na geração de resíduos de construção e demolição (RCD),
em paralelo com o crescimento econômico. Uma infraestrutura foi criada para o
tratamento destes resíduos, mas de acordo com o PNIR (Plano Nacional Integrada de
Resíduos 2008-2015 Anexo 6), ainda não atingiu o desempenho desejado. Grande parte
dos resíduos vai diretamente para o aterro ou são descartados na natureza ilegalmente,
causando a poluição da água, solo e ar (GOIKOETXEA, 2010).
Os impactos resultantes da geração dos resíduos da construção e demolição e sua
disposição clandestina já têm sido amplamente estudados em todo o mundo, levando à
formação da Resolução Federal nº 307/2002 do CONAMA - Conselho Nacional do
Meio Ambiente (2002), que dispõe sobre o seu gerenciamento no Brasil (CARDOSO;
ARAUJO, 2007). Como resultado, o tema tem recebido muita atenção por diferentes
24
pesquisadores (JOHN, 2000; SOUZA, 2005; EVANGELISTA; COSTA; ZANTA,
2010) com o objetivo de desenvolver soluções para redução, gestão, reciclagem e
reutilização de resíduos em obras.
No entanto, as preocupações não se restringem apenas a geração de resíduos. Outro
fator relevante é o desperdício de materiais durante o processo construtivo. Segundo a
pesquisa do Departamento de Engenharia de Construção da Universidade São Paulo-
USP (2001), a construção civil desperdiça média de 56% do cimento, 44% da areia,
30% do gesso, 27% dos condutores e 15% dos tubos de PVC e eletro dutos. Apesar
deste dados terem sido coletados a doze anos, ainda nota-se nos canteiros, grandes
desperdícios, principalmente depois do grande crescimento da construção, a partir de
2007.
As interferências das atividades realizadas no canteiro de obras com os meios físicos,
bióticos e antrópico também causam impactos significativos, como incômodos à
vizinhança (sonoros, visuais, etc.) e poluição (ao solo, à água e ao ar), impactos ao local
da obra (aos ecossistemas, erosões, assoreamentos, trânsito, etc.) e consumo de recursos
(principalmente água e energia). Essas interferências têm escala local, os trabalhadores,
vizinhança e ecossistemas do terreno, assim como escala global, a sociedade,
principalmente no que se refere à poluição (CARDOSO; ARAUJO, 2007). Estas
interferências precisam ser melhor consideradas não só pelo setor produtivo, mas
também pelo setor acadêmico e setor público.
No caso de grandes canteiros de obras, a legislação - Resolução nº 001/1986 do
CONAMA – já obriga que seja feita uma avaliação mais completa dos impactos dos
mesmos, o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o seu relatório-resumo Relatório de
Impacto no Meio Ambiente (RIMA). Este é o caso de estradas, portos, aeroportos, obras
hidráulicas, dentre outros empreendimentos, e, no caso de projetos urbanísticos,
também aqueles com área acima de 100 ha ou implantados em locais considerados de
relevante interesse ambiental. Os EIA/RIMA envolvem estudos cobrindo todo o ciclo
de vida do empreendimento e não apenas a etapa de construção (BRAGA, 2002).
No entanto, falta ainda, uma política coerente e estruturada de construção sustentável.
Predominam ainda iniciativas legislativas bem intencionadas, mas isoladas. Os
empreendimentos habitacionais devem incluir, em seus projetos e na sua etapa de
execução, o uso de soluções tecnológicas que permitam melhorar as questões da
sustentabilidade e condições de trabalho, possibilitando elevar o patamar tecnológico da
25
sua produção, atendendo a necessidade de soluções adequadas à realidade local (JOHN;
PRADO, 2010).
Cardoso et al, (2007) no Levantamento do estado da arte: Canteiro de obras, já
caracterizou os diferentes impactos relacionados a cada serviço realizado no canteiro de
obras. Outros estudos também efetuaram previsões de sua magnitude, identificando
aqueles que mais urgentemente precisam ser reduzidos, além de fornecer orientações
para implementação de medidas mitigadoras desses impactos, muitos dos quais podem
potencialmente ser controlados pela equipe do projeto durante a fase de concepção e
construção de um edifício (CARDOSO, 2006; ARAÚJO, 2009).
Entretanto é importante conhecer os impactos ambientais para se escolher onde agir em
primeiro lugar e para o quê dar prioridade, já que não se pode atuar sobre tudo, pois,
normalmente, os recursos disponíveis são limitados (CARDOSO; ARAUJO, 2007).
Assim, deve se conhecer as intensidades dos impactos e suas consequências para os
meios físico, biótico e antrópico, para então priorizá-los. E mais, deve-se saber em que
medida todos aqueles que sofrem impactos, as chamadas “partes interessadas”,
consideram-se prejudicados, como o pessoal que trabalha na obra, os fornecedores, o
empreendedor, os projetistas, a vizinhança e, mesmo, a sociedade como um todo
(CARDOSO; ARAUJO, 2007). A priorização deve ainda considerar o contexto
específico do canteiro. As instalações provisórias também necessitam atender
parâmetros de saúde, conforto e desempenho ambiental (CARDOSO; ARAUJO, 2007).
A partir da priorização dos impactos que precisam ser reduzidos ou eliminados, pode-se
definir as tecnologias e as ações de natureza gerencial, estabelecendo os recursos que
precisam ser implementados, as necessidade de pesquisa, as proposição de melhores
práticas que visam diminuir o consumo e as perdas no canteiro de obras, os
equipamentos a serem comprados, os profissionais a serem treinados ou contratados,
ferramentas gerenciais a serem implementadas e os prazos e custos envolvidos
(CARDOSO; ARAUJO, 2007).
Vários aspectos podem exigir investigação e desenvolvimento de melhores diretrizes e
práticas em canteiro de obras. O presente trabalho se justifica pela existência de um
significativo investimento por parte do governo e da iniciativa privada em construção de
empreendimentos habitacionais e de interesse social no Brasil e pelo grande consumo de
recursos e grande geração de resíduos e poluição na fase de execução desses
empreendimentos, além dos incômodos à vizinhança e aos profissionais que neles
trabalham.
26
1.2 CONTEXTO DA PESQUISA
Este trabalho de pesquisa faz parte de um projeto em rede, denominado de Projeto
Cantechis - Tecnologias para Canteiro de Obras Sustentáveis de Habitação de
Interesse Social cujo objetivo geral é caracterizar e analisar tecnologias relativas a
sistemas de proteção coletiva, emissão de materiais particulados, instalações
temporárias e tecnologia de execução de métodos e sistemas construtivos inovadores,
aplicados a canteiros de obras de empreendimentos habitacionais de interesse social,
especialmente do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), buscando o
aperfeiçoamento e o desenvolvimento de soluções tecnológicas que visem à
sustentabilidade ambiental e melhoria das condições de trabalho.
Este projeto está sendo realizado por uma rede formada pelas seguintes universidades:
Universidade Federal de São Carlos, Universidade de São Paulo, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul e Universidade Federal da Bahia. O financiamento é da FINEP
(Financiadora Nacional de Projetos) com fornecimento de bolsas do CNPq (Conselho
Nacional de Pesquisa). O referido projeto iniciou suas atividades em agosto de 2011 e
tem prazo previsto de término para março de 2014.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Objetivo Geral
Propor diretrizes para o desenvolvimento de canteiros de obras habitacional de baixo
impacto ambiental.
1.3.2 Objetivos Específicos
a) Identificar diretrizes e práticas nacionais e internacionais para desenvolvimento
canteiros de obras de baixo impacto ambiental em empreendimentos
habitacionais.
b) Identificar as necessidades prioritárias de pesquisa e soluções tecnológicas para
canteiro de obras habitacional de baixo impacto ambiental.
c) Identificar as dificuldades técnicas e econômicas para implantação de canteiro
de obras habitacional de baixo impacto.
27
1.4 DELIMITAÇÕES DA PESQUISA
O presente trabalho apresenta delimitações geográficas, o que restringe sua
representatividade e possíveis generalizações das informações. A coleta de dados foi
realizada por meio de questionários via web, o que não garante um retorno de 100% da
amostra.
Os dados foram coletados nas cidades de Salvador-BA, Porto Alegre-RS, São Paulo-SP
e Interior de São Paulo. Desta forma, com base nos resultados foram propostas
diretrizes para a adoção de práticas sustentáveis em canteiro de obras dentro de uma
realidade regional, portanto, pode não representar a realidade da maioria dos
empreendimentos habitacionais.
1.5 ESTRUTURA DO TEXTO
Esta dissertação está estruturada em cinco capítulos.
O capítulo 1 apresentou a introdução com a justificativa do tema, o problema de
pesquisa, a contextualização do tema, seus objetivos geral e específicos, a delimitação
do problema de pesquisa e a estruturação do texto.
O capítulo 2 apresenta a revisão da literatura nacional e internacional sobre a Gestão
Sustentável na Construção Civil, tratando de temas como: a importância da construção
sustentável para o desenvolvimento sustentável, as metodologias para avaliação e
certificação das construções sustentáveis, canteiro de obras de baixo impacto e as
contribuições da revisão da literatura para a avaliação de canteiro de obras de baixo
impacto.
O capítulo 3 apresenta as decisões metodológicas, envolvendo a estratégia, o
delineamento da pesquisa e o detalhamento das etapas da pesquisa.
O capítulo 4 apresenta e discute os resultados obtidos na pesquisa, incluindo o perfil das
empresas respondentes e as respostas por temas, seguida das análises quantitativas de
Salvador-BA e da análise geral. Apresenta também os resultados das entrevistas
aplicadas e as diretrizes para canteiros de obras de baixo impacto.
Por fim, o capítulo 5 apresenta as conclusões do trabalho com as perspectivas de
utilização das diretrizes propostas e as sugestões para novos trabalhos.
28
2. GESTÃO SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Este capítulo apresenta a revisão da literatura sobre gestão sustentável na construção
civil. Inicialmente, é apresentado a definição e um breve histórico sobre
sustentabilidade e construção sustentável. Em seguida são discutidas as principais
metodologias para avaliação de construção sustentável e suas contribuições para a
avaliação de canteiro de obras de baixo impacto. Por fim, é apresentado o estado da arte
em canteiro de baixo impacto, apontando os temas e as diretrizes comuns para a
aplicação de canteiros de obras mais sustentáveis.
2.1 SUSTENTABILIDADE
Segundo o dicionário, sustentabilidade é a qualidade de ser sustentável e tem sua
origem no latim, sustentare, significando o que dá suporte, serve de apoio a alguma
coisa. Aquilo que se mantém (FERREIRA, 1982).
Segundo Silva (2003) sustentabilidade é a busca do equilíbrio entre o que é socialmente
desejável economicamente viável e ambientalmente sustentável usualmente descrita em
função da chamada “triple botton line”, que congrega as dimensões ambiental, social e
econômica do desenvolvimento sustentável.
A dimensão ambiental requer o equilíbrio entre proteção do ambiente físico e seus
recursos e o uso destes recursos de forma a permitir que o planeta continue a suportar
uma qualidade de vida aceitável. A dimensão social requer o desenvolvimento de
sociedades justas, que proporcionem oportunidades de desenvolvimento humano e um
nível aceitável de qualidade de vida. A dimensão econômica, por sua vez, requer um
sistema econômico que facilite o acesso a recursos e oportunidades e o aumento de
prosperidade para todos, dentro dos limites do que é possível e sem ferir os direitos
básicos (SILVA, 2003).
As pesquisas têm mostrado que o desenvolvimento não pode mais ser concebido sem
considerar seu impacto no meio ambiente e na qualidade de vida dos seres humanos. O
tripé ambiente-economia-sociedade deve ser considerado de uma maneira integrada,
pois, do contrário, não haverá um desenvolvimento sustentável. O desafio é fazer a
economia evoluir, atendendo às expectativas da sociedade e mantendo a ambiente sadio
para esta e para as futuras gerações (AGOPYAN; JOHN, 2011).
29
O conceito de sustentabilidade tem as suas origens na década de 60 quando iniciaram os
intensos debates sobre degradação do meio ambiente e fizeram com que, a ONU
(Organização das Nações Unidas) promovesse em 1972 uma conferência internacional
em Estocolmo, advertindo que o desenvolvimento sustentável está fundamentado no
reconhecimento de que o meio ambiente exerce papel importante no fornecimento das
bases materiais e ambientais, do ecossistema e da energia de que dependem os
processos econômicos (OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO,
2007).
Em abril de 1987, a Comissão Brundtland, como ficou conhecida, publicou o Relatório
Brundtland, sob o título “Nosso futuro comum”, desenvolvido após quatro anos de
estudos e debates promovidos pela World Commission on Environment and
Development. Este relatório trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável para o
discurso público como sendo o desenvolvimento que atende as necessidades atuais sem
comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades
(ONUBR, 2011).
Em junho de 1992, a Agenda 21, realizada no Rio de Janeiro (a ECO - 92), reafirmou a
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e Meio Ambiente,
adotada em Estocolmo em 1972, buscando avançar e estabelecer uma nova e justa
parceria global no sentido de acordos internacionais que respeitem os interesses de
todos e protejam a integridade do meio ambiente global (UNITED NATIONS
CONFERENCE ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT, 1992).
Em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto com o objetivo de comprometer as nações
mais industrializadas a reduzir no período de 2008 a 2012 as emissões de componentes
que interferem no clima da Terra em 5,2% em relação aos índices de emissões de 1990
(ONUBR, 2011).
Em 1999, o International Council for Research and Innovation in Building and
Construction (CIB) lançou a Agenda 21 da Construção Sustentável. O documento
afirma que o conceito de construção sustentável significa que os princípios do
desenvolvimento sustentável são aplicados a todo o ciclo de construção, da extração e
beneficiamento dos materiais, passando pelo planejamento, projeto e construção de
edifícios e obras de infraestruturas, até a sua demolição e gestão dos rejeitos dela
resultantes. Identifica os resíduos sólidos como sendo a carga mais pesada que a
indústria da construção e a sua utilização impõem ao meio ambiente. Por outro lado,
30
pontua a redução no consumo de recursos (água, energia, materiais e terra) como o
principal desafio da indústria da construção nos próximos anos (International Council
for Building-CIB, 2000). No ano de 2002, aconteceu a Conferência de Johannesburgo,
conhecida como “Rio+10”, na qual foi formada a “Cúpula Mundial de
Desenvolvimento Sustentável” pelos países participantes com o objetivo de avaliar o
progresso das metas determinadas na Agenda 21 (ONUBR, 2011).
Em junho de 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, Rio+20, chegou a muitos acordos: reduzir as emissões de gases de efeito
estufa em 12% até 2016, e em 1,3 bilhão de toneladas até 2030. Essa definição reúne 59
das maiores cidades do mundo, entre elas, as brasileiras São Paulo, Rio de Janeiro e
Curitiba. Outro compromisso assumido durante a Rio+20 foi a criação do primeiro
Banco de Investimentos Verdes (Green Investment Bank) do mundo com objetivo de
financiar, a partir deste ano, empreendimentos de infraestrutura com baixa emissão de
carbono, de energia eólica (em especial os parques eólicos offshore, em alto mar), a
destinação e o tratamento correto de resíduos e a eficiência energética, tanto para
empresas quanto para pessoas (COMITÊ NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO RIO+20,
2012).
O resultado desse movimento de mais de 50 anos, além de fazer com que as sociedades
se conscientizem cada vez mais, resultou numa série de mecanismos que visam impedir
a deterioração ambiental, tais como: Políticas Ambientais, Auditorias Ambientais,
Sistemas de Gestão Ambiental, Levantamentos de Passivos Ambientais, Projetos de
Desenvolvimento Sustentável e Metodologias para Avaliação de Construções
Sustentáveis (ONUBR, 2011). No início do século 21, as limitações de recursos naturais
estão se tornando aparente e causando mudanças estruturais das nossas economias. O
sucesso econômico não pode mais ser assegurado sem a gerencia e controle da demanda
e disponibilidade do capital natural. As ferramentas de avaliação vem ajudando a
visualizar a escala de mudança que estamos presenciando, fornecendo uma plataforma
para pesagem de opções políticas e, assim, garantir o bem-estar de uma nação.
A Global Footprint Network-USA, uma organização sem fins lucrativos, foi criada para
permitir um futuro sustentável com o objetivo de acelerar o uso da Pegada Ecológica -
uma ferramenta de contabilidade dos recursos que mede quanta natureza temos, quanta
usamos, e quem usa o quê. (GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, 2012).
A Análise da Pegada Ecológica mede apropriação humana dos produtos e serviços do
ecossistema em termos de quantidade de terra e área marítima bioprodutivas necessária
31
para fornecer esses produtos e serviços. Esta métrica avalia a demanda humana, a
disponibilidade regenerativa e a perda da capacidade de absorção dentro da biosfera,
que são necessários para monitorar as condições mínimas de sustentabilidade. A área de
terra e mar disponível para servir a um uso particular é chamado de capacidade
biológica (biocapacidade), e representa a capacidade da biosfera para atender a demanda
humana por consumo de materiais e eliminação de resíduos. Cabe a Rede Pegada
Global Footprint Nacional rastrear os recursos, expressos em unidades de produtividade
biológica média (ou hectares globais, GHA) (GLOBAL FOOTPRINT NETWORK,
2012).
De acordo com as contas nacionais mais recentes, ano de 2008 (o ano mais atual em que
os dados globais estão disponíveis), a biocapacidade Total da Terra foi estimada em
12.000 milhões de gha (ou 1,8 gha por pessoa), mas a Pegada Ecológica da humanidade
atingiu 18,2 bilhões de gha (ou 2,7 gha por pessoa). Correspondentemente, o número de
planetas exigidos por todos os seres humanos aumentou para 1,52 planetas, o que
representa um incremento de 2,5 vezes a demanda por recursos renováveis da natureza
desde 1961. Dados detalhados podem ser encontrados em tabelas de dados 2011 das
Contas Nacionais da Pegada Ecológica e biocapacidade com os resultados de quase 150
nações. Informações sobre população, faixa de renda, e Pegada Ecológica e
biocapacidade expressa em número de gha per capita para cada país. A tabela indica se
um determinado país (ou região) incorre em déficit ou reserva de biocapacidade
(GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, 2012). A Global Footprint Network visa provar
a governos nacionais, instituições financeiras e agências de desenvolvimento
internacionais que podem ser mais bem sucedidos se operar dentro do orçamento da
natureza, promovendo um futuro mais estável e próspero.
A economia brasileira caracteriza-se por elevado nível de desperdício de recursos
energéticos e naturais. A redução desses desperdícios constitui verdadeira reserva de
desenvolvimento para o Brasil. O setor produtivo no mundo todo já amadureceu a nova
realidade da sustentabilidade, passando a exigir posturas diferenciadas dos países de
grande potencial de recursos naturais, como o Brasil. Essa cobrança não vem apenas de
pressões ecopolíticas, mas da exigência do mercado, diante de uma nova realidade
socioambiental, onde a competitividade é a lei maior, soberana. (JOANELLO JÚNIOR,
2009). Ainda hoje, reduzir custos com a eliminação de desperdícios, desenvolver
tecnologias limpas e reciclar insumos são princípios da gestão ambiental e representam
condições de sobrevivência.
32
2.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
O alcance do desenvolvimento sustentável não é possível sem que haja construção
sustentável, ou seja, “a busca do equilíbrio entre a viabilidade econômica que mantém
as atividades e negócios; as limitações do ambiente; e as necessidades da sociedade”
(SILVA, 2003). A construção sustentável é encarada como uma forma da indústria da
construção responder ao compromisso com (SILVA, 2003):
a) sustentabilidade econômica: aumentar a lucratividade e crescimento através do
uso mais eficiente de recursos, incluindo mão de obra, materiais, água e energia;
b) sustentabilidade ambiental: evitar efeitos perigosos e potencialmente
irreversíveis no ambiente, através do uso cuidadoso de recursos naturais,
minimização de resíduos, e proteção e, quando possível, melhoria do ambiente;
c) sustentabilidade social: responder às necessidades de pessoas e grupos sociais
envolvidos em qualquer estágio do processo de construção (do planejamento à
demolição), provendo alta satisfação do cliente e do usuário, e trabalhando
estreitamente com clientes, fornecedores, funcionários e comunidades locais.
Assim, uma construção sustentável pode ser encarada como uma contribuição para a
diminuição da pobreza, criando um ambiente de trabalho saudável e seguro,
distribuindo equitativamente custos sociais e benefícios da construção, facilitando a
criação de empregos, desenvolvimento de recursos humanos, conquistando benefícios e
melhorias para a comunidade (CIB, 2000).
No termo mais abrangente, a construção sustentável aborda as questões ambientais,
sociais e econômicos de um edifício no contexto de sua comunidade (KIBERT, 2008).
Aborda o uso eficiente dos recursos, minimizando a poluição e o desperdício que
surgem na sua produção e consumo (HALLIDAY, 2010)
Para que um empreendimento seja considerado sustentável, este deve ter produção e
utilização que promova, na análise geral, um resultado socialmente justo,
ambientalmente correto, economicamente viável e culturalmente aceito.
Segundo Ramos (2008), a definição de Construção Sustentável “consiste num sistema
construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as
necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio
ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e
futuras”.
33
Para se atingir a sustentabilidade da construção é imprescindível à incorporação da
inovação pela construção civil, com mudanças em todas as suas atividades
(AGOPYAN; JOHN, 2011). A abordagem da construção de baixo impacto exige
mudança de raízes profundas nas estruturas sociais e de negócios com capacitação mais
local (HALLIDAY, 2010).
Diferente de outras indústrias, os produtos da construção, edifícios e infraestruturas são
produtos únicos que possuem uma longa vida útil. As estruturas construídas hoje podem
durar pelo menos oitenta anos, tanto quanto seus impactos (CÂMARA BRASILEIRA
DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO-CBIC, 2005).
A utilização do termo “Construção Sustentável” como uma construção mais durável,
mais confortável, com menor consumo de energia e de água, socialmente correta, entre
outros, denota a necessidade de mudar a maneira de projetar, construir, usar, manter e
demolir as construções (GEHLEN, 2008).
A implementação de medidas de planejamento sustentável pode melhorar
consideravelmente a eficiência global dos edifícios (custos de construção, operação,
utilização, saúde e meio ambiente, bem como o valor monetário) (GUIDELINE FOR
SUSTAINABLE BUILDING, 2001).
Observa-se assim, que existem esforços internacionais para a promoção da construção
sustentável. Outro exemplo é a Aliança Sustentável (SB Alliance) organização não
partidária e sem fins lucrativos, que desde 2009 concentra uma rede internacional de
universidades, centros de pesquisa e organizações de avaliação técnica e que se destina
a acelerar a adoção internacional de práticas de construção sustentável (Sustainable
Building – SB), através da partilha de conhecimentos técnicos, métodos de construção e
experiências ao nível da avaliação de desempenho. Esta iniciativa é apoiada pelo
departamento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) responsável pelos edifícios sustentáveis e pela Iniciativa de
Construção e Edifícios Sustentáveis do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP
Sustainable Building and Construction Initiative) (SUSTENTARE LISBOA, 2009).
Em termos nacionais, o Conselho Brasiliero de Construção Sustantável (CBCS),
constituído em 2007, resultado da articulação entre lideranças empresariais,
pesquisadores, consultores, profissionais atuantes e formadores de opinião, também tem
importante papel em induzir o setor da construção a utilizar práticas mais sustentáveis
que venham melhorar a qualidade de vida dos usuários, dos trabalhadores e do ambiente
34
que cerca as edificações (CONSELHO BRASILIERO DE CONSTRUÇÃO
SUSTANTÁVEl - CBCS, 2013)
Diferentes metodologias não obrigatórias de avaliação ambiental de construções
sustentáveis foram desenvolvidas pelo mundo que fornecem um conjunto de normas e
guias de boas práticas visando minimizar os impactos ambientais causados pela
edificação durante seu ciclo de vida, que devem ser parcialmente ou completamente
atendidas para que um empreendimento possa ser certificado como uma construção
sustentável.
Estas metodologias de avaliação ambiental vão além das obrigações legais de um país,
fornecendo assim, um sistema de benchmarking para as políticas governamentais de
sustentabilidade. As metodologias de avaliação ambiental serão melhor detalhadas no
item 2.3 Metodologias para Avaliação de Construção Sustentável, com o foco na
avaliação de canteiros de obras.
Outra ferramenta para a identificação do estado e das necessidades gerais de uma
construção que visa a sustentabilidade é a Análise de Ciclo de Vida (ACV), que tem
sido aceito por toda a comunidade internacional como a única base legítima para
comparar materiais, tecnologias, componentes e serviços utilizados ou prestados
(KNIGHT; JENKINS, 2009).
Em todas as etapas do ciclo é necessário desenvolver e implantar mecanismos para
evitar impactos ambientais, limitar o uso de substâncias perigosas e o desperdício de
materiais e energia, dentro dos preceitos do eco design e produção mais limpa
(KNIGHT; JENKINS, 2009). A figura 1 ilustra as etapas do ciclo de vida de uma
edificação.
No Brasil a ACV é orientada pelas normas NBR ISO 14040 - Gestão ambiental:
avaliação do ciclo de vida – princípios e estrutura da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT (ABNT, 2009a) e NBR ISO 14044 - Gestão Ambiental: Avaliação do
ciclo de vida – Requisitos e orientações (ABNT, 2009b).
Ainda que o foco principal das metodologias para avaliação de sustentabilidade na
construção seja no escopo do projeto arquitetônico, o canteiro de obras, área onde as
empresas construtoras têm mais poder de decisão, pode contribuir significativamente
para a redução dos passivos ambientais da indústria da construção (GEHLEN, 2008).
35
Figura 1- Estágios do Ciclo de Vida de uma edificação
Fonte: EPA e SETAC, 2006
A maior parte dos sistemas ainda não considera diversos aspectos sociais relevantes na
indústria da construção ao avaliar a sustentabilidade de um empreendimento, entre eles
a qualidade de vida no canteiro de obras, treinamento da mão de obra, contratação de
mão de obra formal e conformidade com normas técnicas. No entanto, são aspectos que
devem ser considerados e trabalhados na busca da melhor qualidade no ambiente de
trabalho e avaliação realista do desempenho dos empreendimentos em relação à
sustentabilidade (CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
- CDES, 2009).
Kibert (2008) chama atenção para uma abordagem integrada, que envolva uma equipe
multidisciplinar desde o início de um projeto para trabalhar de forma colaborativa em
todo feedback e coleta de dados, que quantifique a instalação acabada e o processo que a
criou para gerar melhorias em projetos futuros.
A cadeia produtiva de materiais e componentes de construção, isoladamente, tem
impactos significativos que precisam ser mitigados. A gama de produtos ofertados
limita as opções para projetistas e consumidores. Isto influi decisivamente no impacto
ambiental de edifícios e obras ao longo do seu ciclo de vida (AGOPYAN; JOHN,
2011).
36
Portanto, ao visar à construção sustentável é essencial que a etapa de execução seja um
dos focos, possibilitando que o canteiro de obras gere o mínimo de impactos ao meio
ambiente (CARDOSO; ARAUJO, 2006).
Segundo SILVA (2003) o incentivo à construção sustentável pode ser feito de várias
maneiras, entre estas, a adoção de metodologias de avaliação e classificação da
sustentabilidade de empreendimentos, seja pelo interesse de uma empresa em sustentar
certa imagem corporativa, em vender um produto voltado a um público determinado,
por uma preocupação de seus dirigentes ou para atender as legislações.
2.3 METODOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
COM FOCO EM CANTEIRO DE OBRAS
A aplicação de sistemas de avaliação ambiental de edifícios já consiste em uma prática
corrente em diversos países da Europa, assim como, nos Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Japão.
O Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial com 526 empreendimentos
sustentáveis construídos de 2007 a abril de 2012 (GREEN BUILDING COUNCIL
BRASIL-GBC BRASIL, 2012). A estratégia para a introdução de uma metodologia de
avaliação de impactos ambientais de edifícios iniciou-se com a integração do País no
projeto Green Building Challenge, durante a Conferência Sustainable Building no ano
de 2000.
Nos últimos anos, várias métodologias para avaliação de construções sustentáveis foram
desenvolvidas e postas em prática em todo o mundo. Elas fornecem importantes
contribuições, principalmente, para o desenvolvimento de diretrizes das melhores
práticas que minimizem os impactos ambientais causados por todo o ciclo de vida da
edificação.
Os mais conhecidos sistemas de avaliação ambiental de edifícios são o BREEAM
(Building Research Establishmnet Environmental Assessment Method), criado no Reino
Unido em 1990, o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) nos
Estados Unidos e Canadá e o Démarche HQE” na França. O quadro 1 a seguir
apresenta as principais metodologias para avaliação de construção sustentáveis voltadas
a construção civil em nível mundial.
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Quadro 1 - Resumo dos diferentes sistemas e ferramentas de avaliação das práticas sustentáveis na construção.
PAÍS SISTEMA DE
CERTIFICAÇÂO
SITUAÇÃO ATUAL /LINKS
Austrália NABERS www.nabers.com.au/faqs.aspx
GBCA
Green Star
O Green Building Council of Austrália - GBCA formado em 2002, apoiado pelo governo e pelas indústrias locais com os objetivos de promover a sustentabilidade por meio de programas de construção sustentável, tecnologias, práticas de projeto e operação e integrar as iniciativas em todas as fases de projeto, construção e operação. www.gbca.org.au
Brasil GBC Brasil
(LEED BRASIL)
O Green Building Council Brasil - GBC Brasil, filiado ao World Green Building Council, lançado em julho de 2007, apóia a transformação de toda cadeia produtiva da construção civil e segue os princípios do LEED Estados Unidos. www.gbcbrasil.org.br/pt
AQUA Certificação dada pela Fundação Vanzolini. Sistema lançado em 2009 e trabalha com a metodologia francesa Haute Qualité Environnementale - HQE adaptada à realidade brasileira.
SELO CASA AZUL Lançado em 2010 pela Caixa Econômica Federal. Selo gratuito oferecido ao mercado residencial brasileiro aplicável também aos projetos de baixa renda.
SELO PROCEL EDIFICA Lançado em 2010 Selo da Eletrobrás para edifícios comerciais e residenciais baseado em amplo estudo da realidade brasileira.
Canadá LEED CANADA Canadian Green Building Council - CGBC fundado em 2002. Formado pela coalisão de representantes de vários segmentos da indústria da construção tem por objetivo acelerar o rojeto e construção de edifícios sustentáveis. www.cagbc.org
GREEN GLOBES www.greenglobes.com
China GB EVALUATION
STANDARD
O Conselho de Defesa de Recursos Naturais tem trabalhado na promoção de conselhos regionais, bem como nacional. Como exemplo, pode-se citar o de Shangai, o primeiro conselho a ser criado. Este conselho, junto com os Ministros da Construção e da Ciência e Tecnologia trabalham para fazer a adaptação do LEED para padrões locais. Este conselho ainda trabalhou com os EUA em projetos demonstrativos com atrativo das olimpíadas de 2008. www.risn.org.cn
Coréia Padrão Coreano de Construção Sustentável
Fundado para avaliar e testar o sistema de avaliação coreano, estabelecendo assim um método para medir o desempenho ambiental próprio considerando toda a edificação de uma perspectiva de ciclo de vida.
Fonte: SUSTENTARE LISBOA(2009); PARDINI(2009); AGOPYAN; JOHN( 2011).
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Quadro 1 - Resumo dos diferentes sistemas e ferramentas de avaliação das práticas sustentáveis na construção (continuação).
PAÍS SISTEMA DE
CERTIFICAÇÂO
SITUAÇÃO ATUAL /LINKS
Filândia PROMISE www.vtt.fi/?lang=en
França HQE www.certivea.fr
Alemanha DGNB
Certificação Alemã para
Edificações Sustentáveis
Desenvolvida pelo Conselho Alemão de Edficações Sustentáveis junto com o Ministério Federal de Transportes, Edificações e Urbanismo com a intenção de planejar e avaliar os edifícios em sua qualidade. http://www.dgnb.de/en/certification/the-german-sustainable-buildingcertification/ index.php?edit_document=1
Hong Kong HKBEAM www.hk-beam.org.hk/general/home.php
Possui três organizações voltadas às construções sustentáveis (MADEW,2006): - Professional Green Building Council, organização não governamental, instituto de pesquisa e educação com intuito de promover um ambiente sustentável nas edificações. Formado em 2002 com a junção de profissionais de arquitetura e engenharia; - Business Environment Council – BEC, associação independente estabelecida em 1989, com o objetivo de promover o desenvolvimento ambiental e sustentável, oferecendo soluções sustentáveis e treinamento. É uma ramificação do World Business Council for Sustainable Development; - The Building Department of the Hong Kong Special Administrative Region – HKSAR (MADEW,2006). O sistema de avaliação foi adaptação do BREEAM 93 (SILVA, 2003)
Índia GRIHA www.teriin.org
LEED INDIA Em desenvolvimento O conselho local CII-Godrej GBC é um consórcio entre a Confederação das Indústrias da Índia, o governo do estado de Andhra Pradesh, House of Godrej, com suporte da Agência para Desenvolvimento Internacional dos EUA. Entre os serviços oferecidos estão a implementação do LEED, ISO14001 e OHSAS18001
Itália PROTOCOLLO ITACA www.itaca.org
México LEED MEXICO www.mexico.gbc.org
Nova Zelândia Green Star NZ Desenvolvido pelo New Zealand Green Building Council - NZGBC junto com a indústria da construção civil
Holanda BREEAM HOLANDA www.dgbc.nl
Fonte: SUSTENTARE LISBOA(2009); PARDINI(2009); AGOPYAN; JOHN( 2011).
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Quadro 1 - Resumo dos diferentes sistemas e ferramentas de avaliação das práticas sustentáveis na construção (continuação).
PAÍS SISTEMA DE
CERTIFICAÇÂO
SITUAÇÃO ATUAL /LINKS
EUA LEED Leadership in Energy and Environmental Design - LEED
Criado em 1993 com o objetivo de promover edifícios responsáveis, lucrativos e mais saudáveis para se trabalhar e viver. Participam dele todos os setores da cadeia produtiva da indústria da construção civil. O LEED é o mais comercial dos sistemas existentes, usado em vários países e foi inspirado no BREEAM do Reino Unido. www.usgbc.org
GREEN GLOBES www.greenglobes.com
Japão CASBEE Formado em 1998, com objetivo principal a redução dos impactos ambientais nas construções ao longo das fases de planejamento, construção e disposição final de resíduos.
Reino Unido Building Research Environmental Assessment Method - BREEAM
O Conselho tem por missão a melhora significativa do ambiente construído pela transformação radical na forma de planejamento, construção, manutenção e operação dos edifícios. Formado por um grupo multidisciplinar, chamado EAC (Environmental Assessment Consortium), de consultores especialistas em projetos ambientais e eficiência energética. Promovem, entre outros serviços, consultoria no uso do BREEAM. Este sistema foi o pioneiro e lançou bases de todos os sistemas de avaliação (SILVA,2003).
Singapura Green Mark O conselho ainda está em estágio inicial de formação (MADEW, 2006). O sistema de certificação foi lançado em janeiro de 2005 para promover o desenvolvimento sustentável no ambiente construído, bem como difundir o conhecimento entre incorporadores, projetistas e construtores quando da concepção e execução do projeto. Abrange novas construções e edifícios existentes.
Taiwan Ecology Environmental
Waste reduction and
Health - EEWH
Foi lançado em janeiro de 2005. O foco do conselho é o desenvolvimento da construção civil com proteção ambiental, promovendo construções sustentáveis. Estas construções têm um capítulo especial no código nacional de obras (MADEW,2006). O sistema de avaliação de próprio foi criado em 2001.
Fonte: SUSTENTARE LISBOA(2009); PARDINI(2009); AGOPYAN; JOHN( 2011).
Para o presente trabalho serão discutidas as metodologias mais reconhecidas: BREEAM
(Reino Unido) e LEED (Estados Unidos), além de duas metodologias nacionais AQUA
e SELO CASA AZUL, com foco nos requisitos para avaliação de canteiro de obras.
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2.3.1 Metodologia BREEAM
Building Research Establishment Environmental Assessment Method – BREEAM foi a
primeira ferramenta de certificação na construção dos green buildings. Surgiu na
Inglaterra em 1990 com objetivos de mitigar os impactos das construções no meio
ambiente, permitir o reconhecimento dos benefícios ambientais dos edifídios, fornecer
um rótulo credível ambiental para os edifícios e estimular a demanda por construções
sustentáveis (BREEAM, 2009).
A metodologia BREEAM introduziu o incentivo às práticas ambientais de excelência no
projeto, gestão e manutenção; a definição de critérios e padrões além dos exigidos por
lei ou normas; e a conscientização de proprietários, ocupantes, projetistas e operadoras
quanto aos benefícios dos edifícios com menor impacto ambiental (SILVA, 2003).
Esta metodologia é considerada a base das ferramentas de certificação ambiental e
abrange diferentes tipos de construção, como: escritórios, lojas, escolas, prisões,
tribunais, hospitais, clínicas e indústrias, podendo ainda adaptar esquemas para qualquer
tipo de edifício não relacionado acima.
A avaliação de desempenho ambiental engloba dez categorias, tais como: (a) Gestão, (b)
Saúde & Bem-estar; (c) Energia, (d) Transportes, (e) Água, (f) Resíduos, (g) Poluição,
(h) Uso do Solo e Ecologia, (i) Materiais e (j) Inovação, conforme detalhado no quadro
2.
A avaliação é feita por pontos, ou seja, o número total de pontos ou créditos obtidos em
cada seção é multiplicado por uma ponderação ambiental e, então, somados para
produzir um único escore total (BRE GLOBAL, 2009).
Especificamente para casas sustentáveis, o BREEAM tem um esquema denominado de
BREEAM Eco Homes. Lançada em 2000, EcoHomes logo tornou-se obrigatório para a
habitação social em 2003. Mais de 200.000 casas foram certificados desde o seu
lançamento. Esta nova ferramenta desenvolvida pela BRE em conjunto com as
empresas de habitação, permite avaliar e monitorar o desempenho ambiental de suas
ações. Esta é uma ferramenta de auto-avaliação documental, que foi concebido, para
avaliar e monitorar o desempenho ambiental do empreendimento habitacional,
acompanhar melhorias realizadas durante a manutenção de rotina e pequenas
melhorias, destacar as áreas que exigem atenção e ajudar a priorizar a manutenção e
obras de reforma, auxiliar e orientar o desempenho global, reconhecendo as limitações e
os aspectos práticos voltados para habitação existente.
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Quadro 2 - As 10 categorias e exigências para a avaliação do BREEAM
Categorias de Avaliação BREEAM Gestão · Comissionamento · Impactos em Canteiro de Obras · Guia de Construção do Usuário
Resíduos · Resíduos de Construção · Agregados reciclados · Instalações de reciclagem
Saúde e Bem-Estar ·Luz natural · O conforto térmico · Acústica · A qualidade do ar e da água Indoor · Iluminação
Poluição · Vazamento · Risco de inundação · Emissões efluentes · Poluição de Cursos de Água · Luz externa e poluição sonora
Energia · Emissões de CO2 · Tecnologias de carbono baixo ou zero · Medição de Energia sub · Sistema de Energia eficiente
Uso do Solo e Ecologia · Selecção do Site · Protecção das características ecológicas · Mitigação / valorização de valor ecológico
Transporte · Conectividade da rede de transportes públicos · Instalações de peões e ciclistas · Acesso a amenidades · Planos de viagem e informações
Materiais · O impacto do ciclo de vida dos materiais · Reutilização de Materiais · Responsável de abastecimento · Robustez
Água · Consumo de Água · Detecção de vazamento · Água reutilização e reciclagem
Inovação · Exemplar níveis de desempenho · Uso de Profissionais Credenciados BREEAM
Fonte: BREEAM (2009)
Ao contrário de outras versões do BREEAM, EcoHomes é baseado em uma pontuação
única que permitam aos detentores de ações aferir o seu desempenho inicial e, em
seguida, estabelecer metas realistas que levem a um objetivo final.
O Código de Casas Sustentáveis (Code for Sustainable Homes - CSH) é um método de
avaliação ambiental para a avaliação e certificação do desempenho de novas casas com
base no esquema EcoHomes do BRE Global, abrangendo nove categorias de design
sustentável: energia, emissões de CO2, água, materiais, superfície de escoamento de
água, resíduos, poluição, saúde e bem-estar, gestão e ecologia.
Com relação ao canteiro de obras, o BREEAM apresenta um roteiro dentro de cada
categoria com as respectivas exigências de cumprimento de condutas socioambientais
apresentadas nos checklist técnicos A2 (Código de conduta ambiental e social) e A3
(Impacto de Canteiro de obras), conforme os quadros 3 e 4, respectivamente.
O quadro 3 destaca o código de conduta ambiental e social direcionado aos construtores,
desdobrado em 4 categorias: a) Acesso seguro e adequado no entorno e no canteiro; b)
Boa vizinhança; c) Consciência ambiental e d) Ambiente de trabalho seguro e saudável
com as respectivas práticas. Neste quadro, estão salientadas as necessidades dos
canteiros de obras de fornecer um acesso seguro e adequado em relação ao
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estacionamento de carros, as entradas e as saídas, as vias de pedestres, a iluminação das
vias públicas, o escoramento, os tapumes e os andaimes e as placas de trânsito.
Destaca ainda: (a) as boas práticas de vizinhança visando à atenuação de poluição
sonora advinda das atividades de produção e a poluição visual e de iluminação; (b)
práticas ambientalmente conscientes devem ser adotadas visando à eficiência
energética, redução do consumo de água, recuperação de áreas após derramamento de
combustível, adoção de estratégias de escoamento das águas de chuvas, além de uso de
energias alternativas e armazenagem de materiais e equipamentos adequados; (c)
promoção do ambiente de trabalho seguro e saudável nas instalações provisórias, uso de
EPI’s, saúde e segurança dos operários e dos visitantes;
Quadro 3 – Resumo do Checklist A2 para Canteiro de Obras na Metodologia BREEAM
Código de Conduta Ambiental e Social Checklist A2
a)Acesso seguro e adequado no entorno e no canteiro
-Assegurar estacionamento perto do canteiro de obras e transportes públicos com uma frequência média de 30 minutos. -Implantar boa iluminação, barreiras adequadas e superfícies uniformes fora do limite do canteiro de obras -Manter acessos limpo e livre de lama. -Manter andaimes bem iluminados à noite. -Construir caminhos de largura suficiente para cadeiras de rodas -Implantar acessibilidade visual e auditiva para visitantes. -Manter placas de alerta dos perigos locais na entrada do canteiro de obras. -Sinalizar as entradas e saídas do canteiro de obras para os visitantes e para entrega de materiais. -Manter recepção devidamente sinalizada. -Instalar caixa postal na calçada para evitar a entrada do carteiro no canteiro de obras. -Manter todos os sinais de trânsito visíveis e erguer sinais nas obstruções. -Usar veículos menores para as entregas no caso de canteiros de obras em vias congestionadas. b)Boa Vizinhança -Enviar cartas de apresentação a todos os vizinhos com compromisso de escrever e agradecer, no final do contrato a sua paciência e fornecer formulário de feedback. -Restringir horário para trabalho barulhento, em especial quando o canteiro está localizado próximo de: casas, escolas, hospitais, unidades industriais, cidade centros e instalações de compras. -Marcar o limite do canteiro de maneira clara, segura e adequada ao meio ambiente. -Estabelecer passagens de pedestres adequadas, segura e protegida. -Manter o canteiro de obras visto pelo público como arrumado e limpo. -Disponibilizar livro de reclamações com evidências de que as queixas serão tratadas imediatamente. -Manter a vizinhança devidamente informada pelo uso de uma placa de aviso: do progresso local dos detalhes de contato da empresa (número de telefone / web site /endereço de email) -Proteger a iluminação do canteiro contra impacto vizual na visinhança. -Restringir o volume no uso de rádio ou proibir o uso de rádio.
Fonte: BREEAM (2009)
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Quadro 3 – Resumo do Checklist A2 para Canteiro de Obras na Metodologia BREEAM (continuação)
Código de Conduta Ambiental e Social Checklist A2
c)Consciência Ambiental Esta seção é destinada a demonstrar que o construtor considerou o impacto do canteiro de obras sobre o ambiente e tem implementado medidas para mitigar este impacto. -Restringir os efeitos da poluição luminosa com luzes direcionadas e não poluentes. -Implementar medidas para economizar energia no local. Exemplos deste incluem: Iluminação de baixa energia Alternância de equipamento quando não estiver em uso Instalação de termostatos Instalação de relógios Escolha de equipamento energeticamente eficiente -Revisar as estratégia de minimização dos impactos ambientais no local do canteiro de obras e como os efeitos adversos estão sendo minimizados. -Implementar medidas de economia de água são implementados no local e monitorar. -Considerar fontes alternativas de energia. -Disponibilizar equipamentos para derramamento de óleo combustível. -Fornecer fossas em casos de água pesada. Se houver política ambiental específica, indicar como água pesada será minimizada e tratada no local. -Empilhar ordenadamente e proteger com coberturas os novos materiais e equipamentos na falta de espaço nas áreas cobertas protegidas para evitar dano, roubo e proteger do tempo. d) Ambiente de trabalho seguro e saudável Esta seção é destinada a demonstrar que o funcionamento do canteiro de obras é de forma limpa e segura para garantir o bem-estar dos seus trabalhadores e para minimizar o risco à sua saúde e segurança. -Adequar as instalações para os trabalhadores e visitantes. Estas devem incluir, no mínimo: Sanitários masculino, feminino e para pessoas com deficiência Chuveiros útil e adequado. Área de fumar -Manter as instalações locais bem cuidadas e limpas. Esta deve cobrir no mínimo: Áreas em torno da cantina, escritórios Instalações de bem-estar do canteiro Área de fumar. -Promover procedimentos de saúde e segurança no local para as seguintes questões: A formação adequada de todos os funcionários Exposição ao sol Identificação de todos os agentes a serem fornecidos com uma foto e ID cartão -Realizar relatórios de todos os incidentes (menores e grave) e quase acidentes -Assegurar que um número adequado de socorristas e primeiros socorros com equipamentos disponíveis no canteiro de obras. -Postar informações de delegacia de polícia mais próxima, Hospital e Intalações de emergência nas seguintes áreas do canteiro: Recepção Cantina Escritório principal -Realizar inspeção por um inspetor de saúde e segurança ou equivalente -Identificar as rotas de fuga e de emergência -Exercitar procedimento de evacuação.
Fonte: BREEAM (2009)
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(d) minimização da emissão do CO2 advinda das atividades de produção e do transporte
dos materiais, além de atenuar a poluição do ar, da água superficial e do lençol freático;
(e) política de seleção de materiais e uso de sistema de gestão ambiental.
O quadro 4 estabelece as diretrizes com as respectivas exigências de cumprimento para
a avaliação dos impactos em canteiro de obras. Estas diretrizes estão relacionadas a
produção de CO2 resultantes das atividades do canteiro e do transporte comercial para o
canteiros, consumo de água, poluição atmosférica, poluição da água, uso de materiais
ambientais, sistema de gestão ambiental e uso de madeira local.
Quadro 4 – Resumo do Checklist A3 para Canteiro de obras na Metodologia BREEAM
Impactos do Canteiro de Obras Checklist A3
a) Monitorar, relatar e definir metas para a produção de CO2 resultantes das atividades do canteiro de obras. Exigência de Cumprimento -Gravar e exibir no canteiro medições mensais do consumo de energia. -Definir metas, anual, mensal ou metas do projeto do nível adequado de consumo de energia. Estas devem ser baseados em os valores de consumo real dos projetos anteriores e devem ser apropriadas para cada fase de construção. -Exibir de alguma forma a análise gráfica para mostrar o consumo e duração do projeto e como o consumo real se compara às metas estabelecidas. -Nomear um indivíduo, da equipe de gerenciamento de projeto e canteiro, que será responsável pelo acompanhamento e coleta de dados. b) Monitorar e relatar CO2 ou energia resultantes de transporte comercial de e para o canteiro de obras. Exigência de Cumprimento -Implantar um sistema de monitoramento de canteiro de obras no local para monitorar registros de entregas. Este sistema deve gravar: O número de entregas Modo de transporte A km / milhas percorridas para todas as entregas. -Nomear um indivíduo, da equipe de gerenciamento de projeto e canteiro, que será responsável pelo acompanhamento e cobrança de dados. c) Monitorar, relatar e definir metas para o consumo de água provenientes das atividades do canteiro de obras. Exigência de Cumprimento -Gravar e exibir no local as medições mensais do consumo de água. -Definir metas, anual, mensal ou metas do projeto do nível adequado de consumo de água. Estas devem ser baseadas em os valores de consumo real dos projetos anteriores e devem ser apropriadas para cada fase de construção. Exibir alguma forma a análise gráfica no escritório do canteiro de obras para mostrar o consumo sobre o projeto, duração e como o consumo real se compara a metas estabelecidas. Nomear um indivíduo, da equipe de gerenciamento de projeto e canteiro, que será responsável pelo acompanhamento e cobrança de dados.
Fonte: BREEAM (2009)
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Quadro 4 – Resumo do Checklist A3 para Canteiro de obras na Metodologia BREEAM (continuação)
Impactos do Canteiro de Obras Checklist A3
d) Adotar políticas de boas práticas em matéria de poluição atmosférica (poeira) resultantes das actividades do canteiro de obras. Exigência de Cumprimento -Adotar procedimentos de melhores práticas em que respeite a minimização de poluição do ar / poeira. Isso deve incluir: Regular a umidade do canteiro de obras em tempo seco Divulgar as informações no canteiro de obras. e) Adotar políticas de boas práticas em matéria de poluição da água (superficial e subterrânea) ocorridas no canteiro de obras. Exigência de Cumprimento -Adotar procedimentos de melhores práticas em que respeite a minimização do impacto, conforme descrito nos documentos. Onde estes não existem, conformidade deve ser demonstrada de acordo com: PPG 1 - guia geral para a prevenção da poluição. Agência Ambiental PPG 5 - Obras no próximo ou susceptíveis de afectar a cursos de água. Agência Ambiental PPG 6 - Trabalhando na demolição e construção civil. Agência Ambiental -Divulgar as informação no canteiro. f) Empreiteiro principal, com uma política de materiais ambientais. Exigência de Cumprimento Operar com política ambietal de materiais. A política deve promover o seguinte: Utilizar materiais locais (quando possível) Usar materiais de origem de forma responsável Utilizar materiais reciclavel Usar materiais com alto conteúdo reciclado Minimizar resíduos de reciclagem Usar materiais não tóxicos e refrigerantes com um baixo potencial de aquecimento global Usar materiais com baixo impacto Usar materiais duráveis g) Um empreiteiro principal, que opera um Sistema de Gestão Ambiental. Exigência de Cumprimento -Operar um Sistema de Gestão Ambiental, cobrindo suas operações principai -Ser certificados por terceiros, para ISO14001 ou equivalente. h) 80% da madeira local são recuperadas, reutilizadas ou de fonte responsável. Exigência de Cumprimento -Utilizar 80% de madeira reutilizadas ou de fonte responsável durante a construção, incluindo cofragem, painéis de canteiro e de outros canteiros temporário. -Ter 100% de toda a madeira do canteiro de obras de origem legal.
Fonte: BREEAM (2009)
O BREEAM apresenta grande contribuição para a avaliação do canteiro de obras de
baixo impacto, com checklist amplo e explicitação das exigências.
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2.3.2 Metodologia LEED
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma certificação voluntária
para edifícios sustentáveis, concebida pela ONG americana U.S.Green Building Council
(USGBC) em 1999. A US Green Building é uma instituição sem fins lucrativos que
congrega representantes de diversos ramos da construção no intuito de promover
construções que espelhem responsabilidade ambiental, econômica e social.
A metodologia LEED foi adaptada à realidade brasileira em março de 2007 pelo Green
Building Council Brasil. O GBC Brasil é um dos 41 membros do World Green Building
Council, tendo surgido para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção
sustentável no País, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de práticas
de Green Building em um processo integrado de concepção, construção e operação de
edificações e espaços construídos. Esta metodologia trabalha na divulgação das
melhores práticas adotadas, incluindo tecnologias, materiais, processos e procedimentos
operacionais (GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL, 2010).
A certificação é válida por um período de cinco anos, quando deverá ser encaminhada
uma nova solicitação de avaliação por um programa apropriado do USGBC, desta vez
centrado na avaliação da operação e gestão do empreendimento. A partir de janeiro de
2000, foram previstas revisões regulares do sistema de certificação a cada 3 ou 5 anos
ou em período inferior, caso uma decisão consensual do USGBC ou alguma
regulamentação local assim o exigir (USGBC, 2000).
O LEED certifica diversos tipos de edificações divididos nas seguintes categorias:
a) LEED NC – Novas construções e grandes projetos de renovação
b) LEED ND – Desenvolvimento de bairro (localidades)
c) LEED CS – Projetos da envoltória e parte central do edifício
d) LEED Retail NC e CI – Lojas de varejo
e) LEED Healthcare – Unidades de saúde
f) LEED EB_OM – Operação de manutenção de edifícios existentes
g) LEED Schools – Escolas
h) LEED for Homes – Casas
O Leed NC (New Constructions - para novas construções ou grandes reformas) é a
categoria elaborada para guiar projetos que se distinguem por sua alta performance
(energia, água, qualidade ambiental interna, produtividade, etc.). Pode ser usado para
prédios comerciais, residenciais, governamentais, instalações recreativas, laboratórios e
plantas industriais.
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LEED for Homes é um sistema de classificação voluntário para projetos de habitação
uni e multifamiliar incluindo habitação acessível, casas populares, sobrados,
condomínios e lofts em edifícios históricos. Promove a concepção e construção de casas
de alto desempenho - eficiência energética, eficiência de recursos e saúde para os
ocupantes.
A metodologia LEED é avaliada por pontuação com obtenção mínima e máxima de
pontos classificado em: Certificado, Silver (Prata), Gold (Ouro) e Platium (Platina)
como apresenta o quadro 5.
Quadro 5 – Tabela de pontuação LEED
Fonte: GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL (2010)
Para atingir o nível mais baixo de certificação com o sistema LEED, é exigido o
cumprimento de sete itens das diferentes categorias de avaliação (os pré-requisitos),
além de dois pontos obrigatórios nos critérios de desempenho energético.
O processo de certificação é todo realizado por meio de uma plataforma on-line do
GBCB, através do preenchimento de formulários, planilhas e envio de documentação
digital, como projetos, memórias de cálculo, relatórios e registros fotográficos (GREEN
BUILDING COUNCIL BRASIL, 2010).
O desempenho ambiental do edifício é avaliado de forma global, ao longo de todo o seu
ciclo de vida, numa tentativa de considerar os conceitos essenciais do que constituiria
um green building. O critério mínimo de nivelamento exigido para avaliação de um
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edifício pelo LEED é o cumprimento de uma série de sete pré-requisitos. Os sete pré-
requisitos exigidos incluem a prevenção da poluição do local de construção, verificação
de sistemas de energia (se estão instalados e a funcionar corretamente), estabelecimento
de um nível mínimo de eficiência energética para o edifício, prevenção da destruição da
camada de ozônio através da redução ou eliminação de equipamentos AVAC –
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado que utilizem CFC’s (clorofluorcarbonetos
– derivados halogenados com cloro e flúor que mostram serem poderosos promotores
do efeito estufa), espaços para o armazenamento e coleta de materiais recicláveis,
estabelecimento de um nível mínimo de desempenho da qualidade do ar interior e
minimização da exposição dos ocupantes ao fumo do tabaco.
A partir do atendimento destes sete pré-requisitos, o edifício torna-se elegível a passar
para a etapa de análise e classificação de desempenho, dada pelo número de créditos
obtidos, conforme pode ser observado no quadro 6.
Para LEED for Homes a verificação é feita visualmente por Leed AP’s-accredited
professionals (avaliadores) com recolhimento de documentação de apoio, conforme
necessário antes da certificação. Testes de desempenho também são necessários em
LEED for Homes para projetos de casas e é realizado no local por um terceiro
qualificado. Projetos utilizando LEED for Homes e LEED for Homes multifamiliares
não usa certificação on-line. A certificação LEED é feita através de seu Leed AP’s.
Antes de registrar qualquer projeto residencial, cada construtor ou gerente de projeto
começa selecionando um avaliador Leed AP’s para realizar uma avaliação preliminar
no início do processo de projeto para garantir a equipe do projeto todos os pré-requisitos
e o número mínimo de pontos necessários para a certificação.
Depois de registrar o seu projeto residencial, é possível trabalhar com a equipe do
projeto para projetar e construir com as metas estabelecidas. O Leed AP’s faz a
verificação no local, documentando todas as suas estratégias LEED até o projeto estar
completo e pronto para solicitar a certificação (GREEN BUILDING COUNCIL
BRASIL, 2010).
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Quadro 6 - Classificação de desempenho LEED
Fonte:USGBC (2000)
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Quadro 6 - Classificação de desempenho LEED (continuação)
Fonte:USGBC (2000)
Para a avaliação de canteiro de obras, o LEED está dividido em categorias e critérios de
desempenho da seguinte forma:
a) Sítios Sustentáveis ou Escolha de Locais Sustentáveis (14 pontos). Esta
categoria prevê a minimização da poluição durante a construção da estrutura
do edifício e fornece à equipe de projeto os critérios necessários para
alcançar essa minimização como: plano de prevenção da poluição na
atividade de construção (obrigatório), disponibilidade de transportes
alternativos, acesso a transportes públicos, locais de armazenamento de
bicicletas e vestiários, capacidade de estacionamento, redução da
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perturbação no local, proteger ou restabelecer o espaço aberto, gestão de
efluentes, redução de ilhas de calor e redução da poluição visual.
b) Eficiência na Gestão da Água (5 pontos). Esta categoria que fornece
requisitos para reduzir a quantidade de água necessária à construção e
(sobretudo) operação do edifício, reduzir em 50% a irrigação com água
potável (através da escolha de espécies adequadas), tecnologias inovadoras
na gestão de águas residuais e redução na utilização da água.
c) Energia e Atmosfera (17 pontos). Esta categoria estabelece requisitos que
conduzem à minimização do consumo de energia e o incentivo à utilização
de fontes de energia alternativa e energias renováveis.
d) Materiais e Recursos (13 pontos). Esta categoria incentiva o
estabelecimento de sistemas de reciclagem e critérios para gerir e reduzir a
quantidade de resíduos, tanto para as fases de construção como de operação
do edifício. Promove ainda, a escolha de materiais reciclados, materiais
locais e madeira certificada.
e) Qualidade do Ambiente Interior (15 pontos). Esta categoria estabelece
requisitos para estabelecer níveis mínimos de desempenho e qualidade do ar
interior, fornecendo critérios para eliminar, reduzir e gerir fontes interiores
de poluição e o acesso à ventilação natural do exterior. Estabelece ainda
requisitos para nível mínimo de qualidade do ar em ambientes fechados
(obrigatório), controle de fumos de tabaco no ambiente interno, materiais
com baixas emissões e controle de fontes interiores de químicos e poluentes.
f) Inovação nos Processos de Planejamento (5 pontos). Os pontos para esta
categoria são atribuídos acima do núcleo base de 64 pontos alcançáveis nas
restantes categorias e são descritos como a forma de premiar estratégias que
vão para além dos critérios pontuáveis nessas categorias. São exemplos de
pontos obtidos nesta categoria as questões de sustentabilidade a nível
regional, local a que o projeto obedeça, abordagens de design sustentável
inovadores ou a contratação (para a equipe de projeto que acompanha o
edifício) de um Profissional Acreditado (LEED Acredited Professional).
É interessante realçar, porém, que das seis categorias de avaliação do sistema LEED,
cinco dessas categorias têm critérios de cumprimento obrigatório.
52
O atendimento aos requisitos é de responsabilidade compartilhada com as construtoras
com atuação significativa ao canteiro de obras que devem atender as seguintes
diretrizes: plano de redução da poluição advinda das atividades da construção
controlando a erosão do solo, sedimentação e as emissões de partículas; reutilização de
materiais e adoção de critérios de seleção de materiais usando materiais regionais e
renováveis, além de incorporar materiais reciclados na nova construção; elaboração de
um plano de gestão de resíduos e um plano de gestão da qualidade do ar nos ambientes
internos da construção onde é necessário promover a saúde e segurança dos
trabalhadores e considerar o conforto ambiental nas instalações provisórias para
proteger o bem estar dos trabalhadores.
2.3.3 Metodologia AQUA
A Alta Qualidade Ambiental (AQUA) é um processo de gestão de projeto que visa
obter a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo uma
reabilitação. Esta certificação foi desenvolvida a partir de um convênio de cooperação
da Fundação Carlos Alberto Vanzolini (instituição privada sem fins lucrativos ligada ao
Departamento de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-
USP) com a CERQUAL Certification Qualité Logement (organismo francês certificador
da qualidade da habitação). A certificação e a marca Processo AQUA são concedidas
pela Fundação Vanzolini, acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO) para certificação de sistemas de qualidade. As categorias se
subdividem em subcategorias, que se decompõem em preocupações e exigências.
A certificaççao AQUA de edificações têm por objetivo atestar a qualidade e o
desempenho ambiental de edificações e ao invés de certificar a empresa construtora em
si, foca as ações no empreendimento. Assume-se que através da adoção das práticas por
empreendimentos as empresas serão capazes de induzir melhorias no desempenho
ambiental das suas construções como um todo (DEGANI, 2005).
A obtenção do desempenho ambiental de uma construção envolve tanto uma vertente de
gestão ambiental como uma de natureza arquitetônica e técnica. O Referencial Técnico -
Processo AQUA é a adaptação para o Brasil da “Démarche HQE” da França e contém
os requisitos para o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e os critérios de
desempenho nas categorias da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) (FUNDAÇÃO
VANZOLINI, 2010).
53
A implementação do Sistema de Gestão do Empreendimento SGE permite definir a
qualidade ambiental visada para o edifício e organizar o empreendimento para atingí-la,
ao mesmo tempo em que permite controlar o conjunto dos processos operacionais
relacionados às fases de programa, concepção e realização da construção. A Qualidade
Ambiental do Edifício-QAE estrutura-se em 14 categorias (conjuntos de preocupações),
que podem se reunir em 4 famílias, conforme quadro 7.
Quadro 7 – As 14 categorias e respectivas preocupações AQUA
Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010)
Estas 14 categorias são desmembradas nas principais preocupações associadas a cada
desafio ambiental, e depois em exigências e indicadores de desempenho. O desempenho
associado às categorias de QAE se expressa segundo três níveis: BOM, SUPERIOR e
EXCELENTE (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2010).
Importante notar que, para obter a certificação, devem ser satisfeitas as exigências do
referencial de modo que pelo menos três das categorias atinjam o nível “Excelente” e no
máximo sete estejam no nível “Bom”.
A fase de uso e operação do edifício não é coberta pelo presente referencial, pois não
faz parte do escopo de aplicação desta certificação. No entanto, o presente referencial
traz elementos (sobretudo prevê a elaboração de documentos) que facilitam a efetiva
obtenção dos desempenhos ambientais de uma construção após a sua entrega
(FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2010).
54
Para a seleção dos temas para análise do canteiro de obras, a metodologia AQUA
contribui com os requisitos da Categoria 3: Canteiro de obras com baixo impacto
ambiental, com as seguintes preocupações e exigências, conforme mostra o quadro 8.
Quadro 8 – Categoria 3: Canteiro de obras com baixo impacto ambiental (AQUA)
Fonte: FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010)
Categoria 3 - Canteiro de obras com baixo impacto ambiental a) Disposições básicas e exigências para obtenção de um canteiro de obras com baixo impacto ambiental: - A seleção e a contratação das empresas que atuam no canteiro de obras, o empreendedor define precisamente as condições exigidas que dizem respeito aos objetivos ambientais perseguidos pelo canteiro de obras; - O empreendedor exige que cada empresa designe um interlocutor ambiental para representa-la no canteiro de obras. - O empreendedor designa um profissional competente para se relacionar com os interlocutores ambientais e fornecer as informações ambientais relativas ao canteiro de obras. b) Limitação dos incômodos: - Vias de circulação, vagas de estacionamento e entregas. - Organizar o melhor possível as entregas e as retiradas do canteiro de obras (horários, itinerários, etc.) de forma conjunta com os serviços administrativos pertinentes. - Limpeza do entorno do canteiro de obras; dispositivo de limpeza das rodas de caminhões(se necessário) e manutenção da limpeza do entorno do canteiro de obras. - Informação a vizinhança e tratamento de eventuais reclamações; designação pelo empreendedor do profissional responsável pela informação à vizinhança e pelo tratamento das suas reclamações. - Incômodos sonoros: sensibilidade do pessoal do canteiro de obras; planejamento das atividades ruidosas; ligação à rede elétrica para evitar o uso de gerador; escolha de processos construtivos que não exijam o uso de ferramentas e equipamentos ruidosos. c) Limitação dos riscos de poluição podendo afetar o terreno, os trabalhadores e a vizinhança. - Queima de produtos somente é possível em situações especificas (madeira contaminada por insetos xilófagos: cupins...), -Betoneira para a produção de concreto com emprego de reservatório de decantação para a recuperação das aguas usadas na lavagem, antes de seu reuso e emprego de ferramentas munidas de filtros de material particulado. - Produtos perigosos: no caso de risco de emissão de substancias perigosas, prever zonas de estocagem adaptadas aos diversos impactos, isolá-las do solo e a recuperação de eventuais rejeitos. Produtos menus poluentes: empregar desmoldante de origem vegetal. d) Gestão dos resíduos do canteiro de obras: - Gestão e a valorização dos resíduos de construção e demolição. - Rastreabilidade dos resíduos - Composição e destinação dos resíduos. - Triagem e gestão dos resíduos das diferentes etapas da obra nas quais atua. - O empreendedor deve realizar um diagnóstico dos resíduos das construções que deve demolir, contendo: composição e destinação dos resíduos, triagem e gestão dos resíduos de demolição e cadeias de reciclagem. - Desconstrução seletiva nas situações onde ocorre demolição. e) Controle dos recursos água e energia: - Implementação de um controle dos consumos de água e de energia no canteiro de obras. f) Balanço do canteiro de obras: - Um balanço com a finalidade de medir os esforços e os efeitos das disposições ambientais implementadas. Mostrar o conjunto de elementos situados no nível Superior, ou, Excelente.
55
O processo AQUA estabelece diretrizes para o canteiro de obras em relação à seleção
dos materiais e produtos e requer elaboração de um plano de gestão dos resíduos,
redução dos incômodos sonoros e visuais, poluição da água e do ar e aspectos
relacionados ao consumo de recursos nos canteiros para os quais diversas boas práticas
são sugeridas.
2.3.4 Metodologia SELO CASA AZUL
O SELO CASA AZUL CAIXA é o primeiro sistema de classificação da
sustentabilidade de projetos ofertado no Brasil, desenvolvido para a realidade da
construção habitacional brasileira. Este selo busca soluções adequadas à realidade local,
otimizando o uso de recursos naturais e dos benefícios sociais.
A adesão ao Selo é voluntária. O proponente deverá manifestar o interesse de adesão ao
SELO CASA AZUL CAIXA e apresentar a documentação referente aos critérios a
serem atendidos pelo projeto (JOHN; PRADO, 2010).
É avaliado a partir de critérios vinculados aos seguintes temas: qualidade urbana,
projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da
água e práticas sociais, os quais definem as 6 categorias subdivididas em 53 critérios.
Cada categoria engloba um tema diferente contendo critérios obrigatórios e facultativos
como mostra o quadro 9.
Para a certificação mínima, a Bronze, o empreendimento precisa “seguir” os 19 critérios
obrigatórios. Para conseguir o selo Prata além dos obrigatórios tem que ter mais 6
critérios facultativos. Para a certificação Ouro seriam os 19 obrigatórios e mais 12
facultativos, conforme mostra o quadro 10.
Além disso, todos devem atender às regras da Ação Madeira Legal e apresentar, até o
final da obra, o Documento de Origem Florestal (DOF) e a declaração informando o
volume, as espécies e a destinação final das madeiras utilizadas nas obras.
Em relação à acessibilidade, o projeto deve prever o atendimento à NBR 9050, além de
atender ao percentual mínimo de unidades habitacionais adaptadas, conforme legislação
municipal ou estadual. No caso de ausência de legislação específica, os
empreendimentos devem contemplar o percentual mínimo de 3% de unidades
habitacionais adaptadas (JOHN; PRADO, 2010).
56
O SELO CASA AZUL também requer boas práticas durante a fase da construção, em
canteiro de obras, de um empreendimento em relação as diretrizes de recuperação de
áreas degradadas, conservação de recursos materiais, reuso de tapumes, andaimes e
escoramento e implementação de práticas sociais como programas educacionais.
Quadro 9 - Quadro resumo de categorias, critérios e classificação SELO CASA AZUL
Fonte: JOHN; PRADO (2010).
57
Quadro 9 - Quadro resumo de categorias, critérios e classificação SELO CASA AZUL
(continuação)
Fonte: JOHN; PRADO (2010)
Quadro 10 - Níveis de Graduação SELO CASA AZUL
Fonte: JOHN; PRADO(2010)
58
Diante da adoção cada vez maior de certificação ambiental pelas empresas e das
exigências do mercado, competem aos profissionais da engenharia e arquitetura
desenvolver e disseminar sistemas construtivos para o atendimento da demanda por
habitações sustentáveis. Com empreendimentos que demonstrem suas contribuições
para a redução de impactos ambientais também na etapa da construção através de
canteiros de obras de baixo impacto que atendam as diretrizes referentes a qualidade
urbana, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e
práticas sociais.
2.4 CANTEIRO DE OBRAS DE BAIXO IMPACTO
Segundo a NR-18 (FUNDACENTRO, 1996), o canteiro de obras é definido como a
área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução
de uma obra. A NBR-1367 (ABNT, 1991) define canteiro de obras como áreas
destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em
áreas operacionais e áreas de vivência.
O canteiro de obras é o ambiente onde é realizada a principal atividade da construção
civil, além de ser o momento e local de maior interação entre a maioria dos elementos
da cadeia produtiva, onde estão os principais recursos financeiros e humanos e ocorre a
maioria dos impactos ambientais e sociais da construção civil. Portanto, o canteiro de
obras é um dos ambientes onde deve ser aplicada a ação para melhoria de produtos e
processos (CARNEIRO, 2010).
No caso de um canteiro de obras, o arranjo físico apresenta algumas peculiaridades que
o diferencia de uma indústria, sendo elas: a maioria dos equipamentos permanece em
apenas algumas fases do canteiro, o tipo e a quantidade de materiais utilizados nem
sempre são os mesmos para cada fase da obra, os espaços disponíveis para cada fase são
sempre diferentes, a localização dos equipamentos é variável ao longo de cada fase,
entre outras (WAKAMATSU et al., 1999).
O canteiro de obras é uma indústria, com a diferença que após a conclusão do produto,
quem sai do local é a indústria, ficando o produto (RESENDE, 2007). Como em muitas
indústrias convencionais, há grande consumo de recursos e grande geração de resíduos e
poluição, além de incômodos à região onde está inserida e aos profissionais que nela
trabalham (RESENDE, 2007). Embora seja uma etapa de curto prazo se comparada às
demais, seus impactos ainda são significativos, devido ao grande volume de obras
59
simultâneas, o que é uma realidade em muitos países em desenvolvimento, incluindo o
Brasil.
Para um canteiro de obra ser sustentável é necessário que as dimensões econômica,
ambiental, social, educacional e cultural da sustentabilidade (figura 2) estejam
incorporadas em cada etapa de execução da obra (QUELHAS; LIMA, 2006).
Figura 2 - Dimensões sustentáveis do canteiro de obras
Dimensão Econômica
Canteiro de Obras de
baixo impacto
Dimensão Educacional
DimensãoSocial
Dimensão Cultural
Dimensão Ambiental
Fonte: DO AUTOR
É no canteiro de obras onde os recursos transformadores (pessoas, equipamentos e
instalações) processam os recursos a serem transformados (matéria-prima, água,
energia, meio ambiente e informações) em produtos (GEHLEN, 2008). Entretanto, além
do produto, o processo de transformação também gera impactos ambientais (resíduos,
efluentes, emissões), sociais (renda, relação com a comunidade, acidentes de trabalho) e
educacionais (desenvolvimento técnico, melhoria contínua), que são genericamente
chamados, junto com o produto, de saídas do processo de transformação (GEHLEN,
2008). Na figura 3, Gehlen (2008) ilustra o modelo de transformação no canteiro de
obras.
60
Figura 3 - Modelo de transformação no canteiro de obras.
Fonte: GEHLEN (2008)
Segundo Nascimento (2008), um processo de transformação sustentável deve ser
responsável tanto às suas entradas quanto às suas saídas, por meio de ações do seu
processo interno. Em relação às entradas, deve-se observar a origem dos seus recursos
de modo a garantir a sua qualidade, procedência ambiental e legal. Em relação às saídas,
deve-se observar a qualidade final do produto, reduzir os seus impactos ambientais,
aprimorar a renda dos trabalhadores, garantir boas relações com a comunidade vizinha
da obra, diminuir os acidentes de trabalho, aprimorar o desenvolvimento técnico, e gerar
conhecimento que retroalimente o processo de melhoria contínua (GEHLEN, 2008).
As atividades no canteiro trazem como consequência elementos que podem interagir
com o ambiente, sobre os quais a equipe de obra pode agir e ter controle. Assim,
embora os impactos sejam os problemas, devem-se conhecer suas causas e em quais
atividades estes ocorrem e com que intensidade, para neles atuar, minimizando suas
consequências.
A CBCS (2011) chama atenção da responsabilidade do construtor por toda a fase de
execução da obra, geralmente com duração de meses ou até mesmo anos. O construtor
pode contribuir na definição dos sistemas construtivos e do canteiro de obras durante a
fase de concepção do produto. Suas práticas, métodos construtivos e equipamentos têm
alto grau de impacto com relação à sustentabilidade.
O construtor tem sob sua responsabilidade técnica e legal, solidariamente com outros
agentes da cadeia, a manutenção de aspectos físicos do empreendimento e do canteiro
61
de obras, como águas superficiais, águas subterrâneas e solo; a aquisição de materiais e
equipamentos, seguindo a especificação de projeto e a destinação de resíduos da obra
(YAGI C. et al., 2011).
Para isso, o construtor contrata mão de obra, fornecedores e prestadores de serviço,
sendo responsável pelas condições de contratação. Adicionalmente, tem relacionamento
direto com o espaço urbano local e a vizinhança do empreendimento, sendo responsável
pela harmonia da relação estabelecida entre obra e entorno (YAGI C. et al., 2011).
Cardoso e Araujo (2007) no Estado da Arte dividem em quatro grandes temas as
atividades desenvolvidas no canteiro de obras, conforme quadro 11:
Quadro 11 – Temas das atividades desenvolvidas no canteiro de obras
a) Infraestrutura do canteiro de obras b) Recursos
• Remoção de edificações; • Supressão da vegetação; • Risco de desmoronamentos; • Existência de ligações provisórias
(exceto águas servidas); • Esgotamento de águas servidas; • Risco de perfuração de redes; • Geração de energia no canteiro; • Existência de construções provisórias; • Impermeabilização de superfícies; • Ocupação da via pública; • Armazenamento de materiais; • Circulação de materiais,
equipamentos, máquinas e veículos; • Manutenção e limpeza de ferramentas,
equipamentos, máquinas e veículos.
• Consumo de recursos naturais e manufaturados (inclui perda incorporada e embalagens);
• Consumo e desperdício de água; • Consumo e desperdício de energia
elétrica; • Consumo e desperdício de gás.
c) Resíduos d) Incômodos e Poluição
• Manejo de resíduos; • Destinação de resíduos (inclui
descarte de recursos renováveis); • Manejo e destinação de resíduos
perigosos; • Queima de resíduos no canteiro
• Geração de resíduos perigosos; • Geração de resíduos sólidos; • Emissão de vibração; • Emissão de ruídos; • Lançamento de fragmentos; • Emissão de material particulado; • Risco de geração faíscas onde há
gases dispersos; • Desprendimento de gases, fibras
eoutros;
• Renovação do ar; • Manejo de materiais perigosos
Fonte: CARDOSO; ARAÚJO (2007)
a) Infraestrutura do canteiro de obras – refere-se a como proceder para que as
construções provisórias do canteiro (áreas de produção, de apoio, de vivência,
equipamentos, proteções coletivas, etc.) sejam implementadas e funcionem de modo a
minimizarem os impactos ambientais durante a construção – remoção de edificações,
62
supressão da vegetação, armazenagem de produtos, ocupação da via pública, circulação
de veículos, etc.
b) Recursos – refere-se ao consumo de recursos naturais e manufaturados e do
consumo e desperdício de água, energia elétrica e gás natural no canteiro de obras.
c) Resíduos – refere-se ao atendimento às exigências da Resolução nº 307/2002
do CONAMA (2002), ou seja, do manejo e da destinação dos resíduos, incluindo dos
perigosos;
d) Incômodos e Poluição – refere-se às atividades de transformação da
produção, as quais são tratadas nas diferentes fases de realização da obra, incluindo-se a
execução de serviços em áreas comuns dos conjuntos habitacionais: serviços
preliminares; infraestrutura; estrutura; vedações verticais; cobertura e proteção;
revestimentos verticais; pintura; pisos; sistemas prediais; e redes e vias.
Quadro 12 - Impactos e aspectos ambientais em canteiros de obras
X = Impactos e O = Impactos mais relevantes
Fonte: CARDOSO; ARAÚJO (2007)
63
Quadro 12 - Impactos e aspectos ambientais em canteiros de obras
(Continuação)
X = Impactos e O = Impactos mais relevantes
Fonte: CARDOSO; ARAÚJO (2007)
Após identificados os aspectos de cada tema, Cardoso e Araujo (2007) identificam os
impactos ambientais correspondentes causados aos meios físico, biótico e antrópico,
neste último considerando os trabalhadores do canteiro, a vizinhança e a sociedade
como um todo.
O quadro 12 apresenta os impactos ambientais causados aos meios físico, biótico e
antrópico correspondentes a cada aspecto ambiental, organizados pela atividade
envolvida em cada fase da obra, definidos no trabalho de Cardoso e Araujo (2007). Os
referidos autores destacam os temas infraestrutura do canteiro de obras e resíduos como
os de maior impacto ambiental e apontam os aspectos de risco de perfuração de rede,
circulação de materiais, de equipamentos, de máquinas e circulação de veículos e ainda
a manutenção e limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos como os
impactos negativos mais significativos em relação ao tema infraestrutura do canteiro de
obras e manejo e destinação de resíduos em relação ao tema resíduos.
64
O quadro 13 apresenta os aspectos ambientais relacionados a incômodos e poluição,
trazendo os mais relevantes em função da fase da obra e das atividades nelas
desenvolvidas, indicando demolição, piso, redes enterradas e aéreas, terraplanagem e
pavimentação como as atividades que mais causam incômodos e poluição.
Quadro 13 - Aspectos ambientais em função da fase e atividade da obra
X = Impactos e O = Impactos mais relevantes
Fonte: CARDOSO; ARAUJO (2007)
65
O quadro 14 apresenta os impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a
partir dos aspectos e para cada atividade de produção em canteiro de obras, destacando
os impactos ao meio antrópico referentes à saúde e segurança do trabalhador e
incomodo para a comunidade vizinha.
Segundo Cardoso e Araujo (2007), o quadro 14 trás indicativas e devem ser empregadas
de modo cuidadoso. Por serem genéricas, as particularidades de cada empreendimento
específico têm que ser consideradas. Uma vez entendidas as implicações e razões para
se preocupar com cada aspecto ambiental, deve-se adequar as relações e os graus de
importância indicados nos quadros às condições da cada canteiro de obras (CARDOSO;
ARAUJO, 2007).
É fundamental considerar as especificidades de cada obra, legislação específica,
exigência do empreendedor e demais partes interessadas, características do local,
características do empreendimento, etc.
Como podem ser muitos os impactos negativos a serem enfrentados, e os recursos para
mitigá-los escassos, uma técnica possível, após a identificação dos mesmos, é a da sua
ponderação relativa. Para se ponderar, é necessário antes se estabelecer prioridades, que
meios privilegiar: físico, biótico ou antrópico. E quais preocupações são mais
significativas, emissão de CO2, poluição à água, preservação do ecossistema, economia
de recursos não renováveis, valorização da reciclagem, diminuição de áreas de aterros,
etc.
66
Quadro 14- Impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a partir dos aspectos e atividades de produção em canteiro de obras.
Fonte: CARDOSO; ARAUJO (2007)
67
Quadro 14- Impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a partir dos aspectos e atividades de produção em canteiro de obras (continuação)
Fonte: CARDOSO; ARAUJO (2007)
68
Quadro 14- Impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a partir dos aspectos e atividades de produção em canteiro de obras (continuação)
Fonte: CARDOSO; ARAUJO (2007)
69
Quadro 14- Impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a partir dos aspectos e atividades de produção em canteiro de obras (continuação)
Fonte: CARDOSO; ARAUJO (2007)
70
Quadro 14- Impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico a partir dos aspectos e atividades de produção em canteiro de obras (continuação)
Fonte: CARDOSO; ARAUJO (2007)
71
Cardoso e Araujo (2007) advertem ainda que a etapa de construção não causa apenas
impactos ambientais, mas também outros de natureza social e econômica. Parte dos de
natureza social já estão incluídos nos quadros anteriores, sendo complementados pelos
do quadro 15, que traz a Matriz Aspectos e Impactos sociais e econômicos decorrente
das atividades de produção dos canteiros de obras que tem como resultado
manifestações marcantes das desigualdades existentes no país, já que os operários que
neles trabalham possuem dentre os mais baixos índices de desenvolvimento humano
considerando-se os assalariados brasileiros, sem contar a elevada parcela de trabalho
informal neles observada (CARDOSO; ARAÚJO, 2007). Embora as considerações de
Cardoso e Araújo sejam de 2007, verifica-se ainda hoje essa realidade social em nossos
canteiros de obras.
Quadro 15 - Aspectos e Impactos sociais e econômicos decorrentes das atividades de
produção dos canteiros de obras.
Fonte: ARAUJO; CARDOSO (2007)
Esse levantamento permite que a empresa elabore um plano e um projeto de canteiro de
obras coerente, incorporando as medidas adequadas de minimização de impactos,
antecipando-se a possíveis situações futuras ao longo da obra, evitando surpresas, que
72
possam ter como consequências impactos negativos significativos, reclamações e
pedidos da vizinhança, problemas de saúde e segurança com funcionários, multas,
embargos por causas ambientais, custos de despoluição, etc. (CARDOSO; ARAUJO,
2007).
Outro ponto a ser considerado em um canteiro de obras de baixo impacto é o
desperdício, uma característica marcante na construção civil. Dentre os mais frequentes
estão os desperdícios de materiais, de tempo, os relativos à mão de obra e o desperdício
de recursos financeiros (FREITAS, 1995). O desperdício de materiais ocorre desde a
seleção de fornecedores; passando pela etapa de projeto, onde se tem soluções
inadequadas e não otimizadas; na fase de aquisição dos materiais quando do transporte,
recebimento e armazenamento no canteiro de obras; na fase de execução da obra com
aumento do consumo de materiais para correção das imperfeições; até à fase de pós-
ocupação onde ocorre desperdício de materiais em função de reparos.
O desperdício em função da mão de obra ocorre em função da baixa qualificação dos
operários e principalmente pela falta de uma política de recursos humanos, onde estes
erros poderiam ser combatidos com medidas adequadas do gerenciamento da qualidade
com base nos componentes de fator humano (formação, informação, comunicação e
motivação), e que influenciam na qualidade e na produtividade (COUTO NETO, 2007).
O desperdício de tempo está relacionado com a falta de organização e planejamento do
tempo gasto em cada etapa de execução de serviços no canteiro de obras. O desperdício
financeiro é consequência dos três tipos de desperdícios citados anteriormente (COUTO
NETO, 2007).
Teles (2004) mostra que outro ponto importante a considerar é o perfil do engenheiro
civil. O engenheiro civil pela qualificação, flexibilidade e dinamismo inerentes ao seu
trabalho, deveria assumir a condição de gestor ambiental.
Os resultados de sua pesquisa revelaram um alto índice de desconhecimento e
despreparo do profissional para lidar com a questão da sustentabilidade, bem como com
os instrumentos da gestão ambiental. As lacunas deixadas pelos cursos de formação e as
pressões da sociedade-mercado demandam procedimentos técnico-instrumentais
insustentáveis à sociedade e ao meio ambiente. Sua pesquisa identificou a necessidade
de reestruturação de valores no processo de educação ambiental que deve ser construído
sobre três eixos: o estímulo ao repensar da prática da categoria, o processo de formação
profissional vivenciado na graduação e a prática no canteiro de obras (CARNEIRO,
73
2010). Embora a pesquisa de Tales seja de 2007 verifica-se hoje, nos canteiros de obras
brasileiros, uma realidade não muito diferente.
Para Couto Neto (2007) o fato da construção civil ser responsável por aproximadamente
metade dos resíduos gerados nas cidades brasileiras, é de fundamental importância o
gerenciamento adequado dos resíduos produzidos em canteiros de obras, incluindo a sua
redução, reutilização e reciclagem, e que destine ao aterro somente os materiais que não
podem ser reciclados, tornando o processo construtivo mais rentável e competitivo.
Considerando o setor como um todo, é preciso desenvolver novas tecnologias que
minimizem os impactos das atividades e torná-las acessíveis às obras brasileiras. Outra
necessidade é a de implantação de políticas públicas que favoreçam ações
ambientalmente sustentáveis nos canteiros de obras, e também as que considerem a
dimensão social da sustentabilidade (CARDOSO e ARAUJO, 2007).
Garantir canteiros de obras sustentáveis não é tarefa simples, mas, tendo em vista as
consequências que causam ao meio e às demais partes interessadas, isso deve se
transformar numa tarefa a ser cada vez mais perseguida pelos agentes do setor
(CARDOSO e ARAUJO, 2007).
O canteiro de obras de baixo impacto pode ser atingido de diversas maneiras por meio
da aplicação de ações estratégicas, que são divididas nos seguintes temas, conforme
Safatle (2007):
a) Compra responsável;
b) Relação com a comunidade;
c) Gestão de saúde e segurança ocupacional;
d) Projeto de gestão da qualidade;
e) Redução das perdas de materiais;
f) Gestão de resíduos sólidos;
g) Uso e ocupação do solo (implantação do canteiro);
h) Consumo de água;
i) Consumo de energia e transporte;
j) Conservação de fauna e flora local;
l) Educação dos colaboradores.
74
Carneiro (2010) concluiu na sua pesquisa que a sustentabilidade nos canteiros de obras
ainda é considerada apenas como um problema ambiental, mostrando que os aspectos
saúde e segurança e responsabilidade social ainda não foram devidamente valorizados e
propõe então que próximos trabalhos tenham o foco na variável social, analisando
aspectos da saúde e segurança do trabalhador e responsabilidade social da empresa em
complementaridade aos estudos que privilegiam aspectos ambientais. Segundo Agopyan
e John (2011), nenhuma sociedade conseguirá atingir o desenvolvimento sustentável
sem que o setor da construção civil passe por profundas transformações.
2.5 CONTRIBUIÇÕES DA REVISÃO DA LITERATURA PARA A AVALIAÇÃO
DE CANTEIRO DE OBRAS DE BAIXO IMPACTO
Após revisão e análise da literatura sobre canteiro de obras sustentável, sobre as
metodologias AQUA, BREEAM, LEED, SELO CASA AZUL e seus critérios de
avaliação, foi possível identificar temas comuns, diretrizes sustentáveis na construção
civil e especificamente as diretrizes sustentáveis em canteiro de obras como um todo.
Figura 4 – Ilustração do fluxo das entradas (Consumo) e saídas (Emissões e Resíduos)
no Canteiro de obras.
Fonte: DO AUTOR
Embora os métodos de avaliação ambiental tenham diferentes categorias e critérios,
pode ser observado que os mesmos estão ligados a quatro grandes temas: “Consumo”,
“Emissões e Resíduos”, “Interface com Meio Exterior” e “Qualidade Intrínseca do
Canteiro de Obras” que, segundo Degani (2003), formam um fluxo relacionado às
75
entradas (consumo de materiais, água e energia) e às saídas (resíduos e emissões) dentro
do contexto físico, biótico e antrópico do canteiro, incluindo a relação com o ambiente
externo, a vizinhança e a qualidade interna ambiental do canteiro de obras relacionada a
saúde e segurança do trabalhador. A figura 4 ilustra, de maneira reduzida, esse fluxo no
canteiro de obras.
Os diferentes critérios das metodologias foram enquadrados nos quatro temas
mensionados anteriormente, tornando possível comparar e identificar a contribuição de
cada método de avaliação com os diferentes aspectos ambientais comuns entre eles,
como mostra o quadro 16.
Quadro 16 – Comparação entre as contribuições de cada método de avaliação ambiental para canteiros de obras
Temas
Aspectos Ambientais
Método de Avaliação Ambiental
Processo AQUA
BREEAM
LEED
SELO CASA AZUL
Consumos
Recursos Materiais X
X
X
X
Eficiência Energética
X
X
Gestão de Água X
X
X
Emissões e Resíduos
Resíduos Sólidos X
X
X
X
Poluição do Ar X
X
X
Poluição da Água de Solo
X
X
X
X
Interface com o Meio
Exterior
Qualidade Urbana/Qualidade
do entorno
X
X
X
Poluição Sonora X
X
Poluição Visual X
X
Qualidade Intrínseca
do Canteiro de Obras
Saúde e Segurança
X
X
Instalações Provisórias
X
X
Inovação
X
X
Fonte: DO AUTOR
76
Observa-se, que todas as metodologias tratam dos temas “Consumo” e “Emissões e
Resíduos” através dos aspectos de recursos materiais, resíduos e a poluição da água e do
solo e que todas as metodologias, exceto o SELO CASA AZUL, pontuam os aspectos
gestão da água, poluição do ar e qualidade urbana e qualidade do entorno. Por outro
lado, apenas os métodos AQUA e BREEAM concedem créditos aos aspectos eficiência
energética, poluição sonora e poluição visual em canteiro de obras. Por fim, todas as
metodologias apresentam contribuições aos temas “Interface com o Meio Exterior” e
“Qualidade Intrínseca do Canteiro”, exceto a metodologia CASA AZUL que não
apresenta nenhum aspecto referente ao tema “Interface com o Meio Exterior”.
A partir da análise das metodologias de avaliação e a revisão da literatura nacional e
internacional (DEGANI, 2003; CARDOSO et al., 2006; RESENDE, 2007; CARDOSO;
ARAÚJO, 2007; GEHLEN, 2008; ARAÚJO, 2009; AGOPYAN; JOHN, 2011;
KIBERT, 2008; BERGE, 2009), foi possível identificar as diretrizes nacionais e
internacionais para desenvolvimento de canteiros de obras de baixo impacto em
empreendimentos habitacionais e adaptar para a realidade brasileira, conforme o quadro
17.
As diretrizes mínimas exigidas pelas certificações ambientais estabelecem o
atendimento à legislação e um desempenho superior às diretrizes usuais de mercado,
forçando uma mudança de atitude pelas empresas como um todo e um ajuste da cadeia
produtiva para atendê-la, pois envolve o comprometimento dos investidores,
coordenadores, projetistas e construtores (DEGANI, 2005).
Na revisão da literatura não foi encontrado nenhum registro de temas, aspectos ou
diretrizes específicos para canteiro de obras de habitação de interesse social o que
justifica um levantamento das principais necessidades tecnológicas de sustentabilidade e
melhoria das condições de trabalho também em canteiros de obras de habitação de
interesse social- HIS.
77
Quadro 17 – Diretrizes para canteiro de obras de baixo impacto com base na literatura nacional e internacional
Temas Aspectos
Ambientais Diretrizes Referências
Con
sum
o
Recursos
Materiais
• Implementação de uma política de seleção de materiais. BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Redução de perdas de materiais na execução dos serviços, no recebimento, no transporte interno, na estocagem e no manuseio de materiais no canteiro de obras.
USGBC (2000), e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Desenvolvimento de critérios para compra dos materiais, produtos e sistemas construtivos a partir de fontes confiáveis que incluam informações sobre análise do ciclo de vida e propriedades como o desempenho técnico.
BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010).
• Desenvolvimento de um sistema de avaliação dos fornecedores de materiais e produtos incentivando a formalização em relação à Receita Federal, licença ambiental, socialmente responsável e normas técnicas.
FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010),
• Aprimoramento das instalações provisórias visando reduzir o consumo de água potável, de energia elétrica e gás, bem como dos equipamentos, sistema de iluminação e sistema de condicionamento de ar no canteiro de obras.
BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Uso de resíduos da construção civil. USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Plano de armazenamento de materiais. BREEAM (2009) e ARAUJO; CARDOSO (2007).
Fonte: DO AUTOR
78
Quadro 17 – Diretrizes para canteiro de obras de baixo impacto com base na literatura nacional e internacional (continuação)
Temas Aspectos
Ambientais Diretrizes Referências
Eficiência Energética
• Monitoramento e gestão do uso de energia. BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Redução do consumo de energia elétrica nas atividades de produção no canteiro de obras. BREEAM (2009), USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Uso de energia alternativa no canteiro de obra. BREEAM (2009), USGBC (2000), (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
Gestão da Água
• Monitoramento e gestão do consumo de água durante as atividades de produção no canteiro. BREEAM (2009), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Planos para escoamento, drenagem e tratamento das águas superficiais e pluviais.
BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Aproveitamento de águas pluviais no canteiro de obras. USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010).
• Aproveitamento de águas cinzas (servidas) no canteiro de obras. ARAUJO; CARDOSO (2007).
Em
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Resíduos • Gestão dos resíduos da Construção.
USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Aproveitamento e uso de resíduos de construção em canteiro de obras. BREEAM (2009), USGBC (2000),
Fonte: DO AUTOR
79
Quadro 17 – Diretrizes para canteiro de obras de baixo impacto com base na literatura nacional e internacional (continuação)
Temas Aspectos
Ambientais Diretrizes Referências
• Plano de controle da qualidade do ar no canteiro.
BREEAM (2009), USGBC (2000),
Em
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Res
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s
• Descontaminação e soluções de descarte para os resíduos perigosos como tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros (resíduos classe D).
USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Controle da geração, quantificação, triagem, estocagem e descartes de resíduos em canteiro de obras, incluindo a logística reversa (retorno de resíduos dos produtos aos fabricantes).
BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010).
Poluição do Ar
• Caracterização, monitoramento e controle das emissões de materiais particulados. BREEAM (2009), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Identificação dos riscos decorrentes da emissão de particulados das atividades da produção para os trabalhadores no canteiro de obras.
ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Plano de controle da qualidade do ar no canteiro. BREEAM (2009), USGBC (2000),
Poluição da Água e Solo
• Redução do consumo de água potável. BREEAM (2009), USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Controle do nível do lençol freático e da sua contaminação e minimização de riscos decorrentes do seu uso para abastecimento.
BREEAM (2009), USGBC (2000), e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Sistemas de captação e tratamento de efluentes (esgoto) e minimização de riscos decorrentes do sistema de drenagem no canteiro de obras.
BREEAM (2009), USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Planos de recuperação de solos contaminados. USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010). ARAUJO; CARDOSO (2007).
Fonte: DO AUTOR
80
Quadro 17 – Diretrizes para canteiro de obras de baixo impacto com base na literatura nacional e internacional (continuação)
Temas Aspectos
Ambientais Diretrizes Referências
• Manutenção e limpeza das ferramentas, equipamentos, maquinas e veículos no canteiro. FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Métodos para preservação de vegetação remanescente em áreas de canteiro de obras. BREEAM (2009), USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
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Qualidade
Urbana/do
Entorno
• Gestão de acessos e fluxos de pedestres, equipamentos, carga e descarga no canteiro de obras.
BREEAM (2009), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Políticas de boa vizinhança. BREEAM (2009), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010).
• Interferências do canteiro de obras no trânsito local e conservação das vias e calçadas para garantir acessibilidade.
BREEAM (2009), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Processos erosivos e riscos de desmoronamento. USGBC (2000), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Identificação dos riscos decorrentes da emissão de particulados das atividades da produção para a vizinhança. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Processos de demolição e planos de contingência. ARAUJO; CARDOSO (2007).
Poluição Sonora
• Planejamento das atividades sonorosas. BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Treinamento e educação dos operadores do canteiro. BREEAM (2009), e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Caracterização das atividades emissoras de ruídos e planos para atenuação de incômodos sonoros. BREEAM, AQUA e ARAUJO; CARDOSO (2007).
Poluição Visual
• Planejamento e uso de placas e sinais.
BREEAM (2009)
Fonte: DO AUTOR
81
Quadro 17 – Diretrizes para canteiro de obras de baixo impacto com base na literatura nacional e internacional (continuação)
Temas Aspectos
Ambientais Diretrizes Referências
• Iluminação. BREEAM (2009), USGBC (2000),
• Limpeza. BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), ARAUJO; CARDOSO (2007).
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Obr
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Saúde e
Segurança
• Segurança no ambiente do trabalho. BREEAM (2009), USGBC (2000), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Proteções em equipamentos de movimentação de materiais. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Proteções contra quedas de pessoas com diferença de nível. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Proteções em equipamentos de movimentação de pessoas. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Proteções contra choques elétricos. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Preservação da saúde dos trabalhadores.
BREEAM (2009), USGBC (2000), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Proteções em escavações. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Proteções em máquinas e equipamentos. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Ergonomia no trabalho. JOHN; PRADO (2010)..
• Sistema nacional de certificação dos equipamentos de proteção coletiva industrializados, como atualmente realizado para os equipamentos de proteção individual no canteiro de obras.
ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Treinamento e conscientização dos trabalhadores e construtores. BREEAM (2009), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Emprego de trabalhadores e serviços locais
BREEAM (2009), FUNDAÇÃO VANZOLINI (2010), JOHN; PRADO (2010). e ARAUJO; CARDOSO (2007).
Fonte: DO AUTOR
82
Quadro 17 – Diretrizes para canteiro de obras de baixo impacto com base na literatura nacional e internacional (continuação)
Temas Aspectos
Ambientais Diretrizes Referências
• Melhoria do conforto térmico e acústico nas instalações provisórias no canteiro de obras. USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010).
Qua
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Can
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• Melhoria das condições de iluminação, ventilação e qualidade de ar nas instalações provisórias no canteiro de obras.
USGBC (2000), JOHN; PRADO (2010).
• Melhoria da flexibilidade arquitetônica (layout) das instalações provisórias do canteiro de obras. JOHN; PRADO (2010).
• Mobiliários e equipamentos fixos internos para instalações provisórias do canteiro de obras. JOHN; PRADO (2010).
• Melhoria das condições de segurança do trabalho nos ambientes internos nas instalações provisórias do canteiro de obras.
BREEAM (2009), USGBC (2000), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Melhoria das condições de saúde e higiene nos ambientes internos nas instalações provisórias do canteiro de obras.
BREEAM (2009), USGBC (2000), ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Reutilização dos componentes e sistemas construtivos de instalação provisória em outros canteiros de obras. BREEAM (2009), JOHN; PRADO (2010).
• Melhoria da segurança estrutural das instalações provisórias do canteiro de obras. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Melhoria da segurança contra o fogo nas instalações provisórias do canteiro de obras. ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Melhoria da conectividade das instalações provisórias do canteiro de obras com redes de água, tratamento dos efluentes, energia e comunicação.
ARAUJO; CARDOSO (2007).
• Melhoria das condições de uso e operação e de manutenibilidade das instalações provisórias do canteiro de obras.
BREEAM (2009), JOHN; PRADO (2010).
• Melhoria da estanqueidade das instalações provisórias do canteiro de obras. JOHN; PRADO (2010).
Inovação
• Uso de sistemas de gestão ambiental, inovações nas instalações provisórias. BREEAM (2009), USGBC (2000),
• Soluções de instalações provisórias industrializadas modulares em aço (contêineres). USGBC (2000),
• Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas modulares utilizando madeira e seus derivados (OSB, por exemplo). placas cimentícias, chapas de gesso acartonado em sistemas de vedação ou pré-fabricados de concreto
USGBC (2000),
Fonte: DO AUTOR
83
3.MÉTODO DE PESQUISA
Este capítulo apresenta o método de pesquisa escolhido, justifica a estratégia adotada e
em seguida, apresenta o delineamento da pesquisa com o detalhamento das respectivas
etapas.
3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA
A estratégia principal do presente trabalho foi o Levantamento de Dados (Survey),
pesquisa de opinião destinada à coleta e análise de dados para teste de teoria (FORZA,
2002), pois o objetivo era a obtenção de dados com informações e opiniões de
determinado grupo de pessoas, indicado como representantes de uma população-alvo.
Buscou-se a pesquisa de opinião para testar as teorias levantadas na revisão da
literatura. Para isso foi usado o processo de amostragem que determina informações
sobre grandes populações com um nível conhecido de precisão e tem como objetivo
compreender a relevância de certo fenômeno e descrever a distribuição do fenômeno
numa população (FORZA, 2002).
Entende-se como levantamento de dados, a solicitação de informações a um grupo
significativo de pessoas em que as conclusões são obtidas mediante análise quantitativa
(MARCONI; LAKATOS, 2008). Em geral, o levantamento de dados envolve a coleta
de informações dos indivíduos (através de questionários enviados, chamadas
telefônicas, entrevista pessoal, etc.) sobre si ou sobre a comunidade a que pertencem
(FORZA, 2002).
O levantamento de dados, como os outros tipos de estudo de campo, pode contribuir
para o avanço do conhecimento científico de maneiras diferentes. Assim, os
pesquisadores muitas vezes classificam o levantamento de dados em exploratório,
descritivo e confirmatório (teste de teoria) (FORZA, 2002). A classificação que melhor
se aplica ao presente trabalho é o levantamento de dados confirmatório ou pesquisa de
opinião (ou testes de teoria) que tem lugar quando o conhecimento de um fenômeno é
articulado de forma teórica usando conceitos bem definidos, modelos e proposições.
Neste caso, a coleta de dados é feita com o objetivo específico de teste dos conceitos
desenvolvidos em relação ao fenômeno e sua validade (FORZA, 2002). Nessa pesquisa
foi aplicado o questionário para o levantamento confirmatório dos dados e a entrevista
para a validação desses dados.
84
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA
A presente pesquisa apresenta duas etapas: a revisão da literatura e o levantamento de
dados confirmatório. A figura 5 representa esquematicamente as etapas da pesquisa,
cujo detalhamento é apresentado a seguir.
Figura 5 – Delineamento da pesquisa
Análise dos Dados Salvador-BA
IDENTIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES TÉCNICAS E ECONÔMICAS PARA IMPLANTAÇÃO DE CANTEIRO DE OBRAS HABITACIONAL DE BAIXO IMPACTO
REVISÃO DA LITERATURA
PREPARAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA
DE DADOS
LEVANTAMENTO DE DADOS (SURVEY)
ANÁLISE FINAL DOS
DADOS
Seleção dos temas
Concepção do questionáriofechado com nível de
importância
Definição da Amostra de empresas e intervenientes
Validação Externa do Questionário
COLETA DOS DADOS
Análise Geral dos Dados
DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO DE CANTEIRO DE OBRAS HABITACIONAL DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL
Preparação e aplicação das entrevistas para validação
dos dados
Questionário Via Google Docs
Análise Preliminar dos Dados
Fonte: DO AUTOR
A primeira etapa teve como objetivo uma revisão da literatura ampla e cuidadosa sobre
o tema. Em seguida, iniciou-se a segunda etapa com o levantamento de dados (survey)
através da preparação e aplicação de questionário via google docs e análise preliminar
dos dados. Para testar e validar os resultados foram realizadas as entrevistas semi
estruturadas em canteiros de obras das empresas respondentes. Em seguida foram
realizadas a análise dos dados de Salvador-BA e a análise geral dos dados, finalizando
com a identificação das dificuldades técnicas e econômicas para implantação de
canteiro de obras habitacional de baixo impacto e proposição de diretrizes para o
desenvolvimento de canteiros de obras de habitacional de baixo impacto ambiental.
85
3.3 DETALHAMENTO DAS ETAPAS DA PESQUISA
Este item apresenta o detalhamento de cada uma das etapas da pesquisa realizada.
3.3.1 Revisão da Literatura
A revisão da literatura teve o objetivo de levantar o estado da arte sobre sustentabilidade
na construção civil, mais especificamente a sustentabilidade em canteiros de obras. A
primeira etapa da revisão teve início em maio de 2011.
A metodologia utilizada envolveu busca bibliográfica em artigos de periódicos e
congressos. Foram acessadas as bases disponíveis no portal periódicos CAPES
(www.scielo.com, www.scopus.com, www.scholar.google.com, Infohab), série de
conferências relativas à Sustainable Building e congressos brasileiros, como o
Congresso Internacional de Sustentabilidade e Habitação de Interesse Social – CHIS, o
Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - ENTAC e o Simpósio
Brasileiro de Gestão e Economia da Construção – SIBRAGEC.
Foi realizada a revisão sobre sustentabilidade ambiental, construção sustentável,
diferentes métodos de avaliação de empreendimentos de construção sustentável, como
BREEAM, LEED, AQUA e do SELO CASA AZUL (Caixa Econômica) com ênfase na
fase de construção e a revisão sobre canteiro de obras de baixo impacto.
Foram feitas comparações entre os diferentes métodos de avaliação para identificar os
principais temas de sustentabilidade em canteiros de obras, os aspectos e as diretrizes
correspondentes apresentadas pelas metodologias.
Esta revisão bibliográfica permitiu o estabelecimento de um modelo teórico inicial de
referências, que auxiliou no estabelecimento dos temas e variáveis a serem utilizados no
levantamento de dados. As diretrizes identificadas no estado da arte foram adaptadas à
realidade brasileira, conforme apresentado anteriormente no quadro 17 e transformadas
em possíveis áreas de pesquisa para posterior formulação do questionário e da
entrevista, visando identificar as dificuldades técnicas e econômicas para adoção das
diretrizes sustentáveis e as necessidades prioritárias para a implantação de canteiros de
obras de baixo impacto.
86
3.3.2 Levantamento de Dados (Survey)
O levantamento de dados (survey) teve como objetivo identificar, priorizar e validar as
necessidades de pesquisa para a sustentabilidade ambiental e melhorias das condições
de trabalho em canteiro de obras nas cidades de Salvador-Ba, São Paulo-SP, Interior-SP
e Porto Alegre-RS. Esta etapa teve início em novembro de 2011 e término em fevereiro
de 2013. As principais atividades envolvidas nesta etapa foram: preparação dos
instrumentos de coleta de dados, a coleta de dados propriamente dita, a análise
qualitativa e quantitativa dos resultados e a aplicação das entrevistas semi estruturadas
para validação dos resultados.
a) Preparação do instrumento de coleta de dados
Com base na revisão da literatura, foram selecionados os temas e as diretrizes e
elaborado o questionário fechado com nível de importância para identificar as
necessidades prioritárias de pesquisas tecnológicas em canteiros de obras de
empreendimentos habitacionais visando à sustentabilidade ambiental.
Segundo Forza (2002), na formulação das perguntas, o pesquisador deve assegurar que
a linguagem do questionário seja consistente com o nível de compreensão do
entrevistado. Se a questão não é entendida ou interpretada de maneira diferente por
respondentes, o pesquisador poderá obter respostas não confiáveis para a questão e
essas respostas serão tendenciosas.
O pesquisador também tem que escolher entre um questionário aberto (permitindo aos
inquiridos responder de maneira livre escolha) ou de questões fechadas (limitando
responder a uma escolha entre as alternativas dadas pelo pesquisador). Perguntas
fechadas facilitam as decisões rápidas e informações com fácil codificação, mas o
investigador tem de garantir que as alternativas sejam mutuamente exclusivas e
coletivamente exaustivas.
Outra opção na formulação das questões é a mistura de perguntas formuladas
positivamente e negativamente, a fim de minimizar a tendência dos entrevistados em
marcar mecanicamente as extremidades da escala (FORZA, 2002). A fim de reforçar a
confiança nos resultados, o pesquisador pode utilizar algum tipo de triangulação, tais
como a utilização de várias respostas para a mesma questão ou a utilização de vários
métodos de medida (por exemplo, qualitativa e quantitativa).
87
Algumas regras básicas como legibilidade e apresentabilidade são importantes para a
coleta de dados bem sucedida. Além disso, um atraente questionário, limpo, com uma
introdução apropriada, instruções e um conjunto de perguntas com bom alinhamento e
alternativas de resposta facilita o seu retorno. O tamanho do questionário também afeta
a taxa de resposta e a atenção no preenchimento do questionário (FORZA, 2002).
A Seleção dos temas foi realizada com base na análise comparativa das metodologias de
avaliação ambiental, tendo sido definido quatro importantes temas: consumo de
recursos, emissões e geração de resíduos, interface com o ambiente externo e qualidade
intrínseca do canteiro. Para cada tema foram definidos os aspectos ambientais e as
respectivas diretrizes sustentáveis para canteiros de obras, conforme apresentados nos
quadros 16 e 17 da revisão da literatura.
O questionário foi concebido para ser fechado (limitando responder a uma escolha entre
as alternativas dadas pelo pesquisador) e com níveis de importância. Para tanto, buscou-
se atender as exigências de elaboração de questionários de Ruiz (2002), com a definição
de um elenco de questões cuidadosamente elaboradas, bem articuladas, apresentando
todos os itens com a maior clareza para que pudesse ser respondido com precisão, sem
ambiguidade, podendo ser aplicado simultaneamente a um grande número de
informantes.
O questionário teve como introdução uma carta de apresentação da Câmara Brasileira
da Indústria da Construção – CBIC, juntamente com os Sindicatos da Indústria da
Construção – Sinduscons, convidando todos os representantes das empresas de
construção a participar da pesquisa e mostrando a importância das suas respostas,
conforme apêndice 1.
O questionário foi estruturado em duas seções: a primeira seção para identificação da
empresa como: nome, tempo de atuação no mercado, número de funcionários, mercado
de atuação e se a empresa usa ou já usou sistemas de gestão ambiental e / ou métodos de
certificação sustentável.
A segunda seção do questionário foi destinada para as perguntas fechadas, que foram
distribuídas nos quatro temas: “Consumo”, “Emissões e Resíduos”, “Interface com o
Meio Exterior” e “Qualidade Intínseca do Canteiro de Obras”. Para cada tema foi
desenvolvido um parágrafo situando o entrevistado que deveria atribuir um nível de
importância usando a seguinte escala: 1) Nenhuma importância, 2) Pouca importância,
3) Sem opinião definida, 4) Importante e 5) Muito Importante para o desenvolvimento
de pesquisas em soluções tecnológicas e melhores diretrizes.
88
Esta atribuição de nível de importância visou identificar as necessidades prioritárias de
pesquisa tecnológicas para a sustentabilidade e a melhoria das condições de trabalho em
canteiro de obras. Ainda para cada pergunta, o respondente deveria identificar se mais
de 50% dos canteiros de obras da empresa já adotam diretrizes sustentáveis, conforme
apêndice 1. Este questionamento visou identificar diretrizes já presentes nas rotinas
operacionais das empresas entrevistadas.
A partir de bancos de dados de empresas dos Sinduscon locais (SINDUSCON-BA,
SINDUSCON-SP, SINDUSCON-RS), bem como o conhecimento de empresas que
adotam princípios de sustentabilidade reconhecidos pelos pesquisadores das instituições
participantes, foi definida uma amostra de 151 empresas construtoras nas quatro
localidades estudas, sendo: 61 empresas construtoras em Salvador-BA, 33 empresas
construtoras do Interior - SP, 30 empresas construtoras em Porto Alegre-RS e 27
empresas construtoras em São Paulo-SP.
A validação externa do questionário foi realizada no dia 30 de novembro de 2011 em
reunião de trabalho com pesquisadores e representantes das empresas de construção
participantes do projeto CANTECHIS com o objetivo de identificar problemas de
estrutura e/ou interpretação das questões formuladas. Após a validação, o questionário
foi revisado visando aumentar a compreensão para o respondente.
b) Coleta de Dados
Em pesquisa de opinião, os principais métodos utilizados para coleta de dados são o
questionário e a entrevista. As entrevistas podem ser estruturadas ou não estruturadas e
podem ser realizadas, quer face a face ou por telefone. O questionário pode ser
administrado pessoalmente, por telefone ou por e-mail para os respondentes. O
pesquisador pode também usar o telefone para melhorar a taxa de resposta (FORZA,
2002).
Na coleta de dados da presente pesquisa, o questionário foi aplicado no período de maio
a setembro de 2012, via google docs, enviado para as 151 empresas selecionadas,
atuando no mercado imobiliário, em cidades no Brasil como: Salvador-BA, São Paulo-
SP, Interior-SP e Porto Alegre-RS. Os dados coletados foram cadastrados na base de
dados do google docs. Para Salvador-BA adotou-se a denominação de A a V, com a
sigla do estado BA. Em São Paulo-SP, a denominação de A a S, com a sigla do estado
89
SP. Em Interior-SP a denominação de A a L com a sigla INT e em Porto Alegre-RS
denominação de A a M seguida da sigla do estado RS.
Após o levantamento e análise dos dados iniciais do questionário, foram realizadas
entrevistas em 9 (nove) canteiros de obras de construção civil na Região Metropolitana
de Salvador-BA, no período de novembro de 2012 à fevereiro de 2013.
Foram selecionadas para as entrevistas três canteiros de obras (canteiro 1, 2 e 3) das
empresas que apresentaram, no questionário, “maior adoção” de diretrizes sustentáveis,
sistema de gestão de qualidade e algum tipo de certificação ambiental. Três canteiros de
obras (canteiro 4, 5 e 6) das empresas que apresentaram “menor adoção” de diretrizes
sustentáveis, nenhuma certificação ambiental e forte atuação em habitação de interesse
social. E por fim três canteiros de obras das empresas com “média adoção” de diretrizes
sustentáveis (canteiros 7, 8 e 9).
O objetivo das entrevistas foi validar as diretrizes e as práticas sustentáveis, por tema,
já aplicadas em canteiro de obras e levantar as carências que dificultam a adoção das
diretrizes sustentáveis. As entrevistas foram realizadas com os gerentes de obras de
canteiros residenciais (RES) e de canteiros de habitação de interesse social (HIS).
c)Análises dos dados
No presente trabalho, as análises iniciais dos dados do questionário foram realizadas
utilizando a base de dados de respostas do google docs de Salvador-Ba, através dos
gráficos de distribuição de frequência e por meio de planilhas eletrônicas do Excel.
Na cidade de Salvador-BA, o questionário foi aplicado em 61 empresas, tendo um
retorno de 22 empresas, correspondendo a 33% das respostas.
Para cada construtora, obteve-se o perfil com nome, tempo de atuação no mercado,
número de funcionários, mercado de atuação, sistema de gestão, certificação ambiental,
etc. As análises dos dados dos questionários foram realizadas isoladamente por temas
“consumo”, “emissões e resíduos”, “interface com o meio exterior” e “qualidade
intrínseca do canteiro de obras”, por importância dos temas e por adoção de diretrizes
identificando as mais e menos adotadas em canteiros de obras de Salvado-BA.
Após as análises dos resultados do questionário de Salvador-BA, foi realizada a análise
geral, que corresponde às respostas das cidades de Salvador-BA, São Paulo-SP, Porto
90
Alegre-RS e Interior-SP. Totalizando 151 empresas, com 66 respondentes, o que
corresponde a 30% de taxa de retorno das respostas.
Nessa pesquisa optou-se, inicialmente, por trabalhar com o erro amostral tolerável de
5% (Eo=0,05) e nível de confiança aproximado de 95%. Infelizmente conseguiu-se
retorno de 66 empresas (n=66) respondentes. Sendo assim o nível de confiança foi de
90%, com o erro amostral de 10%.
A partir da análise das entrevistas, foi realizada uma discussão dos principais resultados
obtidos, destacando semelhanças e diferenças que pudessem facilitar a compreensão e
as análises de identificação das necessidades prioritárias de soluções tecnológicas para
canteiros de obras habitacionais de baixo impacto visando à sustentabilidade ambiental
e as melhorias das condições de trabalho. Os resultados foram analisados para as
empresas com “maior”, “média” e “menor” adoção de diretrizes sustentáveis.
Na análise dos dados, buscou-se também responder as questões seguintes: Qual o perfil
dessas empresas? Qual o perfil dos gerentes de obras desses canteiros? Por quê
consideram os temas “Importantes” e “Muito Importantes”? Quais as práticas mais
aplicadas referentes às diretrizes? Quais as carências que dificultam a aplicação dessas
diretrizes? Existe alguma relação entre os canteiros das empresas com sistema de gestão
da qualidade, certificação ambiental e quantidade de diretrizes sustentáveis aplicadas?
Qual o perfil das empresas que menos aplicam diretrizes sustentáveis? Por que não
aplicam? Qual o perfil dos gerentes de obras dessas empresas? Existe alguma relação
entre essas empresas e as empresas que atuam em habitação de interesse social?
Por fim, após as análises desses dados foi possível levantar as carências que mais
dificultam a adoção das diretrizes e práticas sustentáveis por tema e assim listar as
diretrizes para desenvolvimento de canteiros de obras habitacional de baixo impacto
ambiental.
91
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os principais resultados obtidos a partir do
levantamento de dados (questionário e entrevistas), sendo também realizada uma
discussão sobre as diretrizes sustentáveis já adotadas em canteiros de obras, sua
importância e as carências que dificultam a adoção dessas diretrizes.
No final do capítulo são apresentadas as diretrizes com práticas sustentáveis para um
canteiro de obras habitacional de baixo impacto.
4.1 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOS GERAL
Este item apresenta o resultado geral do levantamento de dados, que corresponde às
respostas dos questionários das cidades de Salvador-BA, São Paulo-SP, Porto Alegre-
RS e Interior-SP, totalizando 66 empresas respondentes.
4.1.1 Perfil das Empresas Respondentes
A primeira seção do questionário coletou informações relativas ao perfil das 66
empresas respondentes, conforme os gráficos 1, 2, 3, 4 e 5.
Analisando os gráficos 1, 2 e 3 observou-se que 51% das empresas respondentes atuam
há mais de 21 anos no mercado, 50% têm mais de 100 funcionários e com maior
atuação nos mercado de incorporação imobiliária (57%) e habitação de interesse social
(15%).
No gráfico 4, foi observado que 33% das empresas possuem sistema de gestão NBR
ISO 9001 e 27% já usam o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat, o SIAC (PBQP-H), que promove a qualidade da construção e,
consequentemente, contribui para a sua sustentabilidade.
Por outro lado, observou-se também, pouca adesão das empresas questionadas quanto
ao processo de certificação ambiental (gráfico 5), na medida em que 43% das empresas
não possuem empreendimento certificado ou em processo de certificação.
92
Gráfico 1 - Tempo de atuação no mercado Geral
0-5 anos15%
6-10 anos14%
11-20 anos20%
mais de 21 anos51%
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 2 - Número de funcionários do quadro administrativo Geral
1-19 funcionários
26%
20-99 funcionários
24%100-499
funcionários21%
Mais de 500 funcionários
29%
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 3 - Mercado de atuação Geral
0 10 20 30 40 50 60
Incorporação Imobiliária
Produção Estatal
Habitação de Interesse Social
Manutenção e Reforma
Nenhum item abaixo
Fonte: DO AUTOR
93
Gráfico 4 - Sistema de Gestão Geral.
0 5 10 15 20 25 30 35
NBR ISO 14001
NBR ISO 9001
OHSAS 18000
SiAC (PBQP-H)
Não Possui
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 5- Empreendimento certificado ou em processo de certificação Geral
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Processo AQUA
LEED
PROCEL EDIFICA/INMETRO
Selo Casa Azul (Caixa)
BREEAM
Não Possui
Fonte: DO AUTOR
4.1.2 Análises por Temas, Importância das Diretrizes e Adoção das Diretrizes
Na análise das respostas do questionário foi possível levantar informações importantes
referentes a cada tema, a importância das diretrizes relativas aos temas, bem como a sua
adoção pelas empresas questionadas em nível geral.
Foram consideradas as diretrizes mais importantes por temas, aquelas cujo somatório de
“importante” e “muito importante” representava mais de 50% de frequência. Se menor
ou igual a 50%, as diretrizes foram consideradas como “menos importante”.
94
A segunda consideração foi que caso mais de 50% dos canteiros de obras da empresa
respondente já adotasse estas diretrizes, as mesmas foram consideradas como diretrizes
adotadas.
Nas respostas por importância da amostra geral, observou-se que todos os temas são
considerados “importante” ou “muito importante”, com destaque para o tema “Interface
com o Meio Exterior” (90%), seguido dos temas “Emissões e Resíduos” (88%),
“Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” (82%) e “Consumo” (75%), conforme
gráfico 6.
Gráfico 6 – Respostas relativa ao nível de importância e de adoção das Diretrizes por Tema Geral
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Consumos Emissões Interfaces com Exterior
Qualidade Intrínseca
Média Geral
% de Respostas Importante e Muito Importante Por Tema
% de Adoção das Diretrizes por Tema
Fonte: DO AUTOR
Em termos de adoção de diretrizes geral o tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de
Obras” apresenta o maior número de diretrizes adotadas (43%) e “Emissõe e Resíduos”
com o menor número de diretrizes (20%).
Consumo
O primeiro tema analisado foi “Consumo”, que refere-se aos recursos materiais de
diversas naturezas e procedências, incluindo água e energia elétrica consumidos durante
as diferentes atividades de produção e nas instalações provisórias, muitas vezes em
excesso.
Assim, em relação ao consumo de materiais, água e energia foram propostas no
questionário oito diretrizes.
95
Gráfico 7 – Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema “Consumo” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Redução de Perdas de Materiais
Critérios para Compra de Materiais,
Produtos e …
Sistema de Avaliação de Fornecedores
Redução do Consumo de
Água, Energia e Gás
Aproveitamento de Água Pluviais
Aproveitamento de Águas Cinzas
Redução de Energia nas Atividades
Uso de Fontes Alternativas de
Energia
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 8 – Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Consumo” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Redução de Perdas de Materiais
Critérios para Compra de Materiais,
Produtos e Sistema
Sistema de Avaliação de Fornecedores
Redução do Consumo de Água, Energia e
Gás
Aproveitamento de Água Pluviais
Aproveitamento de Águas Cinzas
Redução de Energia nas Atividades
Uso de Fontes Alternativas de
Energia
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
No tema “Consumo”, os gráficos 7 e 8 mostram que as diretrizes mais importantes são
as que as empresas mais adotam em seus canteiros de obras, tais como:
- Redução de perda de materiais; 100% acreditam ser importante e 60% já
adotam esta diretriz.
96
- Critério para compra de materiais, produtos e sistemas construtivos a partir de
fontes confiáveis; 100% dos respondentes também acreditam ser importante e mais de
50% já adotam esta diretriz.
- Sistema de avaliação de fornecedores; mais de 80% dos respondentes
acreditam ser importante, e 40% adotam.
Nas diretrizes de redução do consumo de água, energia e gás nas instalações provisórias
e redução de energia nas atividades de produção, 80% acreditam ser importante, mas
menos de 20% das empresas adotam estas diretrizes.
Com base nas respostas do questionário já existe preocupação de 60% das empresas
respondentes em reduzir perdas e evitar desperdício de materiais de construção seja na
execução dos serviços, no recebimento, no transporte interno e na estocagem e
manuseio desses materiais.
Também observou-se que mais de 50% das empresas respondentes adotam critérios
para a compra de materiais, a partir de fontes confiáveis, manutenção, durabilidade e
desempenho técnico. Algumas empresas (40%), já selecionam materiais e componentes,
dando preferência aos que provêm de fábricas preocupadas com questões
socioambientais, observando o sistema de avaliação de fornecedores incentivando de
alguma maneira a formalização, a responsabilidade social e ambiental (BERGE, 2009;
JONH; PRADO,2010; TELLO; RIBEIRO, 2012).
Dentro deste contexto, é importante destacar que o Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável (CBCS), vem desde 2007, contribuindo para a geração e difusão desse
conhecimento e dessas boas práticas de sustentabilidade na construção civil e suas inter-
relações com a indústria de materiais de construção, com o setor financeiro, o governo,
a academia e a sociedade civil.
Observou-se também, que as diretrizes consideradas menos importantes têm adoção
quase nula pelas empresas. A seguir são listadas as diretrizes “não adotadas” e que
podem necessitar de pesquisa e soluções tecnológicas:
a) Redução do consumo de água, energia e gás nas instalações provisórias;
b) Aproveitamento de água pluvial;
c) Aproveitamento de águas cinzas;
d) Redução de energia nas atividades;
e) Uso de fontes alternativas de energia.
97
Emissões e Resíduos
O segundo tema analisado foi “Emissões e Resíduos”. As atividades de produção no
canteiro de obras geram emissões e produzem resíduos de diversos tipos que requerem
gestão e destinação adequada.
Nessa pesquisa, emissões e resíduos referem-se à geração e a gestão de resíduos sólidos,
bem como a emissão de materiais particulados de diferentes naturezas e granulometrias
durante as atividades desenvolvidas no canteiro de obras. Além disso, envolve a gestão
das águas servidas, incluindo o controle de seus fluxos por meio de infiltração e
escoamento superficial. Para este tema, foram propostas nove diretrizes no questionário.
Nesse tema os gráficos 9 e 10 mostraram que todas as diretrizes foram consideradas
“muito importante” e “importante” por mais de 80% dos respondentes, porém com
percentual médio muito baixo (20%) de adoção nos canteiros de obras.
Este resultado chamou atenção pelo fato da existência da resolução CONAMA nº
307/2002 onde os resíduos devem ser geridos e classificados conforme determina a
resolução em A, B, C ou D e destinados ao local correto. Por esta resolução, não é
permitida a disposição em aterros de resíduos domiciliares, áreas de “bota fora”,
encostas, corpos d'água, lotes vagos e áreas protegidas por lei. Em 2010, também foi
sancionada a Lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e
apresentou as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis (TELLO; RIBEIRO, 2012; KARPINSK et al., 2009).
Como tratou-se de levantamento de dados quantitativos não foi possível responder o por
que da não adoção desssas diretrizes.
O gráfico 10 mostra também que apenas duas diretrizes aparecem com 40% de adoção
pelas empresas respondente, são elas:
a) Controle da geração, estocageme descartes de resíduos; e
b) Preservação de vegetação remanecente.
Destacou-se neste resultado, o foco das empresas respondentes, mesmo que ainda
pequeno, para a temática de resíduos, enquanto as diretrizes relacionadas às emissões
não estão sendo adotadas (menos de 20%). Percebeu-se uma lacuna neste item,
especialmente quanto ao controle de materiais particulados. Por outro lado, é
98
reconhecida a importância de prover medidas que viabilizem o tratamento e a contenção
dos efluentes líquidos, para que não sejam lançados, à rede pluvial, os resíduos da
lavagem do canteiro que contenham materiais sólidos ou contaminantes e prover
instalações de tratamento e rotinas de monitoramento (CARDOSO; ARAÚJO, 2007;
AGOPYAN; JOHN. 2011; EVANGELISTA, 2010).
Neste sentido, observa-se que apresar do tema ser considerado “importante” ou “muito
importante” pelos respondentes, existe baixa adoção das práticas, formulando-se, então
o questionamento do por quê estas diretrizes não são adotadas? Quais as dificultades
encontradas para adoção dessas diretrizes nos canteiros de obras?
Após analise dos gráficos 9 e 10 foi possível também identificar as diretrizes “não
adotadas” e que podem necessitar de pesquisa e soluções tecnológicas referentes ao
tema “Emissões e Resíduos”, tais como:
a) Aproveitamento ou descarte dos resíduos de construção que ainda não
possuem soluções de reciclagem (classe C);
b) Soluções de descarte para resíduos perigosos (classe D);
c) Controle da geração, estocagem e descarte de resíduos incluindo a
logística reversa;
d) Aproveitamento de resíduos de construção;
e) Controle das emissões de materiais particulados;
f) Identificação dos riscos dessa emissão para os trabalhadores;
g) Controle do lençol freático;
h) Tratamento de esgoto e efluentes;
i) Preservação da vegetação remanescente.
99
Gráfico 9 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema “Emissões e Resíduos” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Aproveitamento ou Descarte de Resíduo
Classe C
Soluções de Descarte para Resíduos Classe D
Controle da Geração, Estocagem e Descartes de
Resíduos
Aproveitamento de Resíduos de Construção
Controle das Emissões de Materiais Particulados
Riscos dessa Emissão para os Trabalhadores
Controle do Lençol Freático
Tratamento de Esgoto
Preservação de Vegetação Remanescente Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 10 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros
Tema “Emissões e Resíduos” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Aproveitamento ou Descarte de Resíduo Classe C
Soluções de Descarte para Resíduos Classe D
Controle da Geração, Estocagem e Descartes de
Resíduos
Aproveitamento de Resíduos de Construção
Controle das Emissões de Materiais Particulados
Riscos dessa Emissão para os Trabalhadores
Controle do Lençol Freático
Tratamento de Esgoto
Preservação de Vegetação Remanescente
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Interfaces com Meio Exterior
O terceiro tema analisado, “Interface com o Meio Exterior”, refere-se ao bem-estar, à
segurança e à saúde da comunidade vizinha. Trata-se ainda da qualidade obtida, a partir
do controle dos impactos do canteiro de obras sobre o ambiente externo, buscando a
segurança e a redução da degradação da qualidade ambiental e dos desconfortos ou dos
100
incômodos, direta ou indiretamente resultantes das atividades de produção. Para esse
tema, foram propostas seis diretrizes no questionário.
No tema “Interface com o Meio Exterior” (gráficos 11 e 12), 80% a 100% acreditam ser
“importante” e “muito importante”, com mais de 40% de adoção das diretrizes
referentes ao acesso e fluxo seguro de pedestres, bem como a interferências no transito
local. A terceira diretriz mais adotada (mais de 40%) nos canteiros de obras dos
respondentes refere-se aos processos erosivos e risco de desmonoramento.
A partir da bibliografia, observa-se que deve-se manter o uso de acesso seguro e distinto
para os pedestres e equipamentos, além da preocupação com a ocupação da via pública,
seja por caçambas colocadas junto ao meio fio ou avanço das instalações do canteiro
sobre a calçada, gerando incômodos para a comunidade causando acidentes,
principalmente pela alteração do tráfego nas vias locais, que obriga os pedestres e
veículos a desviarem das caçambas, além de diminuir os locais para estacionamento na
rua (CARDOSO; ARAÚJO, 2007; TELLO e RIBEIRO, 2012).
Por outro lado, uma das conseqüências da supressão da vegetação é a retirada da
camada superficial de solo do terreno e exposição de camadas inferiores que, em geral,
são mais suscetíveis à erosão (CARDOSO; ARAÚJO, 2007; TELLO e RIBEIRO,
2012). O processo erosivo, em pequena escala, pode sujar as ruas vizinhas com solo,
porém, em maior escala, pode causar desmoronamentos, acidentes, etc (YAGI C.et al,
2011). Os desmoronamentos podem ter variadas dimensões e impactos, tais como: risco
de acidentes para os trabalhadores (por exemplo, soterramento), o risco às construções
vizinhas, que podem ter como conseqüências um recalque diferencial, danos às
fundações, com implicações materiais, diminuindo o nível de segurança da vizinhança
(YAGI et al, 2011).
101
Gráfico 11 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema “Interfaces com Meio Exterior” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acessos e Fluxos de Pedestres e Equipamentos
Interferências no Trânsito Local
Processos Erosivos e Riscos de Desmoronamento
Riscos da Emissão de Materiais Particulados
para a Vizinhança
Atenuação de Incômodos Sonoros
Processo de Demolição
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 12 – Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Interfaces com Meio Exterior” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acessos e Fluxos de Pedestres e Equipamentos
Interferências no Trânsito Local
Processos Erosivos e Riscos de Desmoronamento
Riscos da Emissão de Materiais Particulados para
a Vizinhança
Atenuação de Incômodos Sonoros
Processo de Demolição Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Analisando os gráficos 11 e 12, foi possível, também, identificar as diretrizes “não
adotadas” com pouco mais de 20% de adoção e que podem necessitar de pesquisa e
soluções tecnológicas referentes ao tema “Interface com o Meio Exterior”:
a) Riscos da emissão de materiais particulados para a vizinhança;
102
b) Atenuação de incômodos sonoros;
c) Processo de demolição.
Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras
O quarto tema analisado refere-se à saúde, segurança e bem estar do trabalhador
(segurança), ao desempenho das instalações provisórias (instalações provisórias) e às
inovações em sistemas e métodos construtivos para instalações provisórias (novas
tecnologias para instalações provisórias). Para este tema foram propostas vinte e cinco
diretrizes no questionário.
No tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras”, 100% acreditam ser
“importante” e “muito importante” e 60% a 80% das diretrizes já são adotadas nos
canteiros das empresas respondentes referente ao item “segurança”, conforme os
gráficos 13 e 14, exceto a diretriz referente à certificação dos equipamentos de proteção
coletiva.
Acredita-se que o item segurança já vem sendo adotado, pois há legislação específica,
como a NR18, além de uma cobrança dos órgãos competentes a qual facilita a adoção
de diretrizes e práticas sustentáveis como proteção contra queda de pessoas, proteção de
equipamentos de movimentação de materiais e pessoas, além de proteção contra choque
elétricos, em escavação, em máquinas e equipamentos com o uso de EPI’S.
O gráfico 14 aponta apenas a diretriz “certificação dos equipamentos de proteção
coletiva” como “não adotada” pela falta de legislação nacional e pouca referencia
bibliográfica e que necessitam de pesquisa e soluções tecnológicas.
103
Gráfico 13 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Segurança” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Proteções Contra Quedas de
Pessoas com Diferença de Nível
Proteções em Equipamentos de Movimentação de
Materiais
Proteções em Equipamentos de Movimentação de
Pessoas
Proteções Contra Choques Elétricos
Proteções em Escavações
Proteções em Máquinas e
Equipamentos
Certificação dos Equipamentos de Proteção Coletiva
Comunicação Visual Externa e
Interna
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 14 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Segurança” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Proteções Contra Quedas de Pessoas com
Diferença de Nível
Proteções em Equipamentos de Movimentação de
Materiais
Proteções em Equipamentos de Movimentação de
Pessoas
Proteções Contra Choques Elétricos
Proteções em Escavações
Proteções em Máquinas e
Equipamentos
Certificação dos Equipamentos de Proteção Coletiva
Comunicação Visual Externa e Interna
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
No tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” referente ao item “Instalações
Provisórias”, notou-se que 80% a 100% acreditam ser “importante” e “muito
104
importante”, porém, conforme os gráficos 15 e 16, apenas duas diretrizes são adotadas,
quais sejam:
a) Melhoria das condições de segurança do trabalho, sendo que 100%
acreditam ser importante e mais de 50% já adotam esta diretriz; e
b) Melhoria das condições de saúde e higiene, sendo que 100% acreditam
ser importante e 60% já adotam esta diretriz.
Acredita-se que estas diretrizes têm sido adotadas pelas mesmas razões do item
segurança, incluindo legislação específica, além de uma cobrança dos órgãos
competentes facilitando assim a adoção das mesmas.
É importante destacar que, além do impacto paisagístico causado à comunidade, as
construções provisórias mal construídas podem trazer riscos à saúde, pelas condições
precárias de higiene e à segurança do trabalhador, causando possíveis acidentes.
(CARDOSO; ARAÚJO, 2007; AGOPYAN; JOHN. 2011; TELLO; RIBEIRO, 2012).
A promoção da qualidade do espaço interno de trabalho incluído aspectos como
ergonomia, iluminação, acústica, conforto térmico e combate a agentes nocivos, além de
contribuir na preservação da saúde e segurança de funcionários e fornecedores,
contribui para o bom nível de qualidade na execução das atividades, na produtividade e
para a preservação da qualidade do espaço de trabalho (YAGI et al, 2011).
O gráfico 16 aponta as diretrizes “não adotadas” e que podem necessitar de pesquisa e
soluções tecnológicas referentes ao tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” –
“Intalações Provisórias”, tais como:
a) Melhoria do conforto térmico e acústico, considerada importante por
mais de 60%, porém adotada 20% pelas empresas respondentes;
b) Melhoria das condições de iluminação e ventilação, considerada
importante por mais de 80%, porém adotada 40% pelas empresas
respondentes;
c) Flexibilidade arquitetônica do canteiro, considerada importante por quase
80%, porém adotada menos de 40% pelas empresas respondentes;
d) Mobiliários e equipamentos fixos internos, considerada importante por
quase 80%, porém adotada menos de 40% pelas empresas respondentes;
105
Gráfico 15 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Intalações Provisórias” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Melhoria do Conforto Térmico e
Acústico Melhoria das Condições de Iluminação e
VentilaçãoFlexibilidade
Arquitetônica do Canteiro
Mobiliários e Equipamentos Fixos
Internos
Melhoria das Condições de Segurança do
TrabalhoMelhoria das
Consições de Saúde e Higiene
Reutilização dos Componentes e
Sistemas Construtivos em …
Melhoria da Segurança Estrutural
Melhoria da Segurança Contra
Fogo
Melhoria da Conectividade das
Instalações com Rede de Água, …
Melhoria das Condições de Uso e
Operação das Instalações
Melhoria da Estanqueidade das
Instalações
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 16 - Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Intalações Provisórias” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Melhoria do Conforto Térmico e Acústico
Melhoria das Condições de Iluminação e Ventilação
Flexibilidade Arquitetônica do Canteiro
Mobiliários e Equipamentos Fixos Internos
Melhoria das Condições de Segurança do Trabalho
Melhoria das Consições de Saúde e Higiene
Reutilização dos Componentes e Sistemas Construtivos em
Outros Canteiros
Melhoria da Segurança Estrutural
Melhoria da Segurança Contra Fogo
Melhoria da Conectividade das Instalações com Rede de Água,
Esgoto e Energia
Melhoria das Condições de Uso e Operação das Instalações
Melhoria da Estanqueidade das Instalações
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
106
e) Reutilização dos componentes e sistemas construtivos em outros
canteiros, considerada importante por mais de 80%, porém adotada 40%
pelas empresas respondentes;
f) Melhoria da segurança estrutural, considerada importante por 80%,
porém adotada 40% pelas empresas respondentes;
g) Melhoria da segurança contra fogo, considerada importante por 80%,
porém adotada apenas 20% pelas empresas respondentes;
h) Melhoria da conectividade das instalações com rede de água, esgoto e
energia, considerada importante por 80%, porém adotada menos de 40%
pelas empresas respondentes;
i) Melhoria das condições de uso e operação das instalações, considerada
importante por 80%, porém adotada pouco mais de 20% pelas empresas
respondentes;
j) Melhoria da estaqueidade das instalações; considerada importante por
quase 80%, porém adotada menos de 40% pelas empresas respondentes.
No tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” referente ao item “Novas
Tecnologias em Instalações Provisórias” os gráficos 17 e 18 mostram que apenas duas
diretrizes aparecem como “muito importante” e “importante” por mais de 80% dos
respondentes e com adoção nula (20%) em canteiros de obras das empresas
respondentes.
As diretrizes adotadas são:
a) Soluções de instalações provisória em aço;
b) Soluções de instalações provisória em madeira e derivados.
A pouca adoção dessas diretrizes não corroboram com as orientações do Conselho
Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) de que, trabalhar a sustentabilidade no
setor da construção civil significa também desenvolver produtos adequados aos usos a
que serão submetidos; que proporcionem ao ser humano um ambiente saudável,
confortável, seguro, confiável e durável. Durante sua utilização, os produtos devem
proporcionar facilidade de manutenção e economia de gastos. Por trás destas melhorias
está a inovação tecnológica nas instalações provisórias, capaz de promover processos
construtivos e produtos mais sustentáveis. Entre as inovações a serem adotadas estão: a
107
industrialização em canteiro; o uso de novos materiais; o desenvolvimento de novos
sistemas construtivos (CBCS, 2013). Acredita-se que diante dessas necessidades tornou-
se importante responder questões como: por que essas diretrizes não são adotadas?
Quais as dificuldades encontradas?
O gráfico 18 aponta as diretrizes “não adotadas”, com 20% a 0% de adoção e que
podem necessitar de pesquisa e soluções tecnológicas referentes ao tema “Qualidade
Intrínseca do Canteiro de Obras” no item “Novas Tecnologias em Instalações
Provisórias”:
a) Soluções de instalações provisória em madeiras e derivados (20%);
b) Soluções de instalações provisória com pré-fabricado de concreto (0%);
c) Soluções de instalações provisória utilizando placas cimentícias (0%);
d) Soluções de instalações provisória utilizando chapas de gesso (0%).
Na análise dos dados do questionário geral ainda foi possível listar por meio da tabela 1,
o percentual de diretrizes adotadas por empresas em cada tema e identificar o
desempenho destas. Foi possível ainda levantar a quantidade de diretrizes adotadas por
cidades.
A cidade de São Paulo-SP lidera o número de diretrizes aplicadas dos temas “Consumo”
(31%), “Emissões e Resíduos” (21%) e “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras”
(48%) ultrapassando, inclusive, o Geral.
O maior número de práticas do tema “Interface com o Meio Exterior” está em Porto
Alegre-RS (44%), seguido do Interior-SP (43%).
Ainda na tabela 1, foi possível identificar que no tema “Consumo”, as empresas que
mais adotam diretrizes são: E-SP (73%), J-INT (63%), L-RS (63%), P-BA (63%) e C-
BA (63%). Das 5 empresas em destaques, 2 (40%) são empresas de Salvador-BA.
No tema “Emissões e Resíduos” as empresas com maior número de diretrizes
sustentáveis são: E-RS (67%), G-SP (67%), C-BA (67%), J-INT (56%), H-RS (56%),
V-BA (56%), Q-BA (56%), P-BA (56%) e O-BA (56%). Das 9 empresas em destaque,
Salvador aparece com 5 empresas, o que representa 56% de participação.
108
Gráfico 17 - Respostas das diretrizes “Muito Importante” e “Importante” Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Novas Tecnologias em
Instalações Provisórias” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Soluções de Instalações Provisórias
em Aço
Soluções de Instalações Provisórias
em Madeiras e Derivados
Soluções de Instalações Provisórias
com Pré-fabricados
de Concreto
Soluções de Instalações Provisórias Utilizando
Placas Cimentícias
Soluções de Instalações Provisórias Utilizando Chapas de
Gesso
Média
Salvador
São Paulo
Porto AlegreInterior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 18 – Adoção das diretrizes em mais de 50% dos canteiros
Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” – “Novas Tecnologias em Instalações Provisórias” Geral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Soluções de Instalações Provisórias em Aço
Soluções de Instalações Provisórias em Madeiras
e Derivados
Soluções de Instalações Provisórias com Pré-
fabricados de Concreto
Soluções de Instalações Provisórias Utilizando
Placas Cimentícias
Soluções de Instalações Provisórias Utilizando
Chapas de Gesso
Média
Salvador
São Paulo
Porto Alegre
Interior São Paulo
Fonte: DO AUTOR
109
Tabela 1 - Resumo do número de diretrizes adotadas por tema e empresas – Geral
CÓDIGOEMPRESA % de Práticas % de Práticas % de Práticas % de Práticas
A-BA 25,0% 22,2% 66,7% 68,0%B-BA 12,5% 22,2% 0,0% 76,0%C-BA 62,5% 66,7% 100,0% 72,0%D-BA 0,0% 0,0% 0,0% 32,0%E-BA 0,0% 11,1% 0,0% 44,0%F-BA 0,0% 0,0% 83,3% 60,0%G-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%H-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%I-BA 0,0% 0,0% 0,0% 36,0%J-BA 0,0% 0,0% 0,0% 40,0%K-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%L-BA 37,5% 44,4% 100,0% 76,0%M-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%N-BA 12,5% 11,1% 16,7% 28,0%O-BA 37,5% 55,6% 83,3% 32,0%P-BA 62,5% 55,6% 83,3% 48,0%Q-BA 37,5% 55,6% 83,3% 28,0%R-BA 12,5% 0,0% 0,0% 16,0%S-BA 12,5% 0,0% 33,3% 68,0%T-BA 50,0% 0,0% 66,7% 72,0%U-BA 50,0% 33,3% 83,3% 72,0%V-BA 37,5% 55,6% 33,3% 44,0%A-SP 25,0% 11,1% 0,0% 60,0%B-SP 37,5% 44,4% 66,7% 84,0%C-SP 50,0% 11,1% 66,7% 64,0%D-SP 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%E-SP 75,0% 11,1% 66,7% 48,0%F-SP 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%G-SP 0,0% 66,7% 50,0% 60,0%H-SP 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%I-SP 25,0% 44,4% 33,3% 44,0%J-SP 37,5% 33,3% 50,0% 68,0%K-SP 25,0% 0,0% 50,0% 36,0%L-SP 50,0% 0,0% 50,0% 68,0%M-SP 37,5% 11,1% 16,7% 40,0%N-SP 25,0% 22,2% 33,3% 48,0%O-SP 50,0% 22,2% 100,0% 68,0%P-SP 50,0% 11,1% 50,0% 88,0%Q-SP 25,0% 0,0% 0,0% 0,0%R-SP 50,0% 44,4% 33,3% 76,0%S-SP 25,0% 66,7% 66,7% 52,0%A-RS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%B-RS 12,5% 0,0% 0,0% 0,0%C-RS 25,0% 22,2% 33,3% 52,0%D-RS 37,5% 44,4% 100,0% 68,0%E-RS 50,0% 66,7% 100,0% 80,0%F-RS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%G-RS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%H-RS 50,0% 55,6% 83,3% 44,0%I-RS 25,0% 22,2% 66,7% 64,0%J-RS 50,0% 44,4% 100,0% 84,0%K-RS 12,5% 0,0% 0,0% 0,0%L-RS 62,5% 22,2% 83,3% 84,0%M-RS 0,0% 0,0% 0,0% 28,0%A-INT 50,0% 0,0% 0,0% 32,0%B-INT 37,5% 11,1% 66,7% 60,0%C-INT 50,0% 33,3% 66,7% 64,0%D-INT 12,5% 11,1% 66,7% 24,0%E-INT 12,5% 22,2% 50,0% 52,0%F-INT 25,0% 33,3% 33,3% 56,0%G-INT 37,5% 33,3% 33,3% 64,0%H-INT 0,0% 0,0% 0,0% 20,0%I-INT 0,0% 0,0% 50,0% 56,0%J-INT 62,5% 55,6% 83,3% 32,0%K-INT 0,0% 0,0% 0,0% 12,0%L-INT 25,0% 11,1% 66,7% 52,0%
CONSUMOS EMISSÕES INTERFACES COM EXTERIOR QUALIDADE
Fonte: DO AUTOR
110
Nas diretrizes de “Interface com o Meio Exterior”, destaque para as empresas C-BA, L-
BA, O-SP, D-RS, E-RS e J-RS com 100% de adoção nesse tema. Observa-se neste tema
que, das 25 empresas, 9 são de Salvador, o que corresponde a 36% das empresas.
Por fim, nas diretrizes de “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” as empresas com
maior número de práticas são: P-SP (88%), L-RS, J-RS e B-SP com 84%. Das 16
empresas, 7 são de Salvador-BA, o que corresponde a 44% das empresas.
Pode-se destacar a empresas C-BA, de Salvador-BA, como a empresa que aparece com
maior aplicação de diretrizes sustentáveis nos 4 temas “Consumo”, “Emissões e
Resíduos”, “Interface com o Meio Exterior” e “Qualidade Intrínseca do Canteiro de
Obras”. A empresa C-BA possui sistema de gestão ISO 9001 e SIAC PBQP-H e
empreendimentos sob certificação AQUA e LEED, confirmando assim a hipótese de
que empresas com sistema de gestão e certificação ambiental adotam diretrizes
sustentáveis em seus canteiros de obras.
Concluindo, Salvador-BA aparece com uma participação significativa, de 28% a 56%,
de empresas que já adotam diretrizes sustentáveis em cada tema, mas, também é
responsável por um número grande, 31% a 45%, de empresas com 0% de diretrizes
sustentáveis, conforme resumo dos dados nas tabelas 2 e 3.
Tabela 2 - Resumo total de empresas por tema com e50% de diretrizes adotadas.
Tema Total Geral de Empresas
e50% Diretrizes
Total Salvador-BA
e50% Diretrizes
Consumo 5 2(40%) Emissões e Resíduos 9 5(56%) Interface com o Meio Exterior 25 9 (36%) Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras
29 8(28%)
Fonte: DO AUTOR
Tabela 3 - Resumo total de empresas por tema com 0% de diretrizes.
Tema Total Geral de Empresas
0% Diretrizes Adotadas
Total Salvador-BA
0% Diretrizes Adotadas
Consumo 20 9 (45%) Emissões e Resíduos 26 11(42%) Interface com o Meio Exterior 22 9 (41%) Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras
13 4(31%)
Fonte: DO AUTOR
111
Finalmente, após análise dos resultados do questionário, foi possível identificar, por
tema e em nível geral, as diretrizes já adotadas em mais de 50% dos canteiros de obras
das empresas respondentes e as não adotadas. Com estes resultados, foi possível
identificar as possíveis necessidades prioritárias de pesquisa e soluções tecnológicas
para canteiro de obras habitacional de baixo impacto ambiental.
Também pôde-se concluir que o questionário apenas apresentou dados quantitativos,
não sendo possível identificar “como” e “por que” as empresas adotam ou não adotam
as diretrizes para canteiros de baixo impacto, tornando importante a aplicação das
entrevistas nos canteiros de obras das empresas respondentes para um maior
aprofundamento destes questionamentos, incluindo validação e esclarecimentos dessas
respostas.
4.2 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOS EM SALVADOR-BA
Analisando os resultados do levantamento de dados em Salvador-BA, o gráfico 19
mostrou que todos os temas foram considerados “importante” ou “muito importante”.
Os destaques foram para os tema “Interface com o Meio Exterior” (92%) e Qualidade
Intrínseca do Canteiro” (83%), que também apresentaram maior número de diretrizes
adotadas: 41% e 38% respectivamente.
Gráfico 19 – Respostas relativa ao nível de importância e de adoção das Diretrizes por Tema Salvador-BA
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Consumos Emissões Interfaces com Exterior
Qualidade Intrínseca
Média Salvador
% de Respostas Importante e Muito Importante Por Tema
% de Adoção de Diretrizes/empresa
Fonte: DO AUTOR
Os temas “Consumo” e “Emissões e Resíduos” aparecem com menor número de
diretrizes adotadas (20%).
112
Nessa análise de importância e adoção das diretrizes, os resultados mostram que as
respostas de Salvador-BA estão muito próximas às respostas da análise geral (gráfico
6), inclusive na mesma ordem de importância.
Na tabela 4 também foi possível identificar as empresas que mais adotam diretrizes
sustentáveis. São elas: C-BA, P-BA e U-BA. E as que não adotam nenhuma diretriz:
G-BA, H-BA, K-BA e M-BA. Chamam atenção às empresas C-BA e L-BA, as quais
responderam que já aplicam 100% das diretrizes de “Interface com o Meio Exterior.
Na tabela 5 foi possível observar, que todas as empresas já possuem pelo menos um
sistema de gestão.
Tabela 4 - Resumo das Diretrizes por Empresas Salvador-BA
% de Diretrizes % de Diretrizes % de Diretrizes % de DiretrizesA-BA 25% 22% 67% 68%B-BA 13% 22% 0% 76%C-BA 63% 67% 100% 72%D-BA 0% 0% 0% 32%E-BA 0% 11% 0% 44%F-BA 0% 0% 83% 60%G-BA 0% 0% 0% 0%H-BA 0% 0% 0% 0%I-BA 0% 0% 0% 36%J-BA 0% 0% 0% 40%K-BA 0% 0% 0% 0%L-BA 38% 44% 100% 76%M-BA 0% 0% 0% 0%N-BA 13% 11% 17% 28%O-BA 38% 56% 83% 32%P-BA 63% 56% 83% 48%Q-BA 38% 56% 83% 28%R-BA 13% 0% 0% 16%S-BA 13% 0% 33% 68%T-BA 50% 0% 67% 72%U-BA 50% 33% 83% 72%V-BA 38% 56% 33% 44%
CONSUMOS (8) EMISSÕES (9) INTERFACES COM EXTERIOR (6)
QUALIDADE INTRINSECA (25)
CÓDIGO EMPRESA
Fonte: DO AUTOR
113
Tabela 5 - Resumo de Diretrizes Adotadas, Sistema de Gestão da Construção e
Certificação Ambiental por Empresas Salvador-BA
ISO 14001 ISO 9001 OHSAS SiAC-PBQP-H SiAC+ISO9001 AQUA LEED PROCEL CASA AZUL BREEAMA-BA 52% N S N S S N S N N NB-BA 46% N S N S S N N N N NC-BA 73% N S N N S S S N N ND-BA 17% N S N N S N N N N NE-BA 25% N S N N S N N N N NF-BA 42% N S N S S N N N N NG-BA 0% N N N N N N N N N NH-BA 0% N N N N N N N N N NI-BA 19% S S S S S N N N N NJ-BA 21% N S N S S S S S S NK-BA 0% N N N S S N N N N NL-BA 67% N S N S S N N N N NM-BA 0% N S N N S N N N N NN-BA 21% S S N N S N N N N NO-BA 44% S S S S S N N S N NP-BA 56% N S N S S N N N N NQ-BA 42% N N N S S S S S S NR-BA 10% S S S N S N N N N NS-BA 42% N N N S S N N N N NT-BA 54% N S N N S N N N N NU-BA 63% N N N S S S N N N NV-BA 44% N S N N S N N N N N
COD. GestãoDIRETRIZES(%) Certificação
Fonte: DO AUTOR
Este resultado mostra como vem crescendo a adoção dos sistemas de medição de
desempenho em empresas de construção civil com investimento em programas formais
de melhoria de desempenho e certificação de seus sistemas de gestão baseado nas
exigências da série ABNT NBR ISO 9000 para a qualidade ou o PBQP-H- Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat, definido como um Sistema de
Gestão de Qualidade específico para a Construção Civil que garante que a empresa
construtora aderiu a normas, padrões e requisitos específicos de qualidade seja nos
materiais e nos serviços prestados (COSTA, 2003). Seja para atender as exigência do
mercado ou por imposição de empresas públicas como a Petrobrás, BNDES ou Caixa
Econômica Federal a adoção desses sistemas de gestão promove a qualidade da
construção e, consequentemente, contribui para a sua sustentabilidade.
Observou-se também, na tabela 5, que das empresas respondentes, apenas as empresas
A-BA, C-BA, J-BA, Q-BA, e U-BA (23%), possuem empreendimento certificado ou
em processo de certificação AQUA, LEED, PROCEL e CASA AZUL. Importante notar
que as referidas empresas têm sistema de gestão e são as que mais adotam diretrizes
sustentáveis de “Consumo”, de “Emissões e Resíduos”, de “Interface com Meio
Exterior” e de “Qualidade Intrínseca nos Canteiros de Obras”.
114
Esses dados serviram de base para a elaboração das entrevistas, seleção das empresas de
“Maior Adoção”, “Menor Adoção” e “Média Adoção” (tabela 4) e dos 9 canteiros de
obras visitados (tabela 6).
Nos 9 canteiros de obras visitados foram entrevistados 8 engenheiros civis que atuam
como gerentes de obras e uma arquiteta e urbanista coordenadora do programa de
sustentabilidade da empresa. A maioria dos entrevistados (67%) possui algum tipo de
pós-graduação, seja em gestão de obras ou gestão de projetos. Todos com mais de 5
anos de experiência em execução de obras residenciais (RES), comerciais (COM) e
habitação de interesse social (HIS) conforme tabela 6.
Tabela 6: Perfil dos Canteiros de Obra Visitados
Adoção das
Diretrizes
Perfil do Canteiro Perfil do Entrevistado Perfil da Empresa
Obra Tipo Formação Tempo em
execução de obras
Empresa Mercado
de Atuação
Sistema de Gestão da Qualidade e Certificação
Ambiental Graduação Pós
Mai
or A
doçã
o
1 RES Arq. e Urb Gestão em Projetos
5 anos C-BA RES COM
⋅ SIAC (PBPQ-H) ⋅ ISO 9001 ⋅ Programa Obra Sustentável (Bco. Santander)
2 RES Eng.Civil Não
Possui 13 anos Q-BA RES
⋅ SIAC (PBPQ-H) Nível A ⋅ ISO 9001 ⋅ PI (Programa Integrado de Sustentabilidade)
3 RES Eng.Civil Gestão de Negócios
37 anos U-BA RES HIS
⋅ SIAC (PBPQ-H) ⋅ Programa de Gestão de Resíduos ⋅ Empreendimento sob Certificação AQUA
Men
or A
doçã
o 4 HIS Eng.Civil Gerência
de Projetos
8 anos K-BA RES HIS
⋅ SIAC (PBPQ-H) ⋅ ISO 9001
5 HIS Eng.Civil Gestão de
Obras 25 anos M-BA
RES HIS
⋅ SIAC (PBPQ-H) ⋅ ISO 9001
6 RES Eng.Civil Não
Possui 11 anos O-BA
RES HIS
⋅ SIAC (PBPQ-H) ⋅ ISO 9001 ⋅ ISO 14001
Méd
ia A
doçã
o 7 RES Eng.Civi Não
Possui 32 anos B-BA RES
⋅ SIAC (PBPQ-H) ⋅ ISO 9001
8 HIS Eng.Civi
Aprovei-tamento
de Resíduo
9 anos FHIS-BA
HIS ⋅ SIAC (PBPQ-H)
9 RES Eng.Civi Gestão de
Obras 6 anos FRES-
BA RES ⋅ SIAC (PBPQ-H)
Fonte: DO AUTOR
115
Todas as empresas possuem sistema de gestão, mas apenas as empresas de “Maior
Adoção” estão sob algum programa de certificação ambiental: AQUA, Programa Obra
Sustentável-Banco Santander ou Programa Integrado de Sustentabilidade (tabela 6).
A partir destes dados, foi possível identificar uma lacuna entre a preocupação das
empresas respondentes e a real adoção das diretrizes para desenvolvimento de canteiros
de baixo impacto ambiental e com melhores condições de trabalho. Neste sentido, foi
importante entender as razões pelas quais existe esta lacuna, quais as carências e
necessidades para que a adoção de diretrizes seja coerente e reflita a importância
atribuída pelas construtoras.
Os resultados a seguir buscam detalhar estas lacunas em cada um dos temas
pesquisados, assim como identificar práticas em uso e as carências para adoção destas
diretrizes.
4.2.1 Tema Consumo
No tema “Consumo”, analisando o gráfico 20, observou-se que as diretrizes mais
importantes são as que as empresas mais adotam em seus canteiros de obras. São elas:
a) Redução de perdas de materiais na execução dos serviços, no recebimento, no
transporte interno, na estocagem e no manuseio de materiais no canteiro de
obras: 100% dos respondentes acreditam que esta diretriz é importante ou muito
importante e 60% dos mesmos já adotam esta diretriz em seus canteiros.
b) Desenvolvimento de critérios para compra dos materiais, produtos e sistemas
construtivos a partir de fontes confiáveis e que incluam informações sobre
análise do ciclo de vida (procedência, processamento, uso e manutenção,
durabilidade e descarte) e propriedades como o desempenho técnico: 100% dos
respondentes acreditam que esta diretriz é importante ou muito importante e
mais de 50% dos mesmos já adotam esta diretriz em seus canteiros.
c) Desenvolvimento de um sistema de avaliação dos fornecedores de materiais e
produtos incentivando a formalização em relação à Receita Federal, com licença
ambiental para operar, socialmente responsável e que respeitem as normas: mais
de 80% dos respondentes acreditam que esta diretriz é importante ou muito
importante, e 40% dos mesmos adotam esta diretriz em seus canteiros.
116
O gráfico 20 também apontou as diretrizes menos importante com 0% de adoção e que
podem necessitar de pesquisa e soluções tecnológicas referentes ao tema “Consumo”.
São elas:
a) Redução do consumo de água, energia e gás nas instalações provisórias;
b) Aproveitamento de águas pluviais no canteiro de obras;
c) Aproveitamento de águas cinzas (servidas) no canteiro de obras;
d) Redução de Energia nas atividades;
e) Uso de fontes alternativas de energia para a energia consumida no canteiro de
obras, incluindo as renováveis (fotovoltaica, eólica, etc.).
Gráfico 20 – Diretrizes "Muito Importante” e "Importante" e Adoção em mais de 50% dos canteiros do tema "Consumo" em Salvador-BA
Fonte: DO AUTOR
Com base nas entrevistas foram listadas, no apêndice 3, todas as diretrizes e práticas
sustentáveis já adotadas em canteiros e as carências e dificuldades encontradas pelas
empresas para a adoção das mesmas.
Nas visitas aos canteiros de obras de “Maior Adoção”, quando questionados por que o
tema “Consumo” foi considerado “muito importante”, o gerente de obra do canteiro 1
respondeu que é importante investir em pesquisas para diminuir o consumo de água por
ser um recurso natural de sobrevivência do ser humano e consumido de forma
irresponsável. O gerente do canteiro 3 respondeu que a água é o primeiro tema de
preocupação dentro sustentabilidade e se torna crítico em algumas regiões, mesmo nas
117
áreas urbanas onde o custo cresce a cada dia, sendo necessário multiplicar os conceitos
de preservação, de baixo consumo dentro do canteiro de obras. Ainda o gerente do
canteiro 1 destacou que é importante a pesquisa das diversas formas disponíveis e pelo
alto custo ainda hoje, sendo necessária a buscar de novas tecnologias para baratear as
energias alternativas. Em termos de consumo de materiais é importante buscar
tecnologias que otimizem a aplicação de materiais dentro do canteiro, conforme o
gerente do canteiro 1. Já nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção”, o
gerente de obra do canteiro 5 respondeu que é importante buscar a inovação tecnológica
dos materiais para encontrar novas alternativas, buscando soluções que otimizem o uso
da água e da energia. O gerente de obra do canteiro 6 respondeu que é importante
investir em pesquisas nesse tema, embora a dinâmica do canteiro de obras não permita
buscar novas soluções. O gerente de obra do canteiro 4 justificou apenas que é
importante estabelecer um consumo aceitável dentro da obra para cumprir a planilha de
custo.
Quando questionados da importância do tema “Consumo”, os gerentes de obra dos
canteiros 7, 8 e 9 responderam que consideram o tema muito importante porque toda
obra visa controlar o consumo de materiais. O gerente de obra do canteiro 8 argumentou
que é importante buscar alternativas também para diminuir o consumo de água da
concessionária e o custo da obra. Argumentou ainda que o consumo de energia no
canteiro é muito alto, as máquinas e equipamentos consomem muita energia. Por isso é
importante buscar soluções, concluiu. O gerente de obra do canteiro 9 respondeu que é
essencial buscar soluções para a diminuição do consumo de materiais e que em relação
à água é importante buscar soluções como, por exemplo, o uso de poço artesiano que
diminui bastante o custo da obra. Argumentou ainda que o mais difícil é controlar o
consumo da energia, pois ainda não se conseguiu viabilizar outra fonte de energia para
canteiro de obras. É importante buscar fontes alternativas, concluiu o gerente do
canteiro 9.
Observou-se nos canteiros de “Maior Adoção” diretrizes referentes ao consumo de
materiais com práticas importantes visando à redução de perdas na execução dos
serviços tais como: uso da plataforma BIM-REVIT para compatibilização de projetos e
simulação da paginação de materiais, revestimentos e alvenarias (vizualização da parte
executiva de materiais), adoção de projetos executivos prontos antes de iniciar a obra,
projeto de paginação antecipada para a aplicação dos materiais, uso de fábricas dentro
do próprio canteiro (fábrica de esquadria de alumínio, fábrica de alumínio composto)
118
para diminuir a perda de materiais, planejamento com fornecedor dos tamanhos das
peças para atender o projeto de paginação, além da liberação de KITS para área de
produção.
Nos canteiros de “Baixa Adoção” e de “Média Adoção”, identificou-se preocupação na
aplicação de diretrizes sustentáveis através de práticas como: uso do bloco estrutural de
concreto, uso de Kits e uso de paletes e grua, embora persistam algumas práticas
conservadoras como, por exemplo, a seleção de materiais levando em consideração
apenas o melhor preço, qualidade e facilidade da entrega, quando poderiam selecionar
materiais e componentes dando preferência aos que provêm de fábricas preocupadas
com questões socioambientais e procedentes de fontes renováveis ou que contenham
componentes reciclados ou reutilizados. É importante destacar a necessidade das
empresas construtoras certificar-se da procedência dos materiais, dando preferência
àqueles que apresentam selos ou que possam garantir a qualidade da produção e do uso,
observando as distâncias de transporte, optando por recursos disponíveis nas
proximidades do canteiro. Além disso, diversos autores (CARDOSO; ARAUJO, 2007;
JOHN; PRADO, 2010; YAGI C. et al., 2011; TELLO; RIBEIRO, 2012; NETREGS
UK, 2012) ressaltam a importância de analisar e ponderar a energia embutida nos
materiais a selecionar, escolher materiais com maior aproveitamento e maior vida útil e
também não utilizar madeiras constantes na lista de espécies ameaçadas de extinção.
Especificamente relativo a esta diretriz, vale ressaltar que o Conselho Brasileiro de
Construção Sustentável (CBCS) vem desde 2007 contribuindo para a geração e difusão
do conhecimento e de boas práticas a cerca de seleção de materiais, por meio da
ferramenta “Seleção em 6 passos” visando à sustentabilidade na construção civil e suas
inter-relações com a indústria de materiais de construção, com o setor financeiro, o
governo, a academia e a sociedade civil.
Além disso, o PBQP-H possui um sistema de avaliação de empresas de materiais,
componentes e sistemas construtivos (SiMaC),`` além do Sistema de Avaliação da
Conformidade de Serviços e Obras da Construção Civil – SiAC. O SiMaC tem como
objetivo fomentar a capacitação tecnológica das empresas que desejam produzir
materiais, componentes e sistemas em conformidade com as normas técnicas,
combatendo a não-conformidade sistemática, visando sempre a melhoria da qualidade
na produção habitacional. Já o SiAC tem como objetivo avaliar a conformidade do
sistema de gestão da qualidade das empresas de serviços e obras, e baseia-se na série de
normas ISO 9000. O Sistema busca elevar o nível da qualidade do setor, envolvendo
119
especialidades técnicas de execução de obras, serviços especializados de execução de
obras, gerenciamento de obras e de empreendimentos e elaboração de projeto
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2010).
Em relação à redução de perdas de materiais por manuseio, transporte horizontal e
vertical, por estoque excessivo, armazenamento ou roubo, os canteiros de “Maior
Adoção” já adotam práticas como: equipe específica para a logística da compra,
recebimento, armazenagem e distribuição do material para o campo, uso de gruas e
cremalheiras, uso de paletes com redução do tamanho para que caiba no elevador
cremalheira, uso de circuito de câmeras nos almoxarifados para controle de roubo.
Os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” apresentam práticas sustentáveis
como: uso de Diálogo Diário de Segurança (DDS) para conscientização da mão de obra
sobre a redução das perdas, uso de grua no transporte, baias e paletes no armazenamento
dos materiais. Entretanto é importante destcar que, quando das visitas, os canteiros 4 e 9
apresentaram grande volume de perda de bloco. A figura 6 ilustra o transporte vertical
de material paletizado adequado no canteiro 4, mas ainda com grande volume de
resíduo gerado, o que mostra um desperdício, talvez pela falta do projeto de paginação
de blocos. A figura 7 também ilustra a perda de material, só que, por armazenamento
inadequado, gerando um volume significativo de resíduo a ser descartado. A figura 8
ilustra a perda de material na fase de assentamento de blocos no canteiro 9.
De acordo com as entrevistas, observou-se também nesses canteiros a busca de soluções
mais sustentáveis para o consumo de materiais como, por exemplo: estudo de
indicadores de perdas e produtividades junto ao programa da Comunidade da
Construção da Bahia, uso de kits nos materiais de instalações, controle de volume de
concreto, uso de formas de PVC alugada para confecção das paredes (canteiros 7 e 8).
120
Figuras 6 e 7 – Transporte vertical de materiais paletizado e Armazenagem de materiais no Canteiro 4
Fonte: DO AUTOR
Figura 8 – Perda de materiais na fase de assentamento dos blocos no Canteiro 9
Fonte: DO AUTOR
Chamou a atenção, nesses canteiros, o volume de perda de materiais nos processos
construtivos e armazenamento inadequado, quando as empresas deveriam selecionar
materiais e componentes considerando seu modo de transporte, de entrega, critérios de
armazenagem e método de aplicação, volume e características do resíduo gerado. A
adoção de sistemas construtivos modulares e de montagem que evitem as perdas nos
processos construtivos, contribuindo sobremaneira para um processo produtivo mais
limpo (SANTANDER, 2011).
Com relação aos fornecedores, o canteiro 7 já faz uso de cadastro nacional de
fornecedores, com avaliação periódica dos fornecedores e exigência de documentação.
121
Já os demais alegaram a dificuldade da distância da obra e que nem sempre o
fornecedor cadastrado atende a demanda da obra, adotando a seleção só por preço e
qualidade.
Observou-se também, nos canteiros de “Maior Adoção”, práticas sustentáveis com a
seleção dos materiais, que inclui a análise de preço, qualidade e transporte e, sempre
que possível, usando materiais locais. Os gerentes entrevitados mostraram preocupação
em contratar empresas e fornecedores capacitados, com vínculo legal e formal de seus
funcionários, e que ofereçam produtos e serviços legalizados e em conformidade com
padrões e normas, reduzindo assim riscos de perdas financeiras com processos
trabalhistas e indenizatórios e contribuindo para a segurança jurídica, idoneidade e
imagem da empresa, além do aumento da produtividade nas atividades e promoção da
justa concorrência (CARDOSO; ARAUJO, 2007; JOHN; PRADO, 2010; YAGI C. et
al., 2011; TELLO; RIBEIRO, 2012; NETREGS UK, 2012).
No consumo da água, os canteiros de “Maior Adoção” já adotam a gestão da água da
concessionária, da água pluvial e água servida. Foram identificadas nos canteiros 1, 2 e
3 práticas como: medições internas de consumo da água, uso de poço artesiano para
diminuir o consumo de água da EMBASA, uso de chuveiros com redutores, de descarga
econômica, tanque de decantação para reaproveitamento de água da lavagem de rodas.
Na gestão da água da chuva já adotam sistema de drenagem do canteiro, brita na
pavimentação, piso intertravado com aproveitamento da água captada na lavagem de
roda dos caminhões e controle das emissões de materiais particulados (figuras 9 e 10).
Figura 9 e 10 – Sistema de drenagem da água pluvial e Controle de processos erosivos no Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
122
Outra prática observada no canteiro 3 é o reuso da água servida em mictórios e vasos
sanitários (figuras 11, 12 e 13). Estas diretrizes e práticas já adotadas pelos canteiros 1,
2 e 3 corroboram com práticas sugeridas por autores como Cardoso e Araújo (2007),
Hohn e Prado (2010), Yagi C. et al. (2011) e Tello e Ribeiro (2012).
Figuras 11 e 12 - Exemplo de sistema de reutilização de água servida no Canteiro 3
Fonte: DO AUTOR
Figuras 13 - Exemplo de sistema de reutilização de água servida para mictório no
Canteiro 3.
Fonte: DO AUTOR
Nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção”, os gerentes de obras adotam
práticas como: controle da conta, uso de poço artesiano para diminuir consumo da água
da concessionária, mas sem emprego de equipamentos hidráulicos e componentes
123
economizadores, tais como restritores de vazão, bacias sanitárias de volume reduzido,
arejadores, torneiras de acesso restrito, entre outros, conforme apontado por autores
como Santander (2011). No consumo de água pluvial os canteiros 7, 8 e 9 adotam o piso
intertravado para absorção e escoamento das águas pluviais por drenagem. Apenas
fazem a captação para o escoamento, quando já poderiam estar utilizando sistema
composto por captação, reservatório, tratamento e desinfecção e distribuição das águas
provenientes das chuvas com base no volume máximo de chuva (índices
pluviométricos), para serem utilizadas em pontos de consumo que não exijam
potabilidade, tais como sistemas de irrigação para controle de material particulado,
bacias sanitárias e torneiras de lavagem das rodas, por exemplo (SANTANDER, 2011;
YAGI C. et al, 2011;TELLO; RIBEIRO, 2012). De acordo com os referidos autores,
estas medidas podem propiciar o escoamento de água pluvial de modo controlado,
minimizando impactos de enchente, poluição e proliferação de doenças sobre a
população.
Os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” visitados ainda não utilizam a água
de chuva e não reutilizam água servida alegando falta de conhecimento da técnica e
custo para o canteiro. Entretanto, estudos mostram que é possível a utilização de sistema
que permite a reutilização dos efluentes dos equipamentos sanitários (chuveiros,
lavatórios) com a concepção de pequenas estações de tratamento e armazenamento da
água servida para posterior utilização em pontos de consumo que não exijam
potabilidade, tais como descargas em bacias sanitárias, lavagem de pátios, entre outros
(SANTANDER, 2011; YAGI C. et al, 2011; TELLO; RIBEIRO, 2012; HALLIDAY,
2010). Os referidos autores ressaltam que é extremamente importante que os sistemas
de reuso não estejam interligados com tubulações de água tratada e estejam
rigorosamente sinalizados.
No consumo de energia os canteiros de “Maior Adoção” visitados fazem controle
mensal da conta de luz, fiscalização das unidades por um funcionário específico, além
do uso de lâmpadas com selo procel, exceto no campo, e do uso de sensor de presença.
Quanto à utilização de fonte alternativa de energia foi observado apenas o canteiro 2,
realizando a experiência com lâmpadas de captação solar.
Nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” os canteiros visitados apresentam
práticas conservadoras como: controle da conta de luz e uso de lâmpadas de baixo
consumo e equipamentos que consomem menos energia visando apenas o custo da obra.
Estes canteiros também não utilizam fonte alternativa de energia pelo custo alto e de
124
acordo com os entrevistados, o tempo da obra não justifica o investimento, faltando
desenvolver novas tecnologias.
Por outro lado, é de conhecimento que as fontes alternativas de energia já começam a
entrar na matriz energética brasileira de forma maior ou menor, mas a que tem mais
potencial de uso direto incorporado à arquitetura do edifício é a solar fotovoltaica
(LAMBERT, 2013). A fonte eólica, por sua vez, poderia ser agregada ao edifício em
certas regiões do país com predominância de vento interessante ao sistema centralizado
de energia (LAMBERT, 2013).
Todas estas dificuldades apresentadas pelos canteiros de “Menor Adoção” e “Média
Adoção” justificam a baixa adoção de diretrizes e práticas apresentadas no
levantamento de dados do questionário.
A tabela 7 apresenta o resumo das carências identificadas que mais dificultam a adoção
das diretrizes e práticas sustentáveis nos nove canteiros de obras visitados referentes ao
tema “Consumo”.
Concluindo, observa-se que embora o questionário apresente um percentual baixo de
diretrizes sustentáveis nesse tema, os canteiros de “Maior Adoção”, das empresas sob
certificação ambiental, já adotam um número razoável de práticas sustentáveis seja no
consumo de materiais, consumo da água, incluindo a utilização da água de chuva e a
reutilização de água servida, na contratação de fornecedores, além de práticas de
redução do consumo de energia, testando novas formas de energia alternativa.
Tabela 7 - Carências que dificultam adoção de diretrizes de “Consumo” Carências % Canteiros que identificaram a carência
Consumo de Materiais Falta solução tecnológica 56% (5 canteiros) Falta conhecimento das boas práticas 33% - 3 canteiros Falta de mão de obra qualificada 33% - 3 canteiros Custo Alto 33% - 3 canteiros
Consumo de Água Falta conhecimento das boas práticas 78% - 7 canteiros Custo Alto 44% - 4 canteiros
Consumo de Energia Custo Alto 67% - 6 canteiros Falta conhecimento das boas práticas 44% - 4 canteiros Falta solução tecnológica 44% - 4 canteiros
Fonte: DO AUTOR
125
4.2.2 Tema Emissões e Resíduos
Analisando o tema “Emissões e Resíduos” o gráfico 21 mostra que todas as diretrizes
foram consideradas como “importante” e “muito importante”, por mais de 80% das 66
empresas respondentes, porém com baixa adoção nos canteiros de obras (média de
20%). Apenas duas diretrizes aparecem com 40% de adoção pelas empresas
respondentes, sendo elas:
(a) Controle da geração, estocagem e descartes de resíduos;
(b) Preservação de vegetação remanescente.
Nos canteiros de “Maior Adoção”, o respondente do canteiro 1 justificou que é
importante pesquisar sobre esse tema porque a indústria da construção é a que mais gera
resíduos sólidos, tendo um impacto muito grande para o meio ambiente. Para o gerente
do canteiro 2, a atividade da construção é geradora de vários resíduos e tem que reduzir
e buscar soluções para agredir menos o meio ambiente, reduzir custos, otimizar
processos, diminuir acidentes. Além disso, o gerente de obra do canteiro 3 argumentou
que é importante por que existe uma legislação específica que deve ser cumprida e, por
conta, do impacto grande no custo da obra.
Gráfico 21 – Diretrizes “Muito Importante” e “Importante” e Adoção em mais de 50% dos canteiros do tema “Emissões e Resíduos” em Salvador-BA
Fonte: DO AUTOR
Nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” os respondentes dos canteiros 4, 5
e 6 justificaram que é importante buscar soluções tecnológicas nesse tema. Segundo o
126
gerente de obra do canteiro 4, já existe um trabalho com moinho para triturar resíduos
de bloco, argamassa e concreto que podem substituir o pó de pedra por exemplo. Este
gerente argumentou que é uma matéria prima muito rica e deve ser aproveitada,
mostrando a percepção de que o agregado reciclado é uma matéria prima aplicável. O
gerente de obra do canteiro 5 respondeu que é muito importante pesquisar soluções
neste tema e difundir essas soluções. Principalmente soluções para resíduos perigosos.
Já o gerente do canteiro 6 argumentou que é muito importante pesquisar tecnologias em
relação aos ruídos emitidos e ao material particulado devido ao alto índice de
reclamações da vizinhança. Completou ainda que outro fator importante é a pesquisa de
tecnologias para proteção de queda de materiais. Nos canteiros 7, 8 e 9, os gerentes
responderam que consideram importante, mais enfrentam dificuldades para implantação
de práticas relativo a resíduos e emissões, seja pela distância da obra ou falta de locais
adequados para os descartes.
Notou-se, pelas entrevistas, que apesar do tema tratar de emissões e resíduos, o tema
emissões não é mencionado pelos respondentes, mostrando um desconhecimento inicial
sobre o tema.
Ao longo das entrevistas e visitas nos canteiros de “Maior adoção” foi possível observar
um número razoável de boas práticas referentes à separação e armazenamento das
diversas classes de resíduos (espaço e equipamento específico) como: uso de baias
cobertas, bombonas, big bag e conteneirs metálicos para armazenagem dos resíduos,
seleção dos resíduos na linha de produção, reunião mensal de gestão de resíduos,
treinamento, acompanhamento e monitoramento de pessoal na gestão de resíduo, uso de
3Rs: reduzir perdas, reutilizar e reciclar resíduos. Além da limpeza e organização do
canteiro, segregação dos resíduos e a destinação final.
As figuras 14, 15 e 16 ilustram as práticas de separação e armazenagem das diversas
classes de resíduos, os espaços e equipamentos específicos.
127
Figuras 14 e 15 - Separação e armazenagem das diversas classes de resíduos com bombonas e big bag no Canteiro 2.
Fonte: CANTEIRO 2
Figura 16 - Separação e armazenagem de resíduos na linha de produção no Canteiro 3
Fonte: DO AUTOR
Analisando as respostas das entrevistas referentes a “resíduos” observou-se que algumas
práticas sustentáveis aplicadas nos canteiros de “Maior Adoção” (uso de baias e big bag
para separação dos resíduos, por exemplo) não são adotadas nos canteiros de “Menor
Adoção” e “Média Adoção”. Na separação e armazenamento das diversas classes de
resíduos (espaço e equipamento específico) e no descarte, apenas o canteiro 7 já adota a
seleção com central de resíduos e a capacitação dos funcionários para seleção e uso da
central e o descarte adequado com rastreamento para ONGs e a Revita. Já os demais
alegaram a falta de logística, cultura, conscientização e, até mesmo conhecimento, de
como proceder. As figuras 17, 18 e 19 ilustram a realidade dos canteiros visitados
referente à gestão de resíduos.
128
Figura 17– Resíduos sem separação e armazenagem adequadas no Canteiro 4
Fonte: DO AUTOR
Figura 18 – Resíduos sem separação e armazenagem adequadas e misturados com materiais no Canteiro 6
Fonte: DO AUTOR
129
Figura 19 – Resíduos sem separação e armazenagem adequada no Canteiro 9
Fonte: DO AUTOR
Na separação e armazenamento das diversas classes de resíduos e descarte incluindo a
logistica reversa, obsevou-se que os canteiros de “Maior Adoção” já vêm adotando
práticas sustentáveis, criando assim condições de espaço, local e equipamentos
específicos para separação e armazenagem das diversas classes de resíduos na fase de
obra facilitando o descarte e praticando destinação de forma correta e monitorada,
priorizando a logística reversa quando disponível para o produto (YAGI C. et al., 2011).
Por outro lado observou-se nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” o não
cumprimento da legislação de resíduos e a não adoção de práticas simples já adotadas
nos canteiros. Dificuldades em definir um plano de gerenciamento de resíduos, em
observar leis e normas de classificação de acordo com a fase que a obra se encontra e
definir alternativas de destinação de resíduos. Observou-se também a falta de uma
logística de triagem e acondicionamento interno dos resíduos nesses canteiros. Pela
resolução CONAMA nº 307/2002 os resíduos devem ser geridos e classificados em A,
B, C ou D e destinados ao local correto, conforme determina a resolução, não sendo
permitida a disposição em aterros de resíduos domiciliares, áreas de “bota fora”,
encostas, corpos d'água, lotes vagos e áreas protegidas por lei. Em 2010, também foi
sancionada a Lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e
apresentou as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis.
130
No descarte com a prática da logística reversa, foi unanime a dificuldade encontrada
pelos canteiros de fornecedores capacitados, os canteiros estão em fase de negociação
junto aos fornecedores.
Na solução do descarte para os resíduos perigosos como tintas, solventes, óleos, ou
aqueles contaminados oriundos de demolições (resíduos classe D) os canteiros de “Maior
Adoção” adotam práticas de armazenamento individualizado no almoxarifado e no
descarte com uso de baias específicas, kits de emergência para vazamento de materiais
perigosos no canteiro (figura 20) e descarte com rastreamento assegurando assim a
destinação adequada dos resíduos, contribuindo para a preservação da saúde da
comunidade, redução do uso do sistema de coleta da cidade, além de prolongar a vida útil
de aterros sanitários e contribuir para a boa imagem da empresa (KARPINSK et al.,
2009; YAGI C. et al., 2011; TELLO; RIBEIRO, 2012). Nos canteiros de “Menor
Adoção” e “Média Adoção” apenas o canteiro 7 adota tinta à base de água e cuidados
especiais com os resíduos perigosos em DDS.
Figura 20 – Kit de emergência para vazamento de materiais perigosos no Canteiro 2
Fonte: DO AUTOR
Quanto à diretriz de aproveitamento e uso de resíduos de construção, foi possível
observar práticas ainda iniciais referentes ao uso de máquina trituradora para uso de
resíduos no aterro do canteiro e na pavimentação da garagem e reutilização da madeira
131
de canteiro no pergolado do projeto de paisagismo. Os entrevistados alegaram a falta de
conhecimento dessas práticas e o tamanho da demanda do canteiro. Nos canteiros de
“Menor Adoção” e “Média Adoção”, observou-se que os canteiros 8 e 9 já adotam o
aproveitamento e uso de resíduos de construção com uso de bandejas para
reaproveitamento da massa com reutilização da sobra de concreto para vigotas, placas
pré- moldadas, combogó.
Neste item é importante esclarecer que já existem no mercado empresas prevendo a
reciclagem de alguns resíduos de demolição (com trituradores e peneiras) no próprio
local da obra, com o objetivo de reaproveitar materiais, como a brita, e reutilizá-los em
locais de pavimentação e outras aplicações que não necessitem de materiais de alta
qualidade ou elevada resistência.
Embora não se tenha muita referência disponível para atender as diretrizes de
monitoramento e controle das emissões de materiais particulados para trabalhadores e
vizinhança nos canteiros de “Maior Adoção” já são aplicadas práticas simples e que
ajudam como: uso de caminhão pipa na fase de terraplenagem, cobertura das caçambas
com lona, molhação das áreas em atividade e monitoramento da emissão do canteiro,
conforme mostram as figuras 21, 22, e 23. Quanto aos canteiros de “Menor Adoção” e
“Média Adoção” apenas o canteiro 7 iniciou o monitoramento de emissão e adota o uso
de lavagem das rodas dos caminhões dentro da área urbana.
Figura 21 - Controle das emissões de materiais particulados: uso de caminhão pipa na
fase de terraplanagem no Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
132
Figura 22 - Controle das emissões de materiais particulados: uso de caminhão coberto
com lona no Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
Figura 23 - Controle das emissões de materiais particulados: uso de molhação das áreas em atividade no Canteiro 3.
Fonte: DO AUTOR
Já os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” adotam práticas padrão como as
máscaras de EPIs, maquita com água, tela na fachada e molhação da lage na varreção.
133
Para o controle do nível do lençol freático, sua contaminação e sistema de captação e
tratamento de efluentes os canteiros 1, 2 e 3 de “Maior Adoção”, adotam práticas como:
efluentes ligados à rede pública de esgoto local e efluentes da betoneira jogado em
tanque para tratamento e destino adequado e reuso da água, conforme as figuras 24 e 25.
Promovendo assim medidas que viabilizam o tratamento e a contenção dos efluentes
líquidos, para que não sejam lançados à rede pluvial, os resíduos da lavagem do canteiro
que contenham material sólido ou contaminantes e promovendo instalações de
tratamento e rotinas de monitoramento (SANTANDER, 2011; YAGI C. et al.,
2011;TELLO; RIBEIRO, 2012).
Já os gerentes dos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” foram unanimes ao
responder que usam a fossa, sanitários químicos, esgotamento sanitário da
concessionária quando este está próximo ao empreendimento ou lançado em local
liberado pela prefeitura.
Notou-se, nas entrevistas que o tema emissões é pouco mencionado pelos gerentes de
obras dos canteiros das empresas de “Menor Adoção” e “Média Adoção”, mostrando
um desconhecimento sobre as diretrizes e práticas do mesmo.
Figuras 24 e 25– Técnica para decantação de efluentes de betoneira no Canteiro 3 e Canteiro 2
Fonte: DO AUTOR
134
Observou-se também que para atender a diretriz referente à preservação da vegetação
remanescente os canteiros de “Maior Adoção” já adotam algumas práticas sustentáveis
como: avaliação cautelar da vegetação existente, proteção da Área de Preservação
Permanente (APP), uso de placas sinalizadoras das áreas preservadas, uso de cerca de
eucalipto e tela para preservação da área de vegetação, projeto de replantio de espécie
da mata atlântica, conforme figuras 26 e 27, além de doação de mudas junto aos órgão
de meio ambiente. Os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” adotam práticas
para atender às exigências da Secretaria de Meio Ambiente como a avaliação cautelar
da vegetação existente, replantio da vegetação retirada e também ao projeto
paisagístico.
Por fim, a falta de adoção da diretriz de utilização de agregados reciclados em
substituição aos agregados naturais, evitando a extração de novos recursos naturais e
reduzindo o descarte dos resíduos, os respondentes dos canteiros de “Maior Adoção”
justificaram com a falta de conhecimento e de soluções tecnológicas.
Figuras 26 e 27 – Placas sinalizadoras nas áreas preservadas e Replantio de espécie da
mata atlântica no Canteiro 2
Fonte: DO AUTOR
135
Apenas em um canteiro de “Menor Adoção” (canteiro 4) já existe um trabalho com
moinho para triturar resíduos de bloco, argamassa e concreto para substituir o pó de
pedra por exemplo, demonstrando a percepção de que o agregado reciclado é uma
matéria prima. Neste item é importante esclarecer que já existem no mercado empresas
prevendo a reciclagem de alguns resíduos de demolição (com trituradores e peneiras) no
próprio local da obra, com o objetivo de reaproveitar materiais, como a brita, e reutilizá-
los em locais de pavimentação e outras aplicações que não necessitem de materiais de
alta qualidade ou elevada resistência. Essa ação reduz a utilização de materiais mais
nobres e os impactos causados pelo transporte e destinação dos resíduos descartados
(CARDOSO; ARAUJO, 2007; KARPINSK et al, 2009; YAGI C. et al, 2011; TELLO e
RIBEIRO, 2012). Os demais alegaram falta de conhecimento e de divulgação das
práticas sustentáveis.
Com base nas entrevistas foram listadas, no apêndice 4, todas as diretrizes e práticas
sustentáveis já adotadas em canteiros e as carências e dificuldades encontradas pelas
empresas para a adoção das mesmas.
Concluindo, observou-se neste tema que embora o questionário apresente um percentual
baixo de adoção de diretrizes sustentáveis, os canteiros de “Maior Adoção”, que
incluem as empresas sob certificação ambiental, já adotam um número razoável de
práticas sustentáveis de “Emissões e Resíduos” que vão além das exigências legais.
Observou-se também, nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção”,
dificuldades de adoção das práticas legais de resíduos, além de práticas sustentáveis
simples já aplicadas nos canteiros 1, 2 e 3, o que justifica a baixa adoção de diretrizes e
práticas apresentadas no levantamento de dados do questionário.
O resumo das carências que mais dificultam a adoção das diretrizes e práticas
sustentáveis nos nove canteiros de obras visitados referentes ao tema “Emissões e
Resíduos” é apresentada na tabela 8.
136
Tabela 8 - Carências que dificultam adoção de diretrizes “Emissões e Resíduos”
Carências – Emissões e Resíduos % Canteiros Falta conhecimento das boas práticas 67% - 6 canteiros Falta iniciativa dos órgãos públicos para a coleta seletiva 44% - 4 canteiros Falta conhecimento do destino final dos resíduos 33% - 3 canteiros Falta solução tecnológica para descontaminação e descarte dos resíduos classe D
33% - 3 canteiros
Falta solução tecnológica para aproveitamento e uso de resíduo de construção
33% - 3 canteiros
Falta solução tecnológica para monitoramento e controle de materiais particulado
33% - 3 canteiros
Fonte: DO AUTOR
4.2.3 Tema Interfaces com o Meio Exterior
No tema “Interface com o Meio Exterior”, 80% a 100% das diretrizes foram
consideradas “importante” e “muito importante”, entretanto poucas empresas adotam
estas diretrizes, como mostra o gráfico 22.
As diretrizes consideradas “importante” e “muito importante” relativas a “Interface com
o Meio Exterior” e adotadas nos canteiros questionados são:
a) Acessos e fluxos de pedestres, equipamentos, carga e descarga no canteiro de
obras (56% de adoção);
b) Interferências do canteiro de obras no trânsito local e conservação das vias e
calçadas para garantir acessibilidade (45% de adoção);
c) Processos erosivos e riscos de desmoronamento (56% de adoção).
137
Gráfico 22 – Diretrizes “Muito Importante” e “Importante” e Adoção em mais de 50% dos canteiros do tema “Interfaces com Meio Exterior” em Salvador-BA
Fonte: DO AUTOR
Analisando ainda o gráfico 22, é possível identificar as diretrizes “não adotadas” com
pouco mais de 20% de adoção e que podem necessitar de pesquisa e soluções
tecnológicas referentes ao tema “Interface com o Meio Exterior”. São elas:
a) Risco de emissão de materiais particulados para vizinhança;
b) Atenuação de incômodos sonoros;
c) Processo de demolição.
O apêndice 5 apresenta o resumo das diretrizes e práticas adotadas, além das carências
encontradas pelos nove canteiros analisados.
Nas entrevistas, quando questionados por que o tema “Interface com o Meio Exterior”
foi considerado “muito importante”, os respondentes dos canteiros de “Maior adoção”
chamaram atenção para o compromisso social com o entorno onde a empresa atua. O
gerente de obra do canteiro 2 respondeu que é meta principal amenizar e atenuar os
impactos com a vizinhança e, para isso, são adotadas soluções para que o vizinho
perceba menos, e a obra interfira menos no seu dia a dia. Este gerente do canteiro 2
realiza em sua obra estudo dos impactos na vizinhança para levantar os impactos
positivos e negativos e buscar ações para minimizar os negativos. O gerente do canteiro
3 respondeu que é importante a pesquisa para a viabilidade do processo construtivo
fruto de preocupação com o meio ambiente e conscientização das pessoas. O processo
138
de concretagem com o vibrador, por exemplo, precisa acabar, pois além da legislação de
ruído, tem a cultura do horário de TV que exige um planejamento das atividades
ruidosas dentro do canteiro. E o gerente do canteiro 1 argumentou que é importante
buscar tecnologias para as medições das poluições causadas pelas atividades do canteiro
de obras. Nas entrevistas, os respondentes dos canteiros de “Menor Adoção” e “Média
Adoção” justificaram que o tema é bastante importante pelo incômodo que o canteiro
provoca na vizinhança. O gerente de obra do canteiro 5 respondeu que por mais que se
queira minimizar o incomôdo, se torna muito difícil por trabalhar com mão de obra
artesanal, terceirizada e com fornecedores. O gerente do canteiro 4 argumentou que é
um trabalho prévio importante, mas que a empresa não faz este trabalho e apenas busca
resolver as reclamações. O gerente do canteiro 6 respondeu que é muito importante
pesquisar tecnologias em relação aos ruídos emitidos e ao material particulado devido
ao alto índice de reclamações da vizinhança. Os respondentes dos canteiros 7, 8 e 9
foram unanimes em considerar muito importante. O gerente de obra do canteiro 8
justificou que a obra pertuba bastante a vizinhança e a vizinhaça incomodada também
pertuba o andamento da obra e que o contato atualmente é informal. O gerente de obra
do canteiro 9 respondeu que no momento é feito apenas a vistoria cautelar da
vizinhança, mas é importante pesquisar soluções para o ruído do canteiro e buscar
soluções para as emissões de material particulado.
A partir das entrevistas nos nove canteiros, observou-se que os canteiros de “Maior
Adoção”, das empresas sob certificação ambiental, já adotam um número razoável de
práticas sustentáveis simples de “boa vizinhança”, mostrando ações para mitigar os
impactos do canteiro de obras.
Pelas entrevistas, observou-se que na diretriz de gestão de acessos e fluxos de pedestres,
equipamentos, carga e descarga, os canteiros de “Maior Adoção” já adotam um número
razoável de práticas sustentáveis como: estabilização dos acessos com brita, obediência
de horário com agendamento do horário de carga e descarga, acesso de pedestre
diferente do acesso dos equipamentos, estudo de layout do canteiro e isolamento de área
de carga e descarga. Na manutenção de vias e calçadas e limpeza no entorno adotam
práticas como varredura diária da calçada, uso de bandeja para carga e descarga, além
do uso de lona nas vias e calçadas durante a descarga conforme as figuras 28, 29 e 30 e
31.
139
Figura 28 - Estabilização dos acessos com brita no Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
Figura 29 - Isolamento de área de carga e descarga no Canteiro 3
Fonte: DO AUTOR
140
Figura 30 - Uso de lona nas vias e calçadas durante a descarga e concretagem no Canteiro 3
Fonte: DO AUTOR
Figura 31 - Manutenção periódica de vias e calçadas do Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
Nas visitas aos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” foi possível observar a
adoção de práticas referentes à gestão de acessos e fluxos de pedestres, equipamentos,
carga e descarga como: obediência de horário de carga e descarga e acessos adequados
para veículos, máquinas e pedestre, conforme figura 32.
141
Figura 32 – Acessos separados para pedestres e veículos no Canteiro 7
Fonte: DO AUTOR
Observou-se também, que a falta de gestão na estocagem dos materiais e falta de
gerenciamento de resíduos impactam também a vizinhança e compromete o sistema de
drenagem do bairro. As figuras 33, 34 e 35 ilustram as dificuldades de adoção de
práticas sustentáveis simples neste tema.
Figura 33 – Vias e calçadas do Canteiro 6
Fonte: DO AUTOR
142
Figura 34 – Vias e calçadas do Canteiro 4
Fonte: DO AUTOR
Figura 35 – Vias e calçadas do Canteiro 7
Fonte: DO AUTOR
143
Na diretriz de controle de riscos de desmoronamento, os canteiros de “Maior Adoção”
adotam práticas convencionais como a cobertura com brita graduada compactada,
aplicação de hidrosemeadura, cobertura com lona plástica e sacarias, conforme as
figuras 36 e 37. E os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” adotam estudo
do solo com projeto de contenção adequado como, por exemplo, a estrutura escalonada.
Figura 36-Uso de hidrossemeadura para controle de desmoronamento no Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
Figura 37-Uso de lona covencional e sacaria controle de desmoronamento no Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
144
Na diretriz minimização das emissões de ruídos e atenuação de incômodos sonoros os
canteiros de “Maior Adoção” adotam práticas sustentáveis que demostram preocupação
com os operários e a vizinhança do canteiro como: trabalho de conscientização para o
uso dos EPI’s, avaliação médica periódica do funcionário, uso de equipamento
específico na etapa de fundação (hélice contínua) para evitar ruído e vibração, acordos
de horários com a vizinhança (não trabalha sábado a pedidos da vizinhança),
monitoramento de ruídos e suspensão de serra elétrica. Já os canteiros de “Menor
Adoção” e “Média Adoção” adotam apenas a obediência e restrição de horário.
Na comunicação com os moradores sobre o empreendimento, abordando fases de uso,
operação e manutenção também os canteiros de “Maior Adoção” adotam práticas
sustentáveis como: mapeamento da vizinhança, inspeção cautelar das unidades, carta de
comunicação do início da obra com os horários de funcionamento, telefone e e-mail da
obra estabelecendo relação de transparência, uso de placa informativa dos horários de
funcionamento na frente da obra, aviso da concretagem 48h antes, livro de ocorrências
na portaria da obra e visita semanal do engenheiro de segurança nos prédios vizinhos.
A figura 38 exemplifica as práticas adotadas na “política de boa vizinhança” do canteiro
3. Nos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” os entrevistados foram
unânimes em considerar a diretriz importante e argumentar de que adotam apenas a
vistoria cautelar junto à vizinhança, justificando falta de conhecimento de como fazer e
até mesmo falta de iniciativa.
Figura 38 - Placas na fachada da obra com e-mail disponível para reclamações no Canteiro 3
.
Fonte: DO AUTOR
145
As entrevistas mostraram uma lista razoável de práticas sustentáveis já aplicadas nos
canteiros das empresas de “Maior Adoção”, inclusive sem dificuldades ou carências na
adoção. Os respondentes chamaram a atenção apenas para a necessidade de maior
atenção no projeto de layout do canteiro, que precisa contemplar a minimização das
emissões de ruídos e atenuação de incômodos sonoros com a vizinhança.
Na conclusão deste tema, observou-se que os canteiros de “Maior Adoção”, das
empresas sob certificação ambiental, já adotam um número razoável de práticas
sustentáveis simples de “boa vizinhança”, mostrando preocupação em mitigar os
impactos do canteiro de obras, buscando ouvir e informar a comunidade do entorno e
além de comunicar a política socioambiental da empresa à comunidade e aos possíveis
interessados por meio de placas, sites, panfletos, tapumes e outros meios. Estas práticas
corroboram com práticas já discutidas na literatura (CARDOSO; ARAUJO, 2007;
KARPINSK et al, 2009; YAGI C. et al, 2011; TELLO e RIBEIRO, 2012).
Observou-se também, tanto nos canteiros de “Menor Adoção” quanto nos de “Média
Adoção”, que os mesmos adotam a prática da vistoria cautelar, informando sobre a
realização de vistoria dos imóveis do entorno, avaliando seu estado e garantindo reparos
a possíveis danos, conforme apontado pela literatura no tema (CARDOSO; ARAUJO,
2007; KARPINSK et al, 2009; YAGI C. et al, 2011; TELLO e RIBEIRO, 2012).
Entretanto, observou-se dificuldades de adoção de práticas sustentáveis simples as quais
já são aplicadas em outros canteiros, tais como a manutenção de vias e calçadas,
limpeza no entorno e comunicação com moradores sobre o empreendimento abordando
fases de uso, operação e manutenção. O que justifica a baixa adoção de diretrizes e
práticas apresentadas no levantamento de dados do questionário.
A tabela 11 apresenta o resumo das carências que dificultam adoção de diretrizes
referentes ao tema “Interface com o Meio Exterior”.
Tabela 11- Carências que dificultam adoção de diretrizes “Interface com o Meio Exterior”
Carências- Interface com Meio Exterior % Canteiros Falta conhecimento das boas práticas de comunicação com os moradores
44% - 4 canteiros
Falta conhecimento das boas práticas para minimizar emissões de ruídos e incômodos sonoros
44% - 4 canteiros
Falta iniciativa por parte das empresas 33% - 3 canteiros
Fonte: DO AUTOR
146
4.2.4 Tema Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras
No tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” das vinte e cinco diretrizes
propostas, vinte e duas (88%) foram consideradas “muito importante” ou “importante” e
boa parte já são usadas nos canteiros de obras dos respondentes. Este é o tema com
maior número de diretrizes já adotadas, principalmente, referentes aos itens
“Segurança” e “Instalações Provisórias”, conforme gráficos 23 e 24.
O apêndice 6 apresenta o resumo das diretrizes e práticas adotadas, além das carências
encontradas pelos canteiros analisados.
Acredita-se que, também em Salvador-BA o item “Segurança” já vem sendo adotado
devido à legislação específica NR18, a cobrança dos órgãos competentes, facilitando a
adoção de diretrizes e práticas sustentáveis como (a)proteção contra queda de pessoas,
(b)proteção de equipamentos de movimentação de materiais e pessoas, além de (c)
proteção contra choque elétricos, (d)em escavação, (e) em máquinas e equipamentos
com o uso de EPI’S. Apenas a diretriz Certificação dos Equipamentos de Proteção
Coletiva apresentou 20% de adoção, apesar da ressalva de não existir sistema de
certificação de proteções coletiva no Brasil, apontando a necessidade de pesquisa e
soluções tecnológicas.
No item “Instalações Provisórias”, embora todas as diretrizes apareçam como “muito
importante” e “importante”, apenas as diretrizes (a)Melhoria das condições de
segurança do trabalho nos ambientes internos nas instalações provisórias do canteiro de
obras e (b)Melhoria das condições de saúde e higiene nos ambientes internos nas
instalações provisórias do canteiro de obras são adotadas nos canteiros questionados.
Acredita-se também que estas diretrizes têm sido adotadas em Salvador-BA pelas
mesmas razões do item segurança, incluindo legislação específica, além de uma
cobrança dos órgãos competentes.
O gráfico 24 aponta também as diretrizes “não adotadas” (menos de 20%) e que podem
necessitar de pesquisa e soluções tecnológicas referentes ao tema “Qualidade Intrínseca
do Canteiro de Obras” no item “Instalações Provisórias”.
147
Gráfico 23 – Diretrizes “Muito Importante” e “Importante” e Adoção em mais de 50%
dos canteiros do tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras - Segurança” em Salvador-BA
Fonte: DO AUTOR
Gráfico 24 – Diretrizes do tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” item “Instalações Provisórias” percentual de importância e adoção em Salvador-BA
Fonte: DO AUTOR
148
As diretrizes são:
a) Melhoria do conforto térmico e acústico nas instalações provisórias no
canteiro de obras;
b) Melhoria das condições de iluminação, ventilação e qualidade de ar nas
instalações provisórias no canteiro de obras;
c) Melhoria da flexibilidade arquitetônica (layout) das instalações provisórias
do canteiro de obras;
d) Mobiliários e equipamentos fixos internos para instalações provisórias do
canteiro de obras;
e) Reutilização dos componentes e sistemas construtivos de instalação
provisória em outros canteiros de obras;
f) Melhoria da segurança estrutural das instalações provisórias no canteiro de
obras;
g) Melhoria da segurança contra o fogo nas instalações provisórias no canteiro
de obras;
h) Melhoria da conectividade das instalações provisórias do canteiro de obras
com redes de água, tratamento dos efluentes, energia e comunicação;
i) Melhoria das condições de uso e operação e de manutenibilidade das
instalações provisórias do canteiro de obras;
j) Melhoria da estanqueidade das instalações provisórias do canteiro de obras.
Nos canteiros de “Maior Adoção”, quando questionados por que o tema “Qualidade
Intrínseca do Canteiro de Obras” foi considerado “muito importante”, o gerente de obra
do canteiro 2 respondeu que a empresa deve proporcionar um canteiro digno, um
ambiente bom de trabalho, onde todos tenham orgulho de estar e exista também a
motivação de trabalho. Ainda de acordo com este gerente, deve-se fornecer uma
estrutura adequada de vestiário, refeitório com alimentação de qualidade, além de
instalações ventiladas para que o colaborador se sinta estimulado. O gerente de obra do
canteiro 1 respondeu que é importante buscar boas instalações e saúde para o
trabalhador, na medida em que isto reflete no seu desempenho e produção. Através das
entrevistas, foi possível validar o alto percentual de diretrizes adotadas nos temas
“Segurança” e “Instalações Provisórias”, seja pela obediência às normas (NR18), a
149
presença do engenheiro de segurança no canteiro, o uso de DDS e a parceria com
SENAI para treinamento dos funcionários. Os respondentes dos canteiros de “Menor
Adoção” e “Média Adoção” justificaram que é muito importante investir na segurança.
O gerente de obra do canteiro 4 argumentou que em segurança não se gasta, se investe
e que deve-se buscar implantar a cultura da segurança. O gerente de obra do canteiro 5
respondeu que é importante proporcionar o bem estar e segurança do trabalhador com
boas instalações, boa alimentação com a presença de nutricionista, DDS difundindo a
política da empresa na valorização do funcionário. O gerente do canteiro 6 respondeu
que é importante a pesquisa de tecnologias para proteção de queda de materiais. O
gerente de obra do canteiro 8 argumentou ser muito importante por questões
trabalhistas. O item segurança tem que estar conforme para atender a fiscalização e os
cuidados com a proteção coletiva. O gerente do canteiro 9 respondeu que é essencial
buscar saúde e segurança do trabalhador, pois a satisfação do trabalhador é traduzida em
produtividade.
No item “Segurança”, os canteiros de “Maior Adoção” adotam práticas sustentáveis
como: uso de EPI’s com certificação, uso de DDS, delimitação da área com sinais
luminosos e sonoros, guarda corpo, varal de carpinteiro, bandejas e telas de proteção
contra queda, treinamento de segurança, medição de pressão arterial dos operários,
gremalheira e grua no transporte vertical, campanha de vacinação, palestras de saúde e
segurança, além de projeto de sinalizalção interna e externa do canteiro e presença do
engenheiro de segurança no canteiro.
Os canteiros de “Maior Adoção”, sob certificação ambiental, já adotam um número
razoável de práticas sustentáveis referentes ao item “Segurança”, destacando-se a
preocupação com a saúde e segurança tanto em relação aos funcionários da obra, quanto
aos funcionários de seus fornecedores. Foram identificadas práticas básicas como
Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção
(PCMAT), constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) quando
o número de funcionários na obra exigir. Também no item de “Instalações Provisórias”
os canteiros 1, 2 e 3 de “Maior Adoção”, adotam práticas sustentáveis buscando garantir
desempenho térmico do canteiro através da aplicação de componentes adequados e da
própria concepção do layout aliado com ventilação e iluminação natural, visando
promover o conforto do usuário, como também a diminuição dos gastos energéticos
com o condicionamento artificial, conforme orientações da literatura (SANTANDER,
2011; YAGI C. et al, 2011;TELLO; RIBEIRO, 2012).
150
Na diretriz “soluções de instalações provisórias industrializadas modulares” os três
canteiros de “Maior Adoção” destacaram a importância do uso de instalações
provisórias modulares como containers, placas de OSB e tapumes pré-moldados para a
reutilização dos sistemas construtivos em outras obras, conforme mostram as figuras 39
e 40.
Figura 39 - Uso de containers nas instalações provisórias do Canteiro 2
Fonte: CANTEIRO 2
Figura 40 - Uso de placas pré-moldadas nas instalações provisórias no Canteiro 2
Fonte: DO AUTOR
Os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” também adotam práticas do item
“Segurança” como: uso de EPI’s certificados, DDS, uso de cremalheira e grua para o
151
transporte vertical, uso de sistema de guarda corpo com cabo de aço (reutilizável) e uso
do varal de carpinteiro (sistema de linha de vida), seja pela existência de normas
específicas e pela fiscalização. Na comunicação visual externa e sinalização no canteiro
de obras adotam empresa especializada para elaboração de projeto de comunicação
visual para o canteiro. Na melhoria do conforto térmico (iluminação e ventilação) e
acústico nas instalações provisórias já adotam o estudo da posição do sol e dos ventos
para implantação do canteiro além da parceria com o SENAI para controle da poluição
sonora e do ar. Adotam também consultoria para layout dos canteiros por etapas da obra
visando a flexibilidade arquitetônica das instalações provisórias. Uso de placas de
sinalizalção do canteiro e treinamento dos funcionários para entender as placas. O
canteiro 5 já entende a importância de manter alojamento limpo, com instalação
sanitária, vestiário, cozinha e refeitório adequados ao número de funcionários e de
elaborar Plano de Emergência da Obra com telefones úteis e instruções de atendimento
às emergências, bem como realizar simulados de atendimento. As figuras 41 e 42
ilustram as práticas já adotadas.
Também observou-se adoção de práticas do item “Instalações Provisórias”, como:
estudo do layout do canteiro, reutilização de sistema construtivo em outras obras, uso de
contêiner. Além do aproveitamento da mão de obra local e capacitação de funcionários
com a parceria do SENAI.
Figura 41 – Treinamento prático para os brigadistas de emergência no Canteiro 5
Fonte: CANTEIRO 5
152
Figura 42 – Treinamento teórico e prático com Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU no Canteiro 5
Fonte: CANTEIRO 5
Observou-se que nesse tema, os itens “Segurança” e “Instalações Provisórias” já são
contemplados com práticas sustentáveis e não apresentam dificuldades de adoção,
apenas observam o custo alto, mas justificam a importância do investimento.
Não foi observado nenhum tipo de reutilização de sistemas construtivos de instalação
provisória, alegando-se a descontinuidade das obras. Como soluções de instalações
provisórias industrializadas modulares, os canteiros visitados só utilizam as instalações
em OSB, visando a reutilização, alegando também a falta de soluções tecnológicas.
Quanto à capacitação profissional dos funcionários e absorção da mão de obra local
percebeu-se a colaboração do SENAI na adoção de práticas como capacitação para os
operários (pedreiros e carpinteiros). Na absorção de mão de obra local prioriza, quando
possível, a mão de obra do interior alegando ser sem vícios. Chama a atenção também a
dificuldade encontrada com a escassez de mão de obra.
Por fim, na diretriz de capacitação profissional dos funcionários e absorção da mão de
obra local, os canteiros visitados, 1, 2 e 3, adotam práticas como: capacitação de
funcionário em parceria com o SENAI, curso de educação ambiental e inclusão digital,
companhamento das práticas, absorção da mão de obra local e mapeamento das
lideranças comunitárias com diagnóstico social. Na diretriz de capacitação profissional
dos funcionários e absorção da mão de obra local, os canteiros visitados, 1, 2 e 3
também adotam práticas sustentáveis, mostrando compromisso social e capacitando os
funcionários para atuarem de acordo com a concepção do empreendimento.
153
O baixo percentual de diretrizes foi justificado pela falta de solução tecnológica e a
necessidade de buscar novas tecnologias.
No item “Novas Tecnologias em Instalações Provisórias” (gráfico 25) apenas as
diretrizes Soluções de Instalações Provisórias em Aço e em Madeira e derivados foram
consideradas “muito importante” e “importante”, emboram não sejam adotadas nos
canteiros questionados.
Os entrevistados dos canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” chama atenção
para a falta de solução tecnológica, falta de capacitação de mão de obra e custo alto.
Gráfico 25 – Diretrizes do tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” item “Novas Tecnologias em Instalações Provisórias”, percentual de importância e adoção
em Salvador-BA
Fonte: DO AUTOR
Diretrizes consideradas “pouco importante” e que podem necessitar de pesquisa e
soluções tecnológicas referentes ao tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras”
no item “Novas Tecnologias em Instalações Provisórias”:
a) Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas
utilizando pré-fabricados de concreto;
b) Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas
modulares utilizando placas cimentícias em sistemas de vedação;
c) Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas
modulares utilizando chapas de gesso acartonado em sistemas de vedação.
154
No item de “Novas Tecnologias em Instalações Provisórias” adotam algumas soluções
modulares industrializadas, mas reforçaram a necessidade de buscar novas tecnologias.
Após analisar as respostas das entrevistas nos canteiros das empresas com “Menor
Adoção” e “Média Adoção” foi possível concluir que estes canteiros já adotam algumas
práticas sustentáveis no item “Segurança”, mas ainda são poucas as práticas sustentáveis
aplicadas no item “Instalações Provisórias” nesses canteiros. É importante destacar que
devido ao número elevado de diretrizes a serem observadas no canteiro, este trabalho
não buscou aprofundar nas questões de segurança e instalações provisórias. Estes dois
temas serão discutidos em profundidade em outros estudos, que fazem parte do Projeto
Cantechis.
Mesmo já possuindo sistema de gestão da qualidade essas empresas apresentaram
dificuldades para aplicação de práticas sustentáveis nos canteiros, mostrando falta de
conhecimento de práticas simples já aplicadas em outros canteiros de obras de outras
empresas.
A tabela 12 aponta as carências que dificultam adoção de diretrizes referentes ao tema
“Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras”.
Tabela 12 - Carências que dificultam adoção de diretrizes “Qualidade Intrínseca do
Canteiro de Obras” Carências % Canteiros
Segurança Falta concientização dos operários 44% - 4 canteiros Custo dos equipamentos 33% - 3 canteiros
Instalações Provisórias Falta soluções tecnológicas 67% - 6 canteiros Descontinuidade das obras 44% - 4 canteiros Falta conhecimento na elaboração do layout do canteiro
33% - 3 canteiros
Novas Tecnologias em Instalações Provisórias Falta soluções tecnológicas 100% - 9 canteiros Custo 33% - 3 canteiros
Fonte: DO AUTOR
155
4.3 DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO DE CANTEIROS DE OBRAS
HABITACIONAL DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL
Com base na revisão bibliográfica realizada e nos resultados obtidos do questionário e
das entrevistas aplicadas, buscou-se propor diretrizes que devem ser consideradas na
etapa de execução da obra, para desenvolvimento de canteiros de obras habitacional de
baixo impacto ambiental as quais são destacadas a seguir.
4.3.1 Tema “Consumo”
O canteiro de obras consome recursos materiais de diversas naturezas e procedências
incluindo água e energia elétrica durante as diferentes atividades de produção e nas
instalações provisórias.
O consumo em excesso ou desperdício dos materiais influencia diretamente na
aceleração do esgotamento de jazidas minerais ou de recursos naturais, além do
aumento da geração de resíduos no meio ambiente. O consumo desnecessário de água
colabora para a escassez desse recurso cada vez mais raro. E a redução do consumo de
energia elétrica nas atividades de produção e o uso de fontes alternativas de energia
incluindo as renováveis, implica significativos ganhos ambientais e economia de
recursos.
As diretrizes e práticas que visam diminuir o consumo e as perdas em canteiro de obras
são:
Consumo de Materiais
a) Redução de perdas de materiais na execução dos serviços, por superprodução,
substituição e defeito, por meio da adoção das seguintes práticas:
- uso da plataforma BIM-REVIT para compatibilização de projetos e simulação
da paginação de materiais, revestimentos e alvenarias;
- adoção de projetos executivos prontos antes de iniciar a obra;
- projeto de paginação antecipada para a aplicação dos materiais;
- uso de fábricas dentro do próprio canteiro;
- planejamento com fornecedor dos tamanhos das peças para atender o projeto
de paginação;
156
- liberação de KITS para área de produção;
- uso de formas de PVC alugada para confecção das paredes;
- seleção dos materiais com maior aproveitamento e maior vida útil;
- adoção de sistemas construtivos modulares e de montagem que evitem as
perdas nos processos construtivos.
-coordenação modular com organização espacial do assentamento de materiais
nas três dimensões.
b) Redução de perdas de materiais por manuseio, transporte horizontal e vertical, por
meio da adoção das seguintes práticas:
- uso de gruas e cremalheiras;
- tranporte com material paletizado;
- redução do tamanho dos paletes para que caiba no elevador cremalheira;
- análise de preço, qualidade e modo de transporte, de entrega e, sempre que
possível, usando materiais locais;
- priorizar o uso de materiais que não utilizem produtos tóxicos na fabricação;
c) Redução de perdas de materiais por estoque excessivo, armazenamento ou roubo, por
meio da adoção das seguintes práticas:
- uso de baias e paletes no armazenamento dos materiais;
- uso de circuito de câmeras nos almoxarifados para controle de roubo;
- estudo de indicadores de perdas e produtividades junto ao programa da
Comunidade da Construção da Bahia,
- equipe específica para a logística da compra, recebimento, armazenagem e
distribuição do material para o campo,
- critérios para compra de materiais, produtos e sistemas construtivos, a partir de
fontes confiáveis que incluam informações sobre análise do ciclo de vida e
propriedades como o desempenho técnico;
d) Critérios para compra dos materiais, produtos e sistemas construtivos;
- contratar empresas e fornecedores capacitados, com vínculo legal e formal de
seus funcionários, e que ofereçam produtos e serviços legalizados e em
conformidade com padrões e normas;
157
-seleção dos materiais locais ou transporte com baixo impacto ambiental;
-seleção dos materiais que não utilizem produtos tóxicos na fabricação (como
tintas e vernizes), nem produtos que liberem gases tóxicos durante sua aplicação
ou uso;
- seleção de materiais e componentes, dando preferência aos que provêm de
fábricas preocupadas com questões socioambientais,
e) Critérios e rotinas para avaliar a qualidade de fornecedores e parceiros da obra;
- uso de cadastro nacional de fornecedores;
- avaliação periódica dos fornecedores.
É importante destacar que informações sobre conformidade de produtos podem ser
obtidas junto ao SiMaC. Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas
Construtivos, que trata dos diversos aspectos do desempenho dos materiais construtivos.
E o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), disponibiliza boas práticas
de sustentabilidade na construção civil.
Consumo de Água
a) Gestão do consumo de água da concessionária, por meio das seguintes práticas:
- acompanhamento da conta nas etapas da obra;
- medições internas de consumo da água;
- uso de poço artesiano para diminuir o consumo de água da concessionária;
- funcionário responssável pela fiscalização na obra.
- uso de equipamentos hidráulicos e dispositivos economizadores;
- chuveiro e torneiras com redutor de vazão;
- bacias sanitárias de volume reduzido, descarga com duplo acionamento.
b) Gestão da água pluvial, por meio das seguintes práticas:
- projeto de drenagem do canteiro;
- piso intertravado para absorção e escoamento das águas pluviais por drenagem;
-escoamento superficial, áreas permeáveis, sistema de retenção ou infiltração;
- brita na pavimentação;
158
- piso intertravado com aproveitamento da água captada.
c)Aproveitamento de água de chuva para uso não potável, por meio de:
- lavagem de rodas dos caminhões;
-controle do material particulado;
d) Reaproveitamento da água servida (água cinza) para uso não potável, por meio, por
exemplo de reuso da água servida dos lavatórios em mictórios e vasos sanitários.
Consumo de Energia
a) Gestão do consumo de energia, por meio de:
- controle mensal da conta de luz,
- fiscalização das unidades por um funcionário específico,
-uso de dispositivos economizadores;
- uso de minuteiras
- uso de sensor de presença.
- uso de lâmpadas com selo procel exceto no campo;
-redução do consumo de energia elétrica nas atividades de produção;
- utilização de equipamentos e aparelhos com baixo consumo de energia.
b)Utilização de fontes alternativas de energia, por meio de uso de lâmpadas de captação
solar.
4.3.2 Tema “Emissões e Resíduos”
As atividades de produção do canteiro de obras geram emissões e produzem grande
volume de resíduos de diversos tipos que requerem gestão e destinação adequada. As
diretrizes relacionadas a este tema são:
Emissões
a) Monitoramento e controle das emissões de materiais particulados (para trabalhadores
e vizinhança), por meio das seguintes práticas:
159
- molhação da lage na varreção;
- uso máscaras de EPIs;
- uso de caminhão pipa na fase de terraplenagem;
- cobertura das caçambas com lona;
- monitoramento da emissão.
- uso de maquita com água;
- tela na fachada.
b) Identificação dos riscos decorrentes da emissão de materiais particulados das
atividades da produção para os trabalhadores;
c) Controle do nível do lençol freático e a sua contaminação;
- contenção dos efluentes líquidos;
- prover instalações de tratamento e rotinas de monitoramento.
- efluentes ligados à rede pública de esgoto local;
- efluentes da betoneira jogado em tanque para tratamento e destino adequado.
d) Sistema de captação e tratamento de efluentes;
- efluentes ligados à rede pública de esgoto local;
- efluentes da betoneira jogado em tanque para decantação e destino adequado;
e) Preservação da vegetação remanescente.
-avaliação cautelar da vegetação;
- uso de placas sinalizadoras das áreas preservadas;
- uso de cerca de eucalipto e tela para preservação da área de vegetação;
- projeto de replantio de espécie da mata atlântica;
- doação de mudas junto aos órgãos de meio ambiente;
- projeto paisagístico.
160
Resíduos
a) Controle da geração, estocagem e quantificação de resíduos, por meio das seguintes
práticas:
- plano de gerenciamento de resíduos, observar leis e normas de classificação de
acordo com a fase da obra;
- logística de triagem e acondicionamento interno dos resíduos no canteiro;
- reunião mensal de gestão de resíduos;
- central de resíduos e a capacitação dos funcionários para seleção e uso da
central;
- definir alternativas de destinação de resíduos;
-separação e armazenagem das diversas classes de resíduos (espaço,
equipamento específico);
-limpeza e organização do canteiro, segregação dos resíduos e a destinação final;
-uso de baias cobertas, bombonas, big bag e conteneirs metálicos para
armazenagem dos resíduos;
- seleção dos resíduos na linha de produção;
-treinamento, acompanhamento e monitoramento de pessoal na gestão de
resíduo;
-descarte de resíduos com rastreamento, incluindo a logística reversa;
- rastreamento para ONGs e a Revita.
b) Descontaminação e soluções de descarte para os resíduos perigosos como tintas,
solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições
(resíduos classe D), por meio das seguintes práticas:
- adotar tinta à base de água;
- armazenamento individualizado no almoxarifado;
- descarte com uso de baias específicas;
- kits de emergência para vazamento de materiais perigosos no canteiro;
- descarte com rastreamento;
161
- prática da logística reversa.
c) Aproveitamento e uso de resíduos de construção, por meio de:
- reutilização da sobra de concreto para vigotas, placas pré- moldadas, combogó;
- uso de máquina trituradora para uso de resíduos no aterro do canteiro e na
pavimentação da garagem;
- reutilização da madeira de canteiro no projeto de paisagismo;
d) Utilização de agregados reciclados em substituição aos agregados naturais, evitando a
extração de novos recursos naturais e reduzindo o descarte dos resíduos, por meio, por
exemplo, de trituração de resíduos de bloco, argamassa e concreto para substituir o pó
de pedra.
4.3.3 Tema “Interface com o Meio Exteior”
Trata-se da qualidade obtida a partir do controle dos impactos do canteiro de obras
sobre o ambiente externo, buscando a saúde, segurança e redução dos desconfortos ou
incômodos resultantes das atividades de produção. As diretrizes são:
a) Gestão de acessos e fluxos de pedestres, equipamentos, carga e descarga, por meio
de:
- estabilização dos acessos com brita;
- agendamento do horário de carga e descarga;
- isolamento de área de carga e descarga;
- acesso de pedestre seguro e distinto;
- estudo de layout do canteiro;
b) Manutenção de vias e calçadas e limpeza do entorno, usando práticas como:
- varredura diária da calçada;
- uso de bandeja para carga e descarga;
- uso de lona nas vias e calçadas durante a descarga.
c) Controle de processos erosivos e riscos de desmoronamento, tais como:
- cobertura com brita graduada compactada;
162
- aplicação de hidrosemeadura;
- cobertura com lona plástica e sacarias.
d) Identificação dos riscos decorrentes da emissão de materiais particulados das
atividades da produção para a vizinhança, por meio de práticas como:
- uso de caminhão pipa na fase de terraplenagem;
- cobertura das caçambas com lona;
-tela na fachada;
- molhação da lage na varreção;
- monitoramento da emissão do canteiro;
e) Minimização das emissões de ruídos e atenuação de incômodos sonoros, por meio de:
- comunicação com moradores sobre o empreendimento abordando fases de uso,
operação e manutenção;
- obediência de horário;
- uso de equipamento específico na etapa de fundação (hélice contínua) para
evitar ruído e vibração;
- acordos de horários com a vizinhança (não trabalhar sábado a pedidos da
vizinhança);
- o uso de equipamentos e ferramentas mais silenciosos;
- uso de abafadores de ruído ou dispositivos silenciadores;
- monitoramento de ruídos;
- suspensão de serra elétrica no canteiro;
- respeitar o limite máximo de nível de ruído aéreo e as faixas de horários
estabelecidos pelo município para a zona urbana em que se insere o canteiro
- inspeção cautelar das unidades,
- carta de comunicação do início da obra com os horários de funcionamento;
- telefone e e-mail da obra estabelecendo relação de transparência;
- uso de placa informativa dos horários de funcionamento na frente da obra;
- aviso da concretagem 48h antes;
163
- livro de ocorrências na portaria da obra;
- visita semanal do engenheiro de segurança nos prédios vizinhos.
- mapeamento das lideranças comunitárias com diagnóstico sócia
- absorção da mão de obra local.
f) Minimização dos incômodos visuais por meio de mapeamento da vizinhança;
G) Processos de demolição e plano de contigência, por meio de:
-conservação das matas ciliares e Áreas de Preservação Permanente (APP),
mantendo sua função ambiental: profundidade e perfil do leito do rio e das
margens, vegetação do entorno, qualidade das águas, entre outros.
- avaliação cautelar da vegetação existente;
- proteção da Área de Preservação Permanente (APP);
- uso de placas sinalizadoras das áreas preservadas;
- uso de cerca de eucalipto e tela para preservação da área de vegetação;
- uso de projeto de replantio de espécie da mata atlântica;
- doação de mudas junto aos órgão de meio ambiente.
4.3.4 Tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras”
A qualidade intrínseca do canteiro de obras está relacionada à saúde, à segurança e ao
bem estar dos trabalhadores nele atuantes. As instalações provisórias também
necessitam atender parâmetros de saúde, conforto e desempenho ambiental. A inovação
tecnológica pode promover melhorias significativas no desempenho e oferecer soluções
sustentáveis para o canteiro de obras. As diretrizes para atender este tema são:
Segurança
a) Proteções contra quedas de pessoas em diferença de nível, por meio dos seguintes
exemplos:
- uso de EPIs com certificação
- delimitação da área com sinais luminosos e sonoros;
164
- uso de guarda corpo;
-uso de varal de carpinteiro;
- bandejas e telas de proteção contra queda;
- treinamento de segurança;
- medição de pressão arterial dos operários;
-divulgação de telefones úteis;
b) Proteções em equipamentos de movimentação de materiais;
- gremalheira e grua no transporte vertical;
-capacitação e treinamento de funcionários em todos os níveis de escolaridade
com divulgação das boas práticas ambientais e estimular que o mesmo seja feito
pelos fornecedores;
c) Proteções em equipamentos de movimentação de pessoas;
-promoção de ambiente de trabalho colaborativo;
d) Proteções contra choques elétricos;
-elaboração de Plano de Emergência da Obra com telefones úteis e instruções de
atendimento às emergências, bem como realizar simulados de atendimento.
e) Proteções em máquinas e equipamentos;
- trabalho de conscientização para o uso dos EPI’s;
- avaliação médica periódica do funcionário;
f) Proteção em escavações;
- presença do engenheiro de segurança no canteiro.
- parceria com SENAI para treinamento dos funcionários;
- instruções de atendimento às emergências;
- realização de simulados de atendimento.
- curso de educação ambiental e inclusão digital,
Práticas básicas como Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na
Indústria da Construção (PCMAT), constituição da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) quando o número de funcionários na obra exigir.
165
Instalações Provisórias
a) Comunicação visual externa e sinalização no canteiro de obras;
- elaboração de projeto de comunicação visual para o canteiro;
- sinalizalção interna e externa do canteiro;
- treinamento dos funcionários para entender as placas.
b) Conforto térmico e acústico nas instalações provisórias;
-parceria com o SENAI para controle da poluição sonora e do ar;
-ergonomia no canteiro de obras e do escritório;
- estudo da posição do sol e dos ventos para implantação do canteiro.
c) Condições de iluminação, ventilação e qualidade de ar nas instalações provisórias no
canteiro de obras;
- estudo da posição do sol e dos ventos para implantação do canteiro;
- planejamento do layout das instalações provisórias para melhoria da
flexibilidade arquitetônica;
d) Melhoria das condições de saúde e higiene nos ambientes internos nas instalações
provisórias;
- campanha de vacinação;
-palestras de saúde e segurança;
- boa alimentação com a presença de nutricionista,
e) Reutilização dos componentes e sistemas construtivos de instalação provisória em
outros canteiros de obras;
- instalações provisórias modulares como containers,
- uso de placas de OSB e tapumes pré-moldados;
-segurança estrutural das instalações provisórias no canteiro de obras;
f) Segurança contra o fogo nas instalações provisórias no canteiro de obras.;
- elaborar Plano de Emergência da Obra com telefones úteis e instruções de
atendimento às emergências
- realizar simulados de incêndio.
166
g) Conectividade das instalações provisórias do canteiro de obras com redes de água,
tratamento dos efluentes, energia e comunicação;
h) Condições de uso e operação e de manutenibilidade das instalações provisórias do
canteiro de obras;
i) Preservação das áreas verdes e permeáveis na área do canteiro, de acordo com
condições geológicas e hidrológicas, dando preferência às espécies nativas.
Novas Tecnologias em Instalações Provisórias
a) Reutilização dos sistemas construtivos de intalaçõrs provisórias;
b) Soluções de instalações provisórias industrializadas modulares em aço (contêineres);
c) Soluções de instalações provisórias industrializadas utilizando pré fabricados de
concreto;
d) Soluções de instalações provisórias industrializadas modulares utilizando chapas de
gesso acartonado em sistemas de vedação.
167
5. CONCLUSÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
5.1 CONCLUSÕES FINAIS
Este trabalho apresenta uma contribuição para desenvolvimento de canteiro de obras
habitacional de baixo impacto por meio do estabelecimento de diretrizes para adoção de
práticas sustentáveis, que foram identificadas utilizando a estratégia de pesquisa de
levantamento de dados (survey).
Para isso, buscou-se responder as seguintes questões de pesquisa: (a) Quais as diretrizes
e práticas nacionais e internacionais para desenvolvimento de canteiros de obras
habitacional de baixo impacto ambiental? (b) Quais as diretrizes e práticas já adotadas
nos canteiros de obras habitacionais? e (c) Quais as carências que dificultam a adoção
dessas diretrizes e práticas?
Como a estratégia principal de pesquisa foi o levantamento de dados (Survey),
identificou-se algumas limitações na coleta dos dados com a aplicação e retorno dos
questionários. Com o objetivo de identificar, priorizar e validar as necessidades de
pesquisa para a sustentabilidade ambiental e melhorias das condições de trabalho em
canteiro de obras nas cidades de Salvador-Ba, São Paulo-SP, Interior-SP e Porto
Alegre-RS, os questionários foram enviados, via google.docs, para 151 empresas, mas
apenas 66 foram respondidos. Identificou-se, também, limitações na análise dos dados
do questionário. Só foi possível analisar dados quantitativos. A ferramenta não
respondeu os “como” e os “por que”, sendo necessário a aplicação de entrevistas para a
validação e esclarecimentos dos resultados.
Por meio da revisão da literatura foi possível levantar as diretrizes sustentáveis em
quatro temas importantes: “Consumo”, “Emissões e Resíduos”, “Interface com o Meio
Exterior” e “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” e assim estruturar as questões
para a aplicação do questionário.
Com a aplicação e análise do questionário identificou-se quais os temas e diretrizes
considerados “importante” e “muito importante” pelas empresas e quais as diretrizes já
adotadas em mais de 50% dos seus canteiros de obras. Inicialmente foi observado que
todos os temas foram considerados “importante” e “muito importante” pelas empresas
respondentes, mas com pouca adoção (menos de 50%) das diretrizes nos canteiros de
obras. O destaque foi para o tema “Interface com o Meio Exterior” com 90% de
importância. Entretanto, o tema “Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras” teve o
168
maior número de diretrizes adotadas com 43% de adoção e o menor número de
diretrizes adotadas foi o tema “Emissões e Resíduos” com apenas 20% de adoção.
A partir destes dados, foi possível identificar uma lacuna entre a preocupação das
empresas respondentes e a real adoção das diretrizes para desenvolvimento de canteiros
de baixo impacto ambiental e com melhores condições de trabalho. Neste sentido,
tornou-se importante entender as razões pelas quais existe esta lacuna, quais as
carências e necessidades para que a adoção de diretrizes seja coerente e reflita a
importância atribuída pelas construtoras.
Buscou-se então com as entrevistas validar o questionário e responder questões como:
“Por que as empresas consideram as diretrizes “importante” e “muito importante”,
porém ainda não adotam em seus canteiros?” “Quais as carências encontradas pelas
empresas que dificultam essa adoção?” “Qual o perfil das empresas que adotam
diretrizes e qual o perfil das empresas que não adotam?”
Pelas entrevistas foi possível observar que os canteiros das empresas com “Maior
Adoção” por adotarem normas técnicas como NBR ISO 9001 e sistema de gestão
integrada PBQP-H- Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat,
Sistema de Gestão de Qualidade específico para a Construção Civil e possuírem
empreendimentos sob algum programa de certificação ambiental, como AQUA,
Programa Obra Sustentável-Banco Santander ou Programa Integrado de
Sustentabilidade já adotam diretrizes e práticas sustentáveis nos quatro temas.
Por outro lado, os canteiros das empresas “Menor Adoção” e “Média Adoção” onde
estão incluídos os canteiros de habitação de interesse Social-HIS, apresentaram
dificuldades e falta de conhecimento para a adoção de diretrizes e práticas simples já
adotadas pelos canteiros com “Maior Adoção” como abordado nos resultados.
Observou-se, por exemplo, dificuldades em adotar diretrizes legais apresentando grande
volume de resíduos, perdas por armazenamento inadequado, gerando um volume
significativo de resíduos a ser descartado, práticas conservadoras no consumo de
materiais, de energia, além do pouco uso da água da chuva e não reaproveitamento de
água servida.
Concluiu-se que os canteiros de “Menor Adoção” e “Média Adoção” das empresas com
sistema de gestão, mas, que não estão sob certificação ambiental, apresentaram pouca
169
adoção das diretrizes sustentáveis e muitas dificuldades na adoção de diretrizes simples
já adotadas pelos canteiros e até mesmo das diretrizes referentes às exigências legais.
Chamou a atenção a “falta de conhecimento das boas práticas” que aparecem como
carência nos três temas: “Consumo”, “Emissões e Resíduos” e “Interface com o
exterior”. Diante das carências e dificuldades apresentadas torna-se importante o
levantamento e a divulgação das diretrizes sustentáveis para canteiro de obras de baixo
impacto.
As empresas que, além de sistema de gestão, possuem empreendimentos certificados ou
sob alguma certificação ambiental, apresentaram canteiros de obras com maior número
de diretrizes e de práticas sustentáveis. Além disso, ao atender as exigências das
certificações ambiental passam a construir de forma mais responsável, atendendo à
legislação trabalhista, fiscal e ambiental, estendendo aos fornecedores e parceiros estas
boas práticas, inclusive buscando práticas que vão além do que a legislação obriga.
Uma das hipóteses do trabalho foi que empresas que adotam sistema de gestão e
possuem empreendimentos sob certificação ambiental apresentam maior adoção de
diretrizes sustentáveis em seus canteiros de obras.
Após análise das diretrizes e práticas, por temas, aplicadas nos canteiros entrevistados,
foi possível concluir que existe uma relação entre os canteiros com sistema de gestão da
qualidade e sob certificação ambiental e o número de diretrizes e práticas sustentáveis.
O atendimento das diretrizes sustentáveis por meio das certificações ambientais e suas
contribuições para a avaliação de canteiro de obras de baixo impacto é um caminho para
essa transformação.
Neste sentido conclue-se que o desenvolvimento do canteiro de obras de baixo impacto
exige compromisso da direção da empresa, estabelecimento de políticas publicas
sustentáveis e incentivos ao desenvolvimento de materiais e tecnologias nas indústrias
de construção civil, visando à industrialização do processo de construção no Brasil. Este
está estritamente ligado à necessidade de criação de subsídios para viabilizar
economicamente a adoção de tecnologias inovadoras que possam proporcionar o uso
racional dos recursos, seja energia, água ou materiais. Além de metas progressivas e
indicadores constantemente atualizados, formação de recursos humanos, evolução
contínua, desenvolvimento de programas de capacitação e uso de mão de obra local,
com desenvolvimento e adoção de inovações tecnológicas, políticas públicas de
incentivo e cobrança eficiente. Além da promoção de fóruns com intuito de fortalecer o
elo entre a as construtoras, a indústria, academia e governo.
170
5.2 RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
As análises e resultados obtidos nesse trabalho podem ser pontos de partida para outros
estudos voltados para construção sustentável em empreendimentos habitacionais. As
recomendações para trabalhos futuros são as seguintes:
(a) desenvolver mecanismos para facilitar a implantação da logística reversa
entre os canteiros de obras e os fornecedores;
(b) desenvolver instalações provisórias industrializadas modulares visando
baratear sua implantação e reutilização;
(c) desenvolver estudos para descontaminação e soluções de descarte para os
resíduos perigosos como tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições (resíduos classe D);
(d) desenvolver um sistema de informação para armazenamento de diretrizes e
práticas sustentáveis para canteiro de obras de baixo impacto visando
facilitar a divulgação e atualização das boas práticas;
(e) desenvolver mecanismos para facilitar a implantação das diretrizes
sustentáveis;
(f) desenvolver estudos para medição e controle da emissão de material
particulado nos canteiros de obra.
171
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APÊNDICES
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
I D E N T I F I C A Ç Ã O D E P R I O R I D A D E S E M P E S Q U I S A C O M F O C O N A S U S T E N T A B I L I D A D E E N A M E L H O R I A D A S
C O N D I Ç Õ E S D E T R A B A L H O N O S C A N T E I R O S D E O B R A S .
Prezados(as) Senhores(as),
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC gostaria de convidá-lo a participar da pesquisa de Identificação de Prioridades em Pesquisa com foco na Sustentabilidade e na Melhoria das Condições de Trabalho nos Canteiros de Obras, por meio do preenchimento do presente questionário.
Este questionário é etapa inicial do Projeto de Pesquisa Cantechis – Tecnologia para Canteiro de Obras Sustentável de Habitação de Interesse Social, financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP e desenvolvido pela rede de pesquisa colaborativa formada pelas universidades Universidade Federal da Bahia - UFBA, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar e Universidade de São Paulo / Escola Politécnica – USP, com a participação da CBIC, da Associação Brasileira da Construção Industrializada em Concreto - ABCIC e de Sinduscon’s de diferentes estados.
O questionário é composto por duas partes: identificação da empresa construtora e nível de importância para o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias e melhores práticas sustentáveis em canteiros de obras. Para cada questão há uma segunda pergunta que visa identificar as boas práticas já presentes nas rotinas operacionais da empresa.
A sua contribuição é de grande importância para a identificação das prioridades de pesquisas em tecnologias e melhores práticas para, no final desta etapa, propor “Diretrizes para uma Política de Ciência, Tecnologia e Sociedade para a Construção Civil” que inclua as questões sustentabilidade ambiental e melhoria das condições de trabalho em canteiros de obras.
Atenciosamente,
Eng. Paulo Safady Simão
Presidente da CBIC
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
Nome da Empresa:
Função na Empresa:
Tempo de atuação no mercado:
0-5 anos 6-10 anos 11-20 anos Mais de 21
Número de funcionários do quadro administrativo:
1-19funcionários
20-99funcionários
100 – 499 funcionários Mais de 500 funcionários
Mercado de atuação:
Residenciais Comerciais Obras públicas de edificações
Industriais
Incorporação imobiliária
Produção estatal
Habitação de Interesse Social
Manutenção e reforma
Outros
Do mercado imobiliário (escritórios, consultórios, etc.)
De base imobiliária (escritório para locação, hotéis e flats, centros comerciais e afins, edifícios para serviços de estocagem e distribuição,etc.)
De propriedade privada para o cliente final (edifícios corporativos, hotéis, cadeias de lojas, escolas e universidades, hospitais e afins, cinemas e afins, etc.)
Outros
Escolas e similares
Edifícios para obras de infraestrutura
Edifícios públicos, prédios administrativos governamentais
Hospitais e similares
Outros
Obras civis
Obras de montagem industrial
Outros
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
Sistemas de Gestão implementados:
NBR ISO 14001 NBR ISO 9001 OHSAS 18000SiAC
(PBQP-H)Não Possui
Possui empreendimento certificado ou em processo de certificação de qualidade ambiental:
Processo AQUA LEEDPROCEL EDIFICA/INMETRO
SELO CASA AZUL (Caixa)
BREEAMNão Possui
Para cada tema abaixo, atribua o nível de importância para o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias e melhores práticas em sustentabilidade ambiental e melhoria das condições de trabalho. Além disso, assinale uma segunda afirmativa, caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adote tais práticas.
1. CONSUMOS
No canteiro de obras consomem-se recursos materiais de diversas naturezas e procedências incluindo água e energia elétrica durante as diferentes atividades de produção e nas instalações provisórias, muitas vezes em excesso. Diversos aspectos podem carecer de pesquisa e proposição de melhores práticas que visem diminuir o consumo e as perdas de materiais em canteiro de obras.
Assim, em relação ao Consumo de Materiais, Água e Energia, atribua um nível de importância para o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias e melhores práticas que possam contribuir com suas obras:
1.1. Redução de perdas de materiais na execução dos serviços, no recebimento, no transporte interno, na estocagem e no manuseio de materiais no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.1.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
1.2. Desenvolvimento de critérios para compra dos materiais, produtos e sistemas construtivos a partir de fontes confiáveis e que incluam informações sobre análise do ciclo de vida (procedência, processamento, uso e manutenção, durabilidade e descarte) e propriedades como o desempenho técnico.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.2.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
1.3. Desenvolvimento de um sistema de avaliação dos fornecedores de materiais e produtos incentivando a formalização em relação à Receita Federal, com licença ambiental para operar, socialmente responsável e que respeitem as normas.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.3.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
1.4. Aprimoramento das instalações provisórias visando reduzir o consumo de água potável, de energia elétrica e gás, bem como dos equipamentos, sistema de iluminação e sistema de condicionamento de ar no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.4.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
1.5.Aproveitamento de águas pluviais no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.5.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
1.6.Aproveitamento de águas cinzas (servidas) no canteiro de obras.
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.6.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
1.7.Redução do consumo de energia elétrica nas atividades de produção no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.7.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
1.8. Uso de fontes alternativas de energia para energia consumida no canteiro de obras, incluindo as renováveis (fotovoltaica, eólica, etc.).
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
1.8.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2. EMISSÕES E RESÍDUOS
As atividades de produção no canteiro de obras geram emissões e produzem resíduos de diversos tipos que requerem gestão e destinação adequada. A geração e a gestão de resíduos sólidos nos canteiros de obra são relevantes devido ao seu volume e potencial de contaminação, em especial do solo, e pelo seu potencial de valorização enquanto matéria prima ou fonte energética. A emissão de materiais particulados de diferentes naturezas e granulometrias durante as atividades desenvolvidas no canteiro de obras também cria uma preocupação em relação à poluição do ar e aos riscos de saúde ocupacional para os trabalhadores e para a vizinhança. Também é necessária a gestão das águas servidas, que envolve o controle de seus fluxos por meio de infiltração e escoamento superficial para minimizar a poluição de lençóis e cursos d’água e diminuir os riscos de contaminação. Outro fator preocupante é a perda da camada superior e fértil do solo decorrente da erosão, reduzindo a capacidade do solo de sustentar a fauna e a flora local, além de prejudicar a drenagem das águas, levando a possíveis inundações.
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
Em relação a Emissões de Resíduos, Materiais Particulados, Lançamento de Efluentes e Poluição do Solo, atribua o grau de importância para o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias e melhores práticas relacionadas aos itens abaixo que possam contribuir para os canteiros de obras:
2.1Desenvolvimento de tecnologias e aplicações economicamente viáveis para o aproveitamento ou descarte dos resíduos de construção que ainda não possuem soluções de reciclagem ou recuperação (resíduos classe C).
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.1.1Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.2Desenvolvimento de tecnologias de descontaminação e soluções de descarte para os resíduos perigosos como tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros (resíduos classe D).
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.2.1Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.3Controle da geração, quantificação, triagem, estocagem e descartes de resíduos em canteiro de obras, incluindo a logística reversa (retorno de resíduos dos produtos aos fabricantes).
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.3.1Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.4.Aproveitamento e uso de resíduos de construção em canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.4.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.5.Caracterização, monitoramento e controle das emissões de materiais particulados.
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.5.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.6. Identificação dos riscos decorrentes da emissão de particulados das atividades da produção para os trabalhadores no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.6.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.7. Controle do nível do lençol freático e da sua contaminação e minimização de riscos decorrentes do seu uso para abastecimento.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.7.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.8. Sistemas de captação e tratamento de efluentes (esgoto) e minimização de riscos decorrentes do sistema de drenagem no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.8.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
2.9.Métodos para preservação de vegetação remanescente em áreas de canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
2.9.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
3. INTERFACES COM O MEIO EXTERIOR
As interfaces com o meio exterior referem-se ao bem-estar, à segurança e à saúde da comunidade vizinha. Trata-se da qualidade obtida a partir do controle dos impactos do canteiro de obras sobre o ambiente externo, buscando a segurança e a redução da degradação da qualidade ambiental e dos desconfortos ou dos incômodos, direta ou indiretamente resultantes das atividades de produção.
Em relação às interfaces com o meio exterior, atribua o grau de importância para o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias e melhores práticas que possam contribuir para os canteiros de obras:
3.1Gestão de acessos e fluxos de pedestres, equipamentos, carga e descarga no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
3.1.1Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
3.2. Interferências do canteiro de obras no trânsito local e conservação das vias e calçadas para garantir acessibilidade.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
3.2.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
3.3.Processos erosivos e riscos de desmoronamento.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
3.3.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
3.4.Identificação dos riscos decorrentes da emissão de particulados das atividades da produção para a vizinhança.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
3.4.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
3.5.Caracterização das atividades emissoras de ruídos e planos para atenuação de incômodos sonoros.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
3.5.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
3.6.Processos de demolição e planos de contingência.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
3.6.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4. QUALIDADE INTRÍNSECA DO CANTEIRO DE OBRAS
A qualidade intrínseca do canteiro de obras está relacionada à saúde, à segurança e ao bem estar dos trabalhadores nele atuantes. As instalações provisórias também necessitam atender parâmetros de saúde, conforto e desempenho ambiental. A inovação pode promover melhorias significativas no desempenho e oferecer soluções sustentáveis para o canteiro de obras.
Em relação à Saúde, Segurança e Bem Estar do Trabalhador, ao Desempenho das Instalações Provisórias e às Inovações em Sistemas e Métodos Construtivos para Instalações Provisórias, atribua o grau de importância para o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias e melhores práticas que possam contribuir para os canteiros de obras:
4.1. Proteções contra quedas de pessoas com diferença de nível.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.1.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
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4.2. Proteções em equipamentos de movimentação de materiais.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.2.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.3. Proteções em equipamentos de movimentação de pessoas.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.3.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.4. Proteções contra choques elétricos.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.4.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.5. Proteções em escavações.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.5.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.6. Proteções em máquinas e equipamentos.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
4.6.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.7. Sistema nacional de certificação dos equipamentos de proteção coletiva industrializados, como atualmente realizado para os equipamentos de proteção individual no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.7.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.8.Comunicação visual externa e sinalização no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.8.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.9.Melhoria do conforto térmico e acústico nas instalações provisórias no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.9.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.10. Melhoria das condições de iluminação, ventilação e qualidade de ar nas instalações provisórias no canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.10.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.11. Melhoria da flexibilidade arquitetônica (layout) das instalações provisórias do canteiro de obras.
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Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.11.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.12. Mobiliários e equipamentos fixos internos para instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.12.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.13. Melhoria das condições de segurança do trabalho nos ambientes internos nas instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.13.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.14. Melhoria das condições de saúde e higiene nos ambientes internos nas instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.14.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.15.Reutilização dos componentes e sistemas construtivos de instalação provisória em outros canteiros de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.15.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
4.16.Melhoria da segurança estrutural das instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.16.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.17.Melhoria da segurança contra o fogo nas instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.17.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.18.Melhoria da conectividade das instalações provisórias do canteiro de obras com redes de água, tratamento dos efluentes, energia e comunicação.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.18.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.19. Melhoria das condições de uso e operação e de manutenibilidade das instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.19.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.20.Melhoria da estanqueidade das instalações provisórias do canteiro de obras.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
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Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
4.20.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.21.Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas modulares em aço (contêineres).
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.21.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.22. Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas modulares utilizando madeira e seus derivados (OSB, por exemplo).
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.22.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.23. Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas utilizando pré-fabricados de concreto.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.23.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
4.24. Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas modulares utilizando placas cimentícias em sistemas de vedação.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.24.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
P R O J E T O E M R E D E C A N T E C H I S
Pagina 15
Identificação das Necessidades Prioritárias em Canteiro de Obras
4.25. Desenvolvimento de soluções de instalações provisórias industrializadas modulares utilizando chapas de gesso acartonado em sistemas de vedação.
Sem Importância Pouco Importante Sem opinião definida Importante Muito Importante
4.25.1.Caso mais de 50% dos canteiros de obras de sua empresa já adotem práticas neste sentido assinale aqui.
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ROTEIRO DE ENTREVISTA
Direcionada ao Gerente de Obras
Parte 1 – Perfil do Entrevistado
Formação? _____________________________________________________________
Quantos anos no mercado?_________________________________________________
Parte 2 – Perfil da Empresa
Tipo da Obra? ( ) Comercial ( ) Residencial ( ) Residencial HIS
Qual o Sistema de Gestão Implementado pela empresa? ( ) SIAC (PBQP-H)
( ) NBR ISO 9001 ( ) Outro ________________________________________________
O empreendimento está sob certificação ambiental?
( ) Não ( ) Sim Qual?____________________________________________________
Parte 3 - Identificação de Prioridades em Consumo
No questionário aplicado, o tema consumo (de materiais, de água e de energia) foi considerado importante com 76,3% das respostas. Em sua opinião qual a importância de pesquisar soluções tecnológicas nesse tema?_________ Consumo de Materiais
a) Quais práticas são aplicadas na execução dos serviços visando à redução de perdas, seja por superprodução de materiais (produção em quantidades superiores às necessárias) ou perda por substituição (uso de material de valor ou características de desempenho superiores ao especificado) ou material defeituoso no canteiro de obras? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática? ( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
b) Quais práticas são aplicadas para evitar perda por transporte (horizontal e vertical) de materiais (manuseio excessivo ou inadequado) ou perda nos estoques (estoques excessivos ou falta de cuidado no armazenamento dos materiais) no canteiro de obras?
2
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática? ( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro_____________________________________________
c) Quais práticas são aplicadas na contratação de empresas e fornecedores? São capacitados, com vínculo legal e formal de seus funcionários, e que ofereçam produtos e serviços legalizados e em conformidade com padrões e normas? É feita uma avaliação periódica do fornecedor? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática? ( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
d) Quais práticas são aplicadas na seleção dos materiais? Processos produtivos locais ou regionais ao canteiro de obras, ou materiais que empreguem em sua distribuição meios de transporte com baixo impacto ambiental? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática? ( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
Consumo de Água
e) Quais práticas são aplicadas na gestão do consumo da água no canteiro de obras (registro e avaliação do consumo)? Usa dispositivos economizadores de água como bacia sanitária dotada de sistema de descarga com volume nominal de seis litros e com duplo acionamento ou torneiras com arejadores nos lavatórios e nas pias do refeitório do canteiro de obras? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática? ( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
f)Quais práticas são aplicadas no escoamento superficial de água pluvial? Utiliza áreas permeáveis, sistemas de retenção ou infiltração, com base no volume máximo de chuva (índices pluviométricos)? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
g) Quais práticas são aplicadas em relação ao aproveitamento de águas pluviais no canteiro de obras? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro_____________________________________________
h) Quais práticas são aplicadas em relação ao aproveitamento de águas cinzas no canteiro de obras?
3
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
Consumo de Energia
i) Quais práticas são aplicadas na gestão do consumo de energia no canteiro de obras (registro e avaliação do consumo)? Usa lâmpadas de baixo consumo, como as fluorescentes com selo Procel, sensores de presença ou minuteiras? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________ j) Quais práticas são aplicadas nas atividades de produção no canteiro de obras para redução de consumo de energia elétrica? Utiliza-se o uso de fontes alternativas de energia?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
Parte 4 - Identificação de Prioridades em Emissões e Resíduos
No questionário aplicado, o tema Emissões e Resíduos foi considerado importante com 83,9% das respostas. Em sua opinião qual a importância de pesquisar soluções tecnológicas nesse tema?________ a) Quais práticas são aplicadas para separação e armazenagem das diversas classes de resíduos no canteiro de obras (espaço, local e equipamentos específicos)?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
b) Quais práticas são aplicadas no descarte de resíduos no canteiro de obras (destinação de forma correta e monitorada incluindo a logística reversa -retorno de resíduos dos produtos aos fabricantes)?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ___________________________________________
c) Quais práticas são aplicadas na descontaminação e soluções de descarte para os resíduos perigosos como tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições (resíduos classe D).
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
4
d) Quais práticas são aplicadas no aproveitamento e uso de resíduos de construção no canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
e) Quais práticas são aplicadas no monitoramento e controle das emissões de materiais particulados (para trabalhadores e vizinhança)?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
g) Quais práticas são aplicadas no controlar do nível do lençol freático e a sua contaminação? Possui algum sistema de captação e tratamento de efluentes (esgoto) no canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
h)Quais práticas são aplicadas para preservar a vegetação remanescente no canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
j)Utiliza agregados reciclados em substituição aos agregados naturais, evitando a extração de novos recursos naturais e reduzindo o descarte dos resíduos?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
Parte 5 - Identificação de Prioridades em Interfaces com o Meio Exterior
No questionário aplicado, o tema Interfaces com o Meio Exterior (bem-estar, segurança e saúde da comunidade vizinha) foi considerado importante com 90,8% das respostas. Em sua opinião qual a importância de pesquisar soluções tecnológicas nesse tema?________
a) Quais práticas são aplicadas na gestão de acessos e fluxos de pedestres, equipamentos, carga e descarga no canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
b) Quais práticas são aplicadas para minimizar os impactos do canteiro de obras em relação às vias e calçadas e limpeza no entorno?
5
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
c) Quais práticas são aplicadas para evitar os riscos de desmoronamento?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
d) Quais práticas são aplicadas para minimizar as emissões de ruídos e atenuar incômodos sonoros?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
e) Fornece aos moradores manual informativo sobre o empreendimento, abordando fases de uso, operação e manutenção? Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________ Parte 6 - Identificação de Prioridades em Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras
No questionário aplicado, o tema Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras (Saúde, Segurança e Bem Estar do Trabalhador, Desempenho das Instalações Provisórias e Inovações em Sistemas e Métodos Construtivos) foi considerado importante com 81,8% das respostas. Em sua opinião qual a importância de pesquisar soluções tecnológicas nesse tema? ________
a) Quais práticas são aplicadas em proteções contra quedas de pessoas com diferença de nível e proteção em equipamentos de movimentação de pessoas?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
b) Quais práticas são aplicadas para proteção em equipamentos de movimentação de materiais?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
c) Quais práticas são aplicadas para proteção em escavações?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
d) Possui sistema nacional de certificação dos equipamentos de proteção coletiva industrializado, como atualmente realizado para os equipamentos de proteção individual no canteiro de obras?
6
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
f) Quais práticas são aplicadas referentes à comunicação visual externa e sinalização no canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
g) Quais práticas são aplicadas para a melhoria conforto térmico (iluminação e ventilação) e acústico nas instalações provisórias no canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
h) O layout das instalações provisórias do canteiro de obras foi projetado (planejado) para melhorar a flexibilidade arquitetônica do canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ____________________________________________
i) Quais práticas são aplicadas para melhoria das condições de saúde e higiene nos ambientes internos nas instalações provisórias do canteiro de obras?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro ___________________________________________
j) Os componentes e sistemas construtivos de instalação provisória são reutilizados em outros canteiros de obras da empresa?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
l) Possui soluções de instalações provisórias industrializadas modulares em aço (contêineres), madeira e seus derivados (OSB, por exemplo) ou chapas de gesso acartonado em sistemas de vedação?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro _____________________________________________
m) Quais práticas são aplicadas para capacitação profissional dos funcionários? É absorvido a mão de obra local?
Quais as carências que dificultam adoção dessa prática?( ) custo ( ) falta de conhecimento ( ) falta de solução tecnológica ( ) outro __________________________________________
Resumo do número de diretrizes adotadas por tema e empresa Geral
Fonte: DO AUTOR
CÓDIGOEMPRESA % de Práticas % de Práticas % de Práticas % de Práticas
A-BA 25,0% 22,2% 66,7% 68,0%B-BA 12,5% 22,2% 0,0% 76,0%C-BA 62,5% 66,7% 100,0% 72,0%D-BA 0,0% 0,0% 0,0% 32,0%E-BA 0,0% 11,1% 0,0% 44,0%F-BA 0,0% 0,0% 83,3% 60,0%G-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%H-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%I-BA 0,0% 0,0% 0,0% 36,0%J-BA 0,0% 0,0% 0,0% 40,0%K-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%L-BA 37,5% 44,4% 100,0% 76,0%M-BA 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%N-BA 12,5% 11,1% 16,7% 28,0%O-BA 37,5% 55,6% 83,3% 32,0%P-BA 62,5% 55,6% 83,3% 48,0%Q-BA 37,5% 55,6% 83,3% 28,0%R-BA 12,5% 0,0% 0,0% 16,0%S-BA 12,5% 0,0% 33,3% 68,0%T-BA 50,0% 0,0% 66,7% 72,0%U-BA 50,0% 33,3% 83,3% 72,0%V-BA 37,5% 55,6% 33,3% 44,0%A-SP 25,0% 11,1% 0,0% 60,0%B-SP 37,5% 44,4% 66,7% 84,0%C-SP 50,0% 11,1% 66,7% 64,0%D-SP 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%E-SP 75,0% 11,1% 66,7% 48,0%F-SP 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%G-SP 0,0% 66,7% 50,0% 60,0%H-SP 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%I-SP 25,0% 44,4% 33,3% 44,0%J-SP 37,5% 33,3% 50,0% 68,0%K-SP 25,0% 0,0% 50,0% 36,0%L-SP 50,0% 0,0% 50,0% 68,0%M-SP 37,5% 11,1% 16,7% 40,0%N-SP 25,0% 22,2% 33,3% 48,0%O-SP 50,0% 22,2% 100,0% 68,0%P-SP 50,0% 11,1% 50,0% 88,0%Q-SP 25,0% 0,0% 0,0% 0,0%R-SP 50,0% 44,4% 33,3% 76,0%S-SP 25,0% 66,7% 66,7% 52,0%A-RS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%B-RS 12,5% 0,0% 0,0% 0,0%C-RS 25,0% 22,2% 33,3% 52,0%D-RS 37,5% 44,4% 100,0% 68,0%E-RS 50,0% 66,7% 100,0% 80,0%F-RS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%G-RS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%H-RS 50,0% 55,6% 83,3% 44,0%I-RS 25,0% 22,2% 66,7% 64,0%J-RS 50,0% 44,4% 100,0% 84,0%K-RS 12,5% 0,0% 0,0% 0,0%L-RS 62,5% 22,2% 83,3% 84,0%M-RS 0,0% 0,0% 0,0% 28,0%A-INT 50,0% 0,0% 0,0% 32,0%B-INT 37,5% 11,1% 66,7% 60,0%C-INT 50,0% 33,3% 66,7% 64,0%D-INT 12,5% 11,1% 66,7% 24,0%E-INT 12,5% 22,2% 50,0% 52,0%F-INT 25,0% 33,3% 33,3% 56,0%G-INT 37,5% 33,3% 33,3% 64,0%H-INT 0,0% 0,0% 0,0% 20,0%I-INT 0,0% 0,0% 50,0% 56,0%J-INT 62,5% 55,6% 83,3% 32,0%K-INT 0,0% 0,0% 0,0% 12,0%L-INT 25,0% 11,1% 66,7% 52,0%
CONSUMOS EMISSÕES INTERFACES COM EXTERIOR QUALIDADE
Apêndice 4 – Resumo das entrevistas com as empresas com “Maior Adoção”, “Menor Adoção” e “Média Adoção” referentes ao tema “Consumo”
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes
Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
Redução de perdas de materiais na execução dos
serviços, por superprodução, substituição e defeito.
- Uso da plataforma BIM-REVIT para compatibilização de projetos e simulação de acentamento de materiais. (vizualização da parte executiva de materiais). Canteiros 1 e 2.
- Falta modulação nos projetos. - Falta compatibilização de Projetos. - Falta solução tecnológica.
- Engenharia a montante, 100% dos projetos executivos prontos antes de iniciar a obra. Canteiro 2.
- Uso de fábricas dentro do próprio canteiro para diminuição de perdas. (fabrica de esquadria de alumínio, Fabrica de alumínio composto). Canteiro 1.
- Projeto de Paginação antecipada para a aplicação dos materiais. Canteiros 1, 2 e 3.
- Modulo de engenharia (definição de todos os sistemas: custo, prazo, segurança, sustentabilidade). Canteiro 2.
- Planejamento com fornecedor tamanho das peças para atender o projeto de paginação. Canteiros 1, 2 e 3.
- Uso de formas pláticas reutilizáveis nas lages nervuradas.
- Liberação de KITS para área de produção.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
- Uso de planilhas para controle de perdas atendendo um % tolerável estabelecido.
- Oferta de mão de obra desqualificada.
- Falta capacitação de mão de obra. - Falta solução tecnológica. - Nível de escolaridade da mão de obra muito baixo. - Custo.
- Diminuição da rotatividade de mão de obra.
- Substituição do material por parte do fornecedor.
- Faz controle de produtividade.
- Uso do bloco estrutural de concreto.
- Uso de Kits.
- Otimiza o transporte vertical.
- Uso de paletes.
- Paginação de bloco cerâmico.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO -
Canteiro 7, 8 e 9
- Controle de perdas semanal.
- Falta conhecimento.
-Falta solução tecnológica
- Uso de Kits nos materiais de instalações.
- Compra de EPIs pré selecionados. -Uso de teste de prova dos blocos.
- Controle de volume de concreto.
- Estudo de indicadores com a comunidade da construção. - Uso de formas pláticas reutilizáveis nas Lages nervuradas
-Uso de formas de PVC alugada para conf. de paredes
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Redução de perdas de materiais por manuseio, transporte horizontal e
vertical, por estoque excessivo, armazenamento ou
roubo.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de paletes.
- Falta de mão de obra qualificada. - Custo
- Uso de gruas e cremalheiras.
- Uso de Circuito de câmeras nos almoxarifados.
- Equipe específica para a logística da compra, recebimento, armazenagem e distribuição do material para o campo.
- Redução do palete padrão que caiba no elevador cremalheira.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Uso de máquinas potentes para transporte de paletes.
- Falta conhecimento
- Uso de cremalheira e grua.
- Substituição do material por parte do fornecedor.
- Terceiriza equipamentos.
- Uso do bloco estrutural de concreto.
- Uso de paletes
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
- Uso de DDS para conscientização de perdas.
- Falta solução tecnológica
- Uso de paletes na armazenagem
- Uso de grua
- Armazenamento conforme exigências da ISO9001.
-Uso de baias para estocagem.
Contratação de empresas e fornecedores
legalizados e em conformidade com normas e padrões.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Apresentação dos documentos de conformidade legal trabalhista.
- Falta empresas formalizadas (NR35). - Cultura da Informalidade
- Seleção de fornecedores que trabalham com a política de sustentabilidade.
- Exigência da qualificação de parceiros e avaliação mensal.
- Uso de madeira certificada.
- Seleção do Fornecedor formalizado com apresentação da
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
documentação.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Seleção pelo preço e qualidade do material.
- Falta controle dos pequenos fornecedores.
- Informalidade dos fornecedores. - Carência de fornecedores qualificados.
- Aplica teste da amostra.
- Seleciona os fornecedores conformes e com licença ambiental.
- Avaliação periódica dos fornecedores.
- Pesquisa se o fornecedor é conforme.
- Trabalha com o Setor de QSMS(qualidade, segurança, meio ambiente e saúde).
- Exigência da legalização dos funcionários terceirizados.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
-Uso de cadastro nacional de fornecedores conforme com avaliação periódica dos fornecedores
- Distância
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
-Exige documentação do fornecedor. - Fornecedor não atende a demanda
- Uso de madeira certificada
Seleção dos materiais locais ou transporte com baixo impacto
ambiental.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de materiais locais. - Fornecedores Locais não atendem a grandes demandas. - Seleção com preço, qualidade e transporte.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Seleção pelo melhor preço, qualidade e facilidade da entrega.
- Custo. - Falta de opção de fornecedores locais.
- Uso de amianto para cobertura com lage.
- Dá preferência ao material local.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
- Uso de fornecedores mais próximos da obra. Principalmente o de cerâmica.
- Custo
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
- Uso de transporte marítimo.
-Seleção por preço e qualidade
Gestão do consumo de água. Uso de dispositivos
economizadores.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de poço com tratamento.
- O consumo não justifica. - Custo
- Medições internas de consumo água do poço e da EMBASA.
- Registro do consumo de água.
- Uso de chuveiros com redutores.
- Uso de bacia turca.
- Uso de tanque de decantação para reaproveitamento de água da lavagem de rodas.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Uso de carro pipa. - Falta mão de obra treinada. - Custo. - - Uso de poço arteziano.
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
- Controle do consumo por planilha de medição. Falta conscientização dos funcionários.
- Controle da conta de água.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
- Uso de poço para diminuir consumo - Falta conhecimento.
- Custo
- Controle da conta.
- Uso de Descarga econômica.
- Uso de carro pipa.
Gestão da água pluvial. Escoamento superficial, áreas
permeáveis, sistema de retenção ou infiltração.
Aproveitamento de água de chuva.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Projeto de drenagem do canteiro.
- Falta de conhecimento. - Falta de conhecimento de boas práticas.
- Uso de brita na pavimentação.
- Uso de piso intertravado.
- Aproveitamento da água da chuva.
- Capitação para escoamento da chuva.
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Recuperação da área assoreada do entorno.
- Falta conhecimento de boas práticas. - Captação da água da chuva.
- Implantação de áreas permeáveis.
- Capitação para escoamento da chuva.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
- Uso de piso intertravado para absorção - Falta de conhecimento
-Falta de solução tecnológica para utilização.
- Custo.
- Prazo curto para aproveitamento.
- Escoamento adequado das águas pluviais- Drenagem.
Reaproveitamento da água cinza.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Reutilização da água cinza para mictórios e vasos sanitários. - Falta de conhecimento.
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
- Falta a cultura do reaproveitamento.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- - Falta conhecimento. - Custo - Falta divulgação das práticas existentes.
Empresas com MÉDIA ADOÇÂO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
- - Custo
-Falta conhecimento
Gestão do consumo de energia.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Controle mensal da conta de luz.
- Custo. - Uso lâmpada de baixo consumo.
- Uso de luminária calha para evitar roubo.
- Medições internas de consumo.
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
- Uso de sensor de presença.
- Fiscalização das unidades por um funcionário específico.
- Uso de lâmpadas com selo procel exceto no campo (220w).
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Uso de gerador no início.
- Falta conhecimento. - Custo. - Empreiteiro com baixo poder aquisitivo com máquinas com maior consumo.
- Prática de economia.
- Controle da conta de luz.
- Uso de lâmpadas econômicas.
- Lâmpada de baixo consumo no escritório.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro
7, 8 e 9
- Acompanhamento da conta. -Faltam soluções tecnológicas.
-Uso de lâmpadas fluorescentes.
- Uso de equipamentos que consomem menos energia.
Resumo da Entrevista - Tema Consumo
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Utilização de fontes alternativas de energia.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO -
Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de lâmpada de captação solar. - O custo não justifica. - Falta solução tecnológica.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- - Falta conhecimento. - Custo. - Falta de soluções tecnológicas.
Empresas com MÉDIA ADOÇÃO - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com MÉDIA ADOÇÃO Canteiro
7, 8 e 9
- - Custo. – A duração da obra não justifica
Apêndice 5 – Resumo das entrevistas com as empresas com “Maior Adoção”, “Menor Adoção” e “Média Adoção” referentes ao tema “Emissões e Resíduos”
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas
Carências que dificultam adoção das práticas
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Separação e armazenamento das diversas classes de resíduos
(espaço, equipamento específico).
- Uso de baias cobertas, bombonas, big bag e conteneirs metálicos para resíduos.
- Falta conscientização dos operários.
- Seleção dos resíduos na linha de produção.
- Treinamento, acompanhamento e monitoramento de pessoal na gestão de resíduo.
- Reunião mensal de gestão de resíduos.
- Uso de 3Rs.
- Limpeza e organização do canteiro, segregação de materiais e a destinação final.
- Espaço reservado em cada pavimento da obra.
- Sensibilização da comunidade para a separação dos
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
resíduos.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO”- Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO”- Canteiro 4, 5 e 6
- Separação para enviar para o moinho da própria empresa. - Custo por conta do prazo. - Falta local adequado para o descarte nas cidades do interior.
- Falta conhecimento por parte das prefeituras. - Falta conhecimento do destino final dos resíduos.
- Falta cooperativas.
- Uso de baias e big bag.
- Programa de separação de resíduo.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
Faz seleção de resíduos com central de resíduos.
-Falta de logística
-Falta conhecimento,
-Falta cultura
-Falta conscientização. Capacitação dos funcionários para seleção e uso da central
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Descarte de resíduos incluindo a logística reversa.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Descarte do alumínio e do vidro. - Falta incentivo dos órgãos públicos para a coleta seletiva.
- Falta de fornecedores capacitados. - Falta política de incentivo junto aos fornecedores. - Custo. - Negociação junto aos fornecedores para a prática da logistica reversa.
- Uso da REVITA com descarte rastreado.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO”-Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Envio do resíduo classe A para REVITA com rastreamento. - Falta conhecimento por parte dos fornecedores. - Falta conhecimento de local para descarte. - Custo. - Logística reversa dos paletes.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
Descarte adequado com rastreamento para ONGs e a Revita -Falta uma política do governo para o descarte
- Falta de conhecimento de local adequado para Terceiriza as formas de madeira.
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
descarte .
-Falta conhecimento.
Descontaminação e soluções de descarte para os resíduos
perigosos como tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições (resíduos classe D).
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO”- Canteiro 1, 2 e 3
- Armazenamento individualizado no almoxarifado e no descarte.
- Falta empresa que faça descarte apropriado.
-Falta soluções tecnológicas.
-Rastreamento de resíduos.
- Uso de bandejas na aplicação.
- Descarte com rastreamento.
- Uso de baias específicas.
- Uso de Kits de emergência para vazamento de materiais perigosos.
- Uso de tinta só a base de água.
- Estudando a destinação adequada de cada resíduo perigoso.
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Armazena de maneira segura.
- Falta compromisso dos fornecedores. - Falta conscientização.
- Manda os resíduos misturados para a REVITA.
- Uso de tintas a base de água.
- Separação dos resíduos perigosos.
- Armazenamento em área confinada com piso.
- Treinamento de funcionário para lidar com esses resíduos.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
-Uso de tinta a base de água.
-Falta solução tecnológica.
-Falta de conhecimento -Cuidados especiais com os perigosos em DDS.
Aproveitamento e uso de Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
resíduos de construção. - Uso de maquina trituradora para uso de resíduos para aterro no canteiro. - Falta conhecimento.
- Falta solução tecnológica.
- A demanda não comporta.
- Reutilização da madeira de canteiro no pergolado do projeto de paisagismo.
- Uso de resíduo na pavimentação na garagem.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Uso em contra piso.
- Falta conhecimento.
- Uso de triturador de resíduos. Gerando ruído e emissão de particulado.
- Uso do resíduo de argamassa para contrapiso.
- Reutilização do resíduo de madeira.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
-Uso de bandejas para reaproveitamento da massa. -Falta soluções tecnológicas
- Reutilização sobra de concreto para vigotas, placas pré-
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
moldadas, combogó
Monitoramento e controle das emissões de materiais
particulados (para trabalhadores e vizinhança).
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de caminhão pipa na fase de terraplenagem.
- Falta de iniciativa. - Monitoramento de emissão de material particulado.
- Bancada de serra circular com coleta de resíduos.
- Uso de molhação das áreas em atividade.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Utiliza as máscaras EPIs.
- Falta solução tecnológica. - Uso da maquita com água.
- Uso de tela na fachada.
- Molhação da lage na varrição.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
-Monitoramento de emissão de material particulado. - Falta conhecimento.
-Uso de lavagem das rodas dos caminhões
Controle do nível do lençol freático e a sua contaminação.
Sistema de captação e tratamento de efluentes.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Efluentes ligados a rede pública de esgoto local.
- Destinação para a concessionária.
- Efluentes da betoneira jogado em tangue para decantação e reuso.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Usa a fossa.
- Falta solução tecnológica. - Uso do esgotamento sanitário da concessionária.
- Uso de sanitários químicos.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
-Efluentes ligados a rede de esgoto local e a rede pluvial
-Falta conhecimento. - Estação de tratamento para o esgoto
-Lançado em local liberado pela prefeitura.
Preservação da vegetação remanescente
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Faz uma avaliação cautelar da vegetação existente.
-
- Projeto de replantio de espécie da mata atlântica.
- Capacitação e conscientização da comunidade para o replantio e limpeza do rio do entorno do canteiro.
- Proteção da área de APP.
- Uso de cerca de eucalipto e tela para preservação da área de vegetação.
- Treinamento dos colaboradores.
- Uso de placas sinalizadoras das áreas preservadas.
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
- Doação de mudas junto aos órgão de meio ambiente.
- Isolamento e proteção das áreas verdes.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Proteção da área de preservação ambiental no entorno. - Falta conhecimento.
- Uso de compensação com replantio.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
-Faz uma avaliação cautelar da vegetação existente.
- -Obedece o projeto paisagístico.
-Replantio da vegetação retirada
Utilização de agregados reciclados em substituição aos agregados naturais,
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de material reciclado em canteiro(tapume em tubo de - Falta conhecimento. -
Resumo da Entrevista - Tema Emissões e Resíduos
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção das
práticas
evitando a extração de novos recursos
naturais e reduzindo o descarte dos resíduos.
pasta de dente). Falta soluções tecnológicas.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Uso do material do moinho da empresa
- Falta de conhecimento.
- Custo.
- Falta divulgação das boas práticas.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-Canteiro 7, 8 e 9
- -Falta de conhecimento.
Fonte: DO AUTOR
Apêndice 6 – Resumo das entrevistas com as empresas com “Maior Adoção”, “Menor Adoção” e “Média Adoção” referentes ao tema “Interface
com Meio Exterior”
Resumo da Entrevista - Tema Interfaces com o Meio Exterior
Diretrizes Práticas já aplicadas
Carências que dificultam adoção das práticas
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Gestão de acessos e fluxos de pedestres, equipamentos,
carga e descarga.
- Estabilização dos acessos com brita
-
- Agendamento do horário de carga e descarga. - Obediência de horário. - Acesso de pedestre diferente do acesso de equipamentos. - Estudo de layout do canteiro. - Isolamento de área de carga e descarga. - Acesso exclusivo para pedestre, materiais e equipamento. Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5
e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Acesso diferente para pedestre e caminhões.
- Falta conhecimento. - Obediência de horário para carga e descarga. - Sensibilização da equipe para melhorar a imagem da empresa por conta das reclamações da vizinhança. Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e
9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO”-
Canteiro 7, 8 e 9
Resumo da Entrevista - Tema Interfaces com o Meio Exterior
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção
das práticas - Obediência de horário de carga e descarga - Falta conhecimento
- Falta iniciativa -Acessos adequados para veículos, máquinas e pedestre.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Varredura diária da calçada.
-
- Uso de bandeja para carga e descarga.
- Uso de rotina de limpeza.
- Manutenção periódica de vias e calçadas e limpeza do entorno.
- Uso de lona nas vias e calçadas durante a descarga.
- Uso de lonas nas caçambas.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6
- Limpeza programada do entorno. - Falta conhecimento por parte do fornecedor.
- Pintura do meio fio.
- Limpeza após concretagem e descarregamento.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9
-Limpeza de rotina do entorno do canteiro - -Limpeza de vias e calçadas programada
Controle de riscos de desmoronamento.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de cobertura com brita graduada compactada.
- - Aplicação de hidrosemeadura. - Cobertura com lona plástica.
Resumo da Entrevista - Tema Interfaces com o Meio Exterior
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção
das práticas - Uso de estacas. - Uso de contenção antes da escavação. Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5
e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Consultoria para estudo do solo.
- Custo. - Sondagem do solo para planejar o corte e contenção. - Escoramentos. Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e
9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 - Estudo do solo
- - Técnicas adequadas de contenção - Projeto de contenção adequado - Estrutura escalonada.
Minimização das emissões de ruídos e atenuação de incômodos sonoros.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Proteção auricular do operário.
- Falta conscientização no projeto do layout do canteiro.
- Trabalho de conscientização para o uso dos EPIS. - Avaliação médica periódica do funcionário. - Uso de equipamento específico na etapa de fundação (hélice contínua) para evitar ruído e vibração. - Acordos de horários com a vizinhança. (Não trabalha sábado a pedidos da vizinhança). - Trata o vizinho como cliente. - Monitoramento de ruídos.
Resumo da Entrevista - Tema Interfaces com o Meio Exterior
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção
das práticas - Obediência de horários. - Suspensão de serra elétrica e de betoneira no canteiro. Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5
e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Preocupação apenas com o horário comercial.
- Faltam equipamentos com abafadores de ruído.
- Definição de locais estratégicos para os equipamentos ruidosos. - Obediência de horário. - Negociação com a vizinhança na época da concretagem. Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e
9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Restrição de horário para uso de máquinas e equipamentos
-Falta conhecimento.
- Obediência aos horários
Comunicação com moradores sobre o empreendimento abordando fases de uso, operação e manutenção.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3
- Carta de comunicação do início da obra com os horários de funcionamento e e-mail da obra.
- - Uso de placas informativa dos horários de funcionamento na frente da obra. - Mapeamento da vizinhança. - Inspeção cautelar das unidades.
Resumo da Entrevista - Tema Interfaces com o Meio Exterior
Diretrizes Práticas já aplicadas Carências que dificultam adoção
das práticas - Entrega de carta explicativa do empreendimento para cada vizinho com telefones de contato estabelecendo relação de transparência. - Entrega do cartão de visita do Gerente de obra. - Aviso da concretagem 48h antes. - Uso de placas na fachada da obra com e-mail disponível para reclamações. - Livro de ocorrências na portaria da obra. - Visita semanal da Engenheiro de Segurança nos prédios vizinhos. Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5
e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Aguarda as reclamações. - Falta atitude e comunicação.
- Falta conhecimento. - Aguarda a reclamação para resolver o problema. Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e
9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Informação informal -Falta conhecimento de como fazer
-Falta iniciativa. -Vistoria cautelar
Fonte: DO AUTOR
Apêndice 7– Resumo das entrevistas com as empresas com “Maior Adoção”, “Menor Adoção” e “Média Adoção” referentes ao tema “Qualidade
Intrínseca do Canteiro de Obras”.
Resumo da Entrevista - Tema Qualidade Intrínseca do Canteiro de Obras
Diretrizes Práticas já aplicadas
Carências que dificultam adoção das práticas
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3
Proteções contra quedas de pessoas e movimentação de equipamentos e materiais.
- Uso de EPIs e sinalização com gráficos.
- Falta conscientização do operário.
- Uso de DDS. - Uso de delimitação de áreas. - Uso de sinais luminosos e sonoros. - Uso de bandejas e tela de proteção de queda. - Uso de Guarda-corpo.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Uso de sinalização.
- Custo dos esquipamentos. - Uso de EPIs. - Treinamento de segurança. - Uso do DDS. - Medição de pressão arterial.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9
-Uso de DDS semanal
-Falta conscientização do operário.
-Uso de EPIs -Uso Sistema de guarda corpo com cabo de aço
(Reutilizável) -Uso de cremalheira e grua. -Uso do varal de carpinteiro (sistema de linha de vida)
Proteção em escavação.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3 - Uso de EPIs. - Falta conscientização do operário.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6
- Uso de EPIs. -
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 - Uso de EPIs. - Falta conscientização do operário.
Certificação dos equipamentos de proteção coletiva
industrializado.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3 - Uso de equipamentos certificados. - Falta solução tecnológica.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6
- Uso de equipamentos certificados. -
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Uso de RTs dos profissionais responsáveis
Comunicação visual externa e sinalização no canteiro de obras.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3
- Projeto de sinalização do canteiro. - Falta desenvolver a linguagem gráfica para a comunicação.
- Uso da equipe de segurança na comunicação. - Projeto de sinalização externa do canteiro.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Uso de placas e treinamento dos funcionários para atender as placas. - Custo alto. - Presença do Engenheiro de Segurança no canteiro.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 - Uso de empresa especializada para comunicação visual para o canteiro. -
Melhoria do conforto térmico (iluminação e ventilação) e
acústico nas instalações provisórias.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3
- Uso de projeto de canteiro. - Falta de conhecimento de quem elabora o layout. - Falta de conscientização.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6
- Estudo da posição do sol para implantação do canteiro. -
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Uso de contrato com SESI-SENAI para controle da poluição sonora e do ar
-Preocupação com iluminação natural nas áreas de permanência prolongada do canteiro -Análise de ventilação e iluminação para o escritório e o
refeitório e vestiário.
Planejamento do layout das instalações provisórias para
melhoria da flexibilidade arquitetônica.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro
1, 2 e 3
- Uso do projeto funcional de layout. - Falta de conhecimento de quem elabora o layout.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6
- Estudo do layout do canteiro. -
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Usa consultoria para layout dos canteiros por etapas da obra
Melhoria das condições de saúde e higiene nos ambientes internos
nas instalações provisórias.
Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com MAIOR ADOÇÃO - Canteiro
1, 2 e 3 - Trabalho de conscientização da higiene com os operários.
- Falta conscientização dos operários. - Uso do DDS. - Uso de rotina de lavagem e detetização das áreas internas.
Empresas com MENOR ADOÇÃO - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com MENOR ADOÇÃO -
Canteiro 4, 5 e 6 - Uso de DDS.
- Custo
- Higienização diária de vestiário e refeitório. - Apresentação de cartão de vacina. - Atestado de saúde ocupacional. - Parceria com SESI com palestras sobre saúde e segurança - Campanha de vacinação.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9
-Uso de EPIs
-Uso de auditoria interna de 6 em 6 meses de segurança e ambiental. Palestras de saúde, DSTs, teatro para segurança. -Controle do conforto térmico e higiene das instalações sanitárias
Reutilização dos sistemas construtivos de instalação
provisória.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3 - Reutiliza componentes de instalação provisória. - Falta local para armazenar os componentes.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Reutilização de sistemas construtivos em outras obras. - Descontinuidade das obras.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Só os tanques de água de fibra - Descontinuidade das obras.
Soluções de instalações provisórias industrializadas
modulares.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3 - Uso de containers, OSB.
- Falta solução tecnológica. - Uso de container de plástico pré-moldado.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6
- Uso do contêiner. - Custo. - Falta de soluções tecnológicas.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9 -Instalações em OSB para ser reutilizado - Falta de soluções tecnológicas.
Capacitação profissional dos funcionários e absorção da mão
de obra local.
Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” - Canteiro 1, 2 e 3 Empresas com “MAIOR ADOÇÃO” -
Canteiro 1, 2 e 3 - Capacitação de funcionário em parceria com o SENAI.
- Custo.
- Curso de informática. - Treinamento integrado dos serviços. O passo-a-passo do serviço a ser realizado. - Acompanhamento das práticas. - Absorção da mão de obra local. - Diagnóstico social, mapeamento das lideranças comunitárias. - Curso de Educação ambiental e inclusão digital para a comunidade para gerar renda e emprego para comunidade. - Contratação de mão de obra alfabetizada. - Curso de inclusão digital para todos.
Empresas com “MENOR ADOÇÃO” - Canteiro 4, 5 e 6 Empresas com “MENOR ADOÇÃO” -
Canteiro 4, 5 e 6 - Participação do RH da empresa.
- Descontinuidade das obras. - Carência de mão de obras. - Carência de formação da mão de obras. - Falha no sistema. - Falta de iniciativa.
- Treinamento constante dos colaboradores com escolinha e teatro. - Aproveitamento da mão de obra local. - Convênio com o SESI para treinamento. - Implantação da Escolinha de carpinteiro.
Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” - Canteiro 7, 8 e 9 Empresas com “MÉDIA ADOÇÃO” -
Canteiro 7, 8 e 9
- Capacitação com o SENAI para os pedreiros. - Mão de obra escassa
-Prioriza mão de obra do interior (Sem vícios).
Fonte: DO AUTOR